Bom, como vocês podem ver, continuo tocando o blog a pleno vapor, com atualizações (quase) diárias, mas não sei até quando. Estou ocupadíssima. Noutro post prometo falar do meu trabalho, que está indo muito bem, obrigada. Agora só quero falar da vida em geral.
Sexta fez dois meses que cheguei a Fortaleza, e ainda não descobri se essa frase tem crase ou não. Estou gostando muito daqui, embora ainda não tenha ido à praia. O principal é que acho um luxo morar perto de onde se trabalha. Em dez minutos eu tô na universidade, e ainda faço exercício por ir andando (porque, pelo jeito, é o único jeito de eu fazer exercício).
A casa continua em reforma, e deve levar mais duas semanas pra terminar. Os dois pedreiros que conseguimos (indicação do excelente corrretor de imóveis que me mostrou as mais de vinte casas que vi – aliás, todas essas pessoas são crentes) são ótimos, muito cuidadosos e responsáveis. Mas, lógico, reforma com a gente morando no lugar é sempre um transtorno. Tem poeira pra todo lado, barulho, coisinhas que dão errado (por exemplo, vazamento inesperado na cozinha nova, de madrugada). Os gatinhos se escondem durante o dia e só aparecem à noite. Sem falar que reforma ocupa um tempão. O maridão fica à disposição dos pedreiros quase o dia todo, e não é nada incomum a gente ter que sair pra comprar material de construção e móveis. Falando nisso, foi uma dificuldade encontrar balcão de pia! Sabe aquele balcão de pia standard, de 1,20 metro, que praticamente toda cozinha tem? Sabe-se lá porquê, não é padrão aqui! Fomos ao centro da cidade e visitamos todas as lojas de departamento e de móveis, e finalmente encontramos um kit (com balcão e armários) muito legal e bonito, vermelhão e branco. Algum dia posto as fotos pra vocês (encontrei uma na internet! É bem esse que a gente comprou, da marca gaúcha Kappesberg. Lindo, não?). Pena que não vai ficar vermelhão muito tempo, porque o sol bate em cima. Paciência.
Semana passada fomos a um shopping com montes de lojas de eletro, e compramos um fogão quatro bocas e um liquidificador pra gente, e minha mãe comprou uma geladeira pra ela. Espero que em breve tenhamos duas cozinhas, e cada chef caseiro possa cozinhar o que quiser.
A suíte da minha mãe, na parte de baixo da casa, também está quase pronta. Transformar o lavabo e a despensa em um banheiro razoável exigiu muito mais tempo que imaginávamos. Fomos absurdamente ingênuos ao pensar que dava pra quebrar um azulejo aqui, outro acolá, colocar alguns caninhos e pronto. Que nada! Os pedreiros tiveram que demolir o lavabo e a despensa por inteiro, e começar do zero. Tudo novo. Mas vai ficar bom. Por último, compraremos como-é-que-chama-esse-troço?, anh, vidros temperados, é isso?, para os boxes dos três banheiros. Só isso vai custar mil reais, pelos meus cálculos. Mas aquelas portas de correr de plástico saem quase o mesmo preço, então vamos logo colocar um material bom, que vai durar mais do que eu, e definitivamente muito mais que o maridão.
A gente fica fantasiando o fim da reforma e imaginando como a casa vai ficar. Eu tô muito entusiasmada com a casa. Cada dia a acho mais linda e maior. Mas só o fim da reforma não significa que estaremos livres das mil e uma caixas (70% delas trazidas pela minha mãe, que não jogou absolutamente nada fora na mudança) que seguem ocupando metade da sala e boa parte dos quartos. E eu odeio essas caixas de papelão porque elas são o habitat favorito das baratas (e dos ratinhos pequenos, complementou Daniel, o pedreiro, muito prestativo). Mas pra poder tirar tudo que está dentro delas, principalmente os livros, vamos precisar de estantes e armários. É aí que entra o marceneiro.
A casa já teve armários embutidos nos três quartos de cima. Mas o último proprietário/construtor disse que eles estavam todos podres e mandou jogar tudo fora. Portanto, o que há é um vão nas paredes esperando para ser preenchido. Já contactamos quatro marceneiros, que vieram aqui, tiraram medidas, ouviram nossos pedidos e nossas preces. Precisamos de montes de coisas: uma estante na sala, na entrada da casa, do chão até a parede, outra estante imensa, também na sala, um balcão pra pia que minha mãe tem na cozinha, um tipo de mesa, pra ela colocar computador e tal (como a cozinha dela é muito grande, ela não pensa em usá-la apenas como cozinha, mas também como escri e ateliê, pelo que entendi), e um armário pequeno no banheiro dela, com guarda-roupa (não tem muito risco de umidade porque não teremos chuveiro elétrico – vamos ver até quando aguentamos a água gelada! Por enquanto que tá quente não tem problema, mas e se esfriar? Juraram que não esfria). Isso só na parte de baixo. Em cima, uma bancada e muitas prateleiras para o nosso escri, um guarda-roupa e montes de estantes (obviamente esta casa comportará muito mais livros que roupas) no quarto de hóspedes, um roupeiro no corredor, e um armário grandão pra nossa suíte (pra variar, com estantes pra livros). E eu queria tudo em MDF, tudo branco, sem suporte aparente. Até agora, apenas um marceneiro passou um orçamento: onze mil reais! Gulp. Negociando, ele faz por dez, mas ainda assim estamos engolindo em seco. Vamos aguardar os outros orçamentos (ah, colocaremos azulejo nas paredes dos armários, pra não precisar ter forro e diminuir a chance de cupins). Três dos marceneiros prometeram que o serviço ficaria pronto em um mês; um deles pediu 45 dias. Eu acho tudo caro, mas é mais ou menos o que tinha previsto. Uma professora amiga contou que uma loja de móveis sob medida queria cobrar 13 mil reais por um só armário em sua casa. Daí ela foi a uma loja qualquer e comprou um armário pré-fabricado por 850. Não sei o preço de armários embutidos nas cidades de vocês. Na realidade, nunca tive um.
Estamos tão atarefados que ainda não acertamos a rotina daqui. Não fomos ao cinema mais que uma vez até agora, o que é grave. Mas já já entramos nos trilhos. Ah, outro dia deu a maior vontade de comer carne. Uma daquelas picanhas mal-passadas mesmo. Não pensem que me orgulho disso: eu queria ser vegana. Mas no momento só posso torcer pra que a Manu marque a festa de seu aniversário num rodízio.
(E não vou nem contar do dia em que tentei preparar um prato com carne de sol, e esqueci de tirar o sal da carne. Digamos que foi uma das comidas mais salgadas que comi na vida).
Lola, que saudades - quanto tempo!!!!
ResponderExcluirAh, que delícia saber que as coisas estão indo super bem em Fortaleza, fico muuito feliz!
Beijos gigantes,
Chris
Ih, sisqueci... Pela regra antiga (não sei se ainda vale) Você vai A Fortaleza e volta DE Fortaleza, então, não leva crase ;)
ResponderExcluirBeijos
eu tenho horror de casa em reforma. há uns tres anos, reformamos a casa da minha mae e eu nem comia pq tinha a sensacao de de a comida tava cheia da poeirinha. Que bom que os pedreiros que vc contratou säo gente boa, tem uns que enrolam demais e levam 5x mais tempo do que o previsto.
ResponderExcluirA idéia dos azulejos nas paredes dos armários é interessante.
bjim
Lola, querida, saudades do tempo em que você dava bola pra gente, chuif. Mas gostar às vezes é isso (música de fundo, por favor), saber ficar distante... *beicinho sofrido*...
ResponderExcluirBom, os cupins: acho que você deve MESMO se preocupar com eles e investir em madeira de qualidade, com tratamento anticupim, para que o barato não saia muito caro no futuro. Quando mudamos para nossa casa seminova (tinha sido construída há dois anos), tivemos de arrancar todos os armários da cozinha que estavam devorados pelos cupins de solo. Um pesadelo. Ningué merece, não desejo a ninguém. Informe-se sobre a ocorrência de cupim na região para não ter surpresas ruins depois. Eles são impressionantemente rápidos e absolutamente glutões.
Beijo grande,
Rita
Lola, bem rapidinho, num computador emprestado: Parabéns pelas novidades (boas) na sua vida! Com certeza todos os seus leitores estão torcendo pela continuidade do seu sucesso! João (Ah, antes de nome de cidade não existe crase [a não ser que venha com algum adjunto: Vou a Roma. / Vou à Roma dos Papas].)
ResponderExcluirGente, acho que o que a lola tá em dúvida é se fala a fortaleza ou só fortaleza - não é com as preposições e nem com as regências. Pelo que vejo dos amigos cearenses é sem crase, pq não eles não fazem uso do artigo.
ResponderExcluirEm português, ao que me consta, não há regra clara pra presença de artigo na frente dos nomes das cidades. Já vi explicações no sentido de cidades que são substantivos e cidades que ficam no litoral (!). Óbvio que, com meia dúzia de nomes, vc desconstrói as duas teorias, né? É coisa de uso mesmo.
O Recife, por exemplo, deveria vir sempre com esse artiguinho aí na frente. Mas nem todo mundo usa. É errado não usar? Vc precisa ser muito normativo pra dizer que sim. Eu prefiro com e tal, mas a falta de uso ta abandonando o pobre do artigo.
No mais, deixa de preguiça, Lola,e tira umas fotos da tua casa pra gente ver! To morrendo de curiosidade. Muito sucesso aí em Fortaleza.
Guria, muito sucesso nesse teu novo trajeto de vida. Parabéns!
ResponderExcluirOs armários sob encomenda são caros, mesmo.
ResponderExcluirSou assídua frequentadora do Benfica, (bares, shoping, vou pra's reuniões do movimento de mulheres) e outro dia comentei com minha filha sobre você e sua mudança. Passamos por uma rua e havia uma pessoa assistindo tv com a janela aberta e minha filha(7 anos) comentou: Será que é sua amiga Lola? Adorei.
Ao mesmo tempo pensei: que doido, ficar imaginando a vida da outra, essa proximidade com alguém que não "conheço", essa tecnologia, essas relações pós internet. Más adoraria encontrá-la na rua. Por ali pela calçada da reitoria, nas casa de cultura... Ia ser tudo, pra tietar. KKKK Beijos, parabéns por tudo. Me encanta como vocês levam as coisas e a vida.
Lola
ResponderExcluirPeço desculpas pelo total off, mas é que isso precisar ser noticiado e a imprenssa brasileira não tem dado nenhum destaque:
Pedofilia na Legião de Cristo:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=583IMQ001
Oi, Lola, aprendi na faculdade uma regrinha de crase: Quando digo: Venho da, crase há. Venho de, crase pra que? Ex.: Venho da Bahia, fui à Bahia. No teu caso, venho de Fortaleza, não tem crase.
ResponderExcluirbjo bjo
By the way, todo mundo quer ensinar alguma coisinha pra Lola, né?
ResponderExcluirOlha a honra... kkkkk
Mais bjo
Oi Lola! Aqui é Juliana, amiga
ResponderExcluirJá morei em Fortaleza e pode ter certeza que não esfria. Você realmente não irá precisar de chuveiro quente.
Você já foi ao "DRAGÃO DO MAR"?? Um dos meus locais favoritos ai, cinema, teatro, livraria,... Ah, lá tem no primeiro sábado de cada mês, ou seria no último, pela manhã, uma sessão de cinema, antes tem um café da manhã, que sempre passa filmes muito legais, e depois tem a discussão a respeito do filme. Muito legal!
Boa sorte na sua nova cidade!
abraço,
Ju
Oi Lola! Aqui é Juliana, amiga DA RITA, DA ESTRADA ANIL
ResponderExcluirJá morei em Fortaleza...
faltou essa parte no comentário acima: "DA RITA, DA ESTRADA ANIL"
beijos,
Ju
Lola querida,
ResponderExcluirmuito melhor gastar uma pequena fortuna e ter móveis para sempre, do que comprar essas porcarias bonitonas que na primeira caída de temperatura(22º no máximo - do mínimo. Oi? consegui me fazer entenrder?) vc ver seus móveis se esfacelarem. E depois gastar a cada tempo móveis e móveis.
Cupins - cuide mesmo, como disse a Rita.
Cultura
tem também a Casa Amarela com programação muito boa. Em geral filme de arte, filmes fora do circuito comercial. Palestras. Certa vez teve um bate papo com o Karin Ainouz diretor do Sol de Suely e do seriado Alice. A Casa Amarela fica alí na Av da universidade, duas quadras sentido praia depois da Av. 13 de maio.
Beijo
Lolíssima!
ResponderExcluirTudo bem vc ainda não ter ido à praia (olha a crase ai...mas fortaleza não tem mesmo).
MAS JÁ MUDOU SEU DOMICÍLIO ELEITORAL????
Vc tem até o dia 05 de maio. faça isso logo, senão você vai ter que ir a Joinville para votar na DILMA!!!!
Aproveito para espalhar essa dica. Se vc conhece alguem que está fora do domicílio eleitoral, peça para a pessoa ir logo transferir o título. É fácil e rápido.
No final de abril vai ficar mais complicado!!!!
Dicas que peguei em um site que não lembro mais (acho que foi conversa afiada):
O prazo é até dia 05 de maio.
A abstenção no Brasil é alta e pode definir uma eleição.
É só bater no google: TRE (do estado onde mora) e transferencia eleitoral. Aí fica sabendo qual seção eleitoral deve ir. Coloca o nome da rua e cidade e o TRE informa qual a seção e endereço.
Os documentos necessários para levar no TRE são: carteira de identidade, certificado de alistamento militar (para os homens) e comprovante de endereço.
Olá, Lolíssima.
ResponderExcluirSó passando pra dizer que estou aqui, diariamente.
E adoro isso aqui.
Beijos
- Não tem crase.
ResponderExcluir- Armários embutidos feitos por medida são caríssimos, mas o resultado final é superior (em beleza e qualidade) aos armários comprados prontos. Mas se voce tentar desmontá-los pra uma mudança, eles ficam imprestáveis. De qualquer modo, acho que a qualidade superior não é nada que compense a diferença de 850 para 13 mil.
Na minha casa era tudo embutido, foi caro, mas acho que é menos do que aí, e meu pai era mais abastado na época,rs.
A gente mudou faz uns três anos quando a casa nova ainda não estava pronta e AINDA tem uma reforma aqui e ali. Estamos pintando a casa toda de novo, tá um caos também. Sei como é... Só resta torcer que seus pedreiros sejam mais comprometidos que os daqui (teve um que veio dois dias na semana só!) aaghh
Lola, seria legal ler alguma coluna sua falando sobre Valerie Solanas.
ResponderExcluirLola!
ResponderExcluirVisita meu blog, me segue??
desmondier.blogspot.com
Seja bem-vinda a Fortal, tenho certeza que a senhora vai gostar. Estou adorando suas aulas na UFC!! Beijocas
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLola! Que ótimo saber que está tudo na correria mas tudo saindo certinho! Boa sorte aí com os gastos infinitos do armário! Daqui alguns dias sou eu enfrentando reforma e todas essas coisinhas aí... ai ai... Só de ler suas historias já dá um desespero de tanta coisa pra fazer.
ResponderExcluirAbração!
Andrea
http://segredosdaborboletadomar.blogspot.com/
Cheguei em Fortaleza em 83, depois fui para Juazeiro (mais quente ainda!), retornei em 86 até me casar e vir morar no RN. Sinto falta de Fortaleza e mais ainda do lindo bosque de Letras onde hoje você trabalha. Meus grandes amigos e amigas ainda estão ai!Boa sorte na terrinha!Aguente firme a reforma. abraço
ResponderExcluirSe for comprar móveis de MDF, tem que cuidar se é mesmo MDF. Minha mãe já caiu nessa, de comprar um móvel com o vendedor dizendo que é MDF, mas na verdade era MDP, material de qualidade inferior também conhecido como "aglomerado". Aglomerado é mais barato, então um marceneiro desonesto pode ter um bom lucro fazendo móveis de aglomerado e cobrando preço de MDF.
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ResponderExcluirDizem que obra em casa não se termina, se abandona.
ResponderExcluirNão sei a respeito de fortaleza mas em joão pessoa quem não estiver disposto a gastar sola de sapato perquisando que prepare o bolso!!
ResponderExcluirObrigada por não nos deixar sem notícias
gente, péra: eu moro na capital mais quente do brasil, Cuiabá, que fica em Mato Grosso.
ResponderExcluirNão tô inventando, podem pesquisar, é a capital mais quente MESMO. Eu, que nasci aqui, não me acostumo com o calor. É também uma das dez cidades mais quentes do brasil. É foda.
EEE aqui em casa tem chuveiro elétrico. Por mais que aqui sempre seja quente (em julho, óbvio, vem aquelas frentes frias que duram dois dias e abaixam a temperatura pra no máximo 13 graus, e que faz os cuiabanos nem sairem de casa). Acho desumano acabar de acordar e ir parar debaixo de um chuveiro de água fria. Não é uma atitude correta com o meio ambiente, mas cidades quentes, ao contrário do que as pessoas supõe (por não usar chuveiro elétrico nem aquecedor), gastam muito mais energia do que cidades moderadas.
Quanto ao balcão de pia da cozinha, aqui também não é usual. A pia, aqui, fica numa bancada de pedra sem cobertura. Os armários embaixo da pedra geralmente são mandados fazer. Fica bem bonito, mas gostei do seu armário tbm.
Só se aceita artigo antes de topônimos quando estes são desígnios de elementos da natureza: O Recife, O Rio, A Bahia...
ResponderExcluirNoutros casos, apenas quando há alguma definição: a grande Fortgaleza, a colossal Brasília...
Dica pernambucana para a carne de sol, deixe de um dia de molho no leite, que além de perder o sal, vai ficar mais macia e saborosa