Uns três anos atrás, estava na moda na fatosphere (blogs americanos dedicados à aceitação do corpo, principalmente à gordura) dizer que insultar uma gorda era o único preconceito socialmente aceitável. A explicação era boa: se você xingar um negro, aqui no Brasil, pode até acabar preso; se ofender um gay, as pessoas te olharão feio; mas se você disser pra mim que, por eu estar acima do peso, eu já deveria começar a encomendar um caixão, isso não é preconceito ― é um fato cientificamente comprovado! Já contei que um vendedor da Herbalife tentou me vender seus produtos desse jeito? Ele afirmou que ser gorda é como estar vestindo um paletó de madeira. Eu não me contive e respondi que, assim como a ciência hoje é usada pra discriminar os gordos, ela foi usada não muito tempo atrás para provar por a + b que negros eram geneticamente inferiores aos brancos, e que homossexuais eram pessoas doentes, curáveis por eletrochoque. Ou seja, de neutra a ciência não tem nada. Ela, como a cultura, serve aos interesses da sociedade (no caso dos negros, de uma sociedade escravagista, que tinha que justificar a exploração de seres humanos por outros seres humanos; no caso dos gays, de uma sociedade ultra conservadora que via qualquer manifestação sexual minimamente fora do padrão como um sério desvio). No caso da gordura, a ciência serve a uma indústria farmacêutica bilionária que lucra os tubos com remédios para emagrecer, além de servir para espalhar um padrão inatingível de beleza e fazer com que todas mulheres, independente de seu tipo físico, considerem seu corpo defeituoso e gastem muito para “consertá-lo”.
Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas obviamente há algumas falhas nessa afirmação de que só gordas podem ser discriminadas numa boa. Isso é verdade, em parte ― não xingar uma gorda, dizem, equivale a incentivá-la para que ela se mantenha gorda (como se ela, além de gorda, fosse burra, e não tenha percebido que é gorda) ―, o problema é que continua sendo socialmente aceitável discriminar todas as outras minorias também. Ah, talvez a pessoa pense duas vezes antes de dizer que “negro, se não faz m**** na entrada, faz na saída”, mas ela ainda conta suas piadinhas de negro, e chama carinhosamente o amigo de negão ou neguinho ― e olhe só como ela não é racista: tem até um amigo negro! A pessoa não só não se considera homofóbica, como usa “viado” como ofensa ou “viadinho” como modo querido de tratar os amigos (héteros), e não vê nada de errado nisso, porque todo mundo no seu meio social faz igual. Ou, se for adolescente, copia a expressão americana e diz “isso é tão gay”. E nem ele nem seus amigos acham que estão sendo preconceituosos contra gays.
E não mencionei outras minorias nos parágrafos anteriores. Até parece que ser ofensivo às mulheres seja socialmente inaceitável! Chamar mulher de histérica continua super comum, assim como, na primeira discordância, perguntar pra moça se ela tá com TPM. Reduzir uma mulher à um naco de carne, ao dedicar-lhe grosserias na rua, continua in entre boa parte dos homens (que, ainda por cima, juram que ela gosta, e que iria se deprimir se não fosse lembrada da sua gostosura). E todo mundo sabe que uma política mulher será avaliada, em primeiro lugar, pela sua aparência e sua vida sexual. Ninguém liga que o Serra seja feio pra chuchu, mas a Dilma ou é uma mocreia (por já ter passado de uma certa idade em que as mulheres são desejáveis sexualmente), ou é uma perua fútil por ter feito cirurgia plástica. Não tem como vencer. Nasceu com vagina, perdeu!
E as pessoas com deficiência física ou mental? Vamos perguntar pra elas como se sentem ao ouvir palavras como aleijado, retardado, débil mental, mongolóide etc ― que são sempre insultos.
E as travestis, então? Em que mundo que elas são socialmente aceitas? Porque no nosso é que não são.
Outro dia, quando eu estava falando de privilégios, um leitor querido disse que a categoria mais discriminada de todas era o ateu. Isso gerou uma pequena discussão na caixa de comentários. É verdade que, numa pesquisa, o ateu recebeu a mesma porcentagem de um usuário de drogas como pessoa altamente repulsiva. E que, num outro levantamento, constatou-se que um ateu não seria eleito presidente do Brasil. Mas essas pesquisas são meio duvidosas, não? Tipo, você consegue imaginar eleger uma travesti presidente? Se até pra eleger uma mulher já é uma dificuldade incrível (e isso que somos a minoria mais maioria, 51% da população!)... Uma leitora respondeu que, apesar do ateu ser claramente discriminado, as pessoas não vêem o seu ateísmo o tempo todo (como veem a cor de um negro, ou a gordura de um gordo) e, portanto, ele sofre menos discriminação que as outras minorias. E mesmo isso depende do ambiente, certo? Por exemplo, tenho uma amiga que é muito religiosa. Ela não fala em religião com a gente, do meio acadêmico, mas um monte de coisa na sua vida gira em torno da sua igreja. No meu meio várias vezes é ela a discriminada, e não eu, que sou assumidamente ateia. Não que no meio acadêmico só existam ateus comunas (achar isso é também ser preconceituoso), mas é que, em geral, a fé de cada um é vista como algo mais privado. Mas pra ser discriminado por ser ateu basta declarar uma vezinha a sua descrença em deus, que você tá marcado pra sempre. Isso aconteceu comigo na escola de inglês onde eu era coordenadora acadêmica. A dona da escola havia perdido a mãe e estava em crise, e alguns professores religiosos a ampararam. Logo ela estava frequentando as celebrações deles, e logo eles tentaram convencê-la que o motivo pela queda da arrecadação da escola era que a coordenadora acadêmica (moizinha!) era ateia. Isso era uma afronta a deus! Era só colocar uma pessoa temente a deus no meu lugar que a escola seria recompensada. Minha chefe soube separar sua fé dos seus negócios, e me manteve na coordenação (e, apesar disso tudo, devo dizer que esses professores religiosos que pediram a minha saída eram muito boa gente. Quer dizer, são. Não matei ninguém).
Mas enfim, o que estou tentando dizer neste texto looongo é que hoje a fatosphere não diz mais que xingar uma gorda é o único tipo de preconceito socialmente aceitável. E eu me arrependo de ter entrado na onda e escrito isso num dos meus textos. Porque chegou-se à conclusão que é besteira competir pra ver qual minoria é mais discriminada. Todas essas que eu mencionei são. Qual delas é mais socialmente discriminada depende, lógico, do meio social em que está inserida. E mesmo que se constate que uma travesti sofra mais discriminação que um gay, ou que uma mulher lésbica negra sofra mais discriminação que uma mulher hétero branca, isso não muda a realidade que todas essas minorias são discriminadas. Nosso objetivo é acabar com todos os precoceitos, e para tanto é imprescindível que as minorias se unam, ao invés de competir entre si. Portanto, é inútil embarcar nessa Olimpíada da Opressão em que se tenta ranquear quem sofre mais. Todos sofrem, inclusive aqueles que discriminam. A sociedade sofre. Preconceito faz mal pra todo mundo.
Ah sim, um adendo: notem que estou falando de minorias. Se alguém vier aqui dizer que quem é mais discriminado hoje em dia é o homem branco hétero de classe média que, tadinho, não tem o seu Dia da Consciência Negra ou seu Dia da Mulher, vou rir na cara. O Dourado do BBB 10 não é discriminado por ser branco e hétero. Ele leva patadas de alguns brothers por ser um podre arrogante. E ainda assim parece ser o favorito do público, que o vê como um portavoz do seu preconceito que (juram eles) não é preconceito. É apenas opinião!
E não mencionei outras minorias nos parágrafos anteriores. Até parece que ser ofensivo às mulheres seja socialmente inaceitável! Chamar mulher de histérica continua super comum, assim como, na primeira discordância, perguntar pra moça se ela tá com TPM. Reduzir uma mulher à um naco de carne, ao dedicar-lhe grosserias na rua, continua in entre boa parte dos homens (que, ainda por cima, juram que ela gosta, e que iria se deprimir se não fosse lembrada da sua gostosura). E todo mundo sabe que uma política mulher será avaliada, em primeiro lugar, pela sua aparência e sua vida sexual. Ninguém liga que o Serra seja feio pra chuchu, mas a Dilma ou é uma mocreia (por já ter passado de uma certa idade em que as mulheres são desejáveis sexualmente), ou é uma perua fútil por ter feito cirurgia plástica. Não tem como vencer. Nasceu com vagina, perdeu!
E as pessoas com deficiência física ou mental? Vamos perguntar pra elas como se sentem ao ouvir palavras como aleijado, retardado, débil mental, mongolóide etc ― que são sempre insultos.
E as travestis, então? Em que mundo que elas são socialmente aceitas? Porque no nosso é que não são.
Outro dia, quando eu estava falando de privilégios, um leitor querido disse que a categoria mais discriminada de todas era o ateu. Isso gerou uma pequena discussão na caixa de comentários. É verdade que, numa pesquisa, o ateu recebeu a mesma porcentagem de um usuário de drogas como pessoa altamente repulsiva. E que, num outro levantamento, constatou-se que um ateu não seria eleito presidente do Brasil. Mas essas pesquisas são meio duvidosas, não? Tipo, você consegue imaginar eleger uma travesti presidente? Se até pra eleger uma mulher já é uma dificuldade incrível (e isso que somos a minoria mais maioria, 51% da população!)... Uma leitora respondeu que, apesar do ateu ser claramente discriminado, as pessoas não vêem o seu ateísmo o tempo todo (como veem a cor de um negro, ou a gordura de um gordo) e, portanto, ele sofre menos discriminação que as outras minorias. E mesmo isso depende do ambiente, certo? Por exemplo, tenho uma amiga que é muito religiosa. Ela não fala em religião com a gente, do meio acadêmico, mas um monte de coisa na sua vida gira em torno da sua igreja. No meu meio várias vezes é ela a discriminada, e não eu, que sou assumidamente ateia. Não que no meio acadêmico só existam ateus comunas (achar isso é também ser preconceituoso), mas é que, em geral, a fé de cada um é vista como algo mais privado. Mas pra ser discriminado por ser ateu basta declarar uma vezinha a sua descrença em deus, que você tá marcado pra sempre. Isso aconteceu comigo na escola de inglês onde eu era coordenadora acadêmica. A dona da escola havia perdido a mãe e estava em crise, e alguns professores religiosos a ampararam. Logo ela estava frequentando as celebrações deles, e logo eles tentaram convencê-la que o motivo pela queda da arrecadação da escola era que a coordenadora acadêmica (moizinha!) era ateia. Isso era uma afronta a deus! Era só colocar uma pessoa temente a deus no meu lugar que a escola seria recompensada. Minha chefe soube separar sua fé dos seus negócios, e me manteve na coordenação (e, apesar disso tudo, devo dizer que esses professores religiosos que pediram a minha saída eram muito boa gente. Quer dizer, são. Não matei ninguém).
Mas enfim, o que estou tentando dizer neste texto looongo é que hoje a fatosphere não diz mais que xingar uma gorda é o único tipo de preconceito socialmente aceitável. E eu me arrependo de ter entrado na onda e escrito isso num dos meus textos. Porque chegou-se à conclusão que é besteira competir pra ver qual minoria é mais discriminada. Todas essas que eu mencionei são. Qual delas é mais socialmente discriminada depende, lógico, do meio social em que está inserida. E mesmo que se constate que uma travesti sofra mais discriminação que um gay, ou que uma mulher lésbica negra sofra mais discriminação que uma mulher hétero branca, isso não muda a realidade que todas essas minorias são discriminadas. Nosso objetivo é acabar com todos os precoceitos, e para tanto é imprescindível que as minorias se unam, ao invés de competir entre si. Portanto, é inútil embarcar nessa Olimpíada da Opressão em que se tenta ranquear quem sofre mais. Todos sofrem, inclusive aqueles que discriminam. A sociedade sofre. Preconceito faz mal pra todo mundo.
Ah sim, um adendo: notem que estou falando de minorias. Se alguém vier aqui dizer que quem é mais discriminado hoje em dia é o homem branco hétero de classe média que, tadinho, não tem o seu Dia da Consciência Negra ou seu Dia da Mulher, vou rir na cara. O Dourado do BBB 10 não é discriminado por ser branco e hétero. Ele leva patadas de alguns brothers por ser um podre arrogante. E ainda assim parece ser o favorito do público, que o vê como um portavoz do seu preconceito que (juram eles) não é preconceito. É apenas opinião!
Não assisto o BBB, mas fiquei sabendo que o tal Dourado deu uma aula outro dia sobre como transar com outro homem que seja aidético faz você pegar AIDS e, por sua vez, como com uma mulher aidética o homem jamais pega. Queria saber como ele acha que homens éteros já morreram de AIDS.
ResponderExcluirJá basta o Brasil não cuidar muito de educação sexual, ainda vem alguem desensinar o pouco que se sabe. A globo deveria, minimamente, censurar este tipo de comentário.
Amei seu post Lola, dia desses estava pensando nisso, como discriminar gordo ainda é bastante aceitável na nossa sociedade, mas também pensei que como toda minoria é discriminada de uma forma ou outra e que não adianta competir para descobrir quem sofre mais, pois ser vítima de preconceito fere a auto-estima da pessoa, machuca de qualquer jeito, não importa de qual grupo você faz parte.
ResponderExcluirRealmente, em vez de competir nessa onde de quem é mais discriminado, a gente deveria se unir pra acabar com todo tipo de preconceito e em qualquer nível, pois isso só atrasa a nossa sociedade, sendo gay, negro, mulher, gordo, deficiente, ateu,entre outros.
Ah, e me dá uma vontade de rir toda vez que eu vejo um homem branco, hétero, de classe média dizendo que sofre preconceito dos outros grupos só por que ele não pode destilar ódio aos outros grupos...coitados né? Eles são os primeiros a acusar os outros grupos de fazerem "ditadura" e "censura" quando pedem por respeito e direito, enquanto na verdade é justamente o homem branco, hétero e de classe média que oprime todo mundo e quer continuar oprimindo. Não tô dizendo que são todos, mas sentir peninha de alguém como esse cara do BBB é ridículo, gente como ele não sofre preconceito, só é tratado mal pelas outras pessoas por ser um baita de um boçal, e é só, preconceito gente como ele não conhece nem a metade.
Jonas
É incrivel quando você fala de minorias discriminadas não toca sequer na minoria mais discriminada e martirizada do planeta, que são os Judeus;que são discriminados por todas essas categorias minoritarias que voce escreve e as que discriminam as suas citadas.
ResponderExcluirSeria um preconceito seu , particular?
Pelo título do seu post, jurava que ia falar de algum preconceito ocorrido nas olimpíadas de inverno, hihihi.
ResponderExcluirEnfim. Concordo com você que é uma bobagem sem tamanho tentar fazer um ranking das minorias mais discriminadas. E também não acho que o fato de você deixar de mencionar os judeus como minoria discriminada signifique que você tenha um preconceito 'particular' contra eles. Claro que eles sofrem preconceito e já sofreram barbaridades, mas é um 'grupo' tão distante da nossa realidade, e também é o tipo de coisa que nós não notamos de cara (como negro, ou gordo), que a discriminação também não é direta, explícita. Por exemplo, tem um judeu no BBB e tres gays (incluindo um travesti). Qual voces acham que é a minoria mais dicutida? A dos gays, claro. Se o loirinho não tivesse falado que é judeu, ninguém nem teria se tocado.
Por fim, não falemos mais em bbb. To com muito ódio das pessoas preferirem o dourado. O cara é um retardado, machista, preconceituoso, intrigueiro, boçal, mal educado... E vai ganhar um milhão e meio.
Quando a gente diz que o povo não sabe votar....
Lolinha o seu texto não poderia ser mais certo, credo, na festinha de aniversário da minha filha, que eu passei uma semana preparando, não pude comer em paz, todo mundo ficava regulando: "ah, cê tá muito gorda, pára de comer, por isso que vc é gorda só cozinha coisas gostosas", dá vontade de não fazer nenhuma festinha.
ResponderExcluirPelo título do seu post, jurava que ia falar de algum preconceito ocorrido nas olimpíadas de inverno, hihihi.
ResponderExcluirEnfim. Concordo com você que é uma bobagem sem tamanho tentar fazer um ranking das minorias mais discriminadas. E também não acho que o fato de você deixar de mencionar os judeus como minoria discriminada signifique que você tenha um preconceito 'particular' contra eles. Claro que eles sofrem preconceito e já sofreram barbaridades, mas é um 'grupo' tão distante da nossa realidade, e também é o tipo de coisa que nós não notamos de cara (como negro, ou gordo), que a discriminação também não é direta, explícita. Por exemplo, tem um judeu no BBB e tres gays (incluindo um travesti). Qual voces acham que é a minoria mais dicutida? A dos gays, claro. Se o loirinho não tivesse falado que é judeu, ninguém nem teria se tocado.
Por fim, não falemos mais em bbb. To com muito ódio das pessoas preferirem o dourado. O cara é um retardado, machista, preconceituoso, intrigueiro, boçal, mal educado... E vai ganhar um milhão e meio.
Quando a gente diz que o povo não sabe votar....
caramba... depois de um texto desse a pessoa se referir a determinado grupo como o "mais discriminado e martirizado do planeta" é demais pra mim...
ResponderExcluirEh mesmo, essa foi a melhor! Depois da lição que a Lola da dizendo que não tem nenhuma importância saber quem é mais discriminado, ja chega logo alguém brigando pelo titulo! Ahahaha!
ResponderExcluirPUTZ, AMEI SEU TEXTO!!!
ResponderExcluirConcordo com tudo.
Eu sou agnóstica( não atéia), mas inexplicavelmente acredito no meu Anjo da Guarda. O que nenhum cristão desse mundo entende, pois ouço" Ora, como vc pode acreditar no seu Anjo sem acreditar no " chefe" dele, que é Deus?? É o que mais escuto, que é incompativel ser agnostica e acreditar em Anjo da Guarda. Mas sou assim, pô, minha fé é essa e fé não se discute- se tem ou não tem!
Gente metida a religiosa que vem com discursinho moralista dizendo " deus não aprova o que vc faz" tbem tenho vontade de mandar pros quintos. Eu não faço mal a ninguem vivo a minha vida e se Deus é tão bom assim , como dizem ser, não ira castigar que tá vivendo a propria vida sem incomodar o vizinho...
Agora, quanto às gordas, vc acertou em cheio. E olha, sou médica, falo as vezes p/ as pacientes que devem perder peso pela saúde, pq elas reclamam do peso, pq elas reclamam que estão com diabetes, pressão alta, então faz parte da minha prescrição mandar perder peso.Mas eu nunca cheguei num amigo ou amiga e falei" vc tá gordo e precisa emagrecer". Só falo nesse assunto quando a pessoa´- ELA MESMA- desebafa que não se sente bem assim, gorda ,aí tento dar uns toques., de resto tem gente que se sente super bem gordinha, qual o problema?? Fala serio, super parabens pelo seu texto. è a primeira vez que leio teu blog e acho que virarei tua fã..risos... beijão
Valéria
Ótimo texto, Lola. As pessoas tem é que se unir pra acabar com todos os preconceitos... Aliás, o que tem de gente que sofre preconceito na carne e ainda assim não se põe no lugar dos outros e pratica esse preconceito velado contra outros grupos não tá no gibi...
ResponderExcluirQuando eu era adolescente eu nem estava gorda ou acima do peso, mas como não era magrinha como as minhas amigas, por causa das "brincadeiras" eu me sentia como uma obesa mórbida... E essas "brincadeiras" muitas vezes vinham de pessoas que sofriam outros preconceitos e nem assim se tocavam que faziam a mesma coisa que tanto lhes incomodava com outras pessoas...
Essa parte então que vc disse sobre preconceito com homem, branco, heterossexual de classe média (e acrescento aqui "católico não praticante") é brilhante...
Pessoalmente eu nunca ouvi nada assim. Mas parece que uma modinha atual na net e no orkut são adolescentes ou jovens mimados, que só porque não conseguem tudo o que querem na vida (quem é que consegue?) ou porque não podem destilar em paz suas piadinhas e opiniões preconceituosas, sem que alguém olhe feio para eles, resolveram que agora esse perfil é que sofre mais preconceito e é acuado pelas minorias...
Já leu alguma coisa assim, Lola? "As mulheres só tem privilégios e estão querendo ainda mais. Querem tirar poder dos homens" "...
Se tiver paciência pra ler besteira, dê uma passeada por certas comunidades masculinas do orkut...
Abração...
Para todo lugar que olhamos vemos pessoas expressando seu preconceito mesmo o minimo que seja. Esse é o Brasil de hoje e desde sempre. Será que houve um tempo em que não havia discriminação?
ResponderExcluirMaas, gostaria de parabenizar pelo maravilhoso blog. :) É sempre ótimo dar um passadinha por aqui.
Muito legal o post. Mas, como a Mariana, meu primeiro pensamento foi: "O que aconteceu lá no Canadá?" hehehe
ResponderExcluirQuanto à questão da obesidade, acho que as estatísticas médicas são sempre muito distorcidas. Deviam separar em duas categorias: obeso-sedentário, obeso-não-sedentário. Aposto que os resultados em termos de saúde seriam muito diferentes. Mas essas estatísticas muitas vezes são bancadas por laboratórios, aí já viu... O problema é que os gordos são tão discriminados que terminam se afastando de uma série de atividades que implicam em cuidados com a saúde: para entrar numa academia de ginástica, por exemplo, vc tem que se submeter a um exame médico com um boçal que pega uma pinça para medir a gordura do teu corpo (!!!) Legal, né? Outro dia dei risada, tinha uma senhora falando na recepção da academia de natação que frequento que ela traria um atestado médico do médico dela, pois achava horrível ter que se submeter ao "gordurômetro"! Pô, tá certa ela! E os médicos então? Uma amiga minha deu entrada no PS com uma crise de asma e o plantonista botou a culpa no excesso de peso (!!!) e queria vender Herbalife. Pode? Agora vê se dá vontade de fazer exercício ou ir em médico se em todo lugar que a pessoa vai ela é chamada de gorda!
Bjs,
Anália
Ai Lola, quero esse tipo de boa gente bem longe de mim...
ResponderExcluirQuanto ao meio acadêmico, acho que depende muito da área também. Aí as maiorias variam. Em artes e comunicação, quase ninguém tem religião. Já direito e teologia, a maioria pelo menos crê em algo. E assim vai.
Já quanto ao BBB, não tenho costume de ver, e esse ano até comecei a acompanhar, mas já tô parando. Não quero ver esse troglodita ganhando, não.
Oi, Lola
ResponderExcluireu sei que vc tem mais o que fazer na vida do que assistir e discutir o BBB aqui com a gente mas, serah que tu podia escrever mais sobre essa possibilidade de um homem branco, hetero, machista, homofobico, com um todo aquele ranco de atraso e preconceito que teoricamente a gente podia ter superado estar em vias de ganhar o BBB? Eu tambem fico pensando o quanto eh desnecessario fazer um rankin de quem eh mais discriminado. Neste BBB tem algo bem interessante onde a menina lesbica assumida. branca, malhada, etc nao ta com a 'opcao' sexual dela escancarada como o Serginho e o homem que eh Drag Queen (Dimmy).Enfim, independente de ter sua 'opcao' sexual escancarada ou nao atraves dos signos do corpo ou vestimenta todos sofrem o mesmo teor de preconceito. Olha, nao vou assistir Precious. Nao do conta na atual circunstancias...to fragil :) mas assisti pela 3th vez a Bastardos Inglorios. To viciada. O unico problema eh meu bb de 19 meses assistindo comigo...ixe.
Beijinhos
Resumindo, preconceito é uma M@#$%...
ResponderExcluirAh, adoro a "atitude" de Betty Ditto
Acho muito engraçado esse mantra que vejo muito aqui: "branco, hetero, classe média". Parece que o máximo é ser "gay, negro e pobre". Vocês não se tocam que há muitos e muitos gays que são racistas, ou que há muitos e muitos negros que odeiam gays e que ser da tão criticada classe média é o sonho da maioria dos pobres ?
ResponderExcluirMudem o discurso!! Critiquem sem usar estereótipos, afinal vocês não vivem acusando os outros de usar estereótipos ?
Lola, já viu isso aqui? http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI120319-15230,00-UM+GORDO+PODE+SER+PRESIDENTE+E+UMA+GORDA.html
ResponderExcluirÉ uma pesquisa de imagem e as gordinhas saem em desvantagem numa disputa presidencial. Com os homens é ao contrário.
Otimo post. Lola. Que a mensagem se espalhe: graduar qual minoria sofre mais ou menos é tão ingenuo quanto briga de irmaos alegando ser o outro o favorito. Que todos se unam para atacar a discriminacao pela raiz.
ResponderExcluirAbraço
Lola,
ResponderExcluirconcordo demais que é uma bobagem sem tamanho medir quem sofre mais discriminação. Mas eu tenho um adendo a fazer. Acho que essa sua lógica só vale se se pensa na sociedade como um todo. E aí,sim, bobagem tal comparação. Mesmo porque não há competição. Não é uma briga de quem sofre mais, né?
Mas eu queria pontuar o viés jurídico da questão. Na questão dos gays, a discriminação é, em certa medida, legitimada pelo próprio estado. No lugar de proteger ou de promover uma espécie de discriminação positiva (como vemos nos casos de negros com as cotas raciais e de mulheres no caso da lei maria da penha, por exemplo), o estado fomenta a discriminação ao negar direitos civis aos homossexuais. Acho que tu mesmo já fez post sobre os direitos civis negados aos gays.
Tá na pauta deste ano, no STF, o julgamento de uma ADPF que propõe uma interpretação extensiva à constituição e ao Código Civil, já que eles falam em união estável como a união de um homem e uma mulher. Assim, casais gays poderiam se casar e já teriam acesso a esses direitos, que giram mais em torno das questões patrimoniais.
Então, pelo viés exclusivamente legal, acredito que, na sociedade brasileira, é sim possível falar de mais ou menos discrminação, já que, ao que me parece, todas as outras minorias estão em condições de igualdade perante a lei (veja que eu estou falando só no caráter abstrato da lei,não estou tratando da efetividade dela).
Em relação às minorias se unirem, acho que é uma visão por demais pollyana. Desculpe amargura, mas hoje acordei com as esperanças e o otimismo enfraquecidos. O BBB e as discussões geradas por ele tão me matando. Infelizmente, sofrer preconceito não imuniza a pessoa a praticá-lo. O que é uma pena e denota uma total falta de reflexão sobre o mundo.
No mais, que bom que tu voltou a postar mais frequentemente e que bom tb que as coisas estão indo bem aí em Fortaleza.
Misericórdia. Que comentário enorme, nem tinha me dado conta...hahahah
ResponderExcluirPara olhodopombo:
ResponderExcluirNão sei se os judeus são a minoria mais discriminada e martirizada do mundo, mas certamente hoje são a minoria mais discriminadora e martirizadora...
Enquanto uma determinada minoria não entende que tem que defender o direito de todas as minorias, sua luta é inócua e vai sempre criar uma nova situação de desigualdade e opressão.
Pessoal, não adianta falar e ficar parado! Votem, votem, votem, que existe chance do Dourado sair sim. Ele está no paredão com dois gays (e muito mais do que isso, duas pessoas inteligentes, coerentes, simpáticas, gente boa, etc etc). Nem que seja uma vez, votem, que faz a diferença. Votem pro Dourado sair!!!
ResponderExcluirwww.globo.com/bbb
alguém aí falou em viés judiciário da coisa... STJ fazendo história e na mesma semana mandando prender governador ladrão E dando direitos a um casal gay (óbvio q a imprensa ignorou o fato do casal gay). Escrevi sobre isso: http://lifeisdrag.blogspot.com/2010/02/nao-que-eu-seja-fa-do-nosso-judiciario.html
ResponderExcluirPreconceito é uma merda e deveria sumir da face da Terra.
Lola boa noite
ResponderExcluirNão sei se você chegou a ver mas ontem na "Revista", que circula todo domingo dentro do jornal O Globo, saiu uma entrevista com um dono de restaurante tailandes que critica esse comportamente contra o gordo. David Zisman ( o dono do restaurante ) foi médico por 36 anos. Durante essa entrevista ele diz uma frase interessante contra essa "política dos magros" : É a utopia de que você vai viver eternamente se comer churrasco de alface.
De qualquer forma esse foi o primeiro texto seu que li, e gostei muito do blog.
Voltarei.
Um abraço
André Pinheiro
Lola, há uma super entrevista de Michael Pollan no Democracy Now! sobre comida, gordura, açúcar, interesses da indústria da alimentação e da indústria farmacêutica. É tão genial que eu nem consigo resumir ;).
ResponderExcluirhttp://www.democracynow.org/2010/2/8/michael_pollan_on_food_rules_an
Pelo título do seu post, jurava que ia falar de algum preconceito ocorrido nas olimpíadas de inverno, hihihi.
ResponderExcluiré, eu também!
achei o texto ótimo, ainda mais por me fazer pensar no quanto eu sou preconceituosa sem saber que sou.
me irrito muito com comentários e atitudes preconceituosos e tudo mais, só que às vezes me pego falando um "nossa, que gay essa roupa", por exemplo, o que me faz pensar que eu dificilmente falaria "nossa, que hétero essa roupa".
minha família sempre teve "suas preferências preconceituosas" com homens gays principalmente e, depois de crescida, percebi o quanto é ruim pra ambas as partes, já que a vítima sofre com o ódio do preconceituoso e este se envenena com sua própria planta de ódio que cultiva com tanto cuidado.
(foi clichê, mas não consegui ilustrar melhor)
há bastante tempo venho abdicando dessa "herança", mas a pior parte, e mais difícil, é arrancar as raízes dos preconceitos que ficam escondidinhas lá longe, no cantinho mais escuro.
Se sofrer algum tipo de preconceito imunizasse automaticamente contra ser preconceituoso, não ia existir mais preconceito no mundo, porque todo ser humano já foi discriminado por alguma coisa. Uns mais, outros menos, mas, como diz o texto, que importa a graduação nesse caso?
ResponderExcluirLola,
ResponderExcluirRealmente acho ridículo qdo alguém fala que se é gordo por preguiça, e portanto, a gordura deve mesmo ser "extraída"...é preconceito, sim! Estamos no "szeisgaist" do culto ao corpo, daí o q sobra para nós gordinhos? Ah, aprendi o q é fatosphere q não ssabia, adoro esse blog!!!
Lolinha, saudade de ler seus posts...
ResponderExcluirentao, acho que nos somos preconceituosos diariamente, somos na cara de todo mundo e fazemos as tais piadinhas toda vez que estmaos num grupo onde aquela piada e socialmente aceitavel...
mesmo gente amiga que conheco e decente por exemplo mudava toda vez que estava no grupo dos amigos engenheiros da facul entrava na onda de falar "putz que gay isso" que gay aquilo...
aqui na suecia os brasileiros ficam de cabelo em pe se ouvem dizer que algum sueco foi chato ou se disse algo preconceituoso contra algum brasileiro (nao que eu conheca casos, mas e uma ideia) mas eles mesmos podem falar dos homens bombas, das mulheres do lenco, de todos os outros que nao esta no grupo naquele momento entende?
acho que ser preconceituoso revela tao facilmente o nosso medinho... o como precisamos nos sentir parte de alguma coisa.. de um grupo maior e sermos queridos, nao sermos os gordos, nem os negros, nem as feias, nem ninguem que nao seja exatamente amado...
e uma fraqueza nojenta da qual me envergonho toda vez que me pego sentindo algo assim.
Lola, outra cousa:
ResponderExcluireu andei sumida, com enjoos terribles e nauseas etc... (ce sabe o que isso e sinal ne?) alias ando com, mas hj to melhorzinha que so!
entao... vi tempo atras do 4o. concurso e vc falou de selinho, mas nao achei o selinho para divulgar no blog ainda...
eu tenho um post prontinho na cabeca pra por no concurso, mas nao me senti disposta suficiente pra escrever... vou tentar ainda enviar... e se tiver selinho ce nao podia publicar pra gente divulgar por la?
beijocas
PS: também preciso me policiar mais, porque vez ou outra me pego falando de gays.. essas coisas do tipo 'nossa, que coisa gay'.. ou 'aquele juiz viadinho tá roubando pro sp'... Logo eu, que sou totalmente a favor dos direitos homossexuais.
ResponderExcluirÉ o (péssimo) hábito que preciso e quero me livrar.
Poxa, Gostaria muito que vc fizesse um post CONTRA o Marcelo Dourado do BBB. Ele parece ser um dos favoritos do público, mas isso é um absurdo levando-se em consideração sua homofobia e misoginia. Alguém que já explicitou que fora da casa sua forma de resolver problemas é através da violência física e que propaga informações potencialmente prejudiciais a respeito da prevenção da aids não merece NUNCA ganhar 1,5 milhão.
ResponderExcluirsem noção, gente.
ResponderExcluirO dourado ameaçou a angélica esses dias, dizendo que se ela fosse homem, teria quebrado o dedo dela e ela ia parar no hospital, porque ele resolve as coisas na porrada. Claro que a globo não divulgou, porque eles já construiram o 'douradinho paz e amor' e os bocós estão amando.
Disk tem um blogueiro oferecendo 50 mil reais pra quem votar no dourado e mandar um email pra ele (ele vai dividir o prêmio). Se é verdade eu não sei, mas saiu até no site da uol.
Puxa, esse texto me serviu muito para não cair nesse engodo de apontar quem é mais oprimido. Vivo caindo nisso, alguém cita uma situação eu falo da mulher, pobre, negra, mãe solteira... E o que acaba acontecendo é que a discussão não evolui mais.
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