Gente, fui ao psiquiatra! Primeira vez na vida. Na verdade, não tenho grandes problemas, mas faltavam dois dos quatorze exames médicos necessários pra admissão na UFC (e eu fico torcendo muito, muito pra que nenhum tenha perdido a validade). Semana passada eu fui ao dermatologista, que me atendeu em dez minutos (consulta social: 100 reais), mas pelo menos teve a oportunidade de me ver de sutiã. E eu ainda esqueci de perguntar pra ele sobre as minhas olheiras! Vocês devem ter reparado que não falei nada dos meus outros exames, exceto do raio x que revelou “degenerações na coluna”, e minhas costas passaram a doer no momento que abri aquele envelope. Mas, então, por que eu falaria da minha consulta psiquiátrica? Ah, porque foi interessante. E porque o psiquiatra era lindo! Não gosto de homem de barba, mas pra esse eu abria uma exceção.
Vou contar tudo que conversamos, pois imagino que sigilo profissional entre médico e paciente só se refere ao médico, certo? Mas antes, preciso dizer que, ao contrário do maridão, não tenho o menor preconceito contra psicólogos e psiquiatras. Atenção, fãs do maridão, ouviram? Ele é ridiculamente preconceituoso contra “problemas da mente”. Mas eu não. Aliás, eu fiz um semestre de terapia em grupo em 2007, e adorei. Faria de novo com o maior prazer. Foi pelo SUS. Como na época eu estava fazendo reeducação alimentar (posso falar nisso em outro post, se quiserem), eu recebia mais atenção médica que o normal. E a médica disse que, se eu quisesse fazer terapia pra tratar meu vício de chocolate (sério mesmo), ela me dava um atestado. E eu pensei, por que não? Só que tinha fila de espera pra entrar na fila de espera! Mas em dezembro de 2006 surgiu a possibilidade. Apareci no posto de saúde perto de casa para fazer a triagem. E lá quase desisti, porque vi que as pessoas tinham problemas de verdade, como depressão, tentativas de suicídio, compulsões diversas, alcoolismo, ao invés de uma frescurinha como a minha. Me senti mal ocupando o lugar de algum paciente que pudesse precisar de terapia muito mais do que eu. Porque eu acho que se beneficiar de terapia, todo mundo se beneficia. É algo que só pode fazer bem, a meu ver. Mas precisar, precisar mesmo, bom, tem gente que precisa mais. E lógico que o pessoal ia contando suas histórias na triagem e eu ia chorando. Se eu choro em filme, não vou me emocionar com dramas ao vivo? Eu realmente torci pra que aquelas pessoas ficassem bem.
Mas me encaminharam pra um grupo que, de acordo com a psicóloga, teria mais a ver com o meu nível sócio-econômico. E na hora eu disse: “Não, pra mim tanto faz, não faz diferença”, mas faz sim. É mais fácil conversar com gente com um perfil similar ao seu. Queimam-se etapas. Nesse grupo em que entrei havia quatro homens e uma mulher que já se reuniam faz tempo. Todos muito simpáticos e que me acolheram hiper bem. Em poucas semanas a gente já tava jogando pôquer aqui em casa (aproveitando que alguns moravam perto). Uma amiga achou esquisito e disse: “Ah, só você mesmo, Lolinha, que vai fazer terapia pra fazer amigos!”. Mas não entendo o que há de errado em unir o útil ao agradável. Se bem que tanto a terapia quanto a parte dos novos amigos entrava na categoria do agradável. Eles diziam que eu deixava as sessões mais leves e os fazia rir.
As duas psicólogas que tivemos (uma de cada vez) eram excelentes, cada qual ao seu modo. Havia também uma terapeuta ocupacional que era meiga e boa pessoa, mas... Ahn, ela era crente e várias vezes suas intervenções caíam no campo da auto ajuda e do “aceite o Senhor e salve-se”. Felizmente ela falava bem pouquinho.
Não posso nem reclamar. Como já disse, eu adorei fazer terapia. E foi muito triste ter que abandoná-la pra viajar pra Detroit. Quando voltei, um ano depois, o grupo já não existia mais e eu teria que entrar em outra fila de espera pra participar de um outro grupo. Desisti.
Mas gosto tanto de terapia que, há uns quinze anos, considerei cursar Psicologia. Cheguei a ir a uma faculdade particular (em Joinville não há curso público de Psicologia) pra ver a grade curricular. A inclusão de matérias como Anatomia e Biologia Química ou algo do gênero me desmotivou.
Opa! Enrolei, enrolei e não contei nada sobre minha conversa com o psiquiatra de ontem. Conto depois. Mas fiquem com uma prévia: perguntei pra ele se os psiquiatras podiam atender os pacientes terapeuticamente, e ele disse que sim, que basicamente os psiquiatras podem fazer quase tudo que os psicólogos fazem (menos aplicar testes de QI, segundo ele), mas que os psicólogos não podem prescrever receitas. Ele continuou que é raro um psiquiatra tratar um paciente com terapia porque medicamentos costumam ter efeito mais rápido, e porque a hora de um psiquiatra é mais cara que a de um psicólogo. Ficaria caro demais pra um paciente fazer terapia com um psiquiatra, ao invés de com um psicólogo. Aí eu pensei cá com os meus botões se essa discrepância salarial não ajuda a explicar o fato da maior parte dos psicólogos ser mulher. Imagino, não sei, que entre os psiquiatras o negócio esteja mais equilibrado entre homens e mulheres. Será que Psicologia, assim como Pedagogia e Letras e Nutrição, não seriam profissões reservadas a mulheres justamente por que paga-se menos? E aí fazemos a pergunta Tostines: psicólogas ganham menos por serem mulheres ou mulheres são psicólogas por “poderem” ganhar menos, já que a sociedade continua vendo os homens como provedores da família?
Votem no Terceiro Concurso de Blogueiras! Leiam os posts sobre maternidade e escolham o seu favorito.
Mas me encaminharam pra um grupo que, de acordo com a psicóloga, teria mais a ver com o meu nível sócio-econômico. E na hora eu disse: “Não, pra mim tanto faz, não faz diferença”, mas faz sim. É mais fácil conversar com gente com um perfil similar ao seu. Queimam-se etapas. Nesse grupo em que entrei havia quatro homens e uma mulher que já se reuniam faz tempo. Todos muito simpáticos e que me acolheram hiper bem. Em poucas semanas a gente já tava jogando pôquer aqui em casa (aproveitando que alguns moravam perto). Uma amiga achou esquisito e disse: “Ah, só você mesmo, Lolinha, que vai fazer terapia pra fazer amigos!”. Mas não entendo o que há de errado em unir o útil ao agradável. Se bem que tanto a terapia quanto a parte dos novos amigos entrava na categoria do agradável. Eles diziam que eu deixava as sessões mais leves e os fazia rir.
As duas psicólogas que tivemos (uma de cada vez) eram excelentes, cada qual ao seu modo. Havia também uma terapeuta ocupacional que era meiga e boa pessoa, mas... Ahn, ela era crente e várias vezes suas intervenções caíam no campo da auto ajuda e do “aceite o Senhor e salve-se”. Felizmente ela falava bem pouquinho.
Não posso nem reclamar. Como já disse, eu adorei fazer terapia. E foi muito triste ter que abandoná-la pra viajar pra Detroit. Quando voltei, um ano depois, o grupo já não existia mais e eu teria que entrar em outra fila de espera pra participar de um outro grupo. Desisti.
Mas gosto tanto de terapia que, há uns quinze anos, considerei cursar Psicologia. Cheguei a ir a uma faculdade particular (em Joinville não há curso público de Psicologia) pra ver a grade curricular. A inclusão de matérias como Anatomia e Biologia Química ou algo do gênero me desmotivou.
Opa! Enrolei, enrolei e não contei nada sobre minha conversa com o psiquiatra de ontem. Conto depois. Mas fiquem com uma prévia: perguntei pra ele se os psiquiatras podiam atender os pacientes terapeuticamente, e ele disse que sim, que basicamente os psiquiatras podem fazer quase tudo que os psicólogos fazem (menos aplicar testes de QI, segundo ele), mas que os psicólogos não podem prescrever receitas. Ele continuou que é raro um psiquiatra tratar um paciente com terapia porque medicamentos costumam ter efeito mais rápido, e porque a hora de um psiquiatra é mais cara que a de um psicólogo. Ficaria caro demais pra um paciente fazer terapia com um psiquiatra, ao invés de com um psicólogo. Aí eu pensei cá com os meus botões se essa discrepância salarial não ajuda a explicar o fato da maior parte dos psicólogos ser mulher. Imagino, não sei, que entre os psiquiatras o negócio esteja mais equilibrado entre homens e mulheres. Será que Psicologia, assim como Pedagogia e Letras e Nutrição, não seriam profissões reservadas a mulheres justamente por que paga-se menos? E aí fazemos a pergunta Tostines: psicólogas ganham menos por serem mulheres ou mulheres são psicólogas por “poderem” ganhar menos, já que a sociedade continua vendo os homens como provedores da família?
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Ei, Lola! Oi, gente!
ResponderExcluirNa verdade, eu acho que psicólogos ganham menos que psiquiatras não por serem mulheres (mesmo que a maioria seja mulher mesmo), mas por causa de outro preconceito: de que psicologia não é ciência.
Ah... A ciência... Só ela é confiável. E médicos então? Médicos são deuses e por isso podem nos fazer esperar horas pra nos atender e cobrar uma fortuna porque, afinal, precisamos deles.
Acho que outro motivo é porque a gente vai no psiquiatra uma vez, pega o remédio e vai no máximo quando precisa de outra receita do remédio. No psicólogo (a maioria) a gente vai uma vez por semana.
Outro motivo: psiquiatras atendem por plano de saúde, que paga pouco, então eles cobram mais dos pacientes particulares pra equilibrar as contas.
Eu faço terapia (análise) há um ano e tem sido fundamental para mim. Meu namorado também tem preconceito e diz que é coisa da modernidade. Acho que ele vê terapia como se fosse livros de auto-ajuda, sabe? Ou como se a psicóloga fosse uma amiga que fica consolando e dando conselhos. E não é. (Aliás, confesso que eu tenho preconceito com livros de auto-ajuda, acho que me tratam como idiota, não consigo ler).
Bom... Quando você falar da sua consulta, eu falo mais da minha. Hehe...
Beijo!
que legal esse post!
ResponderExcluirbom, eu acredito que a psicologia se aproxima muito mais da filosofia do que da medicina, e a psiquiatria muito mais da medicina (dããã) do que da filosofia. eu ia usar esse argumento pra justificar a predominância feminina, mas lembrei que no curso de filosofia há tantos homens quanto mulheres, se não mais, então minha teoria caiu por terra.
acho que a profissão de psicóloga ainda está muito associada a "ouvir problemas", "confortar", etc, características tidas como femininas. e tem um outro detalhe: pra exercer a profissão, um psicólogo TEM que fazer terapia pessoal, e homem geralmente foge disso (vide maridão), alegando que imagina, não tem problema nenhum, não precisa de terapia. APESAR que acho q psiquiatra também precisa fazer terapia. droga!
acho estranho isso do psiquiatra poder fazer psicoterapia nos pacientes. porque 5 anos do curso são de medicina, certo? e aí tem a residência, ou especialização, não sei, que deve girar em torno de 2 anos. como uma pessoa vira psicoterapeuta em dois anos? se tiver algum psiquiatra aí, me explique, porque eu, sinceramente, não entendo. conheço psiquiatras que fazem trabalhos próximos à psicoterapia (excelentes, aliás), mas estes fizeram, além da faculdade, um bom curso de psicanálise.
enfim, tenho um pouco de preconceito, sim, de terapia com psiquiatra - de maneira nenhuma desmerecendo o trabalho deles, que é essencial no caso de desordens mentais orgânicas, depressões graves, etc.
ah, e sobre os preços, não sei se tostines vende mais porque é fresquinha ou é fresquinha porque vende mais. a hora do psicólogo não pode se comparar com a do psiquiatra justamente porque o tratamento é longo, geralmente envolvendo anos - ao contrário do psiquiatra, que costuma receitar remédios e marcar alguns retornos pra ver se tá tudo bem. imagina a pessoa pagar 200 reais a sessão semanal do psicólogo por três anos, o rombo que vai dar... hehe...
Lola,
ResponderExcluiro problema da remuneração do psicólogo está mais ligado a uma relação de demanda X oferta.
Formam-se muitos profissionais para uma demanda(considerando as pessoas que possam pagar uma terapia) menor. E ainda há a questão de restrição a entrada. É uma carreira que a pessoa ganha pacientes por indicação, as pessoas demoram a se estabelecer e não há espaço para todos.
Acho que em relação aos psiquiatras, são formações diferentes, com focos diferentes. E não são todos os psiquiatras que veem a terapia como algo sério.
De qualquer forma, não acho que necessariamente as carreiras se tornam masculinas ou femininas de acordo com a remuneração. A divisão também leva em consideração os campos de conhecimento envolvidos.
E a divisão da remuneração das carreiras pode ser vista de outra forma, mais objetiva:
- cuida de gente, paga mal;
- cuida de patrimônio, paga bem.
L. Archilla,
ResponderExcluirdependendo de quanto renomado for o terapeuta, a consulta passa muito de 200 reais.
Agora, se estiver em início de carreira, aceitará 50 reais por sessão.
Oie, não acho que a carreira de psi tenha menor remuneração por ter muitas mulheres não. É pq psiquiatria é medicina, ciência. Como disse a Fernanda. Tudo que se aproxima do filosofico, do pensar, é mal pago. Tudo que se aproxima da ciencia e tecnologia é mais bem pago. Engenharia, medicina e etc.
ResponderExcluirBruno, não sei em que cidade você vive, mas aqui no interior de SP, a consulta com um terapeuta renomado gira em torno de 200 reais. no entanto, são pouquíssimos os terapeutas que cobram esse valor, a grande maioria cobra em torno de 50. e não são recém-formados. já um psiquiatra particular, dificilmente cobra menos que 150.
ResponderExcluirAqui em Recife, há psiquiatras que oferecem terapias a preços muito aproximados dos psicólogos. Mas como são em menor quantidade (os psiquiatras que também são terapeutas), seus consultórios estão sempre lotados e é muito difícil conseguir uma vaga. A impressão que tenho, inclusive pelo depoimento de uma amiga que é pscicóloga, é que a terapia com psiquiatra é o melhor para algumas pessoas em determinadas situações (ou traumas, sei lá como chamam), bem como análise é indicado para certas pessoas. E são diferentes: psiquiatra, psicólogo e quem ministra (?) a análise. Dentre os psicólogos tem ainda várias linhas: método centrado no paciente, método centrado no problema, um catacau de coisas...
ResponderExcluirHá uns 5 anos, desde que meu pai quase morre de um AVC, minha mãe, uma vez ao mês (cota do plano de saúde), vai a uma psiquiatra, e esta sempre recomenda a terapia (c/ela mesma), pois medicamentos tratam os sintomas apenas e não as causas. Só que, com o preço dos antidepressivos, além dos remédios para osteoporose de que precisa, não há condição, dá quase 300 pilas ao mês. Mas acho que mamy precisa mesmo, pois não concebe a vida sem meu pai. Ela é dona de casa, sempre viveu em função dos filhos e hj todos já saíram de casa. Aos 64 anos, recomeçar sozinha, sem meu pai, seria uma paulada e tanto na cabeça. Me preocupo muuuuito...
Lola, depois te mando um e-mail com o texto melhorado sobre meu trauma capilar... Acho que sábado passo a tesoura nas madeixas, e aí acrescento as primeiras impressões do novo mundo.
PSICOLOGIA É CIENCIA!
ResponderExcluirisso é insuportável!!! Eu fico estudando no minimo 5 anos, pra ouvir pessoas falando que não é ciência.
Pois é sim e já foi provado.
Também não entendo como um psiquiatra sem ter feito um curso pode fazer psicoterapia.
viajou legal nessa do salário.
ResponderExcluirOlá, Lolíssima
ResponderExcluirO que se esperar da sociedade comum, se alguns profissionais da área têm preconceito??? Portanto, seguimos lutando com contra isso. Então concordo muito com a Fernanda e Aline.
Agora Lolíssima, estou em estado de graça, uma metade minha vem pra casa, passar o natal. Oba!!!!!
Lola, você viu o resultado do provão de medicina de São Paulo??? (esses são os deuses!) Comenta...
É isso...
Beijos e boa quinta.
lola, acho q vc vai gostar deste podcast em q gloria steiner reflete sobre o movimento feminista. http://minnesota.publicradio.org/display/web/2009/11/27/midmorning1/
ResponderExcluirEu fiz duas sessões de terapia com um psiquiatra, médico portanto, e adorei. Só que passei o equivalente a 50% do tempo com ele perguntando sobre essa opção na carreira, e sobre a formação dele, do que falando de mim. E também perdi um pouco de tempo contando umas crônicas do Analista de Bagé. Não entendo como qualquer tipo de terapeuta possa atuar sem ter lido O Analista de Bagé! Bem, ele riu, eu ri, tive um insight meio traumático sobre minha infância e desisti - por causa da covardia em querer me conhecer melhor e também por causa do preço: eram uns R$ 100a sessão. E ele disse que eu poderia precisar de mais de uma sessão por um tempo! A Louca! Daí virei nisso.
ResponderExcluirOi, Lola
ResponderExcluirSabe o paradoxo da terapia: quem mais precisa não admite que precisa. E quando a gente admite que precisa, é sinal de que já está caminhando bem... aí faz terapia quem tá melhor... vixe, ficou ruim isso, né? Entenderam? Deixa pra lá.
Eu adoro terapia (tô nem aí pro debate é/não é ciência, enquanto eles decidem, vou me tratando...) Só interrompi a minha porque fazia com uma psicóloga particular e entrei em controle de gastos quando decidimos nos organizar para comprar nossa casa. Depois veio um monte de outras despesas e acabei não voltando ainda. Mas em 2010 quero voltar. Como falei lá no blog, estou decidida a gastar mais comigo/família e com o lazer do que com "coisas", se é que vocês me entendem. Então se tiver de cortar despesas, vou comprar menos, mas vou retomar a terapia porque realmente me faz um bem enorme. Tenho zero preconceito e lamento muito a resistência de algumas pessoas que tanto se beneficiariam de um papinho bom com um bom terapeuta... Atualmente, o blog é meu divã, mas é claro que, por mais que eu tenha a intenção de me mostrar em palavras, nada se compara à entrega de uma sessão com um bom terapeuta. Sempre me surpreendo com o poder daquelas conversas. É tudo, digamos assim, muito doido.
Off: o concurso de blogueiras tem gerado interações deliciosas, você tá vendo?
Bjs!
Vamos por partes como diria jack:
ResponderExcluircomo assim 100 reais por uma consulta social? Achei caro!
quero detalhes do psiquiatra barbudo...sei que foto não dá para postar, mas achei incrível vc ter essa sorte de "pegar" justo um psquiatra lindo" kkkkkk
Claro que queremos o post sobre reeducação alimentar
e por fim:
"Será que Psicologia, assim como Pedagogia e Letras e Nutrição, não seriam profissões reservadas a mulheres justamente por que paga-se menos?"
em breve nem essas profissões serão reservadas a mulheres, não é mesmo? Já que com os homens ficando cada vez mais com a função de provedor, as mulheres poderão OPTAR cada vez mais por serem donas de casa. Em breve, a gente chega no final do século XIX!
Ah Lola, eu sempre fico envergonhada de comentar no seu bloguinho, principalmente quando eu leio os comentários dos outros - aí chego a conclusão que não tenho nada de novo a acrescentar e só vou repetir o mesmo que todo mundo falou (por isso dessa vez não li nenhum outro comentário, hehe). Sou tímida mesmo, ao extremo! Mas hoje quero comentar coisinhas pequenas.
ResponderExcluirEu sou estudante de psicologia, estou na metade do curso...
Eu nunca fui pra fora do país, mas pelo que meus professores comentam esse preconceito do homem com a psicologia é uma coisa bem própria do brasileiro.
A psicologia foi fundamentada em teorias de grandes HOMENS... Freud, Breuer, Lacan, Piaget, Vigotsky, Charcot, são os que eu me lembro agora... quase não se ouvem nomes femininos nessa época em que surgiu a psicologia.
Dizem meus professores, que lá no exterior as salas de psicologia são bem equilibradas entre homens e mulheres...
Mas antigamente era uma área dominantemente masculina, claro... até porque poucas mulheres podiam estudar
Mais um comentário rápido: os psiquiatras não podem aplicar NENHUM teste psicológico!! E muitos tem uma certa invejinha disso...
E fazer terapia... ok! ele pode né? Mas sei lá, você prefere fazer terapia com um psicólogo que estudou 5 anos pra entender a teoria a fundo ou com um psiquiatra? Afinal, ele mesmo diz que o remédio age bem mais rápido... ou seja, ele diz aplicar a terapia, mas já começa negando a eficácia dela??
E fato é que, as vezes, o remédio nem mesmo é o melhor caminho. Mas a gente também estuda farmacologia na faculdade pra não ser totalmente leigo no assunto...
Ah Lola, eu leio seu blog desde o comecinho aqui no blogger, nem lembro mais como eu descobri ele. Desculpa demorar tanto pra fazer meu primeiro comentário, mas sou leitora diária e te agradeço demaaais mesmo, porque você me ensinou muuito desde que "te conheci"... realmente me mudou e me tornou uma pessoa de opinião mais forte!
Obrigadão Lola!
Beijo!
Lola querida,
ResponderExcluirquando vi essa primeira foto deste post, essa do divã, imaginei uma barra de chocolate, será impressão minha? É uma mensagem subliminar de uma chocólotra...
rsrsrs e bj!
sheila
Ué. Achei que você terminou o post e não falou sobre a consulta. Afinal vocês só falaram sobre a diferença entre psicólogo e psiquiatra, ou a gente não pode saber o que ele disse, hehe?
ResponderExcluirEu estou fazendo "terapia em grupo" como pré requisito para a cirurgia bariátrica. Eu acho meio bobo e engraçado ao mesmo tempo. A sessão "Quem mexeu no meu queijo" foi legalzinha, mas a "Eu sou uma pipoca", ou melhor "Eu sou um piruá" foi trash.
Eu tive uma aluna psicóloga (tive várias, mas essa foi mais interessante) que disse que os psicológos não ficam analisando todas as pessoas que veem pela frente. Que eles tmabém são pessoas normais, mas não teve jeito, todos os outros alunos ficaram perguntando se ela achava que eles eram normais, etc e tal. A minha psicóloga demonstra "na cara" o que ela acha e depois eu fico contando a Giovanni: -Essa pergunta eu acertei, aquela era pra eu ter dito assim e disse assaado, era para eu não ter dito aquilo se não ela vai pensar acolá...
Ah, minha aluna psicóloga também disse que eles não leem mente...
Eu apoio o CM, como sempre. Meus psicólogos são os amigos de botequim e funciona muito bem, obrigado.
ResponderExcluirEm geral eu não gosto de médicos. Eles são como mecânicos de automóvel, sempre encontram um defeito.
Por causa do acidente doméstico tive que fazer uma cirurgia no braço e tomei pau no risco cirúrgico. "Acharam" um problema no meu coração, na válvula mitral - eu nem sabia que tinha esse troço.
Feita a cirurgia, fui no cardiologista e ele me pediu uns 278628431357 exames!
Gostei muito desse tópico...me identifiquei pra caramba com muitas coisas que vc falou. Nunca entendi direito o por que tantas pessoas escondem que fazem terapia e tem um pavor absurdo de que alguém descubra!!!Eu sempre fui vista meio que igual a um Et no meu ambiente de trabalho...pois nunca fiz segredo disso...pelo contrário...sempre fiz muitas piadas. Acho que na realidade as pessoas estão fugindo tanto de si mesma que se assustam com a idéia de se olhar um pouquinho no espelho. E viva a terapia...ehehehe!!!
ResponderExcluirGrande abraço
Caro Masegui, por acaso o senhor também tem prolapso na válvula mitral? Bem-vindo ao clube. Meu CM tem, minha colega de trabalho e mais uma meia dúzia.
ResponderExcluirque tentação responder ao seu post comentando que mais mulheres tendem à Psicologia porque têm maior propensão a ouvir e ao diálogo... e que os homens buscam mais objetivamente os resultados mas...
ResponderExcluir(particularmente, acho que acelerar o processo com medicamento nem sempre é uma boa. Vc trata os sintomas mas não chega racionalmente nas causas dos problemas: ao parar a medicação, a coisa volta.Bom, esta é uma opinião a parte do que eu ia dizer)
... ultimamente, e também em especial depois que comecei a ler o seu blog, toda a vez que vou fazer algum comentário que envolva especificidades/características das pessoas em relação a gênero, eu paro e penso.
Só queria deixar registrado que o que você escreve colabora para as pessoas pensarem, e eu sei que é isso mesmo que vc espera. Então ficam como um feedback esses bastidores do meu comentário.
Acho que as mulheres aprenderam que elas gostam de ouvir e de dialogar, e os homens aprendeream que eles têm que ser objetivos, que eles são racionais, e não passionais e conversadeiros como as mulheres, esses belos seres chorosos menstruativos. E assim a Psicologia acaba ganhando mais adeptas.
Assim, Lola, Medicina é um problemas...
ResponderExcluirOs médicos gostam de disputar espaço com farmacêuticos, fisioterapeutas, biomedicos, psicólogos... Enfim... É uma categoria profissional cheia de prestígio, com poder e representação no Congresso Nacional... ...de forma que eles conseguem estabelecer, por meio de leis, hierarquia entre outros profissionais da saúde, roubando o espaço deles e, consequentemente, ganhando mais dinheiro e poder e áreas de atuação...
Agora, se estimula sim as mulheres a se entregarem à carreiras com menos prestígio e salário mais baixo. Isso é tão incutido nas nossas cabeças que muitas mulheres nem querem imaginar que ganham mais que os maridos! Pois isso seria uma vergonha!
Fora que às mulheres é dada uma educação para que se comportem de forma submissa e humilde perante homens, elas tem mais responsabilidades como a criação dos pivetes, cuidar dos pais na velhice, de parentes enfermos e da casa, some-se a isto tudo o preconceito geral contra mulheres - criaturas mais fúteis, fofoqueiras, que não são muito racionais, que são emotivas, traiçoeiras - e o resultado é que dificilmente uma mulher obterá reconhecimento pelo seu trabalho e oportunidade para chegar a uma posição de comando no seu trabalho.
Olá, Lola!
ResponderExcluirSempre leio seu blog e não comento. Hoje resolvi que vai ser diferente porque sou psicóloga e fiquei extremamente irritada com a explicação do psiquiatra.
Em linhas gerais, se o psiquiatra acha que remédio faz efeito mais rápido que terapia ele não pode ser terapeuta porque ele simplesmente não sabe do que se trata.
Lola, eu também acho que todo mundo pode se beneficiar de terapia, uns mais outros menos. Depois da morta da minha mãe, parei de crescer e me desenvolver e o pediatra disse ao meu pai que eu deveria fazer terapia. Mas o ignorante, naquela época, achava que terapia era coisa pra gente louca e não me levou. Como teria me ajudado! Fiz terapia por 7 meses há uns cinco anos e só tenho coisas boas para dizer a respeito - me fez muito bem e amadureci bastante.
ResponderExcluirAh, morri de rir da história de homem de barba - também não curto, mas o Tim Roth fica irresistível de barba... ;)
p.s.: a psicologa q nao consegui ($$$) continuar vendo no rio cobrava R$200 a consulta semanal de 50 min. será q psiquiatras no rio cobram mais ainda? ou depende do nível em q os profissionais estão individualmente?
ResponderExcluirOlá Lola, tudo bem? Sou uma leitora do seu blog há pouco tempo, nunca fiz nenhum comentário, mas agora me sinto praticamente na "obrigação" de escrever algo.
ResponderExcluirSou finalista do curso de psicologia, e acho que posso esclarecer um pouquinho melhor sobre essa questão de salário, psicologia, ciência, terapia e mulheres.
Não sei dizer com detalhes, mas uma parte é: a psicologia veio para o Brasil junto a pedagogia – que tem como marco a educação que aqui no Brasil a predominância é de mulheres – e por isso a psicologia aqui é um curso cuja predominância é de mulheres. Mas fora do Brasil não há essa discrepância, pelo contrário, há mais homens do que mulheres nos cursos.
E o salário não tem nada a ver os profissionais serem mulheres ou homens, mas com a nossa história, nossos valores e construção de verdades. A medicina se firma como verdade absoluta e detentora do saber - que toda a sociedade legitima – e devido a sua “grande importancia”, (não estou querendo dizer que não seja importante, mas um mundo não se faz só de médicos) e valorização, os médicos ganham mais. Assim como o direito – profissão também antiga e bem elitizada – tem salários bem altos.
Só para você ter idéia, meu curso é integral, são 5 anos, se não me engano é a segunda maior carga horária (só perde para medicina) e os psiquiatras dizem que também podem fazer terapia. Ok, o trabalho deles é fundamental, mas são coisas bem diferentes, BEM mesmo. A psicologia não é uma só, ela se constitui por ser uma "colcha de retalhos". Estudamos muitas coisas de diferentes áreas: biologia, antropologia, filosofia, estatística, etologia, sociologia... bla bla bla... Mas não nos firmamos como detentores de nada, pelo contrário, necessitamos o tempo todo de muitos outros profissionais – achamos o ser humano complexo demais para poder ser compreendido somente por uma área.
Sem falar que a característica fundamental, a meu ver, que diferencia a psiquiatria da psicologia é a própria constituição de sujeito. Uma vê o homem como ser social, cultural, histórico, político, biológico, econômico... Em que as questões não são resolvidas apenas (ou predominantemente) com medicamentos (que tem os seus riscos), mas que dizem respeito à história tanto individual, quanto da sociedade.
E a outra, vê comportamentos – geralmente bem individualizados – como reflexo de mecanismos fisiológicos e internos.
Claro, há ótimos psiquiatras que consideram e estudam diferentes coisas, mas o que afirmo aqui é com relação a grade da maioria dos cursos.
Poderia aqui, falar milhares de coisas tanto sobre a história da psicologia e da medicina (ah, psicologia é ciência sim, mas o curso não pretende ser uma unidade e muitos psi acreditam em maneiras diferentes de se fazer ciência), mas acho que já escrevi bastante e espero ter ajudado.
Beijos e adoro o seu blog.
Outra coisa extremamente importante é que a psicologia não faz só terapia clínica e individual, mas tem atuado (este é um movimento recente) em políticas públicas, como psicólogo institucional, escolar, (NÃO faz atendimentos na escola), hospitalar, em presídios, com saúde do trabalhador e vários outros campos de atuação, se propondo sempre a modificar os espaços e promover análises COLETIVAS. Ou seja, sempre oposta a noção de indivíduo.
ResponderExcluirMas háááá o engraçado é que nestes campos "pouco lights", nenhuma outra área (seja biomédicas ou humanas) se arrisca!
Onde o resultado não é exato e não é possível ficar sabendo o que o como ocorre a relação (atendimento individual), acredito não ser tão difícil outras pessoal tentarem fazer.
beijos
Oi Lola! Gostei muito do seu blog e tenho acompanhado especialmente os posts sobre o concurso da UFC. Eu acabei de fazer minha primeira prova de aula para a UFFS (uma universidade nova no interior de SC e RS). Coincidentemente, sou psicóloga, e apesar de não trabalhar na área clínica, posso dar um pitaco na sua dúvida. Eu concordo com o comentário que frizou como a demanda define o preço. É verdade, há muitas psicólogas e poucas pessoas com disposição para fazer terapia. Muita gente acha que o remédio é a solução mais eficaz, porque não implica em entrar em contato com questões psicológicas que são bem difíceis de serem mexidas, e também dão um resultado relativamente rápido (falo aqui dos casos menos graves, claro). Mas, pouca gente conhece os efeitos colaterais dos remédios psiquiátricos! A maioria não deve der tomada por longos períodos, em casos em que a pessoa pode ser beneficiada por outras terapias. (Até disfunção sexual é um efeito colateral bem importante e pouco divulgado!).
ResponderExcluirBem, eu acho também que o fato de sermos mulheres agrava a falta de valorização do nosso trabalho sim! Porque, como vc citou, outras profissões femininas são muito mal remuneradas!
Adorei o post! Quando der dá uma olhadinha no meu novo blog! Beijos!