No final da semana passada um carinha que se auto-intitula Mito da Caverna leu o meu post sobre o colunista da revista Trip que estuprou a empregada. Platão escreveu: “Vai lavar louça que você ganha mais, sério...”. Pô, isso nem criativo é! Num dos comícios da Hillary, dois machões ergueram um poster escrito “Passe minhas camisas, vadia”. Ou seja, é comum. É um modo de dizer que o nosso lugar é na cozinha e que a gente não não tem nada pra falar sobre qualquer coisa que não inclua afazeres domésticos. Eu só pude responder pro Mito: “Vai aproveitando o seu privilégio masculino, que algum dia ele acaba... Sério”. (Algum dia eu escrevo sobre privilégio masculino, coisa que a maior parte dos homens vivencia todo dia sem nunca ter ouvido falar). Essa breve resposta aparentemente inspirou o Mito das Cavernas, que escreveu:
Agora sério... Até acho que [o colunista da Trip] tenha se perdido e que a história não é ficção, mas....o cara tá desabafando algo que aconteceu FAZ 32 ANOS! Ele é outra pessoa (era um garoto de m**** de 14 anos, portanto desmiolado e INIMPUTÁVEL em relação ao crime) e parece que o fato causa DOR E SOFRIMENTO a ele até hoje (tanto que não esqueceu e fez o renomado desabafo). Outra coisa que me chamou a atenção: ela [Luisa] tinha pelo texto algo entre 20 e 30 anos. Não saberia, a esta altura da vida, desdobrar 2 moleques punheteiros de classe média? Vão me desculpar, mas duvido que ela tenha dado APENAS por medo de perder o emprego. Existem muitos casos que podem ilustrar bem o que o abaixo assinado defende, mas não este. O que querem? Que ele seja apedrejado em praça pública? Acho que a turma - 2/3 do congresso - que recebia mesadinha do seu Lula (dinheiro público desviado de maneira fraudulenta de estatais) para aprovar o que o governo quisesse deveria ter causado mais revolta na sociedade...
Pra começar, o último argumento é um dos meus preferidos. É um tal de “Como você pode gastar tanto tempo falando nisso? Eu ordeno que você fale desse outro assunto, porque pra mim é muito mais importante!”. Esse eu ouço toda vez que defendo direitos dos animais, por exemplo. Sempre aparece alguém pra esbravejar: “Por que você não está defendendo crianças?”. O curioso é que essa gente que reclama nunca mexeu um dedo nem por crianças nem por animais. E deve achar que as pessoas não conseguem reclamar de mais de uma coisa ao mesmo tempo. E come on, né? Comparar a repercussão que teve o mensalão com esta derrapada feia da Trip é ridículo.
E sabe por que o artigo da Trip mal apareceu na grande mídia? Porque ela é comandada por homens, que acham o caso tão pouco irrelevante quanto você acha, Mito. Isso e, claro, um interesse corporativo em jamais falar mal de outro veículo. O caso da empregada repercutiu apenas nos blogs, a chamada mídia alternativa. Mas vou te contar: seu comentário é quase tão asqueroso quanto o artigo original. Coitadinho, o colunista tá sofrendo até hoje por ter estuprado a empregada?! Puxa, como ele sofre! Tanto que consegue fazer gracinhas com o ocorrido, e recomenda que Luisa faça o mesmo. Opa, mas aposto que Mito não chama aquilo de estupro. No seu comentário não consta a palavra estupro, e nem no artigo da Trip. Porque forçar uma mulher a transar com dois caras não é estupro, lógico! É o quê, então? Sedução? Tesão? É, Mito, você insinua que Luisa quis transar com os “dois moleques”, já que, na tua visão, uma mulher entre 20 e 30 anos conseguiria desdobrá-los (o que significa isso?). Os estupros que acontecem todos os dias por aí devem ser todos com menores de idade, porque mulher adulta consegue espantar seus agressores (e dois ao mesmo tempo!), na boa. Pro Mito, não existem estupros no mundo. Não é que Luisa foi violentada, ela que “deu” pros rapazes. E deu porque quis, não apenas por medo de perder o emprego. Puxa, que outras razões altruístas Luisa poderia ter tido pra ser estuprada, quero dizer, pra dar? Ah, claramente ela devia arrastar uma asinha pro filho branco de seu patrão. E que amor, ele trouxe um amiguinho também! Devia ser uma fantasia incontrolável da Luisa transar com dois caras! Ou talvez a fantasia dela fosse tirar a virgindade de dois guris de 14 anos (se bem que em nenhum momento do artigo há referência à inexperiência deles). De mitos você parece entender bem, Mito das Cavernas: todo estupro evidentemente não passa de uma fantasia sexual da mulher!
Mito menciona o abaixo-assinado que eu já assinei. Mas o comentário platônico/cavernístico não é de todo inútil. Ele pergunta o que queremos. E isso eu não sei responder muito bem. A essa altura do campeonato, em que estamos revoltadas com o mais recente caso de violência contra mulheres, o artigo do colunista quase parece insignificante. Quase - se não estivesse ligado com o assassinato de Eloá. Se não fizesse parte do mesmo esquema. Porque em ambos os casos houve violência de homens contra mulheres. Em ambos os casos homens inventaram atenuantes pra justificar a violência (Lindemberg estava apaixonado, é uma história de amor; Henrique estava com tesão, é coisa de adolescente, e ele não estuprou ninguém - Luisa é que “deu” pra ele; inclusive, é tudo ficção, "esqueçam o que escrevi"). E em ambos os casos mulheres acabaram feridas. Algumas mais, outra menos. Lembrei de outro caso de violência contra mulheres: a dos cinco rapazes ricos que espancaram a empregada doméstica Sirlei, no Rio, em junho do ano passado. A justificativa deles foi que pensaram tratar-se de uma prostituta. Porque bater em prostituta pode! E aí voltamos a Eloá, que mais de uma comunidade no orkut acusa ser "uma p**a". Na lógica desses homens tão acostumados a exercer a violência, ela mereceu ser morta por não ser santa.
Enfim, o que nós mulheres queremos é óbvio: que essa violência contra nós acabe, ué. É pedir demais? Mas nenhuma de nós é ingênua em achar que, só porque estamos reclamando, a violência vai acabar. Acontece que é muito melhor que ficar calada. Agora, quanto aos agressores, posso falar por mim. Sou contra a pena de morte. Não quero que Lindemberg seja morto, mas quero que ele fique preso por 35 anos. E que o caso dele (na verdade, de Eloá e Nayara) suscite toda uma nova discussão em torno do “quem ama não mata”. E que talvez essa nova discussão chegue aos ouvidos de outros homens que ameaçam suas mulheres, e façam com que reflitam (e talvez façam com que as mulheres fujam já, se é que fugir é possível). No caso do colunista, apedrejado ele já foi. Mas nós mulheres não apedrejamos literalmente. Ele recebeu mais de 600 recados. Deve estar se sentindo o cretino que é. Eu, de minha parte, não vou ver o filme que ele está fazendo. Boicotar a Trip é fácil, já que eu não costumo ler aquela revistinha. Mas acho que ela deve uma resposta melhor, menos covarde, pras mulheres que ofendeu. O que o abaixo-assinado pede é que o texto seja publicado na íntegra na revista. É só um jeito de dizer “estamos de olho”, e "vocês não vão poder continuar impunemente fazendo apologia à violência contra nós".
Sabe o quê que é, Mito? É que não precisamos ter saco pra estar de saco cheio.
Agora sério... Até acho que [o colunista da Trip] tenha se perdido e que a história não é ficção, mas....o cara tá desabafando algo que aconteceu FAZ 32 ANOS! Ele é outra pessoa (era um garoto de m**** de 14 anos, portanto desmiolado e INIMPUTÁVEL em relação ao crime) e parece que o fato causa DOR E SOFRIMENTO a ele até hoje (tanto que não esqueceu e fez o renomado desabafo). Outra coisa que me chamou a atenção: ela [Luisa] tinha pelo texto algo entre 20 e 30 anos. Não saberia, a esta altura da vida, desdobrar 2 moleques punheteiros de classe média? Vão me desculpar, mas duvido que ela tenha dado APENAS por medo de perder o emprego. Existem muitos casos que podem ilustrar bem o que o abaixo assinado defende, mas não este. O que querem? Que ele seja apedrejado em praça pública? Acho que a turma - 2/3 do congresso - que recebia mesadinha do seu Lula (dinheiro público desviado de maneira fraudulenta de estatais) para aprovar o que o governo quisesse deveria ter causado mais revolta na sociedade...
Pra começar, o último argumento é um dos meus preferidos. É um tal de “Como você pode gastar tanto tempo falando nisso? Eu ordeno que você fale desse outro assunto, porque pra mim é muito mais importante!”. Esse eu ouço toda vez que defendo direitos dos animais, por exemplo. Sempre aparece alguém pra esbravejar: “Por que você não está defendendo crianças?”. O curioso é que essa gente que reclama nunca mexeu um dedo nem por crianças nem por animais. E deve achar que as pessoas não conseguem reclamar de mais de uma coisa ao mesmo tempo. E come on, né? Comparar a repercussão que teve o mensalão com esta derrapada feia da Trip é ridículo.
E sabe por que o artigo da Trip mal apareceu na grande mídia? Porque ela é comandada por homens, que acham o caso tão pouco irrelevante quanto você acha, Mito. Isso e, claro, um interesse corporativo em jamais falar mal de outro veículo. O caso da empregada repercutiu apenas nos blogs, a chamada mídia alternativa. Mas vou te contar: seu comentário é quase tão asqueroso quanto o artigo original. Coitadinho, o colunista tá sofrendo até hoje por ter estuprado a empregada?! Puxa, como ele sofre! Tanto que consegue fazer gracinhas com o ocorrido, e recomenda que Luisa faça o mesmo. Opa, mas aposto que Mito não chama aquilo de estupro. No seu comentário não consta a palavra estupro, e nem no artigo da Trip. Porque forçar uma mulher a transar com dois caras não é estupro, lógico! É o quê, então? Sedução? Tesão? É, Mito, você insinua que Luisa quis transar com os “dois moleques”, já que, na tua visão, uma mulher entre 20 e 30 anos conseguiria desdobrá-los (o que significa isso?). Os estupros que acontecem todos os dias por aí devem ser todos com menores de idade, porque mulher adulta consegue espantar seus agressores (e dois ao mesmo tempo!), na boa. Pro Mito, não existem estupros no mundo. Não é que Luisa foi violentada, ela que “deu” pros rapazes. E deu porque quis, não apenas por medo de perder o emprego. Puxa, que outras razões altruístas Luisa poderia ter tido pra ser estuprada, quero dizer, pra dar? Ah, claramente ela devia arrastar uma asinha pro filho branco de seu patrão. E que amor, ele trouxe um amiguinho também! Devia ser uma fantasia incontrolável da Luisa transar com dois caras! Ou talvez a fantasia dela fosse tirar a virgindade de dois guris de 14 anos (se bem que em nenhum momento do artigo há referência à inexperiência deles). De mitos você parece entender bem, Mito das Cavernas: todo estupro evidentemente não passa de uma fantasia sexual da mulher!
Mito menciona o abaixo-assinado que eu já assinei. Mas o comentário platônico/cavernístico não é de todo inútil. Ele pergunta o que queremos. E isso eu não sei responder muito bem. A essa altura do campeonato, em que estamos revoltadas com o mais recente caso de violência contra mulheres, o artigo do colunista quase parece insignificante. Quase - se não estivesse ligado com o assassinato de Eloá. Se não fizesse parte do mesmo esquema. Porque em ambos os casos houve violência de homens contra mulheres. Em ambos os casos homens inventaram atenuantes pra justificar a violência (Lindemberg estava apaixonado, é uma história de amor; Henrique estava com tesão, é coisa de adolescente, e ele não estuprou ninguém - Luisa é que “deu” pra ele; inclusive, é tudo ficção, "esqueçam o que escrevi"). E em ambos os casos mulheres acabaram feridas. Algumas mais, outra menos. Lembrei de outro caso de violência contra mulheres: a dos cinco rapazes ricos que espancaram a empregada doméstica Sirlei, no Rio, em junho do ano passado. A justificativa deles foi que pensaram tratar-se de uma prostituta. Porque bater em prostituta pode! E aí voltamos a Eloá, que mais de uma comunidade no orkut acusa ser "uma p**a". Na lógica desses homens tão acostumados a exercer a violência, ela mereceu ser morta por não ser santa.
Enfim, o que nós mulheres queremos é óbvio: que essa violência contra nós acabe, ué. É pedir demais? Mas nenhuma de nós é ingênua em achar que, só porque estamos reclamando, a violência vai acabar. Acontece que é muito melhor que ficar calada. Agora, quanto aos agressores, posso falar por mim. Sou contra a pena de morte. Não quero que Lindemberg seja morto, mas quero que ele fique preso por 35 anos. E que o caso dele (na verdade, de Eloá e Nayara) suscite toda uma nova discussão em torno do “quem ama não mata”. E que talvez essa nova discussão chegue aos ouvidos de outros homens que ameaçam suas mulheres, e façam com que reflitam (e talvez façam com que as mulheres fujam já, se é que fugir é possível). No caso do colunista, apedrejado ele já foi. Mas nós mulheres não apedrejamos literalmente. Ele recebeu mais de 600 recados. Deve estar se sentindo o cretino que é. Eu, de minha parte, não vou ver o filme que ele está fazendo. Boicotar a Trip é fácil, já que eu não costumo ler aquela revistinha. Mas acho que ela deve uma resposta melhor, menos covarde, pras mulheres que ofendeu. O que o abaixo-assinado pede é que o texto seja publicado na íntegra na revista. É só um jeito de dizer “estamos de olho”, e "vocês não vão poder continuar impunemente fazendo apologia à violência contra nós".
Sabe o quê que é, Mito? É que não precisamos ter saco pra estar de saco cheio.
WOW! Adorei!
ResponderExcluirEspero ansiosa o dia em que o Mito seja apenas mito.
Abraço!
O que os homens jamais conseguirão atinar é que a mulher NÃO ESQUECE. Ele, sim, deleta da memória ou, então, pode ficar com aquele incômodo (sim, é um incômodo; ele não deixa de transar por causa disso) na consciência.
ResponderExcluirA mulher não esquece. Ela sempre vai se lembrar de ter sido forçada, pela força bruta ou pela situação - uma doméstica que cede a dois adolescentes pode não só perder o emprego como também não arranjar mais nenhum, porque para ser doméstica se pedem referências e o que a ex-patroa vai dizer?
A mulher não esquece. Ela não vai mais confiar em homem - e, quando o faz, é morrendo de medo que o que aconteceu com ela se repita. Ela guarda o sentimento de impotência, de humilhação que viveu naquele momento pro resto da vida. Para o homem, seria como ser violentamente assaltado e surrado, sem chance de defesa. Sentiu-se humulhado? Indefeso? Impotente? Riram da sua cara? Chamaram você de um monte de coisas? Então, qual é a sensação? Pois não chega nem perto do que uma mulher sente quando é surrada e/ou estuprada.
Acho graça (no mau sentido) quando um homem é violentado. Isso arruína a vida dele. Ele morre de vergonha, a família se cala, sente a humilhação com ele. Muitos acabam de matando. Esse luto, porém, jamais foi permitido às mulheres. O estupro de um homem é algo animalesco, bestial - mas o de uma mulher é... cultural. E, se for pelo marido ou pelo filho do patrão (quando não pelo próprio) é socialmente aceitável. E não se fala mais nisso - só na TRIP, porque afinal o cara é cineasta, né?
E Lola, um adendo:
ResponderExcluirNa enquete você botou a opção "Valorizar a vida das reféns tanto quanto a do criminoso". Acredito que o certo seria "NÃO valorizar a vida das reféns tanto quanto a do criminoso". Porque foi exatamente o que a polícia fez não invadindo nem matando o seqüestrador quando pôde: quis preservar a vida do sujeito em detrimento da vida das duas garotas.
Bjs
Lola, no post anterior você fala em dados estatísticos. ontem saiu uma reportagem sobre isso aqui em Pernambuco, e, só este ano, foram 222 (duzentos e vinte e dois) assassinatos de mulheres neste estado.
ResponderExcluirApesar dos dados estatísticos demorarem um pouco para serem atualizados, algo de podre precisa, seriamente ser estirpado de nossa sociedade, a Lei Maria da Penha é o início dessa remoção, mas muito ainda há que ser feito. Principalmente porque ainda há quem ache que a Lei Maria da Penha "Atenta contra a família" http://br.search.yahoo.com/search;_ylt=A0oGkvDGFf9IJFwBttjz6Qt.?p=juiz+n%C3%A3o+acata+Maria+da+Penha&y=Buscar&fr=ush_mailm&ei=UTF-8&rd=r1
Encontrei um bom site sobre o assunto: http://www.violenciamulher.org.br
Sobre a enquete, faltou uma opção:
"Todas as afirmativas são verdadeiras"...
Babs, que bom que vc gostou. Eu também torço por esse dia.
ResponderExcluirSu, é verdade, acho que a maior parte dos homens não pode nem imaginar o que é um estupro e como isso marca uma pessoa. E como uma violência dessas marca pra sempre. Não faz parte da realidade deles, mas sofrer algum tipo de ameaça e violência faz parte da nossa. De quase todas as mulheres, na realidade. E acho que isso deveria nos unir. Por isso fico chocada ao ainda ouvir de mulheres coisas como “Ele batia na mulher durante tantos anos? E por que ela não saiu de casa?', ou “Ela diz que foi estuprada, mas vc viu o jeito como ela se veste?”.
Vc levanta um ponto importante sobre a Luisa, a empregada que foi estuprada. De fato, se ela reagisse ou contasse alguma coisa pros patrões depois, ela não perderia apenas aquele emprego. Provavelmente não conseguiria outro emprego, por causa das referências. E aqui eu me lembro de alguns alunos adolescentes (meninos) que tive e que achavam que uma mulher (principalmente negra) só é empregada doméstica porque quer. Não porque precisa, não porque não tem outra oportunidade. É porque ela deve adorar limpar sujeira dos outros. Essas pessoas não conseguem se colocar no lugar do outro.
E sobre estupro, às vezes vc não tem a impressão que a gente ouve a mídia falar muito mais de estupro masculino (que é inexistente, em termos estatísticos) que de feminino? Por que será? Pode ser porque a mídia é feita por homens e não nos retrata, a não ser em termos preconceituosos?
Sobre a enquete, acho que vc tem razão. Mas agora não posso mudar!
Gio, muito obrigada pelos links. É uma pérola essa do juiz no RS que acha a Lei Maria da Penha preconceituosa, porque vem de uma concepção que vê uma situação (totalmente inexistente, segundo ele) de inferioridade da mulher em relação ao homem. Imagina todas as mulheres que têm o supremo azar de ter que topar com esse juiz.
ResponderExcluirE o site é ótimo, tá cheio de artigos e dados interessantes. Obrigada mesmo!
Sobre Pernambuco, eu já tinha ouvido falar que é o mais violento do Brasil (contra as mulheres). Isso procede? Bom, com 222 assassinatos de mulheres, deve ser. A maior parte é de mulheres mortas pelos companheiros e ex-companheiros, aposto.
Sobre a enquete, apesar de todas as afirmativas serem verdadeiras, pedi pra apontar o maior erro da polícia. Sei que é difícil escolher um, são tantos...
Vc viu um comentário que um carinha de direita deixou dois posts atrás?
CLAP! CLAP! CLAP!
ResponderExcluirLola! Te leio todo dia e adoro. Nunca comento, mas amo.
Já assinei o abaixo-assinado que você mandou. É isso aí, eu sou pau-mandado, mas é de gente óoootema!
O Mito deve estar procurando o rumo até agora. Se bem que, como deu pra ver, acho que ele nunca teve rumo.
Beijo nos pés!
Paula.
Aronovich:
ResponderExcluirUm dia eu perguntei para minha mulher que é, realmente, uma mulher maravilhosa (linda, inteligente, moderna, diretora da empresa, etc); a pergunta era: se as mulheres ficassem hoje no lugar dos homens no mundo, vocês sabendo o que passam com os homens, seriam diferentes? Ela me respondeu com esse aforismo "Nós seríamos pior que vocês". Pela seriedade dela, eu acreditei.
Tentei identificar o referido comentário e não vi, Lola (não sei se felizmente ou infelizmente...)
ResponderExcluirLola, tem notado a última cartada da mídia pra criminalizar a vítima, repetindo ad nausean que o pai dela é foragido da polícia (e, nas entrelinhas, ela era culpada)?
Parece aquelas sentenças medievais de excomunhão: "Doravante todas as tuas gerações vindouras serão ameaçadas, e suas terras serão salgadas para que nada ali cresça..."
A cada dia me sinto mais revoltado, e não comentei em outros posts por estar "travado", o pior é saber que o caso Eloá é apenas um, que teve repercussão, mas que diariamente casos e casos de violência contra as mulheres (em especial) e contra a humanidade, de uma forma geral, estão se multiplicando. Aqui no Recife a gestão criou o Programa Municipal de Assistência e
Prevenção da Violência contra a Mulher “Nem com Uma
flor”. Isso, depois de ser eleita como prioridade na
Plenária da Mulher, do Orçamento Participativo, em
2001. O programa ganhou importância com a
inauguração do Centro de Referência Clarice
Lispector e da Casa Abrigo Sempre Viva, no dia 18 de
dezembro de 2002, na primeira gestão do prefeito
João Paulo. O centro já atendeu, até hoje, milhares de
mulheres vítimas de violência. Várias ficaram internadas algum tempo na
Casa Abrigo, para onde são levadas as mulheres
expostas a risco de morte.
Ainda é muito pouco, há que se mudar a superestrutura, mas é um começo.
Achei o tal comentário, de alguém que "acha que ouviu o o galo cantar, mas não sabe aonde...", desinformado e preconceituoso e, o pior, mentiroso e caluniador.
ResponderExcluirConheço Lula o suficiente pra dizer que tudo o que ele disse, e que ele diz ter escutado alguém dizendo, é absolutamente MENTIRA.
Ah, sobre Esquerda e Direita, que ele diz "saber sobre o que está falando", não é no Iluminismo, mas na Revolução Francesa, como se posicionavam a Nobreza e os Democratas (Terceiro Estado, Povo...)
Oi, Lola.
ResponderExcluirEu não votei na enquete pq não dá para marcar duas opções, e eu acho que os piores erros forma devolver a Nayara e a demora de cinco dias.
Beijos
A mídia fala do estupro masculino (quando ele se revela) porque, como eu disse, é algo bestial, animalesco, não-civilizado. É inconcebível. Mas o estupro da mulher, não. É socialmente aceitável (como você diz, "mas também olha como ela se vestia!"). É a continuação do "Estupra mas não mata" - como se, para algumas mulheres, os dois não significassem a mesma coisa.
ResponderExcluirAlém de toda a humilhação, violência e dor por que passa, a mulher ainda enfrenta o calvário de ir à delegacia, fazer o BO, ir ao IML, esperar horas sem banho nem assistência, fazer o exame com quem não está minimamente interessado nos problemas dela, ser encaminhada para uma conselheira completamente despreparada (já somamos três vezes em que ela repete a história do estupro), voltar à delegacia, contar a história novamente para o delegado que agora assumiu o plantão (quatro vezes), ir ao aconselhamento dito "obrigatótio" (segundo delegados, valida a queixa contar a história lá - já são cinco vezes) e, se o processo colar, ela vai repetir a mesma história vezes sem conta. Pra, no fim, não dar em nada - "é a palavra dele contra a sua".
Isso eu assisti, Lola, quando fui dar queixa do meu ex-marido na Delegacia da Mulher. Uma criatura aos prantos porque o ex-marido tinha-a violentado - de novo. Na frente da filha mais nova, de cinco anos (no colo dela. O outro filho, de uns 9 anos, de mãos dadas com a mãe, cabisbaixo, sem conseguir dizer nem entender nada). O delegado tirou o papel da gaveta e começou a fazer as perguntas que estão escritas ali. E ela aos prantos, pedindo para alguém - ALGUÉM - ir lá tirar o ex-marido da casa dela, prendê-lo de uma vez, porque ela quer voltar a viver. Palavras dela, aos gritos: "Eu quero voltar a viver."
E o delegado: "Mas foi estupro mesmo? A senhora não está enganada? Ele não queria a reconciliação? É melhor a senhora se controlar, olha as crianças, aqui não pode gritar, não. Sente ali, se acalme, depois volte que eu vou preencher o BO." E virou-se para continuar a conversar com um escrivão no fundo da sala. Resumindo: caguei pro seu chilique, dona.
Como eu disse, Lola, não tenho mais como chorar.
Lolinha,
ResponderExcluirAssinei a petição, obrigado pelo link.
Será que temos um novo troll? Como diria minha avó (sua xará): êta barrigada perdida!
Volto a afirmar, sou a favor da pena de morte em casos assim. Por que a Eloá não tem direito à vida e o "lindemberg" tem? Querem que ele saia da prisão daqui a alguns anos (serão poucos, acredite) e faça o mesmo com outras Eloás?
Ah, o motivo foi amor? enterrem-no junto com ela!
Quanto à enquete: votei em "devolver a refém Nayara" por ter sido o erro mais grotesco, entre muitos. Eles já tinham uma vida salva, pra que arrisca-la novamente?
ResponderExcluirPaula, obrigada pelos aplausos. Mas comente mais, ué. Não se acanhe. É, eu acho que esse Mito da Caverna nunca teve rumo.
ResponderExcluirSerge, bom, muitas mulheres (e homens) têm essa opinião. Eu não concordo. Acho que à gente nunca foi dada a chance de governar (Margaret Thatcher é exceção, não regra). Mas “ficar no lugar” é bem mais que governar. É mudar todo o eixo da sociedade. Vamos ao clichê: mulher cria vida dentro dela. Isso barra, pelo menos um pouco, os nossos ímpetos destruidores.
Gio, ah vi. Muito bem lembrado: parece uma sentença medieval de excomunhão. O que o pai dela ter feito 17 anos atrás (antes, inclusive, de Eloá nascer) tem a ver com a morte da menina? Tudo bem, acho que a mídia tem que noticiar, mas é um caso totalmente separado. Aí já tem comunidade no orkut dizendo: “Tá vendo? Não só ela era p*** como o pai dela é fugitivo”. Essas pessoas não entendem que, ainda que Eloá não fosse virgem e que seu pai fosse um assassino (não acredito que estou colocando essas duas frases na mesma sentença, mas é o que os preconceituosos andam fazendo), NADA justifica Lindemberg ter matado a menina. Não há atenuantes! Se bem que, lendo isso do pai de Eloá, eu imediatamente pensei na conversa entre Lindemberg e ele - com o rapaz dizendo “Eu admiro muito o senhor”.
ResponderExcluirQue bom saber dessas iniciativas pra tentar barrar a violência contra a mulher em Recife. Falta muito, claro, mas é um começo.
Gio, sobre o comentário do direitista, vc não adorou a parte de “extorquir aumento de salário dos patrões”? Ê elite...
Cris, TODAS as minhas enquetes são difíceis, não notou? Escolha uma das alternativas. Eu votei duas vezes, em duas alternativas diferentes, uma no Mozilla e outra no Explorer.
ResponderExcluirMario Sergio, obrigada por assinar a petição. Não, não sei se é um novo troll. Apenas uma pessoa muito da prepotente.
Tadinha da Eloá, ela não merece que o Lindemberg seja enterrado ao seu lado! Não foi nenhum Romeu e Julieta. Foi um assassinato covarde.
Espero que ele fique preso muitos anos e que, quando saia, as mulheres não se aproximem dele.
Ah, “devolver a refém”. Acho que votei nesse também. Pelo menos é por causa desse erro que a polícia paulista ficou internacionalmente conhecida.
Su, um dos problemas é que a misoginia está tão presente na nossa sociedade, que montes de abusos contra mulher são “socialmente aceitáveis”.
ResponderExcluirQue triste isso que vc conta da sua ida à delegacia. É terrível. É um horror que a mulher tenha que narrar o seu estupro, o seu sofrimento, dezenas de vezes. Cada vez é quase um novo estupro. E qual a chance da mulher esquecer isso? Nenhuma, ainda mais depois de contar a mesma história tantas vezes. É só a gente pensar em quais fatos marcantes da nossa vida a gente se lembra. Geralmente são aqueles que a gente repete a narrativa N vezes. Quanto mais se repete, menores as chances de algum dia superar aquilo.
Que horror o comportamento desse delegado, desses médicos, desses conselheiros... Empatia zero! Sei que eles lidam com isso diariamente e precisam criar uma casca grossa pra não se envolverem, mas um pouquinho de solidariedade ajudaria. Essas mulheres precisam ser acolhidas! E com as crianças ao lado, meu Deus. Uma coisa dessas marca tanto uma criança... Muitos homens que agridem suas mulheres tiveram pais que agrediam as mães. Em geral, um pai assim não está apenas acabando com a vida de sua mulher, mas criando monstros.
Como que um delegado pode perguntar: “Foi estupro mesmo?”. Sim, porque uma mulher se confunde com essas coisinhas banais!
Ai, ai. Lembro que, quando tinha uns 18, 19 anos, fui ao Carandiru entrevistar algumas detentas. Era um trabalho que estava fazendo. E é ridículo o que há de presas condenadas por tráfico de drogas e furtos. Roubos? Estupros? Isso praticamente não existe. Entrevistei três mulheres que estavam lá por assassinato, já presas há muitos anos. Todas pobres. Os casos eram quase idênticos: elas haviam matado o marido. Um marido que as espancava diariamente, espancava as crianças. E não era assassinato com arma de fogo. Era com faca e ferro de passar roupa mesmo. Em geral pra se defender. Mas elas iam presas, durante décadas. E depois um juiz do RS vem dizer que o mundo é igual pra homens e mulheres...
"Gio, sobre o comentário do direitista, vc não adorou a parte de “extorquir aumento de salário dos patrões”? Ê elite..."
ResponderExcluirOntem, o Senador por Pernambuco (infelizmente) Jarbas Vasconcelos fez um pronunciamento sobre a greve dos policiais de Sâo Paulo, destilando todo o ódio que ele sempre nutriu pelos servidores públicos (conheço de perto, sou funcionario de carreira, e nos oito anos do desgoverno Jarbas tivemos o maior arrocho salarial de todos os tempos)
Na cabeça dessa gente, tem que ser assim mesmo, o patrão paga uma miséria e o trabalhador tem que agradecer. Mais uma vez a Idade Média, relação de Servidão: "obrigado, meu amo e senhor, por garantir minha proteção..."
Arrasou Lola,eu não canso de me surpreender com a idiotice das pessoas,parece que só entendem quando a violência é contra elas(eles,melhor dizendo)!
ResponderExcluirObs:quanto a enquete,sei que o que eu vou dizer não é bonito,mas acho que o maior erro foi não atirarem naquele monstro quando puderam,valorizaram muito mais a vida dele que a das reféns.
Ah esqueci de dizer que já assinei a petição,e que infelizmente,nem 800 pessoas assinaram =[
ResponderExcluirAh, o cara está "desabafando". Ele pode, não é? Diretor de cinema, rico, caucasiano, macho, morando na Europa, escrevendo para uma revista de grande circulação, etcetera.
ResponderExcluirEu queria ouvir o desabafo da LUÍSA. Doméstica, pobre, talvez negra/mestiça, mulher, morando provavelmente numa comunidade de baixa renda, talvez ainda atrás de um tanque/fogão alheio depois de mais de 30 anos, porque "faxineira e puta não se aposentam".
Ser um moleque de 14 anos, desmiolado a inimputável justifica tudo (da mesma forma que o suposto "amor" justifica o crime do Lindemberg). Justifica até mesmo estupro. Afinal, quem liga? A Luísa é apenas uma faxineira pobre, uma ninguém. Fosse ela a mãe, a irmã, a namorada ou a filha do comentarista, talvez o julgamento do "moleque desmiolado" fosse outro. Pimenta nos olhos dos outros...
Algumas empregadas dão sim porque querem. Algumas mulheres querem sim fazer sexo, nada de errado com isso. Mas o autor se referiu ao ocorrido como estupro, e duvido muito que ele estivesse se sentindo culpado ou sequer se lembrando de alguma coisa caso a Luísa tivesse adorado a experiência. O "você não queria" não deixa dúvidas, e olha que nem foi a Luísa quem disse isso.
E, while we're at it, vamos desviar do assunto e meter o malho no Lula (?), que é mais interessante.
Hahahaha, você não adora, Lola?
Será que o Mito e esses outros que tem o mesmo pensamento dele, realmente acreditam que o Goldman estava demonstrando arrependimento e não se vangloriando de sua "aventura" e tripudiando sobre o sofrimento da Luiza e por extensão de todas as outras mulheres violentadas? Além de empatia e sensibilidade, parece que está faltando noções básicas de interpretação de texto.
ResponderExcluirLola,perfeito viu? Perfeito,eu aprendo sempre um tanto com seus posts. Beijos
ResponderExcluirO Pernanbucodoseilaoque:
ResponderExcluirEu escrevi pra Lola, a dona do blog, não pra você. Mentiroso é o raio que o parta, seu covarde que ofende os outros via blog alheio. Pare de se informar pela Wikipédia. Eu falei do iluminismo somente como uma aproximação do período dentro de séculos e não literalmente. Quando tiver que falar com alguém, fale com quem se dirigiu a você. Não o quero mais se dirigindo a mim seu moleque sem educação!
Desculpe Lola, apesar da minha posição política, gosto de ler seu blog pela leveza, bom humor e inteligência. Aquele meu comentário foi só um desabafo, mas não tem nada contra você, muito pelo contrario, acho você muito honesta e coerente no seu posicionamento político. Você tem sua ideologia eu tenho a minha.
Grande abraço!
Olá Lola. É tomei gosto por comentar... Sobre esse post de hoje, ele me lembra um proverbio, aquele em que bata esquece, porém quem apanha não. Acho que isso o que acontece. Tem cara, não todos, que pensa que mulher não é ser humano, pois só isso justifica o comportamento de tais criaturas. Fora, aqueles hipócritas, que nos consideram subumanas, todos os deveres e direitos, apenas os necessários para garantir a sobrevivência. Mas, o que me mata de catapora são as mulheres que não gostam de ser e das outras mulheres. Pra essa turma ser feminista é ser revoltada, mal amada, onde já se viu. Só que pelo menos dá minha parte, ser feminista não é querer impor a supremacia feminina, mas eu quero viver em um mundo em eu trabalhe o mesmo que um homem e ganhe o mesmo salário. Quero ter direito sobre o meu corpo, quero ser tratada com justiça. Enquanto esse mundo não chega, seria bom que os rapazes se dessem conta que toda vez que eles usam esses argumentos furados do sujeito que defendeu o babaca da Trip, eles reafirmam o nosso status de cidadãs de segunda classe. Realmente, patético.
ResponderExcluirAbraço.
Roberta
Gio, pois é, servidor público não é gente, não sabia? Não come, não precisa de dinheiro pra viver, e trabalha só por altruísmo (mais ou menos como as professoras, que também são servidoras públicas). A direita odeia servidor público porque odeia o Estado. Pra ela, a mera presença de um servidor público significa “inchaço da máquina”. Mas, claro, eu nem tava pensando em servidor público querendo extorquir aumento de salário, mas de metalúrgico com as multinacionais. Aquelas que recebem subsídios de governos de terceiro mundo pra se instalarem e costumam pagar menos impostos que uma microempresa.
ResponderExcluirPrincesa, obrigada. Eu também me surpreendo. Olha, pode não ser bonito criticar a polícia por não ter atirado no Lindemberg, mas se estávamos numa situação em que era um desequilibrado armado pondo a vida de duas reféns em perigo, não pode haver hesitação.
E obrigada por assinar a petição! Como eu falei, isso não saiu na grande mídia nem nada (a Ju R me avisou que saiu alguma coisa na Época), então é mais um movimento de blogueiras mesmo, pelo que sei.
Uau, Lolla querida: é minha impressão ou vc tá virando feminista? Esse tem que ser o comentário que vc fez com o qual eu mais concordo. Concordo em número, gênero e grau. E há há, vamos desviar o assunto e falar mal do Lula. Eu amo muito tudo isso.
ResponderExcluirLila, aí eu já não sei. Eu achei que ele tava arrependido sim. Mas é um troglodita que não sabe nem como pedir desculpas. Agora, isso antes. Agora que ele foi xingado e ofendido, ele deve estar achando que Luisa e principalmente todas as feministas nojentas merecem ser “forçadas” (ele não gosta da palavra estupro, sabe, é uma questão semântica). Porque essa gente não tem auto-crítica não.
Nalu, que bom que vc gostou. Obrigada!
ResponderExcluirJoão Neto, por favor, não vamos brigar um com os outros. Vamos manter a civilidade aqui no blog. Tudo bem um leitor(a) responder a outro, eu encorajo isso. Quero mesmo que este seja um espaço pra diálogos, e nem precisa estar relacionado com o assunto do post. Mas sempre com educação, ok?
Bom, obrigada pelos elogios. Vamos ver se vc os mantém depois do post de amanhã... (música de suspense seguida de risadinha diabólica).
Roberta, ótimo vc ter tomado gosto por comentar. Perfeito o seu comentário, por sinal. Eu também não quero uma supremacia feminina. Quero igualdade. É totalmente diferente uma coisa da outra. Por que é tão difícil pro pessoal que faz parte do padrão dominante admitir que o mundo definitivamente não é igual pra todos?
Haha, mas nem é preciso ser feminista para se revoltar com aquele texto da Trip. Dito isso, se não sou feminista militante (e defendo o direito de usar maquiagem e alisar o cabelo para aquelas que assim o desejam), por outro lado não faria muito sentido ir contra as mulheres, sendo uma (embora tantas acabem fazendo isso). Assim como você, eu também quero igualdade, mas levando em conta as diferenças.
ResponderExcluirLola!
ResponderExcluirMuito bom o seu blog, uma forma efetiva de demonstrar a indignação com todo o tipo de violência.Moro em uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul e concomitante a todo o caso Eloá presenciamos aqui também o assassinato de uma menina de 12 anos. Ela estava passando por um bar próximo da casa dela, alguns homens a importunaram, seu pai foi defendê-la e ele foi agredido. Em seguida ela levou um tiro e foi apedrejada. Não bastasse tamanha violência, dois dias depois, esperando na fila do caixa do supermercado uma amiga minha ouviu a seguinte conversa entre a caixa e um dos policiais militares:
-Pois é, mataram a menina,dizia o policial, explicando o que havia acontecido.
-Mas ela não era prostituta? Interpelou a caixa (mulher!!)...
Por ai percebe-se a distorção de valores, de consciência, de humanidade que ronda nesse nosso mundinho...
oq eu falei no último post?
ResponderExcluirTAVA DEMORANDO PRA PÔR O LULA NO MEIO!!!
Só posso dizer que concordo com tudo que vc disse Lola. Fugindo do assunto, se vc tiver um tempinho e vontade, poderia cri-criticar algum desses trailers?
ResponderExcluir"Zack and Miri Make a Porno", achei o trailer divertido.
http://www.youtube.com/watch?v=pwxcvGP3d3M
tem esse do Revolutionary Road, o filme deve ser ótimo.
http://www.youtube.com/watch?v=pwxcvGP3d3M
Bom, Lolla, as feministas não são um bloco só cheio de mulher pensando igual. Aliás, tem várias que usam maquiagem e alisam o cabelo (não eu). Mas fico muito feliz de ouvir seu discurso feminista. É que já vi no seu blog, em posts mais antigos, vc falar mal de “blogs feministas”. Não vou dizer que tenho memória de elefante porque não é verdade, e também porque seria uma alusão desrespeitosa ao meu peso, mas vc entendeu. Abraço!
ResponderExcluirClaudinha, terrível isso que vc conta sobre o Rio Grande do Sul. Saiu em algum jornal aí da sua cidade? Se souber de algum artigo, manda pra mim. Não me conformo com uma coisa assim! Quer dizer que se era prostituta podia matar numa boa?! Não entendo como um caso desses não ganhou as páginas de todo o país. Ou melhor, entendo...
Lauren, pois é, vc cantou a bola. Tudo que acontece no Brasil e no mundo é culpa do Lula! Do assassinato da Eloá à crise econômica mundial, passando pelo acidente da TAM...
ResponderExcluirClau, legal, pode sempre sugerir filmes pra eu cri-criticar o trailer sim. Antes acho que vou falar de Queime Depois de Ler. Já viu o trailer? Uma graça!
opa! petiçao assinada! exigimos respeito!
ResponderExcluirabraços!
Olha Lola, passou no jornal local, na RBS. Mas por aqui já estamos acostumados com tanta violência. No início do ano uma senhora de 70 anos foi estuprada e morta por dois adolescentes com menos de 14 anos, que queriam roubar R$ 20,00...Não cheguei a ver se saiu alguma coisa no Correio do Povo ou na Zero Hora, mas acredito que se saiu, foi uma notinha na página policial.
ResponderExcluirEstamos no extremo norte do Rio Grande do Sul, divisa com o Oeste Catarinense.
Cidades pobres, muito desemprego e violência.O que mais surpreende é a impunidade. São poucos os casos que no fim há prisões e julgamentos.
É complicado.
"Mas, claro, eu nem tava pensando em servidor público querendo extorquir aumento de salário, mas de metalúrgico com as multinacionais. Aquelas que recebem subsídios de governos de terceiro mundo pra se instalarem e costumam pagar menos impostos que uma microempresa."
ResponderExcluirLembra "Deus lhe Pague"?
"Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
(...)
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague
(...)
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague
"
P.S. Sabe o que eu mais gostei? ser chamado de moleque aos 40 anos... Isso revigora a alma. :p
Se eu for listar o rol daqueles que não querem que eu me dirija a eles na política nacional...
huáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuá
Lola, pra mim é difícil votar na sua enquete, falta a opção "todas as anteriores." Agora, olha o que pode ter sido o maior erro: não é a PM que deve atuar em caso que envolve vidas de reféns e sim a polícia civil.
ResponderExcluirO Gate não é o grupo especializado para esse tipo de ação, veja o que diz o próprio site da PM: "Atua em apoio das demais unidades operacionais no policiamento estensivo [sic] motorizado e constitui força de reação do comando, em condições de agir como tropa de choque em situações específicas, tais como patrulhamento a pé e radiopatrulhamento com cães, operações de busca de pessoas desaparecidas, busca e captura de marginais, periferia da região metropolitana. Policiamento executado por ocasião da realização de detecção de tóxicos, policiamento montado em atendimento às areas de maior incidência criminal, enfaticamente em eventos esportivos, artísticos, culturais e religiosos, nos principais estádios e ginásios de esportes."
O GRUPO ESPECIALIZADO NISSO É O GOE DA POLÍCIA CIVIL: "O Grupo de Operações Especiais ou simplesmente GOE é a força de elite da Polícia Civil do Estado de São Paulo, no Brasil. Fundado em 1991, tem por função prestar auxílio às unidades policiais convencionais em ocorrências de alto risco, intervenção em ocorrências policiais com reféns e rebeliões no sistema prisional."
Gate: http://www.polmil.sp.gov.br/inicial.asp (clicar em 'operações especiais)
GOE: http://www.policiacivil.sp.gov.br/decap_new/goe.htm
Eu lembro (apesar de a minha memória ser de passarinho, o que infelizmente não é um alusão ao meu peso); mas nesse caso tenho certeza de que o comentário era direcionado mais a uma feminista em particular (que não citaremos) do que de blogs ou feministas em geral.
ResponderExcluirThais, legal! Obrigada.
ResponderExcluirClaudinha, que horror! E isso acontece numa cidade pequena... Não sei como não é noticiado no país todo. E depois falam do Sul Maravilha, de como a região Sul é primeiro mundo... Triste.
Gio, muito parecido com Deus lhe Pague mesmo. É ótimo ser chamado de moleque aos 40, né? Disso eu nunca fui chamada (porque é um termo mais masculino), mas fico feliz quando alguém diz “moça”. Tenho uma amiga que chama o meu marido, já com 50 anos nas costas, de “rapaz”. Eu gosto!
Lila, é, eu sei que TUDO que a polícia fez foi errado, mas pergunto qual foi o MAIOR erro. Ah, tem isso também?! Não era o Gate que deveria agir? Essa eu não sabia. Isso quer dizer que podemos ter esperança e que existe um grupo de elite da polícia pra lidar com essas situações?
ResponderExcluirLolla, nem vem, eu vejo fotos suas, e vc pode se referir a passarinho, assim como eu posso fazer alusões a elefantes (animais muito queridos e inteligentes, por sinal). Ah tá, então o seu desdém foi apenas contra uma blogueira! Eu sempre bóio quando pego uma conversa pela metade! (aliás, costumo boiar quando pego a conversa inteira tb).
Lola, podemos ter esperança, mas acho que não em SP. Andei lendo blogs de jornalistas e parece que o Serra sucateou o GOE. SP tinha 45 milhões do orçamento próprio p/ investir em segurança e 25 milhões da União. O Serra resolveu investir só o orçamento da União e reteve o seu próprio. Além disso, ele não ia chamar a polícia civil, em plena greve, p/ não demonstrar que estava errado.
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