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quarta-feira, 18 de maio de 2022

UM BANCO DE ESQUERDA PARA PROGRESSISTAS

Fui convidada para escrever alguns tuítes e posts sobre o LeftBank, e – novidade nos meus 14 anos de blogueira feminista! --, ser reconhecida por isso. Mas eu não aceitaria se não acreditasse no produto. Pesquisei, li alguns artigos publicados na mídia, e vou compartilhar com vocês o que descobri.
O LeftBank é um banco digital, uma fintech (startup de serviços financeiros) regularizada no Banco Central. Essa ideia das fintechs apareceu no governo Dilma para oferecer a quem não tem conta em banco mais opções. E existe muita gente sem conta em banco, cerca de 45 milhões de brasileiros. Isso os deixa à margem da sociedade em muitos sentidos.
Já a ideia do LeftBank surgiu em 2018, e se concretizou em 2020, entre dois amigos de esquerda. Espantados com a onda fascista, eles lembraram dos bancos que patrocinam a extrema-direita. E pensaram em criar um banco de esquerda, um banco que sirva aos interesses dos trabalhadores, não dos patrões.
O sistema bancário no Brasil (e no mundo) é altamente concentrado. Cinco instituições (três privadas, duas estatais) dominam 90% do mercado. Ainda assim, ou talvez justamente por causa disso, um em cada três brasileiros acima de 16 anos não têm acesso a serviços financeiros, e 60% dos inadimplentes não têm acesso ao crédito. E fica pior: 59% dos "desbancarizados" são mulheres, 69% são negros.
Pesquisas mostram que muitos brasileiros se consideram de esquerda, ou se identificam com ela. Então por que não ter um banco pra gente, com taxas bem menores e serviços melhores, e em que 20% do lucro vá para a promoção de ações sociais inclusivas? Este ano, o recém criado Instituto LeftBank está apoiando a casa Laudelina de Campos Mello, pioneira na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas.
Quase dois anos depois da sua criação, o LeftBank já tem mais de 5 mil correntistas e pode operar 90% dos serviços e produtos bancários (falta principalmente a operação de crédito). O banco oferece consórcio, proteção e assistência para veículos, e existe também a LeftFone, uma operadora de telefonia móvel, que promete ter um atendimento rápido no seu call center, e não exige fidelização, nem cobra multas se o cliente sair do plano. Pode-se abrir uma conta sem taxas e sem burocracia (com saques disponíveis na Rede 24h), pagar boletos, criar um pix, e pedir um cartão sem anuidade.
O diretor do LeftBank é o ex-deputado federal Marco Maia (PT-RS), que explica que, obviamente, ninguém preenche um formulário político ao se filiar ao LeftBank (ou a qualquer outro banco). Portanto, ninguém é discriminado ou proibido de entrar. Mas é um banco que se posiciona ao defender direitos humanos, ciência, direitos sociais e trabalhistas.
E isso já faz muita diferença.
Como Maia pergunta, “Por que temos de financiar um Bradesco, um Itaú, um Santander, uma Vivo etc, se podemos construir nossas próprias alternativas?" Concordo com ele.
Convido vocês a conhecerem mais sobre o LeftBank.

terça-feira, 18 de março de 2008

ADORÁVEL CAPITALISMO SELVAGEM

Acabou de chegar pra mim, pelo correio, um cheque nominal no valor de US$ 9,25. Eu só tenho que ir ao banco e depositá-lo ou descontá-lo. Ah, pra isso tenho também que vender minha alma. É assim: ano passado, em outubro, comprei alguma passagem aérea e surgiu a chance de receber quinze dólares. Tudo que eu precisava fazer era me filiar a um clube de vantagens que dá bônus pra cartão de crédito e descontos em viagens. Pra que eles não cobrassem a anuidade (que eles não diziam quanto era), eu tinha dois meses pra ligar e cancelar. Ok, passou-se apenas um mês e apareceu um rombo de 50 dólares no meu cartão de crédito. Liguei pra empresa e exigi meu dinheiro de volta e o cancelamento imediato da minha anuidade. Pagaram e nunca mais ouvi deles. Até ontem. Se eu depositar esse tentador cheque nominal, vão me cobrar uma anuidade de US$ 140. A menos que eu cancele. Mas o detalhe genial é que eu tenho que cancelar todo ano, pro resto da vida. Esta pérola tá em letras miudinhas: “Não precisaremos pedir o seu número do cartão de crédito ou o seu consentimento para a cobrança”. Ou seja, por 9 dólares e uns trocadinhos eu posso arranjar um problemão pro resto da vida. Sabe o que é mais interessante? É que aqui nos EUA há várias leis, inclusive constitucionais, prometendo sigilo bancário. O curioso é que elas não se aplicam às empresas privadas (lembra do meu contrato com o Chase?). Essas leis foram feitas pra proteger o cidadão das garras do governo. Mas não existe nada pra proteger o consumidor incauto da sanha corporativista.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

BANCO É TUDO IGUAL?

Abri uma conta no Chase. Aparentemente há muito menos taxas que as cobradas pelos bancos brasileiros, ou assim espero. E dá pra “personalizar” seus talões de cheque. Você pode escolher entre quarenta modelos pra fundo de cheque, de Pernalonga e Mickey até águias e bandeiras, sabe, pra demonstrar seu patriotismo toda vez que comprar uma bugiganga made in China. Essa personalização custa US$ 4,24. Também dá pra incluir uma mensagem em cima da assinatura, tipo “Nunca esqueceremos 11 de setembro”, ou “Orgulho de ser hispânico”, ou “Com Deus tudo é possível”, ou “Amo meu cão”, ou “Pergunte-me sobre meus netos”. Acho que minha mensagem preferida é “Procure-me no jardim”. Apesar de não saber ao certo o que ela significa, deve ser lindo receber um cheque sem fundos com este recadinho enigmático. Mais gentil que “Vá ver se estou na esquina”. É divertido ler o contrato do banco, principalmente a seção de perguntas e respostas. Olha só o júbilo do capitalismo! Pergunta: “Menores de 18 anos podem abrir conta?” Resposta: “Definitivamente!” (com ponto de exclamação e tudo). Claro que nada bate a Política de Privacidade do Chase, que explica que o banco guarda seus (os do cliente) dados a sete chaves, mas pode compartilhá-los com empresas do grupo do banco, organizaçõs financeiras fora do grupo... ou seja, todo mundo. Aí a pergunta no próprio manual é: “Quais escolhas tenho para que o banco não compartilhe essas informações?” A resposta é um primor, algo nas linhas: “Você pode nos pedir pra não compartilhar as informações, mas nós vamos fazê-lo de qualquer jeito, como permite a lei”. Não tô inventando!