quarta-feira, 30 de março de 2022

COMO GANHEI O BOLÃO DO OSCAR SOZINHO

Meu querido Júlio César, que organiza o meu tradicional bolão do Oscar desde 2009, ganhou sozinho o bolão deste ano, com 18 acertos em 19 categorias. Outra tradição é que o vencedor escreva um texto sobre essa vitória (ano passado publiquei o do Claudemir e da Janaína, outros queridos que participam há muitos anos -- ambos acertaram 17 este ano, sempre na minha cola!). 

Só tive o prazer de conhecer o Júlio pessoalmente uma vez, na Bienal Internacional do Livro, em Maceió, em 2019, portanto, só temos uma foto. Aqui vai o texto do Júlio César, que é servidor público do Instituto Federal de Alagoas, ou seja, o que Paulo Guedes, um dos piores ministros da economia da história, chama de "parasita". 

A Lola pediu para eu escrever um post revelando os segredos para vencer sozinho o bolão, mas eu não vou contar, é claro. Brincadeiras à parte, foi pura sorte. Os palpites nas categorias principais Filme, Roteiro Original, Roteiro Adaptado e Atriz foram todos sem convicção, porém havia uma lógica. O segredo é observar as oscilações de favoritismo dos indicados desde o anúncio das indicações até o último dia de votação. Quando os indicados foram anunciados, Ataque dos Cães saiu na liderança. Na semana da cerimônia, a única certeza era a vitória da Jane Campion em Direção. Quando No Ritmo do Coração começou a ganhar prêmios importantes, ficou claro que Ataque dos Cães estava perdendo força. 

Será mesmo que No Ritmo do Coração poderia ganhar como Melhor Filme sem ter sido indicado a Direção e Montagem? Seria esta a primeira vez na história a ocorrer tal fato? Se observarmos os vencedores dos últimos anos, quem ganha Melhor Filme não está mais necessariamente ganhando Montagem. Direção também vem divergindo de Melhor Filme algumas vezes. 

E temos Parasita, um filme estrangeiro, levando Melhor Filme pela primeira vez. As regras de antigamente não são mais obedecidas. A Academia está lutando para que o Oscar recupere a audiência perdida, então a vitória de No Ritmo do Coração virou possibilidade. Era o filme com maior apelo popular entre os dez indicados. 

Meu único erro foi o voto em O Beco do Pesadelo para Design de Produção. Foi um voto em quem eu queria que ganhasse, um risco que eu quis correr mesmo sabendo que iria errar. A Academia estava preguiçosa este ano e iria premiar Duna em quase todas as categorias técnicas. Quase votei na Penelope Cruz para Atriz, mas como eles ainda adoram premiar a atriz e a maquiagem do filme, votei na Jessica Chastain sem medo.

A primeira vez que venci foi em 2011. Depois da vitória de 2022, espero que a próxima não seja em 2033. 


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