domingo, 7 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO SENTIMENTAL

Não sei quantos anos tem esta crônica nunca publicada na internet, mas desconfio que seja de 2003, ano em que Bush atacou o Iraque. A gente morava em Joinville e eu tava começando o mestrado. E escrevia, além de críticas de cinema pro jornal, também crônicas levinhas pra um outro caderno. De resto, não lembro de mais nada. Parece que sete anos passaram voando!

Tá, sei que já falei do meu gatuno Calvin em outra crônica, mas ele é tão fantástico que preciso tocar no assun
to de novo. É verdade: eu me deslumbro facilmente com ele. O maridão já não segue meu entusiasmo, como pode ser visto neste diálogo.
Eu: “Você viu? O gatinho me ouviu chegando na cama, veio correndo até aqui e se deitou em cima de mim”.
Ele: “Você tá querendo dizer que ele sabe a diferença entre você e o colchão?”.
Eu, insinuante: “Óbvio que sabe. E você, sabe a diferença entre o colchão e eu?”.
Ele: “Acho que sim... O que a gente tem que trocar é o colchão, certo?”.
Você pode notar que, em matéria de carinho, o maridão ainda tem muito que aprender. E o Calvin é um mestre em carinho. Sério mesmo. Meu gatinho vem pra mim sem nenhum interesse além de o de dar e receber amor. Ele se deita no meu peito e estende a patinha pra acariciar meu queixo. Isso quando não encosta a cabeça na minha bochecha. Nessas horas, eu me esqueço dos problemas do planeta. Creio que todo mundo deveria ter um gatinho desses. Sinceramente, se o Bush tivesse um gato a lhe acariciar, ele estaria por aí atacando outros países? Não, né? Eu queria abrir um salão relaxante onde cada pessoa receberia um gato pra fazer carinho por algumas horas. E o gato, em troca, faria rum-rum. A Rum-rum Terapia traria paz à Terra, tenho certeza. Enquanto não concretizo meu sonho, ando pedindo pro maridão imitar o gatinho. Chamo isso de “Educação Sentimental do Maridão”.
Eu: “Você tá tentando copiar o Calvin?”.
Ele: “Deixa eu ver: dormir o dia todo e longas saídas à noite... Tô. Eu até consigo dormir o dia todo nos fins de semana, mas estou tendo problemas com as saídas noturnas por causa de uma certa jararaca. Mas sim, posso dizer que estes são os meus objetivos na vida”.
Eu: “Amor, eu tô falando de copiar o Cal na parte do carinho, na parte que me toca, sabe?”.
Ele, me ignorando: “Claro que ainda preciso ensinar esse gato estúpido a assistir TV, mas tô indo bem”.
Rum-rum Terapia nele!

14 comentários:

  1. Eu tenho um gatinho. O Didi. Ele é a versão cinza do seu Calvin. Tem 19 anos!!! Virou velhinho ranzinza, reclama o dia todo, muito emgraçado. Mas eu lembrei de outra coisa para postar aqui. Na mesma época deste post eu fui a um show do Tom Zé. E ele disse que a solução para o Bush era meter uma chupeta na boca dele. Afinal esta era a palvra preferida do Tom Zé: pacifier. Segundo ele, meter pacifier em um monte de gente mudaria o mundo!!! :-D

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  2. Lola, conheci sue blog há pouco tempo.
    Estou adorando seus textos.
    Vc escreve muito bem!!! *__*

    Nunca tive um gato, já tive coelho, mas ultimamente estou morrendo de vontade de ter um! =)

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  3. Fofaronovich!
    Noite passada sonhei uma felina linda que fazia exatamente isso comigo: RumRum terapia!
    e eu nunca tive felinos :(

    beijukka e lindo domingão!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Carinho de gato, seja de 4 ou de 2 patas, é muito bom mesmo.
    -
    E concordo contigo, é bem por aí o Faça A Coisa Certa: mais carinho, menos guerra.

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  6. Ah, gato é o ser vivo mais fofo que que existe não é mesmo?

    Já tive gatos, mas isso há muito tempo, agora tenho um monte de cachorros que, apesar de serem muito carinhosos, não são lá muito comportados a ponto de deixá-los deitar comigo na minha cama...

    Ai, ai, que saudades, realmente rum-rum terapia é muito bom!

    Abraços

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  7. Legal esse texto leve em uma tarde de domingo, depois dessa semana heavy metal de tanto preconceito.

    Lola, saudade das suas críticas de cinema, principalmente de filmes mais antigos, como a atual que você fez do Ligações perigosas.

    Bjus e ótima semana pra você.

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  8. Ahh Lola, eu tenho dois gatinhos, o Johny e o Branquinho... Os dois tem exatamente o mesmo tipo de afeto por mim e pelas outras pessoas na casa... O mais interessante nos gatos é que ele sentem quando vc está mal e vêm te consolar...

    Abraços

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  9. voce vai gostar do filme frances, O GATO MIOU....

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  10. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  11. que croniquinha fofa, Lola. Vc e o maridão têm os melhores diálogos!
    Mas estou escrevendo pra dizer que vi na TV que no Japão (acho)eles têm agora esses espaços relaxantes com gatinhos! Os trabalhadores, estressadíssimos, saem para almoçar e entram nessas lojinhas para fazer carinho nos bichanos (mercatilizaram os animais de estimação...)
    beijos!
    Marlies

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  12. Lola, acho que roubaram sua ideia. Soube que no Japão tem algo parecido, um café que aluga gatos para as pessoas que não podem ter bichos de estimação em casa. A pessoa paga uma quantia e "adota" um gato. Bem prático.

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  13. Eu só tive um gato na minha vida. Quando nos mudamos ele preferiu ficar na antiga casa. Acho que deve ter se arrependido, pois subia no muro e atacava as pessoas que passavam na calçada. Não sei o que aconteceu com ele depois...
    Eu sempre preferi os cachorros. Já tive muitos e muitos. Os vira-latas sempre foram os melhores.
    Voltando aos gatos, eu gostaria de ter um Chartreux. Já que é pra ter um gato que ataca as pessoas queseja um astro dos filmes de terror.

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  14. Rsss...
    lolinha,o melhor desse texto foi a tua conversa com o maridão !
    Rsss.
    Antes desse texto, SONHAVA EM SER

    ALFAFA:
    A alfafa (Medicago sativa), também conhecida por luzerna, é uma leguminosa perene (renovada constantemente pela naturezApresenta uma grande variedade de ecotipos (sub tipos adaptados ao clima da região)a).

    Agora SONHO EM SER
    GAT(A)!:
    dormir o dia todo e longas saídas à noite...
    Rsss...

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