O post da semana passada pedindo que os homens se mexam para combater a violência contra a mulher rendeu excelentes comentários que podem dar bons posts. Um deles é este da Laeticia, pedindo ajuda pra um problema local (e, portanto, desconhecido):
Aproveitando o ensejo deste texto, queria compartilhar com vc uma "história de horror" que está acontecendo nas imediações da Unicamp, universidade onde estudo. Algumas alunas sofreram tentativas de estupro num caminho por dentro de um bosque que liga a Unicamp à cidade universitária. Os casos não têm repercussão fora do campus pq a violência não chegou a ser "concretizada" – interessante, pq é bem provável que o psicológico das garotas não tenha sido abalado em nada pelas ocorrências, não?
Enfim: ninguém se responsabiliza pela segurança naquele caminho, porque a Unicamp (governo estadual, portanto) alega que não pertence a ela; o município lava as mãos por alegar que a área pertence à Unicamp. E assim caminha. O engraçado é que a polícia (ronda escolar) foi muito mais solícita quando se tratou de expulsar alunos do campus em virtude de um festival proibido... rá!
Bom, em virtude deste abandono, já estão surgindo até mesmo oportunistas... hoje recebi um e-mail de uma academia de jiu jitsu, convidando as mulheres a fazerem aulas de defesa pessoal. Legal, né? Bem mais fácil todo mundo lavar as mãos, e as alunas que se virem! Aliás, as alunas pobres, porque as da elite não andam a pé – Campinas é uma das cidades com maior frota de automóveis. Bem, não vem ao caso... a situação é crítica, Lola. Essa sugestão de aula me deixou enfurecida. Porque, além da questão de segurança pública, rola o velho machismo conformista aí, não? Propor aulas de comportamento em sociedade aos homens, não vi ninguém propor, até agora. Mais fácil ensinar defesa pessoal às mulheres... é, porque aluna da Unicamp não costuma andar lá muito sexy, então a desculpa de "ah, a menina deu deixa pro estupro" não cola. Vamos dizer que elas são fracotes, então! Realmente, esses seres com vagina não aprendem nunca, não?
Se puder divulgar isso, nem que seja no twitter, aos seus alunos, aos seus amigos, sei lá... sinceramente, estamos sem voz.
Voltando aqui, tem muita coisa interessante no comentário da Laeticia, que chama atenção para um problema real e de difícil solução, porque o governo estadual vai dizer que a culpa é da universidade, e a universidade vai dizer que a culpa é do governo, até que, talvez, depois do primeiro estupro ser noticiado pela imprensa, venha a exigência por uma solução concreta.
O mais fascinante pra mim é essa discussão da cobrança em cima das mulheres para que aprendam algum tipo de defesa pessoal. Obviamente, isso é jogar a responsabilidade em cima das mulheres (logo as vítimas em potencial), livrando a cara da sociedade e dos homens agressores. Esse tipo de mentalidade equivale a dizer “É, estupros existem, e sempre vão existir, porque é assim que as coisas são, mas se as mulheres 1) se vestissem decentemente, 2) evitassem caminhos perigosos, e 3) aprendessem técnicas de defesa pessoal, os casos de estupro diminuiriam”. Logo, se ainda houvesse estupros numa sociedade perfeita e utópica como essa, seria só culpar a vítima. Problema resolvido! (quer dizer, já fazemos isso, não?).
Então tem que ficar claro que não cabe à vítima resolver o problema do estupro. Cabe ao estuprador, aos homens que não mexem uma palha sequer e fingem que o combate contra o estupro não é com eles, e à sociedade que não muda a forma de educar e continua ensinando que mulheres são um enorme buffet self-service à disposição dos homens.
Por outro lado, sinceramente, se eu tivesse uma filhinha e quisesse que ela fizesse algum tipo de exercício físico, eu a colocaria pra ter aulas de judô, caratê, sei lá. Eu uniria o útil ao agradável. Talvez ela nem precisasse usar o que aprende, mas eu gostaria que ela adotasse uma atitude destemida, de estar pronta para o enfrentamento mesmo.
Na realidade, esse tipo de mentalidade cai na mesma vala comum daquela dos dispositivos anti-estupro, sabem? No país com um dos maiores números de estupros no mundo, a África do Sul (onde há muitos estupros em grupo, e muitos estupros “corretivos”, para “curar” lésbicas, o que remete ao post anterior, em que uma leitora, com razão, reclamou que as discussões sobre homofobia centram-se sempre na agressão aos gays, não às lésbicas, como se a vida das lésbicas numa sociedade homofóbica fosse um mar de rosas. Bom, deve ser, porque um leitor homofóbico atendeu à reclamação, respondendo que não teria problema algum em fazer sexo com lésbicas. Ha ha, um egocêntrico acha que seu pênis é o centro do universo e não consegue entender que, sei lá, talvez as lésbicas não queiram transar com ele?), algumas ferramentas foram desenvolvidas para tentar impedir estupros. E a discussão é sempre essa de que estamos transferindo a responsabilidade de evitar estupros para as mulheres. Mas, se você morasse na África do Sul, ficaria esperando que o governo fizesse alguma coisa e que os homens se conscientizassem que mulheres não são seu playground particular, ou usaria uma camisinha dentada? (quer dizer, imagina usar isso toda vez que sair de casa?). Ahn, não estou dando respostas, até porque não tenho opinião formada sobre nada disso. Quero levantar uma discussão.
E muit@s de vocês vêm pedindo um post sobre a situação do Rio. Não tenho grande interesse em escrever sobre o assunto, não. E nem tempo, que a correria por aqui alcançou um ritmo ridículo. Mas, por favor, sintam-se à vontade pra falar sobre isso nos comentários.
Aproveitando o ensejo deste texto, queria compartilhar com vc uma "história de horror" que está acontecendo nas imediações da Unicamp, universidade onde estudo. Algumas alunas sofreram tentativas de estupro num caminho por dentro de um bosque que liga a Unicamp à cidade universitária. Os casos não têm repercussão fora do campus pq a violência não chegou a ser "concretizada" – interessante, pq é bem provável que o psicológico das garotas não tenha sido abalado em nada pelas ocorrências, não?
Enfim: ninguém se responsabiliza pela segurança naquele caminho, porque a Unicamp (governo estadual, portanto) alega que não pertence a ela; o município lava as mãos por alegar que a área pertence à Unicamp. E assim caminha. O engraçado é que a polícia (ronda escolar) foi muito mais solícita quando se tratou de expulsar alunos do campus em virtude de um festival proibido... rá!
Bom, em virtude deste abandono, já estão surgindo até mesmo oportunistas... hoje recebi um e-mail de uma academia de jiu jitsu, convidando as mulheres a fazerem aulas de defesa pessoal. Legal, né? Bem mais fácil todo mundo lavar as mãos, e as alunas que se virem! Aliás, as alunas pobres, porque as da elite não andam a pé – Campinas é uma das cidades com maior frota de automóveis. Bem, não vem ao caso... a situação é crítica, Lola. Essa sugestão de aula me deixou enfurecida. Porque, além da questão de segurança pública, rola o velho machismo conformista aí, não? Propor aulas de comportamento em sociedade aos homens, não vi ninguém propor, até agora. Mais fácil ensinar defesa pessoal às mulheres... é, porque aluna da Unicamp não costuma andar lá muito sexy, então a desculpa de "ah, a menina deu deixa pro estupro" não cola. Vamos dizer que elas são fracotes, então! Realmente, esses seres com vagina não aprendem nunca, não?
Se puder divulgar isso, nem que seja no twitter, aos seus alunos, aos seus amigos, sei lá... sinceramente, estamos sem voz.
Voltando aqui, tem muita coisa interessante no comentário da Laeticia, que chama atenção para um problema real e de difícil solução, porque o governo estadual vai dizer que a culpa é da universidade, e a universidade vai dizer que a culpa é do governo, até que, talvez, depois do primeiro estupro ser noticiado pela imprensa, venha a exigência por uma solução concreta.
O mais fascinante pra mim é essa discussão da cobrança em cima das mulheres para que aprendam algum tipo de defesa pessoal. Obviamente, isso é jogar a responsabilidade em cima das mulheres (logo as vítimas em potencial), livrando a cara da sociedade e dos homens agressores. Esse tipo de mentalidade equivale a dizer “É, estupros existem, e sempre vão existir, porque é assim que as coisas são, mas se as mulheres 1) se vestissem decentemente, 2) evitassem caminhos perigosos, e 3) aprendessem técnicas de defesa pessoal, os casos de estupro diminuiriam”. Logo, se ainda houvesse estupros numa sociedade perfeita e utópica como essa, seria só culpar a vítima. Problema resolvido! (quer dizer, já fazemos isso, não?).
Então tem que ficar claro que não cabe à vítima resolver o problema do estupro. Cabe ao estuprador, aos homens que não mexem uma palha sequer e fingem que o combate contra o estupro não é com eles, e à sociedade que não muda a forma de educar e continua ensinando que mulheres são um enorme buffet self-service à disposição dos homens.
Por outro lado, sinceramente, se eu tivesse uma filhinha e quisesse que ela fizesse algum tipo de exercício físico, eu a colocaria pra ter aulas de judô, caratê, sei lá. Eu uniria o útil ao agradável. Talvez ela nem precisasse usar o que aprende, mas eu gostaria que ela adotasse uma atitude destemida, de estar pronta para o enfrentamento mesmo.
Na realidade, esse tipo de mentalidade cai na mesma vala comum daquela dos dispositivos anti-estupro, sabem? No país com um dos maiores números de estupros no mundo, a África do Sul (onde há muitos estupros em grupo, e muitos estupros “corretivos”, para “curar” lésbicas, o que remete ao post anterior, em que uma leitora, com razão, reclamou que as discussões sobre homofobia centram-se sempre na agressão aos gays, não às lésbicas, como se a vida das lésbicas numa sociedade homofóbica fosse um mar de rosas. Bom, deve ser, porque um leitor homofóbico atendeu à reclamação, respondendo que não teria problema algum em fazer sexo com lésbicas. Ha ha, um egocêntrico acha que seu pênis é o centro do universo e não consegue entender que, sei lá, talvez as lésbicas não queiram transar com ele?), algumas ferramentas foram desenvolvidas para tentar impedir estupros. E a discussão é sempre essa de que estamos transferindo a responsabilidade de evitar estupros para as mulheres. Mas, se você morasse na África do Sul, ficaria esperando que o governo fizesse alguma coisa e que os homens se conscientizassem que mulheres não são seu playground particular, ou usaria uma camisinha dentada? (quer dizer, imagina usar isso toda vez que sair de casa?). Ahn, não estou dando respostas, até porque não tenho opinião formada sobre nada disso. Quero levantar uma discussão.
E muit@s de vocês vêm pedindo um post sobre a situação do Rio. Não tenho grande interesse em escrever sobre o assunto, não. E nem tempo, que a correria por aqui alcançou um ritmo ridículo. Mas, por favor, sintam-se à vontade pra falar sobre isso nos comentários.
Bom dia, Lola! Obrigada por ter dado voz a esse "desabafo". Aliás, escrito às pressas, rs.
ResponderExcluirComo foi escrito às pressas, gostaria só de acrescentar uma coisa: não estou afirmando que a Unicamp ou a prefeitura de Campinas estejam certas quanto ao trecho do bosque pertencer a uma ou a outra. Realmente não sei a quem deveria caber a providência de reforçar a segurança (na verdade, a ambos, enfim).
Gostei da abordagem que vc deu. É bem o que eu quis dizer... não tenho nada contra mulheres que aprendem jiu jitsu, só acho que se a sociedade tirasse o traseiro da cadeira do conformismo e admitisse que temos um problema real e que a causa desse problema passa pelo machismo... bom, teríamos um grande avanço.
Recebi um novo email, convocando as alunas da Unicamp para uma passeata contra a violência sexual. Pretendo participar.
Um caso serio (mais um né).
ResponderExcluirCulpar as vitimas é uma das coisas mais nojentas e crueis que as pessoas são capazes de fazer.
E tb uma bela forma de lavarem as mãos e se manterem acomodados.
Triste e revoltante.
Lola,
ResponderExcluirLeio sempre o blog, mas é a primeira vez que comento.
Há alguns anos aconteceu uma situação semelhante num bosque próximo ao Hospital de Clínicas de POA, onde as pessoas costumam deixar seus carros, com a diferença que várias mulheres foram estupradas, inclusive algumas médicas. Na ocasião a instituição optou por deixar tudo em off para não expor as profissionais (como se fossem culpadas por alguma coisa!). Absurdo!
Ontem fiquei absurdamente chocada (desculpa a redundância) com o clube de descontos Peixereca (fiz um post sobre isso no blog) voltado para o divertimento masculino. Leia-se: um clube de descontos de garotas de programas. Se tiveres interesse, o site é http://www.peixereca.com
Bjs
Laetita, eu morro proximo a Campinas e muitas amigas e amigos se formaram na Unicamp.
ResponderExcluirDe fato nem tava sabendo desses acontecimentos, não vi repercurssão nenhuma.
Ainda bem que vc trouxe o assunto a tona.
Vou divulgar tb.
Lola, concordo com a questão de jogar a responsabilidade apenas para cima das mulheres, mas acho que pode haver cursos de defesa pessoal adaptados que podem, sim, significar empoderamento para vocês. Em Israel, quando fui participar de um workshop sobre violência doméstica, visitamos uma academia que ensinava defesa pessoal para mulheres. As turmas eram apenas para mulheres, e tinha turmas especiais para alguns segmentos, como pessoas mais velhas, crianças, etc. Além disso, além das aulas "físicas", havia várias conversas a respeito da atitude, como reagir a uma abordagem agressiva de um homem, etc. Em determinados lugares mais violentos, acho que cursos desses podem, sim, fazer a diferença.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPois é, depois que quase levei uma garrafada na cabeça de um ex-namorado, meu pai vivia me dizendo pra entrar na aula de defesa pessoal. Eu entendo a preocupação dele, que presenciou a cena e entrou na minha frente pra eu não ser atingida. Nós não revidamos e chamamos a polícia, que demorou uns 40 min para chegar ao local e disse que eu teria que ir à polícia civil, pois isso "não era da alçada da PM". E que era "um absurdo chamarmos a polícia porque o agressor era muito magrinho" (eu JURO que o policial falou isso). Enfim: minha sorte foi que o bar onde estava tinha segurança e foi ele quem interviu e ficou segurando o louco da garrafa). Cheguei na Polícia Civil e disseram que teria que ter contactado a PM. Se meu pai não fizesse escândalo, não conseguirria nem mesmo registrar a minha ocorrência no dia. No dia seguinte, fui à delegacia de mulheres e me disseram que não poderia registrar ocorrência porque não era casada... Sei te dizer que, no fim das contas, contratei um advogado, que, por sorte, levou o caso a uma delegadA e, por fim, foi enquadrado na Lei Maria da Penha e, depois de dois meses, tive minhas medidas de proteção asseguradas. Foram dois meses de perseguição e terror na minha vida. Não era mole ter que ir trabalhar de ônibus todo dia, sabendo que tinha um maluco atrás de mim. É foda pensar que estamos em tal estado de inseguranaça e exposição, que as aulas de artes marciais realmente parecem boa ideia...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuanto a questão de aulas de defesa pessoal eu concordo,assim, é um saco nós termos quea aprender isso para nos sentirmos minimamente seguras,mas...
ResponderExcluirEu sou extremamente sedentaria,detesto esportes mas ano que vem pretendo começar a fazer Boxe.
PS:Aprender a atirar tbm é uma boa :D
Eu não acho que recomendar que as mulheres aprendam defesa pessoal seja transferir a responsabilidade de acabar com o estupro pras mulheres.É reconhecer que há estupros e que quanto melhor preparada a mulher estiver pra enfrentá-los melhor.isso não tira em nada a responsabilidade do governo e da sociedade como um todo de acabar com essa prática hedionda.Não vi problema na academia de jiu-jitsu fazer propaganda.ofereceram um serviço,que no fim das contas é útil ué.Seria errado se as mulheres só fizessem as aulas e parassem de cobrar policiamento no campus.Acho que sugerir defesa pessoal não é a mesma coisa que dizer que estupro é causado por roupa curta,etc.Recomendar defesa pessoal é recomendar que a vítima se defenda e não culpá-la pelo occorido.Nenhum estuprador vai pensar duas vezes antes de estuprar se a mulher estiver vestida x ou y,a gente sabe que não é por aí.Mas será que não pensariam duas vezes se soubessem que podem acabar com um braço quebrado?
ResponderExcluirObs:Acho legítimo inclusive que andemos armadas.Resolve o problema? Não.Mas faz o agressor pensar antes de agir.Não julgar a vítima como presa ganha.
É como diz uma cartaz feminista que vi uma vez: "Rape a 38".
Todo machista é homofóbico. Todo homofóbico incute aos homossexuais a fama de devassos, descontrolados sexualmente (como nos comentarios do post anterior), que farão sexo em público, darão cantadas em heteros, impulsivos sexualmente.
ResponderExcluirTodo machista põe a culpa do estrupo na mulher que se veste de maneira provocante. Então um cara vê uma mulher vestida sensualmente, força ela a fazer sexo e a culpa é dela, pois devia se comportar?
Quem é o impulsivo? O hetero que estrupa ou o homossexual?
Só pra ver como machistas e preconceituosos em geral são incoerentes. Generalizam aos homossexuais comportamentos que estão mais presentes em heterossexuais. Pura homofobia.
Ola Lola,
ResponderExcluirEsse caminho que a Laetitia relatou eu fazia toda santa noite ao sair da aula na unicamp. Na época (uns 3 anos atras) a gente ia em grupos pq ja era perigoso, e desde aquela época nem a unicamp e nem a subprefeitura de Barao Geraldo se ocupavam dos problemas.
O pior é que tem uma guarita dos seguranças da unicamp bem na entrada do parque, mas nunca tinha segurança la durante a noite...
É muito triste isso. Vao com certeza esperar que algo aconteça pra começarem a pensar sobre o assunto.
Isso sobre mulheres aprenderem defesa pessoal me lembra um filme com a Jennifer Lopez, Nunca mais: ela é espancada pelo marido, foge com a filha mas o cara vai atrás dela. A solução que ela consegue para o problema é aprender a lutar krav mangá para revidar os golpes do cara e poder ter paz. Imagine se todas as mulheres tiverem que fazer o mesmo pra escapar da violência.
ResponderExcluirLola e Laetitia: que tal usarmos o twitter para fazer a Unicamp e a prefeitura tomarem providências a respeito das ameaças às alunas? Podemos mandar mensagens citando essas contas ligadas à universidade: @unicamp , @bandeco , @dce_unicamp ; e essa ligada à cidade @Campinas . Ou criar hashtags como #AmeacasMulheresCampinas .
Raiza, precisamos nos adequar a realidade ao mesmo tempo que lutamos para mudá-la. Correto. Mas não podemos entrar pra lógica do velho oeste. Que bom se a mulher conseguir se defender, mas ela não pode ser obrigada a lutar e muito menos andar armada para evitar agressões e estupros. O Estado deve sim dar as condições de segurança, deve ser cobrado para tomar atitudes energicas, deve ser denunciado quando omisso, como no caso relatado.
ResponderExcluirOs homens precisam entrar nessas campanhas. Neste caso na universidade por exemplo, os homens não podem fingir que não é com eles, que estão imunes aos ataques, etc. O problema é público e de todos.
Sei que quem paga o preço da inercia são as mulheres, mas acredito muito na pressão social. Hoje dá pra fazer pressão social até pela internet, vide a sugestão do comentário da Teresa.
Sou a favor das mulheres aprenderem a se defender e/ou carregarem um instrumento de proteção na bolsa.
ResponderExcluirHoje em dia, aulas de Pugilismo, Jiu Jitsu ou o que seja não são inacessíveis a mulheres, muito menos um bom spray de pimenta ou taser.
Então... por que vocês não usam? Uma faca automática que seja, mas por que diabos as mulheres NUNCA buscam formas de se protegerem até que a tragédia acontece?
Não tem a desculpa de "não tenho dinheiro para treinar auto defesa", pois um spray de pimenta pode ser comprado por 40 reais.
4 real!
O "4 real" queria dizer "For real"... mas acho que o sentido da piada se perdeu.
ResponderExcluirAh well...
Sobre a violêncio no Rio, que a imprensa superexplora, escrevi algo sobre o que penso a respeito.
ResponderExcluirFicou meio grande para colocar nos comentários aqui do post, então quem quiser dar uma olhada, pode ir no http://portrasdasnoticias.blogspot.com/
Acho excelente a sugestão da Teresa Silva, a de fazermos um twittaço!!! Já fiz isso e consegui que uma amiga tivesse seus diretos de consumidora respeitados por uma conhecida agência de viagens.
ResponderExcluirPode ser criado um tweet e todos damos RT. Sou @carolpassuello no twitter!
Abs
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Lola
ResponderExcluirMoro no mesmo bairro onde fica a Unicamp e estou acompanhando a situação. Acho que aqui estamos esbarrando em algo que cruza a questão de gênero e a violência que a mulher sofre em situações "normais".
Acontece que campinas tem um problema sério, muito sério mesmo de segurança. Há 20 dias minha casa foi assaltada por 3 caras, eram seis da manhã. Quando fui fazer o BO, o atendente me perguntou qual era meu bairro, e quando disse qual era ele respondeu "ah, normal". A violência e o crime se tornaram normais, e este não é um bairro periférico. Ainda, dois meses atrás, um amigo meu foi levado da porta da casa dele por bandidos, que capotaram o carro com ele dentro - levando-o a ferimentos muito sérios que terminaram por levar ao seu falecimento. Eu conheço muitas pessoas nesta cidade e neste bairro que foram assaltadas ou conhecem alguém que foram. Campinas tem um péssimo investimento em segurança - mas não sei se o problema é pontual da cidade.... Este distrito, onde fica a Unicamp, tem duas delegacias. Curiosamente, as duas fecham à noite e nos finais de semana. Se alguém aqui é assaltado nestes períodos tem que esperar uma polícia vir de outro bairro, a vinte minutos daqui. Claro que só funciona se é uma situação de reféns, do contrário a polícia só vai chegar pra fazer o BO.
Não há investimento em segurança. Tive informações de que os armamentos que essa polícia recebe são aqueles que não passaram no controle de qualidade para exportação. Os caras são mal pagos e são poucos. NÂO HÁ! Estamos desprotegidos mesmo.Mulheres e homens. Eu fiz um levantamento à época do assalto daqui, e em um ano a quantidade de ocorrências só neste distrito era enorme. Posso te mandar se quiser.
Então eu acho que a galera tem que treinar alguma arte marcial para se defender sim, comprar spray de pimenta, taser, porrete, o que for. Eu concordo plenamente com o que você falou. Não é uma questão de delegar ou culpar a vítima. É uma questão de emergência. Os assaltos e estupros estão acontecendo, e a gente SEMPRE é instruído a não reagir. Aliás, nossas instruções, mulheres, são as mais cruéis, e nós seguimos. Mulheres: sempre instruídas a serem bonitas, a serem apetitosas - usarem roupas para agradar os homens, não é? - e ao mesmo tempo a não reagir. Olha a bizarrice. Eu não estou culpando a vítima, como se ela voluntariamente quisesse ser estuprada. Eu estou dizendo sim que somos por sermos mulheres alvos automáticos da violência masculina, e ao mesmo tempo somos treinadas para ser caça - a usar uma roupa assim, que "valorize" o corpo assado e de quebra, que devemos usar salto - o que diminui muito nossa capacidade de correr, se houver necessidade. E aprendemos a gostar disso, "mulher gosta de salto etc". Para não dizer a respeito disso que a Laeticia abordou: desinformação! Por falta de informação, porque as coisas não estão sendo faladas abertamente, achamos que a sociedade está segura, e ela simplesmente não está. Então andamos sossegadamente por bairros como este, achando que está tudo bem. Aliás, tem uma "corrente" burra de feminismo que acha que mulher tem que andar sempre sozinha, por aí, e que acha que precisar estar acompanhada é machismo. Nunca vi coisa mais idiota. Somos treinadas para ser presa desde muito cedo, e os homens são educados a reagir um pouco mais. Então, essa parece ser mais do que qualquer coisa, uma necessidade, pelo menos por enquanto - ainda que a defesa possa nem ser uma garantia mínima.
Então, vamos ao feminismo inteligente. Vamos treinar para nos defender sim. Enquanto isso a gente discute como paramos essa porcaria de situação maluca que é a violência e a violência contra a mulher. Não adianta ficar esperando acontecer a defesa do Estado, ela não vai vir - pelo menos não tão logo! E os homens também estão à mercê, a situação não está muito melhor para eles.
lola,
ResponderExcluirqueria comentar algumas coisas:
1- unb tem esse mesmo problema da unicamp de ninguém se responsabilizar pela área ao redor do campus. há um matão bruto entre o campus e a principal via para pegar transporte (dependendo de onde você more). muitos casos de estupro num campus enorme e mal iluminado e o problema de policiamento local numa área federal. enfim.
2- mesmo que possamos fazer uma leitura de 'defesa pessoal' como uma forma de novamente responsabilizar mulheres, não podemos esquecer que estamos em guerra mesmo e temos que nos armar. não dá pra esperar que alguém faça por nós, que a policia esteja do nosso lado (ela obviamente tem pendido pro lado deles), que o estado esteja. DÁ PRA EXIGIR, lutar, pressionar por políticas de enfrentamento a violência e blá. mas não dá pra esperar. não dá pra arriscar.
existem no brasil alguns coletivos autônomos e sem fins lucrativos de auto-defesa feministas (que não são academias de jiu-jitsu querendo lucrar em cima de nossa vulnerabilidade). são coletivos de wendo (o caminho das mulheres) dá pra conhecer mais por aqui
http://wendosp.org/
pra quem lê inglês http://www.wendo.ca/
Näo tive tempo de ler todo o post e comentários. (Hoje é meu primeiro dia de babá da nossa filhota. Estamos nos saindo muito bem.)
ResponderExcluirO conselho da polícia militar é um só: deve ser registrado BO. Isso pode ser feito pela net. Inclusive pode ser retroativo. No estado de SP o endereço é www.ssp.sp.gov.br/bo/.
Infelizmente o contingente policial é mal aproveitado em SP e somente com um número significante de BOs se justifica a presença de uma ronda militar. Mesmo com mais de um BO será feita investigação.
Nem vou reclamar aqui do que o governo de SP faz com a PM. Não cabe. Assim que puder leio e comento mais. (Filha chamando pra dançar.)
Na universidade onde estudei havia uma lenda (que nunca soube se era verdade, mas sempre acreditei) de que algumas meninas haviam sido estupradas lá dentro, à noite...
ResponderExcluirEu estudava à noite na época do apagao, entao pelo menos 2/3 das lampadas que iluminavam as ruas e pracas do campus foram apagadas, entao você imagina o breu que era... enfim, todos os dias, quando acabava a aula, eu e minhas colegas desciamos juntas para o portao da uni, eu estudava letras e praticamente eramos só meninas no curso, entao montavamos um grupo de 10 mais ou menos para podermos sair do bloco e descer ate a entrada, todas apavoradas e com olhos atrás da cabeca.... Olha que absurdo!!! Dentro de uma universidade federal, mulheres tendo que andar em bando por medo de estupro!!! Os guardinhas nao faziam nada, nem rota...
Alguns anos depois a situacao melhorou, colocaram mais iluminacao e instalaram cameras de seguranca, o que eu sempre vi como algo positivo, e já vi os guardinhas abordando um rapaz que ficou muito tempo dando voltas e passando pela porta do bloco de salas de aulas. Acredito que nao tenha acontecido nenhum estupro depois disso, pelo menos nao que eu tenha ficado sabendo, mas como todo mundo sabe, a faculdade faz de tudo para encobrir esse tipo de coisa...mas nesse caso, pelo menos fez alguma coisa para acabar com o problema...
Assaltos e roubos, porém, continuam acontecendo,inclusive dentro de sala de aula.
Laetitia, Teresa e Loy
ResponderExcluirTambém moro perto da Unicamp e há muitos anos. Eu mesma já fui vítima desse caminho infame quando era criança. Tive muita sorte e corri com toda a força que tem uma menina de 9 anos. Penso na minha filha, que tem essa idade agora, vivendo a mesma situação e considero seriamente a sugestão da Lola.
Além do problema da Unicamp, há um estuprador (ou mais, talvez) agindo em outros pontos de Barão Geraldo (o distrito). Procurem contactar as enfermeiras do postinho de saúde daqui e vocês ficarão horrorizadas com os relatos. Houve alguma mobilização no ano passado, mas se Barão Geraldo não tem nem uma política para cuidar do seu crescimento desenfreado, que dirá da segurança da população e - mais ainda - da população feminina?
Falando em lavar as mãos, já experimentaram procurar os vereadores eleitos pelo distrito? Simplesmente não há resposta.
Obrigada pelo espaço, Lola!
Laetitia, seria legal estender a passeata à todas as mulheres do distrito, você não acha?
tipo, que tal um curso para os HOMENS aprenderem que A NÃO ESTUPRAR MULHERES?
ResponderExcluirok, a mulherada faz defesa pessoal e tals, mas PORRA! É sempre a mulher que tem que se defender porque um babaca não consegue manter o pinto dentro das calças e acha que toda mulher TEM que DAR?
Isso sempre me lembra um ditado rídiculo:
Prensam suas cabras porque meu bode está solto.
ODEIO muito tudo isso!
Amer: você sabia que carregar sprays de pimenta e tasers na bolsa é ilegal? Tão ilegal quanto andar com armas de fogo sem ter porte de armas. Idem armas brancas a.k.a facas, automáticas ou não.
ResponderExcluirVá se informar melhor sobre como funciona a vida real ao invés de falar bobagem.
ah sim
ResponderExcluirtem que tomar cuidado com academias caça-niqueis que na verdade não vão ensinar nada e deixar as pessoas mais vulneraveis.
uma idéia de título dos cursos para homens:
ResponderExcluirO Pênis e Você: quem controla as emoções.
Pinto-Alfa: Você é seu Pinto ou ele é Você?
Quando a Mulher diz NÃO quer dizer NÃO: técnicas para nem ousar abrir o zíper
Emplastro Poroso Sabiá Peniano: Técnicas para segurar o que a "macheza" impede de controlar
aliás, e infelizmente, o que mais tem por aí é picareta nesta área também. Então tem que checar as credenciais do professor, ver se ele não aprendeu as coisas por video e se ele sabe realmente o que está fazendo...
ResponderExcluirmas o que não dá é pra ficar parado.
Olha, por mais ilegal que seja carregar um objeto desses, eu não consigo parar de pensar que na prática as leis não funcionam. Então talvez seja um risco que valha a pena.
Estamos - e não apenas nós mulheres -- mesmo no meio de uma guerra, armados com nossa bandeiras pacifistas e nossos discursos querendo mudar o que não vai mudar tão cedo - veja o caso do Rio, quanto tempo levou e olha o nível em que chegou - , e algumas posturas que não estão dando certo há tempos, pensando em fazer passeata. Onde já se viu peixe fazer passeata contra gaivota e obter resultado? A gente tem é que parar de ser peixe e ficar boiando....
Uma passeata pode resolver o problema por alguns dias. Passa um tempinho e tudo volta ao normal. Tem que exigir ronda sistemática mesmo.
ResponderExcluirNa PM ocorre o seguinte. Vai ter o "jantar beneficiente da Lili carabina" e só porque vai um ou dois políticos é deslocado um número inacreditável de policiais.
Já tive alunos meus que ficaram em mais de 40 policiais por causa de um chá de comadres (evento de partido). Adivinhem o que houve com o número de crimes naquela noite? Dobrou.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLaetitia,
ResponderExcluirnão é de hoje o descaso da UNICAMP com estúpros! ISto porque na minha época beijo era proibido no campus e guarda vinha separar (eu do meu namorado da época)! Brito e seus asseclas são/ foram o ó! Não sei se o coletivo feminista continua na ativa, mas a Maira ainda está lá e é uma referência fantástica para estes assuntos. Ela faz doutorado nas ciências sociais.
Abraço e força!
Essa coisa de andar com arma, faca, canivete, spray, etc... sei lá. Fico imaginando vc andando num beco escuro à noite sozinha, aí vem um cara na surdina e te agarra... o que vc vai fazer? "Peraí, moço, deixa eu pegar uma coisinha aqui na bolsa... ai, cadê minha necessaire? Segura meu estojo aqui..."
ResponderExcluirClaro que tô exagerando, mas... sei não. Não acho que um spray de pimenta vá mudar muita coisa, a não ser que vc ande com ele na mão o tempo todo... arma, então, sem comentários. Fico imaginando o tanto de tiro que ia sair sem querer por aí, sem falar na possibilidade de ser rendida pela sua própria arma num descuido.
Mas, claro, nunca vivi nada parecido... quem sabe um dia eu tome um susto e mude de ideia... (Deus queira que não!)
Não li os comentários todos e corro o risco de ser repetitiva...
ResponderExcluirMas eu acho essa questão realmente muito complicada, sabe? Fazendo uma comparação bem grosseira, é igual direção defensiva: você vai tirar a habilitação e aprende que uma das regrinhas número 1 do trânsito é dirigir defensivamente. Ou seja, evitar acidentes. Isso significa colocar o pé no freio quando for passar por algum cruzamento, mesmo que você esteja na preferencial, por exemplo. Porque a gente nunca sabe o que o outro é capaz de fazer.
E vendo você falar do exemplo da África do Sul, a primeira coisa que me veio na cabeça foi o meu próprio exemplo. Eu vivo na Índia. E não me visto como indiana. E recebo olhares reprovadores o tempo todo. E olha que não uso decotes. Nada de roupa curta. Nada de ombros de fora. Fico imaginando que, se eu decidisse usar um short por aqui, me jogariam ácido (como aliás eu já ouvi casos).
Ou seja, como fazer em ambientes de retaliação clara e evidente como o que eu vivo? Como é que eu vou julgar uma mulher que usa burca por aqui, se ela está fazendo isso para se defender? Se eu vejo que tratam ela melhor? Se eu vejo que as mulheres de burca são mais respeitadas no trânsito e as primeiras a serem acudidas em caso de acidentes? Isso tudo em um país em que não há código de vestimentas e, pelo menos a priori, você pode se vestir como bem entender?
Daí que eu comparo essa minha situação com o encorajamento que anda existindo para que as mulheres aprendam técnicas de defesa pessoal. É a mesma coisa, só que com uma roupagem diferente. Porque pode ser que a sociedade brasileira tenha percebido que as mulheres vão sim ser atacadas, independente daquilo que elas vistam. Coisa que a sociedade indiana ainda não viu. Ou seja, parece que o patriarcado acha os seus meios para se perpetuar, mas sempre de acordo com um fator importante: o do medo.
Como pedir que as africanas não se defendam, dado o contexto em que vivem? Como pedir que as indianas se vistam de forma 'moderna' se elas são extremamente retaliadas com olhares ou atitudes mais extremas, se fizerem o contrário?
Eu penso que essa atitude de ficar na defensiva, Lola, vai além de culpabilizar a vítima. Chega um ponto em que a gente cansa. E isso se deve a todo um sistema triste e machista, que simplesmente se nega a mudar. Eu já ouvi de uma amiga muçulmana, que vinha para o trabalho de burca, que ela sentia que podia discutir com os homens em pé de igualdade quando ela estava vestida com a burca. Isso porque os caras teriam que debater, única e exclusivamente, com o cérebro dela. Não iam precisar julgar a aparência, o que ela vestia ou deixava de vestir, qual o tamanho dos seios dela. Como julgar alguém que pensa assim?
Daí que, quanto às famigeradas aulas de auto-defesa, eu só posso dizer que me alegro e me entristeço ao mesmo tempo. A possibilidade de que estão considerando que sim, as mulheres são capazes de lutar e se defender já representa, pra mim, um passinho adiante. No entanto, isso me causa um frio na espinha por saber que esse tipo de atitude NUNCA vai acabar com o problema. Assim como a direção defensiva não vai acabar com os acidentes do trânsito. É realmente um dilema, viu.
Se eu morasse na Africa do Sul, pelo que a gente ouve falar, ou eu faria de tudo pra me mudar ou andaria com uma faca na bolsa e não teria medo de usar em legítima defesa. Não por achar que essa é a solução mais correta, mas quando a pessoa é abandonada à própria sorte, o que mais ela pode fazer?
ResponderExcluirMas sei lá, a gente fala tanto da Africa do Sul, mas infelizmente nossa situação não é tão melhor assim.
Não conheço uma única mulher que nunca tenha passado por alguma situação constrangedora referente a violência sexual. No mínimo uma "cantada" nogenta em um lugar deserto que a deixou com medo, quando não ter alguma parte do corpo apalpada contra a vontade.
Não conheço uma que nunca tenha passado por nada disso e isso infelizmente não é visto por quem nunca passou por isso com a gravidade que deveria ter.
Seria sensato que tanto o Estado quanto a Unicamp tomassem medidas cautelares em relação a esse bosque. Estudo na UnB e lembro de dois casos de tentativa e estupro num terreno baldio que liga o campus à L2 e até hoje o lugar continua do mesmo jeito, apesar dos protestos de grupos feministas da UnB e do DCE.
ResponderExcluirMas sou obrigado a discordar da maioria aqui: Acho razoável que, não só as mulheres, mas qualquer pessoa possa ter alguma forma de defesa pessoal além das unhas e dentes.
Achei muita forçação de barra intelectual comparar a oferta de um curso de defesa pessoal à projeção de culpa sobre a vítima!
Quem sabe o dono da tal academia de judô não tenha feito a promoção na melhor das intenções?
O fato não é que TODOS os homens são violentos e não sabem controlar seu impulso sexual, como alguns comentários deixam entender, mas que a sociedade em si é violenta. Até comentários nesse posts são violentos em relação à alguns comentaristas.
É óbvio que ninguém deveria ser obrigado a se virar pra se defender como pode, mas o mundo que está posto não passa nem perto de respeitar a vontade intelectual das pessoas viverem pacificamente.
Concluindo, não pode ser ofensiva a ideia de se proteger. Não tem lógica!
E além do mais, que mal faz praticar um esporte? É mais uma das coisas que dá sentido à vida.
Estupro não tem a ver com sexo, mas poder e ódio. Os estuprador quer dominar uma mulher, ele a odeia e quer a sua submissão. A forma mais desumana de fazer isso é o estupro. Nada a ver com desejo sexual. Justificar um estupro dizendo que "ela se vestia sensualmente" é repugnante. Infelizmente nós somos obrigadas a nos defender. Na minha faculdade também ouvi relatos de crimes como esses e nada foi feito. Alguém aqui sabe como procede a lei no Brasil quanto a estupros? Quando é possível prová-los, claro. Afinal, as mulheres dizem "não" mas querem mesmo é dizer "sim".
ResponderExcluirEu juro que não sabia que spray de pimenta era crime. Então quer dizer que todas as vezes que carreguei spray de pimenta caseiro, eu estava sendo criminosa?
ResponderExcluirE quando eu andava muito mais na rua, com 12 anos, em um bairro de classe média alta, mas super violento, então carregava um estilete de escola (rs), eu também estava cometendo um crime?
Sabe, foda-se. Se o governo, se a polícia, se ninguém me dá segurança para andar na rua, então quem tem que se proteger somos nós. Só brigar e cobrar dos homens não vai adiantar... eu sou totalmente a favor de defesa pessoal e de que a gente aprenda a deixar os caras com uma ou duas costelas quebradas. Ninguém vai nos ajudar... em dois mil anos de história depois de Cristo, eles nunca deram nossos direitos de mão beijada.
Sempre tivemos que conseguir tudo à base da força. Sempre tivemos que fazer com que eles engolissem o fato de que nós poderíamos votar, ser cientistas, trabalhar ao lado deles. Então... eu sei que pareço pessimista ou qualquer coisa, mas não acredito que esse caso vai ser solucionado com medidas do governo. Não acredito que encher o saco da diretoria da Unicamp no Twitter resolva alguma coisa... terá uns três guardas no bosque durante dois meses. É assim que eles fazem.
Eu já perdi a esperança de que eles façam algo. Eu simplesmente não quero mais ter que conviver com isso como se fosse natural. Dá vontade de simplesmente montar uma gangue de mulheres e fazer justiça com as próprias mãos.
Falem o que quiserem sobre justiça, vingança e não termos direito de fazer algo. Falem o que quiserem de como isso só vai piorar nossa imagem... eu ainda acho que os homens só vão aprender a não nos tratar como propriedade quando terem o braço torcido ao tentarem nos estuprar. Não nego, sou vingativa. E em relação a estuprador, mais do que qualquer outra pessoa, sou especialmente cruel. Não consigo aplicar os meus direitos humanos sobre eles.
Pronto. Agora me chamem de cega e violenta e de como violência não gera a lugar algum.
Sempre que precisar de uma mão amiga olhe no final do seu braço...
ResponderExcluirÉ complicado adestrar mosquitos para não picar, cachorros para não latir e dementes para não estuprar. Infelizmente a solução para alguns problemas está nas mãos das possíveis vítimas.
Na minha turma de Krav-Magá existiam três meninas que sofreram tentativa de estupro e por isso resolveram aprender a se defenderem, é difícil descrever a transformação que esse aprendizado causa nas pessoas.
Estou dentro do twitaço, acho que, mesmo quem não costuma, deveria twitar este post.
ResponderExcluirEstupro, de fato, não é sobre sexo, é sobre poder e ódio, como alguém já falou. Me lembro de ter visto a pouco tempo em algum lugar ( não me lembro exatamente onde, desculpem, acho q foi algum programa da discovery)que em casos de estupros, se for possível, o ideal É REAGIR! Quando a vítima consegue reagir muitas vezes consegue evitar o estupro. Eu tenho minha teoria: de que a reação pode meio que quebrar a "áurea" de submissão que o estuprador esperava obter. Mas, enfim, é minha teoria...
Concordo com a maioria: óbvio que o estado tem que providênciar segurança, que o machismo tem que acabar, mas se eu puder fazer alguma coisa pra me proteger, melhor. Que mundo triste este em que a gente vive...
L. Archilla - sempre pensei o mesmo sobre spray de pimenta - eu nunca acho nada na minha bolsa!!!
Alguém tem alguma dica prática?
Quando eu carregava spray de pimenta, eu sempre usava um casaco e ficava segurando o spray dentro do bolso do casaco com o dedo já naquele negócio que espirra.
ResponderExcluirE treinava várias vezes para saber retirar rapidamente do casaco sem me atrapalhar. Mas eu nunca pus esses treinos à prova, não sei se funcionariam. Só sei que era minha maneira de tentar reagir.
E spray é uma coisa que passa despercebida. Ninguém nota se você fica segurando na mão, até porque poderia ser um remédio, sei lá. E como eu fiz meu spray dentro daqueles frasquinhos de propólis para gargantas inflamadas (risos), então ninguém nunca desconfiou que dentro daquele frasco de remédio, eu tinha feito algo pra espantar agressores.
Acho que essa é uma situação onde é necessário pragmatismo, não ter medo de fazer o que é necessário.
ResponderExcluirSpray de pimenta é ilegal? Arma branca é ilegal? Façam as contas: é melhor responder na justiça pelo crime de carregar essas coisas, ou depor na justiça como vítima de agressão ou estupro?
Uma idéia interessante: ferramentas não são ilegais, e algumas como chave de fenda podem até matar. Que tal carregar uma chave de fenda média, colocada na bolsa de forma que possa ser sacada rapidamente? E junto alguns parafusos, só para justificar caso a polícia pergunte ("seu guarda, eu estava indo montar um móvel no apartamento de alguma parente/amiga")?
No mundo ideal, nem mesmo esse post que estamos comentando seria necessário, mas nós não vivemos num mundo ideal. Temos que sobreviver, temos que ajudar as pessoas que amamos a sobreviver, e pra isso às vezes temos de fazer coisas que não gostamos. Também acho que as meninam deveriam ser colocadas em cursos de artes marciais, em vez de balé ou natação. Nós homens somos ensinados desde cedo a lógica da sobrevivência, e os pais e outros adultos também deveriam ensinar às meninas desde cedo essa lógica, pelo próprio bem delas.
Se um dia eu tiver uma filha, prefiro ir visitá-la na cadeia por ter matado um estuprador ou agressor do que levá-la a um psicólogo para tratar dos traumas de ter sido agredida ou estuprada.
Sou aluna da unicamp e também venho acompanhando essa história.
ResponderExcluirMas o e-mail dos meninos do jiu-jitsu (sei lá como escreve) era uma oferta gratuita, eles são alunos da unicamp, que treinam e queriam saber se tinham interessadas em fazer um cursinho de técnicas de defesa pessoal. Então não acho que eles estão se isentando de nada, estão se dispondo a ajudar de forma mais pontual e imediata, independente de qualquer outra coisa.
Pode ser outro e-mail que ela recebeu, não sei...
Nem tenho dúvidas de usar toda e qualquer tecnologia pra defender minha filha.
ResponderExcluirHá batons de choque que são capazes de paralisar uma pessoa por quase um minuto.
Há spray de pimenta em forma de chaveiro, desodorante, etc.
Vai um exemplo de produtos: http://loja.tray.com.br/loja/catalogo-110585-12-seguranca_pessoal
Acho que as aulas de defesa pessoal são como aquele email que circula dizendo como evitar um estupro. Isso joga a responsabilidade sobre a vítima sim e ignora completamente o fato que existe um estuprador.
ResponderExcluirLi uma matéria interessante que fala que estupradores são reincidentes e que costumam estuprar até seis mulheres no período em que estão na faculdade.
Infelizmente trata-se de uma cultura do estupro.
Aqui vai o link do texto.
http://www.amplifyyourvoice.org/u/Yes_Means_Yes/2010/11/29/Come-and-See-the-Violence-Inherent-In-the-System
Aronovich:
ResponderExcluirEu dou aulas de Krav Magá (defesa pessoal Israelense) para minhas filhas, porém eu sempre ressalto que devido ao fato de, geralmente, as mulheres serem mais fracas (fisícamente) que os homens, a melhor defesa pessoal contra a violência é a mente atenta para evitar os perigos. Não hevendo jeito, partam pro combante minhas senhoras.
Essa questão de má-segurança dentro de campus parece ser um mal comum dentro de universidades federais. A ufba também tem esses problema de má-iluminação, segurança omissa que só serve para cuidar de patrimônio e casos de estupro dentro dos campi. Sempre que se fala de segurança as discussões começam sobre quem deveria providenciar isso. Com relação aos cursos de defesa pessoal e spray de pimenta, eu aderiria a ambos. Independente de isso jogar o ônus sobre mim, petencial vítima, ou não. A gente pode até discutir uma mudança no machismo, mas enquanto essa mudança não ocorre carrego meu spray e faria sim aulas de segurança pessoal
ResponderExcluirEm alguns casos o pior do estupro nem é o estupro.
ResponderExcluirExplico: quando vai dar queixa de estupro é muito comum mulheres denunciarem que tanto policiais quanto escrivaes ficam excitados com a narrativa. Infelizmente isso é muito mais comum do que vocês imaginam.
Outro problema: o descaso com a vítima. Minha esposa trabalhou na saúde pública como psicóloga e uma das vítimas que se tratava com ela parou o tratamento porque o patrão achava que ela já havia frequentado várias sessões e que estava virando frescura e motivo pras faltar. Acreditam? Pois aconteceu.
Espero não ser mal compreendido no meu último comentário. O estupro é um crime hediondo e mereceria prisão perpétua. Eu quis dizer que depois do estupro ocorrem coisas que deixam a vítima em estado deplorável que faz parecer o estupro algo comum.
ResponderExcluirme perdoem por não saber me expressar direito com as palavras.
Vixe já ví essa estória.....infelizmente o caso da Unicamp não é isolado não, na Universidade Estadual de Londrina nos últimos anos ocorreram casos de estupros no campus ou nas proximidades..e lógico os casos foram abafados e/ou tratados de forma individual responsabilizando as vitimas é claro! Dae nós mulheres sempre ficavamos com aquele medo em ir ao banheiro e ser surpreendida enfim o problema não foi tratado nem no ambito da segurança pública e muito menos enquanto machismo e violência...já os casos de assalto no campus...esses sim tiveram repercussão e medidas por parte da reitoria..pois estuprar pode! massss mecher na carteira alheia iiii dae é problema..kk
ResponderExcluirRaiza, concordo com vc a respeito da aula de jiu jitsu estar surgindo como uma "solução imediata" para o problema, mas não acredito nesse tipo de coisa como alternativa viável. É a mesma coisa que pessoas andarem armadas pra se "proteger" de assaltos. Coibir violência com violência? Admitir que o policiamento é falho e não vai nos proteger? E outra - em quantas situações vc conseguiria realmente treinar os golpes de jiu jitsu no agressor? Não poderia ser mais perigoso ainda, se ele estivesse armado e vc, vamos supor, não percebesse?
ResponderExcluirPoshDrosofila, a situação na Unicamp continua a mesma desde a sua época, então. E o segurança foi retirado de lá sabe pq? A Unicamp alega que não estava conseguindo combater os carrapatos na região, então seria perigoso manter uma pessoa lá! Rs.
Teresa Silva, Carol Passuelo, estou fazendo o que posso pra divulgar o caso entre os conhecidos e na internet. Aceito a sugestão das tags no twitter! Está prevista pra hoje uma passeata contra a violência sexual na Unicamp.
ResponderExcluirNo twitter sou @leticiaszot
Loy, eu não moro em Barão Geraldo, mas conheço muita gente que mora e reclama igualmente da falta de segurança. O pior é que já vi pessoas dizendo que isso se deve aos diretórios e centros acadêmicos, que pediram liberdade na região para dar festas! É de ferver o sangue, um comentário desses. Então pq a polícia foi tão solícita em invadir a Unicamp p/ expulsar alunos por causa do IFCHstock?
Achei interessante o q vc comentou. Realmente, as mulheres são meio que instruídas a serem presas fáceis, né? Mas ainda acho que, mesmo de tênis, roupa confortável e sabendo lutar jiu jitsu, sofreríamos muitos ataques. Eu, por exemplo, tenho 1,60 de altura e peso 50 kg. Difícil conseguir me defender sozinha... talvez possa fugir de algum maluco tarado na rua, mas se um conhecido enfiar na cabeça q quer me atacar - por exemplo, o que não é incomum - e me perseguir, difícil dizer q vá dar certo. Mais fácil q o atacante deixe de atacar do q eu consiga me defender.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom, adoraria responder mais comentários, mas o tempo tá curto! Agradeço aos que apoiaram e, aos que moram em Campinas, reforço a necessidade de se fazer uma manifestação. Andarmos "armadas" pode até resolver o problema de algumas, mas, enquanto vc escapa, uma amiga sua pode ser vítima. Se alguém tiver contato com diretórios estudantis ou lideranças feministas da região, me avise, pq podemos tentar agendar uma manifestação conjunta em Barão Geraldo!
ResponderExcluirDeixo meu twitter: @leticiaszot
No meu perfil tb tem o meu blog, que quase ninguém acessa, mas vc pode escrever algo por lá.
A quem perguntou sobre o Coletivo Feminista: http://coletivofeminista.blogspot.com/
ResponderExcluirA passeata tá rolando hoje e eu não tô lá. Galera, não escolham fazer cursos de exatas nunca, pq não sobra tempo pra existir como ser humano. rs
Nunca tinha postado e hoje já é meu segundo post :-)
ResponderExcluirQuem falou sobre o spray de pimenta: é crime vender. É crime comprar. É crime trazer pro país. Mas não é crime carregar um. Não é considerado arma. Sim, já fui perguntar numa delegacia.
Faço aula à noite, em um lugar um pouco estranho, escuro. Carrego meu spray de pimenta. Saio da sala já com o spray em uma mão, chave do carro na outra. Meu spray tem mais ou menos o tamanho e forma de um porta-batom. Então, coloco num bolsinho separado da bolsa, bem acessível.
A questão é que muita gente se sente 'poderosa' com o spray, ou por ter feito aulas de defesa pessoal, e se descuida. Como alguém disse acima, a melhor defesa é o cuidado.
É errado a gente ter que se defender? Claro que sim! O ideal seria que a sociedade fosse segura. Continuo reclamando policiamento, iluminaçao, etc. Mas até que isso tudo seja feito, eu vou me defender sim. Com o spray (que eu já usei uma vez) e com as aulas de defesa pessoal que já tive.
Aliás, há cerca de 1 ano minha casa foi invadida por uma pessoa. O rapaz devia ter uns 12, 13 anos. Mas, convenhamos, eu não sabia se ele estava armado. Chamei a polícia, disseram que iam levar cerca de 20 minutos, pra eu me esconder ou sair de casa (olha que resposta!).
Me armei com um machado de pedra indígena que eu tinha em casa, uma vassoura, corri pra cima do sujeito e consegui nocautear. No fim das contas, não estava armado. Quando a polícia chegou, foi colocado como legítima defesa do patrimônio (afinal, o sujeito não estava armado e, portanto, não era risco para a minha vida. Lembrem-se que vocês sempre devem perguntar aos assaltantes se eles estão mesmo armados ¬¬)
Não deu em nada, o rapaz já deve ter sido solto. Mas eu fiquei com fama de 'doida' e 'perigosa' na quadra e, portanto, estou 'mais segura'
Carol: orgulho!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Lola, encontrei seu blog no facebook, amei, parabéns!
ResponderExcluirE quanto aos engraçadinhos de plantão (estupradores) que se cuidem, as mulheres cada vez mais se engrandecem
diante de tais situações, se a policia e outros orgãos públicos não dão jeito, nós vamos a luta, sim.
Nem que seja fazendo aulas de defesa pessoal, karate, box...etc.
E o mais importante de tudo é cobrarmos das autoridades o direito que todos nós temos ao respeito, o direito de ir e vir, de falar e, só para lembrar, nos é cobrado diariamente obrigações, então cobraremos diariamente nossos direitos.
Tá dito...beijão
Sim Lanika, eu tenho que aprender como funciona a vida real. Por que TODO HOMEM é um estuprador monstruoso em potencial, não?
ResponderExcluirÉ o que certos comentários aqui dão a entender.
E outra, você só vai ter problema se sair com um Spray de Pimenta se o brandir a cada cinco minutos, pra assustar as pessoas ou ser idiota. Se usar pra se defender de estuprador, você acha MESMO que vai ter algum problema?
De verdade?
Aliás Carol obrigado por esclarecer sobre o spray de pimenta.
ResponderExcluirDifícil ser homem e dar alguma opinião aqui.
Ola Lola.Como vai?
ResponderExcluirBem,seu post tem muito de verdade sobre com relaçao a violencia sexual e hoje postei sobre casos de apologias ao estupro aqui na Italia.
Sinceramente,é algo podre e que me da nojo ver caras assim.
Um conselho,existe no YT videos aonde demonstram tecnicas criadas pela familia Gracie de jiu jitsu brasileiro somente para mulheres(anti-estupro).Isso é muito praticado nos EUA e no Brasil exitem excelentes professores mas è bom lembrar de treinar muito,procurar alguém qualificado pra ensinar e claro melhor prevenir que remediar e além de lembrar que o meliante tem sempre o fator surpresa.Melhor alternativa é correr e pedir por socorro.
Sei de casos de violencia fisica contra homens tambem,embora menos midiaticos e de muitos casos de violencia psicologica entre ambos os sexos.
Violencia é sempr violencia.Abraço.