quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

CONVERSANDO SOBRE SEXO, EU E A MARTA

Nas aulas que tínhamos de História do Brasil na escola, havia um dia reservado para apresentações dos alunos sobre Atualidades. Cada um tinha que escolher um ou artigo de revista ou jornal e falar sobre ele com a classe. Pelo que me lembro, eu sempre pegava os tópicos polêmicos, que rendiam ótimos (e longos) debates. Acho que tinha uma preferência por falar de sexo, que, naqueles tempos longínquos (primeira metade da década de 80), era um assunto tabu. Era antes da Aids (que só apareceu pra opinião pública em 85, com a morte do Rock Hudson), e antes da educação sexual nas escolas, quando ainda se valorizava demais a virgindade feminina. Quem foi adolescente naquela época deve se lembrar bem do TV Mulher, em especial da Marta Suplicy que, muito antes de virar política, era sexóloga (veja a vinheta do programa, e um trechinho pouco característico). Era algo completamente sem precedentes ver alguém respondendo perguntas sobre sexo na televisão. A repercussão era imensa, e a briga pra censurá-la também. Bom, espero que lendo este meu artiguinho dê pra saber mais sobre o que estava acontecendo em 1983. Eu tinha 16 anos (mais tarde, no mesmo ano, eu e uma amiga escandalizamos a Feira de Ciências, ao tratar de anticoncepcionais). Notem, pelo tamanho do parágrafo introdutório, que sexo era um tema espinhoso. E depois me digam: mudou muito? Mudou alguma coisa? Mudou tudo?

Falarei sobre um assunto que eu acho interessante. Mas, além de interessante, é também importante. É, vou falar sobre sexo. Quando se menciona qualquer coisa do gênero aqui nesta classe, só se ouvem risos e comentários de baixo nível. Eu não entendo esse preconceito. Espero que até que eu entenda, o preconceito já tenha acabado. Mas, sinceramente, parece impossível se falar de sexo abertamente, sem preconceitos. Sexo é um assunto como qualquer outro. Eu poderia dizer que a culpa é dos pais. Por exemplo, a criança (ou adolescente, com eu) que tem pais liberais não vai temer em falar e discutir sexo. Mas os adolescentes com pais que evitam falar de sexo, pois consideram isso um assunto 'sujo', 'proibido', e 'indiscutível', vão ficar até bravos quando ouvirem sobre o assunto que falarei. Bom, de qualquer modo, vou falar de sexo. Pois sexo está longe de ser sujo. A sujeira está nos olhos de quem vê. Eu vou falar sem malícia alguma, sem preconceitos (ou pelo menos tentar). Mas não posso mudar as reações de pessoas maliciosas, que farão o possível para parecerem imaturas.
O melhor meio de falar sobre sexo é falar sobre uma pessoa que entende muito disso: Marta Suplicy. Marta Suplicy é sexóloga e fala sobre sexo todas as manhãs no TV Mulher, às 8:30 da manhã. Seu quadro se chama Comportamento Sexual. Cerca de 300 pessoas mandam cartas a cada mês, e isso faz de seu programa um sucesso. Marta Suplicy é casada, tem três filhos (o mais velho de 16 anos), e tem 38 anos. Seu marido, o deputado Eduardo Matarazzo do PT, confessa que estranhou quando ficou sabendo da carreira que sua mulher iria seguir. Foi em Stanford que ela decidiu ser sexóloga. O primeiro caso que ela tratou foi de um rabino que, casado há dois anos, não conseguia consumar o casamento. Depois do caso resolvido, Marta viu que continuaria com a profissão. Marta foi educada num colégio de freiras, e é incrível como uma pessoa com essa educação tão rígida possa falar de sexo com tanta facilidade. A sogra de Marta (74 anos) diz que vê o TV Mulher todo dia mas que é contra a posição de Marta sobre sexo antes do casamento. Mas Marta é mais do que uma sexóloga. Marta é também uma psicóloga. E agora ela lança um livro.
O livro tem 350 pag. e custa 2500 cruzeiros. O nome é Conversando sobre Sexo. O livro é interessante, a linguagem é simples (até demais) e retrata plenamente a desinformação sexual do brasileiro(a). São incríveis as coisas (besteiras) que você pode encontrar em algumas cartas. Ela escolheu algumas cartas e as pôs no livro. Abaixo de cada carta há comentários. O livro está escrito de uma maneira didática. Há muitos assuntos (abrange quase tudo): como conversar sobre sexo com os filhos, puberdade, adolescência, vivência da sexualidade, virgindade, intimidades no namoro, masturbação, anatomia sexual, anticoncepção, gravidez, disfunção sexual, sexo na meia idade, homossexualidade, doenças venéreas, a sexualidade do deficiente, drogas (como afeta o sexo), pornografia, erotismo, censura, e amor, entre outros. Sim, é interessante, mas o leitor(a) informado vai encontrar muitas banalidades. Mas o livro promete resolver pelo menos uma dúvida sobre sexo.
O livro, além de relatar a ignorância total com respeito a sexo, também demonstra padrões. Eu, quando li o livro, percebi que havia mesmo um comportamento sexual básico: o homem se preocupa com ele mesmo enquanto a mulher também se preocupa com ele. O homem se preocupa mais em se satisfazer do que satisfazer a companheira, enquanto a mulher se preocupa apenas em agradar o homem. Outro comportamento: o homem é sempre quem pede, e a mulher é quem nega. POR QUÊ? Difícil entender.
É por expressar essas idéias que Marta foi retirada do ar durante uma semana (em fins do ano passado). Sem falar do movimento das Senhoras de Santana, surgido em 1981, em nome da moral e dos bons costumes.
Marta Suplicy fala e escreve com uma simplicidade sobre o assunto que faz as pessoas se entusiasmarem, notarem que o mundo está mudando e é menos quadrado. Como disse Nilton Travesso, produtor do TV Mulher, antes as cartas eram tímidas e cheias de vergonha, enquanto hoje já são claras e corajosas.
Mas muita coisa ainda tem que mudar. É preciso falar de sexo abertamente, para que as pessoas aprendam mais sobre um assunto tão importante. É também muito necessário que as pessoas se questionem por que há um padrão de comportamento que diz que os homens devem se preocupar com o próprio corpo e as mulheres devem se preocupar com o que os homens acham de seu corpo. Ainda existem montes de erros. (Atualidades, 13/04/83).

33 comentários:

  1. Lola naquela época eu comprei e li este livro. Mais tarde a Marta veio dar uma palestra aqui em SC e eu fui ver. Lembro que ela falou que ninguem havia comprovado a existência do ponto G. Estou muito preocupada hahahahahah.
    Abraço da Fatima/Laguna/SC

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  2. Bem, eu nasci em 1986, fui adolescente no final dos anos 90 e começo dos 2000 mas... sexo ainda era um tabu. De uma forma diferente, talvez. Meus colegas não ficaram chocados no ensino médio ao saberem que eu não era mais virgem e que tinha uma vida sexual ativa (apesar de ser uma das únicas da classe/escola). Eles ficaram chocados foi quando eu disse abertamente que era bissexual, que amor pra mim não tinha sexo e que não queria ser monógama... :P

    Acho que hoje os adolescentes de classe média (falo desta que é a classe que melhor conheço) têm muito acesso à informação mas, ainda assim, muito preconceito. A informação que chega ainda é sexista, ainda é machista, embora talvez com mais sutileza.

    Estou tentando concluir um artigo sobre dados do MinS da semana retrasada, sobre uso de camisinha: os homens usam muito mais camisinha que as mulheres.

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  3. Esse post é demais.
    A maioria das minha amigas e parentes se recusam a falar de sexo abertamente e eu vivo cutucando a ferida deles pq insisto que sexo deve ser conversado com a mesma naturalidade de outros assunto cotidianos. Ora, todo mundo tem vida sexual e falar disso é proibido? Tem tanta gente contra o programa Papo Calcinha, se nao me engano, o qual so vi uma vez pelo you tube pq moro fora mas achei bem valido, afinal, pode fazer mas nao pode fala.
    E a muito escapei desse sistema onde mulher e homem se preocupam com o que o homem quer. Cada um tem de conhecer o proprio corpo e saber o que quer e expressar e pedir isso enquanto tambem conhece o do parceiro, aprende o q ele gosta tambem.
    Ja no ensino medio tinha uma menia casada há cinco anos mas que nunca tinha tido orgasmos e me acham a uma pevertida pq eu comprava a Revista Nova so pela sessao onde tratam de sexo, vivia atras de livros e informacao em como ser feliz entre os lencoes, no que achei um livro de um casal da escandinavia chamado xyz do amor, no qual esse par de sexologos tinham uma coluna num jornal no mesmo formato do programa da Marta. mas isso muito antes da decada de 80! Uma vez eles receberam uma carta de um casal de meia idade casanos ha decadas mas nunca tiveram sexo tal era o bloqueio que receberam com puritana educacao.

    beijim

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  4. Lola, lendo esse post minha admiração só aumenta e eu confirmo como você é e sempre foi fantástica. Meus parabéns, com sinceridade.

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  5. A impressão que tenho é que hoje em dia sexo antes do casamento dentro de um namoro já não é mais tabu, mas sexo casual, quando praticado por uma mulher ainda é.

    Minhas amigas mais íntimas e eu falamos muito de sexo, mas não sei se as outras mulheres são assim...

    Parece que as coisas já melhoraram, homens já se preocupam mais com o prazer feminino e mulheres também já pensam mais no próprio prazer. Mas ainda me assusto quando leio ou fico sabendo de mulheres que nunca tiveram um orgasmo ou então que só tem através do clitóris, mas nunca com penetração.

    Pra mim ainda é reflexo da repressão que as mulheres sofrem e de uma certa alienação em relação ao próprio corpo... Muitas pessoas ainda tem medo de que mulheres tenham uma sexualidade mais livre.
    Enfim, o assunto é longo...

    Abçs Lola!!!

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  6. Lola,existe um livro assim,tipo o da marta suplicy,versão 2010?
    Seria interessante ler um livro assim só que com a visão de hoje em dia.Vc pode indicar algum?

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  7. Lola,
    Vc é danada menina, em 1983 já escrevia muito bem e polemizava,rsrsrs
    A sua pergunta: será que mudou tudo? Acho que não, mas mudaram algumas coisas, tipo: casar sem ser virgem, que na nossa época era um dever.Ufa, ainda bem q passamos dessa fase, ainda precisamos de MArtas pra quebrar alguns padrões.

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  8. Lolinha, como sempre, arrasando. Até hoje o assunto sexo pode causar desconforto num ambiente. E os apelos machistas, os comentários podres podem vir de onde a gente menos espera. Nas relações lésbicas isso também existe, assim com nas heterossexuais, muitas vezes há uma repetição dos papéis de gênero que faz com que as mulheres tenham atitudes machistas com suas namoradas. Isso revela desconhecimento, tabu, falta de diálogo aberto. O sexo ainda é considerado algo "sujo", imagine então no imaginário popular o sexo lésbico, e como uma lésbica se sente sendo alvo desse olhar. Quanto a sexo casual, eu particularmente tenho um certo problema com isso, pois quando vou para a cama com alguém é porque essa pessoa me tocou além da atração sexual, há um apelo a mais, e se nos damos muito bem na cama eu acabo ficando meio apaixonadinha...há bem pouco tempo aconteceu isso, levei um fora de uma mulher. Ela me disse que está saindo de uma relação e está querendo galinhar. Claro que me mantive no salto, mas confesso que me senti ferida. Prefiro relações monogâmicas e procuro uma relação estável.Descobri que as relações casuais me provocam ansiedade e mal estar. Estou fora.

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  9. Lola,

    Que incrível!!!Você já escrevia com muito estilo. Fiquei impressionada.

    Qt a mudança, eu acho que mudou muita coisa mas não necessariamente para melhor. É claro que as mulheres ganharam liberdade, muitas assumem que querem sexo e falam disso abertamente, mas...eu vejo dois pontos de retrocesso:

    1. valorização e vulgarização do corpo da mulher - não é dar valor ao corpo e à identidade feminina, é dar valor à imagem do corpo - tem que ser dentro de um padrão, tem que ser gostosa e está lá apenas para agradar aos homens. Acho que nos anos 80 a gente tinha muito mais liberdade com o nosso corpo, no sentido da imagem. As meninas não tinham que ser todas anorexicas (nem existia isso) e os cabelos eram variados (não precisavam ser todas louras e lisas)
    2.o crescimento do casamento formal e a volta da mulher ao "lar" - isso tem me dado medo!!!!aiaiai. Na década de 80 nós, meninas, queriamos nos formar, ler, ver filmes e até fazer filmes e livros kkkkk. A gente também gostava de namorar mas isso não era a coisa mais importante do mundo. A maioria das minhas amigas não casou formalmente, muito menos na igreja. A gente casou, teve filhos, algumas até tiveram relações que duram até hoje. Mas fizemos isso com liberdade. Hoje, se vc não gastar 15 mil dolares no seu casamento, vc não casou kkkkkk
    E mais, nós nos casamos e continuamos produzindo, estudando, trabalhando, fazendo algo pela sociedade. Hoje, o sonho dourado da moça é o moço ganhar bem e ela poder "criar os filhos e fazer risotos".
    Tá bom, quer criar os filhos e fazer risoto, beleza, eu também quis isso e fiz isso, assim como muitas mulheres que conheço. Mas a gente não parou de ser produtiva para fazer isso. Não teve que pedir dinheiro ao maridão para comprar calcinha, não teve que virar dependente do marido...ou prostituta do marido.

    Então, só dois pontinhos para contribuir na discussão

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  10. Essa super valorização da beleza da mulher vem acontecendo desde o início do século passado. Naomi Wolf falou sobre isso.
    Com a independência feminina crescendo, esta supervalorização do corpo também cresceu. É uma forma de acorrentar a mulher ao seu papel.

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  11. Adorei o texto lola, e Roberta, sugerindo um livro interessante, tem o do Luce Irigaray que se chama Este sexo que nao é o meu. Irigaray é uma psicanalista filosofa belga que trabalha com a idéia de que esta a nossa sociedade é falogocentrista, ou seja, que o feminino nao existe ja que o homem é o ponto universal de referencia.
    É muito interessante.
    K

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  12. Não mudou muito não. É uma falsa melhora. Mas Lola, outra coisa que me irrita: E se vc não curte muito sexo, ou não quer casar, ter filhos, etc, vc acaba vista como um alien, um ser de outro planeta. O problema maior é o povo aceitar o seu direito de escolha. Aí é que está a chave da questão, o direito básico de escolha.

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  13. Agatha:

    A supervalorização da beleza da mulher 'vem de muito mais de cem anos. Lembra os tempos de Tróia, e da Helena, que com sua beleza encantou Paris ao ponto do seu sequestro justificar uma invasão de outro país?

    A beleza da mulher sempre foi supervalorizada minha querida. As feias não gostam e não gostariam que assim fosse; mas assim é.

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  14. Grafei errado seu nome; desculpe!

    Ághata.

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  15. Aiaiai,
    Muito machista seu comentário sobre mulheres que optam por cuidar dos filhos. Seriam mulheres improdutivas e que não contribuem em nada para a sociedade (educar alguém é não contribuir em nada para a sociedade, estou surpresa!). Na tua visão, para contribuir para a sociedade uma mulher teria que sufocar (caso tenha)seu desejo de criar os próprios filhos para ter um emprego "machocho" de 14-16 horas por dia, gastar os tubos com escolinha, babá, motorista/perua, atividades extra-escolares, etc, pois afinal é isso que move o Capitalismo? Ou talvez vc tenha tido a sorte de ter escolhido uma carreira onde os empregos são mais light e tenha uma senhora rede de proteção, avó para tudo quanto é lado podendo te ajudar; não sabe o que é a vida sem isso e acha muito fácil cuspir em quem não tem as suas facilidades! Como os homens sempre fizeram e muitos ainda fazem!
    Trabalho que vale não é só aquele que gera renda e te digo, os filhos crescem e a gente aos pouquinhos se volta para outras atividades, essas novamente rentáveis.
    E isso não faz de ninguém prostituta de marido, viu?
    Sabe, odiei aquele livro da Maria Mariana, mas é o seu exato contraponto!
    Anália

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  16. Não, Oliveira.
    A beleza valorizada antes do século 20 era uma beleza comum, uma beleza que não é construída.
    Além do mais, na Grécia, o povo acreditava que a verdadeira beleza física estava no sexo masculino, apesar de Helena de Tróia e tudo mais.
    Dependendo da sociedade e cultura, muitos outros fatores eram valorizados no sexo feminino, desde a saúde, ao físico forte como à habilidade em trabalhos artesanais e por aí vai.

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  17. Lembrei agora de uma comunidade africana em que não havia tradução da palavra 'beleza' referindo-se às pessoas.
    Mas infelizmente eu nem lembro qual o nome desta comunidade...

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  18. realmente, aiaiai, chamar as mulheres que optam por não trabalhar de 'prostitutas dos maridos' é no mínimo, ofensivo.

    Mas se é um homem que fica em casa cuidando dos filhos enquanto a mulher faz o papel de provedora, aplausos pra ele, né?

    Não sei se você sabe o que é isso, mas muitos caisais se amam, sabe, aiaiai? Muitos não travam uma guerra dentro de casa, e a mulher não precisa mendigar ou fazer sexo quando não tem vontade pra conseguir dinheiro pra comprar calcinha. E nem o homem humilha a mulher por ser ele o detentor do dinheiro. Existe uma coisa chamada 'amor'.

    Eu sou a favor da liberadade de escolha. Não pretendo largar minha carreira que nem começou ainda pra cuidar dos meus filhos em tempo integral, mas respeito quem pense assim. Jamais chamaria essas mulheres de prostitutas.(especialmente nesse sentido pejorativo e preconceitouso que você usou, porqque eu, sinceramente, não penso que prostitutas sejam menos dignas que eu, ou uma dona de casa, mas voce, pelo visto, sim).

    Enfim, você perdeu uma grande oportunidade de se manter calada.

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  19. TV Mulher era meio ilógico, era uma produção da Globo e havia, pelo menos, dois Petistas naquela produção, Marta e Henfil, e sempre fazia-se um debate bem à esquerda, com Xenia Bier e Ney Gonpalves Dias. A apresentação da "coluna social" era de Hildegard Angel, filha de Zuzu Angel e Irmã de Stuart Angel Jones, militante do MR-8 assassinado nos porões da ditadura...
    Lembro de Lula sendo entrevistado algumas vezes naquele programa...

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  20. eu até responderia às indignadas candidatas a prostitutas dos maridos...mas tenho que trabalhar
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  21. Choque total com o comentário da aiaiai, dizendo que tem que trabalhar, ela que praticamente mora aqui no blog, escreve mais que a lola. Não sabia que ela tinha tempo para trabalhar, achava que a aiaiai era macaca de auditório da lola em tempo integral...

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  22. É sempre triste quando uma mulher usa o termo protistuta p/ ofender outra...

    Ainda mais com risadinha de escarnio p/ monstrar como nem pretende dialogar com opiniões diferentes.

    Triste mesmo.

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  23. Puxa! Como é que tu tava assim com a mente tão aberta em 1983? Não tenho medo de afirmar que ainda hoje os adolescentes não estão nesse nível de conhecimento em relação ao sexo!

    Parabéns!

    Um abraço!

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  24. Aiaiai,
    Seu primeiro comentário foi preconceituoso e arrogante, mas achei que vc podia simplesmente ser muito jovem ou muito narcisista, que podia fazer vc pensar um pouco e ver quão desrespeitosa vc foi.
    Mas estava enganada. Que baixo nível!
    Mas não vou ficar aqui jogando pérolas aos porcos.
    Anália

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  25. Quanto a pergunta da Lola, acho q evoluímos um pouco, e quebrou-se pelo menos alguns tabus, como virgindade, um pouco com relação à homossexualidade e ao prazer feminino... Mas vamos " com passos de formiga e sem vontade" nesta questão como em muitas outras. Sou otimista, mas acho q temos que ter consciencia q mudanças acontecem devagar ( demais pro meu gosto, mas fazer o quê?)
    Quanto a discussão paralela... Tb observo um pouco desta onda conservadora, de mulheres querendo voltar pra casa...Sinceramente, também não entendo este tipo de escolha, mas precisamos respeitar sempre as escolhas dos outros. E lembrar o contexto em que elas são tomadas: o mercado de trabalho da mulher ainda é frágil ( os homens ainda ganham mais que as mulheres, o mercado não está disposto a ser flexivel por causa de filhos, etc), ainda é inadimissível(pelo menos eu não conhecço nenhum) um homem parar de trabalhar pra ficar com os filhos enquanto a mulher sustenta a casa, ainda existe uma pressão social de culpabilizar a mulher caso algo dê errado com os filhos, e muitos outros "ainda" com relação a vivência familiar que podem pressionar a mulher a deixar o mercado de trabalho ou a nem chegar a entrar nele. Dependendo das oportunidades que a mulher teve ao longo de vida de se qualificar, ou de se ver valorizada por seu trabalho ( vamos lembrar que as profissões ditas "femininas" são socialmente desvalorizadas), tv ficar em casa cuidando dos filhos seja a melhor alternativa.

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  26. Lola, eu tive uma educação sexual muito precária. Fui ler sobre sexo na adolescência porque corri atrás, já que minha mãe não gostava de tocar no assunto. E é engraçado como as mulheres ficam constrangidas em falar do assunto de maneira séria. Quando é sacanagem e envolve outras pessoas, tá todo mundo lá pra fofocar. Mas falar abertamente sobre sexo ainda é um tabu. Em pleno século XXI. Veja só.

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  27. Muito bom o post!
    Quando ao conclave paralelo, me lembrei da crônica q descreve o dia estafante de uma mãe, q dá um duro danado lavando, passando e cozinhando, cuidando do marido e dos filhos até q, ao arrumar o quarto dos pequenos se depara com a redação de um deles descrevendo a profissão dos pais. Pai:médico. Mãe: não faz nada, só fica em casa.
    Com certeza existem pessoas q fingem q são donas de casa (minoria)e "dondocas de casa", mas uma mulher q realmente é dona de casa não produz? Só numa sociedade abertamente capitalista e predadória como a nossa pra alguém achar isso. Se eu fosse dona de casa, o maridão me fornecer pra comprar a calcinha do mês não seria um pedido meu, seria uma obrigação dele, isso sim.

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  28. Nasci em 88, com adolescencia já na "geração 2000" e, de certa forma, sexo não só era tabu, como permanece sendo.

    Estudei em colégio de freiras, com familia extremamente tradicionalista e em casa de fato é um tipo de tema proibido, mas também sempre esteve em meus debates prediletos.

    É impressionante como mesmo hoje entre meus amigos - já na casa dos 20 à 30 anos - você falar que transou com alguem sem compromisso ou que fez algo um pouco mais ousado ainda choca.

    O tipo de preconceito mudou sim: sexo antes do casamento já virou - ainda bem - normal, porém nem toda relação sexual conseguiu esta proeza. Iniciativa feminina ainda é alvo de preconceitos, bem como homossexualismo ou ter mais de um parceiro.

    Não choquei as pessoas em minha primeira vez, mas choquei um pouco recentemente ao escolher relacionamento aberto em meu namoro. Acho que podias escrever um post sobre isto um dia, modelos de relações, e adesão exclusiva da sociedade à monogamia.

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  29. Nunca assisti ao programa da Marta mas o livro "Conversando sobre sexo" foi muito importante para mim, aprendi muita coisa nele, alem de ter me ajudado a quebrar muitos preconceitos.
    Li-o em 1990, eu tinha 13 anos e sexo sempre foi tabu em casa. Minha mae ganhou esse livro de uma amiga e escondeu para que eu nao o pegasse, na verdade, foi isso que atraiu minha atencao, rs.

    Em plenos anos 90 e com 13 anos eu achava que beijar engravidava! Lembro que o que realmente me impressionou foi uma figura que mostrava um parto normal, fiquei dias pensando sobre aquilo.

    Ilka

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  30. Nossa, eu sempre gostei muito dos comentários da aiaiai por aqui, mas que decepção! Quanta grosseiria! Patético.

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