Esse pessoal que jura de pé junto que não existe racismo no Brasil se contradiz demais. Não tem noção do ridículo. Primeiro, insiste que não há nada de racismo por aqui, só uma ligeira desigualdade socioeconômica. Mais pra frente, acaba dizendo que sim, lamentavelmente, existe racismo—mas da parte dos negros! Eles é que são racistas. E também são racistas pessoas brancas como eu e você, porque ficamos prestando atenção nesse negócio de raças. Se a gente visse todo mundo como humanos, não como negros, brancos, amarelos etc, esse tal de racismo automaticamente desapareceria da face da Terra, e todos nós poderíamos ser felizes nesse mundo cor de rosa em que é pura coincidência que mulheres negras ganhem um quarto do salário de um homem branco.
Outra contradição que eu adoro é quando o pessoal branco que não vê racismo diz, indignado, que não aceita ser cobrado pelos erros de seus antepassados. Isso de escravidão é tão antigo, passou, não tivemos nada a ver com isso, troquem o disco. Mas geralmente, na mesma frase, a pessoa revoltada não com o racismo, mas com a acusação de racismo, vem com uma pérola dessas: “ninguém fala dos próprios africanos que capturavam negros e os vendiam como escravos”. O raciocínio é lógico: essa pessoa branca não tem responsabilidade alguma pelos seus tataravôs terem sido donos de escravos, mas os negros de hoje, esses sim, deveriam se envergonhar dos seus antepassados na África que venderam seus semelhantes como escravos. Venderam pra quem mesmo? Ah, isso não importa. No cartum, intitulado "Uma história concisa das relações entre negros e brancos nos EUA", um menino branco usa um escravo, negro, pra subir numa plataforma, enquanto afirma "Isso é pro seu próprio bem". Ao chegar lá em cima, diz pro negro: "Sinto muito por ter sido racista antes. Agora não sou mais". O negro responde: "Ótimo. Você pode me dar uma mão pra eu subir?". E o branco: "Claro que não! Isso seria racismo inverso". E emenda: "Veja bem, se eu consegui subir aqui sozinho, por que você não conseguiria?". Nossa história é muito diferente?
Falando em racismo, hoje aqui em casa, a senhora que trabalha aqui estava on fire porque a neta dela de 15 anos arrumou um namoradinho. Só que o namoradinho dela, como a senhora disse, é "todo pretinho".
ResponderExcluirEla não sabia se estava mais revoltada com a neta ter arrumado um namorado ou com o fato do namorado ser "todo pretinho" porque, segundo ela "gente negra já tem suspeita de alguma coisa".
Fiquei com preguiça de discutir com ela, sairia um bate-boca, ela não mudaria de idéia, capaz de ter um troço (ela tem uma série de problemas de saúde), esse tipo de coisa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSobre a venda de escravos em solo africano, não nos esqueçamos que quem está aqui não foi vendedor, mas vendido...
ResponderExcluirSobre o texto, há, na sociedade, algumas pérolas:
"Fulano (negro) é 'racista', casou-se com branc@"
"Não sou racista, só acho que se Deus (argumento infalível, afinal trata-se de Deus) fez as cores diferentes, nós não podemos desafiar o poder divino e misturar as cores..."
"Não sou racista, trato bem todos os escurinhos (não chamo de negro pra não 'ofender')"
(...)
Resumindo: O Brasil só é Racista quando tenta pagar qualquer dívida social com os afro descendente
Lola, preciso do teu e-mail pra repassar outros e-mails a respeito da casa. Me manda? tinapontolopes@gmail.com
ResponderExcluirAssim como minha ãmiga Mariana N., tenho preguiça de discutir com pessoas racistas, meu pai, moreno, filho de negro, meu avô, quando vê uma morena na rua ele diz: - Compra pra mim?
ResponderExcluir'¬¬
Ou como quando fomos almoçar juntos, ele passou o farol vermelho, e tinha uma mulher negra, guarda de transito, e ela anotou a placa do meu pai, que ficou revoltado, falando: - Tinha quer preta mesmo, filha da p*, preta desgraçada... e daí pra baixo.
Eu só falei: - Ela esta fazendo o trabalho dela, quem passou o farol foi você, que não é nenhum loiro dos olhos azuis.
¬¬'
:***
Claro que não somos racista, magina.
ResponderExcluirA situação social-economica dos negros é tudo produto do determinismo socio-biologico-religioso-futebolistico.
E todas as piadas ofensivas que ouvimos (e falamos) sobre os negros (e sobre as mulheres e sobre gays,etc) tb é só coincindencia, não tem nada a ver com nossa sociedade.
Falando mais serio, a principio eu não apoiei a ideia das cotas, pq achava que eram uma ideia paliativa demais, e pior, muito focado no contexto norte-americano.
ResponderExcluirMas depois que conheci melhor os projetos e os estudos feitos por movimentos sociais, vi o quanto minha opinião inicial estava equivocada.
Principalmente pq existe o consenso de que as cotas por si só não vão resolver. Elas tem que ser uma medida de emergencia, acompanhada por ações abrangentes e duradoras que de fato mudem o quadro absurdo que existe hoje.
Outra coisa que eu "adoro" dessa gente que nega racismo e' que eles sempre tiram um amigo negro da manga para exemplificar as baboseiras que falam.
ResponderExcluirmuito bem colocado mais uma vez. pq agora deram para usar esse conceito fofo de que: eu acredito que só exista uma raça, a humana. tá pois bem, é isso mesmo. mas historicamente características físicas, geográficas e culturais de pessoas foram usadas para justificar adominação delas com o objetivo de lucro. e ponto. egípcios fizeram com judeus. brancos fizeram com negros só pra dar exemplos. e daí que negros tb fizeram com irmãos? o objetivo era o lucro.essa é a desculpa pra não reparar a injustiça histórica, num país de maioria negra ou mulata? aliás o conceito de mulato só existe aqui. e o último post lá no blog dedico a vc e sua incrível capacidade de me fazer pensar, Lola. bj
ResponderExcluirViviana, ou é um amigo ou um avô. Já repararam que todo mundo que começa com a ladainha do "eu não sou racista, não tenho nada contra negro" "costuma botar um "meu avó era negro" no meio?
ResponderExcluirSe não fosse tragico, seria comico. Outro dia eu não aguentei e morri de rir com um vídeo do geografo demente magnolio kkkkk, vcs conhecem a peça????
ResponderExcluirele faz uma cara de
intelequitual (sic) e sai falando um bando de baboseiras...até escreve livros.
Tem ainda o atual todo poderoso da globo e ex-ator porno ali kamel kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
eu dou gargalhada com eles, mas a tragédia é que eles ainda tem muita visibilidade.
Esse cartum... que poder impressionante de concisão e didatismo! O desenhista mandou muito bem!
ResponderExcluirque cartum incrível! de onde é??
ResponderExcluirtá, vou dar um google.
Um amigo meu postou hoje em seu blog um texto sobre o preconceito com os homosexuais... Vou dizer a mesma coisa que disse lá:
ResponderExcluirPreconceito me dá ansia de vomito...
Eu não distingo cores, adoro o arco-íris.
Não sei o que é homem nem mulher, nem qual o sexo fraco... só conheço o Ser Humano.
Nunca vi brancos nem pretos, amarelos ou vermelhos... vejo outras culturas e outros povos.
Não acredito em heterossexualidade, bissexualidade e homossexualidade... acredito apenas na sexualidade.
Não sou Budista nem Cristão, nem tenho Alá no coração... mas tenho FÉ!" Texto da comunidade Todos Diferentes, todos iguais do Orkut.
Beijos...
Eu vivia em um mundo cor-de-rosa até os meus 17 anos. Quando minha prima que é negra passou uma temporada na praia com a gente eu vi o que era racismo. Quando ela começou a paquerar e namorar um rapaz branco (filho da minha vizinha) eu vi mais ainda. Todos, T-O-D-O-S os dias existia uma piadinha, uma expressão racista (daquelas tipo " não faz coisa mal-feita que é coisa de negro"), deboches, e pessoas até mesmo com nojo de serem servidos por ela no restaurante da minha mãe. Isso me dói até hoje, e a partir desse dia eu percebi que estamos lidando com uma situação tão séria, que só quem é totalmente alienado não enxerga.
ResponderExcluirlola, eu sei q o tópico não é sobre isso, mas queria perguntar se vc viu o causo da uniban - machismo puro. eu comentei aqui: http://eusedivirtocomissotudo.wordpress.com/2009/10/28/a-patrulha-do-machismo/
ResponderExcluirbjs
gigi
Oi Lola,
ResponderExcluirTudo bem, Lola?
Como vai, Lola?
Quanto tempo, Lola!
Resolvi repetir assim, pois como boa escritora que é, eu erraria menos no texto e ficava menos feio.
Bem, legal seu blog. Faz tempo que não lia, mas seu Alfan Junior Varela Bueno (é, tentei misturar Alfeu com fan, mas ficou horrível. To sem errorex aqui, então...) sempre me falava das críticas sobre filmes e brincadeiras com o Maridão (ou seria ao contrário? Brincadeiras com os filmes e... chega de explicar!)
Bem, brincadeiras a parte, parabéns pelo nível e ritmo das postagens.
Manda abraço pro Maridão (vamos nos encontrar em Vitória amanhã. Espero não enfrentá-lo, pois daria um post nossa partida).
Tudo de bom e, e, e,...sei lá, tudo aquilo que dizem quando gostam de um blog pra vc, amiga!!
Marco Cordeiro
Lages-SC
ah, outra coisa...
ResponderExcluironde encontro um e-mail pra tem enviar quando eu quiser?
Não encontrei. Se tava fácil de encontrar, minta que tava difícil, só pra eu não ficar muito mal aqui pa mim, pode?
Abraço,
Marco Cordeiro
Lages-SC
Essa história de que os negros vendiam uns aos outros... Antes de tudo, "negros" só existia para os europeus, na África havia bantos, malês, iorubás, nagôs...
ResponderExcluirNuma guerra entre europeus, ninguém fala "que horror, brancos matando brancos", fala "que horror franceses e alemães se matando". Então, essas diferenças são claras. Ao negro é vetada a identidade étnica. Aqui vai um primeiro racismo...
Por outro lado, a escravidão que havia na África era de um tipo diferente. Em geral, era fruto de guerras entre tribos ou reinos rivais, o escravo podia casar-se e seus filhos eram livres. A escravidão colonial, ou escravidão moderna, é aquela que se deu no Brasil: em que o escravo era comprado, transportado para fora de seu lugar de origem e usado, sob tortura quando necessário, em trabalhos forçados para gerar lucro para uma empresa capitalista. Como conseqüência dessa empresa é que surgiram na África os mercados de escravos e as guerras com objetivo de escravizar.
E por aí vai...