Uma leitora me recomendou esse artigo que saiu no britânico Times Online em 28 de janeiro, e disse que gostaria de vê-lo traduzido, pois ele é importante. Decidi escrever sobre ele porque me pareceu interessante, apesar de eu discordar do tom alarmista. Em alguns casos, ele mais parece um cautionary tale, sabe, um texto pra mostrar como é perigoso se expor. Mas ele falha, já que não consegue dar um exemplo em que alguém realmente tenha sido moralmente prejudicado ou mortalmente ferido por falar da sua vida pessoal. Ninguém morreu escrevendo blog, por exemplo.
Eu sempre fico com o pé atrás ao ver um veículo da mídia impressa (mesmo que seja a Times online) falar mal dos blogs, porque muitas vezes existe um certo desespero. Assim como quase todo mundo, eu não sei o que será da mídia impressa no futuro, quando a geração que ainda lê jornais e revistas partir desta pra melhor. Os jovens, em geral, se informam pela internet. Então acho que existe, sim, uma tendência da mídia impressa a demonizar os blogs, chamando-os de fúteis e duvidosos. E este artigo é um desses. Começa ridicularizando a confidência de um produtor num blog que brócolis lhe causa flatulência. Certo, porque essas informações inúteis só existem na internet, certo? Porque os jornais sim que só falam de matérias que elevam a alma humana.
Se existe uma vantagem dos blogs sobre a mídia impressa, é que os blogs não estão tentando vender nada. Acho que ainda existem pouquíssimos blogueiros que lucram com o que escrevem. Eu posso falar mal à vontade do McDonald's e de creminhos anti-rugas que não funcionam porque eles não são meus anunciantes. Duvido que os jornais tenham essa liberdade. Bom, eu escrevo pra jornal desde 1998, e posso contar nos dedos de uma mão as vezes em que algum texto meu foi censurado, então tampouco posso reclamar. Só que blogs são plural. Há cem milhões deles no mundo, e quase todos falam coisas diferentes. Compare com o tom monolítico da grande mídia.
Creio que a mídia frequentemente se esquece do conceito das comunidades imaginárias desenvolvido por Benedict Anderson. Ele fala em termos de nacionalismo, de como as nações foram criadas através do “capitalismo impresso”. Em linhas muito, muito gerais: quando os livros deixaram de ser publicados apenas em latim, pessoas que falavam as mesmas línguas passaram a achar que tinham uma identidade em comum. Os jornais foram fundamentais nesse processo do indivíduo se ver como parte de algo maior. Imagina como era a vida pra alguém que morava numa vila antes de ser informado que na cidade vizinha os moradores tinham os mesmos problemas. A própria noção de tempo mudou. Mas essas comunidades são, no fundo, imaginárias, porque eu posso me sentir brasileira, mas não conheço todos os outros 200 milhões de brasileiros. Nossa unidade não é real. Agora, se comparada à internet, a comunidade imaginária criada pelos jornais é fichinha. Nunca fomos tão aldeia global quanto agora. E imagine o que vai ser no futuro, quando não apenas uma minoria tiver acesso a computadores e internet.
Segundo o artigo da Times, os blogs mais populares são aqueles em que seus autores mais revelam de si. Concorda? Eu não. Quer dizer, não faço a menor ideia de quais sejam os blogs mais lidos do Brasil e do mundo, mas os que eu leio não são bem assim. São blogs pessoais, lógico, e eu gosto de ler textos que dão sua opinião, ao invés de fingirem ser imparciais (como tantos jornais fazem. Eu parei de assinar o Estadão e a Folha porque há poucas opiniões, e quando há, elas são todas iguais. Os articulistas são quase todos homens, brancos, héteros, concidentemente com uma opinião que segue à risca o editorial do jornal). Nos blogs eu posso ler mulheres de diversas idades, raças, e orientação sexual. Leio mães falando de seus filhos (aliás, isso deve ser ótimo pros filhos lerem quando crescerem), leio mães sofrendo porque chegou a hora de se separar dos filhos adultos, leio adolescentes e seus problemas, leio uma moça respondendo pela primeira vez a uma baixaria que ouve na rua. Por que isso seria menos importante que o preço de uma ação de petróleo que não tenho ou de um engarrafamento em São Paulo?
E eu, eu me exponho muito? Talvez. Não adoto pseudônimos, meu nome é esse mesmo, tem fotos aqui, e eu não escondo onde moro. Mas nas minhas crônicas pro jornal também sou assim. Isso já me trouxe problemas, como quando quase fui linchada na faculdade de Pedagogia. Mas e se naquela ocasião eu tivesse um pseudônimo, seria tão difícil me reconhecer? Eu falo da minha vida pessoal, mas com limites. Não costumo escrever sobre minha vida sexual, até porque a vida sexual de um casal monogâmico há dezoito anos não é a coisa mais interessante do mundo. De vez em quando eu menciono meus gatinhos. Não ficaria muito feliz se meu orientador lesse o meu blog porque aí ele faria a mesma pergunta que todos me fazem: “Como você consegue conciliar a tese com escrever um post todo dia e responder todos os 50 comentários por post? E aí eu teria que responder: “quem disse que eu consigo?”.
Mas, em geral, eu não tenho segredos. Não tenho nada a esconder. Se eu não minto na vida real, por que mentiria na virtual? Não sei se deveria me esconder por trás de um outro nome. Qual é o medo? Que alguém de carne e osso venha até a minha casa me xingar? Que me deem um soco na rua? Eu já fui reconhecida várias vezes, porque minha fotinho sai no jornal. Já brinquei com isso e disse que, quando alguém pergunta, “Você é a Lola Aronovich?”, eu receosamente respondo “Depende...”. Mas a verdade é que o pessoal que faz essa pergunta sempre quer elogiar. Foi a supervisora no caixa do banco que permitiu que eu retirasse dinheiro mesmo com o cartão vencido. Foi uma professora dizendo que usava alguns textos meus na aula. Foi um carinha lindo num shopping - pra esse eu não respondi “Depende” - quando ele disse “Sou seu fã!”. Eu ia dizer “A recíproca é verdadeira”, mas me contive a tempo.
Sou ingênua, tenho um blog faz pouco tempo (um ano), confio na bondade humana. Muita gente esconde a identidade e o rosto, então deve haver motivos. Pode ser sim que exista um pessoal perigoso à solta, mas pra mim vale aquele princípio que morar em prédio é mais seguro que casa (porque um prédio tem vários apartamentos, e quem iria querer assaltar logo o meu?). Entre cem milhões de blogs, o meu parece absurdamente insignificante pra motivar alguém a tomar medidas drásticas. Eu não sou importante, nem tenho uma legião de fãs. Aquele do shopping me basta.
Porém, assim como no caso do escândalo na faculdade, tive mais problemas por causa de conhecidos que de desconhecidos. Eu posso não ter nada pra esconder, mas talvez o maridão tenha (nãããão...). Tá, o maridão foi um péssimo exemplo. Mas digamos assim: se eu quero falar de algo que aconteceu com uma amiga, posso só dizer “uma amiga” e não dar nenhum detalhe sobre quem ela é. Mas não posso dizer “um maridão”, porque só tenho um (droga! droga! droga!). E o mesmo com a minha mãe. Tem coisas que ela pediu pra eu jamais falar no blog. Eu não gosto disso, acho que é censura, mas tenho que respeitar.
Agora, se ter um blog vicia? Totalmente. Mas bem antes disso eu já era rata de internet. Trocava emails quilométricos com duas amigas em particular, que moram em outras cidades. Falávamos sobre uma ampla gama de assuntos. Às vezes nos desentendíamos. Com o blog é diferente: não são muitas as pessoas que eu conheço pessoalmente, e num post eu capricho mais (releio e corrijo os erros, o que não faço num email). E coloco fotos. E os temas são ainda mais variados. O resto é até parecido. Existe interação e debate, e, mesmo discordando, a gente acaba se sentindo parte da mesma comunidade. Algo que raramente acontece hoje com os jornais.
Se existe uma vantagem dos blogs sobre a mídia impressa, é que os blogs não estão tentando vender nada. Acho que ainda existem pouquíssimos blogueiros que lucram com o que escrevem. Eu posso falar mal à vontade do McDonald's e de creminhos anti-rugas que não funcionam porque eles não são meus anunciantes. Duvido que os jornais tenham essa liberdade. Bom, eu escrevo pra jornal desde 1998, e posso contar nos dedos de uma mão as vezes em que algum texto meu foi censurado, então tampouco posso reclamar. Só que blogs são plural. Há cem milhões deles no mundo, e quase todos falam coisas diferentes. Compare com o tom monolítico da grande mídia.
Creio que a mídia frequentemente se esquece do conceito das comunidades imaginárias desenvolvido por Benedict Anderson. Ele fala em termos de nacionalismo, de como as nações foram criadas através do “capitalismo impresso”. Em linhas muito, muito gerais: quando os livros deixaram de ser publicados apenas em latim, pessoas que falavam as mesmas línguas passaram a achar que tinham uma identidade em comum. Os jornais foram fundamentais nesse processo do indivíduo se ver como parte de algo maior. Imagina como era a vida pra alguém que morava numa vila antes de ser informado que na cidade vizinha os moradores tinham os mesmos problemas. A própria noção de tempo mudou. Mas essas comunidades são, no fundo, imaginárias, porque eu posso me sentir brasileira, mas não conheço todos os outros 200 milhões de brasileiros. Nossa unidade não é real. Agora, se comparada à internet, a comunidade imaginária criada pelos jornais é fichinha. Nunca fomos tão aldeia global quanto agora. E imagine o que vai ser no futuro, quando não apenas uma minoria tiver acesso a computadores e internet.
Segundo o artigo da Times, os blogs mais populares são aqueles em que seus autores mais revelam de si. Concorda? Eu não. Quer dizer, não faço a menor ideia de quais sejam os blogs mais lidos do Brasil e do mundo, mas os que eu leio não são bem assim. São blogs pessoais, lógico, e eu gosto de ler textos que dão sua opinião, ao invés de fingirem ser imparciais (como tantos jornais fazem. Eu parei de assinar o Estadão e a Folha porque há poucas opiniões, e quando há, elas são todas iguais. Os articulistas são quase todos homens, brancos, héteros, concidentemente com uma opinião que segue à risca o editorial do jornal). Nos blogs eu posso ler mulheres de diversas idades, raças, e orientação sexual. Leio mães falando de seus filhos (aliás, isso deve ser ótimo pros filhos lerem quando crescerem), leio mães sofrendo porque chegou a hora de se separar dos filhos adultos, leio adolescentes e seus problemas, leio uma moça respondendo pela primeira vez a uma baixaria que ouve na rua. Por que isso seria menos importante que o preço de uma ação de petróleo que não tenho ou de um engarrafamento em São Paulo?
E eu, eu me exponho muito? Talvez. Não adoto pseudônimos, meu nome é esse mesmo, tem fotos aqui, e eu não escondo onde moro. Mas nas minhas crônicas pro jornal também sou assim. Isso já me trouxe problemas, como quando quase fui linchada na faculdade de Pedagogia. Mas e se naquela ocasião eu tivesse um pseudônimo, seria tão difícil me reconhecer? Eu falo da minha vida pessoal, mas com limites. Não costumo escrever sobre minha vida sexual, até porque a vida sexual de um casal monogâmico há dezoito anos não é a coisa mais interessante do mundo. De vez em quando eu menciono meus gatinhos. Não ficaria muito feliz se meu orientador lesse o meu blog porque aí ele faria a mesma pergunta que todos me fazem: “Como você consegue conciliar a tese com escrever um post todo dia e responder todos os 50 comentários por post? E aí eu teria que responder: “quem disse que eu consigo?”.
Mas, em geral, eu não tenho segredos. Não tenho nada a esconder. Se eu não minto na vida real, por que mentiria na virtual? Não sei se deveria me esconder por trás de um outro nome. Qual é o medo? Que alguém de carne e osso venha até a minha casa me xingar? Que me deem um soco na rua? Eu já fui reconhecida várias vezes, porque minha fotinho sai no jornal. Já brinquei com isso e disse que, quando alguém pergunta, “Você é a Lola Aronovich?”, eu receosamente respondo “Depende...”. Mas a verdade é que o pessoal que faz essa pergunta sempre quer elogiar. Foi a supervisora no caixa do banco que permitiu que eu retirasse dinheiro mesmo com o cartão vencido. Foi uma professora dizendo que usava alguns textos meus na aula. Foi um carinha lindo num shopping - pra esse eu não respondi “Depende” - quando ele disse “Sou seu fã!”. Eu ia dizer “A recíproca é verdadeira”, mas me contive a tempo.
Sou ingênua, tenho um blog faz pouco tempo (um ano), confio na bondade humana. Muita gente esconde a identidade e o rosto, então deve haver motivos. Pode ser sim que exista um pessoal perigoso à solta, mas pra mim vale aquele princípio que morar em prédio é mais seguro que casa (porque um prédio tem vários apartamentos, e quem iria querer assaltar logo o meu?). Entre cem milhões de blogs, o meu parece absurdamente insignificante pra motivar alguém a tomar medidas drásticas. Eu não sou importante, nem tenho uma legião de fãs. Aquele do shopping me basta.
Porém, assim como no caso do escândalo na faculdade, tive mais problemas por causa de conhecidos que de desconhecidos. Eu posso não ter nada pra esconder, mas talvez o maridão tenha (nãããão...). Tá, o maridão foi um péssimo exemplo. Mas digamos assim: se eu quero falar de algo que aconteceu com uma amiga, posso só dizer “uma amiga” e não dar nenhum detalhe sobre quem ela é. Mas não posso dizer “um maridão”, porque só tenho um (droga! droga! droga!). E o mesmo com a minha mãe. Tem coisas que ela pediu pra eu jamais falar no blog. Eu não gosto disso, acho que é censura, mas tenho que respeitar.
Agora, se ter um blog vicia? Totalmente. Mas bem antes disso eu já era rata de internet. Trocava emails quilométricos com duas amigas em particular, que moram em outras cidades. Falávamos sobre uma ampla gama de assuntos. Às vezes nos desentendíamos. Com o blog é diferente: não são muitas as pessoas que eu conheço pessoalmente, e num post eu capricho mais (releio e corrijo os erros, o que não faço num email). E coloco fotos. E os temas são ainda mais variados. O resto é até parecido. Existe interação e debate, e, mesmo discordando, a gente acaba se sentindo parte da mesma comunidade. Algo que raramente acontece hoje com os jornais.
Que fofo o texto de hoje!! amei!!!
ResponderExcluirSo passei aqui pra mandar um beijo! É meu niver hoje!!!
Uau! Leio seus textos tão rápidos quanto voce escreve! Sempre tenho a impressão de você escrever assim plaft! num sopetão! Muito bom!
ResponderExcluirconcordo inteiramente com voce Lola! Ano passado uma amiga no Brasil, que ja havia morado fora, falou muuito na minha cabeca para eu parar de me expor. Tire as fotos! Tire os nomes! disse ela e me enviou uma reportagem do Times também com um caso de uma jornalista que havia começado a sofrer perseguicao de um leitor.
Tento não por datas, do tipo, estarei em tal dia, em tal lugar com fulano... mas fora isso, nao ligo... sou ingenua tambem e quero continuar acreditando que sou uma formiguinha nesse palheiro... nao quero fantasiar esses medos todos, o preco e alto.
Vivi em Sao Paulo 5 anos e nunca fui assaltada. Saia, tentava tomar o minimo cuidado, mas nunca fiquei neuras achando que tudo poderia acontecer... assim nao ha vida, nao ha blog, nao ha graca em nada. Sem contar que o terror todo e feito atraves de um caso ou nenhum e a generalizacao corre solta na midia. Ate, adorei o post!
Sorte do maridao e das gatinhas terem uma Lola faladeira em casa! mesmo com anos e anos nao deve ser tao rotina assim!
Ahhh Lola! To sentido mt a falta da sua interação com os comentaristas nos posts (acho q td mundo aqui). Vc nos deixou mto mal-acostumados.
ResponderExcluirHum, quanto as perseguições.. acho q é q nem uma mulher não usar nada mto curto ou apertado pq aí n vai "pedir" por um estupro. Se a pessoa realmente quiser te achar, vai arranjar um jeito não é?
Bem, pelo o que eu li no post, pessoas do seu mundo "real" lêem o seu blog e é isso que acho o mais "perigoso", porque você escreve com uma idéia, conta a sua versão da história... Mas aí vem alguém (que também tem lá a versão dela) e entende outra coisa - muitas vezes, completamente diferente - e acho que é isso que pode vir a causar problemas absurdamente desnecessários.
ResponderExcluirAcho que ainda há, para mim, certos temas "tabus". E, como já comentei com uma amiga (que conheci através do meu blog), as tristezas eu não costumo sair por aí contando. Porque sempre tem um inimigo para fazer a dança da vitória sobre a sua desgraça - é triste, mas há pessoas assim.
Lendo o comentário da Somnia, ela disse que não costuma dar os "passos" da sua vida real. E acho que é mais ou menos isso que tento fazer também. Evito citar nome de lugares, o que vou fazer, com quem vou fazer... Isso é manter a privacidade, na minha opinião.
E eu passei a usar um "pseudônimo" começou por alguns problemas que tive - mas não adiantou. Perseguidor que é perseguidor acaba te encontrando mesmo... rsrs... Mas me acostumei com o apelido e foi ficando.
Ficar contando historinhas, vestindo personagens, não é legal. Gosto do seu blog - e de mais alguns por aí - exatamente por saber dosar: não ser algo totalmente alheio a sua vida no mundo real e por não ser somente isso.
Acredito que há muita paranóia sim. Já escutei certas pessoas dizendo que é muita "exposição". Eu já acho que é gente que se tem lá no alto que acha que tudo que é psicopata vai exatamente atrás dela. E, quer saber? Adoro blogs porque, simplesmente, se eu não gostar de algum comentário, simplesmente deleto da minha vida. Literalmente.
E chega que falei demais.
Besos, guapa...
Lola... pq vc nao comentou sobre o filme "monster:desejo assassino". Poxa assiti ontem, é otimo.... e tb superfeminista. Ela mata os estupradores.
ResponderExcluirFeliz aniversário, Alfredo! Que vc aprenda muito este ano!
ResponderExcluirSomnia, é só impressão... Eu demoro pra escrever... Bom, quando eu vivi em SP (durante 16 anos), fui assaltada 3 vezes. Então ficava muito paranóica, sim, daquele tipo de sair com o “dinheiro do ladrão” e tal. Levou anos em outra cidade pra eu me livrar desses medos. Mas se a gente for se guiar pela neurose dos outros (e da mídia), nem sairia de casa, né? Abração, e obrigada pelo carinho.
Babsixx, também sinto muita falta de interagir com os leitores. Mas no momento não está dando mesmo... Espero que eu consiga voltar a interagir quando terminar a primeira versão da tese (que tá atrasadérrima). Concordo contigo: quem quiser encontrar a pessoa, vai encontrar de qualquer jeito.
ResponderExcluirEnxaqueca, pois é, se tem alguém que encrenca com a gente, vai nos encontrar de qualquer jeito, com ou sem pseudônimo. Eu nunca pensei em adotar um pseudônimo, mas consigo ver as vantagens em ter um, principalmente no que tem relação às pessoas reais da nossa vida. Assim, se eu tivesse um pseu e quisesse falar sobre “minha mãe”, quase ninguém saberia de quem estou falando. Mas, na vida real, pouquíssima gente que me lê me conhece pessoalmente, e conhece menos ainda a minha mãe. Eu tenho dificuldade com alguns blogs que parecem escrever pro próprio umbigo. Parecem falar em código, e eu fico sem entender nada. Mas é o estilo de cada um. Vai que a pessoa já escreve faz 5 anos, tem um público definido, pra quem não precisa explicar tudinho a cada post, e eu que tô chegando agora. Ah, sobre deletar coment., eu ainda não deletei nenhunzinho. Mas imagino que seja só uma questão de tempo.
Babs, suponho que vc esteja super brava comigo. Por favor, me perdoe. Juro que quinta que vem publico o seu guest post! É que fica aparecendo monte de coisa pra publicar antes (este é porque saiu no jornal faz uns dias).
ResponderExcluirAsnalfa, eu gostei muito de Monster. Mas só o vi MESES depois de ter passado nos cinemas (não qui na minha cidade, evidentemente). Mas talvez eu o assista um dia desses e escreva sobre ele... Tchau, gente! Agora vou trabalhar.
Realmente, à mídia impressa interessa vender mais, mas o que não entendo, na verdade, é como os jornais têm suas versões online disponíveis gratuitamente na internet e seus colunistas têm blogs também. será que a crucificação seria para que as pessoas lessem mais os blogs daqueles que são pagos para escrever?
ResponderExcluirEu acho que você fala da sua vida de uma forma bem legal, mas sem se expor tanto. E acho que é uma coisa bem pessoal também. Na vida "real" também é assim. Tem gente (como eu, também) que fala da sua vida sem problemas e tem gente que "se preserva". Aliás, esse conceito de se preservar é meio ilusório também, porque stalker que é stalker também costuma ser bom detetive. Um bom exemplo fictício disso é a crônica "Lixo" do Luis Fernando Veríssimo, que nada tem a ver com se expor voluntariamente.
Uai Lola... Primeira vez que vejo você interagir sem a gente comentar antes... :p
ResponderExcluirEsquenta não...
Se é que você falou comigo né...
Bj
quando comecei meu blog tentei me manter anônima, por isso minha assinatura só tem uma inicial e o sobrenome. no começo, minha foto era mais discreta, também, com o rosto levemente abaixado. a intenção era q as pessoas não me achassem pelo google, mas vários amigos começaram a comentar me chamando pelo primeiro nome, e meu plano foi por água abaixo ahahah.... aí desencanei de vez. só continuo usando a inicial pra não aparecer milhares de links no google caso pesquisem meu nome.
ResponderExcluirsobre a privacidade, não falo em hipótese alguma da minha vida sexual, afetiva ou familiar. tb evito comentar as angústias, pq, como já disseram, sempre tem um sádico que fica feliz com a tristeza alheia. obviamente, tb não revelo endereço, telefone e dados pessoais em geral, meus ou de outros.
de resto, não vejo problema em me expor... oq escrevo no blog é minha opinião sobre o mundo, e ela é pública.
Lolinha,
ResponderExcluirBlogs são legais, sim. O blogueiro pode e deve falar o que quiser. Claro que se o assunto for "quantos puns ele solta por dia" pode não ser muito interessante. Mas aí entra o melhor de tudo: ninguém é obrigado e ler!
Seu texto de hoje foi legal e a melhor parte foi o "(droga! droga! droga!)"
Ps.: "ninguém é obrigado a ler"
ResponderExcluir(falha do revisor)
bonissimo texto.
ResponderExcluirblog vicia? mas existem tantas outras coisas que viciam!para mim
a melhor invenção do seculo XX foi a internet e toda a gama de possibilidade que com ela veio.e por mais que queiram ter dominio sobre a situação virtual , eles não conseguem.tbm gosto da multiplicidade de identidades que se possa ter.eh divertido, eh artistico.
Há muito tempo que não leio um jornal impresso. Me integro do que acontece no mundo virtualmente (mais rápido, mais notícias e ecologicamente correto). E acredito também que os jornais irão acabar, assim como o n° de blogs aumentará ainda mais.
ResponderExcluirO que se percebe é que as pessoas tem cada vez mais necessidade de falar de si mesmas ou de alguma coisa que conhecem bem, se expressar, se comunicar, conhecer outras formas de viver, outras opiniões, enfim, compartilhar experiências e com o objetivo maior de conhecer pessoas e porque não, fazer amigos.
Qto as revelações pessoais, acho que com cuidado dá pra se dizer mto de si mesmo sem escancarar, mas aí é uma escolha pessoal, cabe a quem escreve decidir se quer se expor ou não. Tirando excessos, não vejo problema algum em se expor.
Ps* gostei de vc ter lembrado do meu relato!
Bjão, Lola!
Adorei o seu texto e não poderia concordar mais ^_^.
ResponderExcluirAgora, tenho uma pergunta: como você faz para buscar e selecionar as imagens que usa no blog?
Lola o que eu mais gosto em vc é isso. Você não faz figuras nem poses, é Lola e pronto.
ResponderExcluirComo muitas ja disseram, tambem nao comento minha vida privada em detalhes. Geralmente falo de coisas fofas ou ridiculas que vi pela net no meu blog, de ideias, de noticias, de coisas engracadas q aconteceram.
ResponderExcluirNao falo da familia nem dou nome ao amigo, quando a historia eh mto comprometedora. Sempre tento manter o bom senso.
Se alguém já morreu escrevendo blog, não sei. Mas sei que tive que mudar o número da minha linha telefônica por causa de uma desavença online e já ouvi falar do caso de uma moça que se expunha demais (foto do carro, da casa, comentava viagens, etc) e acabou sendo sequestrada; não sei se é verdade.
ResponderExcluirNão uso meu nome exatamente para evitar que algumas pessoas da vida real me encontrem. É claro que meus amigos conhecem meu apelido, mas não é deles que eu quero me preservar. E acredito que consigo: fora leitores e amigos próximos, ninguém sabe do meu blog.
Ai Lola, acho um saco essas pessoas que se acham super importantes, que todo mundo ta atras delas, que sao seguidas por stalkers... Gente que bloqueia foto aqui, bloqueia conteudo ali, protege isso e aquilo com senha.
ResponderExcluirDah vontade de falar "Voce nao eh tao importante, sabia?"
Mas nao falo, e fico quieta na minha, curtindo a minha insignificancia, o meu anonimato, o fato de que quase ninguem no mundo ta nem ai pra mim.
Sou dependente de internet, já tive 3 blogs, mas nunca gostei muito de frequentar blogs alheios. Só fico mesmo por aqui. E as vezes entro no blog de amigos qndo eles pedem. Deve ser implicância. Ou falta de atualizações, talvez. O meu mesmo não era lá muito assíduo. Por causa do vestibular não pude tomar conta dele como merecia, tadinho.
ResponderExcluirE Lola, vê se termina logo essa tese! Tá fazendo falta!!!
Oi Lola, realmente os ornais tem medo do mundo cybernetico. Já pensou perder todos os seus anunciantes por causa dos blogs?
ResponderExcluirBom, eu também gosto muito dos blogs, sou fã de carteirina do seu, mas temos que também ficarmos alertas com as falsas informações. Apesar de tudo o jornal impresso, ou as grandes empresas e os jornalistas, claro, oferecem credibilidade aos leitores. Por isso acho que o fim do jornal pode ser algo, ainda que dificil de falar. Talvez, se o futuro venha a ser dos blogs, os mais lidos, com certeza serão de jornalistas. Mas, claro, isso aqui pra mim não é competição, tendo um assunto gostoso de ler e que me faça pensar eu fico com este.
Estou quase me formando em Jornalismo, estou no 6° semestre e venho cada vez mais me interessando pelos blogs, estou tentando manter uma certa frequencia no meu, mas ainda fico com vergonha de divulga-lo, não sei por que...
Um abraço minha querido!
Concordo com a Enxaqueca, tem muita paranoia por aí, mas quem quiser te achar, vai, com ou sem blog. E tem gente que dá detalhes pessoais também 'na vida real' e mal se dá conta - outro dia um cara do American Express me ofereceu um cartão e, para tê-lo, eu 'só' tinha que informar nome, endereço, telefone, CPF, ID, salário, essas coisinhas. Agradeci e disse que não, não forneceria esses dados por telefone. Mas, por curiosidade, perguntei: as pessoas te falam isso tudo? E o cara falou que 'claro, ninguém nunca tinha me questionado isso até agora'. Nem questionavam se ele era mesmo da AmEx...
ResponderExcluirEu tomo meus cuidados, evito falar muita coisa sobre mim (até porque minha vida não é lá tãããão interessante assim), uso meu nome (mas não o sobrenome), coloco uma foto ou outra, mas nunca das crianças, por exemplo (nem uso foto dos outros, a não ser com permissão). De resto, se era pra inventar tudo, então melhor seria escrever ficção logo, né? O bacana dos blogs é que estamos falando de pessoas, e saber dosar é necessário.
Os blogs que frequento não são os do tipo 'querido diário', mas sim os como este, das ideias. Se é pra ler algo totalmente sem-sal, melhor ler o encarte das promoções do Carrefour!
Por isso eu tou sempre voltando...
Abr.
É por essas e outras que seu blog é único! Parabéns Lola!!!
ResponderExcluirE essa mereceu a risada do ano: "Mas não posso dizer “um maridão”, porque só tenho um (droga! droga! droga!)."
=***
Nossa, Asnalfa elogiando post! O munda acaba amanhã.
ResponderExcluir*
*
*
Adorei o post também!
Ah, Lola, é tão legal ler algo que não tenha todo aquele teor paranóico quando se trata de sites, blogs, fotologs e forúns virtuais!
Parece que mais do que alertar, é um sintoma de uma cultura de medo.
Concordo com Mônica, tem muita gente que dá várias informações importantes sem se dar conta.
ResponderExcluirMe parece que, sabendo seu nome completo e CPF, a pessoa já pode abrir uma empresa em seu nome...
Oi Lola!
ResponderExcluirContinuo no RS e sem pc (só consegui dar uma fujidinha agora e passar numa lanhouse, hehe). Teu texto está ótimo (como sempreee), principalmente no que se refere ao medo, necessário, dos jornais.
Quando eu voltar pra Jvll, comento os outros post que achei importantes
Bjsss
Taia
Os teus textos, generosos nas ideias e opiniões, são muito mais enriquecedores que um artigo de jornal.
ResponderExcluirNão tenho vindo sempre, mas quando venho não saio sem ler até o final.
Brigada, Lola!
De fato, Lola, com o jornalismo impresso despencando em qualidade (basta ver os exemplos do episódio 'ditabranda' da Folha e da linha editorial da Veja), creio que os blogs terão uma função informativa cada ve mais relevante. Como, em geral, não têm fins lucrativos, penso que isto favorece à qualidade da informação. Não vejo problemas nos relatos pessoas, mesmo que incluam flatulência ou trivialidades, eles tem uma utilidade diferenciada. E gosto mais dos blogs onde as pessoas se expõem abertamente. Tenho amigas que escrevem assim há anos e nunca tiveram problemas. Eu já tive um stalker, por isso troquei muitas vezes de endereço de blog e procuro usar o meu nome o mínimo possível - embora saiba que nem sempre adianta, como já disseram, quem quer nos encontrar sempre acaba conseguindo. Também cabe dizer que não se tratava de um desafeto da net, mas de alguém ligado à minha vida concreta.
ResponderExcluirDe resto, só quero expressar meu carinho e desejar que este blog permaneça danado de bom, pois é uma das minhas leituras favoritas atualmente.
abraço!
Eu ainda leio jornal,mas acho que é mais por desencargo de consciência mesmo,eu até me sinto informada as vezes,mas as informações mais relevantes eu encontro na net mesmo.Acho que quando eu morar sozinha não vou comprar jornal não.
ResponderExcluirQuanto aos blogs,meus favoritos no geral falam bastante sobre a vida do blogueiro.Não aquele tipo de coisa :"hoje acordei com o cabelo horrível",coisas pessoais mas mais revlevantes,tipo os posts da marjorie rodrigues sobre o trabalho dela de jornalista.
No geral eu prefiro os blogs feministas,de vez em quando eu leio outros também,mas os que eu visito com freqüência são os feministas mesmo.
Lola, mais uma vez, palmas para o texto.
ResponderExcluirJá cansei de receber conselhos amigos para não me expor, não colocar fotos, não colocar nada que possa ser usado contra mim (sim, já recebi este tipo de conselho!!) Aí me pergunto, usado por quem???
Acho este tipo de pensamento tão, huh, dã, sabe? Retrô.
Eu não creio que a mídia impressa irá durar mais que algumas décadas. Vejo minha pituquinha de 2 anos e pouco, que só quer ver "etóia no putadô". Eu mesma, que AMO folhear revistas, ler o jonal de domingo na varanda, tomando café, raramento faço isso. Prefiro receber os feeds por e-mail e, se algo que mereça minha atenção aparecer, clico no link e voilá!
Apenas não consigo ler livros na versão e-, mas de resto, não existe mais tempo para dedicar uma hora de leitura à jornais e revistas... ;s
Beijos
"Ai Lola, acho um saco essas pessoas que se acham super importantes, que todo mundo ta atras delas, que sao seguidas por stalkers... Gente que bloqueia foto aqui, bloqueia conteudo ali, protege isso e aquilo com senha.
ResponderExcluirDah vontade de falar "Voce nao eh tao importante, sabia?"
Mas nao falo, e fico quieta na minha, curtindo a minha insignificancia, o meu anonimato, o fato de que quase ninguem no mundo ta nem ai pra mim." [2]
Barbara tu resumiu exatamente o meu pensamento, inclusive disse quase isso para uma amiga minha não faz muito tempo.
Eu também acho meio demais aquelas pessoas que avisam para deus, o mundo e o cachorro da vizinha que estão saindo do orkut, facebook etc. Parece criança quando tá brincando na casa do vizinho e se emburra daí faz um alarde dizendo que vai embora só para ver se imploram para ela ficar.
Não é só porque temos um orkut, facebook, blog que nos tornamos automaticamente interessantes para a humanidade.
Ah, e eu também não gosto muito desses blogs tipo querido diário ou que revelem a vida das pessoas, a não ser que sejam muito bem escritos. A única exceção é o blog da Belle du jour que é uma ex-garota de programa britânica que virou escritora - favor não comparar com a Bruna Surfistinha -
ela já publicou dois livros, mas ninguém sabe quem ela é. Inclusive há especulações de que ela seja um(a) escritor(a) famosa(o). No mais eu prefiro blogs de pessoas que escrevam sobre assuntos que me interessam.
Mas aqui na Suécia a blogueira mais bem sucedida é uma menina de 18 anos, filha de um megaempresário, que escreve coisas do tipo: hoje eu fui na NK (loja de departamentos, tipo uma Harrod's sueca) e comprei uma blusa da Raulph Lauren, uma bolsa prada e uma saia seilaoque. E o blog dela tem zilhões de leitores.