Eu não sou muito de me deixar afetar pela vida íntima dos políticos. Nesse segundo turno houve o maior xabu porque Marta Suplicy, num comercial de campanha, perguntou se Kassab era casado. Seria uma pergunta simples, se não houvesse boatos que ele é gay. O comercial foi criticado, tirado do ar no dia seguinte, e Kassab foi reeleito prefeito de SP. Neste caso, ninguém prestou atenção na vida particular do candidato (apesar da vida da Marta ser discutida em cada esquina).
Como tantos brasileiros, detestei e achei de baixíssimo nível quando o Collor, na eleição de 1989, contratou a ex-namorada do Lula pra falar na TV que ele (Lula) havia sugerido um aborto. Certamente o enfoque dado à intimidade do Lula foi muito maior que àquele dado ao próprio Collor. Lembro que, nessas mesmas eleições, eu tive que ler numa revista americana, a Vanity Fair, sobre o envolvimento do Collor com cocaína e em um caso de estupro. A mídia brasileira não chegava nem perto desses assuntos espinhosos, assim como varreu pra baixo do tapete o suposto filho fora do casamento que FHC teve com uma jornalista. E se fosse com o Lula, isso seria notícia? Suponho que só não sabemos tudo sobre a intimidade do Lula porque sua vida particular deve ser um tédio só.
Se a mídia americana alguma vez teve reservas morais em discutir a vida íntima dos seus políticos, tudo acabou com o caso Bill Clinton/Monica Lewinsky. Os mais jovens não vão lembrar dos detalhes escabrosos que tomaram jornais e programas de TV durante meses. Era um tal de “sexo oral é traição?”, manchas no vestido azul da estagiária, depoimentos mil, os EUA só falando naquilo, enquanto o resto do planeta, atônito, observava o circo. Foi por causa desse escândalo todo, que quase rendeu um impeachment ao Clinton, que Bush derrotou os democratas em 2000. Quer dizer, parece que quem derrotou mesmo os democratas foi a Fox News, ao declarar que Al Gore havia perdido na Flórida, mas essa é outra história.
De lá pra cá, fala-se à vontade de todos. E embora eu não me interesse em saber esses boatos, devo admitir que as eleições presidenciais americanas, que acontecerão semana que vem, apresentam um contraste notável entre os dois principais candidatos. De um lado, Obama, sua mulher e as duas filhas pequenas, aparentemente unidos e felizes, sem nenhuma manchinha no currículo. Do outro, John McCain. O republicano é um caso curioso.
Primeiro que não se pode esquecer que, se eleito, ele será o mais velho presidente americano a tomar posse, com 73 anos. Como ele não é um modelo de saúde – teve câncer, pode ter princípio de Alzheimer -, todo mundo está prestando atenção na sua vice, a governadora do Alasca Sarah Palin. McCain é visto como um herói militar. Foi prisioneiro dos vietnamitas durante mais de cinco anos na Guerra do Vietnã. Ao partir pra guerra, deixou nos EUA sua mulher, Carol, e três filhos. Pouco depois da captura do marido, Carol teve um terrível acidente de carro que quase a matou. Ela ainda se correspondia com o marido prisioneiro, mas não quis contar-lhe nada para que ele não se preocupasse. Quando McCain voltou pra casa, ele mesmo um caco, encontrou sua esposa (que havia sido modelo) dez centímetros mais baixa e com inúmeros problemas de saúde. McCain teve montes de casos conjugais, até se envolver com Cindy. Assim que Carol aceitou o divórcio, McCain se casou com Cindy.
Cindy, dezessete anos mais jovem que ele, é herdeira da cervejaria Hensley. Ou seja, riquíssima, o que talvez explique porque McCain não saiba responder o número de casas que tem. Entre as qualidades de Cindy, consta que ela faz caridade e que adotou uma menina de Bangladesh (negra!, o que não é comum entre conservadores). O problema é mais com McCain mesmo, que, com seu temperamento explosivo, tem o hábito de contar piadas machistas, e cujo comportamento mostra um certo desrespeito – pra ser delicada – com as mulheres. Por exemplo, recentemente Cindy, brincando, tocou no cabelo do marido e disse, “Você está ficando um pouco ralo aqui, querido”. De acordo com os relatos, ele respondeu agressivamente: “Pelo menos eu não coloco maquiagem como uma p***, sua vaca”.
E aí, eu não votaria num cara por ele fazer piadas sobre estupro e por insultar sua própria mulher? Bom, eu não votaria no McCain por ele ser republicano, ponto. Mas é intrigante ver um sujeito desses, que traía a primeira esposa e maltrata a segunda em público, se opor ao casamento gay porque isso sim enfraqueceria a idéia do sagrado matrimônio.
Por isso, também, parece ser uma grande piada que os republicanos (um partido que não é exatamente famoso por privilegiar os direitos da mulher) tenham escolhido Sarah pra vice. Novamente, o fato de sua filha adolescente estar grávida não deveria ser manchete. Mas tem que ser, já que Sarah e seu partido são fervorosamente anti-aborto e anti-planejamento familiar, privilegiando sempre campanhas que pregam a abstinência sexual entre os jovens. É inevitável pensar: se essas campanhas não funcionam com a filha da vice, vão funcionar com quem?
Portanto, quando a vida pessoal de um candidato contraria a sua plataforma política, acho que ela merece ser exposta, sim.
Como tantos brasileiros, detestei e achei de baixíssimo nível quando o Collor, na eleição de 1989, contratou a ex-namorada do Lula pra falar na TV que ele (Lula) havia sugerido um aborto. Certamente o enfoque dado à intimidade do Lula foi muito maior que àquele dado ao próprio Collor. Lembro que, nessas mesmas eleições, eu tive que ler numa revista americana, a Vanity Fair, sobre o envolvimento do Collor com cocaína e em um caso de estupro. A mídia brasileira não chegava nem perto desses assuntos espinhosos, assim como varreu pra baixo do tapete o suposto filho fora do casamento que FHC teve com uma jornalista. E se fosse com o Lula, isso seria notícia? Suponho que só não sabemos tudo sobre a intimidade do Lula porque sua vida particular deve ser um tédio só.
Se a mídia americana alguma vez teve reservas morais em discutir a vida íntima dos seus políticos, tudo acabou com o caso Bill Clinton/Monica Lewinsky. Os mais jovens não vão lembrar dos detalhes escabrosos que tomaram jornais e programas de TV durante meses. Era um tal de “sexo oral é traição?”, manchas no vestido azul da estagiária, depoimentos mil, os EUA só falando naquilo, enquanto o resto do planeta, atônito, observava o circo. Foi por causa desse escândalo todo, que quase rendeu um impeachment ao Clinton, que Bush derrotou os democratas em 2000. Quer dizer, parece que quem derrotou mesmo os democratas foi a Fox News, ao declarar que Al Gore havia perdido na Flórida, mas essa é outra história.
De lá pra cá, fala-se à vontade de todos. E embora eu não me interesse em saber esses boatos, devo admitir que as eleições presidenciais americanas, que acontecerão semana que vem, apresentam um contraste notável entre os dois principais candidatos. De um lado, Obama, sua mulher e as duas filhas pequenas, aparentemente unidos e felizes, sem nenhuma manchinha no currículo. Do outro, John McCain. O republicano é um caso curioso.
Primeiro que não se pode esquecer que, se eleito, ele será o mais velho presidente americano a tomar posse, com 73 anos. Como ele não é um modelo de saúde – teve câncer, pode ter princípio de Alzheimer -, todo mundo está prestando atenção na sua vice, a governadora do Alasca Sarah Palin. McCain é visto como um herói militar. Foi prisioneiro dos vietnamitas durante mais de cinco anos na Guerra do Vietnã. Ao partir pra guerra, deixou nos EUA sua mulher, Carol, e três filhos. Pouco depois da captura do marido, Carol teve um terrível acidente de carro que quase a matou. Ela ainda se correspondia com o marido prisioneiro, mas não quis contar-lhe nada para que ele não se preocupasse. Quando McCain voltou pra casa, ele mesmo um caco, encontrou sua esposa (que havia sido modelo) dez centímetros mais baixa e com inúmeros problemas de saúde. McCain teve montes de casos conjugais, até se envolver com Cindy. Assim que Carol aceitou o divórcio, McCain se casou com Cindy.
Cindy, dezessete anos mais jovem que ele, é herdeira da cervejaria Hensley. Ou seja, riquíssima, o que talvez explique porque McCain não saiba responder o número de casas que tem. Entre as qualidades de Cindy, consta que ela faz caridade e que adotou uma menina de Bangladesh (negra!, o que não é comum entre conservadores). O problema é mais com McCain mesmo, que, com seu temperamento explosivo, tem o hábito de contar piadas machistas, e cujo comportamento mostra um certo desrespeito – pra ser delicada – com as mulheres. Por exemplo, recentemente Cindy, brincando, tocou no cabelo do marido e disse, “Você está ficando um pouco ralo aqui, querido”. De acordo com os relatos, ele respondeu agressivamente: “Pelo menos eu não coloco maquiagem como uma p***, sua vaca”.
E aí, eu não votaria num cara por ele fazer piadas sobre estupro e por insultar sua própria mulher? Bom, eu não votaria no McCain por ele ser republicano, ponto. Mas é intrigante ver um sujeito desses, que traía a primeira esposa e maltrata a segunda em público, se opor ao casamento gay porque isso sim enfraqueceria a idéia do sagrado matrimônio.
Por isso, também, parece ser uma grande piada que os republicanos (um partido que não é exatamente famoso por privilegiar os direitos da mulher) tenham escolhido Sarah pra vice. Novamente, o fato de sua filha adolescente estar grávida não deveria ser manchete. Mas tem que ser, já que Sarah e seu partido são fervorosamente anti-aborto e anti-planejamento familiar, privilegiando sempre campanhas que pregam a abstinência sexual entre os jovens. É inevitável pensar: se essas campanhas não funcionam com a filha da vice, vão funcionar com quem?
Portanto, quando a vida pessoal de um candidato contraria a sua plataforma política, acho que ela merece ser exposta, sim.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLola, concordo com você.
ResponderExcluirNo caso da Marta e do Kassab achei suja a insinuação da campanha da Marta até ler um comentário que me fez repensar: um suposto favorecimento do Kassab à um amante com um cargo burocrático qualquer. E o autor do texto (juro que não lembro qual) ainda levantou a questão da importância de, se ele é gay ou não é irrelevante, mas sim de se ele for que ele saísse do armário pois assim ficava mais honesto averiguar que não há caso de nepotismo. Penso que sai do armário quem quer, assim como se torna pessoa pública quem quer, mas quem escolhe se tornar pessoa pública ter o dever de tornar sua exposição transparente. Enfim...
Em relação ao McCain eu lembro de uma entrevista dele no David Letterman, foi na época da invasão do Iraque e ele era contra,achei até simpático isso. Eu não votaria nele também pelo fato dele ser republicano, e concordo com você que a vida pessoal dele importa sim. E também a da Sarah Palin, uma mulher que assim como o Bush parece conciliar a boçalidade à uma certa esperteza.
Mas eu olharia com mais cuidado para o Obama. Se eu fosse americana eu teria votado na Hillary, e ser mulher é uma das suas menores qualidade perto do seu preparo como política. Obama é uma pessoa relativamente desconhecida da grande mídia até pouco tempo, quantos se lembram do Obama 2 ou 3 anos atrás? Além do mais apesar de inspiradores, e talvez por isso mesmo, acho os discursos do Obama bastante demagógicos, e ao contrário da Hillary, fazer parte de uma minoria representativa, em outras palavras, o fato dele ser negro parece sua maior qualidade.
Sei que escrevi demais,sorry...
Bj
Se o sujeito se candidata a um cargo público, que precisa do meu voto, eu quero saber, sim, sobre sua vida pessoal e tudo que ele fez e faz. Pô, como vou saber se ele é honesto, se tá interessado no coletivo ou apenas na satisfação pessoal? São as pequenas coisas que mostram sua cara pro mundo. De que vale eu pregar a limpeza das ruas se eu mesmo jogo o papel do picolé no asfalto? lembrem-se do "velho deitado" pau que nasce torto morre torto.
ResponderExcluirSe o Kassab é viado eu preciso saber, sim. Quero analisar suas ações considerando também essa condição!
Ah, o Jão e o chileno? ... demorou!
Tenho uma curiosidade lola, é verdade que se algum americano deixar o país uma semana antes das eleições, por exemplo, é possivél votar antecipadamente?
ResponderExcluirAcho que independente da exposição feita pela imprensa sobre a vida dos candidatos, as pessoas sempre conseguem ler nas entrelinhas o perfil dos filhos da mãe não é. Sara palin por si só não engana ninguém, sequer os próprios republicanos, nesse ponto não muda em nada minha opinião saber se ela tem uma filha adolescente grávida.
Experiente ou não (muitos americanos apontam isso para não votarem no Obama)parte da imprensa americana já elegeu Obama. Não sei onde vi, uma revista com o Obama na capa com a manchete It´s Time! Saber da vida pessoal dele apenas confere exatamente com a imagem que ele nos passa, por isso acho que a vida da pessoa politica interessa até certo ponto...para conhecer melhor que tipo de pessoa ela é, e quais seus escrupulos, ou falta deles, para tomar decisões importantes.
Essa semana falei com um casal de americanos a respeito dos planos de saúde nos EUA. Eles eram republicanos e disseram que votam em Mcain, porque Obama não vai mudar nada daquilo que é importante mudar. As taxas por exemplo...acho que eles querem menos taxas para gastarem mais no importante estilo de vida americano. No entanto disseram que os médicos nos EUA ganham milhões de dólares!!! Que são muito caros, que tem muito poder. Eu disse que não achava justo, e dei o exemplo de aqui na Europa não se pagar por nada (exceto dentista e cirurgia plástica) porque isso é um direito das pessoas.
Mas as pessoas que vão as emergências são atendidas gratuitamente, disse-me ele. E ao mesmo tempo que criticou o sistema de cartel desses médicos ricos, disse que o governo não tem que pagar nada para ninguém.
Dois pesos e duas medidas não valé não é?
Concordo. Coerência é tudo.
ResponderExcluirbeijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi, Lola,
ResponderExcluirGosto muito de tudo que você escreve. Às vezes, lemos eu e o meu marido os seus posts e depois ficamos discutindo o assunto. Parabéns pelo blog! Fico feliz que você tenha ido me visitar. Abraços, Rebecca
é, lola, como diz a madonna, não é fácil ser mulher neste mundo. Vc viu?
ResponderExcluirhttp://br.noticias.yahoo.com/s/01112008/25/mundo-menina-somali-denunciou-estupro-morre.html
P.S. Adoro ler o seu blog, sempre tem posts que me põe pra pensar. Beijoks mil! e outra hora passo com calma pra comentar.
Babs, não acredito! Vc leu AQUI isso do Kassab ter um amante e, por isso, precisar declarar sua orientação sexual, e não se lembra? Ó que decepção! Nem duas caixas com barras de chocolate vão limpar a sua barra!
ResponderExcluirBom, inicialmente eu torcia pela Hillary. Mas, de todo modo, presidente americano é presidente americano. Os democratas são apenas menos piores que os republicanos. Mas as votações do Obama no Senado são bem expressivas. Ele é um liberal. Ou seja, a favor dos direitos das mulheres, pelo menos. E foi contra a guerra do Iraque (o que a Hillary não foi).
É, Mario Sergio, acho que muitas coisas da vida pessoal de um candidato são importantes pro eleitor saber. Mas, sei lá, se o cara traiu a mulher, até que ponto isso é importante? Se tem um filho fora do casamento é outra coisa, talvez. Não sei bem até que ponto isso interfere na sua habilidade política. Quanto a esperar ética de um político e a gente mesmo jogar papel na rua e fazer outras atrocidades (inclusive dirigir depois de beber!), concordo que não é coerente.
Não sei se o João e o Santiago são a mesma pessao. Vc acha que são? O mesmo tipo, sem dúvida (idade, orientação política). Pode ser...
Lola, acho que tenho Alzheimer precoce...Ups...
ResponderExcluirMas veja bem, eu posso consertar isso!
Modéstia parte meus serviços chocolatícios não são de se jogar fora (meu namorido é chocólatra e TODA sobremesa daqui leva chocolate)
Façamos assim, você me diz que tipo de chocólatra você é, se é purista e só come barra com 70% de cacau, se é meio termo e gosta de um ao leite, ou se não tem medo algum e assume que gosta do famigerado branco. Ou se gosta de coisas básicas como brownie, muffin... Porque pode ser providenciado... Aí eu te prometo que você nem vai lembrar mais da minha gafe, algo que certamente eu tentarei fazer...
Que tal?
Bj
Cavaca, não sei responder a sua pergunta. Sei que em alguns estados americanos a votação é antes da próxima terça. É, muitas publicações americanas declaram o voto abertamente a um candidato, geralmente a um democrata. Acho que isso é mais honesto do que fazem as publicações brasileiras, que apóiam intensamente qualquer candidato do PSDB (ou anti-PT) e fingem ser imparciais. Já escrevi sobre isso aqui.
ResponderExcluirSobre acesso a saúde, os EUA são o único país que conhece que acha que até isso deve ser meritocrático - só tem acesso quem “merece”, quem paga. Isso aí valer até pra saúde é uma falta de humanidade total. Mas como eles são uma sociedade totalmente individualista...
Oi, Rebecca. Estou sem tempo pra visitar outros blogs, infelizmente. Gosto muito de ler o que os outros blogueiros escrevem, e seu blog me pareceu muito interessante. Abração!
ResponderExcluirAi, Talita, que horror! Se eu já não tenho muito respeito por países que adotam a pena de morte, não sei nem explicar a raiva que sinto por países que adotam a pena de morte via apedrejamento... contra meninas de 13 anos... que foram estupradas! Fico muito triste pelas mulheres e crianças desses países que se deixam arrasar por guerras civis. Algo tão tribal...
Isso, passa sim. Apareça sempre!
Babs, ah, seu namorido é um dos meus! Eu vivo brigando com a Lolla Moon porque ela não só não gosta de chocolate e come montes de sobremesa sem chocolate como ela ainda gosta de chocolate branco - que não é chocolate! Chocolate branco é uma desculpa pra quem não gosta de chocolate e tem vergonha de admitir. Puxa, preciso escrever um post sobre isso. Meu gosto pra chocolate tem mudado, Babs. No passado eu era mais fã de chocolate amargo, mas hoje em dia prefiro com leite. Até por causa da consistência, que é melhor no com leite. Eu gosto de praticamente tudo com chocolate, menos pizza, óbvio. Brownie, muffin (sem passas), chocolate chip cookies... Qualquer coisa vale!
ResponderExcluirAh, minha mãe, que anda lendo os comentários dos leitores no blog e pela primeira vez na vida escreveu dois, andou perguntando: “Quem é essa Babs? Que simpática!”.
Ah, obrigada!
ResponderExcluirSó por essa já te inclui na minha lista de natal! Vê se dá um pedacim pra sua mãe heim?
O que será? Surpresa... Aguarde e confie...
Bj
PS, Você come nozes?
Lola:
ResponderExcluirEu li o link http://altamiroborges.blogspot.com/2008/10/quem-ganhou-as-eleies-de-2008.html que você me aconselhou.
Se "alas do PMDB tendem a debandar para a direita", o Lula não tem vergonha de se servir do PMDB. como fez no Rio"? Esse sujeito não tem brio? O Gabeira é um inútil e maconheiro confesso, porém, merecia o apoio do Lula por afinadade ideológica e de luta de corpo aberto contra a ditadura, ressalvando que o Gabeira, no quesito luta de peito aberto, foi muito mais contundente que o Lula. Aonde estava o fisiológico Lula na eleição do Rio? Junto com o PMDB! Tem cabimento? Eu acho que você deveria ir ser esquerda naquele seu país que da calote em quem lhe empresta dinheiro, trai e faz pouco dos vizinhos pra ser dar bem, mas, que no passado tinha muito brio. Esse é o seu país. O Lula não é o que você pensa, ou, ingenuamente, acha que ele é. Se volte para a Argentina que está se esfacelando pra conta de políticos tão ordinários quantos os brasileiros, mas tem um povo, ainda, orgulhoso e com condições de retomar os trilhos do desenvolvimento. Leia sobre seu compatriota Che Guevara, que, como você, saiu do país dele e foi ser esquerda em outros paises e deu no que deu. Você acha que Cuba deu certo na mão do "solicialista", "da esquerda", Fidel Castro?
Aronovich!
ResponderExcluirEu não tenho coragem de ser ateu, convícto, por falta de embasamento sobre o funcionamento da natureza. Seria um desrespeito com minha capacidade de pensamento lógico. Porém, cada um tem liberdade de seguir o acredita. Somente te digo uma coisa: você só saberá se é atéia no dia em que correr o risco de perder algo, ou alguém muito querido (como um filho, ou igualmente querido) e não recorrer instintivamente a Deus. Até isso acontecer não se poder dizer que é ateu. Digo isso com todo respeito, pois você já pode ter passado pelo que estou falando, mas se não passou, é como digo.
Grande abraço!
Opa, Babs, olha que o Natal já tá logo ali... Promessa é dívida! Eu como nozes, sim. Claro que eu darei um pedacinho minúsculo pra minha mãe. Se ela sobreviver eu como o resto! Não, brincadeirinha, mãe e Babs. Mas imagina se o João Neto me manda alguma coisa. Eu pediria pra alguém experimentar antes...
ResponderExcluirSerge, é exatamente esse o exemplo que dou (pra mim mesma até) pra me convencer que sou atéia convicta: se nem quando meu amado pai morreu (em 93) eu virei religiosa, não viro mais. Na realidade, meu pai teve um ataque cardíaco fulminante no domingo de páscoa. No hospital, ele foi ressuscitado. Mas em coma irreversível, sabe? Com morte cerebral, inclusive. Ele morreu dois dias depois, na terça. Ninguém esperava por isso. Ele estava estressado, mas era jovem (68 anos) e saudável (não fumava, bebia, caminhava muito, se alimentava bem). Meu mundo ruiu. Felizmente, o maridão (que também amava o meu pai) já existia pra me consolar. Mas foi tudo muito difícil, claro. Mas nem assim eu procurei Deus. Eu já fui muito católica, de querer ser freira mesmo, mas isso foi aos 13 anos. Depois disso, só a impressão que só existe o aqui e agora. Mas lá no cantinho da minha cabeça existe a esperança que meu pai está me vendo de alguma forma...
E aí, João, responda: vc já foi o Santiago em outra encarnação?
ResponderExcluirJoão Santiago, agora vc deu pra me mandar de volta pra Argentina?! Sabe que toda vez que alguém queria ser rude com meu pai (que tinha sotaque forte de argentino, ao contrário de mim, que não tenho sotaque algum), a pessoa dizia: “Volta pra Argentina!” ou “Volta pra sua terra!”. Imagino que todo estrangeiro em qualquer lugar do mundo passe por isso. Isso se chama xenofobia.
Eu me considero muito brasileira. Vim pra cá com menos de 4 anos de idade e, com exceção do ano em Detroit, passei toda a minha vida aqui (uns 37 anos). Acho que a nossa terra não é só o lugar onde a gente nasce. É o lugar em que a gente vive. Eu gosto muito da Argentina, mas não me sinto conectada a ela. Falo mal o espanhol, não conheço muito a história do país, não voto lá. É um pouco como pais naturais e pais adotivos. Dá pra dizer que pais naturais são “mais” pais que pais adotivos? Acho que não, né? Então, o Brasil é minha terra por adoção. Aliás, eu nem tive muita escolha nisso, porque fui trazida pra cá tão novinha. Mas eu adotei o Brasil depois de adulta, me naturalizando brasileira. E digo que tenho muito mais amor pelo Brasil do que vc parece ter.
E sobre o Che, só vcs de direita que o odeiam. E muito, eu sei. Porque ele é um símbolo de tudo que vcs detestam.
Por que o Lula apoiou o PMDB no Rio? Muito simples, porque o PMDB é governo. Seria incoerente o Lula apoiar o Gabeira, isso sim. O Gabeira é oposição, saiu do PT, vota contra o governo na Câmara, ajudou a eleger o Severino p/ derrotar o governo, depois posou de paladino da ética qdo deu aquele pito nele. Quem estava apoiando o Gabeira? César Maia. O próprio Gabeira foi ao clube militar pedir apopio dos militares. Isso é coerente com quem lutou contra a ditadura?
ResponderExcluirQuem mais estava apoiando o Gabeira? a Veja, a Globo, Estadão. A imprensa de direita. Se é o candidato é bom p/ eles, com certeza, não é p/ o o governo.
Seria algo parecido com o Lula apoiar a Heloisa Helena (nada contra, gosto dela) que é também é oposição.
Além do mais o PV é um partido minúsculo que ia penar p/ administrar uma cidade tão grande e com tantos problemas como o Rio.
"se essas campanhas não funcionam com a filha da vice, vão funcionar com quem?"
ResponderExcluirdisse tudo
Desculpe Lola! Na minha imcompetencia em me comunicar pelas letras fui mal compreendido.
ResponderExcluirNão falei para você voltar para a Argentina. Quando eu disse "se volte para a Argentina" estava querendo dizer voltar a sua atenção.
Desculpe o equívoco. Sinto muito!
Eu acho que a não ser que a(o) política(o) cometa algum crime, sua vida pessoal é irrelevante. Principalmente sua vida amorosa e sexual.
ResponderExcluirCorreção de erro de digitação:
ResponderExcluir"Na minha INCOMPETÊNCIA....
Sempre que alguém fala sobre se a vida pessoal de um candidato interfere ou não na vida política me lembro de Ulisses Grant, alcoólatra histórico; Churchill, que bebia e comia todos e todas; em Kennedy, que não bebia mas que fez da Casa Branca um harém (e a imprensa sabia e jamais disse uma só palavra).
ResponderExcluirLembro-me de Hillary Clinton na sala de imprensa da Casa Branca fazendo seu pronunciamento sobre o escândalo sexual envolvendo o marido e Monica Lewinsky: "Se acham que as extravagâncias sexuais de Bill Clinton interferiram na maneira como ele guiou este país até aqui é simples: não votem nele." E ele foi reeleito.
Babs, Kassab favorecer um amante - qual a diferença se ele favorecer UMA amante? O que a orientação sexual dele vai interferir na maneira com que ele governará?
Acredito que o que deve influenciar a escolha de um candidato não é se ele tem um nome árabe, se torce para o Flamengo e detesta o Flamengo ou se ele é gay ou enrustido. Até mesmo se ele é defende a abstinência e sua filha aparece grávida - ele errou como pai, e não como político. O que ele fará para resolver a situação - ISSO é que devemos saber. Se ele manda a filha fazer um aborto e é radicalmente contra isso - ele é, numa análise simples, uma mentira. E se ele mente sobre isso mentirá sobre qualquer coisa.
Se as pessoas votaram no Lula sabendo que ele tem pouca instrução e fala errado, votaram num homem que tem pouca instrução e fala errado. Se as pessoas votaram no Kassab votaram nele porque confiam no seu plano político - não importa se ele é gay ou não. Importaria se ele fizesse de sua principal bandeira política a limpeza da sociedade contra os "degenerados" - e mantivesse a agua de coco um universitário para consultas ocasionais. Como eu disse, é pregar uma mentira.
Lila, eu não acho que o Lula ou o PT devia ter apoiado o PMDB no Rio. Mas também tava difícil apoiar o Gabeira. É complicado, porque o PT precisa fazer alianças pra governar (como todos os partidos), mas é duro se aliar com alguns...
ResponderExcluirJu B, mas não é? Pô, é muita incoerência!
Ah, agora entendi, João. Mas é que vc também disse que meu país é a Argentina e tal. E realmente não é assim que eu penso. Pra mim, somos todos irmãos na América do Sul.
ResponderExcluirElyana, é, eu costumo achar isso também. Mas às vezes mudo de idéia.
Su, o Bill Clinton foi reeleito, mas antes do escândalo sexual com a Monica. Muitos analistas acreditam que, se não fosse o escândalo, o Bush não teria sido eleito em 2000 (quer dizer, no fundo ele não foi, mas vamos deixar quieto). No caso do Kassab, não acho importante saber se ele é gay ou hétero. Mas, como solteiro, a gente tem que prestar atenção na prática do nepotismo, como já foi discutido num outro post.
ResponderExcluirMas no caso de um político que prega a abstinência, tira dinheiro de campanhas de educação sexual pra promover campanhas de abstinência, eu acho muito relevante se a filha aparece grávida. A mesma coisa com os montes de políticos republicanos que só votam contra os gays... e aí envolvem-se em algum escândalo pessoal gay na vida pessoal. Eu acho importante, porque mostra uma discrepância enorme entre teoria e prática. O negócio é que muitos de nós, pessoas bem-informadas, votamos ou deixamos de votar num candidato por uma série de motivos. Por exemplo, assim como eu não deixaria de maneira alguma de votar num candidato gay, eu tampouco votaria numa pessoa SÓ por isso.
Lola, Bill Clinton reelegeu-se 1997, quando começou o escândalo através da Paula Jones. O caso com ela estendeu-se até fins dequele ano. Em janeiro de 1998 foi que Monica Lewinsky foi alçada ao mais novo caso de imoralidade do presidente e ganhou as páginas dos jornais; foi quando toda a onda sobre o impeachment começou.
ResponderExcluirMas foi durante o ano das eleições (1997) que as aventuras sexuais de Clinton não só com Paula Jones mas com Gennifer Flowers apareceram. Monica Lewinsky surgiu como testemunha comprobatória de Paula Jones que o presidente sempre manteve conduta imprópria com suas empregadas e colaboradoras.
Mesmo com todo um ano de escândalos, Clinton foi reeleito.
"e que adotou uma menina de Bangladesh (negra!, o que não é comum entre conservadores)". Essa ligação "conservador -> preconceito, puriso de raças" é bastante pobre. Não esperava ler no seu blog.
ResponderExcluir