Esses dias fiquei sabendo muito mais do que queria sobre a vida da Luana Piovani. Quer dizer, eu sei que o seu ex, Dado Dolabella, agrediu Luana e sua assistente. Sei que há camisetas circulando por aí apoiando o rapaz, porque ele virou símbolo pra alguns machões de que homem com H não pode ser pussy-whipped (expressão americana muito pejorativa pra quando uma mulher manda num homem. Note que o contrário, um termo como dick-whipped, ou homem mandando em mulher, não existe. Por ser a norma, não precisa de expressão específica). E dia desses a Camomila fez um post explicando porque gosta da Luana.
Eu nem tenho muito o que dizer. Assisto pouquíssima televisão, mal acompanho fofocas sobre celebridades, e a vida pessoal de Luana não me diz respeito. Lembro dela em O Homem que Copiava. Acho que ela estava bem. E um amigo meu que a conhece pessoalmente a define como “louca”. E só. Mas, quando uma mulher é agredida - qualquer uma -, ela tem o meu apoio e solidariedade. Porque não é algo que acontece apenas com aquela mulher que, dita a regra, “mereceu” ser agredida, estuprada ou morta (sério? Alguém merece isso?). Basta um grupo de mulheres se juntar e relatar suas histórias de horror pra ver que essa agressão acontece com quase todas, e acontece por um simples motivo: somos mulheres. E nesta sociedade mulher ainda está em segundo plano. Ainda é considerada sub-humana, histérica, provocadora, responsável pela violência que sofre.
Queria sugerir uma situação hipotética: vamos supor que uma revista machista ou um blog eminentemente masculino colocasse um post que chama a Luana de “mulher extra-insuportável-cadela-irritante”, onde pede pra que ela acabe na Praça é Nossa, sendo “linchada violentamente na calçada e perde[ndo] todos os dentes”. Agora suponha que essa incitação à violência rendesse dezenas de comentários como “O Dado bateu foi é pouco na fuça dessa vagabunda”; “Luana merece uma surra de manhã, outra à tarde, e outra à noite! Dado subiu dez pontos no meu conceito quando deu na cara dessa cachorra!”; e “Por que o Dado não tinha um canivete bem pertinho dele na hora da briga? Perdeu a chance de enfiar no bucho dessa vadia!”. Além do mais, Luana é chamada repetidas vezes de maldita, nojenta, lixo, vagabunda, vaca, vadia, velha e gorda. Opa, velha e gorda?! Acho que agora me entreguei. Pois é, o post foi escrito por uma mulher. E todos os comentários e insultos que citei foram feitos por mulheres.
Reconheço que tenho muita dificuldade pra compreender como palavras assim podem vir de mulheres. Será que elas não vêem que toda essa agressividade se volta não contra a Luana, mas contra elas próprias? Por que não canalizar tal energia pra algo mais construtivo, como para lutar contra todo um sistema opressor? Eu não sei se é por odiarmos tanto os nossos próprios corpos que temos que descontar esse ódio numa completa estranha como Luana.
Tampouco entendo por que ela seria uma cadela, vagabunda, vadia. Na minha condição de mulher, já ouvi esses insultos várias vezes. Acho que a maior parte das muheres já ouviu. Eles estão sempre associados a nossa sexualidade, e não são unissex. Não servem pra homem, já que homem pode (e deve) ser sexualmente ativo. Mas se a Luana mudar de namorado toda semana, ela só pode ser uma vagaba. Isso vale pra gente também!
Se nós mesmas continuarmos usando esses termos, fica difícil exigir respeito dos homens. Inclusive porque são grandes as chances que meninos cresçam ouvindo tais expressões vindas de nós, suas mães e professoras. E cresçam achando que o comportamento sexual de uma mulher é algo pra ser julgado e condenado, e que, nessa condenação, a pena imposta frequentemente deva ser a violência física. Não acho que sejamos as principais algozes da violência contra a mulher. Mas, às vezes, somos belas cúmplices.
Isso me lembra as mulheres disfarçadas de homens participando de um apedrejamento no início de A Vida de Brian. Você pode ver o pedaço do filme aqui, mas como ele está sem legendas e é falado em inglês britânico, explico: na época de Cristo, havia apedrejamentos (há ainda). Só os homens podiam participar, ainda que várias das apedrejadas fossem mulheres. Esta ótima comédia sugere que todos os participantes de um apedrejamento eram mulheres disfarçadas de homens. À certa altura, o soldado romano pergunta, desconfiado, se há mulheres lá. E todas engrossam a voz pra dizer que não. Seria uma cena perfeita se a vítima do apedrejamento (condenada porque blasfemou) fosse mulher. E note o olhar que os dois soldados trocam no final, como se dissessem “É sempre assim”.
Eu vejo essa reação furiosa contra a Luana do mesmo jeito. Nós, mulheres, fomos criadas num sistema patriarcal e somos parte dele. Uma sociedade machista vai gerar pessoas machistas de ambos os sexos. Muitas mulheres se dão conta que o sistema não é benéfico pra elas (nem pra eles), e se rebelam. Outras apenas o perpetuam. Essas costumam achar que feministas como eu são masculinas. Pra mim é o contrário. São elas, não eu, que adotaram valores tão “másculos” como competitivade e agressividade. Mas o interessante é que a violência não é contra qualquer um. Só contra mulheres. Essa cena de A Vida de Brian mostra um homem comandando a violência, e mulheres barbudas obedecendo, entusiasmadas. Eu só quero dizer: meninas, tirem essas barbas. Larguem essas pedras.
Eu nem tenho muito o que dizer. Assisto pouquíssima televisão, mal acompanho fofocas sobre celebridades, e a vida pessoal de Luana não me diz respeito. Lembro dela em O Homem que Copiava. Acho que ela estava bem. E um amigo meu que a conhece pessoalmente a define como “louca”. E só. Mas, quando uma mulher é agredida - qualquer uma -, ela tem o meu apoio e solidariedade. Porque não é algo que acontece apenas com aquela mulher que, dita a regra, “mereceu” ser agredida, estuprada ou morta (sério? Alguém merece isso?). Basta um grupo de mulheres se juntar e relatar suas histórias de horror pra ver que essa agressão acontece com quase todas, e acontece por um simples motivo: somos mulheres. E nesta sociedade mulher ainda está em segundo plano. Ainda é considerada sub-humana, histérica, provocadora, responsável pela violência que sofre.
Queria sugerir uma situação hipotética: vamos supor que uma revista machista ou um blog eminentemente masculino colocasse um post que chama a Luana de “mulher extra-insuportável-cadela-irritante”, onde pede pra que ela acabe na Praça é Nossa, sendo “linchada violentamente na calçada e perde[ndo] todos os dentes”. Agora suponha que essa incitação à violência rendesse dezenas de comentários como “O Dado bateu foi é pouco na fuça dessa vagabunda”; “Luana merece uma surra de manhã, outra à tarde, e outra à noite! Dado subiu dez pontos no meu conceito quando deu na cara dessa cachorra!”; e “Por que o Dado não tinha um canivete bem pertinho dele na hora da briga? Perdeu a chance de enfiar no bucho dessa vadia!”. Além do mais, Luana é chamada repetidas vezes de maldita, nojenta, lixo, vagabunda, vaca, vadia, velha e gorda. Opa, velha e gorda?! Acho que agora me entreguei. Pois é, o post foi escrito por uma mulher. E todos os comentários e insultos que citei foram feitos por mulheres.
Reconheço que tenho muita dificuldade pra compreender como palavras assim podem vir de mulheres. Será que elas não vêem que toda essa agressividade se volta não contra a Luana, mas contra elas próprias? Por que não canalizar tal energia pra algo mais construtivo, como para lutar contra todo um sistema opressor? Eu não sei se é por odiarmos tanto os nossos próprios corpos que temos que descontar esse ódio numa completa estranha como Luana.
Tampouco entendo por que ela seria uma cadela, vagabunda, vadia. Na minha condição de mulher, já ouvi esses insultos várias vezes. Acho que a maior parte das muheres já ouviu. Eles estão sempre associados a nossa sexualidade, e não são unissex. Não servem pra homem, já que homem pode (e deve) ser sexualmente ativo. Mas se a Luana mudar de namorado toda semana, ela só pode ser uma vagaba. Isso vale pra gente também!
Se nós mesmas continuarmos usando esses termos, fica difícil exigir respeito dos homens. Inclusive porque são grandes as chances que meninos cresçam ouvindo tais expressões vindas de nós, suas mães e professoras. E cresçam achando que o comportamento sexual de uma mulher é algo pra ser julgado e condenado, e que, nessa condenação, a pena imposta frequentemente deva ser a violência física. Não acho que sejamos as principais algozes da violência contra a mulher. Mas, às vezes, somos belas cúmplices.
Isso me lembra as mulheres disfarçadas de homens participando de um apedrejamento no início de A Vida de Brian. Você pode ver o pedaço do filme aqui, mas como ele está sem legendas e é falado em inglês britânico, explico: na época de Cristo, havia apedrejamentos (há ainda). Só os homens podiam participar, ainda que várias das apedrejadas fossem mulheres. Esta ótima comédia sugere que todos os participantes de um apedrejamento eram mulheres disfarçadas de homens. À certa altura, o soldado romano pergunta, desconfiado, se há mulheres lá. E todas engrossam a voz pra dizer que não. Seria uma cena perfeita se a vítima do apedrejamento (condenada porque blasfemou) fosse mulher. E note o olhar que os dois soldados trocam no final, como se dissessem “É sempre assim”.
Eu vejo essa reação furiosa contra a Luana do mesmo jeito. Nós, mulheres, fomos criadas num sistema patriarcal e somos parte dele. Uma sociedade machista vai gerar pessoas machistas de ambos os sexos. Muitas mulheres se dão conta que o sistema não é benéfico pra elas (nem pra eles), e se rebelam. Outras apenas o perpetuam. Essas costumam achar que feministas como eu são masculinas. Pra mim é o contrário. São elas, não eu, que adotaram valores tão “másculos” como competitivade e agressividade. Mas o interessante é que a violência não é contra qualquer um. Só contra mulheres. Essa cena de A Vida de Brian mostra um homem comandando a violência, e mulheres barbudas obedecendo, entusiasmadas. Eu só quero dizer: meninas, tirem essas barbas. Larguem essas pedras.
Maudit blogxm,csmasf.. Implicando com o commentário.. ai, ai.. E esse teclado irritante da casa da minha irmã. Enfim, Lola, vou mostrar esse post a alguns homens.
ResponderExcluirSobre Luana: é fácil julgar a todos, sobretudo, o acusado. Acho que ele merece uma punição? Claro, mas o que ela fez aí essa semana também foi muito ruim. Estão demonizando muito o moço e ela também. Acho que é preciso objetividade; bateu? Então tem de ser punido e c´est fini. Agora demonizar?! Pra quê? Isso não ajuda e é o que a imprensa anda fazendo com ambos, o F e a mademoiselle P.
Não vou muito com os cornos dela, mas não tenho nada contra ou a favor, enfim. Gosto de ler essas fofoquinhas na web, é de graça! ;-))) Não entendo como tem gente que consome e compra esse tipo de publicação, mais voilà.. chacun son goût.
Eu sempre acho que essas acusacoes tem um fundo de inveja, porque a tal eh bonitona, ganha bem, namora um monte de gente, e muitas mulheres gostariam de estar no lugar dela... Eu ja ouvi falar que ele eh mau carater, maluca, insuportavel, grossa, etc. Nao tenho ideia se eh verdade, nao conheco ela.
ResponderExcluirMas as pessoas nao sabem diferenciar: o fato de ela ser uma chata e mala sem alca (se for mesmo) nao justifica a agressao. Uma coisa eh uma coisa, outra coisa eh outra coisa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu vi esse post do shoe-me e fiquei abismada com a selvageria dos comentários. Gosto de algumas piadinhas da Sarah, mas, no blog pessoal dela, ela expressa uma opiniões bastante preconceituosas, o que é bem triste. Enfim, deixei um comentário lá, tentando chamar o povo à razão. Mas ninguém prestou atenção. Continuou xingando. Não sei por que as pessoas perdem tempo xingando com tanto ardor uma pessoa que nem conhecem.
ResponderExcluirA Luana tem fama de arrogante (e alguns conhecidos meus que já a entrevistaram dizem que ela é assim mesmo). Mas por acaso isso quer dizer que ela merece apanhar? Quanta selvageria! Se não gostam da Piovani, é fácil: mudem de canal. É só não assistir seus filmes nem correr atrás de fofocas sobre ela e pronto. Nem se lembrarão de que ela existe.
Por mais que tenha visto blogueiros condenando o namorado dela por tê-la agredido, não vi ninguém dizendo que ele merecia apanhar. O que vi foi dizerem "tomara que ele vá para a cadeia e vire menininha". Depois dizem que a sociedade não é machista!
Isso me lembra aquele caso da Daniela Cicarelli. Os sites dos jornais e os blogs foram infestados de gente chamando a mulher de vadia, vaca, piranha. Fiquei assustada. E, engraçado... Se condenam o fato deles terem feito sexo em público, ninguém faz sexo sozinho, não é mesmo? Por que ninguém xingou o namorado dela?
Parece-me que as pessoas só precisam de um pretexto para liberar seu lado preconceituoso, selvagem e misógino.
eu nao sei muito bem o que foi que aconteceu entre os dois... muito embora eu tenha lido o post q vc mencionou.
ResponderExcluirmas pelo que entendi ele bateu nela, netao, ne??? eu acho esse cara um tremendo de um babaca. sempre achei. e agora ainda mais por saber que ele bate em mulher. ridiculo.
quanto a luana, bom, admito que nao vou nem um pouco com a cara dela (devido as muitas historias de amigos que tem contato com o meio artistico e consequentemente com ela. pela descricao da peça tenho certeza de que jamais poderia conviver com ela).
mas violencia nunca mudou nem vai mudar ninguem pra melhor.
um beijo, lola!
ps.- eu deixei um ultimo comentario no seu post anterior.
nao sei se vc chegou a ler!
*correcao: mas pelo que entendi ele bateu nela, ENTAO, ne???
ResponderExcluir;)
Lola, faz tempo que percebo comentários machistas e até preconceito social por parte da blogueira que chamou a Luana de cadela. Essa última foi demais pra mim, deixei de acompanhar o blog dela.
ResponderExcluirÉ incrível mesmo a falta de solidariedade entre as mulheres, a Carolina Dieckman disse:"isso comigo nunca aconteceria, não provocaria um namorado bêbado."
Acho q isso é um pensamento padrão, que as mulheres que tem a culpa, eles provocam, incitam a violência, mas a verdade é que qualquer uma pode ser vítima.
Acho que o incomoda na Luana é que ela tem uma auto-estima e uma força incríveis, ela não se deixa abater por nada, nem por críticas, nem fofocas, nem por tapas na cara.
Luana tem um problema seríssimo, não deve nada a ninguém, dá entrevistas quando quer, sua vida pessoal diz respeito à ela e a mais ninguém, a não ser que seja caso de polícia, não depende de ninguém pra conseguir emprego (se for demitida vai fazer teatro e ganha da mesma forma, ou melhor), sustenta a sua própria vida... Enfim, ela é uma ameaça à sociedade machista e aos padróes de mídia.
ResponderExcluirPortanto é necessário demonizá-la, tirar a "impáfia" dela, para ela saber "direitinho qual o lugar de uma mulher na sociedade"...
Sobre a Bíblia, e seu caráter misógino, lembro que Cristo não condenou nenhuma mulher tida (até os nossos dias) como "desonesta" (prostitutas, adúlteras, samaritanas...) muito pelo contrário, ficou sempre do lado delas, tanto que quem primeiro anuncia a sua ressureição são duas mulheres, uma delas prostituta. Mas o cristianismo NUNCA entendeu/aceitou isso...
Meio off topic: bem, o que dizer do tanto que as mulheres odeiam a Preta Gil? Além de ser famosa, namoradeira, gorda!!! Impressionante como essa moça é xingada em qualquer aparição. Sempre por mulheres - as quais chamo de "fascistas fashionistas", aquelas que acham que só os belos e magros podem sair às ruas. Quanto ao post, os comentários estão além do lamentável, mas a autora se voltou contra a agressão da Luana a uma camareira, originalmente, interessante que repetindo o gesto do ex.
ResponderExcluirLola:
ResponderExcluirPor acaso não é a Luana Piovani que está respondendo na justiça pelo fato de ter atacado uma assistente do seu camamrim por não ter lhe trazido comida light?
Você tem razão quando reclama da violência contra as mulheres, mas a Luana não é um bom exemplo de civilidade para servir de simbolo da vítima no seu blog. Essa é mais arrogante que o pior dos homens.
Lila, é exatamente esse o ponto principal. Ela pode ser o que for, mas tem o grande mérito de não querer agradar o tempo todo.
ResponderExcluirEla se ama.
Tem coisa mais subversiva do que isso?
Aparentemente ela não quer viver dependendo da aprovação alheia, como as mulheres são criadas para fazer.
Passamos a vida querendo que nos achem bonitas, legais, boas mães, queremos ser amadas por todos, pais, filhos, maridos, sociedade. E enlouquecemos. Tem que ter uma medida nisso, e a Luana pra mim mostra que os padrões podem ser mais elásticos, isto é, você não precisa agradar a todo mundo - ou a ninguém se não quiser, e ainda assim pode continuar existindo.
É claro que vão nos bater e nos xingar de vagabundas e gordas, mas porque damos tanto poder às pessoas que não merecem?
P/ Tina:
ResponderExcluirCerta vez vi em um site (acho que era a folha online...) uma foto da preta gil do lado da foto da mulher melancia (aliás, essa coisa de "mulher fruta" é o que há mais de mais lamentável no Brasil... Nem nome a mulher tem! Ela atende pelo nome da fruta que sua bunda lembra. Se isso não é falta de respeito por si mesma, não sei o que é). E, tcharam!, as duas são parecidíssimas. Têm o mesmo corpo. Por que uma é considerada baranga e a outra é gostosa? A meu ver, é óbvio: porque uma é independente e se respeita e a outra, não. A Preta Gil é namoradeira e gorda, festeira e gorda, feliz e gorda. E esse povo acha que mulher gorda não pode ser feliz. Já a mulher melancia é um objeto sexual somente. Então a Preta é uma ameaça aos padrões da sociedade, igual à Luana e a Cicarelli.
Eu escrevi um post sobre uma piada horrorosa que fizeram na TV contra a Preta Gil (e todas as mulheres gordas, aliás. Lola, se tiver tempo, dá uma olhada...). Tá aqui:
http://marjorierodrigues.wordpress.com/2008/04/04/do-que-voce-ri/
Sobre a agressão da Luana à camareira, eu só posso lamentar, assim como lamento a agressão de todo mundo contra todo mundo. Luana pode entrar pra categoria das estúpidas, é um extremo, mas como eu digo - a maioria de nós é educada pra ser vaquinha de presépio, um pouco mais de voz alta pode ser bem vindo, pra dizer "não", pra pedir "socorro", e deixar bem claro que "eu quero assim".
ResponderExcluirEla é um exemplo, pra relativizar os nossos conceitos.
E não deixa de ser engraçado como a midia resolveu bater nela - via ironias e maldades, justamente diminuindo ela como pessoa ou seu trabalho, como numa notinha inocente, dizendo que sua peça estava às moscas, ou dando a entender que ela merece apanhar.
Odeio usar teclados desconhecidos, Gi. Olha, na vida real, tanto o Dado quanto a Luana devem ser pessoas insuportáveis, com um ego gigantesco. Muitos artistas são assim! Tenho alguns amigos de teatro amador que só falam de si mesmos! Imagina alguém que é conhecido nacionalmente... Mas isso não justitica bater em ninguém. No caso do Dado, ele empurrou Luana e sua assistente, que caiu no chão e se machucou. Isso é violência física contra a mulher. Ele vai ser julgado. Não acho que devemos demonizar quem quer que seja. Mas, pra mim, o chocante nisso tudo são as manifestações em favor dele. Porque deixa de ser algo restrito ao Dado e a Luana, e passa a representar todo o ódio manifestado contra as mulheres. Eu também não sigo fofoquinhas de celebridades. Este caso só me chamou a atenção porque envolveu violência contra a mulher. E continua envolvendo...
ResponderExcluirBarbara, alguma inveja deve ter. Mas é aquele negócio: mesmo que a Luana seja a pessoa mais insuportável do Brasil (e pode muito bem ser que seja), por que essa agressividade toda contra ela? Esse ódio? Não é só contra ela. É contra todas as mulheres, inclusive as próprias que fizeram tais comentários.
Marjorie, eu gosto muito do Shoe-me e considero a Sarah talentosa. Ela me faz rir, e acho que esse é o propósito dela com o blog. Mas quando ela sai um pouco das piadas e fica séria, ela se revela uma pessoa muito preconceituosa e de direita. Isso fica claro no seu outro blog. Eu meio que parei de ir no outro blog, porque não vou ficar entrando num blog só pra brigar (além do mais, ela não responde comentários). Os leitores dela lá seguem a mesma ideologia. Mas o Shoe-me, pra mim, é um blog de humor. Ela faz coisas impagáveis lá, como a Galeria Tosquita. É muito espirituosa. Claro que, num blog como aquele, que critica celebridades, geralmente mulheres, sempre vai haver machismo (como exigir que uma celebridade viva arrumada, use maquiagem, esteja em forma, não envelheça) e elitismo (pobre não tem bom gosto etc). Mas eu relevo isso porque o blog é realmente divertido. Mas incitar violência contra a mulher (qualquer mulher) não é divertido. A reação de tantas de suas leitoras (muitas que visitam aqui também, de vez em quando) não é divertida. Enfim, eu só gostaria que elas refletissem um pouco, e entendessem que toda essa violência contra a Luana se vira contra elas, porque adota o mesmo discurso machista dos homens que agridem mulheres.
ResponderExcluirJune, eu também não sei ao certo. Parece que a Luana estava dançando sozinha e o Dado já chegou gritando. A assistente da Luana veio apartar e foi derrubada. Tem um vídeo, que não vi. Olha, do pouco que li sobre o Dado (antes disso), sempre me pareceu que ele era um daqueles pit-boys, sabe? Que gostam de arrumar briga e sair com o máximo de mulheres. Não sei por que alguma mulher chegaria perto dele.E sei que ele é fiho de atores famosos. Mas não me lembro de ter visto qualquer atuação dele. Pra mim ele é uma celebridade como a Paris Hilton - famoso por ser famoso, sem ter nenhum talento. A Luana pelo menos eu já vi num filme!
ResponderExcluirLila, falo sobre isso na minha resposta a Marjorie, ok? Por que a Carolina Dieckman não diz que melhor seria NÃO TER um namorado bêbado? É uma lógica muito perversa essa de que a Luana merece apanhar.
Gio, tem rezão, Luana é uma mulher que precisa ser domada pra se encaixar no que a sociedade espera dela. Mas mesmo que ela quisesse, conseguiria ser perdoada? Apagar seu passado? Se ela se casasse com um bom moço e nunca mais posasse nua e passasse a tratar bem a todos, seria menos demonizada? Acho difícil. O passado condena... Ainda mais quando é o passado de uma mulher.
ResponderExcluirE sim, Gio, o cristianismo tem dificuldade pra aceitar Maria Madalena.
Tina, ah sim, o ódio a Preta Gil é famoso! Aí tem muito racismo no meio também. Ela é considerada horrenda por ser gorda e negra. Muito boa a sua descrição de “fascistas fashionistas”.
Sobre a agressão de Luana a uma camareira, produtora, ou sei lá, dizem que Luana a sacudiu pelos braços e que a moça saiu chorando do quarto/camarim/whatever. Mas, se houve agressão física, a moça deu queixa à polícia? Deveria, se houve agressão. E aí cabe à justiça julgar Luana. Além do mais, essa alegação que “Dado fez bem em bater em Luana porque Luana bateu numa mulher” soa hipócrita. Primeiro porque Dado bateu em Luana ANTES da agressão de Luana à moça. Segundo que ninguém está minimamente preocupado com a moça. Terceiro que, convenhamos, Luana já era odiada pela blogueira e comentaristas MUITO antes de qualquer agressão.
hmmm...eu só acho que ela ainda merece calçar as "Sandálias da Humildade", do Pânico!!!
ResponderExcluirTambém fiquei chocada com os comments que li lá...
:(
Eu não gosto da Luana Piovani. Sim, ela é muito bonita, nada mais. Quando apresentava o “Saia Justa”, só falava abobrinha. Creio que ela acha que tem mais talento do que realmente tem, é prepotente, arrogante e escreve mal pra caramba (já li o blog dela, devia chamar “Ode à mim mesma”). Ainda assim, não merece apanhar. Se ela tivesse atacado o cara (que é um imbecil, pra dizer o mínimo), e ele tivesse se defendido dela, é uma coisa; mas não foi o que aconteceu.
ResponderExcluirAgora, a produtora que ela agrediu esses dias porque não tinha polenguinho light do camarim, essa sim, tinha bons motivos pra dar uns cascudos na Luana. Se fosse comigo... =P
Lola, ainda estou procurando as duas respostas que te devo: sobre a questão do estupro (post sobre o Maré) e a do lutador faixa-preta com arma branca. Ainda não achei nenhum site confiável com as informações, e não posso procurar muito aqui no trabalho (internet restrita). Assim que eu souber, te aviso!
PS: Também não gosto da Preta Gil. Não por ela ser gorda ou feia, nada disso. Acho simplesmente que ela não traz nada de bom. Não é boa atriz, não é boa cantora; é filha de uma pessoa famosa e só. Acho que a mídia dá muita atenção pra gente que não é digna de crédito, enquanto tanta gente talentosa continua anônima por aí.
Oi Lola!
ResponderExcluirO post de hj está ótimo, essa reflexão que vc faz é mais do que pertinente e necessária. Tb não entendo a raiva que muita mulheres sentem em relação a outras. Me parece que em boa parte dos casos a raiva se apóia em alguma característica que elas gostariam de ter e não tem, mas que o alvo da raiva tem de sobra. Pode ser tanto um padrão de beleza na qual não conseguem se enquadrar, seja num engajamento político que gostariam de ter e não tem coragem para tanto, seja na vivência de uma sexualidade mais livre e feliz, ou até mesmo no fato de serem mulheres que pensam por conta própria (essas feministas... ),etc. E o que eu quero dizer não pode de forma alguma ser traduzido pela palavra "inveja", pois é muito mais profundo do que isso. É quase como que uma revolta por aquela pessoa ser o que vc não consegue. O comportamento da Luana realmente agride a baixa auto-estima de mulheres que não são felizes com quem são... e é mais fácil tentar enquadrar via raiva as "Luanas" da vida no padrão limitado em que se encontram do que tentar ser alguém mais próximo do que realmente se gostaria de ser.
Eu sei que fui eu mesma que citei as características físicas como um dos motivos, mesmo achando algo absurdo. Mas talvez essa seja a motivação mais opressora, pois como uma mulher de 61 anos infeliz com o seu corpo vai se enquadrar no que a mídia diz que é beleza? E a mídia tb diz que beleza compra felicidade e uma vida sexual "melhor"... então vamos falar mal das belas dizendo que são vadias.
Conheço bem esse contexto, pois na área que eu trabalho não são poucas as ocasiões em que preciso ajudar a resolver conflitos entre 2 mulheres ou mais mulheres que transferem a sua infelicidade, sob forma de agressão, para outra mulher que no fundo gostariam de ser.
Eu sei que estou sendo um pouco simplista e que há muito mais fatores envolvidos nisso, principalmente o contexto histórico de machismo que vivemos há séculos. E aí entra o que vc falou tão bem "... costumam achar que feministas como eu são masculinas. Pra mim é o contrário. São elas, não eu, que adotaram valores tão “másculos” como competitivade e agressividade."
Parabéns pelo post
Bjsss
Taia
Serge, eu comento sobre isso na resposta que dei a Tina. A Luana está respondendo na justiça por ter agredido a camareira? Dou todo o apoio à camareira. Nem por isso desejo a pena de morte pra Luana (nem pro Dado, nem pra ninguém). Não estou usando a Luana como exemplo. Estou usando a agressividade contra a Luana como exemplo. Acho que tem diferença.
ResponderExcluirCamomila, é como eu disse no seu blog, eu mal acompanho a carreira da Luana. Mas é pra se pensar como uma mulher independente e decidida é automaticamente vista como arrogante e má. Lembro quando a Hillary estava concorrendo à indicação do partido democrata à presidência, e sua imagem era parecida. Por ser uma mulher forte (tem que ser, pra querer ser presidente, não?), era vista como arrogante e estúpida. E era igual: o primeiro adjetivo usado contra ela é BITCH (vadia, vagabunda, cadela). Algo diretamente relacionado a sua sexualidade. Ou seja, o ódio contra a Luana (ou Hillary, ou Marta, ou Dilma) não é pessoal. É contra as mulheres. TODAS as mulheres independentes e fortes.
Eu imaginei quantas mulheres iam apoiar o Dado porque a Luana não é especialmente "popular" com as mulheres. Comigo também não é. E não por inveja da fama (detestaria ser famosa), grana ou beleza (eu gosto de muita gente tão ou mais famosa, rica e bela). Sempre a achei arrogante e mal educada, mas não acho que isso seja motivo para levar tabefes. Se ele não estava satisfeito, porque não simplesmente terminar o relacionamento? Muito mais simples e honesto.
ResponderExcluirTrocando emails sobre o assunto com uma amiga, ela escreveu que "se o cara bate em geral, mas não apenas em mulher, então quando ele bate em mulher não é machismo. Se ele tivesse deixado de bater nela só porque é mulher e fraca, isso seria um tipo machismo mascarado". Eu tive que rir, mas o que você tem a dizer sobre isso? Eu não a respondi ainda, mas pensei em duas coisas: eu não quero papo com gente que vive batendo em pessoas, independente do sexo, e b) será que é bom sermos vistas como mais frágeis e delicadas se isso significa deixar de levar alguns tabefes, mesmo se exatamente essas duas características fazem tantas OUTRAS mulheres serem espancadas?
E as mulheres são as maiores críticas das mulheres. Não queria acreditar nesse papo de que "mulher não sabe ser amiga de mulher", mas o mundo nos força a competir umas com as outras e só podia dar nisso. Quando me casei, todos os meus amigos homens ficaram felizes por mim. TODAS as piadas de mau gosto que ouvi (no nível de "maria passaporte" ou "mas o que foi que ele viu em VOCÊ?") vieram de mulheres. Triste, isso.
"Mas é pra se pensar como uma mulher independente e decidida é automaticamente vista como arrogante e má."
ResponderExcluirNão é só isso não, Lola (embora eu reconheça a verdade da sua afirmação). Meu problema pessoalmente é não gostar de arrogância, ainda mais vinda de pessoas públicas. Sexo é irrelevante. Eu morei no Rio, frequentava a Zona Sul e tenho duas historinhas da Luana que me abstenho de contar porque vai parecer que estou tentando justificar o erro do pequeno Neanderthal. Sim, a garota é uma mala sem alça, mas ninguém é obrigado a namorá-la ou conviver com ela. Não há justificativa ALGUMA para a agressão.
A Luana é bonita e é muito engraçada. Tanto que é a melhor substiuta da Maria Paula no Casseta e Planeta. Na verdade muito melhor que a Maria Paula, que a Cláudia Rodrigues então, nem se fala.
ResponderExcluirNão sei porque ela é tão besta. Pode-se ser forte e imponente sem ser estúpido.
Quanto ao Dado, nada mais é que um desclassificado.
Ei, quero deixar claro que eu não acho decente ninguém bater em ninguém por motivo nenhum, não há relação de causa e efeito. Só achei 'interessante' que tão pouco tempo depois de a atriz ter sido agredida, repetir a atitude que condena no ex(até a categoria da agredida!). E aliás o título "Merecido" do Shoe Me refere-se ao fato de ela ter sido afastada de série ou novela da Globo por isso, né. Mas enfim.
ResponderExcluirLola, amei teu post.
ResponderExcluirEste está na categoria 'gostaria de ter escrito', viu?
Acho que, apesar do péssimo gosto para homens, ela também não é flor que se cheire. Trabalhei há alguns anos no Leblon, pertinho do apartamento dela, e era comum vê-la numa loja de sucos a caminho do trabalho, invariavelmente rodando a bahiana, baixando a lavadeira, descendo o barraco. Low life, saca?
Ela é muito bonita, mesmo, mas inversamente proporcional como cerumano.
Beijos,
Chris
Só um adendo. O que me irrita em certas mulheres é uma certa grosseria. O que a Luana fez (se é que fez, vai saber?) de pegar a moça pelos braços e dar uns trancos não devia ser feito com ninguém e por ninguém. Ela só repetiu o que o Dado fez com a tal camareira e acho essa atitude bem reprovável!
ResponderExcluirO que falta hoje é uma certa classe...sair chutando tudo e todo mundo pode não dar lá muito certo em certas ocasiões.
A Hillary (i love her!!!! ^_^ )é uma pessoa forte e independente, mas tem classe e não sai por aí espancando as pessoas ou proferindo palavrões.
Lola, 25 de novembro está aí...
ResponderExcluirhttp://www.google.com.br/search?q=Dia+internacional+pelo+fim+da+viol%C3%AAncia+contra+a+mulher&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.mozilla:pt-BR:official&client=firefox-a
Mulher machista.Pra mim, isso me lembra pobre de direita.
ResponderExcluirOutro dia li uma materia no Globo Online com a mae do Dado, Lolita Rodrigues, saindo em defesa do pobrezinho. Claro que ele nao fez nada, e' tudo mentira, aquele video que todo mundo assistiu e' um detalhe a parte - favor nao levar em consideracao.
ResponderExcluirTudo bem que a mae vai sempre tomar as dores do filho, mas essa atitude de sair em defesa do seu anjinho dizem que e' um absurdo pensarem mal dele explica um pouco como o sujeito tem um comportamento desses e acha que e' a coisa mais normal do mundo. Ao menos e' o que parece, julgando pelo historico de brigas publicas do Dado.
Cereja, a mãe de Dado é Pepita, e não Lolita...
ResponderExcluirTodas as mulheres que, gratuitamente, agridem com palavras ofensivas a outras mulheres, eu penso que estão completamente equivocadas.
ResponderExcluirNa verdade as que vestem barbas
e apedrejam não tem lucidez pra perceber que estão fazendo um jogo péssimo, num placar totalmente desfavorável para nós.
Faço minhas as palavras da blogueira:
"Eu só quero dizer: meninas, tirem essas barbas. Larguem essas pedras."
Quanto à Luana e à Preta Gil ainda não me convenceram de nada, além de:
Preta Gil usou um momento bom do pai na política e Luana é uma mulher bonita. No mais...fico por aqui cantarolando: "toda mulher gosta de rosas, rosas e rosas..."
Bomfindi! Fatima.
Mar, isso de mulher fruta é um horror mesmo. Difícil transformar a mulher em mais objeto que isso. Lembre-se apenas que essas mulheres são fantoches. Elas estão aproveitando pra lucrar num sistema em que o único meio de se destacarem é vendendo o próprio corpo. Não dá pra culpá-las. Sinceramente, eu culpo o sistema. É como culpar a prosituta pela prostituição, sabe? Se não for aquela prostituta, será outra. Mas não são as mulheres que movem a prostituição, ou a exploração de mulheres na pornografia, nos clubes de strip tease ou nos comerciais de cerveja. Não que essas atrizes não tenham autonomia (embora algumas não devem ter), mas elas são apenas personagens coadjuvantes, peças descartáveis numa engrenagem que opera há muito mais tempo do que elas existem.
ResponderExcluirVi o seu post sobre a piada horrorosa no Pânico. Eu não veria essas coisas nem que estivesse morando no Brasil na época. Só acho que vc gasta muito tempo criticando a atriz que topou participar do programa, e não tanto o programa. Ou o sistema que faz com que mulheres gordas sejam vistas como encalhadas, não apenas figurativamente.
Pois é, Camomila. Eu nem vi como a mídia tá batendo nela, dizendo que sua peça está às moscas e tal. Mas vale tudo pra reforçar a idéia que ela é uma monstra. Ainda que fosse, não justifica a violência.
ResponderExcluirMeire, faz muito tempo que não vejo Pânico. Que a Luana é arrogante parece bem evidente. O que isso tem a ver com ela ser vadia, cadela e vagabunda é que não está tão claro pra mim. E menos ainda a conexão entre ser uma cadela (seja lá o que for isso) e merecer apanhar.
Srta. T, eu não via o Saia Justa pq não tenho TV a cabo. Mas posso imaginar que a Luana não falava coisa com coisa. Mas ninguém merece apanhar, ponto. Nem ela, nem a camareira em quem ela bateu/sacudiu/fez chorar.
ResponderExcluirSobre a Preta Gil, eu nunca a vi cantar ou atuar. Mas só de ver alguém na mídia que fuja do padrão esquelética/loira, eu já gosto dela. Convenhamos que boa parte das loiras magras que aparecem na mídia também não tem talento. E mesmo assim não recebem a repulsa que a Preta recebe.
Puxa, obrigada por procurar as respostas pra mim!
Taia, ótimas reflexões as suas. Pois é, talvez um pouco da raiva que essas moças revelam contra a Luana é contra um padrão de beleza que nos é imposto. Mas fica mais fácil alvejar uma só pessoa que todo um sistema. Quem sabe a raiva seja até contra um sistema que condena nossa sexualidade, chamando QUALQUER mulher que faz sexo de vadia e cadela. Concordo que esses sentimentos, além de contraditórios, vão mais fundo que a simples inveja.
Mas o que eu quero saber vai além dessa simples personagem, a Luana. O que leva uma mulher a chamar outra de cadela, vadia, vagabunda - todos termos com conotação sexual? Certamente não foi a primeira nem será a última vez que essas moças chamam outra assim. O que está por trás disso? Eu, por exemplo, nunca chamei nehuma mulher assim, nem nunca me considerei assim. Porque pra mim uma mulher que faz sexo é apenas uma mulher que faz sexo. Uma mulher arrogante é diferente de uma mulher que faz sexo. Portanto, não consigo entender de onde vem a conexão insuportável/arrogante com cadela/vagabunda.
E será que não podem ver que isso tudo é um esquema pra nos manter desunidas como mulheres? Pra quem interessa que não confiemos umas nas outras? Por que, quando um marido/namorado nos trai, a gente fica furiosa com a amante muito mais que o marido? É ela que chamamos de cadela, uma desconhecida! E o marido segue sendo apenas... um homem.
Lolla, ai, já respondi pra outras leitoras que entendo e concordo que a Luana seja arrogante e insuportável. Só não entendo como ela possa ser chamada de cadela e vagabunda por essas características que nada têm de sexual.
ResponderExcluirQue horrível o comentário dessa sua amiga! Bom, eu penso como vc: alguém que bate nas pessoas merece ir preso(a), independente do sexo. Mas se, o homem é fisicamente mais forte, um homem bater numa mulher não pode ser visto como igual a um homem bater noutro homem, certo? Eu já fui ameaçada de morte por um vizinho bêbado. Ele encostou o punho no meu rosto e disse que, se eu não fosse mulher, me enchia de porrada. Então ele não me bateu por ser mulher, segundo ele. Ao mesmo tempo, se fosse com um homem, ele provavelmente seria covarde de ameaçá-lo. Sem falar que toda a raiva dele era causada justamente porque eu - uma mulher! - havia pedido que ele abaixasse o som. Se um homem tivesse pedido, ele talvez tivesse atendido. Então é meio complicado dizer que eu deixei de apanhar por ser mulher, já que o simples fato de eu ser mulher foi o que provocou a ira dele.
A Germaine Greer, feminista dos anos 70, já dizia que ninguém odeia tanto uma mulher como a própria mulher. Fomos criadas pra isso. Já que não podemos competir em outras arenas (dominadas por homens, como no trabalho), competimos no nosso dia a dia, pra ver quem é mais magra, quem tem o namorado mais rico, whatever. Vale a pena a gente parar pra pensar por que é assim, e quem a nossa desunião beneficia. Certamente não beneficia a gente.
Então, Lolla, mas vc concorda que adjetivos como cadela, vadia, vagabunda etc tenham conotação sexual? Que não são termos usados pra definir homens, apenas mulheres? Que a Luana é uma mala sem alça nem tá em discussão. Eu acredito que seja, sim. Só não sei como isso faz dela uma vagaba.
Serge, faz tanto tempo que não assisto TV Pirata que não posso dizer. Mas digamos que a Luana provoque antipatia, enquanto a Maria Paula pareça querida e simpática (pelo menos pra mim). E olha o machismo no que vou dizer: ...inclusive porque ela é casada com um Suplicy. Mas mesmo que ela estivesse sozinha eu ainda a acharia simpática.
ResponderExcluirTina, entendi perfeitamente. Sim, sei que o título foi pelo afastamento da Globo, mas não dá pra negar que faça alusão à violência do Dado. Tem todo um contexto aí, né? E no post a Sarah fala de linchar a Luana em praça pública (A Praça é Nossa) até que ela perca todos os dentes.
Mas nem vou explicar. Depois que vc levou DOIS DIAS pra entender o duplo sentido do meu “Não tenho saco pra Clube da Luta”, ficou patente que vc não é muito boa de título! (desculpa, não resisti!).
Mimi! Mimi!
Chris, eu sabia que vc ia gostar deste post! Mas vc gosta de todos! Vc diz isso pra todos.
ResponderExcluirSobre a Luana, qualquer pessoa que faça escândalo e rode a baiana pra coisas insignificantes não é flor que se cheire mesmo.
Meire, eu odeio grosseria em qualquer sexo, homem, mulher. Sou da paz. Acho que dá pra resolver as coisas com conversa (infelizmente, a gente sabe que muitas vezes não dá, mas a gente não desiste).
Eu também gosto da Hillary. É até um insulto comparar a Luana com a Hillary, que se comportou bem até quando foi execrada em público. Se já dói pra gente ser traída pelo marido, imagina o que é todo mundo falar dessa traição durante ANOS! Mas o meu ponto é que o adjetivo pra ela e pra Luana, independente do que cada uma fez ou deixou de fazer, é o mesmo: BITCH. Isso prova alguma coisa, não?
Gio, obrigada pela lembrança!
ResponderExcluirMari, muito bem lembrado. É muito parecido mesmo. Tanto mulher machista quanto pobre de direita está indo contra os seus próprios interesses.
Cereja, eu não vi a matéria da Pepita Rodrigues. Por um lado, claro, os pais devem apoiar os filhos, ainda mais em público. Mas é como vc disse: não é de hoje que o Dado é uma besta. Espero que, na intimidade, a Pepita tenha tido boas conversas com seu filho. Mas não sei se, depois de adulto, mãe tem alguma influência.
Gio, a Cereja se confundiu porque está falando com uma Lolita! Moi.
ResponderExcluirFátima, exatamente, essas moças repetem um discurso, seguem um script de ofensas às mulheres. E são mulheres! Não entendo isso. Eu gosto de rosas, apesar dos espinhos. Adoro mesmo é jasmim. Mas troco qualquer flor por um chocolate, porque beleza não enche barriga.
Pô, eu também não tinha pegado o duplo sentido de "Eu não tenho saco...".
ResponderExcluirDãaaaa.
Opa, foi mal, troquei o nome da pobre. Eu deveria ter guardado a materia, o que me incomodou nao foi a defesa e sim o tom da dita. Tambem nao acho que a essa altura da vida a mae va' ter grande influencia assim, mas da' pra imaginar como foi a criacao do individuo pela postura... Enfim, conjecturas, foi so' algo que eu achei estranho.
ResponderExcluirMas foi exatamente o que eu disse quando falou-se dessa agressão: a mulher pode ser o que for, insuportável, pedante (ah, sim....ela é)...NADA justifica a agressão que ela sofreu!
ResponderExcluirE outra, se ela me agredisse, eu revidaria apenas. Legítima defesa, ué! Ponto!
aaahhh....eu eu adoro "a vida de brian"! tudo bem que eu prefiro "holy grail", mas é muito engraçado.
ResponderExcluir- foi ela..*cof* foi ele, foi ele!
a parte sobre pechinchar também é hilária.
Hahahahahahaha, agora você me pegou! Tenho um defeito que é não ler o título das matérias, acredita? Inclusive li na Folha, sem querer, o segredo do filme Os Suspeitos porque não li o título, que era: "saiba quem é Keyser Soze". E depois peguei trauma porque em jornal a gente faz a matéria mas o título é do editor, então de vez em quando uma coisa não casa com a outra. Enfim. Hahahahaha, me sacaneou.
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de dizer que entrei no seu bog ontem, por acaso e adorei ele, você se expressa de maneira unica e tem ótimas criticas, parabéns!
ResponderExcluirsobre a Luana, eu diria mais, veja como a violência é continua ela foi violentada por Dado e logo depois foi desligada do programa que estava fazendo na gloo por violentar uma das assistentes (não lembro o cargo da moça).
O que acontece, ao meu ponto de vista, é que reproduzimos o que vivenciamos, é dificil sim, sair do ciclo vicioso de violência, julgamento e machismo!
Sempre falamos em sociedades igualitarias, mas essa igualdade deve partir de cada um, se você não quer machismo não deve prender sua filha em casa só por que ele ainda existe, ou nào ensinar seu filho a lavar louça porque isso é coisa de mulherzinha, devemos exigir isso nas pequenas ações e exigir isso de nós mesmas!
O mundo não vai mudar de uma hora para outra, isso requer tempo e uma mudança de postura do grupo, se somos minoria então deveriamos nos unir e não sermos jogadas umas contra s outras!
mas como todos sabemos a melhora tatica de guerra é dividir para conquistar.
leila, concordo contigo, principalmente sobre filhos ajudarem nas tarefas de casa.
ResponderExcluirmeu pai é militar e até pouco tempo ajudava nas tarefas (e ajudava bastante, hein? cozinha bem que é uma maravilha), sempre cuidou de mim quando eu era pequena e minha mãe tinha que sair pra trabalhar. ultimamente é que ele anda preguiçoso e argumenta que ele é o homem da casa e não tem obrigação de ajudar.
ainda bem que isso tá mudando. ué, se dá despesa, suja louça e roupa, por que não dar uma mãozinha?
Tem bastante comentário, então vou tentar fazer poucas observações. Muito do que eu diria já foi dito.
ResponderExcluirO caso da Luana também me lembrou o da Cicarelli.
Eu também li que "Carolina Dieckman disse:"isso comigo nunca aconteceria, não provocaria um namorado bêbado." " E achei ridículo. Também me ocorreu que a "culpa" é sempre da mulher que "provoca".
Também me intriga a perseguição que a Preta Gil sofre. Na verdade eu sei o motivo, uma mulher negra e bem resolvida só podai ser linchada mesmo. Bopm tema de post... Né? :P
Mas no geral,seja a Preta Gil quanto da Luana , eu só acho curioso que se faça muito barulho por nada (com trocadilho). Acho ridículo essa coisa toda em volta de celebridades e subcelebridades. Para merecer minha admiração a pessoa precisa muito mais do que ser global e etc.
Se tratando de celebridades , "Frankly, my dear, I don't give a damn."...
Bjs
Olá, Lola,
ResponderExcluirAcompanho o seu blog e posso dizer, sem sombra de dúvida, na minha humilde opinião, que ele é uma das melhores coisas da Internet, hoje. Tenho grande afinidade com o conteúdo dos seus posts e já os encaminhei para listas e organizações feministas com as quais contribuo, sua voz é muito importante nessa maré de ceticismo e conservadorismo em que estamos sendo levadas. Eu já havia comentado na Carla Rodrigues sobre o caso Luana, bom, eu não preciso ser fã da moça para apoiá-la num caso de violência, sabendo que não há justificativa para a violência, nenhuma mulher a merece ou faz por merecer, simplesmente porque este caráter disciplinador que atribuem à violência só existe para tolhir a nossa autonomia e liberdade. Se uma mulher deixa o feijão queimar, se não passa as mangas da camisa, se tinge ou corta os cabelos, se sai com as amigas sozinha, ou, se, como no caso da atriz, mostra os seios numa peça. Todo o comportamento desviante pode ser coibido por meio da violência. Por isso os homens batem, porque conhecem o poder que lhes é incumbido e, mesmo diante das coerções legais, culturalmente permanecem exercendo este poder, pela força e truculência.
Independente de empatia, eu acho que a Luana choca por usar a sua fala pública para emitir opiniões – é comum ouvirmos que mulheres capazes de defender seus interesses publicamente são chatas, afinal, somos educadas a permitirmos que falem e decidam por nós, sendo a nossa a última palavra. Temos a segunda voz, a segunda vez, o segundo sexo. Também acho que grande parte do conteúdo midiático produzido sobre a agressão detona essa válvula de escape da misoginia que parece existir em cada membro desta sociedade, homem ou mulher. A Luana é vista como 'outra', como estranha e diferente, por ser mulher, por ter voz, por ser 'louca', por ser bonita e independente. Vale lembrar que Ângela Diniz foi tratada como uma socialite fútil e promíscua pelos meios de comunicação, mesmo estando morta e impossibilitada de qualquer defesa, quando do seu assassinato por Doca Street. Mulheres belas, ricas e livres realmente carregam um estigma muito maior e são alvos vulneráveis da execração pública. Afinal, sendo elas quem são, porque escolheram aquele cara? Não conseguem admitir que o uso da violência passa além de nossas escolhas e pode acontecer com qualquer uma de nós. Mesmo.
Lola, agora vou falar da parte que conheço mais ou menos. Me formei em Com. Social mas não quis seguir na profissão que escolhi na hora de decidir: Jornalismo. Mas, enfim.. tenho alguns amigos que por motivos de força maior, começaram na parte de "fofocas" e conheci paparazzis também. A LP sempre foi muito interesseira, ou seja, pegar a imprensa quando lhe convém. Tá, ok. Se ela ao menos tivesse a inteligência da Madonna, mas não. Ela é antipática demais. E agora está levando o troco. Claro que não concordo com agressões, mas tem gente que merece perder um pouquinho pra ver se dá valor a alguma coisa. Ela sempre arrumou muita encrenca. Vejam bem, não estou falando da parte absurda de ser agredida!
ResponderExcluirAh, outra coisa que conheço bem é isso, fia.. de apanhar. Infelizmente, mulheres consideradas atraentes e que não tem papas na língua nem maridinho que as sustente (eu tinha pai!) sofrem isso mesmo. Eu nunca prossegui com queixa nenhuma, uma vez porque estava fora do Brasil, e já ia voltar - também depois do acontecido.. Enfin.. Já cansei de ouvir de um bando de homem que se considera todo certinho e bnzinho e trabalhador o seguinte: "ah, apanhou? Ah vc deve ter provocado". Por isso que tem aquela frase que diz que homem não bate em qualquer mulher, só nas histéricas. E sexualmente atraentes pra eles.
ResponderExcluirQuando eu passava pela rua e via estampado na banca as várias revistas em que ela dizia "vou me casar ano que vem!", "vou comprar uma casa", "vamos ter não sei quantos filhos", blablabla. Olhei aquilo e pensei rapidamente: acho que vai dar merda. Tá falando demais. Também concordo contigo sobre xingar desses nomes. Ainda mais vindo de mulher. Foi o que disse sobre a "demonização".
ResponderExcluirLola, como sempre você se posicionou de uma maneira brilhante.
ResponderExcluirSó me fez ficar mais orgulhosa de você, e de nós , suas leitoras que comentam aqui.
Quero dizer uma coisa.Esse fato ocorrido no shoe-me me deixou envergonhada, pelos comentários que foram escritos e, além disso, me fez lembrar de várias histórias de raiva e violência gratuita que presencio sempre.
Não que Luana seja perfeita, eu simplesmente não a conheço para a odiar.E acredito que as pessoas que comentaram no outro blog também não a conheçam.
Uma coisa é certa, se você não gosta dela, simples, ignore-a.
É uma segunda agressão sem sentido.
As pessoas estão cada vez mais entrando nesse mundo de raiva e ignorância.
Lembrei também, de um fato ocorrido nessa segunda feira comigo e uma amiga, olha só o que aconteceu:
Eu e minha amiga estávamos do lado de fora da faculdade, e eu estava dividindo uma sombrinha com ela, pois estava chovendo e eu tinha esquecido a minha.Eis que, aparece uma mulher com um homem atrás, segurando a sombrinha para ela.Essa mulher simplesmente empurrou minha amiga para passar na frente.
A minha amiga, disse em tom alto: "Licença, né?".O que aconteceu?
O homem que estava com a sombrinha virou para trás e nos xingou de vários nomes.
Ficamos chocadas, sem entender o que tinha acontecido.
Algumas pessoas que estavam no local, ou melhor, os homens que estavam lá, se revoltaram contra o sujeito.
Depois disso, concluo que estamos numa bola de neve, é agressão atrás de agressão.
Eu só quero é estar fora disso.
Um beijo Lolinha!
A história que a L.Cherry contou aí me faz lembrar uma coisa que acontece que é igualmente ruim mas como é cometida por mulheres consideradas santas, ninguém comenta e ninguém fala nada. As mães! As mães e seus carrinhos de bebê-ambulantes prontos pra empurrarem qualquer um; passam velozes sem querer saber de ninguém. Ai, desculpem mas não resisti. Isso é um tipo de violência apesar de não ter a ver com o assunto debatido aqui. ;-)))
ResponderExcluirUso palavras como vadia para homem também, ahahahaha. E não só com conotação sexual. Por exemplo, quando alguém me enche o saco, independentemente do sexo da pessoa, eu, às vezes, uso alguma dessas palavras.
ResponderExcluirE acredito que algumas pessoas também têm usado este tipo de xingamento sem conotação sexual, será que não?
Camomila, eu tirei sarro da Tina por ela não captar o duplo sentido, mas no fundo eu sou sempre a última a sacar.
ResponderExcluirCereja, não quero nem revelar um preconceito aqui, mas será que é possível alguém crescer “normal” sendo filho de dois pais famosos? Quer dizer, tirando os filhos de Chico e Marieta... Que, por sinal, são todas filhas.
Ju R, concordo contigo. Soou como se eu estivesse discordando? Ah, então se a Luana te sacudisse pelos ombros vc a sacudiria pelos ombros tb? Ia ficar uma briga boa de ver!
ResponderExcluirHoly Grail?! Ah não! Eu tenho o filme em dvd, e não tenho A Vida de Brian. Quem quiser trocar, tá na mão!
Tina, não posso falar nada, porque acho que eu tô com algum tipo de dislexia de ler errado as coisas. Ou pode ser apenas que eu esteja ficando velhinha e precisando urgentemente de óculos pra perto. Mas é sério: outro dia fui comprar um salgadinho e tinha certeza que tava marcado R$ 1,16 (era por quilo). Passou no caixa por 1,76. E só aí eu vi claramente o preço. Isso tá acontecendo direto. Triste isso.
Ah, cada o desenho que te acompanhava? Não que eu não tenha gostado dessa foto! É vc? Ah, amanhã vou falar mal de vc num post. Não perca! (tem a ver com a Mimi, só pra vc não se apavorar, mudar de cidade etc).
Leila, muito obrigada pelos elogios. Sim, acho que está meio provado que violência gera violência. Mas é esquisito, nem isso se dá da mesma forma. Por exemplo, muitos pedófilos foram abusados sexualmente quando crianças. E, no entanto, é raríssimo mulher pedófila. E claro que meninas são mais abusadas sexualmente do que meninos! Mas as meninas abusadas sexualmente não viram pedófilas (e, claro, nem todos os meninos viram pedófilos). Algumas viram prostitutas. Os estudos mostram que boa parte foi abusada sexualmente. Obviamente há um monte de meninas abusadas sexualmente que não viram prostitutas. Mas a correlação entre prostituição/abuso infantil não pode ser desprezada. Outro exemplo: muitos dos meninos que são vítimas de violência doméstica (que geralmente vitimiza mãe E filhos) tornam-se espancadores na sua própria família quando crescem. O mesmo não ocorre com meninas. Mas algumas mulheres que foram vítimas de um pai violento ou que viram suas mães serem vítimas podem “procurar” um homem violento para perpetuar a violência. Ou, claro, podem ser violentas elas mesmas com os filhos. É um problema muito sério que tantas vítimas tornem-se algozes.
ResponderExcluirComente sempre, Leila! Continue vindo aqui.
Ju R, pai militar não deve ser fácil, hein? Os que eu conheço repreenderam legal os filhos. Militarismo sua uma hierarquia que eu deploro. Poucas coisas são tão patriarcais quanto uma estrutura militar. Portanto, deve ter sido bem difícil pro seu pai ajudar na cozinha... Mas ele sempre ajudou e agora ficou preguiçoso? Que retrocesso é esse?
ResponderExcluirBabs, eu nem fiz a conexão entre Luana e Cicarelli. Deve ser porque, na época do caso da Cicarelli, eu não lia blogs braileiros, então nem fiquei sabendo do que disseram sobre ela. Foi a mesma coisa, é? Ah, sobre a Preta Gil, eu não tenho dúvida: é por ela ser gordinha, em primeiro lugar, e negra, em segundo. Linchá-la aponta uma revolta contra qualquer mudança no sistema. É como dizer: exigimos que todas nossas celebridades continuem sendo loiras e magras. Mas concordo que celebridades em geral não me afetam em nada. A vida delas não é importante pra mim. Só que, pra muita gente, é.
D, muito obrigada, querida. Se me permite, vou copiar aqui o email que respondi pra vc:
ResponderExcluiragradeço muito seus elogios, e fico muito feliz que ele esteja
sendo lido, talvez, pela comunidade feminista. Porque, óbvio, eu sou feminista, embora não pertença a nenhum grupo específico. Gostaria de dialogar mais com outros blogs/sites feministas.
Concordo com tudo que vc diz sobre a violência. Semana passada escrevi um outro post, mas este ficará pra semana que vem. É sobre algo atrasado, um depoimento antigo do Sean Connery, mas ele diz também que o homem precisa
ter a palavra final. E isso bate totalmente com o que vc diz sobre sermos a segunda voz, o segundo sexo. E é ótima a comparação que vc faz entre a Luana e a Ângela Diniz.
Gi, acho que boa parte de nós concorda que a Luana tá cheia de defeitos. E acho tb que todas aqui concordam que nem ela merece apanhar. Enfim, que ninguém merece apanhar, certo?
Quanto ao seu segundo comentário, Gi, vc está muito enganada se acha que apenas “mulheres consideradas atraentes” apanham. Lembre-se do que a gente vem falando neste e noutros posts sobre agressões (sexuais ou não) contra mulheres. Isso acontece com quase todas nós. E não acontece por causa de algum defeito ou qualidade nossa: acontece apenas por sermos mulheres.
É, eu acho que certos termos usados pra xingar mulheres deveriam ser abolidados, sabe?
L. Cherry, que amor! Obrigada pelo carinho. Concordo contigo que este tipo de agressãoc contra Luana é como se fosse uma segunda agressão. Certamente nenhuma de nós gosta(ria) de ser chamada de vadia, cadela, etc. E não venham me dizer que esses insultos contra a Luana são “em solidariedade” com a camareira que ela agrediu, porque ninguém tá nem aí com a camareira. Não gostam da Luana e pronto. Aliás, ninguém tá nem aí com o Dado. O Dado é só um pretexto pra que essas moças digam o que gostariam que fosse feito com a Luana. E eu não consigo entender tanto ódio, ainda mais vindo de mulheres. Porque tantas de nós passamos por isso!
ResponderExcluirBom, que bom que vc contou com a solidariedade dos homens que estavam no local. Não sei por que as pessoas têm que ser tão agressivas. Eu gostaria de viver num mundo de PAZ. Será que elas não? Será que elas acham que só as guerras e os assaltos é que fazem a vida tão violenta? E a violência do cotidiano, essa não poderia ser eliminada por todos nós?
Gi, pra falar a verdade, eu nunca fui “vítima” de mães com seus carrinhos de bebê. Mas elas, tanto quanto todo mundo, deveriam respeitar quem está passando, obviamente.
Túlio, vc chama pessoas, independente do sexo da pessoa, de VADIAS? Se um homem te enche o saco, vc diz: “Pode parar aí, sua vadia”? É isso que vc tá querendo dizer? E vc acha isso BOM? Além do mais, só porque vc usa a palavra sem conotação sexual, não quer dizer que a conotação sexual desapareça. Vc não está usando a palavra num vácuo. Ela está dentro de um contexto. Algumas feministas americanas tentam apropriar a palavra BITCH. Mas é diferente uma feminista usar a palavra bitch de um homem usar a palavra bitch. Ou de, no caso, moças querendo ofender a Luana usando a palavra bitch, né? Os gays conseguiram transformar um termo pejorativo como QUEER em uma expressão de orgulho. Mas não acho que essa seja a sua intenção ao suar a palavra VADIA, certo?
ResponderExcluirÉ, Lolinha. Hoje, sábado de manhã, fria e chuvosa aqui em Brasília, tinha aula do cursinho. Acordei super atrasada, me arrumei, peguei o ônibus.
ResponderExcluirQdo cheguei no meu ponto, puxei a corda, o motorista não parou, só foi parar no ponto seguinte. Desci no ônibus, irritada e xinguei: "v..., fdp."
Aí, pensei até eu que me considero consciente, feminista e sem preconceitos uso xingamentos machistas e homofóbicos.
O que será que podemos fazer p/ mudar isso?
Oi Lola!
ResponderExcluirPassei uns dias só lendo, sem comentar, mas leio todo dia.
Não sei se é impressão, mas parece que a grande visibilidade dada ao caso do assassino Lindemberg desencadeou mais ações parecidas.
Se bem que a gente sabe que isso sempre existe,mas agora está sendo muito mais divulgado.
No caso da Luana, nada justifica a agressão que ela sofreu.
Gosto do trabalho dela, acho que é uma boa atriz, e ela incomoda bastante, sempre, pois não se prende a rótulos, faz o que quer, na hora que quer. Acho que vem daí a antipatia que ela causa em muitas mulheres.
Tem muita gente que diz que ela é chata , arrogante, etc. De todas as pessoas que falam isso, quem será que realmente tem um contato pessoal com ela? Pouquíssimas, imagino.
Veja, por exemplo, a Carolina Dieckman. Já li várias vezes que ela é chata, arrogante, insuportável. Mas ela ninguém ataca.
Ela pode ser, pois já que é uma mulher que atende ao esperado, mãe, casada, etc, etc, etc, ela é inatacável.
De vez em quando ela dá algumas declarações bem ao gosto do mundo machista, como a que deu sobre esse c aso, dizendo que com ela não aconteceria, pois não PROVOCARIA namorado bêbado.
SEmpre assim, né...a mulher´, vítima, sempre, de alguma forma, é acusada de ter provocado a violência.
A Luana não segue nada que não seja sua vontade.
Eu admiro mulheres assim. Ela pode ser arrogante e tudo que falam, mas autenticidade é algo que poucos possuem.
Claro que sacudir a assistente é uma grosseria. Mas é um fato isolado, que por conta da história toda da Luana, é usado como um modo das pessoas destilarem inveja, grosseria e etc.
E o fato dela ter feito essa grosseria é o que todo mundo estava esperaado para dizer "viu, ela MERECEU apanhar do Dado".
Porque mulher sempre merece, né, sempre tem alguma coisa que ela fez que me é justificativa para a agressão.
Se um homem tentar me bater, leva na hora o troco.
Tem um dos meninos que comentaram aqui, que disse que não podemos ser tão passivas. Concordo.
Se um homem um dia tentar me agredir, leva na hora.E isso não faria com que eu ficasse no mesmo nível dele, pois seria mera legítima defesa. E depois ainda vou à delegacia.
Beijos
Lola querida, sou do bloco Luana é chata pra caramba, mas é inadmissível que uma mulher apanhe e o cara não seja punido, já que existe uma lei pra isto.
ResponderExcluirVc falou tudo. O machismo da mulher é mais nocivo do que o do homem. Ele é educado por ela, aquele papo.
Um beijo,
Marina
Eu Maria, trabalhadora, mãe solteira,cansada, sou xingada de vagabunda,caloteira(prq devo em farmácia,mercado)e vivo pulando q nem pipoca p pagar as contas, fui parada por um homem insuportável na rua(o da farmacia q me cobrou)e falou: como vagabunda eu poderia pagar a ele de outra forma. Cuspi na cara dele,dei pernada 3x4 e nem me despenteio, só ouvi Ohhhh de todos ela é louca, e das mulheres nem um apoio, só faltaram me tampar pedra, incorri em vexames, veio o sobrinho e... saí fora vagabunda,caloteira p/ mais de 50 pessoas ouvirem, defenderam o velho safado de todas as formas e como moro perto de tal pessoa, sou mui destratada.Falei, não levo desaforo prá casa, briguei sozinha,paguei mico,queimei o filme como dizem,e eu só tinha saido pra dar uma voltinha c minha filha. Choro sozinha em meu quarto,não deixo minha filha ver.Mas no ódio mando todos se fuderem, Oh! Inquisição, idade média eterna, isso nunca vai acabar!!! Os homens tudo bem, mas mulher q não defende mulher s sequer saber o motivo, é covarde,hipócrita.Entendo a Luana, tem vida pública, e as q não tem vida pública e fazem pior as famosas santinhas do pau....Ah!!! hipocrisia como te odeio!!!Pensando bem...minha bunda está vaga e a deles cheia de kkkk melhor n escrever uma tal palavrinha como Porra!!!
ResponderExcluirAchei esse texto enquanto viajava pelo blog. Li e lamentei que a Luana tenha reproduzido o mesmo comportamento machista que dirigiram à ela. Ela ofendeu a Nicole naquele episódio em que o Gerald Thomas enfiou a mãe na saia da Nicole. Disse, em outras palavras, que Nicole não se dava valor e festejou a atitude do Gerald. Lamentável
ResponderExcluirLuana Piovani, uma machista agressora de assistente de camarim, quem diria. Os que a idolatram também não costumam ter muita intimidade com ela.
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