sexta-feira, 7 de novembro de 2008

CRÍTICA: STOP-LOSS / Ou porque não me ufano dos EUA

Voltem pra casa de vocês, rapazes.

Sei que agora que o mundo renovou as esperanças nos EUA, não é uma boa hora pra criticar Stop-Loss - A Lei da Guerra. Vi o filme em abril em Detroit, fiz montes de anotações, e estava só esperando que ele estreasse no Brasil pra poder escrever a crítica. Mas aí Stop foi direto pra dvd. E até o final do ano quero “desovar” os textos de algumas produções pendentes. Então vamulá.
Stop, pra quem não sabe, chamou mais a atenção por levar o selo MTV e contar com Ryan Phillippe, Joseph Gordon-Levitt, e Channing Tatum no elenco (reconheço que só consigo identificar o Ryan). É sobre um soldado que volta da Guerra do Iraque e é recebido com festa na sua cidade no Texas. Após cinco anos lutando, ele acha que cumpriu seu contrato e seu dever com o país, e não quer retornar ao Oriente Médio. Mas o mandam de volta porque precisam de soldados, e a guerra continua (e ainda bem que o McCain perdeu, porque ele disse que, dependendo dele, a guerra poderia continuar por mais cem anos).
Li entrevistas com a diretora Kimberly Peirce (foto) se gabando de ter feito um filme com visão masculina, de ter se integrado tão bem naquele mundo másculo, e só pensei: mas que droga é essa? Pra que dar dinheiro a uma diretora mulher e lésbica, se ela vai nos brindar com a mesma visão que todos os diretores homens, brancos e héteros de Hollywood não se cansam de promover? Desculpe pôr tanta pressão, Kimberly, mas você, como membra de duas minorias (mesmo que uma delas seja maioria em termos numéricos, se bem que obviamente não em termos econômicos ou políticos), sabe bem que uma obra artística representa muitos dos valores e crenças de quem a concebeu, e que esses valores são em grande parte construídos pela nossa vivência. Uma mulher lésbica tem uma vivência e, portanto, uma visão de vida, muito diferente da maior parte dos homens héteros. Por isso é positivo pra todo mundo que tenhamos diretoras, escritoras, artistas, inclusive críticas de cinema, que pensem um pouquinho fora do padrão, que percebam coisas que podem passar em branco pra quem tá dentro da norma. Mas aí temos uma diretora cujo primeiro filme, Meninos Não Choram, causou grande impacto (e dificilmente poderia ter sido feito por um homem branco hétero), que demora nove anos pra fazer o segundo, e quando chega a hora, após boa expectativa, entrega algo tão mainstream (prefiro o termo malestream)? Qual a vantagem?
Tá, li em entrevistas também que o assunto não deixa de ser pessoal pra Kimberly, porque seu irmão lutou na Guerra do Iraque e foi stop-lossed (ou stop-lost? Nem sei. É esse processo de impedir que o soldado deixe a guerra). Mas o filme é bem bananão, sabe? E tô de saco cheio de produções americanas sobre o Iraque. Pra mim deu. Porque eu encaro tudo isso como a maior patriotada, pró-guerra, super-pró-USA, e a mídia de direita considera todo e qualquer filme de guerra com exceção de Rambo como anti-guerra e anti-americano. Essa mídia, por sinal, celebrou que Stop tenha ido tão mal de bilheteria. Segundo ela, o filme arrecadou uns doze dólares em seu fim de semana de estréia. Piadas à parte, o público americano não aguenta mais ouvir falar nessa guerra. Não basta a MTV bancar um filminho com atores jovens e bonitos pra atrair público. Outro dia, vi o podre do porta-voz da Fox News, Bill O'Reilly, argumentar que não, não é que o público não suporta ouvir falar da guerra que a Fox segue promovendo com todas as forças, é só que esse público, tão inteligente, não suporta mais a propaganda liberal de Hollywood, e que a gente vai ver quando fizerem o primeiro filme patriota sobre a guerra do Iraque. Ué, pensei que O Reino já fosse mais ou menos isso. O que pode ser mais patriota que todos esses filminhos vangloriando os bravos guerreiros? Ressuscitar John Wayne?
Stop mostra o de sempre: soldados americanos lutando valentemente no Iraque, criando laços de amizade entre eles pro resto da vida, perdendo alguns companheiros, e sofrendo um monte com isso. A diferença é que a gente ouve alguém dizer que é profissional. Ou seja, claro que ele tá lá lutando porque é homem e ama seu país e acha que está fazendo a coisa certa e gosta de libertar outros povos, nem que pra isso tenha que liquidá-los, mas ele está sendo pago pra isso. Ao contrário da Guerra do Vietnã, em que todo homem jovem corria o risco de ser convocado (e não podia recusar; as duas únicas opções eram ir pra cadeia ou fugir do país), com o Iraque o exército ainda é voluntário. Certo, pode-se discutir o quanto há de voluntário no fato que o único jeito de um jovem negro ter dinheiro pra cursar uma faculdade e, assim, melhorar sua vida, é indo prum outro país matar gente (não que haja personagens negros em Stop). Mas digamos que ele ainda tem opções. Não é forçado a ir, como foi no Vietnã. Logo, é muito difícil eu sentir pena de alguém que tá sendo pago pra matar e torturar e que, por mim, não deveria estar lá. Além disso, por eu não ser americana, alguma coisa acontece no meu coração: não sei porquê, mas não acho que a vida de um americano valha mais que a vida de um iraquiano, de um francês, de um brasileiro, nem de um argentino. Quando os americanos falam com horror no número de mortos na guerra, eles só se referem ao número de soldados americanos. São militares da maior potência da história do mundo atacando um frágil país pra defender interesses americanos. Nenhuma palavra sobre civis iraquianos, mulheres e crianças, que deram o azar de morar num lugar que os americanos transformaram em zona de combate.
O filme faz crer que essas pobres almas americanas voltaram marcadas pro seu glorioso país. Agora bebem, gostam de brigar em bares, batem nas mulheres, adoram atirar. Ahn, agora?! É, esses rapazes do Texas eram todos santos antes. Não foi alguém dessa estirpe que estuprou e matou a protagonista de Garotos não Choram? Essa gente não aprende a atirar com cinco anos de idade? Não sofre uma lavagem cerebral desde a mais tenra idade pra servir o país em qualquer guerra?
Sou mulher, sul-americana, subdesenvolvida, feminista, pacifista. Ainda bem que tenho uma visão diferente da de um crítico americano. Não dou a mínima pra que soldados americanos morram nas guerras que fazem. Eles não deveriam estar lá. São eles os invasores. Não são meus heróis.Espero que o Obama acabe com essa necessidade de "heróis" americanos...

19 comentários:

João Neto disse...

Lola:

Eu não sou o Santiago; eu prefiro ser o Serge Renine.

Serge Renine disse...

Aronovich:

Você assistiu o filme Os Tres Reis, com George Clooney? Esse é um bom filme sobre a guerra do golfo. Só que é a guerra do golfo do Bush Pai. Essa disnastia Bush...

Babs disse...

Lola,
Não acho que o Obama tem força para acabar com "essa necessidade de "heróis" . Primeiro porque parece que os Estados Unidos tem uma cultura bem belicosa. É sempre competição, com os "winners" X os "losers", e as guerras em que se envolvem parece uma extensão disso.
É sempre pra mostrar que tem o pau maior.

Segundo porque não é preciso acabar com os "Heróis", mudar o significado de herói já é bom o suficiente.

O filme parece bem ruizim, mas não concordo com a sua crítica em relação à diretora. Não é por ser mulher e lésbica que ele deve ser limitar a fazer filmes apenas com essa temática. Se ela peca pela pouca originalidade do ponto de vista que resolveu escolher, pelo menos ela parece estar "thinking outside the box".

E ela não precisa se prender a temática que lhe é aparentemente mais natural(feminista e lésbica).Dá para perfeitamente traçar um paralelo com o cinema nacional. Por aqui tenho a impressão que cinema brasileiro só é "autêntico" e faz sucesso se tiver ou pobreza ou violência, ou os dois...

bjs

Babs disse...

Meu namorido disse que já estou cheia de "Lola points", já que sou a mais ativa aqui. Vai ter prêmio?
Bjs

lola aronovich disse...

João, espero que vc seja simplesmente quem vc diz ser.


Serge, Os Três Reis é muito bom! Faz tempo que vi o filme, mas lembro que gostei, e era bem crítico ao sistema.

lola aronovich disse...

Babs, concordo que só mudar a concepção de “herói” já ajudaria muito. Não acho que os EUA deixarão de ser um país bélico com a vitória do Obama. Só espero que seja menos bélico...
Quanto a Kimberly Peirce, em nenhum momento eu disse que, por ela ser mulher e lésbica, ela teria que passar o resto da vida fazendo filmes com essa temática. O que eu disse é que, por ela ser mulher e lésbica, ela tem uma visão de vida, uma mentalidade, talvez uma sensibilidade, dos homens brancos héteros que costumam dirigir todos os filmes. E que essa visão diferente deveria fazer com que seus filmes fossem um pouco diferentes tb, mesmo lidando com um tema tão masculino quanto a guerra. Se uma mulher vai fazer um filme igualzinho aos filmes que costumamos ver, qual a vantagem? Vamos dar tudo pro Michael Bay dirigir!
O paralelo com o cinema nacional não funciona muito bem porque não há gente pobre fazendo filmes mainstream. Os brasileiros que fazem filmes são todos classe média pra cima. Aliás, em todo o mundo. Cinema é uma arte caríssima e por isso sempre vai parar nas mãos do padrão dominante.


Babs, pontinhos por ser a primeirona? Puxa, eu pensava que só a minha eterna gratidão bastasse!

Giovanni Gouveia disse...

"When logic and proportion
Have fallen sloppy dead
And the White Knight is talking backwards
And the Red Queen's "off with her head!"
Remember what the dormouse said;
"FEED YOUR HEAD""

Grace Slick (Jefferson Airplane) traduziu bem essa cultura bélica USAn

Anônimo disse...

Lola! Estou saindo para uma mini-viagem agorinha, então não vou poder dizer tudo o que penso do teu post, mas resumindo: adoreiiiii. Bjsss
Taia

Serge Renine disse...

Aronovich:

O que vou falar está um pouco fora do assunto deste post.

Eu, apesar de ser um estudioso dedicado em vários assuntos não tenho formação acadêmica, portanto, quando o Lula se tornou presidente eu também me tornei por osmose. Éramos os, oficialmente, ignorantes no poder. Imagino como os negros devem estar se sentindo com a eleição do Presidente Barack Obama.

Anônimo disse...

Tá, vou levantar uma lebre de gêneros, já que a Lola critica a postura "homem hétero" da diretora. Ué, muitas mulheres lésbicas tem tipo uma fantasia em que adorariam ser um homem hétero, e vestir-se ou comportar-se como um deles! Assim, como muitos gays adoram travestir-se de diva. Nisso elas por vezes copiam até as atitudes de machão e politicamente reaças dos mesmos.

Uai, e o filme "Meninos Não Choram" não era (em parte) sobre isso? Uma mulher passando por homem hétero? Ok. Espera-se uma outra abordagem, um outro olhar de quem é GLBT.

Aproveitando o gancho. Não lembro onde eu li que um dos "heróis" do cinema preferidos das lésbicas era o Bruce Wyllis, de Duro de Matar! Pô, querer ser logo o Bruce naquele filmeco! Onde o sujeito é um brucutu metido a engraçadinho que sai matando n terroristas (todos homens lindões) e dando bordoada em jornalista. Francamente! Lésbicas são os novos adolescentes héteros?

Anônimo disse...

Ainda sobre o Barack, achei isso aqui:

Barack Obama and Gay Marriage/ Civil Unions:
Although Barack Obama has said that he supports civil unions, he is against gay marriage. In an interview with the Chicago Daily Tribune, Obama said, “I’m a Christian. And so, although I try not to have my religious beliefs dominate or determine my political views on this issue, I do believe that tradition, and my religious beliefs say that marriage is something sanctified between a man and a woman.”
Barack Obama did vote against a Federal Marriage Amendment and opposed the Defense of Marriage Act in 1996.

He said he would support civil unions between gay and lesbian couples, as well as letting individual states determine if marriage between gay and lesbian couples should be legalized.

“Giving them a set of basic rights would allow them to experience their relationship and live their lives in a way that doesn’t cause discrimination,” Obama said. “I think it is the right balance to strike in this society.”
Sources: Chicago Daily Tribune, National Gay and Lesbian Task Force

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Poxa, decepção total. Não me lembrava dele falando isso na campanha.

Paula disse...

Lolinha,

Este eh o tipico genero de filme que eu nao assisto.

Em primeiro lugar porque se trata da visao dos americanos frente a invasao, estupro e tortura sobre povos despreparados belicamente.

Em segundo porque tenho uma antipatia especial para com os americanos, como voce sabe moro no Japao e aqui supostamente deveria ter uma cultura milenar, certo ?

Errado! O que os americanos nao conseguiram destruir durante o periodo de guerra, estou me referindo a cerimonia do cha (porque Gracas a Deus, aqueles ignorantes nao percebem a diferenca entre uma chaleira e uma kama)mil vezes infelizmente, conseguiram a alguns anos. Como? Simplesmente porque o povo japones estamos falando da massa e nao dos dominantes, de um modo geral pensa da seguinte maneira, que os americanos sao herois e superiores porque os venceram.

Coisas que sao comuns de se ver por aqui: produtos importados dos E.U.A. desde alimentos ate roupas.
Os jovens japoneses, adultos e pessoas de meia idade, em sua grande maioria desconhece coisas simples de sua propria cultura. Como por exemplo como vestir um kimono feminino e fazer o laco do obi. As artes marciais tambem ja foram esquecidas, hoje quem pratica sao alguns raros jovens que tiveram ainda educacao um pouco tradicional.

Eu e o meu marido sempre comparamos a cultura japonesa, com os off house que tem por aqui. O lixo deles eh o nosso tesouro!

Sou descendente de japoneses, e o que eu e o meu marido pudermos fazer para resgatar e preservar da cultura japonesa, nos faremos.

beijos

lola aronovich disse...

Gio, não conhece essa música (conheço pouquíssimo de música em geral), mas realmente, traduz bem a cultura bélica americana.


Taia, obrigada pelo carinho, e boa mini-viagem! Pra onde vc foi, aliás?

lola aronovich disse...

Ah, esse negócio da falta de formação acadêmica do Lula... Serge, eu lembro que, um pouco antes do Lula ser eleito, em 2002, uma aluna minha (adulta), muito revoltada, disse que sua eleição era o fim, que isso mostrava que qualquer um podia ser presidente (o que, pra mim, é uma coisa positiva!), e que ele era um ignorante por não ter feito universidade. Na época eu ainda não tinha diploma também! Faltava alguns meses pra eu terminar a minha faculdade. Eu exemplifiquei: “Bom, então eu também sou uma ignorante. Mas daqui a três meses terei um diploma e estarei apta a ser presidente da república, é isso?”. O maridão também não tem diploma. Ele fez quatro anos de engenharia civil e, faltando um semestre, desistiu. Não recomendo isso pra ninguém, óbvio. Mas o maridão é mais inteligente do que a maior parte de pessoas com diploma que conheço...

lola aronovich disse...

Guta, não estou necessariamente criticando a postura homem hétero da Kimberly. É só que eu esperava que uma mulher na direção nos entregasse um filme com uma visão minimamente diferente à dos filmes que costumam chegar até nós. Meninos não choram tem essa visão. Taí um filme que dificilmente seria feito por um homem hétero. Quanto a isso que vc comenta das lésbicas, não sei. Preciso consultar minhas amigas lésbicas. Mas obviamente elas não são um bloco homogêneo. Tem montes de lésbicas de todos os tipos. E isso do ídolo das lésbicas ser o Bruce Willis eu nunca tinha ouvido falar...


Marjorie, puxa, decepcionante mesmo. É esse negócio da religião se interferindo na política. Mas pelo menos ele defende as uniões civis. E acho que pela primeira vez na história um presidente eleito citou os gays num discurso da vitória. Ele falou que iria governar pra todo mundo, e nisso incluiu “gays and straights”. Isso é inédito. Se fosse o McCain as perspectivas seriam muito piores.

lola aronovich disse...

Paula, certamente a visão dos americanos sobre o Iraque (mesmo dos americanos liberais) é muito diferente da visão dos iraquianos... O que vemos é sempre sob um ângulo americano. E é como eu disse na minha crítica, não tenho pena de soldados do maior exército da história invadindo um paísinho.
Agora, sobre isso que vc conta de tradição e cultura milenar, não sei. Devo admitir que, como não gosto de rituais, isso de tradição não me diz grande coisa. Tradições por definição são conservadoras. Às vezes eu leio gente lamentando que os índios estejam se “ocidentalizando”. Ahn, eu penso que, assim como eu adoro poder tomar banho com água quente, eles também têm esse direito. A “vida moderna” é mais confortável em muitos sentidos. Também gostaria que os países muçulmanos que apedrejam mulheres por adultério “se ocidentalizassem”. Nem toda tradição é boa. O pessoal fala tanto dos samurais como se tivesse sido uma grande coisa. Mas eles eram uma elite! Desde quando ter uma elite no poder é bom? E isso das geishas nunca me pareceu bom. É tudo tradição. Sou contra, claro, o fato de milhares de japonesas estarem fazendo cirurgia plástica pra ocidentalizar os olhos.
De um modo geral, o Japão ganhou muito mais do que perdeu por ter deixado de ser o império fechado que era até pouco, não acha? Mas admiro a sua vontade em resgatar e preservar a cultura japonesa. É só que a cultura japonesa não é mais uma coisa fechado, impermeável a outras culturas. E esses novos ingredientes hoje também fazem parte da cultura japonesa.

Paula disse...

Lola,

Honestamente meu comentario era sobre a cultura e honestamente. Me surpreendeu, saber que voce conhece apenas o lado holywoodiano da coisa, jamais citaria geishas ou samurais como referencial.

A abertura dos portos para o ocidente, foi um marco isso eh inegavel, nao acredito que a cultura muculmana seja uma boa comparacao. Com a daqui.

Te admiro e respeito pela sua singularidade.

Que pena que nao posso debater este assunto com voce, achei que teria interesse em conhecer ou soubesse algo alem do que: Memorias de uma Geisha e o Ultimo Samurai.

:-P disse...

Se ele acabar com os heróis de guerra, acaba com a mítica americana e aí sim vai ser o fim dos EUA como o conhecemos.

Acho que ele vai mudar o tipo de herói de guerra e que lambam os beiços...

lola aronovich disse...

Paula, não conheço nada de tradições japonesas mesmo, apenas o lado hollywoodiano. Mas não comparei geishas e samurais com os muçulmanos. O que eu quero dizer é que nem sempre tradições são coisas positivas. Há tradições muito negativas também. Mutilação feminina é uma tradição em muitos países africanos, e é terrível. Claro que nenhuma tradição japonesa seja tão ruim quanto essa, mas falar dos samurais - uma elite, e guerreira - como algo maravilhoso também me parece ingênuo. E filmes como O Último Samurai retratam os samurais de forma muito positiva, não?


Malena, é, não acho que ele vai acabar com as guerras. Logo, não vai acabar com os heróis de guerra que são tão importantes pros americanos. Mas como ele vai mudar o tipo de herói de guerra, na sua opinião?