CONVERSA DE GATO

Blanche concentrada destruindo um graveto.

Minha mãe agora não só deu pra comentar no meu blog (o que aprecio muito, e só demorou uns dez meses pra ela tomar essa decisão!) como pra visitar vários dos blogs linkados aqui. Pra Lolla Moon, ela pediu fotos da sua gata. Eu acho o cúmulo, porque não é como se minha mãe não tivesse dois gatos maravilhosos por aqui e precisasse de fotos de um terceiro. A Lolla, excelente fotógrafa que é, aparentemente jogou sua Maluca numa ribanceira e ficou tirando fotos enquanto ela (Maluca) rolava desfiladeiro abaixo. Humpf. Assim até eu. Claro que eu contei esses adultérios virtuais que minha mãe anda cometendo pra Blanche (nossa gata preta) e deve ser por isso que tem mais de uma semana que a Blunf não sai aqui de casa.
Por falar em gata preta, a Meire, outra grande fotógrafa, adotou uma gatinha nova, minúscula. A Blanchinha também foi assim, desse tamanho irrisório. Afanei uma foto da Lupe tirada pela Meire, mas no flickr dela tem mais. E gente, pelamor, façam como a Meire: gato não se compra. Gato se adota.
Recentemente a Tina escreveu no seu blog que sua filha Nina havia criado mais uma nova palavra. Eu achei uma fofura quando a Nina disse que o bichano da família era “uma gata arranhosa”. Deixei um recado pra Tina, mas ela logo me disse que a gata em questão, a Mimi, não tinha nada de graciosa e que era uma pervertida, isso sim. Pedi esclarecimentos porque, afinal, não posso tolerar que uma gata seja mal-falada em toda blogosfera sem sequer poder se defender. A Tina respondeu: “A Mimi é uma pervertida e merece ser mal falada, sim. Me disseram que depois de castrada ela se acalmaria, mas que nada. Continua saindo pelos muros, na madrugada, e agora não mais trepando, mas assistindo à esbórnia dos gatos vizinhos. Acho que virou cafetina. Dorme o dia todo e sai pra gandaia, sem-vergonha”. Tadinha da Mimi, sendo acusada assim, injustamente.
A Tina provavelmente não sabe que gatos têm territórios neutros (que geralmente são casas sem gatos ou cachorros). Por exemplo, minha casa ou meu terreno não é um território neutro, já que há dois gatos que são donos do pedaço (costuma vir um gato macho, não-castrado, invadir o território). Mas, faz algum tempo, a casa do vizinho aqui da frente era. Era lá que os gatos se reuniam pra cantar, conversar e transar. Li que até gatos inimigos podem confraternizar em territórios neutros. Portanto, Tina, sua Mimi está certamente apenas socializando com os outros gatos da região. E ninguém deveria chamar uma gatinha sociável de pervertida.
Isso posto, a Mimi e o meu Calvin podiam dar as patas e sair andando por aí. O Calvin foi castrado tarde - acho que ele já tinha quase um ano -, e sua libido não diminuiu nem um pouco. Oito anos depois, ele ainda não se deu conta que foi castrado. Quando fica taradão, geralmente depois de comer, tenta atacar a Blanche, que não gosta nada da história. A Blanche não foi propositalmente castrada. Ela teve uma séria infecção quando era adolescente e o veterinário teve que tirar seu útero (e ressuscitá-la durante a cirurgia, já que o coração parou duas vezes por causa da anestesia geral). Ela nunca foi uma gata interessada em sexo, ao contrário do Calvin. Assim como a Mimi, ele também dorme o dia inteiro, mas a noite é sempre uma criança.
Já falei hoje que adoro gato? Calvin e Blanche brincando ao sol, quando ainda fazia sol na Terra dos gatos de boa vontade.