- À Beira do Abismo (The Big Sleep, 1946) – é até heresia desprezar tanto um clássico noir, e do Howard Hawks, ainda por cima. Mas o roteiro (do William Faulkner!) é uma confusão só. Até as pessoas que amam o filme reconhecem que não dá pra entender nada. Há um número excessivo de personagens e tramas paralelas. O Humphrey Bogart faz o cara de 38 anos mais velho que já vi, o que não impede que todo o elenco feminino, inclusive a Lauren Bacall, se jogue em cima dele. Parece o 007! O Falcão Maltês é muito melhor.
- Fat Girls (2006) – comédia independente de um tal de Ash Christian, que fez questão de estrelar, produzir, escrever e dirigir o troço. O resultado é uma das obras mais amadoras que vi nos últimos tempos. É sobre um rapaz gay na escola (o próprio Ash, que aparenta ter uns 30 anos) e sua melhor amiga. Ambos são “garotas gordas”, ou seja, desprezados pela sociedade. Sim, e? Nem com muito boa vontade dá pra aturar algo tão mal-feito.
- Ils (Eles, 2007) – terror que até começa com um clima legal, depois desanda totalmente e não vai a lugar nenhum. Strangers, que foi lançado recentemente nos cinemas americanos, tem uma trama muito parecida. Aliás, parece até um remake. Mas juram que não é. De todo modo, não é muito superior ao francês.
- Behind the Mask: The Rise of Leslie Vernon (2007) – desculpa, Pedrinho que amou o filme. Eu achei hiper previsível. E toda a parte documental sobre como serial killer e vítimas se comportam num slasher movie a gente tá cansada de saber. Mesmo quem não decifrou aquilo por conta própria ou não leu teoria feminista sobre o assunto foi apresentado(a) aos clichês do gênero pela franquia Pânico.
- Valley of the Dolls (1967) – um clássico camp que não tem mais o menor atrativo pro público de hoje.
- O Orfanato (2007) – tá sendo vendido como o “Labirinto do Fauno do ano passado”, só porque foi produzido pelo Guillermo del Toro. Como terror, não me assustou nem um pouco. Como historinha de fantasmas melodramática, me deu o maior sono. O filme tá repleto de cenas que não funcionam. Quer um exemplo? Tá, tem a cena em que a mãe se deita na cama, e vemos alguma coisa entrar por baixo dos lençóis. Dá pra ver claramente que não é o marido. Mas ela pensa que é, e desata a falar sobre o filhinho. É uma péssima hora pra um discurso sentimentalóide de três horas. Quer assustar ou quer comover? Difícil fazer os dois ao mesmo tempo. Resultado: eu não escutei uma só palavra do que a muié disse. E nem fiquei com medo. Eu só pensava: “Mas será que a tansa não nota que não é bem o marido quem tá abraçando ela?”.
- This is Nowhere (2006) – documentário sobre americanos que vivem em trailers de luxo, viajando pelo país, e estacionam sempre num Wal-Mart. Deveria render uma observação social instigante, mas a preguiça e falta de criatividade o transformam no pior documentário recente que vi. Não dava pra variar um pouquinho o esquema “alguém falando/paisagem de estrada/musiquinha”? Tédio.
- The Manson Family (2004) – um pouco de documentário e bastante nojeira, beirando o sexploitation puro. Não se tenta fazer um filme de terror em cima de uma história real absolutamente abominável.
- Pink Flamingos (1972) – já destilei meu ódio pelo filme do John Waters aqui.
- Nashville (1975) – não consegui ver o clássico inteiro! Achei tão, mas tão chato que tive que parar. Prefiro filme com história, sabe? Portanto, aquilo de que sempre desconfiei agora é definitivo: Robert Altman é o diretor mais superestimado de todos os tempos. Sinto muito.
- Swimming with Sharks (1994) - nunca tinha ouvido falar nesse drama com o Kevin Spacey (às vezes há bom motivos pra que filmes permaneçam no anonimato). Só o loquei porque uma blogueira americana disse que esse era o filme mais feminista já feito. Perdão? No final, dois homens que passam a trama toda brigando matam uma mulher que era mezzo poderosa, mas tava disposta a largar a carreira pelo seu amor. Isso é feminista em que planeta, exatamente?
Puxa, foram só esses que receberam meu total desprezo. Dei duas estrelinhas prum monte. Talvez depois eu fale deles. E você deve estar morrendo de curiosidade pra saber quais filmes mereceram a cotação máxima. Aguarde...
Lola você viu "Eu não estou lá"?.
ResponderExcluirNão achei a sua crítica. Assisti essa semana... achei chaaaaaaato...
Leo, como nao vi "Nao Estou La" inteiro, acabei nao escrevendo uma crítica inteira, só um comentariozinho. Ta aqui.
ResponderExcluirvou comentar I'm not There, porque sou fanzoca do Dylan desde que tinha 15 anos. meu unico interesse em aprender ingles era pra entender as letras das musicas dele, hoje sou uma mulher realizada pois entendo o que ele canta, canto junto e ja vi ele umas cinco vezes ao vivo, uma das vezes em outubro de 2001 logo apos os ataques e ali no pequeno teatro em Sacramento eu vi que o Dylan nao eh um mito por acaso. entao, quando vi I'm not There entrei em extase! eu entendo que quem nao eh fan do Dylan vai boiar e achar tudo uma chatice, mas quem conhece um pouquinho da vida e do trabalho desse musico [ia escrever genio, mas nao quero ficar muito baba-ovo, ha ha ha!] vai sacar o filme e, como eu, vai entender o que o diretor quis mostrar. NAO eh um filme de arte, eh simplesmente a visao que os fans tem desse artista multi-facetado e a visao que ele nos passou todos esses anos, encarnando varios personagens e mostrando so um pouquinho da sua vida real, aqui e ali. esse filme eh um deleite! sem falar que muitos dos dialogos sao letras das musicas do Dylan. a cena com a Cate Blanchett eh toda cheia de referencias e eh incrivelmente bacana! escrevi um comentario bem curto no Cinefilia --
ResponderExcluirhttp://cinefilia.fezocasblurbs.com/archives/2008/01/im_not_there.html
fiquei sem ter muito o que dizer! :-))
beijao, Lola!
Fer, tem toda razão. Se o personagem retratado num filme/livro é importante pra vc, muito provavelmente o filme/livro lhe dirá mais que dirá a quem não é fã habitual do personagem. É como se fizessem um filme sobre o Chico no meu caso... E que maravilha vc entender tudo que o Dylan canta! Eu não entendo! Pode chamá-lo de gênio, vc não é a única. Eu gosto de várias músicas dele, mas nunca tive um disco dele nem nada. Eu não tive vontade de ver o filme todo porque é sem história. Só personagens. Mas também desconheço todas as referências que os fãs pescam. Pode me mandar o link de novo, dividido em duas partes? Abração!
ResponderExcluirLola vc já viu Be Kind Rewid?
ResponderExcluirClau, vi Be Kind Rewind esses dias, em dvd. Já passou no Brasil? Estreou em dvd? Gostaria de escrever algum comentário não muito longo.
ResponderExcluirO filme ainda não chegou no Brasil a data de lançamento é em outubro com o título de "Rebobine, Por Favor". Alguém ainda usa a palavra rebobinar?
ResponderExcluirEntao, Clau, apesar do filme tratar de um meio datado (video), nao tinha porque o titulo em portugues ser datado. Realmente, ja ja vai ter gente que nem vai saber o que significa "rebobinar". Em ingles é bonitinho porque rima kind com rewind. E tb, rewind ainda é usado, nem que seja no computador. Vou escrever sobre o filme quando for lançado. Vc ja viu? Gostou?
ResponderExcluirNao vi o filme ainda mas a tentação de baixa-lo é enorme...vou resistir e rezar para que estreie no cinema e fico aguardando sua crônica ou comentário.
ResponderExcluirHo ho ho, :/ honrado em ser citado mas ainda continuo admirando o filme HAUEHaeuHEA... Esta na minha lista inclusive do orkut heuHEAu, assim como ILS que eu tbm gostei bastante.
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