Mostrando postagens com marcador tragédia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tragédia. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 7 de maio de 2018

UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

Com um pouco de atraso, quero repudiar a criminalização das vítimas -- no caso, das cem famílias que ocupavam o prédio no centro de SP,  que foi atingido por um incêndio na semana passada. 
Antes de mais nada, o MTST não estava envolvido nessa ocupação. Recomendo ver este curto vídeo de Guilherme Boulos comentando as inúmeras fakes news que continuam circulando. 
Publico aqui o artigo do deputado federal por São Paulo Orlando Silva, líder do PCdoB na Câmara.


Clique para ampliar
O prédio de 24 andares que desabou em incêndio, no Centro de São Paulo, é reflexo do desmonte das políticas habitacionais no Brasil. Revela ainda o descaso do poder público com famílias que buscam o direito constitucional à moradia digna.
Em São Paulo, há pelo menos 70 edifícios ocupados, que só agora, após essa tragédia recente, serão observados pela prefeitura. Vistoria dos bombeiros confirmou essa denúncia ainda em 2015. 
Mas as medidas de segurança não foram garantidas pelo poder público. O Ministério Público Federal também tinha recomendado a reforma estrutural do prédio à Superintendência do Patrimônio da União em 2017.
Apesar da realidade alarmante, não existe planejamento efetivo do município para zerar o déficit habitacional. Conforme dados da Secretaria Municipal da Habitação divulgados pela imprensa, seriam necessários pelo menos 120 anos para suprir a falta de 358 mil unidades habitacionais a um custo de R$ 130 mil cada uma, tendo em vista que o orçamento anual previsto é de apenas R$ 580 milhões na Capital paulista.
Não é à toa que o presidente ilegítimo Michel Temer foi vaiado e xingado no local do desastre. Após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, ele abandonou os programas estratégicos destinados à moradia popular, como o Minha Casa, Minha Vida. Lançado em 2009, o projeto do governo federal já investiu R$ 388,8 bilhões em imóveis para famílias que precisavam de crédito mais barato para assegurar o sonho da casa própria.
Em vez de ampliar esse programa que é modelo de política pública bem-sucedida, Temer acabou com a faixa 1 do Minha Casa, justamente aquela destinada à população de baixa renda. 
Entre janeiro e outubro de 2017, somente 0,5% dos recursos foram destinados para esse grupo que tem renda mensal de até R$ 1,8 mil. É impressionante como o golpista se esforça para aumentar a desigualdade social no país, efetivamente reduzida durante os governos Lula e Dilma (2003-maio2016).
Quem ocupa um prédio público busca um lugar digno para morar. Por isso, manifestamos nossa solidariedade a todos os trabalhadores das 146 famílias que foram atingidas pelo desmoronamento.
Não aceitaremos provocações nem a criminalização das vítimas e dos movimentos que lutam pela moradia popular. Se há um culpado, são os governantes que não cumprem com seu dever. Pelo contrário, seremos ainda mais solidários, estimulando mais ações, ocupações e luta pelo direito sagrado à moradia. 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

GUEST POST: CASAS NOTURNAS, O PERIGO QUE NÃO VEMOS

Na semana passada, quando escrevi sobre a falta de respeito dos "engraçadinhos" com a tragédia de Santa Maria (já são 237 os mortos na boate Kiss), a Julia deixou um ótimo comentário. Pedi pra que ela falasse mais sobre a segurança -- ou falta de segurança -- nas casas noturnas, pois ela e o marido trabalham no meio. O que ela conta é estarrecedor. E claro que não está restrito apenas ao Rio Grande do Sul (aliás, nem ao Brasil, imagino).

Me chamo Julia, sou de Porto Alegre. Por aqui, no Rio Grande do Sul, qualquer um pode imaginar como está o clima. Essa tragédia é algo no qual é impossível não pensar. Pena se tratar de uma tragédia anunciada.
Eu e meu marido trabalhamos nas casas noturnas daqui de Porto Alegre e do litoral gaúcho há muitos anos, o suficiente para conhecermos dezenas delas. Nesse meio poucos ganham bem, então os trabalhos extras são frequentes. Tu trabalhas sexta e sábado numa casa, domingo noutra e terça um amigo te chama pra trabalhar na terceira.
Gostaria de agradecer a possibilidade de contar um pouco sobre o que vemos nas casas noturnas e passa despercebido por seus frequentadores. Estes, não estão ali para inspecionar saída de emergência. Estão ali para poder se divertir, e só. A existência de uma saída de emergência é seu direito, não deveria ser sua preocupação. O extintor de incêndio não é com o que me preocupo quando quero ser jovem em uma noite entre amigos!
Tive um gerente que disse uma vez que para o cliente, a bebida deveria se materializar estupidamente gelada, dentro do freezer. Em outras palavras, as pessoas estão lá para se divertir, não têm que saber o trabalho que dá por 4 mil cervejas long neck para gelar, nem o que aconteceu para que estas não estivessem geladas o bastante.
Elas não têm que se preocupar com o "modus operandi", com a validade do extintor, com o material inflamável recobrindo o teto. Essas preocupações devem ser de outras pessoas. Daqueles que estão lá para garantir a felicidade da sua festa e seu retorno pra sua casa quando a música parar.
No último domingo choramos muito, nos colocamos no lugar destes pais, pois temos filhos, empatia por outros seres humanos e vivemos neste tipo de ambiente há bastante tempo. Depois do choque ao ver as imagens e saber da notícia, começamos a conversar sobre os nossos muitos locais de trabalho nesse ramo, e chegamos a conclusão de que NENHUMA casa das que conhecemos estaria preparada pra esse tipo de "acidente". Listo as semelhanças.
O fato de haver apenas uma saída (que se destinava também a entrada de clientes) é bastante comum. Saídas de emergência são raras. Quando existe alguma saída alternativa, parece piada, como uma no primeiro bar em que trabalhei, que ficava em uma janela do terceiro andar... sem escada do lado de fora. Ou seja: se os bombeiros demorarem para chegar, pode não servir pra nada.
O uso de sinalizadores virou uma febre por aqui. O garçom leva a bebida (cara) do cliente até a mesa com um destes aceso, preso à garrafa. Todos acompanham o showzinho, acham o cara "o ricaço", e este continua gastando bem, para manter o exibicionismo. (E eu que achava que o risco seria que uma faísca caísse no rosto de um cliente. A palavra tragédia ganhou outra dimensão. Como fui tolinha!).
Os seguranças normalmente são terceirizados, e mesmo bem mal pagos, muitas vezes tiram desse tipo de atividade seu sustento. Deixar um cliente sair sem pagar pode colocá-lo nas estatísticas de desemprego no país na próxima semana. Fora que o segurança da portaria fica na porta a noite toda, não tem como saber o que ocorre dentro da casa. A não ser que se utilizem rádio para comunicação, fato pouco frequente. Por isso as pessoas seriam barradas na porta em um primeiro momento.
Alarme de incêndio? Sinceramente, nem sei se é obrigatório, já que ele só pode ser ouvido se a música pára. Em um ambiente com um som mais baixo, até poderia funcionar, mas no som ensurdecedor de uma casa noturna? Julgo ser impossível.
Alguns depoimentos citam uma possível superlotação no local. Alguém pode imaginar quantas vezes meus gerentes queridos superlotaram o estabelecimento? O atual gerente do meu marido nunca diz a ele o real número de clientes na casa, pois ele é o responsável por barrar a entrada de mais pessoas. O lucro é garantido, a segurança manda um abraço.
Ter vários ambientes é visto como algo maravilhoso, fato sempre citado nos sites destes estabelecimentos, mas faz com que uma casa noturna se torne um verdadeiro labirinto. Os clientes que saíram de lá no domingo passado, antes de chegar à saída, passaram por outra porta, bem estreita, que delimitava o primeiro ambiente (ao qual quem estaria na rua/portaria teria contato).
Quanto ao alvará, inúmeros são os locais que não o possuem ou não conseguem renová-lo, mas permanecem funcionando. Isso acontece pois a multa decorrente pode ser paga tranquilamente (quando ocorre a rara fiscalização), e o lucro de uma noite é grande.
Luzes de emergência e sinalização na saída já vimos bastante, digamos que na metade dos locais em que estivemos.
Lola, tudo isso nós consideramos comuns, baseados somente nos locais em que eu e meu marido trabalhamos. Algumas, sendo consideradas as casas noturnas mais badaladas de Porto Alegre e litoral gaúcho. Podem haver muitas exceções por aí, mas os erros da Kiss se repetem em muitas, muitas outras.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

COM TRAGÉDIA NÃO SE BRINCA

...mas ainda não avisaram certas pessoas

Ontem foi um domingo deprimente. Assim que liguei o computador, a primeira coisa que vi foi a hashtag #ChupaNordeste no Twitter. Parece que foi uma brincadeira com a seca terrível e insistente, a pior dos últimos trinta anos, que anda fulminando a região. Tweets preconceituosos contra o Nordeste e nordestinos são comuns. Toda semana tem um. Mas rir da seca é dose. 
Embora esse desastre climático não esteja afetando tanto as pessoas quanto em outras épocas (graças ao Bolsa Família que a mesma galera do #ChupaNordeste condena), ela faz rios e lagos desaparecerem, muda a vegetação, e causa a morte de milhares de animais. Em dezembro fui de carro de Fortaleza pra região oeste do Estado, e, em janeiro, pra região leste, chegando até o Rio Grande do Norte. Nunca vi tanto cavalo, jumento, bode, boi atropelado (pra não falar dos cães e gatos). Acho que eles, famintos, tentam atravessar a estrada pra conseguir grama e água do outro lado, e são surpreendidos por automóveis.
Mas não é só isso. Em alguns trechos da estrada mal dá pra respirar, porque o cheiro de carniça é forte, um cemitério a céu aberto. E os animais que teimam em sobreviver estão magérrimos, com todas as costelas aparecendo. Um cenário desses não tem graça nenhuma.
A outra tag que vi no Twitter ontem foi sobre a tragédia na boate em Santa Maria, RS, o segundo maior incêndio na história do país em número de vítimas (só perdendo para o incêndio num circo em Niterói, em 1961, quando morreram 500 pessoas). Muita, muita dor. Boa parte das vítimas era estudante da UFSM.
Conheço várias cidades gaúchas; Santa Maria ainda não é uma delas. Mas, durante os sete anos que dei aula de inglês em Joinville, tive inúmeros alunos engenheiros que haviam se formado na UFSM. E, recentemente, fui convidada para dar uma palestra lá, em março, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Então a tragédia doeu como se eu conhecesse cada uma das 233 pessoas mortas. Me afetou pessoalmente. 
Como tanta gente, estou chocada. E exijo, além da adoção de medidas para que esses acidentes criminosos não aconteçam mais, a punição dos culpados. Como pode alguém disparar um sinalizador num lugar fechado? Os seguranças bloquearam a única saída da boate? O extintor de incêndio não funcionou? Onde ficava a saída de emergência? O alvará de funcionamento estava vencido? A luz de emergência não funcionou, gerando ainda mais pânico? Há muitas outras questões, e quero resposta pra todas.
As 650 pessoas que sigo no Twitter (ou seja, minha timeline) foram exemplares. Não houve sensacionalismo nem piadas, só comoção e revolta. Mas elas também informaram, indignadas, que havia muita gente fazendo brincadeira com a tragédia. Como assim? Tão cedo? No mesmo dia? Será que essa gente não compreende a definição do Mark Twain, de que humor é tragédia mais tempo? E que não deu tempo ainda pra se acostumar com a ideia? Claro, a gente pode se perguntar quanto tempo precisa passar pra que seja aceitável tentar fazer rir em cima da morte de jovens por asfixia e queimaduras. Dias? Semanas? Meses? Nunca?
Fora a turma do “foi merecido, os jovens deveriam estar em casa, não em festas” e do castigo divino (que, imagino, devem ser da mesma turma -– e eles não estavam brincando), teve humoristas amadores que criaram frases como “festa em Santa Maria pega fogo”, “gaúchos queimaram rosca em boate”, “gaúcho gosta de churrasco”, “hoje eu vou fritar na balada”, “pena que meus ex não frequentavam a Kiss”, além de coisas relacionadas a 233 tons de cinza, sujeito dizendo que iria se mudar pra Santa Maria porque agora teria vaga numa universidade federal, e os prints que leitorxs me enviaram pra ilustrar este post.
Interessante foi ver a atitude muito séria de humoristas profissionais, divulgando endereço de hemocentro, pedindo doações, soando como os melhores samaritanos. Ué, mas não eram eles que se vangloriavam de ser possível fazer piada com tudo? Não são eles que pregam que não há limite pro humor? Não são eles que insistem que é só uma piada? (aliás, um leitor me mandou ontem esta imagem chamando de estuprador um famoso comediante brasileiro de stand up, mas tudo bem, ninguém deve se ofender, porque é só uma piada). Por que, na tragédia de Santa Maria, esses humoristas que fazem piada com estupro, racismo e holocausto cederam o palco pra amadores? Ou é muito cedo?
Uma das piadas no Facebook
Não, não quero que eles se juntem aos humoristas amadores e passem a tuitar “chistes” como “Promoção: Necrofilia liberada a noite inteira”. Eu só queria saber onde está o limite. Se eles fizessem uma piada dessas, quantos de seus milhões de seguidores aplaudiriam? Quantos se ofenderiam? Quantos ficaram frustrados que seus comediantes de estimação não aproveitaram a tragédia pra arrancar algumas risadas?
Tweet de humorista amador
Ou será que um incêndio numa boate é mais trágico que o estupro de mulheres? E se fosse um incêndio numa boate gay, haveria piadas? Conhecendo os alvos habituais desses humoristas, minha aposta é que sim.
Mas é só uma conjectura. De certeza mesmo, só o repúdio de quem acha que com certas coisas não se brinca a quem não tem a menor empatia pelo sofrimento alheio. E a solidariedade a todas as vítimas, de todas as tragédias, inclusive as mais cotidianas. Sempre. 
Charge infeliz do cartunista Chico Caruso, criticando Dilma.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

DUPLA TRAGÉDIA

Fiquei muito comovida com esse caso que aconteceu no Rio no sábado retrasado. Uma menina de cinco anos caiu da janela no quinto andar do prédio e morreu. Os pais foram presos em flagrante e soltos dois dias depois, para responder em liberdade e, entre outras coisas, enterrar o corpo da filha. Serão julgados por abandono de incapaz seguido de morte, cuja pena vai de quatro a doze anos de prisão.
A cada notícia que eu lia sobre o caso, mais dúvidas se formavam na minha cabeça. É impressionante como a gente tenta compreender histórias de notícias que trazem poucas (e desencontradas) referências. Por exemplo, assim que li “prédio no Rio”, pensei: família de classe média. O jornal nem explicava direito onde era esse prédio. O caso Isabella Nardoni apareceu rapidamente na minha cabeça, mas também se foi num raio (afinal, Isabella foi atirada de um prédio, enquanto essa menina do Rio, Rita, caiu. Totalmente diferente). Uma primeira notícia dizia que os pais estavam numa festa julina e deixaram Rita, sozinha, no apê. Depois eu li que a tal festa era no térreo do próprio prédio. E finalmente que não é que os pais estavam na festa, eles só foram lá buscar as outras duas filhas, mais velhas (quer dizer, mais pra frente as matérias abandonam o pai e se concentram apenas na mãe, o que é sintomático).
As câmeras do edifício filmaram tudo, e é uma tragédia. A menina, que estava na festa, com os pais, pediu para ser levada para cima, pois estava com sono. Já no apê, ela deve ter acordado pouco depois, já que há imagens de objetos caindo na portaria do prédio (mochila, edredon; numa reportagem inicial, falava-se de uma tesoura). A rede de proteção estava danificada - havia sido queimada, meses atrás, por um ferro de passar roupa. A câmera do elevador mostra a mãe chegando com a outra filha no apartamento. 38 segundos depois que a menina havia caído. Ela ficou sozinha entre 13 e 19 minutos (as fontes variam).
O que mais me chamou a atenção foi: por que o casal foi preso? Tudo bem, é a lei. Eles falharam em “abandonar” (uma palavra forte demais) a filha durante alguns minutos. Mas é também uma fatalidade, um acidente terrível, e esses pais devem estar sofrendo horrores. Serem tratados como criminosos num caso em que eles são as segundas maiores vítimas me parece cruel. E foi aí que eu comecei a rever minhas impressões. Decidi que não havia chance d'esses pais serem ricos ou sequer de classe média alta, porque, imagino, numa situação dessas pais desesperados podem até ser autuados, mas presos?! Pouco depois vi uma imagem dos pais na TV. Eles não são brancos! E, sim, são classe média baixa. O prédio fica nos subúrbios. Pode ser marcação minha, mas eu não pude parar de pensar - se eles fossem mais branquinhos e mais endinheirados, seriam presos após uma tragédia dessas?
Depois eu vi uma matéria sobre o enterro, mostrando o desespero da mãe, e só pude chorar junto. Porque não dá pra não empatizar com pais que perdem seus filhos. Ainda mais pais que vão passar o resto da sua vida se culpando por isso.
Como todo mundo tá cansado de saber, não tenho filhos. Mas isso não impede que eu pense em questões como “Com que idade pode se deixar um filho sozinho em casa?”. Sempre me parece um exagero que não se possa deixar crianças pequenas sozinhas nem por cinco minutos. Pô, cinco minutos é o tempo de ir ao banheiro! É só virar de lado pra um acidente horroroso acontecer? Mas, claro, sei perfeitamente que esses pensamentos só me vêm à mente por isso mesmo - porque não tenho filhos. Sei que, se os tivesse, a resposta óbvia seria que não dá pra deixar crianças sozinhas nunca. E que vale qualquer sacrifício pra proteger os filhos de desastres que, infelizmente, em boa parte das vezes eles mesmos causam. O número de acidentes domésticos é incrível, e o mais recorrente é uma simples queda no chão. Eu e o maridão falamos nisso de vez em quando, nisso da fragilidade da vida. Ele, mais pessimista, crê que é uma questão de pura sorte que mais acidentes não aconteçam o tempo todo. Quando eu vejo mães (são quase sempre mães) carregando seus bebês de colo no ônibus, penso como tudo é frágil. E se ela tropeça e derruba o bebê? E se alguém esbarra nela sem querer e derruba o bebê? Claro que existe a chance de nós mesmos, adultos, cairmos, bater a cabeça, e morrer, mas uma criança parece tão mais frágil.
Se eu acreditasse nessas coisas, diria que gente com filhos precisa ter um santo muito, muito forte.