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domingo, 31 de dezembro de 2023

2023 FOI ÓTIMO, E 2024 SERÁ AINDA MELHOR. FELIZ ANO NOVO!

Eu sempre digo que todos os anos são bons pra mim, porque costumavam ser. Mas a verdade é que 2020 e 2021 foram péssimos também no âmbito pessoal. Sobrevivemos à pandemia e ao pior governo da história do Brasil. 2023, com Lula de volta reconstruindo o Brasil, com todos os índices econômicos apontando grandes melhoras, foi excelente.

2023 deve ter sido meu ano mais saudável em décadas. Em fevereiro comecei a fazer hidroginástica e no mês seguinte arrastei o maridão, que também era sedentário. Fazemos três vezes por semana e adoramos. Ano que vem queremos fazer todos os dias. Também comprei uns micro halteres pra poder fazer um tiquinho de musculação quando danço em casa. Preciso dançar mais em casa. 

Além dos exercícios, comecei a tomar remédios pra diabetes (sou pré-diabética há anos; o maridão, que é magro, também), pra pressão e pra colesterol. Odeio tomar remédios. Até o ano passado eu não tomava nada, mas, com a idade (56 anos), os problemas vão aumentando. Desde julho estou com acompanhamento médico mais constante pelo SUS através do hospital universitário, o que, pra uma pessoa sem plano de saúde, é um luxo. Estou bem, não sinto qualquer dor, mas, como ainda planejo viver muito, preciso ir me preparando pra uma velhice mais saudável. E tenho que melhorar minha mobilidade (subir e descer escadas não é mais tão fácil). 

Sei que o blog está devagar-quase-parando, e já aviso que 2024 provavelmente será seu último ano. Estou cansada, sonho com a aposentadoria (que ainda vai demorar, apesar de em março ou abril, pelos meus cálculos, eu completar trinta anos de contribuição), e gostaria de parar de trabalhar em 2025. Quando eu parar, talvez eu pare com tudo e só descanse. Imagino que deve ser muito bom viver quando todo dia é um feriado, não? É o quero. Se vou conseguir, e quando, é outra história. 2025 é o plano pra começar essa nova etapa na minha vida.

Então espero que 2024 ainda seja um ano de muito trabalho, um ano com saúde, bom pra guardar dinheiro (fundamental se planejo parar de trabalhar em breve). Estou devendo um livro, que tem que sair em 2024!

E pra você, como foi seu 2023? E o que você espera pra 2024? Torço para que seja um ano incrível! (e lembre-se: hoje e sempre, nada de fogos, por favor! Ninguém precisa de barulho e pólvora pra comemorar alguma coisa).

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

MINHA RETROSPECTIVA 2019: 2020 SERÁ AINDA MELHOR!

O primeiro -- e, esperamos, último -- ano do desgoverno Bolso foi uma tragédia pra lá de anunciada. Não vou fazer uma retrospectiva de 2019 aqui porque qualquer pessoa sensata sabe o horror que foi. 
Só pra dar um exemplo: no âmbito ambiental, foi o pior ano da história brasileira, com desastres sem precedentes: o rompimento da barragem de Brumadinho, queimadas na Amazônia (com direito a anoitecer à tarde em SP), e vazamento de óleo em todo o Nordeste. Em todos os casos, a total falta de preparo do pior governo da história, que continua caprichando (como fez na campanha eleitoral fraudulenta) na mentira e na manipulação da informação.
2019 foi horrível, e o Brasil não vai melhorar enquanto os milicianos não forem defenestrados do poder pra nunca mais voltar. Resta saber quando isso vai acontecer, se o país conseguirá sobreviver até lá, e se será possível reconstruir tudo que está sendo destruído sem a menor parcimônia. 
Ainda assim, o meu ano, pessoalmente falando, foi muito bom. Nenhuma surpresa -- todos os meus anos são bons. Tenho saúde, tenho amor, tenho um emprego bacana. Não falta nada.
Em 2019 me licenciei da UFC por um ano para fazer pós-doutorado na Universidade Federal de Alagoas. 
Eu e Ildney no ótimo restaurante Bodegas do Sertão, em Maceió, março 2019
Foi uma experiência maravilhosa, que me fez criar vínculos com muita gente incrível que eu não conhecia. Não produzi tudo o que eu queria, mas ainda vou, tenho fé. 
Protesto pela educação em Maceió
Minha supervisora, Ildney Cavalcanti, além de ser uma referência internacional em distopias e utopias, é uma das melhores pessoas que já conheci na vida, e espero que nossa amizade e nosso trabalho em conjunto seja pra sempre. Agora vou pra Maceió passar uma semana lá, e levarei o maridão, porque quero que ele também conheça a família formidável com quem tive o prazer de conviver. 
Palestra na ESPMU, Brasília, agosto
Ainda tenho que acabar de escrever um livro, que será publicado ano que vem pela Editora Planeta. Já tem título: Ingrata, Louca, mal amada -- o guia de uma guerreira contra o machismo. E todos os capítulos bem delineados. Só falta entregar! 
Com uma turma animada na Escola
Comum, em São Paulo, em novembro
Foram mais de 35 palestras em todo o Brasil em 2019, em Fortaleza, Maceió, São Luís, São Paulo, Quixadá, CE, Maracanaú, CE, Pau dos Ferros, RN, Caetité, BA, Brasília, Rio de Janeiro, São Cristóvão, SE, Blumenau, Florianópolis, Ponta Grossa, e Curitiba (espero não estar esquecendo nenhuma cidade).
Com guerreiras feministas em Curitiba, em agosto
Perdi as contas de quantas entrevistas dei para os mais variados veículos da mídia (perdi mesmo, porque o arquivo no Word em que anotava tudo deu tilt; felizmente a maior parte ainda está no meu currículo Lattes).
Meu trabalho teve bastante reconhecimento. Em abril recebi a Comenda Socorro Abreu, uma homenagem a mulheres de destaque no Ceará. O projeto para que me torne Cidadã Cearense foi aprovado na Assembleia Legislativa do Ceará, agora só falta marcar a data de cerimônia. Também fui homenageada pela defesa dos direitos das mulheres numa sessão solene na Câmara dos Vereadores de Santana do Cariri, em setembro. 
E fui indicada a um prêmio internacional, o prêmio Coragem de Liberdade de Imprensa do Repórteres sem Fronteiras. Não ganhei, mas só ser indicada já é uma grande honra (foi só a terceira vez que uma brasileira foi indicada). E o fato de duas vencedoras (são quatro categorias) não terem conseguido permissão para ir a Berlim para a cerimônia de premiação já mostra que elas precisavam do prêmio mais do que eu. 
Meu bloguinho tá meio parado (faz anos que não meço mais número de visitas), e sinto falta de uma caixa de comentários vibrantes, mas persisto, e agora em janeiro o Escreva Lola Escreva completará doze anos de existência. Em compensação, meu Twitter está a todo vapor. Não faço a menor ideia de quantos seguidores tinha no começo do ano. Agora estou com 107,8 mil, uma multidão. Em março ou abril minha conta ganhou aquele selinho de "verificada", o que a tornou um pouco menos vulnerável a ataques. 
Por falar em ataques, 2019 foi um pouco mais tranquilo que os anos anteriores, já que vai fazer dois anos em maio que o líder da quadrilha criminosa que jurava destruir minha vida foi preso. Infelizmente, as ameaças quase que diárias continuam, mas, pra variar, não me afetar nem um pouco. 
Este ano comecei um canal no YouTube, o Fala Lola Fala
Não levo muito jeito pra coisa e tenho bastante preguiça, mas, graças à generosidade de vocês, o canal chegou rapidamente a 10 mil seguidores (algo que demora muito pra chegar, dizem). Vou continuar com ele. Tenho planos para entrevistas gente legal, especialistas em várias áreas. Só falta tempo e tecnologia. 
Com Silvo em Aracaju, início de 2019
Bom, pessoas queridas, tenho certeza que tinha muito mais pra contar, mas agora preciso começar a preparar a ceia do reveillon, com a ajuda do maridão (falando nele, façam da sua resolução de ano novo ter aulas de xadrez com ele. Pode ser pela internet! Interessadxs, escrevam pro email silviocunhapereira@gmail.com). O pavê eu fiz ontem e tá descansando na geladeira. 
Tudo de ótimo pra vocês! Tomara que, individualmente, 2019 não tenha sido tão terrível com vocês. E que 2020 (adoro esse número redondo) seja melhor. Se depender de nós e da nossa luta incansável, Bolsonaro vai cair em 2020, como promete a tag de hoje. Feliz ano novo, todxs vocês que fazem meus dias mais alegres e bem informados!

sábado, 31 de dezembro de 2016

2016: UM ANO TERRÍVEL PRO BRASIL E PRO MUNDO, MAS PESSOALMENTE BOM

Desculpem o blog meio abandonado (alguém notou? Tá todo mundo viajando?), sem posts há dias. Faz tempo que quero escrever esta retrospectiva pessoal de 2016, mas o desânimo me pegou forte, aliado a uma boa dose de preguiça.
Que 2016 foi péssimo pro Brasil e pro mundo, não resta a menor dúvida. Só reaça que tá feliz, porque foi o ano deles: golpe no Brasil, derrubada de um governo mais ou menos de esquerda (muito menos do que queríamos) que os entreguistas não conseguiam tirar no voto, aquela vergonha internacional dos deputados da Câmara agradecendo a deus e à família ao votar o impeachment, a instalação de um governo golpista que está vendendo o país, com todo o Congresso e Judiciário como cúmplices, aprovação da PEC da Morte, que vai congelar o futuro de toda uma geração... No mundo, eleição de uma caricatura do ódio como Trump, Brexit, a morte de um ícone, Fidel,  e mais uma lista infindável de tragédias.
Lembram de tudo que a gente reclamou de 2015? Em comparação a 2016, foi um paraíso. Se alguém faz em dezembro de 2015 tivesse previsto tanta barbaridade pra 2016, seria tachado de lunático pessimista. Olhando por esse ângulo, não tem como 2017 ser pior! (tem?).
Então é óbvio que eu e todas as ativistas que conheço estamos desanimadas. Mas agora é a hora de lutar mais do que nunca. 
Sei que não podemos abandonar o barco. Se antes o nosso trabalho já era importante, agora é imprescindível! 
O irônico é que, ainda que o ano tenha sido péssimo pro planeta, pra mim, em nível absolutamente individual, foi muito bom. É que minha vida é tão boa, sou tão privilegiada, que todos os anos são bons. 
Não vou fazer uma retrospectiva do blog (isso eu deixo pro final de janeiro, quando o bloguinho completa nove anos de vida), mas trabalhei muito, fiquei cansada, preciso recompor as energias. Dei 34 palestras e 50 entrevistas, participei de dez bancas, tive artigos meus publicados em excelentes livros -- Golpe 16, editado por Renato Rovai, e Você Já é Feminista, organizado por Nana Queiroz, dois queridos.
Conheci gente muito especial, finalmente conheci Teresina (não vou negar: é quente mesmo, vocês não estavam exagerando), voltei a Florianópolis e Porto Alegre, estive em Natal duas vezes... Tudo isso a trabalho.
Praticamente não tive férias, porque substituí na coordenação do curso uma colega que precisava sair de férias (se não ela perdia). Mas aproveitei cada feriado para viagens curtas e próximas: Silvinho e eu fomos a Cumbuco, Porto das Dunas, Caponga, Sabiaguaba, e um pouco mais longe, em julho (Jericoacoara, Quixadá e Guajiru, tudo no Ceará). 
Como ficamos mais por aqui, economizamos bastante. Ganhamos bem, guardamos muito. Meu projeto é parar de trabalhar em 2023, quando eu tiver 55 ou 56 anos e o maridão, 65. Sei que agora com a reforma da previdência do golpista ninguém mais poderá se aposentar, mas o plano é que a gente se aposente por conta própria. Não sei se vai dar certo, mas a nossa parte (guardar dinheiro toda a vida) a gente vem fazendo. O que não é tão difícil, considerando nossa índole pão dura miserável economicamente responsável.
O melhor é que minha saúde está ótima! Contrariando o pessoal que quer ver o meu cadáver (incluindo um médico reaça que nunca me viu mas deseja que eu morra de câncer), eu começo 2017 melhor que comecei os últimos três anos. Certo, ainda estou com esteatose (gordura no fígado, diagnosticada em 2012), mas todos os meus índices deram uma melhorada. 
E eu estava com ovários gigantes. Minha ginecologista até recomendou que eu tirasse tudo (útero, ovários, como eu não tava usando mesmo), e sabem o que eu fiz? Nada. Simplesmente fugi dos exames em 2015 (sou irresponsável, eu sei. Homens fazem isso o tempo todo e ninguém reclama). Agora em 2016 fiz todos os exames possíveis e tudo voltou ao normal. Não tenho mais ovários gigantes! "Você está ótima", disse o médico que fez os ultrassons. 
Já falei a vocês que comecei a tomar suco verde todo dia. Agora faz dois anos e meio. Esse hábito saudável (que o maridão, que ama sucos, adora) certamente contribuiu para baixar meu colesterol e tudo o mais. Estou acostumada com o suco. Agora estou tomando também uma ou duas xícaras de chá verde para apressar o metabolismo.
Em 2016 passei a comer legumes e verduras assadas diariamente, no almoço. E vi que não é nenhum sacrifício. Eu até gosto! (tomates, cebolas, cenouras, abóbora, vagens, espinafre, e pimentão. Berinjela eu comprei uma vez mas vieram as três bichadas, aí desisti). Isso foi sugestão de uma nutricionista super carinhosa. No primeiro semestre, a UFC ofereceu a seus servidores um curso de Reeducação Alimentar, coordenado por duas nutricionistas, professoras da universidade. Eu fiz o curso e aprendi muito. 
E pude conversar numa boa com a melhor nutricionista que já conheci (não que eu tenha conhecido muitas, acho que só duas antes dela, mas ela é fantástica, ela te incentiva, não te cobra). Durante uns três ou quatro meses, consegui parar com o chocolate (só no final de semana), fiz ginástica em casa (eu danço "I Will Survive" e outras músicas dançantes pra aquecimento e depois faço esteira, que eu acho um saco, escutando In Defense of Food, do Michael Pollan, no Kindle). Perdi seis quilos. No segundo semestre eu voltei a comer chocolate com mais assiduidade, mas mantive o peso a menos. Agora pra 2017 minha resolução é parar com o chocolate. A indústria está colaborando comigo, ao reduzir todas as barras para menos de 125 gramas (eu sou da época que elas tinham 200 g!), mas mantendo o preços nas alturas
Um dos meus maiores desejos para 2017 é que alguns mascus sejam presos. Vamos ver se agora vai! Acho que só contei no Twitter, e não posso falar muito, mas três dias antes do Natal mandaram ameaças ao reitor da UFC dizendo que, se eu não for exonerada, acontecerá um atentado na universidade. Portanto, o reitor deveria escolher entre despedir o "demônio imundo" (euzinha) ou "passar uma semana recolhendo pedaços de corpos e enterrando centenas de mortos". Fiquei sabendo que ameaças parecidas foram feitas em duas faculdades particulares em outros dois estados, com outros dois professores.
Agora a polícia acordou, e mascus estão sendo investigados por terrorismo. Parece que, no Brasil, tudo bem ameaçar de morte, estupro e tortura várias mulheres e meninas, principalmente feministas, já que misoginia não é crime. Mas terrorismo é. E é o único crime em que você não precisa realizar pra configurar crime -- só a ameaça já é crime, pela nova lei anti-terrorista, aprovada este ano. Fui depor na Polícia Federal anteontem e dois agentes da Abin (Inteligência Brasileira) vieram conversar comigo aqui em casa ontem. Não posso revelar mais nada pra não atrapalhar as investigações, mas agora estou um tiquinho mais otimista de que esses criminosos não ficarão impunes.
Vamos ver. Não tenho esperanças que em 2017 o Brasil saia da encrenca abismal em que se meteu. E vejo os pregadores de ódio cada vez mais entusiasmados, mais abertamente preconceituosos. Mas, da minha parte, vou continuar lutando. Venham comigo! Vamos juntxs!
(Amanhã eu incluo algumas imagens e links. Agora tenho que cuidar da ceia do reveillon! Uma ótima passagem de ano pra vocês).

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

ATÉ JÁ, ANO QUE VEM

Putz, ia fazer um post com minhas resoluções de ano novo e antes fui ler os planos que escrevi para 2014 e 2015 e... minhas resoluções são idênticas às de dois anos atrás. Não é triste?
O que isso quer dizer? Que eu não fiz praticamente nada que disse que iria fazer. Tenho que dar um jeito nisso daí em 2016.
Também pode querer dizer que minha vida é tão maravilhosa que não precisa mudar nada. E em parte é, sim. Mas minha saúde realmente precisa melhorar.
Fui diagnosticada com esteatose (gordura no fígado) em 2012, e o que eu fiz de lá pra cá pra reverter isso? Bom, tirando um breve período naquele mesmo ano de comidas mais saudáveis, e tirando o fato de que passei a tomar suco verde todos os dias de manhã deste agosto de 2014, nada. Absolutamente nada. Nada de exercícios, nada de parar de comer chocolate, o único vício que eu tenho.
Infelizmente, parece que chega uma idade em que não dá pra ficar empurrando. Estou com 48 anos. Mas fechei 2014 com uma série de diagnósticos bastante preocupantes: além da esteatose, aumento da taxa de glicemia e colesterol (que sempre foram razoáveis), ovários gigantes sem explicação, dentes problemáticos (precisando de dois implantes). E aí o que eu fiz em 2015 pra tentar resolver tudo isso? Não pisei num consultório médico/ odontológico.
Ok, ok, eu sei que sou uma irresponsável! Mas é que eu me sinto muito bem. Não sinto dor alguma. Não tenho dor de cabeça, não fico gripada, não fico abatida, não tenho insônia, não tomo absolutamente nada (fora um ou outro laxante uma vez por mês, por aí). Não devo ter engolido uma só aspirina em todo 2015. E aí eu penso: ir ao médico, fazer mais uma bateria de exames, não é procurar sarna pra me coçar?
Não respondam! Eu sei que estou errada. Mas é que eu olho pro maridão, que tem dez anos a mais do que eu e problemas mais evidentes (os pés dele doem às vezes), vejo que ele também não foi ao médico ou dentista nem uma vez no ano, e penso: por que eu tenho que ir e ele não? Mas sei que devo ir, e prometo que irei já no começo de 2016. E prometo que vou parar de comer chocolate e andar na minha esteira.
Ah, e tem a minha visão! É chato ficar velhinha. Agora preciso usar óculos pra praticamente tudo que faço perto. Por exemplo, estou usando óculos agora, ao escrever no computador. Antes não era assim!
Na realidade, eu fiz até um trato com meu amigo Robertinho em outubro. Ele estava enrolando um monte pra escrever e defender a dissertação de mestrado, e eu estou enrolando tudo que posso para tratar de problemas que obviamente não vão desaparecer sozinhos, só se agravar. Então nosso trato foi que cada um enfrentasse o que tivesse que enfrentar. Claro que de lá pra cá eu não fiz nada (consegui ficar sem chocolate uma semana), e ele muda de assunto quando eu pergunto "Como está sua dissertação?"
Sem contar a questão de saúde, que não está bem apesar de eu me sentir muito bem, o resto está ótimo. Silvinho e eu continuamos nos amando, depois de tanto tempo (25 anos e meio!). Conseguimos viajar mais juntos em 2015, mas ano que vem vai ser fogo. Isso porque terei poucos dias de férias em todo 2016, e só em julho. Terei que substituir uma colega na coordenação em fevereiro (quando a universidade estará em recesso), porque senão ela iria perder as férias de 2015! Então ficarei com 20 dias de férias para 2017.
Isso nem é tão terrível (se não considerarmos o lado financeiro, que é que não dá pra pedir adiantamento de metade do décimo-terceiro para o início do ano, e nem sei quando as férias serão pagas) porque, por causa dos dois meses de greve em agosto e setembro, em 2016 minhas férias não coincidiriam com as do maridão, o que nos impediria de viajar. Vamos ter que aproveitar qualquer feriado mais prolongado pra escapar juntos.
O trabalho vai bem, mas meu departamento de Letras Estrangeiras é o mais atarefado de toda a UFC, pelo que me disseram. Agora em 2016, assim como este ano, cada professor da unidade de Inglês dará 16 horas de aula, em média. É muito difícil dar tantas horas de aula e ainda pesquisar, publicar, orientar, oferecer curso de extensão, assumir postos de coordenação e representação, dar palestras, participar de reuniões etc etc etc.
Agora em março eu vou passar pela minha terceira progressão funcional e com certeza irei pra categoria de Adjunto IV. Não é difícil passar de uma classe pra outra (por exemplo, de Adj III pra IV). Sou representante do meu departamento no Conselho de Centro e passamos várias reuniões discutindo a pontuação que seria usada. Tipo: eu não gosto que o máximo de pontos que você pode ganhar pra palestras é um total de 240 para seis palestras. Eu dei 50 palestras entre 2014 e 2015, mas só seis contam. Enfim, tudo bem, só precisa de 700 pontos pra passar pra Adjunto IV, e eu calculo que terei mais que o dobro necessário.
Porém, entre 2016 e 2018, vou ter que me empenhar mais que o de sempre para assim passar de adjunto para associado, em março de 2018. E o principal é que terei que publicar muito mais. E isso precisa começar agora, já, em 2016. 
Renovei meu projeto de pesquisa em análise de gênero através de cinema e literatura, porque não encontrei tempo de escrever o livro que queria. Portanto, nos quatro próximos semestres, vou abrir mais quatro cursos de extensão (vocês estão convidadxs!). Mas agora, em 2016, eu realmente gostaria de publicar um livro sobre aceitação do corpo. Vou ver se em fevereiro, mês em que não darei aula, dá pra organizar tudo e escrever. E aí encontrar uma editora.
Tudo isso só dará certo se eu passar muito menos tempo na internet e mais tempo na "vida real". Vou continuar com o blog, lógico, mas preciso me afastar ao máximo daqueles que estão nas redes sociais pra atacar, xingar, ameaçar. Não vou parar de combatê-los, só que... um pouco menos?
Hoje não é um bom dia pra escrever. 
Fiquei arrasada com a notícia que li: ontem ao meio dia, Vitor, um menino indígena de 2 anos de idade, foi degolado em frente à rodoviária em Imbituba, SC (um estado que amo e conheço bem, pois morei lá quinze anos, antes de me mudar pra Fortaleza. Vítor estava ao lado dos pais. O suspeito, um ex-presidiário de 24 anos, foi capturado pela polícia e identificado pela mãe do menino e por dois taxistas. 
Este site do Conselho Indigenista Missionário aponta que o suspeito pode ser neonazista. O Zero Hora diz que é um cara "incomodado com a presença dos índios". Ainda não se sabe muito, mas impressiona que a mídia ainda não esteja falando deste caso bárbaro. Tem que falar como se fosse o Galdino.
Algo tão hediondo tira todo meu eixo, minha perspectiva, minhas expectativas. 
Não seria incrível se 2016 fosse um ano sem índios mortos, sem feminicídios, sem estupros, sem violência de qualquer tipo?
Depende (também) da gente.
Bom, pessoas queridas, uma ótima passagem de ano e vamos torcer pra começar 2016 com o pé esquerdo, que esquerda é melhor.