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sexta-feira, 10 de maio de 2024

A EXTREMA-DIREITA ALAGA O RIO GRANDE DO SUL COM MENTIRAS

300 cidades no Rio Grande do Sul em estado de calamidade, 107 mortos (no mínimo), centenas de desaparecidos, bairros inteiros alagados, milhares de desabrigados. É o pior desastre da história do estado. Mas não é um desastre natural. É um desastre previsto. 

Os cientistas vêm avisando há anos das consequências do aquecimento global e das mudanças climáticas. Políticos de direita são negacionistas e acham que os avisos são mimimi de ONGs ambientais. Quando acontece uma tragédia dessas -- e elas vêm ocorrendo com uma frequência cada vez maior --, ora dizem que "não é hora de apontar culpados" (como, por exemplo, o prefeito bolsonarista de Porto Alegre, ou o governador Eduardo Leite, do PSDB, também apoiador do pior presidente de todos os tempos), ora culpam o (atual) governo federal.

Uma tragédia sem precedentes dessas deveria unir o país. Vemos milhões de pessoas doando, ajudando, resgatando animais e gente, mas também vemos quem se aproveita (como abusadores que agem em abrigos de mulheres e crianças, ou prefeitos que decretam estado de calamidade onde isso não ocorre). O pior do ser humano, mais uma vez, é manifestado pela extrema-direita, tão acostumada a transformar medo em ódio, a semear pânico através de fake news.  

Tal como na pandemia, a enxurrada de mentiras sobre o desastre no Rio Grande do Sul vem da turma bolsonarista, com consequências caóticas. As fakes servem para lacrar e lucrar, mas também como um aquecimento para o que esse espectro político nefasto pretende fazer nas eleições municipais. Precisam ser parados! É necessário que haja uma legislação que puna as mentiras (que são sempre intencionais: é um método). 

Bolsonaristas tentam vender a mentira deslavada que as empresas privadas estão salvando (não destruindo) o Brasil. Tratam o véio da Havan como herói, embora muitas de suas lojas sejam construídas em terrenos que desrespeitam normas ambientais. Outro exemplo é a Grendene, que doou 2 milhões de reais para a campanha de Bolso nas últimas eleições. Esta semana, a empresa gaúcha enviou a seus funcionários a sugestão de que doassem suas cestas básicas para os desabrigados. 

Como explica Daniela Lima, há três grandes eixos de fake news sendo criados e espalhados pela extrema-direita: 1) inação do Estado (civil salva civil; tem como alvo os militares, numa espécie de vingança por não terem aderido ao golpe de 8 de janeiro); o governo, em especial o federal, não serve pra nada, 2) não só o Estado não faz nada, como atrapalha (impede caminhões de seguirem viagem, não deixa lanchas e jet skis circularem etc), 3) pânico econômico (vai faltar alimentos no Brasil, principalmente arroz).

E quem está mentindo e pode ser processado civil e criminalmente por isso? Ué, os mesmos de sempre.

Ou seja, não é só que a extrema-direita não está ajudando. Está atrapalhando mesmo. Chama-se sabotagem, e faz parte do seu projeto de destruição. Aqui temos um vídeo curto mas fundamental pra refrescar a memória. Bolso e seu sinistro do meio ambiente passaram a boiada e deu no que deu! Não podemos deixar que parlamentares da direita sigam arruinando o país e o mundo. Deputados e senadores continuam aprovando e propondo projetos que só fazem mal ao meio ambiente, como flexibilizar o uso de agrotóxicos, ampliar o desmatamento, diminuir a fiscalização. 

O clima já mudou. O nosso Congresso continua igualzinho (aliás, cada vez pior). 

Esta tragédia no Rio Grande do Sul é mais uma prova de que bolsonarismo mata mesmo.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

PRIVATIZA QUE DÁ CERTO

Ontem às 13h15 a mina 18 da Braskem rompeu sob a lagoa Mundaú, próxima ao bairro Mutange, em Maceió. Imaginem os prejuízos para a fauna e a flora no local. 

Esta é apenas uma das 35 minas que a Braskem mantém em Maceió, transformando a cidade num queijo cheio de buracos. A empresa, que extrai sal-gema, começou a funcionar nos anos 1970, durante a ditadura militar.

Desde 2018, a capital de Alagoas já teve 60 mil pessoas afetadas e 14 mil residências evacuadas. Cinco bairros inteiros sofrem com o que a mineração da empresa Braskem vem fazendo. 

É um crime ecológico e social sem precedentes, que atinge 20% da área urbana de Maceió. E não estamos falando de uma cidadezinha, mas de uma capital que é a 16a maior cidade do Brasil, segundo o Censo 2022. O escândalo da Braskem representa o maior desastre ambiental em área urbana do Brasil, e um dos maiores do mundo. 

Pra quem quiser saber mais sobre a tragédia planejada da Braskem, este documentário explica tudo. É revoltante. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

GARIMPO, INDÚSTRIA GENOCIDA

Verdade: não é um ou outro garimpeiro, é uma indústria que vive de exploração, destruição ambiental e genocídio indígena.

E o que a gente tá achando dos OVNIs?

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

O BRASIL VOLTOU

Ontem o professor e jornalista Maurício Falavigna escreveu um texto muito bacana sobre o sucesso que foi o discurso do Lula na 27a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27, no Egito. Reproduzo aqui seu texto (leia também a análise de Jamil Chade).

Foi além da afirmação de um governo eleito democraticamente, que ainda sofre resistência militar para assumir em janeiro. Ultrapassou significativamente a temática ambiental. Transgrediu em muito a mera retomada, modesta e aliviada, do papel do Brasil no cenário global.

Internamente, o presidente Lula, de maneira comedida mas com todas as palavras necessárias, fez um mea culpa nacional que até hoje não ouvimos dos responsáveis pelo caos. Foi a Nação se retratando dos anos de desmando, desregulamentações ambientais, ganância, banditismo e exploração desenfreada que gerou desmatamento, incêndios, invasões irregulares, morte de povos originários e tentativas de assassinato de ecossistemas. Foram anos de números boicotados, falseados ou elipsados. Lula espezinhou com desprezo o último governo e se comprometeu, como na campanha, de assumir diretrizes opostas em sua administração. Falou com a legitimidade do mundo civilizado ante a uma ameaça fascista. Deixou claro que sua vitória foi a salvação de nossa democracia e de nosso patrimônio ambiental – e, dessa forma, com o protagonismo dado a Amazônia, de toda a humanidade.

No entorno das questões ambientais, Lula também não deixou de inseri-las dentro de um sistema global, frisando a responsabilidade dos países ricos no desastre iminente. Cobrou acordos feitos e não cumpridos. Inseriu o combate à fome, à desigualdade, ao armamentismo e ao belicismo, à exploração desenfreada. Lembrou que a fome não é nossa, mas de 900 milhões de habitantes neste planeta. Passou pelas áreas da agricultura, segurança alimentar, povos originários, democracia participativa, combate à desigualdade.

Desigualdade não somente em condições de vida e diferenciações de renda, mas também política. Lula condenou desde as formas de exploração de recursos até as tentativas de mediação e de governança global. Atacou a ONU e seu Conselho de Segurança, dando ênfase ao famigerado poder de veto por quem detém o poder de fato. Falou de integração dos países que possuem as maiores florestas tropicais, Brasil, Indonésia e Congo. Falou de continentes explorados há séculos, lembrou a integração regional da América do Sul e o histórico de colaboração com a África. Deixou claro que essas cobranças e posturas serão estendidas durante seu mandato. Reafirmou a Amazônia como a “capital” deste debate, oferecendo a sede da COP em 2025. Mostrou que sua presença pode ser encantadora e popular globalmente, mas será também incômoda. Lula falou como a liderança do país que possui um patrimônio ambiental de importância mundial (e ainda afirmou a soberania brasileira na Amazônia). Falou como uma voz dos países em desenvolvimento, que ocupam parcela importante na economia global. Falou como um símbolo dos continentes mais pobres e explorados, que querem desenvolvimento e dignidade.

Falou com o orgulho que já tivemos e ansiamos em recuperar. Deixou claro que, apesar da resistência de uma elite escravagista e retrógrada, de um contexto global de guerra e de afirmações do poderio econômico, há a esperança racional e necessária de um Brasil e de um mundo mais inclusivo e mais justo.

Quem o ouviu e acreditou em suas ideias, sai com a cabeça erguida depois de anos. E sai com o desejo, e até mesmo com a certeza, de que o Brasil voltou.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

SE DOM ERA MALVISTO NA AMAZÔNIA, BOLSO É BEM VISTO AONDE?

Hoje foi informado que dois irmãos pescadores teriam confessado o assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, dizendo que desmembraram os corpos e os queimaram (mas um dos irmãos alegou que foi torturado pela polícia para assumir isso). Não sai da minha cabeça uma das frases hediondas de Bolso sobre o crime, "Fizeram alguma maldade com eles".
Haverá várias medidas internacionais contra o governo brasileiro, já que Bolso só engana seus eleitores (aqueles que ainda não se arrependeram). No resto do Brasil e do mundo, sabe-se que o presidente miliciano fez de tudo para "passar a boiada", acabando com a fiscalização e incentivando todo tipo de atividade ilegal contra a Amazônia e os indígenas. A primeira medida foi o aceite, em tempo recorde, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para uma petição que diz que "o desaparecimento [de Dom e Bruno] seria enquadrado em um contexto de agravamento da violência contra os defensores dos direitos humanos, jornalistas e comunicadores sociais". 

Reproduzo aqui um ótimo texto de Leonardo Sakamoto publicado hoje no Uol.

Jair Bolsonaro tem razão ao afirmar que muita gente não gostava do jornalista inglês Dom Phillips, que denunciava em suas reportagens os crimes contra a Amazônia e seus povos. Contudo, o mesmo não pode ser dito sobre o próprio presidente, que é amado por quem comete crimes ambientais e sociais na região, como garimpeiros, madeireiros, pescadores e caçadores ilegais, além de grileiros de terra, exatamente por aquilo que deixou de fazer, ou seja, cumprir a lei.
"Esse inglês, ele era mal visto na região. Porque ele fazia muita matéria contra garimpeiro, a questão ambiental... Então, aquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele tinha que ter mais do que redobrado a atenção para consigo próprio. E resolveu fazer uma excursão", afirmou Jair em uma entrevista ao canal da jornalista Leda Nagle.
Bolsonaro completou a tríplice coroa da infâmia, nesta quarta (15), ao culpar pela terceira vez o jornalista e o indigenista Bruno Pereira por seu próprio desaparecimento no Vale do Javari. A diferença é que, nas outras vezes, ele usou "aventura" ao invés de "excursão".
Em 10 de junho, em Los Angeles, Jair disse: "Naquela região, geralmente você anda escoltado, foram para uma aventura, a gente lamenta pelo pior". Três dias antes, já havia afirmado que "Realmente, duas pessoas apenas em um barco, numa região daquelas, completamente selvagem... É uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser um acidente, pode ser que eles tenham sido executados".
O presidente poderia ter ido ao local, o que ajudaria a dar um senso de urgência para a estrutura de Estado e mobilizaria mais contingentes, equipamentos e veículos. Não fez isso, preferindo fazer uma motociata em Orlando. Até porque, se tivesse agido dessa forma, como iria encarar depois parte do seu eleitorado, composta por pessoas que lucram com a destruição do meio ambiente e dos povos da floresta?
Um caso de repercussão internacional como o desaparecimento de Bruno e Dom levaria um chefe de Estado a visitar o local das buscas -- seja para reforçar que seu governo está preocupado, seja pelo marketing político. Mas Bolsonaro tem uma reputação a zelar com os tais grileiros e garimpeiros, madeireiros, pescadores e caçadores ilegais.
Eleitorado que contou com toda a atenção do presidente da República que se desdobrou, por três anos e meio, para enfraquecer a fiscalização da Funai, do Ibama, do ICMBio, do Incra, da Polícia Federal, além de desmontar regras e normas ambientais e apoiar um assalto de setores do Congresso sobre as leis que protegem o futuro do país.
Nesse contexto, faz sentido ele culpar sempre as vítimas, terceirizando responsabilidades que são dele. Foi assim com as mortes na pandemia de covid-19, com a fome e o desemprego, com o desmatamento e as queimadas, com a inflação.
Aquela região só é violenta, com a livre ação criminosa porque o Estado garante isso. Seja por uma histórica ausência em garantir os direitos fundamentais dos povos indígenas, seja porque o atual presidente sucateou as instituições e perseguiu servidores públicos, seja porque deu um salvo-conduto a qualquer grupo que atropele as políticas de proteção ao meio ambiente e aos povos e comunidades tradicionais na Amazônia, seja porque garante que o focos das Forças Armadas sejam urnas eletrônicas e não o tráfico internacional nas fronteiras.
Em um jantar com lideranças conservadores em Washington DC, nos Estados Unidos, em março de 2019, Jair afirmou: "Nós temos é que desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa. Para depois nós começarmos a fazer".
Nos escombros da Amazônia é que floresce o eleitorado de Jair. Publicamente, ele lamenta as tragédias. Mas só publicamente.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

QUEREMOS JUSTIÇA PARA DOM PHILLIPS E BRUNO PEREIRA

Como o mundo inteiro já sabe, o jornalista britânico Dom Phillips (que contribuía para o The Guardian e morava em Salvador) e o indigenista Bruno Pereira "desapareceram" na Amazônia no dia 5 de junho, penúltimo domingo, enquanto trabalhavam (Bruno iria se reunir com lideranças indígenas; Dom estava escrevendo o livro Como Salvar a Amazônia?). 

Hoje as informações sobre os corpos encontrados estiveram muito confusas. Durante o dia, foi dito que os corpos estavam numa árvore, mas já foram desmentidas (ou já foi dito que era preciso esperar a perícia). O excrementíssimo presidente da república afirmou que havia indícios de que "maldades" tinham sido feitas com os corpos. Mas até agora não há confirmação. Imaginem como as famílias devem estar se sentindo.

Aliás, é revoltante que ninguém do governo tenha entrado em contato com as esposas de Dom e Bruno, Alessandra Sampaio e Beatriz Matos, respectivamente. Beatriz, inclusive, é servidora pública e antropóloga. E a primeira declaração de Bolso foi no sentido de culpá-los, inventando que eles tinha partido numa "aventura", quando estavam ali a trabalho. É que o miliciano que cumpre uma carga horária de menos de 3 horas por dia não sabe o que é trabalho.

É preciso lembrar outras falas de Bolsonaro também. Durante a campanha, Bolso avisou que não deixaria um centímetro quadrado a mais de terra para os indígenas. No seu primeiro pronunciamento antes do segundo turno das eleições de 2018, ele disse: "Vamos botar um ponto final em todo o ativismo no Brasil". Ninguém deu atenção a esse discurso criminoso e autoritário. A execução de Bruno Pereira e Dom Phillips veio 3,5 anos depois. 

Nesses 3,5 anos de completo desgoverno (foi preciso ser acionado judicialmente para que as forças nacionais dessem início às buscas de Dom e Bruno!), Bolso acabou com a fiscalização, incentivou a invasão de suas terras, motivou o garimpo, a pesca e a caça ilegais. Escalou para ministro do meio ambiente Ricardo Salles, um inimigo confesso do meio ambiente, que declarou naquela reunião fatídica de abril de 2020: "Precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas". 

É o que Bolso vem fazendo com a Amazônia e com outros lugares imprescindíveis da natureza (que ele quer transformar em resorts turísticos com cassinos, como Fernando de Noronha e Jericoacoara): passando a boiada. 

Como aponta a jornalista Eliane Brum num ótimo artigo para o New York Times, desde que Bolso chegou ao poder, ele justifica a exploração da Amazônia com um discurso nacionalista. Ao eliminar a fiscalização, ele deu sinal verde para que milicianos matem indígenas, queimem a floresta, e até executem um jornalista inglês e um servidor da Funai. Em 2019, numa conferência de imprensa, quando Dom Phillips perguntou a Bolso sobre crimes ambientais, o presidente miliciano respondeu: "A Amazônia é do Brasil, não sua".

Segundo o Greenpeace Brasil, o desaparecimento de Dom e Bruno é apenas a ponta do iceberg, já que a ausência e a omissão do governo vem incentivando o aumento de crimes ambientais. Atividades criminosas como a pesca ilegal, a extração de madeira, o garimpo e o narcotráfico se alastram pela região.

O Vale do Javari, na fronteira com o Peru e a Colômbia, onde Dom e Bruno "desapareceram", é a segunda maior terra indígena do Brasil. A região tem 85 mil km2 (maior que a Áustria) e conta com 6.300 indígenas de 26 grupos diferentes.

Dois meses antes, em abril, a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) relatou à Funai e à Força Nacional a caça e pesca ilegais dentro do território indígena. Havia pelo menos seis grupos de caçadores em embarcações de médio porte. Algumas tinham oito integrantes armados. A Univaja indicou o local e muitos dos nomes dos integrantes das quadrilhas. Um deles é o de "Pelado", suspeito do desaparecimento de Bruno e Dom, que foi preso semana passada. Ele vinha ameaçando indígenas desde 2018.

A sensação de desespero não é unicamente das famílias de Dom e Bruno. É de todos nós. Ninguém mais aguenta o Brasil de Bolsonaro. 


quinta-feira, 4 de novembro de 2021

MEIO AMBIENTE, RACISMO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS: TUDO INTERLIGADO


A combativa vereadora do RJ Tainá de Paula (PT) fez uma thread bem relevante no seu Twitter. Vou reproduzi-la aqui. 

Tainá, mas que história é essa de achar que racismo tem a ver com meio-ambiente e tem a ver com as mudanças climáticas? Pois siga o fio.

As plantations [grandes extensões de terra onde são cultivados produtos tropicais com fins de exportação] deixaram um legado de produção agrícola perverso e danoso ao meio-ambiente, produzindo a monocultura em larga escala, deslocada das necessidades locais e reproduzindo mão-de-obra precária.

A produção de cana-de-açúcar, por exemplo é recordista de trabalho escravo até hoje, uma vez que a demanda aumenta com a alta da gasolina e a escassez de equipamentos faz com que o trabalhador rural seja mais requisitado. Adivinhem a cor dos trabalhadores rurais escravizados.

O uso ininterrupto do solo vem gerando o fim de sistemas hídricos inteiros, ocasionando mudanças climáticas profundas.

As populações ribeirinhas são diretamente afetadas pelas secas e migram para fora de suas terras em busca de condições melhores de vida, indo morar em grandes centros, sem trabalhos formais e fora de seu ambiente tradicional. Sem rio pra pescar, sem terra pra plantar.

Os negros são a maioria da população localizada em favelas e periferias e essas áreas estão suscetíveis a inundações, chuvas de 50 anos, ocupação de margens de rios e talvegues. Ou seja: a cada intempérie e mudança no regime de chuvas, essas áreas estão mais propensas a desastres.

O crescimento populacional, o aumento do consumo per capita, a expansão das cidades nas próximas décadas fazem mais presente o debate sobre a incapacidade de atender às novas necessidades humanas. Nós produzimos o que não precisamos comer ou o que não podemos pagar.

Deu pra descobrir porque negros precisam acompanhar a agenda do clima? Não é só um problema da Greta Thunberg!

Para saber mais sobre racismo ambiental.

terça-feira, 20 de julho de 2021

AGORA QUE VIRAMOS A ESCÓRIA DO MUNDO

Ontem vi o quarto episódio da quinta temporada da excelente série The Good Fight

Uma equipe de advogados é contratada para "testar humor", ou seja, ver quão longe uma comediante por ir. Uma das coisa é decidir qual nacionalidade pode ser ofendida sem causar cancelamento. Um advogado sugere: "Que tal os brasileiros? Ninguém vai ligar! Eles estão queimando a Amazônia!" É bem rapidinho, mas mostra nosso lugar de destaque como os párias do planeta. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

"O BRASIL ESTÁ DE PARABÉNS"

Essas foram as palavras do mais inútil e nefasto presidente que o país já viu. 
Durante uma cerimônia hoje, enquanto o Pantanal arde em chamas, Bolso conseguiu dizer sem corar:  "O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente e, não entendo como, é o país que mais sofre ataques no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil está de parabéns pela maneira como preserva o seu meio ambiente".

O Pantanal já perdeu 19% de toda a sua área (2,9 milhões de hectares) para os incêndios. 
Entre as terras indígenas da região, o fogo já toma conta da metade. Isso não tem recuperação. A destruição do bioma é irreversível e vai comprometer o abastecimento de água em todo o Brasil. 
É o setembro com mais focos de incêndio desde 1998, quando o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) começou a computá-los. O instituto aponta que as queimadas no Pantanal aumentaram 208% entre janeiro e setembro, em comparação ao mesmo período de 2019. Na Amazônia, o aumento é de 12%.
 
Enquanto isso, tudo que este governo
sabe fazer é se autocongratular (pelo quê?! Por ser o governo em que o Ibama multou menos?) e espalhar todo tipo de fake news, culpando índios, ONGs, Leonardo DiCaprio, brigadistas
O ministro contra o meio ambiente realmente está aproveitando para passar a boiada. Bolsonero seguirá destruindo o país até que não sobre mais o que destruir.