Feliz Dia Internacional da Mulher! Vamos ver como a mídia se comporta desta vez, porque ano passado foi um vexame.
Bom, eu nem estou aqui. Estou em Santa Maria, hoje e amanhã, onde darei duas palestras, uma delas em praça pública. Ontem estive em Franca, e na terça, em Ribeirão Preto. E tudo isso é por causa do 8 de março. Fico feliz por estar fazendo a minha parte.


É realmente muito importante que você diga essas palavras em voz alta. 'SOU FEMINISTA'.

Diga. DIGA! DIGA AGORA! Porque, se você não for capaz, é como se estivesse se inclinando e dizendo: 'Chute a minha bunda e leve o meu voto, por favor, patriarcado'. [...]
Precisamos retomar a palavra 'feminismo'. Precisamos muito, mas muito mesmo pegar de volta a palavra 'feminismo'. Quando aparecem estatísticas dizendo que apenas 29% das mulheres norte-americanas se descrevem como feministas -– e apenas 42% das inglesas -– [notinha minha: 31% das brasileiras], eu penso: o que vocês acham que feminismo é, moças? Que parte da 'liberação das mulheres' não é para vocês? Será que é o direito de votar? De não ser uma posse do marido? A campanha por equivalência salarial? A música 'Vogue', da Madonna? As calças jeans? Será que todas essas coisas IRRITAM VOCÊ? Ou será que você só ESTAVA BÊBADA NA HORA DA PESQUISA?" (Como Ser Mulher 62-8).
Precisamos retomar a palavra 'feminismo'. Precisamos muito, mas muito mesmo pegar de volta a palavra 'feminismo'. Quando aparecem estatísticas dizendo que apenas 29% das mulheres norte-americanas se descrevem como feministas -– e apenas 42% das inglesas -– [notinha minha: 31% das brasileiras], eu penso: o que vocês acham que feminismo é, moças? Que parte da 'liberação das mulheres' não é para vocês? Será que é o direito de votar? De não ser uma posse do marido? A campanha por equivalência salarial? A música 'Vogue', da Madonna? As calças jeans? Será que todas essas coisas IRRITAM VOCÊ? Ou será que você só ESTAVA BÊBADA NA HORA DA PESQUISA?" (Como Ser Mulher 62-8).
Ha ha, ela é muito fofa! Convenhamos que esse trecho é irrepreensível, vai. Então é isso, gente. O mínimo que você que ainda não se assumiu feminista pode fazer hoje é dizer SOU FEMINISTA. Eu nem ligo se você não subir numa cadeira. Porque hoje não é dia de receber parabéns e rosas. É um dia de luta. De celebrar conquistas. De discutir tudo que ainda precisa ser feito.
Eu finalmente, até que enfim, aleluia, darei um presente a você. Uma coisa que talvez um entre dez emails que eu recebo pede: sugestões de leitura feminista.
Antes de mais nada, muitas de vocês provavelmente já conhecem todos esses livros, e talvez já tenham lido a maior parte. Mas este post de hoje é principalmente pras centenas de leitorxs jovens que vem a este bloguinho. E que não se sentem feministas o bastante por não terem lido alguma teoria.
Pra começar, alguns clássicos absolutos do feminismo, em português, em PDF. O que mais você pode querer? É só clicar e começar a ler ou reler (peguei boa parte deles do Livros Feministas):
Um Teto Todo Seu, de Virginia Woolf (1929). Escritoras mulheres combatem o patriarcado.
Um Teto Todo Seu, de Virginia Woolf (1929). Escritoras mulheres combatem o patriarcado.

A Mística Feminina, de Betty Friedan (1963). O livro que revolucionou os EUA está comemorando meio século este ano. Mesmo datado em alguns momentos (o que é inevitável), continua sendo importantíssimo pra história.
Política Sexual, de Kate Millett (1969). Considerado por muitxs o primeiro livro de crítica literária feminista. É bem acadêmico.
A Mulher Eunuco, de Germaine Greer (1971). Clássico da segunda onda feminista, importante para entender a misoginia.
Against Our Will: Men, Women and Rape, de Susan Brownmiller (1975). Um livro poderoso (em inglês) sobre a cultura de estupro. Pelo menos o atendimento às sobreviventes tá melhor hoje que naquela época.
A Mulher Eunuco, de Germaine Greer (1971). Clássico da segunda onda feminista, importante para entender a misoginia.
Against Our Will: Men, Women and Rape, de Susan Brownmiller (1975). Um livro poderoso (em inglês) sobre a cultura de estupro. Pelo menos o atendimento às sobreviventes tá melhor hoje que naquela época.
Gordura é uma Questão Feminista, de Susie Orbach (1978). Uma proposta libertadora para aceitar seu próprio corpo.
Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity, de Judith Butler (1990). Apesar de difícil de ler, Butler é fundamental (existe uma tradução brasileira publicada em 2008 chamada Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade, mas não sei se tem link).
Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity, de Judith Butler (1990). Apesar de difícil de ler, Butler é fundamental (existe uma tradução brasileira publicada em 2008 chamada Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade, mas não sei se tem link).
Backlash: O Contra-Ataque na Guerra Não Declarada contras as Mulheres, de Susan Faludi (1991). Um livro incrível e muito bem escrito sobre a reação conservadora ao feminismo nos anos 1980, contra-ataque que continua até hoje.
O Mito da Beleza: Como as Imagens de Beleza são Usadas contra as Mulheres, de Naomi Wolf (1992). Faça as pazes com seu corpo. É uma das primeiras coisas que você tem que fazer. Este é o tipo de livro que muda sua vida.
Memórias da Transgressão: Momentos da História da Mulher do Século XX, de Gloria Steinem (1995). A lendária fundadora da primeira revista feminista, a Ms., fala de tudo um pouco.
Feminism is for Everybody: Passionate Politics, de bell hooks (2000). Não encontrei este livrinho em português. Uma narrativa inspiradora da mais inclusiva das feministas.
Feminism is for Everybody: Passionate Politics, de bell hooks (2000). Não encontrei este livrinho em português. Uma narrativa inspiradora da mais inclusiva das feministas.
Esses livros talvez não sejam tão clássicos quanto os de antes, mas são muito relevantes mesmo assim. É só clicar.
Our Blood: Prophecies and Discourses on Sexual Politics, da feminista radical Andrea Dworkin (1976)
Our Blood: Prophecies and Discourses on Sexual Politics, da feminista radical Andrea Dworkin (1976)
Um Amor Conquistado: O Mito do Amor Materno, de Elisabeth Badinter (1980)
Eu Nem Imaginava que Era Estupro, de Robin Warshaw (1988)

Gênero, Corpo, Conhecimento, de Alison M. Jaggar e Susan R. Bordo (1988)
Teoria Feminista e as Filosofias do Homem, de Andrea Nye (1988)
Os Monólogos da Vagina, de Eve Ensler (1996). Um espetáculo teatral sobre muitas vaginas. Tem um vídeo legendado.
Gênero e Ciências Humanas: Desafio às Ciências desde a Perspectiva das Mulheres, de Neuma Aguiar (org) (1997)
O Feminismo Mudou a Ciência?, de Londa Schiebinger (1999)
Manifiesto contra-sexual, de Beatriz Preciado (2002). Escrevi sobre ela.
Feminismo e Luta das Mulheres, da Sempreviva Organização Feminista (Miriam Nobre, Nalu Faria, Maria Lúcia Silveira, 2005)
Feminist Thought: A More Comprehensive Introduction, de Rosemarie Tong (2009)
The Industrial Vagina: The Political Economy of the Global Sex Trade, de Sheila Jeffreys (2009)

Feminismo e Luta das Mulheres, da Sempreviva Organização Feminista (Miriam Nobre, Nalu Faria, Maria Lúcia Silveira, 2005)
Feminist Thought: A More Comprehensive Introduction, de Rosemarie Tong (2009)
The Industrial Vagina: The Political Economy of the Global Sex Trade, de Sheila Jeffreys (2009)
Vamos Aprender a Votar? Guia Feminista para as Eleições (2012)
Muitos outros links
Neste ótimo tumblr, Feminismo Muda o Mundo, tem muito mais livros pra baixar. Inclusive mais dois da bell hooks, We Real Cool: Black Men and Masculinity, e Where We Stand: Class Matters.
Outro tumblr fantástico é o Biblioteca Comunitária: são dezenas de títulos, não apenas feministas, mas necessários, como vários de Foucault e de Edward Said. Aqui, por exemplo, tem Are Prisons Obsolete?, da Angela Davis. E um monte da Butler.
Você também pode baixar vários títulos na Biblioteca Feminista. Além disso, a Universidade Livre Feminista oferece cursos grátis pra fazer online.
Acabei de conhecer este blog, Ensaios de Gênero, tocado por três rapazes feministas. Além de ter excelentes discussões acadêmicas, traz também links para vários periódicos.
O Feminismo na Rede traz uma lista intensa de títulos divididos por área. Não tem links, mas as sugestões já valem a pena.
Olhando algumas dissertações e teses expostas no Instituto de Estudos de Gênero, é possível ter uma ideia do que vem sendo produzido no Brasil. O IEG também disponibiliza alguns livros eletrônicos prontinhos pra ler.
Ah, e seus problemas acabaram. A Oxford recomenda bibliografias para várias áreas, inclusive Gênero e Infância, Gênero e Antropologia, Gênero e Sexo, Gênero e Crime, Relações Internacionais, Gênero e Mídia, e por aí vai.
A seguir ofereço uma lista de vários outros livros que devem ser lidos, mas não os encontrei disponíveis online. Por favor, se você encontrar, deixe o link nos comentários.
Margaret Mead, Sex and Temperament in Three Primitive Societies (1963). Outro clássico que completa meio século. Texto clássico da antropologia que mostra que papéis de gênero são socialmente construídos. Só encontrei isso online.
Maya Angelou, I Know Why the Caged Bird Sings (1969)
Hélène Cixous, "O Riso da Medusa" (manifesto de 1975 sobre escrita feminina; aqui, vários artigos dedicados ao texto)
Laura Mulvey, "Prazer Visual e Cinema Narrativo" (artigo de 1975 que segue sendo referência em teoria do cinema; só encontro uma entrevista dela)
Shulamith Firestone, A Diáletica do Sexo, um Estudo da Revolução Feminista (1976)
Monique Wittig, "O Pensamento Hétero" (artigo que na realidade é um discurso de 1978)
Judith Fetterley, The Resisting Reader: A Feminist Approach to American Fiction (1978)
Sandra Gilbert e Susan Gubar, The Madwoman in the Attic: The Woman Writer and the Nineteenth-century Literary Imagination (1979)
Carol Gilligan, "In a Different Voice: Women`s Conceptions of Self and of Morality" (1982), artigo clássico sobre diferenças psicológicas entre meninos e meninas.
Donna Haraway, Manifesto Ciborgue: Ciência, Tecnologia e Feminismo Socialista no Final do Século XX (1985). Em outras palavras, como seria viver num mundo pós-gênero?
Joan Scott, "Gênero: Uma Categoria Útil de Análise Histórica" (artigo de 1986 que discute a dualidade entre sexo e gênero) e Gender and the Politics of History (1999)
Gloria Anzaldúa, Borderlands/La Frontera: The New Mestiza (1987)
Raewyn Connell, Gender and Power (1987)
Teresa de Lauretis, Technologies of Gender: Essays on Theory, Film, and Fiction (1987) e The Practice of Love: Lesbian Sexuality and Perverse Desire (1994)
Emily Martin, "The Egg and the Sperm: How Science Has Constructed a Romance Based on Stereotypical Male-Female Roles" (1991) (artigo clássico de biologia)
Gloria Hull e Patricia Bell (org), But Some of Us are Brave: All the Women are White, All the Blacks are Men (1993)
Maria Amélia de Almeida Teles, Breve História do Feminismo no Brasil (1993)
Susan Okin, "Gênero, o Público e o Privado" (artigo de 1998 sobre a esfera pública e privada para cada gênero)
Pierre Bourdieu, A Dominação Masculina (1999)
Cecília Toledo, Mulheres: O Gênero nos Une, a Classe nos Divide (2001). Tem uma resenha sobre o livro aqui.
Elaine Showalter, Inventing Herself: Claiming a Feminist Intellectual Heritage (2001)
Tania Navarro Swain, “Feminismo e Representações Sociais: A Invenção das Mulheres nas Revistas 'Femininas'” (artigo de 40 páginas de 2001) e Feminismo: Teorias e Perspectivas (2000)
Heleieth Saffioti, Gênero, Patriarcado, Violência (2004)
Elisabeh Badinter, Rumo Equivocado: O Feminismo e Alguns Destinos (2005)
Michelle Perrot, As Mulheres ou Silêncio da História (2005)
Susana Funck e Nara Widholzer (org), Gênero em Discursos da Mídia (2005)
Ana Maria Gonçalves, Um Defeito de Cor (2006), livro de 950 páginas sobre a escravidão no Brasil.
Marina Castañeda, O Machismo Invisível (2006). Estou lendo e amando! Prometo escrever sobre ele. Aqui tem alguns fichamentos.
Jacklyn Friedman e Jessica Valenti (org), Yes Means Yes: Visions of Female Sexual Power and a World without Rape (2008)
Carolina dos Santos de Oliveira, Adolescentes Negras: Relações Raciais, Discurso e Mídia Impressa Feminina na Contemporaneidade Brasileira (2010) (guest post aqui)
Laurie Penny, Meat Market: Female Flesh under Capitalism (2011)
Mary Del Priori, Histórias Íntimas: Sexualidade e Erotismo na História do Brasil (2011)
Tina Chanter, Gênero: Conceitos-Chave em Filosofia (2011)
Amana Mattos, Liberdade, um Problema do nosso Tempo: os Sentidos da Liberdade para os Jovens no Contemporâneo (2012) (guest post aqui)
Cordelia Fine, Homens Não São de Marte, Mulheres Não São de Vênus (2012), mostra que não há diferença entre o cérebro de homens e de mulheres (resenha).
Regina Navarro Lins, A Cama na Varanda (1997) e O Livro do Amor (2012)
Saiu uma lista da revista feminista Ms. sobre os cem melhores livros de não-ficção de todos os tempos. Claro, ela é totalmente centrada nos EUA, e celebra (merecidamente) a bell hooks -- três de seus livros ficaram entre os dez melhores. Decidi botar a mão no bolso (o que vai contra meus princípios pão-durísticos!) e adquirir algumas dessas obras. Os que eu comprei:
Robin Morgan (org), Sisterhood is Powerful: An Anthology of Writings from the Women's Liberation Movement (1970)
Gerda Lerner, The Creation of Patriarchy (1987)
Gloria Steinem, Outrageous Acts and Everyday Rebellion (1995)
Barbara Ehreinreich, Nickel and Dimed: On (Not) Getting by in America (2001). Já li e é muito bom, só que um pouco repetitivo. Mostra que na terra das oportunidades não é possível sobreviver tendo só um emprego que paga salário mínimo.
Ariel Levy, Female Chauvinist Pigs: Women and the Rise of Raunch Culture (2006)
Julia Serano, Whipping Girl: A Transsexual Woman on Sexism and the Scapegoating of Femininity (2007), livro referência sobre transfeminismo.
Gail Collins, When Everything Changed: The Amazing Journey of American Women from 1960 to the Present (2010)
Jennifer L. Polzner, Reality Bites Back: The Troubling Truth about Guilty Pleasure TV (2010)
Peggy Orenstein, Cinderella Ate My Daughter: Dispatches from the Front Lines of the New Girlie-Girl Culture (2011), tô lendo e adorando; é delicioso.
Eu compro bastante livro usado da Estante Virtual. Vem em ótimo estado e chega rápido. Mas pra livro que não tem no Brasil, recomendo que você, antes de comprar, sempre compare os preços com o Book Depository. A vantagem é que o site britânico não cobra taxa de entrega.
Ah, pouco a ver com o resto do post, mas talvez alguns de vocês se interessem: uma lista com os dez melhores romances LGBT em língua inglesa.
Enfim, é isso, gente. Como você pode ver, eu praticamente não incluí nada de ficção, apenas não-ficção. Ficção vai ter que ficar pruma outra lista.
Obviamente, esta lista está loooonge de esgotar qualquer assunto. Apenas incluí alguns livros que já li ou que, assim que eu tiver tempo pra respirar, espero poder ler. Por favor, contribua com mais sugestões (e links) na caixa de comentários. Trolls, não encham, que a conversa ainda não chegou no estábulo.
Fecho com uma frase da História do Rei Transparente, da espanhola Rosa Monteiro: “Sou mulher e escrevo. Sou plebeia e sei ler. Nasci serva e sou livre”.
Update em setembro 2014: Aqui tem mais um ótimo lugar pra encontrar livros feministas. Centenas de títulos, a maior parte em inglês e espanhol.
Update em outubro 2015: 18 textos essenciais para estudos e pesquisas sobre gênero e sexualidade. Para ler e baixar!
Muitos outros links
Neste ótimo tumblr, Feminismo Muda o Mundo, tem muito mais livros pra baixar. Inclusive mais dois da bell hooks, We Real Cool: Black Men and Masculinity, e Where We Stand: Class Matters.
Outro tumblr fantástico é o Biblioteca Comunitária: são dezenas de títulos, não apenas feministas, mas necessários, como vários de Foucault e de Edward Said. Aqui, por exemplo, tem Are Prisons Obsolete?, da Angela Davis. E um monte da Butler.

Acabei de conhecer este blog, Ensaios de Gênero, tocado por três rapazes feministas. Além de ter excelentes discussões acadêmicas, traz também links para vários periódicos.
O Feminismo na Rede traz uma lista intensa de títulos divididos por área. Não tem links, mas as sugestões já valem a pena.
Olhando algumas dissertações e teses expostas no Instituto de Estudos de Gênero, é possível ter uma ideia do que vem sendo produzido no Brasil. O IEG também disponibiliza alguns livros eletrônicos prontinhos pra ler.
Ah, e seus problemas acabaram. A Oxford recomenda bibliografias para várias áreas, inclusive Gênero e Infância, Gênero e Antropologia, Gênero e Sexo, Gênero e Crime, Relações Internacionais, Gênero e Mídia, e por aí vai.
A seguir ofereço uma lista de vários outros livros que devem ser lidos, mas não os encontrei disponíveis online. Por favor, se você encontrar, deixe o link nos comentários.
Margaret Mead, Sex and Temperament in Three Primitive Societies (1963). Outro clássico que completa meio século. Texto clássico da antropologia que mostra que papéis de gênero são socialmente construídos. Só encontrei isso online.

Hélène Cixous, "O Riso da Medusa" (manifesto de 1975 sobre escrita feminina; aqui, vários artigos dedicados ao texto)
Laura Mulvey, "Prazer Visual e Cinema Narrativo" (artigo de 1975 que segue sendo referência em teoria do cinema; só encontro uma entrevista dela)
Monique Wittig, "O Pensamento Hétero" (artigo que na realidade é um discurso de 1978)
Judith Fetterley, The Resisting Reader: A Feminist Approach to American Fiction (1978)
Sandra Gilbert e Susan Gubar, The Madwoman in the Attic: The Woman Writer and the Nineteenth-century Literary Imagination (1979)
Carol Gilligan, "In a Different Voice: Women`s Conceptions of Self and of Morality" (1982), artigo clássico sobre diferenças psicológicas entre meninos e meninas.
Donna Haraway, Manifesto Ciborgue: Ciência, Tecnologia e Feminismo Socialista no Final do Século XX (1985). Em outras palavras, como seria viver num mundo pós-gênero?
Joan Scott, "Gênero: Uma Categoria Útil de Análise Histórica" (artigo de 1986 que discute a dualidade entre sexo e gênero) e Gender and the Politics of History (1999)

Raewyn Connell, Gender and Power (1987)
Teresa de Lauretis, Technologies of Gender: Essays on Theory, Film, and Fiction (1987) e The Practice of Love: Lesbian Sexuality and Perverse Desire (1994)
Emily Martin, "The Egg and the Sperm: How Science Has Constructed a Romance Based on Stereotypical Male-Female Roles" (1991) (artigo clássico de biologia)
Gloria Hull e Patricia Bell (org), But Some of Us are Brave: All the Women are White, All the Blacks are Men (1993)

Susan Okin, "Gênero, o Público e o Privado" (artigo de 1998 sobre a esfera pública e privada para cada gênero)
Pierre Bourdieu, A Dominação Masculina (1999)
Cecília Toledo, Mulheres: O Gênero nos Une, a Classe nos Divide (2001). Tem uma resenha sobre o livro aqui.
Elaine Showalter, Inventing Herself: Claiming a Feminist Intellectual Heritage (2001)
Tania Navarro Swain, “Feminismo e Representações Sociais: A Invenção das Mulheres nas Revistas 'Femininas'” (artigo de 40 páginas de 2001) e Feminismo: Teorias e Perspectivas (2000)
Heleieth Saffioti, Gênero, Patriarcado, Violência (2004)

Michelle Perrot, As Mulheres ou Silêncio da História (2005)
Susana Funck e Nara Widholzer (org), Gênero em Discursos da Mídia (2005)
Ana Maria Gonçalves, Um Defeito de Cor (2006), livro de 950 páginas sobre a escravidão no Brasil.
Marina Castañeda, O Machismo Invisível (2006). Estou lendo e amando! Prometo escrever sobre ele. Aqui tem alguns fichamentos.
Jacklyn Friedman e Jessica Valenti (org), Yes Means Yes: Visions of Female Sexual Power and a World without Rape (2008)
Carolina dos Santos de Oliveira, Adolescentes Negras: Relações Raciais, Discurso e Mídia Impressa Feminina na Contemporaneidade Brasileira (2010) (guest post aqui)
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Amana Mattos, Liberdade, um Problema do nosso Tempo: os Sentidos da Liberdade para os Jovens no Contemporâneo (2012) (guest post aqui)
Cordelia Fine, Homens Não São de Marte, Mulheres Não São de Vênus (2012), mostra que não há diferença entre o cérebro de homens e de mulheres (resenha).
Regina Navarro Lins, A Cama na Varanda (1997) e O Livro do Amor (2012)
Saiu uma lista da revista feminista Ms. sobre os cem melhores livros de não-ficção de todos os tempos. Claro, ela é totalmente centrada nos EUA, e celebra (merecidamente) a bell hooks -- três de seus livros ficaram entre os dez melhores. Decidi botar a mão no bolso (o que vai contra meus princípios pão-durísticos!) e adquirir algumas dessas obras. Os que eu comprei:
Robin Morgan (org), Sisterhood is Powerful: An Anthology of Writings from the Women's Liberation Movement (1970)
Gerda Lerner, The Creation of Patriarchy (1987)
Gloria Steinem, Outrageous Acts and Everyday Rebellion (1995)
Barbara Ehreinreich, Nickel and Dimed: On (Not) Getting by in America (2001). Já li e é muito bom, só que um pouco repetitivo. Mostra que na terra das oportunidades não é possível sobreviver tendo só um emprego que paga salário mínimo.
Ariel Levy, Female Chauvinist Pigs: Women and the Rise of Raunch Culture (2006)

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Jennifer L. Polzner, Reality Bites Back: The Troubling Truth about Guilty Pleasure TV (2010)
Peggy Orenstein, Cinderella Ate My Daughter: Dispatches from the Front Lines of the New Girlie-Girl Culture (2011), tô lendo e adorando; é delicioso.
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Enfim, é isso, gente. Como você pode ver, eu praticamente não incluí nada de ficção, apenas não-ficção. Ficção vai ter que ficar pruma outra lista.

Fecho com uma frase da História do Rei Transparente, da espanhola Rosa Monteiro: “Sou mulher e escrevo. Sou plebeia e sei ler. Nasci serva e sou livre”.
Update em setembro 2014: Aqui tem mais um ótimo lugar pra encontrar livros feministas. Centenas de títulos, a maior parte em inglês e espanhol.
Update em outubro 2015: 18 textos essenciais para estudos e pesquisas sobre gênero e sexualidade. Para ler e baixar!