segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

O PODEROSO CHEFÃO III CONTINUA SENDO MUITO RUIM, MESMO COM OUTRO NOME

Semana passada o maridão e eu revimos O Poderoso Chefão Parte III. Já vimos o filme inúmeras vezes nesses trinta anos, inclusive no cinema, quando foi lançado em dezembro de 1990.

Quer dizer, vão falar que não é bem o mesmo filme, que esta é uma espécie de versão do diretor, mas não caia nessa. Francis Ford Coppola, que às vezes fica sem dinheiro, volta e meia faz isso (se bem que Apocalypse Redux tem realmente ótimas cenas acrescentadas, mas essa proeza é de vinte anos atrás). Esta versão de Chefão III tem uns doze minutos a menos. Nem dá pra notar direito. O começo foi alterado, o final também. E o título. Agora não é mais "parte III", é Desfecho: A morte de Michael Corleone

Eu adoro os dois Chefões, de 1972 e 1974 (embora eu ache que o melhor filme de 72 foi Cabaret), mas nunca gostei da terceira parte. É fácil culpar a Sofia Coppola, tadinha. A Winona Ryder tinha sido escalada para interpretar Mary, filha do chefão feito por Al Pacino. Mas ela estava exausta e acabou não fazendo. 

Coppola, nepotista que é, escalou a filha de 19 anos, que nunca havia atuado antes e não tinha intenção de ser atriz (virou diretora, e das boas). Ela é claramente uma amadora (pense no Keanu Reeves, normalmente um ator decente, em Drácula de Bram Stoker, também dirigido por Francis Coppola). Mas o filme não a ajuda. Talvez qualquer atriz teria feito um papelão.

Fiquei feliz em constatar que o maridão e eu temos as mesmas opiniões sobre o filme. Concordamos que, cada vez que revemos a parte III (eu assegurei que esta foi a saideira), ela fica pior. Os diálogos são péssimos, artificiais, e as atuações não ficam tão atrás. Até o grande Al Pacino tá caricato em algumas cenas. Lembrem-se que sua fala mais famosa, parodiada à exaustão, é "justo quando pensei que estava fora, eles me puxam de volta", que não é seu melhor momento no filme. 

Mas vejam quando ele vai receber Kay (Diane Keaton, que eu sempre considerei o elo fraco em toda a trilogia) na estação de trem na Sicília. Ela diz que seu atual marido queria muito vir, e Michael responde que tem certeza que sim. É um diálogo artificial. E tudo bem, na vida a gente tem diálogos artificiais, mas este não parece ter sido feito pra dar a entender que o relacionamento entre eles está nesse nível. É só que vários diálogos na Parte III são assim.

Não estão convencidxs? Então que tal a cena em que Connie (Talia Shire) reforça sua lealdade ao irmão e chefão enquanto lhe aplica uma injeção? Ela lamenta que Fredo, que Michael mandou matar no final do segundo filme, e que vai assombrá-lo pro resto da vida, tenha se afogado. Mas a câmera mal a mostra enquanto ela fala isso. É uma cena que poderia revelar bastante sobre sua personagem (tipo: ela acredita nessa mentira?). Ela está quase de costas e há uma sombra sobre ela. Não dá pra saber qual é a dela apenas pelo diálogo e a entonação. Certo, o filme fez essa escolha de não nos deixar interpretar sua fala, mas então qual é o propósito da cena? Por que ela está lá? 

Pra mim, quem se sai melhor é Joe Mantegna como um mafioso mais barra pesada. Seu personagem (pequeno) está melhor construído. Andy Garcia como o filho bastardo de Sonny tem boas cenas -- não as que ele compartilha com Sofia --, mas acho que ele se esforça demais pra parecer fora de controle como o pai que nunca conheceu, como se ser explosivo fosse genético.

Quando o filme foi lançado, em 1990, ele foi malhado (a ferina crítica Pauline Kael o classificou como uma "humilhação pública"), principalmente por causa de Sofia. Mas ele teve o azar de surgir no mesmo ano de Os Bons Companheiros, do Scorsese, que é muito superior. Ainda assim, ele foi indicado a sete Oscars, inclusive melhor filme. Sinal de que um monte de gente adorou. Eu realmente não sou uma delas. O maridão tampouco.

Desculpem se vocês amam a terceira parte de paixão. Já ouvi até uma ou outra pessoa afirmar que é o melhor momento da trilogia. Mas pra mim esse "desfecho" é tão péssimo que me faz pensar se os dois filmes que vieram antes não são talvez superestimados (não, não são).

13 comentários:

  1. Oi Lola, feliz 2021!!!

    Você assistiu "Era uma vez um sonho" da Netflix?

    Abraços :).

    Muito legal! Eu adorei.

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  2. https://m-extra-globo-com.cdn.ampproject.org/v/s/m.extra.globo.com/noticias/mundo/arabia-saudita-condena-ativista-dos-direitos-das-mulheres-quase-seis-anos-de-prisao-24814527.html?versao=amp&amp_js_v=a6&amp_gsa=1&usqp=mq331AQFKAGwASA=#csi=0&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&amp_tf=Fonte%3A%20%251%24s&ampshare=https%3A%2F%2Fextra.globo.com%2Fnoticias%2Fmundo%2Farabia-saudita-condena-ativista-dos-direitos-das-mulheres-quase-seis-anos-de-prisao-24814527.html

    As mulheres do mundo todo deveria lutar por ela não podemos abamdona-la .Temos que fazer barrulho pq senão as mulheres não vão mais ter coragem de lutar por direitos nesses países.

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    1. Nossa luta é contra o patriarcado cristão não temos nada a ver com Oriente.

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    2. Pensei que fosse pela igualdade entre homens e mulheres. Então vocês preferem ficar com essa birutice e, se as mulheres em outro lugar do mundo sofrem, foda-se, não é nosso problema. É isso?

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  3. LOLA feliz ano novo.

    b) Lola vc viu a deputada federal Samia Bonfim está grávida do seu companheiro Glauber Braga tb deputado vc acredita que bolsonaristas foram encher o saco dela apenas porque ela defende a discriminalizacao do aborto uma palhacada

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  4. Igualdade seria as mulheres serem obrigadas a entrarem para o exército, igualdade também seria exigir que os homens depilem suas pernas, púbis e axilas para serem socialmente aceitáveis. Igualdade seria se as mulheres começassem a estuprar e abusar dos homens mais frequentemente, igualdade seria se fosse esperado dos homens alterarem suas caras com maquiagens, produtos químicos e cirurgias para permanecerem "belos" e "fodíveis", igualdade seria se fosse esperado dos homens usarem roupas e sapatos desconfortáveis para um evento importante, igualdade seria querer e demandar que os homens sejam dóceis e submissos e pequenos e sejam agradáveis e obedeçam todo mundo.

    É por isso que não queremos igualdade. Tornar coisas ruins igualmente disponíveis e exigidas de todo mundo não ajuda nada. Nós queremos libertação e justiça.

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    1. Ninguém é obrigada a se maquiar, depilar, fazer cirurgia etc., isso é opção pessoal, se não quiser, não faça o ponto final. Alistamento não é obrigatório para homens em muitos países; aqui é, e, embora alguns questionem essa obrigatoriedade (eu mesmo sou contra), por enquanto é um dever civil (sabia que todos os cidadãos -homens e mulheres- tem direitos mas também tem deveres?). Viu a diferença? Tem coisas que fazemos ou não por opção pessoal, não há leis nos obrigando a tal, enquanto há outras que são deveres.

      E enquanto você fica com essa esquizofrenia de raspar pelo e usar maquiagem, mulheres em muitos lugares no mundo não tem praticamente nenhum direito. "Ah, mas temos que nos preocupar com nossos problemas aqui, elas que briguem pelos delas lá!" ERRADO! Elas são tão mulheres quanto as mulheres daqui, e são tão oprimidas que sequer podem se posicionar contra a opressão que sofrem. Cabe a nós chamar a atenção para o problema e exigir que sejam tratadas com dignidade. Depois que conseguirmos isso, podemos nos preocupar com coisas mais banais.
      PS: você pode fazer isso sem raspar os pelos nem usar maquiagem caso queira, não há problema nenhum com isso, e ninguém vai te punir.

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    2. Vcs querem vingança não igualdade ou justiça.

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  5. Na boa, procura um psiquiatra vai. Teu caso é sério.

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  6. Oi, Lola! Concordo plenamente, esse III nem deveria existir. Além de nãoa crescentar em nada, ele é totalmente desnecessário. Beijos.

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  7. Contra-argumentou tudo...

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  8. Esquizofrenia é um problema mental sério e que causa muito sofrimento, não é uma ofensa gratuita pra você despejar em cima de alguém que fala coisas que não te agradam. Melhore.

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  9. O Poderoso Chefão 3 é igual jiló, é ruim pra caramba mas têm quem goste.

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