Domingo, dia 11 de outubro, foi Dia Internacional da Menina, uma data ainda pouco conhecida, mas importante, criada pela ONU.
Reproduzo o artigo de Carolina Pasquali e Isabella Henriques, do Instituto Alana, de Cynthia Betti, diretora da Plan Intertional Brasil, de Letícia Bahia, coordenadora do Girl Up Brasil, e de Luciana Temer, do Instituto Liberta. Ele foi publicado na Folha de S. Paulo no último sábado.
“É pela vida das mulheres". A frase se repete em manifestações que denunciam os alarmantes números de feminicídio, as mortes por aborto inseguro e outras violências sistemáticas de que são vítimas as mulheres brasileiras.
Em agosto, entretanto, foi a vida de uma capixaba de 10 anos que esteve em risco por causa de violências de gênero.
Vítima de estupros recorrentes, a menina eventualmente engravidou. Grupos extremistas divulgaram sua localização e tentaram impedir a interrupção da gestação que lhe ameaçava a vida. O Brasil, estarrecido, parecia descobrir que meninas, assim como mulheres, também podem ser estupradas.
O estarrecimento convém, dado o hediondo do(s) crime(s), mas falta entender que esse não é um caso isolado.
A violência sexual é um problema de gênero —mas é também uma questão de idade.
Dentre as vítimas de estupro do sexo feminino, 72% são meninas com menos de 18 anos. O maior risco está na faixa de 10 a 13 anos, que concentra 28,6% dos estupros. É preciso repetir: entre aquelas que são estupradas no Brasil, quase um terço tem de 10 a 13 anos. A menina do Espírito Santo não é exceção, é padrão. Quando começaremos a bradar pela vida das meninas?
Propomos começar hoje. Hoje, 11 de outubro, Dia Internacional da Menina. Desde 2012, a data estabelecida pela ONU tenta chamar atenção para a urgência de se encararem as questões de gênero também a partir de uma lente etária. Meninas sofrem violências específicas e sofrem de forma distinta as mesmas violações que vitimam mulheres.
Abuso e exploração sexual, casamento infantil, gravidez na adolescência —uma busca rápida no Google mostra o quanto essas feridas estão latejando nos corpos das meninas brasileiras. Quantas mulheres adultas poderiam prescindir de ajuda médica, de delegacias especializadas em atendimento à mulher e até mesmo de abortos se tivéssemos nos ocupado das meninas que elas um dia foram?
Quando nós fazemos a lição de casa, elas transcendem. A proteção dos direitos das meninas e a devida oferta de oportunidades deságua em figuras da envergadura de Malala e Greta, expoentes de uma onda crescente de meninas ativistas que, cada vez mais novas, estão mudando o mundo.
Precisam, porém, de campo fértil. Precisam que o dia de hoje cresça, que o mês de outubro seja tão repleto de homenagens e debates e especiais e marchas quanto março já é. Para que o futuro seja mesmo feminino, precisamos reconhecer que o feminismo começa com as meninas.
ResponderExcluirhttps://globoesporte.globo.com/sp/santos-e-regiao/futebol/times/santos/noticia/as-gravacoes-do-caso-robinho-na-justica-italiana-a-mulher-estava-completamente-bebada.ghtml
Gente vcs viram essa briga? A esquerda está precisando urgentemente de aprender a fazer aliados e deixar as picuinhas de lado, ou corre sério perigo de perder mais espaço ainda.
ResponderExcluirhttps://www.brasil247.com/blog/candidatura-de-boulos-serve-para-isolar-o-pt-e-e-um-retrocesso-na-luta-contra-o-golpe
Bozo e Damares gostam de fiscalizar o cofrinho alheio, mas esqueceram de fiscalizar o dos aliados.
ResponderExcluirFiscais de fio…
https://revistaforum.com.br/blogs/blogdomouzar/a-ministra-e-o-fiscal-de-fio/
Tá explicado o do porque da nota de 200 Reais, é pra ficar mais fácil de enfiar no rabo.
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