Agora é oficial: faz meio ano não saio de casa.
Aqui somos os três no grupo de risco (o maridão e minha mãe, por estarem acima dos 60 anos; eu, por ser obesa). Só o maridão sai, umas duas vezes por semana, pra ir ao supermercado. Pra ele é inadmissível pedir pra alguém entregar as compras ou ir menos vezes, porque ele compra muita fruta. Sempre sai de máscara, antes de se tornar obrigatório. Evita locais cheios. E lava muito as mãos. Por enquanto, tem funcionado.
Mas em breve terei que romper minha quarentena, porque há pelo menos três coisas que preciso fazer: 1) votar (só em novembro, mas já estou me preparando psicologicamente), 2) ir ao dentista (eu paguei já metade dos implantes e coloquei os pininhos em dezembro. Era pra continuar o tratamento em março. Não vou poder esperar muito mais), e 3) seguir com a reforma da casa, que foi interrompida em fevereiro. Minha casa está um horror, cheia de buracos da reforma. Felizmente nada mais caiu, mas daqui a pouco volta a chover forte e ainda não resolvemos as goteiras.
Tem uma outra coisa também, que me parece meio ultrajante, mas muita gente me assegura que pode ser bom pra minha saúde mental. Em janeiro, quando ninguém imaginava que 2020 nos pregaria esta peça, comprei um pacotinho de 3 noites em Taíba, Ceará. Era pra gente ir no feriado de Corpus Christi, em junho. Claro que adiamos. Agora estou pensando em irmos em novembro, só pra duas noites, e durante a semana, quando (imagino) a praia esteja quase deserta (só os kite surfers, porque duvido que eles liguem pra vírus). Preciso de sol e mar. E em novembro estarei de férias na universidade, já que teremos terminado o primeiro semestre de 2020. O segundo começa em dezembro e vai até abril. Creio que será tudo remoto até chegar a vacina.
E o que preocupa é que a última previsão que vi da Organização Mundial da Saúde é que talvez só tenha vacinação em massa em 2022! Já imaginaram ficar mais um ano e meio confinados?! Quero dizer, parece que é só a gente, os oitoporcenters, como disse um leitor. Nas ruas tem até pessoas andando sem máscara, ou com máscara no pescoço. E a gente vê essas fotos medonhas de bares, restaurantes e praias lotadas.
Agora o desafio passa a ser também convencer minha mãe de 85 anos a continuar em casa. Ela já não aguenta mais!
O bacana é conversar com minha timeline no Twitter. Pelo jeito, todo mundo tá que nem a gente. Selecionei algumas das respostas mais interessantes:
Sem dúvida que daqui para frente será cada vez mais difícil as pessoas ficarem em casa. A pressão para a abertura das escolas, universidades, creches, cinemas,teatros e casas noturnas é deveras tremenda! Com tudo aberto e funcionando, não fará sentido para a maioria das pessoas ficar em casa.O não uso de máscaras e as aglomerações nos parques, praças e bares é assustador, e assim que o calor chegar com o fim do inverno no Sul, as praias começarão a lotar também por aqui. O vírus continuará bombando à vontade! É exatamente o calorão e a seca deste inverno nas outras regiões do Brasil que estimulou esse comportamento desobediente. 43° C em Cuiabá e 39° C no Rio e umidade de somente 8%, melhor estimulante para ficar nas ruas, praias e bares não tem!
ResponderExcluirNossa, com esse tempo quente aí mesmo que não quero nem saber de sair de casa, nem mesmo pra fritar feito torresmo embaixo de sol quente numa praia lotada qualquer. Não é só porque abriu comércio, cinema, salão de beleza, academia e diabo a quatro, que eu vou ter que sair para essas coisas. Se minha chefia colocou todos nós em home office para nos preservarmos, e caso necessário estar presente no laboratório, restringir ao máximo, dentro de uma escala, não todos os dias, porque eu iria dar um migué e ir pro shopping com desculpa de "respirar ar puro"? Se fosse, qual sentido de ficar em home office?? Se estou em casa, saindo o extremamente e estritamente necessário, qual o problema de ficar mais um tempo sem fazer unha ou cabelo em salão, sem comprar roupa ou sapato, se aguentei muito bem sem nada disso (não, não são coisas essenciais, fundamentais para viver) até agora?
ExcluirAcho engraçado esse pessoal que vai para o shopping alegando que precisa respirar ar puro, é mole? Kkkkkkkk
ExcluirAqui na vizinhança, vários prédios tem apartamentos com varandas, sacadas. Aqui mesmo no meu prédio, os andares que ficam no térreo dispõem de áreas externas amplas, recebe sol, etc. Há casas na rua com varanda, espaço na frente para se sentar, ficar, receber um sol nas pernas. Nunca vejo uma viva alma, nesses lugares, nem nos finais de semana, a impressão é de que são lugares vazios. Sei que mora gente porque a noite essas residências parecem árvores de natal de tanta luz acesa. As pessoas não poem a cara pra fora nunca. Pergunto: por que essas pessoas pagam uma grana extra, aluguel e/ou condomínio mais caro para ter um espaço aberto e não usar, não aproveitar para tomar um sol, pegar ar, etc? Não estou dizendo fazer festas, virar lugar de correria de criança, transformar em cortiço, cheio de varal de roupa e coisas empilhadas, mas usufruir para benefício da própria saúde? Enquanto outras pessoas não tem, moram em apartamento pequeno, fechado, mal ventilado? Quem dera eu tivesse um espaço assim, todo dia eu pegaria um pouco de sol enquanto ler um livro ou ouvir uma música com fone.
Lugar de gente estranha esse aqui.
Confesso que estou muito cansada. Precisei vir pra casa da minha pra ajudar a cuidar da cachorra e aqui eu e meu marido somos vistos como neuróticos. Então simplesmente respirei fundo e aceitei o risco, tomando os meus cuidados, continuo não saindo (mas ela arranja desculpa pra ir ao mercado sempre). Não saio de casa desde março e infelizmente vou ter que trabalhar de mesária. Sei que não haverá segurança suficiente, não da forma que está sendo veiculado na mídia, já estou me preparando para o contágio. E infelizmente no Brasil não temos o direito à vida, aqui quem quer viver é taxada de medroso, cagão, vagabundo.
ResponderExcluirIr a shopping, bares e restaurantes, cinema, academia (será?) Vai ficar pra depois da vacina. Tenho trabalhado de casa. Tem os pontos positivos de não precisar ir ao local de trabalho. Talvez eu seja antissocial, mas acho nem fede nem cheira quase todo mundo que vejo por lá, inclusive minha chefe. Não vou com a cara de uma parte e de gostar são pouquíssimos. Tem um monte de evangélico. É paz do Senhor pra lá. Paz do Senhor pra cá. Nas eleições irmão ajuda irmão, irmão vota em irmão - são as coisas que eles dizem. Gostar ou simpatizar com neopentescotais é um desafio evolutivo pra quem é gay. Imagino que seja parecido com um judeu ir com a cara de um neonazista. Ou um negro gostar de um integrante da Klu Klux Klan. Trabalho lá há 14 anos e só fiz 02 amigos. Um também é gay e a outra é goiba, a fruta cheia de bicha (ela é super friendly). Ponto negativo do teletrabalho é receber ligações da chefe 22h... Acabo sendo muito mais exigido na produtividade do que seria presencialmente. Mas é o que há pra hoje. Melhor do que tá com pessoas nem fedem nem cheiram ou de que eu não gosto. Ou pegar Covid e trazer esse vírus pra casa. Minha mãe tem 76 anos e é fumante. Tenho tido que sair pra levar os bichos ao veterinário. O gato de 16 anos tá com um dente estragado e ele tem que ser retirado. Mas antes tem que fazer um raio X do crânio. Pra isso tem que tomar anestesia. Pra tomar anestesia a creatina tem que baixar. Um dos cachorros tá com um nódulo maligno na costela. Pra descobrir que é maligno tive que levá-lo pra exames. Agora tem os exames pra a cirurgia... Além dos gastos, tenho tido que ir ao veterinário com frequência por causa desses bichos. Mas vai dar certo. Espero que Nossa Senhora da Boa Saúde (deve ter, né? Pra cada coisa tem uma Nossa Senhora diferente) nos proteja. Amém.
ResponderExcluirBoa sorte e saúde, melhoras para os bichinhos
ExcluirTem a Nossa Senhora da Boa Saúde. Olhei no Google. Faz dupla perfeita com a Nossa Senhora da Boa Morte. Se a primeira falhar a outra já tá de prontidão. https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_da_Sa%C3%BAde
ResponderExcluira) Lola vc viu a dona da Magazine Luiza anunciou que o sistema de trainee da empresa de 2021 apenas contratará negros em uma ação de política afirmativa. Vc acredita que os deputados bolsonaristas Carlos Jordy e Daniel da Silveira resolveram encher o saco da empresa? Se puder escreve sobre isso
ResponderExcluiravasconsil esse povo que fica se aglomerando e diz que usar máscara é frescura devia ser obrigado a assinar termo de responsabilidade abrindo mão de respirador se pegar covid. Garanto que se fossem obrigados a assinar um desses iam aprender a se prevenir rapidinho. E minha mãe já teve que voltar pro trabalho, ela trabalha na justiça eleitoral mas nem o EPI deram... ela e os colegas de trabalho tiveram que comprar os próprios itens de proteção. Felizmente todos os colegas dela são responsáveis, fazem isolamento e usm EPI. Sair pra farrear, só quando tiver vacina.
ResponderExcluir11:37 a falta de umidade no ar pode ser resolvida com um umidificador ou uma bacia de água no canto da casa. Eu sei que eu preferiria passar o dia carregando bacias d'água pela casa toda a me aglomerar com um bando de gado irresponsável que nem uma simples máscara quer usar.
08:39 e pior é que esse tipo de babaca é o primeiro a defender "direito absoluto do estabelecimento privado" quando um dono de empresa resolve não contratar negro, mulher, gay ou travesti por motivos imbecis. Merecem uma cadeirada com o Trono de Ferro.
ResponderExcluirSe o anúncio fosse "Estamos selecionando pessoas negras para vagas de faxineiro, servente, serviços gerais", esses mesmos imbecis não estariam manifestando indignação. Aliás, passaria batido, pois para eles seria "coisa natural, normal".
ExcluirTitia,
ResponderExcluirqual empresa abriu processo seletivo excluíndo gays ou trans ou negros ou qualquer outra minoria?
tentei puxar pela memória, mas realmente não me lembro de nenhum exemplo além da Magazine Luisa, mas aí é lacre do bem né?
O que muitas pessoas defendem é o direito de um estabelecimento comercial de recusar atendimento a alguém sem precisar justificar isso. Nos EUA é assim em alguns lugares.
E você pode considerar isso cruel, pois certamente alguém vai recusar atender um negro ou um gay por preconceito. Porém pense comigo: se você, mesmo não sendo negra ou gay, souber que um estabelecimento recusa atender pessoas negras ou gays, vocÊ iria nesse lugar? Pq eu certamente não iria. É um filtro. Esse lugar jamais veria meu dinheiro. Eu faria propaganda negativa. Boicotaria de todas as formas que pudesse.
Essa permissividade nos permitira reconhecer de forma escancarada os racistas. Seria perfeito.
Alícia
Oi Alícia! Já acabou o retiro da vergonha por ter votado no nazipalhaço? Bom, eu me esforçaria em responder com seriedade se você não fosse neoliberal, mas não tô a fim de me dar a esse trabalho agora. Só vou te dizer que seu Mico mesmo disse que "Mulher tem que ganhar menos porque engravida". O resto você pode deduzir sozinha.
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