BRASIL 13.240 MORTOS POR COVID X ARGENTINA 329

Hoje na coletiva um repórter perguntou a Bolso: "O que na opinião do senhor explica o Brasil ter 12 mil mortos e a Argentina, 320, pelo covid?"

Excepcionalmente, o pior presidente de todos os tempos não respondeu "E daí?" ou "Não sou coveiro". Mas respondeu com sua já comprovada ignorância a toda prova: "É só vc fazer a conta por milhão de habitantes, né, então... Vamos falar da Suécia? A Suécia não fechou! Pronto! Vc tá defendendo... Vc pegou um país que tá caminhando pro socialismo, que é a Argentina". 

Em outras palavras, seu Jair admitiu que o socialismo salva vidas.

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Além do mais, ao falar da Suécia, Bolso cai na ladainha mentirosa repetida pela extrema-direita -- que a Suécia não entrou em quarentena ou lockdown e está bem. Primeiro que a Suécia é, entre os países da Escandinávia, o que mais tem número de mortos (3.592). Segundo que o povo da Suécia consegue se isolar (não tem periferia com dez pessoas por cômodo, como em muitos lares brasileiros), e terceiro que lá os suecos entraram em confinamento por conta própria, sem ninguém mandar. Lá 70% das pessoas estão isoladas dentro de casa. Aqui, nem com quarentena imposta conseguimos atingir 50%. 

Qualquer comparação com como a Argentina vem combatendo a pandemia é terrível pra gente. No país vizinho a taxa de mortes por milhão de habitantes é de 7,4. No Brasil, o número é nove vezes maior -- 63,2 por milhão. E isso se considerarmos apenas as mortes oficiais. Calcula-se que o número real de infectados seja quinze vezes maior.

Suécia no final de março

E, pra sepultar a fala de Bolso, a Argentina está muito melhor que a Suécia em evitar mortes. A Suécia é um quarto da população argentina, mas seu número de mortes é 11 vezes maior. É, inclusive, muito pior que a nossa (346 por milhão). 

Por que no te calas, miliciano estúpido?

Mas o que me deixou devastada hoje foi ler esta matéria com declarações de cientistas e especialistas da Organização Mundial de Saúde. A cientista-chefe disse que pode levar 4 ou 5 anos para controlar o corona (depende das mutações do vírus, das medidas de restrição, e da criação de uma vacina).

O diretor-executivo aponta que só criar uma vacina não vai controlar a pandemia. Ele exemplificou que já temos vacinas para doenças já existentes, como o sarampo, e nem por isso a doença está erradicada. Se as pessoas não tomarem a vacina, nada feito (e é óbvio que no mundo negacionista e anti-ciência em que vivemos, vai estar cheio de idiota de direita que não vai querer tomar a vacina). O diretor acha que é mais provável que o coronavírus fique endêmico e tenhamos que conviver com ele, como fazemos com o HIV.

E tem gente que acha o Átila Iamarino pessimista...