terça-feira, 30 de julho de 2019

SUA HORA DE SAIR ESTÁ CHEGANDO, EXCREMENTÍSSIMO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Eu nunca tive dúvida da insanidade de Jair, mas, depois das últimas declarações, uma depois da outra, agora quem diz isso é um dos responsáveis pelo impeachment de Dilma, o jurista Miguel Reale Jr: 
"Estamos, realmente, em um quadro de insanidade da mais absoluta. Não é mais caso de impeachment, mas de interdição". 
A Folha de S. Paulo fez uma compilação no Twitter das barbaridades mais recentes proferidas pelo miliciando que alguns insistem em chamar de presidente.
Em 19 de julho, sobre a jornalista Miriam Leitão (ninguém precisa gostar dela pra se solidarizar com ela), que foi torturada durante a ditadura militar quando estava grávida, Bolso inventou que ela estava indo pra guerrilha do Araguaia quando foi presa. E ainda negou que ela foi torturada. Em 2015, Bolso zombou do sofrimento de Miriam, que foi deixada durante horas numa sala escura do exército com uma cobra solta na sala. "Coitada da cobra", disse o energúmeno. 
Em 19 de julho, Bolso chamou a segunda maior região do país em número de habitantes e terceira maior em tamanho, o Nordeste, de "Paraíba", que é apenas um dos nove estados nordestinos. A intenção foi ofender mesmo. No áudio, ele diz: "Daqueles governadores de Paraíba, o pior é o do Maranhão". Ele estava falando de Flávio Dino (PCdoB), em seu segundo mandato, considerado nada mais nada menos que o melhor governador do Brasil. 
Ainda no mesmo dia, Bolso disse que "falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira". Depois, diante da repercussão negativa da sua ignorância explícita, voltou atrás e reconheceu, irritado, que "alguns passam fome". 
Também no dia 19, novamente defendendo nomear seu filho Dudu para embaixador nos EUA, Jair deixou patente seu nepotismo num vídeo: "Pretendo beneficiar meu filho, sim. Pretendo, está certo. Se puder dar um filé mignon ao meu filho, eu dou".
Ainda no mesmo dia, Bolso negou as estatísticas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre o desmatamento da Amazônia e sugeriu que o presidente do INPE estaria "a serviço de alguma ONG". Três dias depois, quis censurar o INPE. Reclamou que "as informações" devem chegar a eles antes de serem divulgadas. 
Em 27 de julho, falou que questões sobre o meio ambiente só são importantes pros "veganos que comem só vegetais". Ainda insistiu em transformar Angra dos Reis (onde ele tem uma casa) em Cancún, e declarou: "Se quiséssemos fazer uma maldade, cometer um crime, nós iríamos à noite ou em um fim de semana qualquer na baía de Angra e cometeríamos um crime ambiental, que não tem como fiscalizar". 
Tem como fiscalizar, miliciano. Em 2012 ele foi multado por pescar em lugar proibido. Assim que chegou à presidência, Bolso exonerou o fiscal que o multou. De fato, assim fica um tanto difícil fiscalizar. 
Ato de apoio a Glenn hoje em SP e RJ
Também em 27 de julho, Bolso insinuou que o jornalista Glenn Greenwald é "malandro" e teria se casado com um brasileiro e adotado dois meninos "para evitar um problema desse". Bolso se referia à portaria criminosa 666 baixada por Moro (que permite deportação imediata de estrangeiros). Acrescentou ainda: "[Glenn] não vai embora, pode ficar tranquilo. Talvez pegue uma cana aqui no Brasil". E disse que Glenn cometeu um crime, sem especificar qual. 
Ontem, 29 de julho, Bolso colocou em dúvida a morte de um cacique numa aldeia da etnia Wajãpi no Amapá, que foi invadida por cinquenta garimpeiros. "Usam o índio como massa de manobra", afirmou Bolso, que voltou a dizer que quer legalizar o garimpo no Brasil, inclusive nas terras indígenas. A ONU condenou o assassinato do cacique, mas o presidente do Brasil (que incentiva as invasões) não reconhece a morte! Isso pode levar a sanções de países que respeitam direitos humanos. 
Ontem Bolso bateu alguns recordes. Ao tentar atacar a OAB, disse: "Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como o pai dele desapareceu no período militar, eu conto". Ele estava falando de Fernando Santa Cruz, que em 1974 "desapareceu" durante a ditadura militar. 
Não foi a primeira vez que Bolso atacou familiares das vítimas. Quando parlamentar, posou ao lado de um cartaz que sugeria que quem gosta de osso é cachorro, ironizando as buscas por ossadas de desaparecidos durante a ditadura. 
Em 2014, ele cuspiu numa estátua de Rubens Paiva enquanto gritava "Teve o que mereceu, comunista desgraçado, vagabundo!". Tudo isso na frente do neto de Paiva, que tinha sido convidado para a inauguração do busto que a Câmara dos Deputados expôs para homenagear o deputado torturado e morto pela ditadura em 1971 (pai do escritor Marcelo Rubens Paiva).  
Atos marcados para este domingo, 4/8
E, lógico, ninguém se esquece de quando, no impeachment de Dilma, Bolso saudou um torturador: "pela memória do coronel Carlos Alberto Ustra, o pavor de Dilma Rousseff". Ustra foi o primeiro militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador. Um de seus métodos de tortura era enfiar ratos vivos nas vaginas das mulheres. O discurso de Bolso foi tão chocante que muitos ativistas e a própria OAB pediram sua cassação. 
"Com o Supremo, com tudo", e com um juiz empenhado em prender Lula e impedir que ele concorresse, não deu em nada. Mas Bolso deveria ter sido cassado naquele momento inglório de maio de 2016. Aliás, muito antes, quando agrediu Maria do Rosário, em 2003 e 2014. 
Sua declaração para o presidente da OAB Felipe Santa Cruz foi muito, muito mal recebida. Tanto que mais tarde Bolso cancelou uma reunião com ministro francês para gravar um vídeo enquanto cortava o cabelo, dizendo que quem tinha assassinado Fernando foi a esquerda. Só que, no mesmo dia, ficamos sabendo que semana passada saiu um atestado (do próprio governo!) afirmando que Fernando foi morto "pelo Estado"
Hoje, Bolso reagiu: chamou de "balela" os documentos sobre mortes na ditadura, e disparou: "Você acredita em Comissão da Verdade?" Não, Bolso, a gente acredita em você, o rei das fake news, que foi eleito à base de mentiras como kit gay e mamadeira de piroca. 
De vez em quando o governo solta seus ministros pra falarem alguma besteira pra servir de cortina de fumaça -- Damares dizendo que abuso sexual na Ilha de Marajó é por falta de calcinha, Weintraub batendo boca com o povo em meio a suas férias, 
sinistro do meio ambiente recomendando comercial de carro, o banqueiro Paulo Guedes gritando "Vai trabalhar, vagabundo!" -- mas, como eu disse desde o começo, o maior bobo da corte do governo Bolso é ele mesmo. 

A questão é: e agora, Jair? As tags exigindo impeachment já de Bolso dominam o Twitter desde ontem. 
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Vários especialistas apontam que as falas de Bolso quebram decoro e podem ser enquadradas na lei de crimes de responsabilidade, a lei no. 1.079. É óbvio ululante que Bolso procede "de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo". Eu quero o impeachment de Bolso. Chega! 
Lógico que também há as tags dos bolsobots que dizem coisas estapafúrdias como, por exemplo, "Bolsonaro tem razão". Leia o festival de horrores proferido por Bolso apenas nos últimos dias e me diga, com toda sinceridade, se esse excrementíssimo senhor presidente da República tem razão em qualquer coisa. 

7 comentários:

  1. O que realmente me deixa desanimado é que apesar das tags pedindo impeachment estarem presentes os bots dos minions sempre são bem mais numerosos. Eu acho isso absurdo mesmo. Será que não há pessoas dispostas à luta não se sensibilizam? Porque tem sido tão difícil a mobilização? De onde saem esses apoiadores do Bozo? Eu converso com as pessoas e vejo todo mundo indignado, não conheço essas pessoas que vão as ruas com camisa da CBF. De onde elas saem? Isso me deixa desesperançoso. Eu juro que nao esperava ninguém nestas últimas mas derrepente sai manifestoche das profundezas do inferno e o diabo se fortalece. Eu não sei mais o qie fazer. Gostaria de ais de ter seu otimismo e força, mas ta osso.

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    1. Sem entrar nessa polêmica de bots, o que posso dizer é que o número de perfis direitistas no Twitter é espantoso. Ninguém imaginava que houvesse tanto militante de direita no Brasil.

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    2. Acho que eu já li esse mesmo anúncio nesse mesmo blog meses atrás.

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  2. Como escreveu o professor Fabricio chagas Bastos da Universidade de Melbourne no artigo "political realignment in Brazil: Jair Bolsonaro and the Right Turn", " é óbvio que Bolsonaro não estava preparado para o cargo que mantém." E o pior de tudo é que como ele está no cargo por causa de fraude eleitoral-judiciária e com o apoio da alta cúpula empresarial e das igrejas do comércio de religião, não vai dar nada, está tudo sob controle!!! Sem massivas manifestações populares nenhum governo cai!!!!!!

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  3. Não vai acontecer, a menos que algo drástico ocorra. Temer era bem mais impopular e teve que lidar com aquela greve gigante, e cumpriu o mandato dele todo. Enquanto as elites estiverem alinhadas com Bolsonaro, ele não cai - e as elites só vão abandoná-lo se tiverem certeza que isso não levará a volta da esquerda no poder.

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  4. Ouvi falar que Bolsonaro, apesar de prometer concorrer a reeleição, não pretende realmente fazer isso, só diz para evitar ser abandonado por aliados. Acho que pode ser verdade, pois nem ele parece convencido de que presta para o cargo. Por um lado seria bom nunca mais correr o risco dele voltar, mas por outro acho que ele seria um oponente bem mais fácil de derrotar nas urnas que, digamos, Moro (se bem que achamos isso da outra vez e quebramos a cara...)

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  5. Ouviram que o governador do Acre está falando para não pagarem mais multas ambientais no estado, porque agora quem manda é ele?

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