Seguindo a discussão sobre se discutir a suposta homossexualidade de Carlos Bolsonaro ou chamá-lo de Carluxo seria homofóbico, e se Haddad foi tomado pela homofobia ao perguntar a Carlos num tuíte "E o priminho?", passo a palavra para mais dois rapazes LGBT.
Leia o post de ontem para ter outros pontos de vista.
Eis o texto de Lucas Leonardo, roteirista, script doctor e produtor de conteúdo.
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Eis o texto de Lucas Leonardo, roteirista, script doctor e produtor de conteúdo.
Vivemos uma guerra ideológica, e usar em batalha a arma do inimigo, ainda que de forma sazonal, traz o risco de nos colocar no papel daquilo que tentamos combater. Na guerra, é necessário ter o cuidado para não nos transformarmos nela própria.
Compreendo que utilizar o argumento alheio como um bumerangue pode fazer com que gere empatia do outro lado da trincheira, contudo, pode nos colocar em “xeque” de quanto do atributo alheio que tanto questionamos, possuímos em nós.
No caso entre o ex-ministro Haddad e o vereador Carlos Bolsonaro, há quem alegue que é hipócrita questionar o ato homofóbico do professor, lembrando que por parte do vereador não há declaração de que seja gay. Esse contexto é recorrente devido a fúria com que trata os gays e às ilações feitas por seus aliados e inimigos. Sabemos, obviamente, que o assunto será exorcizado até a extrema unção numa tentativa de colocar no mesmo barco perfis tão diferentes.
Ainda que tenha sido um grito de Haddad à espera de maturidade por parte do vereador, e por isso, colocá-lo no mesmo lugar incômodo daqueles que sofrem homofobia, trazer ao diálogo insinuação sobre a sexualidade do interlocutor já carrega em si a qualificação ou desqualificação do mesmo por sua identidade sexual, e não mais de suas ideias, ainda que possam ser vistas como superficiais, fúteis e demagogas. Talvez seja mais compreensível para o vereador a velha reprimenda de Xuxa; “Senta lá, Carlos”.
É nítido que a resposta de Haddad ao vereador deslumbrado carrega uma irritação profunda, e por seu ativismo, o ex-ministro ressoa as vozes das ruas neste flagelo da banalização do “humano”, com a morte diária praticada pelo governo no setor que mais transforma a sociedade, a educação e cultura, assuntos sensíveis diretamente ao professor.
Carlos é o proclamado mentor e relações públicas (nas horas vagas da Câmara Municipal do Rio) do presidente Bolsonaro, e por conseguinte, é responsável pela criação das peças de comunicação agressivas (golden shower) usadas desde as eleições. Sofre, portanto, por parte de todos, inclusive dos aliados, o destempero de ser o “ombudsman” do governo. Tido então como o líder da demagogia criada em torno de quem hoje vive no Planalto, é o primeiro alvo na batalha.
É essa demagogia acumulada que sinto como pano de fundo para a irritação de Haddad. Na era da pós-verdade, da terra plana, da condenação por ato indeterminado, do perdão divino de caixa dois, do partido mais “honesto”, em nome de Deus, que a cada semana se vê num escândalo que vai de envolvimento com milícia a vereador preso, nessa era tão demagoga, será a própria demagogia o xeque-mate para o esgotamento do blefe e a volta da ciência que cura, da terra redonda, do "nazismo é de extrema-direita", da coerência?
Acredito que a ação foi homofóbica, por uma estratégia usada pelos motivos já expostos no texto. No entanto, não vejo em Haddad perfil preconceituoso, ao contrário, sempre o vi inclusivo, e é isso que consta em sua biografia, inclusive na criação dos CEUs em São Paulo e na ampliação do ensino superior em todo o país.
Entre blefes e estratégias, entre filho de “mito” e homens, estou ao lado dos homens. Mitos são lendas, irreais. A humanidade do professor Haddad é o que há de mais belo em sua trajetória, e isso suplantará este ato isolado. Quanto ao blefe, ele serve para momentos nebulosos, contudo, não poderá condensar ainda mais a neblina?
A vez de Wellington Gabriel de Borba, professor em Goiânia.
Carluxo é a ironia sobre a hipocrisia do clã Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro diz muitas coisas que desagradam e pensa que isso seja uma virtude. A lista de polêmicas é grande e ataca vários grupos (pobres, negros, mulheres, LGBTs, artistas, professores, índios etc). O presidente nada poupa, nem mesmo os mais importantes aliados comerciais como a China, os países árabes ou do Mercosul.
Entre as polêmicas do presidente estão as direcionadas ao público LGBT. Especificamente aos gays, o presidente já falou que se tornam gays as crianças que não foram educadas pelos pais, que quando um filho demonstrar-se homossexual é necessário que o pai dê uma surra, um nome coloquial para espancamento. O presidente já disse que gays querem implantar uma ditadura através de kit no qual existe até “mamadeira de piroca”. Perguntado sobre suas ofensas, o presidente disse que é homofóbico mesmo, pois tem foro privilegiado e por isso continuará falando o que bem bem entende.
Diz o ditado que filho de peixe, peixinho é, caso dos filhos do presidente Bolsonaro. Eles também estão na política e amam polêmicas. Carlos Bolsonaro coleciona várias falas também contrárias aos LGBTs. Já publicou no Twitter que para o azar dos gays ele felizmente era heterossexual. Propôs na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro-RJ lei que proíbe a ideologia de gênero, um espantalho criado por evangélicos reacionários e que tem grande apoio na família Bolsonaro.
Para eles a educação sexual e a tolerância à diversidade sexual e à de gênero são incentivos às crianças para que elas se tornem homossexuais e transsexuais. Carlos, tal como o pai e os irmãos, em suas publicações faz bastante questão de atacar o público LGBT e tratar suas demandas como mimimi.
Para eles a educação sexual e a tolerância à diversidade sexual e à de gênero são incentivos às crianças para que elas se tornem homossexuais e transsexuais. Carlos, tal como o pai e os irmãos, em suas publicações faz bastante questão de atacar o público LGBT e tratar suas demandas como mimimi.
Imaginando que Carlos Bolsonaro seja alguém que despreze tanto os homossexuais e seja muito heterossexual, é de se pensar que ele tenha a típica imagem do que nossa sociedade entende como um macho alfa e viril porque heterossexual. Sendo assim, pressupõe que ele se envolva com várias mulheres de uma única vez ou que tenha uma que seja bela e recatada, a namorada ou esposa, um troféu de sua masculinidade. Porém, nas redes sociais de Carlos, principalmente no Instagram, o público percebeu que sim, ele vai a muitos eventos sociais, a muitas viagens e ele tem sim uma companhia fiel -- a de Léo Índio, apresentado como primo. Índio é também quem divide com Carlos um luxuoso apartamento no qual Carlos cria um meigo cachorro maltês, visto como cachorro de patricinha. Além disso, Índio aparece como primo apenas de Carlos, apesar que Eduardo e Flávio serem com Carlos filhos do mesmo pai e da mesma mãe.
Bem, todo mundo entre os gays, e às vezes fora também, sabe daquele conhecido que sempre aparece acompanhado nas festas da firma ou da família nunca de uma mulher, mas sempre de um homem, apresentado como colega, amigo e até primo. Nunca como o ficante, namorado ou esposo, o que pressupõe se assumir gay, o que não é necessariamente simples em uma sociedade homofóbica como a nossa.
Com tudo isso, Carlos Bolsonaro foi apelidado nas redes sociais de Carluxo, inclusive por grande parte dos LGBTs. Muitas pessoas devem achar o apelido homofóbico e uma contradição, principalmente porque é usado por muitas pessoas que querem mais tolerância e respeito. Porém, Carluxo é uma ironia. Primeiro porque expõe que Carlos Bolsonaro não é o que diz ser com tanta ênfase e a todo momento. Segundo porque desmente a hipótese do presidente Jair Bolsonaro que não tem nenhum filho gay, menos ainda porque eles foram bem criados, ao modo do que ele entende como boa educação.
Carluxo é uma forma de expor a hipocrisia de quem insiste em tapar o sol com a peneira quando o assunto é tolerância e respeito, principalmente à diversidade sexual, expandindo também para a de gênero. Uma forma de trazer, por mais fujão que seja, Carlos e também sua família para o lugar daqueles que eles insistem em fazer de vítimas com seus discursos.
Carluxo é uma forma de expor a hipocrisia de quem insiste em tapar o sol com a peneira quando o assunto é tolerância e respeito, principalmente à diversidade sexual, expandindo também para a de gênero. Uma forma de trazer, por mais fujão que seja, Carlos e também sua família para o lugar daqueles que eles insistem em fazer de vítimas com seus discursos.
É provável que Carlos Bolsonaro seja heterossexual e que nós apenas estejamos pensando "maldade" por puro ressentimento. Mas também é provável que ele seja gay, até mesmo porque suas nuances envolvendo o primo são pouco usuais quando se trata de um homem heterossexual no Brasil. Se ele é gay, uma coisa é fato: está no armário devido à família, principalmente o pai, e ao projeto político com o qual eles se promovem. Mesmo que nada disso seja certo, Carlos está fazendo apenas com que as coisas sejam mais difíceis para ele, dando volume a uma bola de neve que vai estourar sobre ele, que é privilegiado por ser de classe média, escolarizado, branco e político. Mas a bola vai estourar sobre outras pessoas com identidades bem ao contrário das dele, a de um privilegiado.
Ressentimento nosso? Kkkkkkkkkk logo de quem... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk que piada!
ResponderExcluire rapazes LGBT? Não existe homem lésbica, mas toda vez que leio que alguém é LGBT parece que tá dizendo que é todas as letras dessa mistura ao mesmo tempo, o que é impossível na realidade.
Carluxo é como o próprio marido (o tal "índio") do filhote do Bostanazi chama carinhosamente o seu querido esposo. Não foram pessoas que fazem oposição ao Boçalnazi que inventaram esse apelido não...
ResponderExcluirDizer que o Carluxo e seu marido Léo são gays não é homofobia, é só o óbvio e evidente, é somente ter olhos e cérebro funcionando com capacidade suficiente para constatar os fatos e coragem de afirmar a verdade. Simples assim.
ResponderExcluirPensar, perceber e dizer que eles são gays não é "maldade"... é só a realidade.
ResponderExcluirSer gay não é ruim ou uma ofensa, ser um merda homofóbico covarde hipócrita vigarista farsante e frustrado que é péssimo, uma desgraça!
Não podemos forçar ninguém a sair do armário! Mesmo "negando as aparências, disfarçando as evidências", não havendo nenhuma declaração da própria pessoa, estamos apenas julgando a vida dela. Parecem uma casal? Parecem. Parecer não é ser. O fato é que a Esquerda ADORARIA que um filho do Bozo se assumisse gay pra quebrar a cara do pai. Foi esse, portanto, o principal argumento de Fernando: Expôr essa suposta hipocrisia da parte de Carlos. Da forma errada, pois Fernando, esgotada a sua paciência e finesse, se defendeu do xingamento misógeno mais usado contra ele durante a campanha eleitoral: "marmita". Fernando errou ao se rebaixar ao nível deles. Sou mulher cis hétero, continuo amando o Fernando, acho que até mais devido a essa demonstração de humanidade que é errar. Algo absolutamente normal no processo de desconstrução que pode levar uma vida inteira.
ResponderExcluirEnfim...
ResponderExcluirUm "viado" quando quer ofender alguém, chama-o de "viado".
Corrigindo 05:48: chama de "viado" quando quer ofender outro homem, não simplesmente "alguém", porque nessa sociedade machista, misógina e homofóbica, uma mulher ser equiparada/chamada de homem parece que é elogio/enaltecimento; ser considerada um "viado" então é praticamente uma confirmação/comprovação de heterossexualidade das mulheres; é uma afirmação de desejo, adoração e devoção aos homens.
ResponderExcluirO que dizer num mundo de pessoas contraditórias e cheia de falhas? Há situações em que é difícil manter a calma e não usar do mesmo argumento para atingir um desafeto que nos ofende. Como criticar se "houve negros que sequestraram outros negros e os vendiam aos europeus para serem escravizados" judeus que votaram e ajudaram a eleger Hitler. Podemos dizer que eram negros escravagistas ou judeus nazistas? Atacar uma pessoa com argumentos usados por ela para ofende-la não me parece o mais razoável. Como poderemos criticar os milhões de pobres, negros (quilombolas), índios, mulheres e gays que votaram no bozonauro? Somos incoerentes, violentos, muitas vezes usamos armas que nos ferem para ferir quem nos agride. Geralmente quando não encontramos argumentos capazes de atingir o objetivo. Assim, na minha opinião, foi um deslize do Fernando, compreensivo, mas não perdoável. Que não haja outro.
ResponderExcluirNossa! Porque, né, que crime horrível julgar a vida - na verdade as mentiras, a hipocrisia, a covardia, a canalhice, o mau caratismo, o oportunismo, o reacionarismo, o cinismo, etc. - dos bostanazis que estão governando o país, que erro grosseiro e terrível! Não podemos ser pessoas tão maldosas assim... hahahahahahaha
ResponderExcluirPois é anonas 13:12, esses bozoantas vivem querendo deferências e compreensão com seus erros ( vejam Bozo e Ônix e Guedes TODA HORA pedindo desculpas pelas imbecilidades do governo) mas atacam os outros com violência permanente. O nome disso é cinismo.
ResponderExcluirQue esse enrustido babaca assuma, ele ficou promovendo violência, tem que responder por isso. Outing nele
Outing eh pouco pro Carluxo, ele precisa ser arrancado do armario pra ser exposto em praça jah ki eh uma figura publica metida a celebridade.
ResponderExcluirQue nao apenas desfrute da impunidade mas ki pague o preço da perda da privacidade.
Ateh porque em 2023 ele pode se escafeder pras Arabias ou quiça se for por algum milagre parar numa jaula em Benfica ou na Papuda pode ateh vir a curtir a companhia masculina o que seria o cumulo do deboche.
Transformar castigo em capricho?
Soh ki nao!