PRA COLOCAR NO CURRÍCULO: ALMOCEI COM LAERTE!

Hoje almocei com a fantástica cartunista e chargista Laerte. 

Ela é uma ídola pra mim há décadas, desde os anos 80, quando eu lia suas tirinhas na Folha. Amo inúmeras criações dela, como Suriá, Muriel, Overman, mas creio que minha preferida é a gata. E adoro suas charges políticas também. E foi uma honra ter sido entrevistada no mesmo documentário que ela, O Riso dos Outros.

Uma das coisas boas do Twitter é que a gente pode se aproximar um pouco desses ícones. Não sei há quanto tempo nos seguimos, mas deve fazer anos já. Em 2017 a produção do seu programa de TV, Transando com Laerte, me contatou para uma entrevista. Infelizmente, não conseguimos acertar uma data. Então durante a semana eu mandei uma DM pra ela avisando que, se ela ainda tivesse o programa de TV, eu estaria em SP durante o final de semana (pra participar do Encontros Provocadores no Sesc Ipiranga. Se você for de Sampa, apareça, por favor. Não vou me perdoar se o evento tiver menos púbico que o filme sobre o Roger Ultrajante). 

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Laerte respondeu que não tinha mais o programa (ela cansou), mas se não poderíamos ter um encontro sem câmeras. Eu disse que sim, claro, mas ela não tinha uma rotina super corrida para arranjar um encontro assim à toa? Ela disse que "à toa" era o feminino de ateu. E o resto é história! Conseguimos nos encontrar pra almoçar hoje no Paraíso, perto do hotel em que estou ficando. 

Não quero contar muito detalhadamente sobre o que falamos porque não foi uma entrevista. Mas ela é um amor, simpática e inteligente. Conversamos sobre gatos (ela tem dois, uma que é paraplégica depois de ter sido baleada na coluna por um vizinho; eu tenho dois, e um deles é o Calvin, 18 anos, que agora que está velhinho tem incontinência urinária), sobre personagens (ela disse que o maridão não deixa de ser um personagem meu, e é mesmo), sobre criação, sobre arrependimentos nas criações, sobre trabalho, sobre fama, sobre perseguições, sobre política, e sobre nosso infeliz país, entre vários outros assuntos. Ela me deu um de seus livros, Modelo Vivo, lindo, e como dedicatória escreveu "Lola!" de um jeito estiloso, cartunístico, digamos.

Como eu queria muito fotos desse nosso encontro, pedi pra ela o celular (que eu não tenho). Pedimos pra um dos garçons tirar algumas fotos, e nesse momento em que nos levantamos da mesa, duas moças numa mesa atrás da nossa gritaram "Maravilhosas!".

Depois outra moça veio até a nossa mesa com o marido e pediu pra tirar uma foto comigo. Olha só! Você tá sentada com uma superstar, uma referência internacional, uma das maiores cartunistas do mundo, com 50 anos de uma carreira brilhante, e a moça vem pedir pra tirar foto comigo! Apresentei a Laerte, que óbvio que ela e o marido conheciam, e tiramos uma foto com ela, eu e a Laerte. A jovem era advogada e amiga da Camila, de Cuiabá, prova de que o mundo é pequeno mesmo.

Laerte criou Lola, a andorinha, muito
antes de saber da minha existência

E aí Laerte e eu saímos do restaurante e nos perdemos ao voltar pro hotel, o que mostra que temos o mesmo senso de direção (ou seja, nenhum). Mas foi uma oportunidade pra conversamos um pouquinho mais. E então nos despedimos. Ela foi de metrô encontrar um amigo. 

Amei conhecer Laerte e queria compartilhar essa alegria com vocês. Agora já posso colocar no meu currículo: "Almocei com Laerte"!