segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

PERSEGUIÇÃO À PROFESSORA QUE QUER FAZER OS ALUNOS PENSAREM

Publico o relato de uma professora (feminista e lésbica) que prefere não se identificar. Ela está sendo perseguida por pais de alunos adeptos do Escola sem Partido.

Os cães estão soltos no fim do ano. Eu, professora, estou cansada. Dois episódios marcaram o fim (ou o início) de um período letivo difícil, conturbado pelas eleições e pelos ânimos exaltados pelo Fla x Flu que se estabeleceu durante o pleito. Os dois episódios se passam em uma mesma escola pública localizada no estado do Rio de Janeiro.
Primeiro -- projeto para o dia da Consciência Negra, escolher (em uma lista dada) uma mulher negra, representativa, e contar (resumidamente) sua história, a relevância de sua representatividade, e, além disso, colocar a criatividade para fora com uma representação à mão livre dessa mulher. Paramos a aula para escolher grupos, quais mulheres cada grupo iria representar, como fazer os trabalhos... orientações escolares. Dentre as mulheres, Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018. Houve disputa entre os alunos mais politizados para representar a vereadora.
Em meio às perguntas sobre o trabalho, a de sempre se destaca: “Por que falar de Marielle, quando há milhares de policiais mortos?”. Não estamos falando de homens negros? Não estamos falando de homens negros mortos pelo Estado? Não estamos falando de policiais militares negros mortos pelo Estado? Nosso recorte é mulher negra. Trouxe os dados da Polícia Militar do Estado do RJ: 134 policiais mortos em 2017, 31 em serviço, os demais em decorrência de “assaltos”, tiroteios suspeitos... “Assalto com tiro na nuca? Não parece execução? Execução é assalto? 20 tiros em um carro?" Isso é complicado, pessoal, precisamos analisar esses dados, mas não agora, não nesse projeto. 
Segue o baile. Na mesma semana sou avisada de que uma mãe foi à escola reclamar da minha fala. Reclamar do meu posicionamento em sala, reclamar da minha militância contra bullying, homofobia, machismo e racismo que rolam na escola a torto e à direita. Reclamar porque eu ressalto o que Bolsonaro vem fazendo mesmo antes de ser empossado, suas contradições como eleito, seu movimento “anticorrupção” contraditório, chamando os alunos à sua responsabilidade como cidadãos, incentivando o pensamento crítico que o Escola Sem Partido tanto quer ver esquecido dentro das instituições de ensino. A responsável procurou uma delegacia, e não encontrou voz, mas fez uma denúncia no Conselho Tutelar e na Secretaria de Educação.
Fui convocada a comparecer nos dois órgãos, e me senti acuada no Conselho Tutelar. Fui praticamente obrigada a assumir um discurso que não era meu. Briguei, discuti com duas conselheiras extremamente parciais que se ofenderam com meu discurso crítico -- “você não deveria ter dito isso!”, “você deveria falar só de matemática!”, “você é muito fria, se fosse um parente seu você não diria isso!”, “é dever da família educar para a cidadania!”. QUIQUEI! “Está no ECA!” (com o ECA dentro da mochila, já lido e decorado), “da educação, artigo 53, parágrafo 2! Você é conselheira! Você conhece o ECA?”. 
Depois, com apenas uma das conselheiras presentes, a conversa se ameniza e ela tenta contemporizar, acalmar os ânimos. Ela diz que também tem parentes policiais, que não concorda com as estatísticas e que é melhor rever meu discurso. Fui questionada de maneira parcial, o que eu disse foi descrito de outra forma, de maneira que eu precisei entregar manuscrito tudo que havia sido relatado. A conselheira não conseguia me acompanhar, discutir e digitar.
Na Secretaria de Educação, o discurso foi mais brando, apaziguador. Fui questionada para que se esclarecesse a situação, e dessa vez, acompanhada de um representante do sindicato (já resguardada pela situação anterior). Não tive problemas e acredito que não terei. Assim como não tenho problemas com o aluno que se ofendeu pois pensou que eu tivesse chamado seu pai (policial) de safado.
Acalmados os ânimos e com a certeza de que tudo irá se resolver, hoje, após a entrega dos resultados, enquanto me dirijo ao outro ganha pão (outra matrícula, outro município, outra escola), recebo a ligação de um pai. Ele pegou o número do meu telefone do grupo de whatsapp que tenho com os alunos e tomou a liberdade de me ligar para me questionar sobre a reprovação da menina. 
Eu disse que aquele não era um canal de comunicação oficial e que eu preferia conversar na escola. Expliquei que o responsável deve se dirigir à direção, pois a menina foi reprovada por faltas, mas também não alcançou as médias necessárias, e que deve se reportar à escola, não a mim. O pai começa a disparar impropérios e diz: “Agora estou sabendo das coisas que a senhora faz, e se eu soubesse antes, nem aula você daria!”. Desliguei.
Estarrecida, pensei: é o discurso antirracista? Antimachista? Anti-homofobia? Antibullying? O que foi que eu fiz dessa vez? Eu sinceramente tenho muitas opções, mas discordo terminantemente que esse seja o problema das ausências da minha aluna... Discordo que é minha responsabilidade assumir a reprovação de alguém pela qual não sou diretamente responsável. Discordo que não posso mais usar redes sociais para me comunicar com meus alunos oferecendo-lhes apoio pedagógico às 11 horas da noite quando eles resolvem fazer o trabalho de casa, mas concordo que não quero mais pais me ligando pra saber esse tipo de coisa. 
Educação é difícil e contraditória. Por que todo mundo acha que pode fazer meu trabalho? Por que todo mundo acha que pode ser melhor do que eu naquilo que eu estudei e me preparei? Por que é tão difícil entender que formar um ser crítico significa enfiar o dedo na ferida para a pessoa pensar?

37 comentários:

  1. Se eu fosse professor eu daria exatamente a aula que esses pais desejam e dane-se.Querem viver na idade média? Querem filhos sem senso críticos e burros? Ok. Problema deles. Ensinava o básico, recebia o salário e o mundo que se exploda.

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    1. Concordo. Nem é tão difícil assim não usar a posição de professor para doutrinar

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  2. Todo o apoio aos professores, agora mais do que nunca.
    O Escola "Sem Partido" foi enterrado esse ano, mas temos que permanecer unidos e vigilantes.
    Como o ditado que viralizou, ninguém solta a mão de ninguém. Tamo juntas Professora, força e coragem pra vc!

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  3. Quando vi que ela era professora de Matemática e estava passando trabalho sobre assuntos não pertinentes à matéria, ela perdeu a razão pra mim.
    Cada minuto em sala de aula falando sobre temas que SIM, são importantes, mas tem hora e lugar para serem falados (inclusive acho que tem que ser abordados na escola, mas não na aula de matemática, a não ser em situações excepcionais que necessitem desse tipo de intervenção. um discurso preconceituoso de um aluno, por exemplo), é um minuto a menos de matemática.

    Quer fazer algo pelo feminismo? ensine matemática às meninas. Diga que elas podem ser tão boas em exatas quanto os meninos, que não tem isso de predisposição genética. Que elas podem ser engenheiras, arquitetas, físicas, matemáticas. E ensine. Faça-a ser competitiva no ENEM.

    Isso é feminismo.

    Alícia

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    1. Vou ter que concordar em parte. Repetir discordo da internet é fácil. Acho mesmo que é despreparada para o tema é isso provocou a primeira crise (leciono sociologia e nunca tive problemas tão graves mesmo seguindo a mesma visão sobre o mundo). Agora empoderar meninas nas exatas seria realmente revolucionário. É a questão de casa um fazer o que é preparado para fazer

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  4. É bem triste o q o ensino completamente deficitário fez com a cabeça das pessoas, com as matérias sendo colocadas em caixinhas individuais, como se o conhecimento e a produção científica fossem assim na vida fora da escola. Realmente criamos tijolos para serem colocados na parece, não seres pensantes...

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  5. Misturar matemática com dia da consciência negra, mortes por policiais e Bolsonaro em sala de aula é um pouco demais. Fica difícil desse jeito dizer que não existe doutrinação nas escolas.

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  6. Ou seja: papo furado de aluno vagabundo bunda suja que não quer estudar e pai/mãe igualmente vagabundo e bunda suja, que não quer fazer seu trabalho. Os dois depoimentos da professora provam isso, só quem apoia esse Escola com Mordaça é vagabundo bunda suja que não quer cumprir com suas obrigações, seja o aluninho meia bosta seja o pai/mãe bosta completa. Idem para os trolls comentando "Ai, PaTê!, Ai, doutrinação, ai prexisamos extudar matemátchiiiica!". Pode conferir: apoiou a censura nas escolas é vagabundo bunda suja. E é por isso que somos o segundo povo mais burro do mundo.

    E o parente policial dessa assistente provavelmente é safado mesmo. Quem não deve não teme nem precisa vestir a carapuça.

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  7. Querida professora feminista e lésbica.

    Existe um clichê feminista, cantado aos quatro cantos no mundo, que diz: Meu corpo, minhas regras.

    Se aquilo é valido, digo-lhe que é também aceitável a regra do: Meu filho, minhas regras.

    Tenho um filho em uma escola chamada de EEEM Manuel Matoso Filho. Primeiro deixe-me explicar o que significa a sigla EEEM: Escola Estadual de Ensino Médio. Veja que o terceiro "E" da sigla significa "ensino".

    Exposto isso, quando eu coloco meu filho em uma escola eu quero que ele seja ensinado matérias como: matemática, português, física, química, biologia, geografia, história e ....

    Educação, cultura, valores são ensinados em casa e pelo pais. Não queira usurpar meu papel de mãe, ou do meu marido.

    Citaste o Art. 53 do Eca, mas esquecestes, talvez propositalmente, o Parágrafo único, onde se lê. "É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais."

    Vejo que também que mencionou as criticas feita pelo pessoal do conselhos tutelar. Deu a transparecer que somente o seu "pensamento critico" tem validade.

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    1. ”Querida professora feminista e lésbica"

      Nossa, só gente de baixo nível cultural para começar um comentário ou uma mensagem se dirigindo dessa forma a uma pessoa.

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    2. Que pessoas de bem, cara palida? O que você entende por pessoas de bem?

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  8. 15:58 HUAHAUAHAUHAUHAU minion, você nem sabe o que significa 'raramente'! Não disse? Tudo vagabundo bunda suja que foge da aula pra tentar chamar atenção das feministas no celular. Vai estudar pra sua prova de recuperação antes que sua mãe te meta a chinelada.

    16:02 só falta você IR na escola, acompanhar as propostas, orientar e passar valores pro seu filho... enfim, parar de terceirizar o SEU trabalho e depois cobrar que o professor sozinho faça do seu filho o cidadão honesto e produtivo que você quer que ele seja.

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  9. a) Toda solidariedade querida professora.

    b) O que estes conservadores querem e que as bobagens que eles compartilham no zap entrem para o curriculo como nazismo de esquerda e chamar o golpe de 64 de revolucao e outras besteiras.

    c) Estes conservadores desconhecem que a Marielle dava suporte as esposas de policiais ela fazia mais do que compartilhar bobagens em zap

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  10. "PERSEGUIÇÃO À PROFESSORA QUE QUER FAZER OS ALUNOS PENSAREM COMO ELA"

    Assim deveria ser a chamada do texto.

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    1. Perseguicao a professora que quer que os alunos pensem

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  11. O que querem é impor o religiosismo nas escolas para saírem futuros talibãs com pano de fundo "cristão" para satisfazer e priorizar não apenas interesses de pastores usurários gananciosos, mas dos ditos donos do poder e dinheiro do mundo. Cabresto religiosista nas crianças e adolescentes alguns serão soldados a eliminar quem contradiz, discorda, questiona, outros fanáticos religiosistas fundamentalistas alienados, acomodados e conformados com a miséria em todos os sentidos em nome do conforto, ganância e manipulação por parte de líderes religiosistas, especuladores, empreiteiros, banqueiros, etc. Quem for esperto e persuasivo será pastor ou líder dos talibãs "cristãos ".

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  12. N tem aula de religião nas escolas a muito tempo. Conversa fiada. Adoram vir com o mimimi religião, eita...
    Pra tentar disfarçar de q são vcs os doutrinadores

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    1. Anônimo 20:56 indivíduo demente infectado por olavismo descultural

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  13. 16:02, a titia já te deu uma resposta ótima quanto à sua responsabilidade na educação do seu filho. Agora eu queria que vc abrisse o olho, pq o "meu corpo, minha regras", serve tbm para filhos, crianças e adolescentes. Não é "corpo do meu filho, minha regras". Continua sendo as regras do seu filho para com o corpo dele, ok?Com a supervisão e orientação dos pais, dentro do que é possível em cada idade, é lógico, mas o corpo continua sendo dele e não seu pra vc dispor como quiser, gzuis!
    Fiquei com pena do seu filho...

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  14. Me digam uma coisa: na aula de matemática não é pra aprender matemática? Ou na aula de matemática e pra aprender sobre lésbica, do dia da p* da consciência amarela/azul/Européia/Africana, da "ditadura" e etc? Só eu vejo que tem coisa errada aí?

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    1. Nossa, como vc é antiquado. Hoje em dia se trabalha de forma interdisciplinar. Não é mais aquela coisa estanque e separadinha do século passado.

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  15. Ela não simplesmente "quer fazer os alunos pensarem". Ela está aplicando as diretrizes do MEC e da Secretaria de Educação. Mas agora no Brasil cumprir a lei e fazer o seu trabalho é crime.

    ********************************

    Esta palhaçada vai levar à subversão completa da autoridade escolar. Se o principinho foi reprovado, o paipai vai lá e denuncia o professor na polícia por "doutrinação". Resultado: todo aluno sem rendimento será aprovado, por que os professores terão medo de avaliar as ferinhas.

    E é assim que o fascismo pretende resolver os problemas da educação no Brasil: piorando-os.

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  16. a) Lola te admiro muito.

    b) Gostaria de sugerir um post sobre a youtuber Luane que participou do reality A fazenda e tentou suicidio diante do racismo que sofreu em razao do namoro com outro integrante do reality

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  17. Bom, vamos lá...sou totalmente contra essa perseguição aos professores.
    Acho muito importante discutir bullying, racismo, machismo e homofobia na escola, não como militância, mas buscando melhorar a convivência entre as pessoas.
    Porém como mãe, eu fico pensando que se fosse o contrário, se meu filho tivesse um professor bolsominion que ficasse fazendo propaganda do Bolsonaro na aula, eu não ia gostar nem um pouco. Então penso que o contrário tbm é válido, se não pode falar bem, melhor não falar mal.
    É importante discutir política, mas na escola acho que isso deve ser feito de uma forma mais ampla, sem apontar apenas A ou B, ensinando os alunos a buscar informação e tirar suas próprias conclusões.
    Mas pra uma professora de matemática, passar um trabalho sobre consciência negra ficou muito fora do contexto da matéria.
    Eu por exemplo tenho um professor de direito que de vez em quando solta uns comentários reaças, do tipo: "hj em dia tudo é racismo" ou que "essa lei de feminicidio é injusta". Mas ele solta um comentário no ar e fica por isso mesmo, não se aprofunda no assunto, ainda bem! Pq se ele parasse a aula pra ficar incentivando esse tipo de groselha me desmotivaria totalmente de assistir a aula dele.
    Não acho certo impor ao professor a forma que ele deve trabalhar e ficar essa guerra entre pais e professores, mas precisa sim ter mais diálogo e boa vontade entre as duas partes.

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  18. Olha, quem não concordar com o programa da escola pegue sua criança e PAGUE uma escola de orientação evangélica ou da orientação específica da religião de sua escolha.

    Agora, escola PÚBLICA, paga com o dinheiro meu e de todos os contribuintes é com um programa humanista e com base científica, que é comprovadamente o melhor para as crianças em geral.

    Meu vizinho é católico praticante e ortodoxo, colocou numa escola dessa orientação. O outro que é judeu coloca numa escola de orientação judaica. Pagando por isso é claro.

    De novo, a escola Pública tem que ter base humanista e científica,ponto final. Nós temos que lutar é por mais professores e melhores instalações puras nossas crianças.

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  19. Mas gente, vcs nem sabem qual o contexto do trabalho sobre o dia da consciência negra, parem de ficar formando opinião em cima de nada!
    E se foi uma proposta de um trabalho interdisciplinar e a professora de matemática ficou encarregada de uma sala específica?Peloamordasdeusas, que povinho zé ruela viu.
    E outra, pq não pode falar dessas coisas na aula de matemática?? Além de ensinar conteúdo, a escola como um todo tem ensinar cidadania, como conviver com o próximo, com as diferenças, etc etc.
    O melhor professor de física que eu tive, uma matéria tbm "de exatas", foi um que relacionava a matéria com o q a gente vivia, com o nosso dia a dia. Somente assim a aula ficava interessante e tenho certeza que a matemática não é mais apreciada pelos alunos pq é ensinada de uma forma completamente descolada do dia a dia.
    A professora poderia ensinar porcentagem, por exemplo, tratando sobre o percentual de jovens negros assassinados. E dá pra fazer inúmeros exercícios baseados nisso. Afe, teria sido TÃO mais legal aprender matemática assim.
    Vamo abrir a cabeça um pouco povo, o formato de matérias em caixinhas só existe na escola, a ciência do dia a dia é um emaranhado de "humanas-biológicas-exatas"!

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  20. 13:16, a questão é que defender direitos humanos não é o outro lado da moeda de fomentar discurso de ódio, saca?
    E a questão é justamente essa,falar sobre machismo, racismo, homofobia está sendo visto por uma parte da população como defender pautas de esquerda ou de um partido específico e isso é no mínimo assustador, pois essas pautas deveriam ser importantes para todo o espectro político! Infelizmente não são para a extrema direita, q agora está em evidência e está querendo cometer atrocidades...

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    1. Marina eu não sou contra defender direitos humanos, me referi a parte do texto em que a professora disse que aponta as falhas do Bolsonaro pra incentivar os alunos a questionar. Daí eu pergunto, e se ela fosse a favor do Bolsonaro? Tipo aquela tal de Carolina Campagnolo, que era professora de história e bolsominion, e ensinava em sala que nazismo é de esquerda...é complicado sabe.
      Eu tbm sou totalmente contra o Bolsonaro, mas o que vale pra um lado acaba valendo pra todos, e eu me incomodaria com um bolsominion tentando fazer a cabeça do meu filho, então não dá pra apoiar esse caso pq eu estaria sendo hipócrita.
      E nem tem como não relacionar os direitos humanos à esquerda nesse caso, pq ela fala mal do Bolso e exalta a Mariele que se tornou um ícone da esquerda.
      Na minha opinião ela pode falar de certos assuntos e deixar a sala livre pra se expressar, tipo falarem de qualquer pessoa negra que considerem importante por exemplo, ou pedir que os próprios alunos tragam uma notícia política pra debater.

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  21. Seria muito melhor criar uma aula, só para debater as questões do sociedade, do que enfiar isso numa matéria que, não tem nada a ver com o tema. Sei lá, criem uma matéria sobre cidadania.
    To imaginando crianças aprendendo porcentagem vendo os números de violência e todo tipo de merda no mundo. Tá louco!

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  22. Esse povo que nem mesmo sabe que interdisciplinaridade existe é a prova de que os pais dos vagabundos bunda suja nem mesmo PISAM na escola dos filhos.

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    1. Ah para de forçar a barra que em nenhum momento do texto ela disse que relacionou o assunto à matemática, se fosse realmente isso, aí sim seria uma ideia bem legal.
      E fora que estamos falando de escola pública né, menos, bem menos...eu sei bem como funciona pq estudei em uma. Male má tem o básico e interdisciplinaridade é quando falta um professor de química e eles mandam uma de português no lugar só pra dar uma tema qualquer de redação pra encher linguiça.

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  23. 15:35,as crianças estão vendo a violêncoa e todo o tipo de merda do mundo. Não falar sobre isso não evita que elas fiquem sabendo, criança não é idiota sabe.
    02:20, entendi. Mas não acho q criticar o Bolso, desde que amparado na realidade e não com fatos inventados, seja ruim. Aliás, eu acho que seria muito útil se os professores criticassem todos o políticos.
    E ae vc comparou com a Carolina Campagnolo, o q me mostra q vc continua comparando duas coisas não comparáveis. Essa recém deputada (que talvez não seja, já que as contas dela foram reprovadas pelo TSE) só fala atrocidades, mentiras mesmo, sabe? Ela mente. E isso nao deve ser admitido em sala de aula.
    Então vc está comparando mentir com criticar com a verdade, o q não dá pra ser feito.
    Eu penso q o foco não deve ser no sentido de querer evitar q os professores critiquem algum politico, mas sim estimular que eles falem de todos os políticos, sempre amparados na verdade e no bom senso. E veja, isso não é "tentar fazer a cabeça" da criança/adolescente, é discutir política, algo q falta demais no nosso país.
    E cara, se direitos humanos no Brasil ficou sendo entendido como uma pauta de esquerda, isso é pq a direita tá podre no nosso país. Pq questões como bolsa família, salário mínimo decente, luta contra a desigualdade de gênero e racismo não são pautas de esquerda em países da Europa, por exemplo. É politica de Estado sabe?NINGUÉM questiona se é necessário ou não, TODO MUNDO, da direita ou da esquerda, e veja só, até extrema direita (resguardadas as devidas proporções) concorda que tais políticas devem ser aplicadas.
    Mas ae vem o pobre liberal de direita no Brasil reclamar de direitos trabalhistas, aplaudir qdo o ministério do trabalho é extinto, criticar política de fiscalização de trabalho escravo, bolsa família. Ae fode o barraco né, e depõe contra a própria direita.
    O q a gente precisa entender é q falar da Mariele e de todo o trabalho q ela fez não é necessariamente exaltar a esquerda. A mulher fez um puta trabalho no pouco tempo q teve e foi assassinada por isso, mano! Virou um ícone msm, que tem q ser admirado por todo o espectro político.

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    1. Sim, eu comparei alguém que é pró Bolsonaro e professora só como exemplo, sei que existem diferenças entre as duas mas esse não é o ponto.
      Pq é o seguinte, mesmo o mais tosco dos políticos vai fazer alguma coisinha boa que seja. Daí o professor que é a favor desse político, mesmo sem mentir, pode escolher falar só desse lado bom e esconder todo o resto, e o aluno desinformado vai ficar com a informação pela metade. Ou escolher falar só do lado ruim dos adversários...é mais ou menos o que algumas mídias fazem.
      Por isso não tem como, acho esse tipo de atitude perigosa e não concordo com a professora.
      Não acho que não pode falar de política ou citar o nome de qualquer político, não é isso, mas falar de forma mais abrangente, foi isso que eu quis dizer.
      Tipo poderia se discutir em sala as notícias políticas mais importantes da semana, seja do partido ou político que for, aí sim eu apoiaria.
      Não tenho nada contra a Mariele, mas novamente, se o tema eram mulheres negras esse era o ponto central, ela poderia dar liberdade aos alunos de escolher quem falar. Pq gente, não adianta tentar disfarçar, a informação fica enviesada pro lado que a professora apoia e está mais do que na cara isso.
      E olha que me considero de esquerda e feminista, mas isso nunca vai estar acima do que acho correto seja do lado que for.

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  24. Tem um filme muito bom que retrata todo esse caso de possível doutrinação, se chama "pastoral americana", assistam...

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  25. Pois é, Marielle é um ídolo internacional, chamou a atenção para graves problemas neste país, em pouco tempo fez uma diferença positiva.

    Já o retardado a serviço dos EUA o Bozoanta ganha prêmios como o idiota/misógino/racista do ano e mesmo sem assumir já criou incidentes e prejuízos a nível internacional.Vai entrar pra história como o presidente mais repulsivo e ridículo de todos os tempos

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