Um livro que recomendo muitíssimo e que não entendo se não for leitura obrigatória em todas as faculdades de História (no mínimo) é The Creation of Patriarchy (A Criação do Patriarcado), publicado pela americana (nascida na Áustria) Gerda Lerner (1920-2013) em 1986.
O livro ainda não foi traduzido para o português (aqui tem a introdução traduzida!), mas tem uma tradução em espanhol que pode ser vista aqui. Minha mãe me disse que uma leitora e comentarista do blog nos seus primórdios, a Susana, vai traduzi-lo pro português. Espero que sim, porque a obra é fundamental.
O que Lerner diz na introdução do seu clássico é que conhecer a história das mulheres é indispensável para a emancipação das mulheres. Estudar história das mulheres muda a nossa vida. Lerner observa isso nas alunas. “Nenhum homem foi excluído do registro histórico por causa do seu sexo, mas todas as mulheres foram”, escreve ela.
Lerner explica que o patriarcado é uma criação histórica formada por homens e mulheres num processo que durou 2,500 anos até ficar completo. Por ter um início na história e por não ser natural (baseado no determinismo biológico), pode ser derrubado. A unidade básica era (e é) a família patriarcal, que impõe e gera regras e valores.
Lerner aponta que o controle dos chefes de família homens sobre suas mulheres e filhos menores era tão importante para a existência do Estado quanto o controle do rei sobre seus soldados. Afinal, “A família não apenas espelha a ordem do Estado e educa suas crianças a segui-la, como também cria e constantemente reforça essa ordem” (minha tradução).
O patriarcado ferra a tds nós |
Lerner ressalta que o sistema patriarcal só funciona com a cooperação das mulheres, que é adquirida através da doutrinação, da privação da educação, da negação das mulheres sobre sua história, da divisão das mulheres entre respeitáveis e não respeitáveis (sempre relacionada à condição sexual, a ser ou não ser propriedade de um homem), da coerção, da discriminação no acesso a recursos econômicos e poder político, e da recompensa de privilégios de classe dada às mulheres que se conformam.
Uma das funções da história é preservar o passado coletivo e reinterpretá-lo para o presente. Aprendemos o passado também para poder evitar erros. Mas às mulheres é negado um passado. A própria Simone de Beauvoir, sempre uma referência indispensável, disse que as mulheres não têm passado, não têm história. Mas a história das mulheres só passou a ser escavada e descoberta no século 20. Até o século 19, toda a história era para as mulheres pré-história, diz Lerner. Mas aprendemos que mulheres sempre criaram, sempre foram agentes da história e da civilização.
Lerner desenvolve as seguintes proposições brilhantes no livro (cada uma vale um capítulo): 1) a apropriação pelos homens da capacidade sexual e reprodutiva das mulheres ocorreu antes da formação da propriedade privada e sociedade de classes. A mercantilização das mulheres é a fundação da propriedade privada. 2) Os estados arcaicos eram organizados na forma do patriarcado, ou seja, desde o início o Estado tinha interesse na manutenção da família patriarcal.
Roupinha para bebê: urine no patriarcado |
3) Homens aprenderam a exercer dominação e hierarquia sobre outras pessoas praticando com as mulheres do seu próprio grupo. A escravização começou com mulheres sendo escravizadas (Lerner faz uma distinção entre escravos e escravas: homens escravos eram explorados para o trabalho. Já as mulheres escravas eram exploradas para o trabalho, para serviços sexuais e para reprodução. Não é comum escravos homens serem estuprados. Mas, entre escravas, é a regra).
O patriarcado é um esquema de pirâmide |
4) A subordinação sexual das mulheres foi institucionalizada já nos primeiros códigos penais. A cooperação das mulheres com o sistema era assegurada através da força, da dependência econômica no chefe homem da família, dos privilégios de classe dados a mulheres conformadas e dependentes das classes altas, e da divisão artificialmente criada entre mulheres respeitáveis e não respeitáveis.
Desaprenda sexismo, acabe com a cultura de estupro, mate o patriarcado |
5) Classe para os homens era e é baseada na sua relação com os meios de produção (quem tem os meios pode dominar os que não têm). Para mulheres, classe é mediada de acordo com seus laços com um homem, que pode dar-lhe acesso a recursos materiais. Mulheres respeitáveis são aquelas ligadas a um homem.
6) O poder feminino em dar vida é idolatrado por homens e mulheres (através de deusas) mesmo depois das mulheres estarem subordinadas aos homens.
7) As deusas poderosas são destronadas e substituídas por um deus masculino dominante após um estabelecimento de um forte reinado imperialista. Sexualidade e procriação são separadas para cada função, e a mãe-deusa é transformada na esposa ou amante do chefe masculino.
Ah, sei lá. Diga a Adão para experi- mentar com o patriarcado por um tempo e aí vemos como funciona |
8) A emergência do monoteísmo hebreu vira um ataque a cultos de várias deusas da fertilidade. Criatividade e procriação são atribuídos a um deus todo poderoso, chamado de “senhor” e “rei”, ou seja, homem, e a sexualidade feminina que não for para procriar fica associada ao pecado e ao mal.
9) O único acesso das mulheres a Deus passa a ser na sua função de mãe.
10) Esta desvalorização simbólica das mulheres em relação ao divino se torna uma das metáforas marcantes da civilização ocidental. A outra metáfora é dada pela filosofia de Aristóteles, que assume que mulheres são incompletas e defeituosas, uma espécie diferente da do homem. É através dessas duas construções metafóricas que a subordinação das mulheres passa a ser vista como natural, ou seja, invisível. É isso que estabelece o patriarcado como uma ideologia.
E por isso que é tão fundamental conhecer a nossa história, a história das mulheres. Como diz Lerner, a negação das mulheres à uma história reforça sua aceitação à ideologia do patriarcado e detona a autoestima individual de cada mulher. Tanto é assim que várias feministas americanas fazem um trocadilho com history (his story, a história dele, a história contada pelos vencedores) e preferem adotar o termo herstory.
“Nenhum homem foi excluído do registro histórico por causa do seu sexo, mas todas as mulheres foram”
ResponderExcluirTão simplista e generalizador que nem merece rebatimento. E o pior, a pessoa escreve um livro inteiro tendo por base uma premissa tão fantasiosa.
Anônimo de 21/07: qual sua fonte? Qual é seu argumento ou fatos históricos? Os alt-right devem ter muito tempo de sobra para desfilar tanta ignorância.
ExcluirMuito mimimi pra um blog só.
ResponderExcluirDe qualquer forma, o choro é livre.
Melhor Jair se acostumando!
Ele nao vai ganhar porque adolescentes de 12 anos nao votam
ExcluirA historia nao comecou ha 2500 anos como a autora fala...
ResponderExcluirSo de sapiens temos 70000 anos.
Livro lixo.
E a proposito, nao vai falar dos 9 milhoes do Lula?
Estamos ansiosos pra esse post.
Beijinhos
Excelente texto, Lola. Voi atrás do livro em inglês. Vc poderia passar uma bibliografia básica sobre feminismo?
ResponderExcluir11:24 - temos aqui uma mula q nem leu o texto e foi comentar, seu analfabeto: “Nenhum homem foi excluído do registro histórico ---por causa do seu sexo---, mas todas as mulheres foram” - VC NÃO SOUBE INTERPRETAR UMA COISA TÃO CLARA OU TÁ FINGINDO? pq essa é a mais pura realidade, mascu de bosta
ResponderExcluir12:15 - e outra anta paralítica analfabeta, a autora não diz q a história começou há 2500 anos, e sim q o patriarCACAdo se desenvolveu por 2500 anos, sua mula, saiba ler
As mulheres são o único grupo oprimido de quem se espera que sentam sentimentos românticos para com seu opressor.
ResponderExcluirNão há como vencer o patriarcado sem uma ruptura, sem derrubar o mito do amor romântico, o heteronormativismo e a família nuclear, não existe liberdade alguma para mulheres dentro destes conceitos.
Boa dica, Lola, vou procurar!
ResponderExcluirHá dois milhões de anos as mulheres ficavam muito vulnerareis quando davam crias, então os homens as acolhiam e providenciavam segurança e alimento para elas e seus filhos em vez de fazer como a maioria das especies que fecundam as fêmeas e se afastam depois...de nada feministas.
ResponderExcluirEsta protecao que os homens exaltam que dao as mulheres sempre custou um preco a nossa liberdade prefiro ser livre e me cuidar sozinha
ExcluirQuem não conhece o passado está fadado a repetir os mesmos erros. Por isso escondem das mulheres a merda que foi o passado delas na mão dos homens pra que ainda existam por aí otárias aceitando ser exploradas e maltratadas por machos bosta. Felizmente cada vez mais mulheres estão aprendendo até com o nosso passado recente (nos anos 90 já se fazia campanha pra esclarecer que quem ama não mata) e a machistada chora porque as vadias não querem mais casar.
ResponderExcluirChorem muito, mascus, machistas, chorem que o choro é livre e de graça. E eu estou preparando uma festa na piscina pro fim de semana, então chorem a perda da mamata até encherem tudo.
12:47 ele fingiu. Machista sempre age de má-fé.
13:47 a comunidade INTEIRA protegia e cuidava das gestantes, mané, homens e mulheres se juntavam pra cuidar das grávidas. Vocês deixaram de ser os protetores das mulheres na hora em que cercaram um canto da horta comunitária e disseram "Isso aqui é só meu!".
Essa é uma postagem que poderia esperar mais um pouco. Titia, o assunto do momento é os 9 milhões do nine fingers.
ResponderExcluirNão Anon 14:16. O assunto é a historia das mulheres como esta no post. Quem veio falar de assunto que nao tem nada a ver aqui foi você. Debil mental.
ResponderExcluirVamos falar do nome do bolsolixo na lista de fúrias. Vamos falar dos 200 mil que ele recebeu da JBS? 200 mil é só só comecinho. Vamos falar do bolsolixo ser um vagabundo que viveu a vida inteira mamando nas tetas do governo sem fazer nada útil. Primeiro serviu ao exército, mas nunca participou de uma guerra o que mostra que todo o dinheiro que ele recebeu foi só gasto para o governo. Agora vive como um marajá recebendo o salário e as regalias de deputado para continuar sem fazer nada de útil mamando o governo. E de vier a ser presidente vai ganhar muito mais da JBS, bando de trouxas. Ladrão por ladrão...
Não sei como esse bando bolsominions não tem vergonha de bancar os retardados falando "chola mais" e "Jair se acostumando". Ninguém está chorando nem com medo. Porque mesmo se o bostinha do Bolsonaro ganhar continuaremos sendo feministas e continuaremos a fazer oposição ao bolsolixo.
Parem de bancar os retardados. Vocês já ultrapassaram todos os níveis do ridículo. Crescam e virem machos, bando de pirralhos horrorosos.
14:16 então escreva sobre o assunto no seu próprio blog. Aqui a Lola manda e ela escreve sobre o que quiser. Não gostou, tira as calças pela cabeça e calça as meias nas orelhas.
ResponderExcluirMascu das 15:41: esses 9 milhões, diferentemente de você, ele ganhou HONESTAMENTE, dando palestras para especialistas do mundo inteiro sobre como é que se governa com eficiência!!!!
ResponderExcluir"como se governa com eficiencia": hahahahahaahha!!
ResponderExcluirMeu anjo, o governo petista deixou um saldo de 12 milhoes de desempregados, quebrou a petrobras e deixou um país com um índice de inflacao tão alto que só se compara ao da era pré-FHC.
Pra não falar no fato do "governo eficiente" ter sido feito por um partido cujo alto escalão quase em sua totalidade foi preso, e.g. Palocci, Dirceu, Genoíno e, futuramente, o cachaceiro iletrado.
Na boa, quer ser esquerdista, ainda que vá lá.
Agora chamar o governo petista de eficiente, das duas uma:
1) Ou vc é um jumento/jumenta.
2) Ou você mamou nas tetas do governo quando o PT mandava no país.
Hora de juntar os cacos, se renovar e comecar a preparar o próximo ciclo da esquerda.
Porque a era Lula acabou.
"Quebrou a Petrobras"
ExcluirUm dos comentários maos ilustres que lembro desse blog foi de alguém que falou que a diferença entre a direita brasileira e a direita dd outros países é que aqui ela é vergonhosamente entreguista.
E falando em esquerda, ninguém vai falar do barraco entre o Lula e o PSOL? Enquanto a Direita está unida e se fortalecendo, os esquerdistas vivem brigando entre si!
ResponderExcluirTem a introdução traduzida, gente!
ResponderExcluirhttps://catsfordestroypatriarchy.wordpress.com/2014/10/24/traducao-introducao-do-livro-a-criacao-do-patriarcado-gerda-lerner/
"Meu anjo, o governo petista deixou um saldo de 12 milhoes de desempregados, quebrou a petrobras e deixou um país com um índice de inflacao tão alto que só se compara ao da era pré-FHC"
ResponderExcluirfalou aí o entendido! Enquanto vc chama o governo dele de ineficiente, os maiores empresários do mundo queriam assistir suas palestras, para entender como o Lula fez um governo tão bom ,com crescimento e ajudando os pobres! O resto é só recalque!
Muitíssimo obrigada por compartilhar o link para a introdução do livro traduzida, Isabela! Já acrescentei no post.
ResponderExcluirHa ha, mascus acharam que eu tinha morrido porque eu fiquei 3 dias na praia bem longe da internet? Esses doentes não vivem sem mim, não é possível!
No tempo das cavernas, nao existia machismo entao?
ResponderExcluirQue tempos lindos aquele de sapiens
O patriarcado ferra a tds nós? O patriarcado fode as fêmeas e protege e beneficia os machos. O patriarcado é o sistema dos homens, o lar dos homens, construído para eles, se ele não lhes desse vantagens eles já o teriam destruído há muito tempo.
ResponderExcluirComo mulheres nós quebramos — ou, pelo menos, brincamos com quebrar — os principais tabus da cultura masculina corrente. Um dos principais tabus — que nós mulheres não nos concentramos em nossos próprios valores, mas nos dos homens — tem assustado mais mulheres em atividades reformistas mais "seguras" e masculinas do que qualquer outra proibição. — p.82
ResponderExcluirFatos sobre o patriarcado:
1) Ele sempre mente
2) Suas mentiras são reversões exatas da verdade
3) Então, o que quer que ele diga que é a maneira mais saudável de fazer as coisas é sempre a mais destrutiva
4) Sempre que ele insiste que existe apenas um caminho certo, existem sempre centenas de outros caminhos melhores — p.83
Nos tempos pré-patriarcais, antes que jeová derrubasse a deusa (isto é, o conhecimento da divindade feminina) do trono dela no coração da espécie humana em todo o mundo, toda mulher viva sabia que ela era a deusa — que sua essência era pura criatividade e poder. Ela não procurava orientação com uma mulher mais inteligente e mais poderosa no céu. As deusas em seu panteão mítico eram representações de aspectos dela mesma, assim como todos os ícones e pinturas sagradas.
Então, quando os homens começaram a conquistar o céu e a terra, o que eles enfrentavam eram deidades femininas em todas as mãos, um planeta cheio de deusas. Entre as muitas estratégias que encontraram para despojar-nos de nosso poder, foi uma prática útil para eles em guerras subsequentes, embora menores.
Meus anos formativos foram passados durante a chamada Segunda Guerra Mundial dos homens*. A partir dessa guerra e a partir da leitura desde então, aprendi algumas das táticas que tiveram de ser inventadas para impedir a fuga dos prisioneiros.
Geralmente, quando um grupo de homens era capturado, o mais cedo possível os captores os levavam a uma espécie de corral — algum espaço cercado — e colocavam guardas para observá-los.
Entre os prisioneiros, líderes logo se levantaram, aqueles homens que, por exemplo, poderiam encorajar os outros a não cooperarem com o inimigo até que todos recebessem água. De certa forma, aqueles que tinham menos medo, mais seguros de si mesmos e, portanto, mais propensos a organizar rebeliões ou escapes, logo se identificaram.
Seus captores descobriram, por meio de tentativa e erro, que para evitar problemas, eles teriam que executar esses líderes imediatamente ou colocá-los em confinamento solitário — um homem para uma cela com sua própria guarda particular.
A analogia é óbvia. Quando os homens sonharam em controlar as mulheres e, portanto, o mundo, toda mulher era tal líder — uma daqueles que perturbariam e derrotariam os planos do inferno. Então, durante a guerra, os homens lutaram contra nós por milhares de anos, eles tiveram que matar-nos ou nos colocar em confinamento solitário — uma mulher para um guarda em uma cela.
Mas no começo as mulheres eram tão incrivelmente fortes e os vínculos entre nós tão indissolúveis, que essas táticas por si só nunca poderiam ter conseguido. Nosso subjugamento final foi realizado, já que todo o condicionamento é realizado, por uma combinação letal de lavagem cerebral e terrorismo. Foi o lento trabalho de muitos e muitos séculos para nos domar, para persuadir-nos de que esse cativeiro, violência e isolamento eram em nosso melhor interesse, que significava que somos amadas e respeitadas, que era agradável, que gostamos disso, que queríamos, que não poderíamos viver sem ele, e — o último discurso duplo — que isso era liberdade.
Eles chamaram de "casamento" e era literalmente uma prisão domiciliar.
* Houve apenas uma guerra lutada literalmente em todo o mundo, afetando todos os seres vivos, e essa foi a guerra de todos os homens, sem parar, a guerra milenar contra as mulheres, uma guerra que não só continua neste momento sem a menor redução, mas se intensifica a cada hora. — pp.136-138
Sonia Johnson, "The Ship That Sailed into the Living Room", 1991.
O mais desconcertante para mim ainda reside no fato de ver que a mulher é capaz de gerar a vida e ser responsável pela criação,inclusive de nós homens e ainda ficar imputando as mazelas do mundo somente aos homens. O fracasso da mulher é colossal face à possibilidade que ela teria em moldar o comportamento do indivíduo do sexo masculino conforme sua visão de mundo. Muito pelo contrário, a mulher falha de forma crassa, naquilo que ela de fato detém o poder. Bom, se a mulher não é culpada pela má formação do homem, segundo os preceitos feministas, seria o homem um produto do determinismo biológico? Tal indagação só é válida quando direcionada ao ser masculino? De nada adiantaria tentar moldar o caráter do homem pois este estaria condicionado a exercer seu comportamento destrutivo com base em sua genética? Então, somente o homem estaria sujeito ao determinismo biológico? Se assim for, não haverá esperanças para o ser feminino. Em 2500 anos de domínio patriarcal, se este é feito pela força, isso ainda prevalecerá. Concordo que a ignorância do homem, no passado, quanto ao seu papel na fecundação, deu a mulher o status de deusa. A partir do momento em que este fato é desmistificado, a mulher perde o seu poder.
ResponderExcluirQuanto mais estudo a história da humanidade e quanto mais conheço a respeito do homem, mais me convenço de que a misoginia é constitutiva do masculino.
ResponderExcluir"O patriarcado ferra a tds nós? O patriarcado fode as fêmeas e protege e beneficia os machos. O patriarcado é o sistema dos homens, o lar dos homens, construído para eles, se ele não lhes desse vantagens eles já o teriam destruído há muito tempo."
ResponderExcluirSe não os beneficiasse, os homens nem teriam o criado, em primeiro lugar.
Ainda por cima, fazem de tudo que podem para mantê-lo em pé e sempre entram em desespero pelo menor vislumbre de possibilidade do patriarcado ruir, ser superado e desaparecer.
“A História da Humanidade é a história de repetidas injúrias e usurpações por parte do homem em relação à mulher, tendo como objetivo o estabelecimento de uma total tirania sobre ela.” (Declaração de Sentimentos e Resoluções da "Primeira Convenção Sobre os Direitos da Mulher na América", Seneca Falls)
ResponderExcluir“Examinai a ordem social e vereis logo que toda ela se volta contra uma mulher que queria chegar à altura da reputação de um homem.” (Madame de Staeël, 1766 – 1817)
“Os homens não têm apenas degradado as mulheres, mas têm feito delas meros instrumentos para seu próprio conforto. Eles têm escravizado as mentes das mulheres, privado-as de educação, e finalmente roubaram-lhes o conhecimento de sua igual humanidade.” (Sarah Grimke, 1792 – 1873)
“O homem mais oprimido pode oprimir um ser, que é a sua mulher. Ela é a proletária do próprio proletário.” (Flora Tristán, 1803 – 1844)
“Somos as escravas dos escravos. Nos exploram mais impiedosamente que aos homens.” (Lucy González de Parsons, 1853 – 1942)
“A degradação das mulheres está na ideia do homem de seus direitos sexuais. Nossa religião, as leis, os costumes, são todos fundados na crença de que a mulher foi feita para o homem.” (Elizabeth Cady Stanton, 1815 – 1902)
“Eu vos declaro que a mulher não deve depender da proteção do homem, mas deve ser ensinada a proteger-se, e nesse ponto eu tomo minha posição.” (Susan B. Anthony, 1820 – 1906)
“A inferioridade das mulheres não é um fato natural, é uma invenção dos homens, uma ficção social.” (Maria Deraisme, 1828 – 1894)
“Cuidado com as mulheres quando se sentem enojadas de tudo o que as rodeia e se levantam contra o mundo velho. Nesse dia nascerá o mundo novo.” (Louise Michel, 1830 – 1905)
“Os homens fazem o código moral e esperam que as mulheres o aceitem. Eles decidiram que é totalmente correto e adequado aos homens lutar por suas liberdades e seus direitos, mas que não é certo e apropriado as mulheres lutarem pelos delas.” (Emmeline Pankhurst, 1858 – 1928)
“Lembrem-se da dignidade de seu caráter feminino. Não apelem, não implorem, não se rebaixem. Tomem coragem, associem-se, fiquem do nosso lado, lutem conosco.” (Christabel Pankhurst, 1880 – 1958)
“O fato é que os homens necessitam das mulheres mais do que as mulheres necessitam dos homens; e então, ciente deste fato, o homem tem procurado manter a mulher dependente dele economicamente como o único método disponível para ele fazer-se necessário a ela. Como no início a mulher não se tornaria sua escrava voluntária, ele tem feito ao longo dos séculos uma sociedade na qual a mulher deve servi-lo para sobreviver.” (Elizabeth Gould Davis, 1910 – 1974, The First Sex)
“A família nuclear é o pilar da opressão das mulheres: ela aplica a dependência das mulheres pelos homens, heterossexualidade e impõe as estruturas masculinas e femininas de caráter na próxima geração.” (Alison Jagger)
ResponderExcluir“A família nuclear deve ser destruída, e as pessoas devem encontrar melhores maneiras de viverem juntas... qualquer que seja seu derradeiro significado, a dissolução das famílias agora é um processo objetivamente revolucionário. Famílias têm apoiado a opressão ao separar as pessoas em pequenas unidades isoladas, incapazes de se unir para lutar por interesses comuns... Famílias serão finalmente destruídas apenas quando uma organização social e econômica revolucionária permitir que as necessidades das pessoas por amor e segurança sejam supridas de modos que não imponham divisões de trabalho, ou papéis externos, de jeito nenhum.” (Linda Gordon)
“Todos os patriarquistas exaltam o lar e a família como sagrados, demandando que permaneçam invioláveis aos olhos indagadores. Homens querem privacidade para suas violações de mulheres. Forçadas a dependerem deles, educadas para acreditar que eles se preocupam com elas, descobrem que os próprios homens em quem implicitamente confiam e de quem dependem, traem, brutalizam e as violentam. Na infância, todas aprendem que as mulheres como sexo, são presas dos homens.” (Marilyn French, 1929 – 2009, A Guerra Contra as Mulheres)
“Patriarcalismo requer violência ou a ameaça subliminar de violência de modo a se manter... A situação mais perigosa para uma mulher não é um homem desconhecido na rua ou mesmo o inimigo em tempos de Guerra, mas o marido ou amante no isolamento do seu lar.” (Gloria Steinem)
“Se mulheres como um grupo pudessem escapar da violência masculina, não seríamos vítimas dos homens. Mulheres, como grupo, obviamente ainda não encontramos uma maneira de parar ou escapar do estupro, abuso marital, incesto, assédio sexual, ou outras formas da tirania masculina. Atos individuais contra mulheres são publicamente creditados ao masoquismo das mulheres, falha como esposas, vestir-se inapropriadamente, ou sedutividade. No entanto, vistos coletivamente, estes atos tornam claro que o propósito da violência masculina contra mulheres é a dominação masculina. Naturalmente, um sistema projetado para aplicar a dominação masculina não irá prover mulheres com proteção real ou fuga da violência masculina.” (Dee Graham, Loving To Survive)
“As mulheres têm sido o verdadeiro povo ativo em todas as culturas, sem as quais a sociedade humana há muito tempo teria perecido, embora a nossa atividade tenha sido mais frequentemente em favor dos homens e das crianças.” (Adrienne Rich)
“O fato mais notável que a nossa cultura imprime nas mulheres é o sentido de nossos limites. A coisa mais importante que uma mulher pode fazer por outra é iluminar e expandir seu sentido de possibilidades reais.” (Adrienne Rich)
Ao longo da história, a "sociedade" - o patriarcado - tem sido uma conspiração montada pelos fracos, incompletos e dependentes (os homens) para frear, impedir ou dificultar o máximo que eles podem o florescimento, o avanço, o progresso das fortes, completas e independentes (as mulheres).
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