domingo, 2 de abril de 2017

CURSO DE EXTENSÃO SOBRE GÊNERO, CINEMA E LITERATURA

Pessoas queridas do Ceará, meu curso de extensão Discutindo gênero através de literatura e cinema começa esta terça, 4 de abril. 
Ainda dá tempo para você se inscrever. É só enviar um email para lolaescreva@gmail.com 
O curso é completamente grátis e aberto a toda comunidade. Não precisa ser alunx da UFC para participar. São oito encontros durante o semestre, sempre às terças-feiras, no Centro de Humanidades I da UFC, no Benfica, no horário de almoço. Quem vier no mínimo a seis das oito aulas recebe um certificado com carga horária de 32 horas (porque tem bastante lição de casa). 
Ano passado as turmas foram um arraso. Sempre é muito bom, mas o pessoal foi ainda mais participativo, e assim é que é melhor. É bacana também porque vem pessoas de várias áreas diferentes de conhecimento, pessoas de outras universidades, pessoas que já se formaram faz tempo... O público é muito diverso, e essa diversidade realmente faz o curso melhor. 
Vocês vivem perguntando se vai ter um curso a distância, se posso fazer por videoconferência... Desculpem, mas não tenho a tecnologia, o equipamento e nem o tempo pra isso. Mas coloco aqui o cronograma inicial deste semestre, com links, para que vocês possam formar grupos de estudo e oferecer o curso onde vocês estudam. Minha ideia é lançar um livro com sugestões de como abordar gênero nas aulas usando literatura e cinema. 
Nem todo o material do curso está disponível online. Vou precisar da ajuda dos alunos para escanearem alguns textos. Veja aqui os cronogramas do primeiro e do segundo semestre de 2016.
Aviso: eu tinha colocado "O Sonho de Sultana" e O Conto da Aia no semestre anterior, mas como tivemos greve, e continuamos o curso com atividades de greve, abertas no Bosque do CH, deixei essas obras literárias pra agora. 
Também incluí dois filmes que falam sobre a Revolução Russa -- Olga para este semestre, e Reds para o próximo -- para que possamos falar bastante de feminismo e marxismo neste ano que marca o centenário da revolução. Esta foi a sugestão da minha mãe, que está animadíssima para apresentar um trabalho que ela preparou sobre as mulheres comunistas. Minha mãe participa de todos meus cursos de extensão há anos! Aliás, incluí muitas sugestões de alunxs no cronograma deste e do próximo semestre. Mas, por enquanto, fiquem com o cronograma de 2017.1. 
Ah, claro que os trolls dirão nos comentários: "Viram? Viram? Doutrinação ideológica! Elas vão falar de comunismo e, pior ainda, de gênero! Aaaaahhhh!" Não passem tanta vergonha alheia. Este é um curso de extensão, faz quem quer, e a gente discute inúmeros assuntos (a discussão tá no nome do curso). Há vários pontos de vista, há debates, há liberdade de expressão. A Lei da Mordaça, também conhecida como Escola Sem Partido, ainda não passou pra nos censurar. E, se depender da gente, não vai passar. 


CURSO DE EXTENSÃO 
DISCUTINDO GÊNERO ATRAVÉS DE LITERATURA E CINEMA
Terças (quinzenalmente), das 11:30 às 13:30 


Cronograma inicial – Semestre 2017.1

4 de abril -  Introdução ao curso, expectativas, apresentações. Trazer lido de casa, para discussão: Teoria do Cinema Feminista, Parte III: Teorias das minorias, de Anneke Smelik.

Lição de casa para 18 de abril: 
Assistir ao filme Esquadrão Suicida e ler o artigo de Natânia Nogueira “II Guerra Mundial e as 'Super-Mulheres': o surgimento das super-heroínas nos Estados Unidos da década de 1940" (este artigo eu peguei de um lindo livro organizado por Valéria Fernandes e Amaro Braga, Representações do feminino nas histórias em quadrinhos. A Valéria mandou o livro pra mim. Pra comprar, mande um email pra ela: shoujofan@gmail.com Vale muito a pena!

18 de abril – Discussão do filme Esquadrão Suicida e do artigo de Nogueira.

Lição de casa para 2 de maio: Assistir ao filme The Babadook (terror australiano dirigido por Jennifer Kent -- escolhi porque ainda não havíamos falado de filmes de terror) e ler o artigo de Carol Clover “Her body, himself”.

2 de maio – Discussão do filme The Babadook e do artigo de Clover.

Lição de casa para 16 de maio: Assistir ao filme Olga e ler os artigos “Um ano revolucionário”, de Osvaldo Goggiola e “A revolução de fevereiro existiu?”, de Lincoln Secco. 

16 de maio – Discussão do filme Olga e dos artigos de Goggiola e Secco sobre a revolução russa. 

Lição de casa para 30 de maio: 
Assistir ao filme Estrelas Além do Tempo e ler um artigo de Mulheres, Raça e Classe, de Angela Davis (ainda vamos escolher o artigo). 

30 de maio – Discussão do filme Estrelas Além do Tempo e do artigo de Davis.

Lição de casa para 13 de junho: Assistir ao filme A Pele que Habito (de Almodovar) e ler os artigos de Tânia Cascaes e Guaraci Martins “A linguagem cinematográfica e a normatização da sexualidade” e Felipe Wircker e Ana Kiffer "Sobre o corpo inacabado em A Pele que Habito".

13 de junho: Discussão do filme A Pele que Habito e dos artigos de Cascaes e Martins e Wircker e Kiffer.

Lição de casa para 27 de junho: Ler o conto “Sultana's Dream”, de Rokeya Sakhawat Hossein (1905) Em português. Ler os artigos “Um toque de recolher para homens seria válido para a sociedade?”, de Euclides Montes, e “The Creation of Patriarchy”, de Gerda Lerner (não encontrei tradução em português para este livro clássico de 1986, The Creation of Patriarchy). 

27 de junho - Discussão do conto “O Sonho de Sultana” de Hossein e dos artigos de Montes e Lerner.

Lição de casa para 11 de julho: 
O patriarcado em uma imagem
Ler o livro O Conto da Aia, de Margaret Atwood, e o artigo de Eliane Campello “A visão distópica de Atwood na literatura e no cinema”.

11 de julho - Discussão do livro O Conto da Aia, de Margaret Atwood, e do artigo de Campello.

19 comentários:

  1. Maravilha de curso, Lolinha! Muita inveja de quem mora no Ceará!
    Você precisa fazer um curso desses a distância. Nem que seja cobrando.
    Por favor, Lolinha!

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  2. stalin, lixo do universo, o mundo te abomina

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  3. Lola, faz um clipe pra gente poder ter uma ideia de como são as aulas

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  4. lola o que vc tá achando da situação da venezuela?

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  5. Ah, Lola, como eu gostaria de participar deste curso. :) Já avisei para a Natania que o artigo dela foi incluído como bibliografia. É parte da dissertação de mestrado. Ela defendeu ano passado. Está disponível on line.. O conto da sultana está dando erro na página. Já The Creation of Patriarchy não tem em português, não. Gerda Lerner merecia que pelo menos um livro dela fosse publicado aqui. As muitas omissões. Enfim, fiquei feliz com a inclusão do artigo da Natania. Ela tem uma produção muito boa sobre super-heroínas norte-americanas e quadrinistas brasileiras. Se tudo correr bem, acho que o doutorado dela será sobre a Ah! Nana, uma antologia feminista de quadrinhos que foi publicada na França. Foi a primeira da França, a primeira só com mulheres. Material muito interessante mesmo.

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  6. Obrigada, Valeria querida! Muito bacana usar um artigo do livro que vc organizou. Confesso que ainda não vi Esquadrao Suicida. Foi um aluno que indicou, por causa da personagem da Arlequina. Só depois vi que ela não é exatamente uma superheroína, mas, enfim, vamos discutir tudo isso na aula. Já consertei o link pra Sultana's Dream. Ah, e lembrei que o livro da Gerda Lerner tem em espanhol. Vai ficar essa opção pros alunos: ler o artigo em inglês ou português. Como o curso é aberto a todos, procuro o máximo possível incluir textos em português. Na última reunião de departamento, em que o projeto do curso de extensão foi aprovado (renovado, mas sempre precisa ter um novo parecer, uma nova comissão), sugeriram que, da próxima vez, eu tente ter alguns bolsistas trabalhando no curso, jã que seria uma ótima oportunidade para alguns alunxs receberem uma ajuda de custo. Ainda tenho que pensar bem o que os bolsistas fariam, mas de repente uma das coisas poderia ser gravar as aulas e colocá-las na internet. Vamos ver... Mas isso seria só pro ano que vem.


    Anon das 18:17, não estou acompanhando bem a situação da Venezuela. A do Paraguai (do pessoal invadir o Congresso) e da Colômbia (tragédia com deslizamento já causou 250 mortes) me chamaram mais a atenção. Eu não gosto do Maduro. Gostava do Hugo Chavez.

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  7. não-binarismo = transtorno dissociativo de identidade, entre outros distúrbios mentais ou transtornos de personalidade

    gênero "não-binárie" NÃO EXISTE

    ou é ficção, algo q a pessoa inventa e pega aquilo pra si mesmo ou é desordem psiquiátrica

    não-binarismo é tão crível quanto o maluco q acredita ser napoleão bonaparte

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  8. desafio qualquer um provar a "existência" dos gêneros não-bináries, os famosos gêneros de tumblr

    não vale essas ficções/fantasias

    inventar personagem fictício qualquer um consegue

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  9. inventaram um "gênero" chamado "cristalgênero" tem até o gênero canino, eu não estou brincando, outras masturbações mentais do tipo: "cado-neutrois", "passabilidade travesti", "gênero fluído", etc. (tem muito mais derrame intelectual de onde isso veio)

    mas são as radfems q são "transfóbicas"

    olhem a q ponto o transativismo/teoria queer quer levar a humanidade

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  10. Tenham só uma ideia do derrame intelectual defendido por transativistas e "teóricos" do queer:

    "Blurflux cadoneutrois fluidflux"

    ou

    "Blurflux imprigênero de cadoneutrois e pangênero"

    Entre outras masturbações mentais (se divirtam):

    Argogênero, borragênero, fluxofluído, imprigenêro, mutogênero, aerogênero, ludogênero, amorgênero, atrofluído de cado surgemigênero, maveriqueflux, endoneutrois, gemigênero, moligemigênero, nonpuerflux, endoproxvir, nonpuellaflux, juxeraflux, quasicance (menino/menina] condicend(schrodi)pangênero, surgemigênero, cristalgênero, endoneutrois, pangênero, antipangênero

    Muito obrigada queers, por tanta contribuição intelectual

    Lola, vc irá discutir isso tb?

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  11. Essas porras são nomes de drogas psicotrópicas ou de doenças psiquiátricas?

    Fica a dúvida...

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  12. Jesuitas, mas essa mulher só pensa NAQUILOOO (comunismo) 24 horas por dia.

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  13. a) Lola sou sua fã traga este curso para o Rio de Janeiro ou faça um canal no youtube eu adoraria fazer um curso ministrado por vc.

    b) Os conservadores são realmente um saco agora querem mandar no gênero dos cidadãos cada um assume o gênero que quiser

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  14. 12:05, desde que o mundo é mundo o gênero é estabelecido quando a criança nasce. Se tem um pênis no meio das pernas é homem. Se não tem, é mulher. Então não existe essa conversa fiada de "assumir" um gênero, tipo hj vou vestir essa roupa, amanhã visto aquela. Hj sou mulher, amanhã vou ser homem! Absurdo vcs

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  15. Mulher não é simplesmente um ser "sem pênis", idiota. Mulheres têm vulva, clitóris, lábios genitais, vagina, útero, ovários...

    Isso é uma questão de biologia básica.

    Testículos, próstata e pênis são órgãos menos complexos e derivativos que se formam quando o feto possui o gene SRY do cromossomo Y, que induz a masculinização dos fetos. Esses órgãos tem basicamente a função de produzir esperma, produzir líquido seminal e ejetar o sêmen com espermatozoides, respectivamente, e como a uretra nos homens passa por dentro do pênis, a urina também acaba passando diretamente por ele.

    Vulva, clitóris, lábios genitais, vagina, útero, ovários são órgãos mais complexos, mais especificados e com muito mais funções que os genitais e o sistema reprodutor masculino. O clitóris, por exemplo, tem a função de aumentar a sensibilidade genital feminina, tanto interna quanto externa, e assim proporcionar prazer. Não vou estender muito esse comentário falando sobre as funções de cada órgão ou parte do sistema reprodutor feminino, já que essas informações podem ser facilmente encontradas na internet, mas destaco aqui que os órgãos do sistema reprodutor feminino possuem outras funções que não são reprodutivas e estão diretamente ligadas à saúde da mulher. Por exemplo: por estarem alojados mais internamente dentro dos corpos das mulheres do que os órgãos reprodutivos masculinos nos corpos dos homens, eles também possuem uma função muito influente na configuração e no alojamento dos demais órgãos internos mais próximos a eles dentro do corpo feminino.

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  16. Querida, a próstata também tem a função de dar prazer ao homem.

    O ponto g, o órgão genital principal, que proporciona o maior prazer sexual, do homem é a próstata. O da mulher é o clitóris, especialmente a ponta externa, que é só o começo do clitóris.

    Porque o ponto g dos homens é interno e menor e o feminino é mais externo e maior, que os homens inventaram um ponto g feminino fictício e minúsculo dentro do canal vaginal, pra eles enfiarem o pênis na vagina das mulheres e acharem que estão arrasando muito, abalando, sendo que na maioria das vezes só estão provocando dor, tormento ou tédio.

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  17. Curso fenomenal! Lola, quer subir os textos na plataforma moodle para eles ficarem disponíveis online? Posso ajudar. Ou mesmo uma pasta no Google drive.

    O 'chato' anti - trans já tá aqui poluindo o debate. Tanto assunto legal no post, e o mascu só quer debater o que não é ser mulher, quem pode ou não concordar com ele. Mas que vergonha alheia...

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  18. Esses dias perguntei: "O que significa ser mulher? O que significa ser homem?".

    Obtive a seguinte resposta: "É impossível responder porque existem muitas maneiras de ser mulher e de ser homem. O que é ser mulher ou ser homem pra mim pode ser diferente do que é ser mulher ou ser homem pra outra pessoa".

    Ou seja, ser mulher ou ser homem, segundo essa galera, se resume ao que o seu individualismo quiser que seja, MENOS biologia. Biologia não vale.

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  19. Lindo curso! Vou tentar fazer no grupo na faculdade com essa base! Parabéns!

    Pessoas que não sabem diferença entre genero e sexo passando vergonha nos comentários. Mais um motivo pra pensarmos o ensino sobre o assunto nas escolas.

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