Olá Lola, tudo bem? Tenho 15 anos e meu nome é P. Eu tenho acompanhado seu blog faz pouco tempo, mas gosto muito do modo como você escreve e de diversos assuntos que aborda!
Você já deve estar cansada de ter de falar sobre isso, eu imagino. Mas eu não tenho ninguém para desabafar e não sei para quem devo pedir ajuda.
Eu gostaria de ser linda! Eu me sinto muito triste e vazia quando as pessoas me chamam de feia. Desde pequena os meninos vivem rindo de mim. Uma vez, ao me declarar para um menino que eu gostava (eu deveria ter uns 12 anos), eu recebi um: "Você é muito feia! Nunca que eu vou gostar de um troço desses!" Eu me senti arrasada e ao chegar em casa chorei muito!
Se eu pudesse escolher, teria nascido de pele clara, nariz afilado, lábios finos, cabelos lisos e pele clara (típico padrão caucasiano e típica aparência que eu não tenho).
Parece que quando você é bonita, tudo gira mais fácil, as coisas parecem fluir bem. Muitas mulheres reclamam sobre estar acima do peso, mas meninas magras como eu sofrem bastante também. Ainda mais aqui no Brasil, aonde parecemos ter uma certa pressão para ter corpos curvilíneos ou "bombados".
Eu evito entrar em sites de moda e comprar revistas sobre tal assunto para não me sentir inferior àquelas modelos lindas e perfeitas. Sempre que me olho no espelho (coisa que tenho evitado até), eu sinto vontade de morrer. Queria que existisse um botão "CLIQUE AQUI PARA NASCER LINDA". Com toda a certeza eu já teria apertado um botão desses!
Eu evito entrar em sites de moda e comprar revistas sobre tal assunto para não me sentir inferior àquelas modelos lindas e perfeitas. Sempre que me olho no espelho (coisa que tenho evitado até), eu sinto vontade de morrer. Queria que existisse um botão "CLIQUE AQUI PARA NASCER LINDA". Com toda a certeza eu já teria apertado um botão desses!
"Meninas negras estão ficando mais bonitas?" - matéria da revista Ebony de fevereiro de 1966 |
Faz pouco tempo que uma professora de Português estava falando sobre beleza e foi citando o nome de todas as meninas da sala, dizendo que todas tinham cabelo bonito, porém ela não citou o meu nome e depois recebi várias piadinhas.
As pessoas deveriam entender que eu não pedi para nascer com esse cabelo armado e cacheado, com esse nariz achatado, lábios volumosos ou pele parda. Eu simplesmente nasci desse jeito e não queria!
Sempre sonho em fazer diversas cirurgias plásticas e até clareamento de pele! Vivo no cabeleireiro para alisar esses cachos que tanto detesto.
Ultimamente eu só tenho me sentido vazia e triste com a minha aparência. Por mais que eu tente esquecer ou qualquer outra coisa. O quesito BELEZA sempre volta pra minha mente. Tenho evitado sair muito de casa para não ter que ficar expondo minha feiura para as pessoas. O grau do meu óculos é alto e faz eu parecer muito mais feia (se é que isso é possível). Eu não sei para quem posso pedir ajuda.
Minha resposta: Ô, querida P., emails como o seu partem meu coração. Sabe, seu texto fala bastante da sua aparência e de como você está insatisfeita com ela. Fica evidente que você gostaria de ser linda. Mas você nunca explica o porquê. Por que "ser linda", nesses moldes restritos em que você (e a sociedade) define a beleza, seria tão importante pra você? No que mudaria a sua vida?
Se você fosse "linda", o menino pra quem você se declarou aos 12 anos teria aceitado te namorar? Não dá pra saber. Existem milhares de razões pra alguém não se interessar por outra pessoa (e uma delas nem é pessoal, é timing: naquele momento você não quer, ou não pode, ou está em outra). Todo mundo -- até as top models -- já foi rejeitado por alguém. E daí? A gente chora um pouquinho, remenda nosso coraçãozinho, e segue em frente.
Se você fosse "linda" a professora de Português te elogiaria? Algum babaca deixaria de fazer piadinha sobre você? (babacas também fazem piadas sobre pessoas bonitas). Você sairia mais de casa? Você leria mais revistas femininas? (pra quê?) Você se sentaria mais próxima das pessoas na aula, o que te possibilitaria enxergar o quadro? (por favor, deixe de sentar longe já! Você tem que enxergar o quadro!). Algumas pessoas parariam de te chamar de feia? É tão importante assim o que acham de ti? (pergunta retórica: eu sei que é, principalmente nessa idade).
Querida P., olha só o que você considera feio: cabelo armado e cacheado, nariz achatado, lábios volumosos, não finos, pele parda (além de magreza e, suponho, gordura). Você sabe que este não é o "padrão caucasiano". Agora é parar pra pensar sobre quem determina que o que foge ao "padrão caucasiano" é feio, indesejável, e deve ser mudado. Quem determina que precisamos clarear a pele, fazer cirurgias plásticas para afilar o nariz e diminuir os lábios, viver no cabeleireiro pra alisar e domar (essa é a palavra) os cachos? E por que você vai na onda dessas regras claramente racistas? Você já percebeu que este é um padrão racista, certo?
O primeiro romance da americana Toni Morrison, única negra até agora a ganhar o Nobel de Literatura, é de 1970 e chama-se O Olho Mais Azul (The Bluest Eye). Recomendo muito que você leia. É sobre Pecola, uma menina um pouco mais jovem que você. Ela tem 11 anos, é negra, considerada feia, e sofre os piores tipos de abusos. Toda noite antes de dormir ela reza para ter olhos azuis. Ela sabe que olhos azuis (e cabelos loiros) são tidos como bonitos, e ela supõe que, se tivesse olhos azuis, as pessoas não seriam tão cruéis com ela. Ela imagina que, se tivesse olhos azuis, todos a sua volta pensariam: "Não devemos fazer coisas ruins diante desses olhos bonitos". Toda a sua vida automaticamente melhoraria.
No prefácio da edição de vinte anos do livro, Morrison conta que sua inspiração foi uma amiga de infância, quando ambas estavam nas séries iniciais na escola, e a menina, negra, disse que queria ter olhos azuis. “Implícito no seu desejo estava auto-ódio racial. E vinte anos depois, eu ainda estava pensando sobre como se aprende isso. Quem contou pra ela? […] Quem havia olhado pra ela e determinado que ela tinha tão pouco valor na escala de beleza?”
É bem provável, P., que quem tenha contado pra você que cabelo crespo ou cacheado e nariz achatado e pele escura são feios também tenha contado a mesma coisa pro menino que te rejeitou e pros caras que te chamam de feia e pra sua professora. Contam isso pra gente desde que nascemos. A gente ouve nas músicas, vê nos filmes, na TV, nas capas de revistas, nas listas de "mais bonitas" de qualquer coisa, quem é vista como feia e quem é vista como bonita. A gente vê isso centenas de vezes por dia desde a mais tenra infância, e ainda assim cresce achando que padrão de beleza é algo natural, que não sofremos lavagem cerebral, que nossos gostos são meramente pessoais, e que quem questiona o padrão o faz por inveja e mimimi.
A gente aprende a se odiar e a odiar quem está fora do padrão. Crianças negras e pardas aprendem desde cedo que são feias. Você aprendeu direitinho. Há vários experimentos tristes em que meninas negras de 3, 5 anos têm que escolher, entre uma boneca negra e outra branca, quem é a boneca bonita, quem é a boneca inteligente (porque nossa baixa autoestima sobre a aparência afeta tudo, até nosso desempenho escolar). Essas meninas sabem que são negras e escolhem as bonecas brancas como as mais bonitas e inteligentes.
A narradora de O Olho Mais Azul, Claudia, também uma menina negra, fala sobre a boneca branca que ganhou no natal: “Adultos, meninas mais velhas, lojas, revistas, jornais, vitrines –- o mundo todo concordava que uma boneca de olhos azuis, cabelo amarelo e pele rosada era o que toda menina mais almejava.” Mas Claudia tem um jeito diferente do de Pecola de lidar com o ódio racista da sociedade: ela desmembra suas bonecas.
P., não vou tentar te convencer que beleza não é importante (mas pense: pra quê você gostaria de ser linda? Você quer participar de algum concurso de miss?), ou que você é linda, ou que o padrão de beleza precisa ser desconstruído. Mas gostaria que você pensasse sobre por que você quer tanto ser algo que não é (no caso, branca)? Já está na hora de você questionar os padrões que impuseram pra você. Não os aceite. Rebele-se. Revolte-se.
Em vez de você querer um botão de "clique aqui para ser linda", que tal um botão de "clique aqui para eu parar de me incomodar com o que babacas dizem de mim"? Ou um botão de "clique aqui para eu me aceitar do jeito que eu sou"? Ou: "clique aqui para eu começar a questionar um padrão de beleza racista e excludente"?
Talvez o melhor fosse um botão de "clique aqui para o mundo apreciar todos os tipos de beleza", mas, na falta desse botão, vamos de "clique aqui para ter orgulho do meu cabelo, do meu corpo, da minha cor".
Infelizmente, não tem botão. É um aprendizado que leva anos. Comece a se amar hoje.
Se você fosse "linda", o menino pra quem você se declarou aos 12 anos teria aceitado te namorar? Não dá pra saber. Existem milhares de razões pra alguém não se interessar por outra pessoa (e uma delas nem é pessoal, é timing: naquele momento você não quer, ou não pode, ou está em outra). Todo mundo -- até as top models -- já foi rejeitado por alguém. E daí? A gente chora um pouquinho, remenda nosso coraçãozinho, e segue em frente.
Se você fosse "linda" a professora de Português te elogiaria? Algum babaca deixaria de fazer piadinha sobre você? (babacas também fazem piadas sobre pessoas bonitas). Você sairia mais de casa? Você leria mais revistas femininas? (pra quê?) Você se sentaria mais próxima das pessoas na aula, o que te possibilitaria enxergar o quadro? (por favor, deixe de sentar longe já! Você tem que enxergar o quadro!). Algumas pessoas parariam de te chamar de feia? É tão importante assim o que acham de ti? (pergunta retórica: eu sei que é, principalmente nessa idade).
Querida P., olha só o que você considera feio: cabelo armado e cacheado, nariz achatado, lábios volumosos, não finos, pele parda (além de magreza e, suponho, gordura). Você sabe que este não é o "padrão caucasiano". Agora é parar pra pensar sobre quem determina que o que foge ao "padrão caucasiano" é feio, indesejável, e deve ser mudado. Quem determina que precisamos clarear a pele, fazer cirurgias plásticas para afilar o nariz e diminuir os lábios, viver no cabeleireiro pra alisar e domar (essa é a palavra) os cachos? E por que você vai na onda dessas regras claramente racistas? Você já percebeu que este é um padrão racista, certo?
O primeiro romance da americana Toni Morrison, única negra até agora a ganhar o Nobel de Literatura, é de 1970 e chama-se O Olho Mais Azul (The Bluest Eye). Recomendo muito que você leia. É sobre Pecola, uma menina um pouco mais jovem que você. Ela tem 11 anos, é negra, considerada feia, e sofre os piores tipos de abusos. Toda noite antes de dormir ela reza para ter olhos azuis. Ela sabe que olhos azuis (e cabelos loiros) são tidos como bonitos, e ela supõe que, se tivesse olhos azuis, as pessoas não seriam tão cruéis com ela. Ela imagina que, se tivesse olhos azuis, todos a sua volta pensariam: "Não devemos fazer coisas ruins diante desses olhos bonitos". Toda a sua vida automaticamente melhoraria.
No prefácio da edição de vinte anos do livro, Morrison conta que sua inspiração foi uma amiga de infância, quando ambas estavam nas séries iniciais na escola, e a menina, negra, disse que queria ter olhos azuis. “Implícito no seu desejo estava auto-ódio racial. E vinte anos depois, eu ainda estava pensando sobre como se aprende isso. Quem contou pra ela? […] Quem havia olhado pra ela e determinado que ela tinha tão pouco valor na escala de beleza?”
Concurso Miss Bahia 2012 (A Bahia é o estado mais negro do Br. 80% da população é negra ou parda) |
A gente aprende a se odiar e a odiar quem está fora do padrão. Crianças negras e pardas aprendem desde cedo que são feias. Você aprendeu direitinho. Há vários experimentos tristes em que meninas negras de 3, 5 anos têm que escolher, entre uma boneca negra e outra branca, quem é a boneca bonita, quem é a boneca inteligente (porque nossa baixa autoestima sobre a aparência afeta tudo, até nosso desempenho escolar). Essas meninas sabem que são negras e escolhem as bonecas brancas como as mais bonitas e inteligentes.
A narradora de O Olho Mais Azul, Claudia, também uma menina negra, fala sobre a boneca branca que ganhou no natal: “Adultos, meninas mais velhas, lojas, revistas, jornais, vitrines –- o mundo todo concordava que uma boneca de olhos azuis, cabelo amarelo e pele rosada era o que toda menina mais almejava.” Mas Claudia tem um jeito diferente do de Pecola de lidar com o ódio racista da sociedade: ela desmembra suas bonecas.
P., não vou tentar te convencer que beleza não é importante (mas pense: pra quê você gostaria de ser linda? Você quer participar de algum concurso de miss?), ou que você é linda, ou que o padrão de beleza precisa ser desconstruído. Mas gostaria que você pensasse sobre por que você quer tanto ser algo que não é (no caso, branca)? Já está na hora de você questionar os padrões que impuseram pra você. Não os aceite. Rebele-se. Revolte-se.
Em vez de você querer um botão de "clique aqui para ser linda", que tal um botão de "clique aqui para eu parar de me incomodar com o que babacas dizem de mim"? Ou um botão de "clique aqui para eu me aceitar do jeito que eu sou"? Ou: "clique aqui para eu começar a questionar um padrão de beleza racista e excludente"?
Talvez o melhor fosse um botão de "clique aqui para o mundo apreciar todos os tipos de beleza", mas, na falta desse botão, vamos de "clique aqui para ter orgulho do meu cabelo, do meu corpo, da minha cor".
Infelizmente, não tem botão. É um aprendizado que leva anos. Comece a se amar hoje.
lola, nunca comentei por aqui. mas, com o coração partido, indico dois vídeos de duas meninas sobre autoestima para a P.
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=GVibxNTApC8
https://www.youtube.com/watch?v=ZLD2zs1UlPs
parabéns pelo blog!
P. se tiver lendo os comentários, recomendo que você veja as fotos dessa fotógrafa que rodou 37 países para fotografar a beleza de cada país.
ResponderExcluirhttp://theatlasofbeauty.com/
https://www.facebook.com/MihaelaNorocPhoto
https://www.instagram.com/mihaelanoroc/
Tirando a parte de ser negra, eu me vi totalmente nesse relato! Fui extremamente humilhada na escola, pessoas faziam cara de nojo só de me olhar, naquelas tarefas de rezar (estudei em escola com cunho religioso), faziam cara de nojo ao pegar na minha mão e diziam que iam lavar. Todo dia era uma tortura, eu amo estudar até hoje, sempre gostei de aprender, mas a escola era tortura, cada dia era que nem AA "só por hoje vou ir para a escola" "só por hoje vou aguentar"... meus pais até sabiam o que ocorria lá, mas tudo o que aconteceu lá...não tive coragem de falar. Na época pouco se falava sobre bullying, nem tinha esse nome, punição? Muito menos! Depois tenho que ouvir essa palhaçada de "menor de idade não sabe o que faz" "ain, estão formação" (só se for formação do demo). Escola, ambiente para socialização? My ass! Por ano desejei ter sido educada em casa, tudo pra não ir pra antessala do inferno.
ResponderExcluirEu fui muito "molenga" nessa época de escola, pouco rebatia. Se eu tivesse uma segunda chance, teria falado TODAS as verdades na cara de quem me humilhou, gurias fúteis, que faziam contagem de quem pegava mais cara rico, guris estúpidos que não valem a merda que cagam...qq humilhação já teria partido pros insultos...mas tinha medo de rebater e eu ser a errada...Conselho pra P: manda todos se fuderem, isso mesmo, FUDEREM, um dia tu vai ser adulta, bem-sucedida, seguindo a tua vida e eles? te digo, 90% (estatistica furada, mas força de expressão) viram uns fracassados.
ResponderExcluirP., ser adolescente e aprender a se amar é difícil. Eu tinha na minha adolescência boa parte dos padrões de beleza que você citou, mas ainda sim fui chamada de feia. Também me apaixonei aos 12, falei com o menino que disse que não ficaria comigo jamais, pois me achava feia e 'esquisita'. demorei anos para me sentir bem sobre a minha pele (eu e tantas mulheres), e começar a repetir para mim mesma: você é bonita, inteligente e capaz foi parte importante disso tudo. No final, feias ou bonitas para o mundo, nada disso nos assegura felicidade. Há outras coisas te esperando na vida, algumas boas, muitas ruins, e para passar por tudo isso: se ame, se cuide.
ResponderExcluirTem uma frase do feminismo que eu adoro (repito sempre que estou triste): mulher bonita é a que luta. Vá aí lindona, comece a sua luta. Você vale a pena e merece ser feliz.
Lola, não costumo escrever porque fico atordoada com os comentários misóginos aos seus textos... Enfim, por enquanto tem só uma mulher super empática ao depoimento de P., o que é muito bom e me deixa tranqüila.
ResponderExcluirFiquei emocionada com a carta de P. e também me entristeci com os efeitos do racismo sobre as pessoas. Pois para mim pareceu que, na verdade, ela acredita que a beleza está em outro lugar que não seja no seu tom de pele. Eu não sei o que é isso. Nasci branca... Mas sinto muito quando percebo a auto-imagem de alguém afetada pelo preconceito. Todas as mulheres sofrem com a ditadura da beleza, mas certamente as negras sofrem ainda mais. P., tenho certeza que encontrará a sua beleza. Eu a senti nas entrelinhas do seu texto. Uma pessoa tão sensível e inteligente, e já sintonizada com o blog da Lola que só conheci agora aos meus 37 anos... Se tivesse acesso a esse tipo de pensamento na minha adolescência, muita coisa seria enfrentada de forma diferente. Aqui é um dos lugares onde aprenderá a quebrar padrões de pensamentos. Identificará suas verdadeiras prisões. Essa fase que está vivendo é, por si só, muito difícil. Acredite: mesmo branca, jamais fui das populares e sempre fiquei alheia aos grupos das mais bonitas na adolescência. Mas isso passa... Você se descobrirá mulher muito bela! Essa é uma construção interior, que envolve muito mais do que cirurgias estéticas que possuem suas próprias limitações. Você ficará bem. No mais, endosso tudo o que a Lola disse a você! Um beijo e abraço apertado!
Num certo ano, fizeram um "concurso" das mas bonitas e das mais feias da turma. Fiquei em 1º ou 2º lugar das mais feias, ao lado de outra guria de origem humilde. Quando questionei o "resultado", um dos vermes (não era guri, muito menos "homem" e MUITO MENOS "menor de idade coitado"), me falou "tu já sabe que é feia né?
ResponderExcluirPra quem sofre em colégio, cada dia, como falei antes, é que nem AA, "só por hoje eu vou", "só por hoje vou enfrentar", Tive pensamentos suicidas, não aguentava mais o sofrimento diário, mas pensava "se eu me matar, eles é quem saem ganhando, eu morro e eles vão ficar aí torrando o saco".
O tempo passou, 10 anos quase...que fim levaram aquelas pessoas? Tão numa vida de merda.
(Viviane)
ExcluirB., peço desculpas antecipadas por opinar a partir de seus relatos neste post e no anterior, mas me parece que o que você sofreu na infância levou a uma defesa de redução de maioridade penal (uma política pública) devido a uma experiência pessoal.
Tomei a liberdade de falar porque, assim como você, fui vítima de bullying em idade escolar. Não vou entrar em detalhes aqui, mas isso também me gerou sequelas que carrego até hoje (baixa autoestima, ter poucos amigos, não confiar em quase ninguém). Porém, eu entendo que os colegas de escola eram CRIANÇAS como eu, vindos de uma classe social similar, com famílias parecidas com a minha. Penso que escolas são locais de formação tanto quanto as famílias (nem mais nem menos), o que me faz apontar os verdadeiros culpados: os adultos, pais e professores, que não ensinaram a essas crianças a respeitar as diferenças (muitas vezes até porque não podem punir a criança, então usam o colega da mesma idade para isso). É contra os adultos minha revolta, mas isso pode ser difícil de enxergar quando aprendemos a vida toda que "pais e professores querem nosso bem". Talvez por isso sua revolta com as crianças.
Bem, se bem conheço os seus comentários, B., já espero sua resposta xingando até minha quinta geração. Fique à vontade, é apenas uma opinião de quem sequer sabe seu nome... mas, como sou uma otimista incorrigível, espero ter ajudado.
Abraço.
Para Lola ver, nem precisa publicar: acho houve erro de escrita: "Essas meninas sabem que são negras e escolhem as bonecas NEGRAS como as mais bonitas e inteligentes". Era bonecas BRANCAS, acho.
ResponderExcluirP., além aqui do lindo bloguinho da Lola, tem uns lugarzinhos que ajudam a gente a desconstruir essa dor, essa angústia, esses padrões, sites como o Nó de Oito, o Lugar de Mulher e o Womans Lounge, todos brasileiros. Sites como o Buzzfeed (incluindo os posts sobre moda, tanto a versão nacional quanto a americana) e revistas como Capitolina e Azmina são bastante mais inclusivos que a maioria das revistas que conhecemos. Nesses locais, somos representadas.
ResponderExcluirPassei por algumas das dificuldades que você passa agora e por algumas outras diferentes. Embora com o tempo elas diminuam consideravelmente, eu teria sido mais feliz se tivesse acesso a esse tipo de informação naqueles tempos. Descobrir que os problemas na verdade não estão em nós faz bastante diferença na forma como nos vemos, como encaramos esses problemas e as pessoas responsáveis por reproduzi-los. Essa consciência ajuda a diminuir o sofrimento até que ele se torne mínimo.
Um grande abraço
Obrigada, Maria, já corrigi.
ResponderExcluirB., que triste esse seu relato! Minha solidariedade.
Lola vc não irá falar sobre a saída do PMDB do governo e as consequências disso?
ResponderExcluirP., na sua idade, eu também me achava terrivelmente feia. Olho minhas fotos e não vejo toda a feiura que eu via quando estava naquela idade (talvez falta de noção de roupas..? hahaha), mas além de tudo que a Lolinha falou, vou te recomendar um livro que li na sua idade e só fui entendê-lo anos anos depois. Chama "A Marca de uma Lágrima", do Pedro Bandeira. É sobre uma menina igual a gente, que se acha feia e gorda (meu caso) e não merece ser amada, se sente profundamente triste e "desconta" isso em poemas. Tem um enredo e tudo, mas o que tem nesse livro que eu AMO é o seguinte: em momento algum o próprio autor diz que ela é feia. Vem sempre na primeira pessoa. Quer dizer que é o jeito que ela se vê. E quando a gente muda esse jeito, se aceita, se cuida, valoriza o que a gente tem e se entende, a nossa vida é outra.
ResponderExcluirFalo por mim também.
Você é linda e nem sabe!
Um beijo e fique bem, tá?
=)
Poderia ser o meu relato. Tenho características parecidas com a da autora, exceto o peso. Meu foco virou-se para o estudo e nele eu encontrava uma identidade e algo que me fazia respeitar. Se não andasse com os descolados e fosse amiga deles também seria uma potencial vítima de bullying, mas sempre fiz o que pude para incluir as pessoas que eram marginalizadas.
ResponderExcluirA cobrança pela beleza sempre nos desde criança e persistirá até o final da vida. Se não é o cabelo, você precisa estar em forma, precisa ter a pele de pêssego, precisa andar com as roupas da moda e com o make da popstar. "Se você não se cuidar, ficará pra titia", dizem. No fim, temos de ser os bibelôs do mundo para que os homens suportem conviver conosco, nossas funções são reduzidas a apenas isto.
Mas quando a nossa auto estima está zoada, se relacionar com o mundo é uma tarefa estressante e difícil. Você não consegue acreditar que aquele cara incrível pode estar a fim de você, afinal é ______(ponha aqui o adjetivo fora do padrão); você não consegue confiar em si mesma pq é __________(ponha outro adjetivo fora do padrão). O conselho é clichê, mas funcionou comigo e certamente com muitas pessoas. Quando nós mesmas não nos amamos, nunca conseguimos acreditar que alguém nos ache genuinamente interessantes.
P., sinto muito pelo que você está passando. Nessa idade a dor de não se encaixar é avassaladora.
ResponderExcluirMas tenha em mente, se conseguir olhar pra isso agora, que padrões de beleza existem com um único objetivo: silenciar mulheres. A ideia de beleza é usada para silenciar e oprimir desde o nosso primeiro vestido.
Se de um lado temos mulheres "feias", que desde a mais tenra idade ouvem que não tem direito a voz, a lugar, a reconhecimento por estar fora do padrão (já reparou que toda ideia feminina difícil de ser contestada atrai homens pra atestar a feiúra da autora?), do outro temos mulheres "lindas" sendo vistas e tratadas como objetos também desde muito pequenas. Se sofre violências diferentes, mas a violência está sempre lá, à espreita.
No fim, "mudar de lado" com cirurgias plásticas não vai resolver o teu problema, sabe? Ninguém nunca é bom o suficiente. O único caminho é trabalhar para desfazer cada um dos conceitos que essa sociedade tão cruel alimenta, e é um baita desafio - são as pessoas que "não são boas o suficiente para ___" que mantém a sociedade funcionando sem questionamentos.
Vá em frente sem medo, P. .Você desabafou, abriu, pediu ajuda, e só por aí já dá pra ver o quão forte e incrível você é.
É muito triste ler esse relato, principalmente porque me vejo nele. A única característica que não me enquadro é no corpo magro (sempre fui mais cheinha), mas o restante: cor, cabelo, traços... Eu sempre fui a "menina mais feia da sala" aquela que nenhum menino queria ficar perto e até pouco tempo era preterida em relacionamentos. Recordo-me de ter me declarado para um garoto da escola e ele dizer na frente de todo mundo que estava tendo congestão e passando mal só de olhar pra mim, imagina como eu me senti naquele dia? Eu só tinha 15 anos, uma fase que por si só já é desesperadora, confusa, problemática e eu ainda tinha que me "colocar no meu lugar" e engolir tudo o que eles faziam comigo.
ResponderExcluirPassei por todo esse processo de embranquecimento, alisava meu cabelo, odiava minha boca e meus traços e reproduzia todo o discurso do opressor, me sentia bem quando alguém soltava que "eu nem era tão negra assim" isso fazia eu me mais aceita, mas na verdade hoje eu sei que eu não era aceita por tentar não ser quem eu sou, assim como muitos hoje ainda não me aceitam, mas verdadeiramente quem é que precisa me aceitar a não ser eu mesma?
Demorou um tempo até que eu começasse a me olhar com outros olhos e me amar do jeito que sou e entender que eu nunca me encaixaria no padrão, e que aquele padrão estava era furado demais para mim, parei de alisar meu crespo, adoro minha boca, depois de velha comecei a passar batom que era uma coisa que nunca imaginei que faria e me descobri mulher negra! E posso dizer que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.
Me vejo no espelho e me sinto bonita do jeito que sou, meu cabelo, meu corpo, meus traços. Então, P., quero te dizer que essa fase vai passar e que quando você começar a entender e enxergar a sua real beleza você vai entender que o problema não é você, o problema é maior e mais complexo.
Não te vi, mas imagino você uma moça linda, com um valor que vai além da aparência física, então valorize você e se ame que as coisas vão melhorar. E saiba que você não está sozinha! :)
"É muito pior ser homem feio q mulher feia. Homem feio só pega alguém se tiver muito dinheiro, já a mulher feia desde que cuide bem do corpo tem sempre um desesperado que encara"
ResponderExcluirEngraçado, o que eu conheço de homem feio e casado por aí não tá escrito. Mas um coisa é certa, vocês homens são bem desagradáveis, é a regra e não a exceção.
16:39
ResponderExcluirSó se for pra gente conformista como você.
O mundo tá mudando e quem não se conforma que crescer dentro dos padrões não lhe dá mais superpoderes vem pra site feminista chorar as mágoas.
"Engraçado, o que eu conheço de homem feio e casado por aí não tá escrito"
ResponderExcluirE casado com mulheres lindas, vale dizer. Não, não são ricos. Na vdd, os dois estão até no mesmo patamar social. Só que homem quer ver a esposa linda e malhada enquanto eles embarangam, não se cuidam e nem vão num médico. Depois aparece um ricardão e não sabem a razão
Mas um coisa é certa, vocês homens são bem desagradáveis, é a regra e não a exceção."
Nem os homens se suportam de tão desagradáveis que são, miga.
Não devemos discriminar nem rotular estereótipos, nem aceitar que determinada raça ou condição física humana seja considerada feia por si só, agora uma coisa é certa: existem pessoas feias em todas as raças, sejam brancos, negros, pardos, etc.esse papo de vc é bonita e ainda não se deu conta é papo de filme da Disney
ResponderExcluirSempre que falam "ai que saudade dos tempos de escola", olho para a pessoa como se ela fosse louca, não entendo, mas enfim. Para o ambiente escolar equivale a uma antessala do inferno. Saudades tenho da minha infância (acredito na inocência e na formação das crianças, não de adolescentes), quando eu era pequena, e tb sinto saudades da faculdade, onde foi o primeiro ambiente estudantil no qual me senti em casa. Fiz amigos duradouros lá, me sentia feliz, pela primeira vez. Os chatos? Ou não dava bola ou mandava se F***, mas já tinha certa "casca grossa". Com certeza a P. vai fazer faculdade, e/ou será bem-sucedida. Os idiotas? Nem vão entrar em faculdade, não por falta de oportunidade nem nada disso, mas por falta de interesse mesmo, a maioria dessa gente acha ridículo fazer faculdade.
ResponderExcluirEstou perplexa com a maldade nos comentários, ainda mais se tratando de uma criança, e primeiramente queria te dizer para não acreditar nas pessoas que dizem que "feio é feio e bonito é bonito" porque o que consideramos feio ou bonito depende muito de gosto pessoal. A única "beleza" que podemos identificar seria a simetria, ou seja, pessoas que tem o corpo proporcional, tendem a ser vistas como mais bonitas pela maioria, o que não significa que alguém não pode apreciar uma pessoa que não possui essa simetria tão almejada. Mas quando você ficar mais velha vai perceber que não basta ser bonita para não ter problemas, principalmente com gente babaca. Muitos meninos veem uma menina linda e a chamam de feia e outras coisas horríveis ao serem rejeitados, por exemplo, e muitas meninas acreditam. Mas enfim, gostaria de compartilhar um pouco da minha história com você, lá vai...
ResponderExcluirQuando eu era mocinha, como você, eu me sentia muito feia. Não tenho pele negra e nem me sentia gorda, na época eu era mais magra do que sou hoje, mas eu sempre achava motivos para me odiar (espinhas, o fato de usar óculos ou de ser mais alta que os meninos, ter cabelão cacheado e armado) eu me sentia depressiva e não saia muito de casa, nem tinha muitas amigas. Minha auto estima mudou quando eu fiz amizade com uma menina da minha turma, quase sem querer e depois que aprendi a me apresentar para as pessoas, olhá-las nos olhos e as cumprimentar todos os dias (coisa que foi muito difícil para mim na época) eu comecei a me sentir melhor. Na minha adolescência, minhas amigas acharam que eu precisava de um "make over", ou seja, me maquiaram, trocaram meus óculos por lentes de contato, e alisaram meu cabelo, que era cacheado. Me senti muito melhor, e minha auto estima foi crescendo e crescendo até o ponto em que eu não dependia mais do que os outros achavam, me tornando uma pessoa simpática e cheia de energia. Era aquele caso de valorizarem uma pessoa porque ela "se cuida".
E gente escrota merece murro na boca. :-*
ResponderExcluir(continuação do comentário anterior)
ResponderExcluirAlguns anos mais tarde percebi que o que importa em uma pessoa, o que faz com que alguém perceba que esta pessoa tem "presença", e que dá vontade nas outras pessoas de ficar perto dela não é tanto a aparência física, mas a postura de confiança (apesar de que infelizmente a mulher tem a exigência cuidar minimamente da aparência, mas para a própria pessoa a confiança é a melhor habilidade que podemos desenvolver). Se a sua confiança desmorona quando alguém fala pra você "você é feia, você é gorda, etc", essa pessoa é vista como fraca. Eu tive algumas meninas da minha sala que sempre gostavam de colocar todo mundo para baixo que ficavam fazendo este tipo de comentário, que me ofendia muitíssimo, mas eu escolhi que não iria demonstrar meu desgosto, e eu sempre respondia algo como "você acha isso? Eu não concordo" e agia sempre como se estivesse feliz, enquanto as ignorava e passava tempo com minhas amigas e amigos ou até sozinha quando não havia ninguém para passar tempo comigo. Assim, não precisava brigar e deixava claro que não seria o brinquedo de ninguém. Uma menina na minha turma chegou ao cúmulo de dizer que minha língua era muito grande, e eu passei alguns meses desesperada pensando que ela estava certa...até dizer para mim mesma: isso é ridículo demais! Não tem como alguém ter a língua grande demais menina, acorda, ela diz isso para se sentir poderosa e deixar você no lixo!
Nunca tive ninguém que veio e me disse "você não deveria acreditar nessas pessoas", foi uma decisão minha e que tive que insistir muito para ficar gravada no meu cérebro. Quando eu me sentia triste, pensava assim: "ninguém me valoriza, mas eu me valorizo. Eu mereço me sentir bonita, eu mereço ser feliz". Foi insistindo nisso que eu me senti melhor e superei essa necessidade de se preocupar com a aparência.
Hoje em dia, sou uma pessoa que gosta de se maquiar (só quando tenho paciência e tempo) mas que não se sente obrigada a ter o cabelo assim, o corpo assado. E também passei a ler e pesquisar mais sobre feminismo e empoderamento de pessoas com o cabelo cacheado.
Se você teve a paciência de ler e chegar até aqui, saiba que eu te contei isso porque desejo que você se descubra, que se encontre, que se conheça, e que encontre a beleza em você, beleza essa que tem muitas formas físicas, mas que vem da confiança que se constrói. Tenta se concentrar em passar tempo com pessoas que merecem sua companhia, exija que as pessoas sejam gentis com você (não precisa brigar, apenas tente falar com a maior segurança que conseguir) e faça muitas, mais muitas coisas divertidas e que você gosta. Tire um tempo para olhar para flores, faça caminhadas, leia, enfim, faça qualquer coisa para se agradar, até sentir que você merece tudo isso. Quando estiver pronta, compartilhe as coisas que você gosta com os outros, coisas positivas, e eles vão perceber beleza em você, mas mesmo que não percebam, você já terá certeza dela.
Te desejo muito sucesso e felicidade na vida
Bjus da tia Vivi
Não relacionado com o post: Estou me sentindo seduzida pela misandria... Homens são até legaizinhos DE LONGE, porquê parece que quanto mais próximos, mais escrotinhos se dão ao direito de ficar... pqp. Que desgosto, que decepção.
ResponderExcluirKittsu, eu me sinto assim também. Quanto mais eu leio o que homens pensam VERDADEIRAMENTE, mais sinto asco. Não existe um que se salve. Antes pensava que era um problema da minha família. Eu costumava pensar como as mulheres da família eram azaradas nos seus relacionamentos. Depois pensei que era um problema da minha escola. Depois, da faculdade. Depois fui me decepcionando com autores, pensadores, artistas que admirava ao conhecer o que pensavam e escreviam sobre as mulheres. Aí comecei a participar de grupos políticos e vi o quanto o homem de esquerda é hipócrita. Finalmente os próprios homens me convenceram que os homens são ou abertamente misóginos ou hipocritamente misóginos. Não há um que se salve, infelizmente.
ResponderExcluirLeia scum manifest de Valerie Solanas e entenderá pq eles são nojentos assim
ExcluirPessoas preconceituosas farão de tudo para atacar. Se a pessoa não tem respeito pelas outras a chamando de feia mostra como a pessoa é vazia e de de índole ruim. Pessoas ruins assim não merecem companhia. Não dá para se abater, tem que responder e argumentar. Essas pessoas preconceituosas não tem argumentos por isso só sabem ofender.
ResponderExcluirP., já saí da adolescência há um tempo, e te garanto que tudo melhora depois. Hoje eu vejo minhas fotos de quando era mais nova e fico me perguntando o porquê de não ter me sentindo melhor comigo mesma. Eu era bem mais bonita do que eu enxergava. Hoje me acho maravilhosa, mas não sei se foi porque "melhorei" mesmo, ou se minha autoestima faz com que eu os outros me vejam assim, mais bonita do que antes.
ResponderExcluirVocê já viu as blogueiras/youtubers/instagramers (essa última palavra existe?) que são negras e super assumem o tipo físico e são cheias de autoestima? Sugiro a Magá Moura (magavilhas) , Maraisa Fidelis (blzinterior) e tantas outras que vc pode ir descobrindo. Isso vai te ajudar a enxergar a beleza que você já tem.
E quanto aos homens, eu te juro que o que eles gostam, como qualquer pessoal, é de autoestima. A pessoa que se ama atrai muito amor para a vida delas. É tudo uma questão de energia. Com o passar da vida vc vai aprender isso, garanto!
Um beijo e boa sorte!
Me perdoem a ignorância, mas lendo a caixa de comentários, percebi algo que há um bom tempo me intriga: há diversos relatos de baixa auto estima entre mulheres adolescentes. Isso é realmente comum? Meu ginasial e médio foi lá para os anos 2000, e o que mais se via eram meninas de ego inflado que pareciam ter nem o rei, mas o próprio Cristo na barriga. No ginasial as garotas só pensavam em competir pelos pseudo meliantes, no médio para andar de mãos dadas com uma menina precisava-se no mínimo ter moto. Em ambos os casos eram escolas públicas, sendo o ensino médio numa escola técnica estadual.
ResponderExcluirVocê não deve se achar feia apenas pelo que descreveu. Não se prenda às normais racistas de beleza. E o que as pessoas pensam ou dizem não definem quem você é. Acha que essas pessoas também não tem suas próprias inseguranças?
ResponderExcluirDê uma olhadinha nessa lista:
http://www.buzzfeed.com/tolanishoneye/17-razoes-pelas-quais-usar-o-cabelo-natural-nao-fi#.vg5K25m1D
E, sendo honesta, eu sempre achei cabelo cacheado e armado bem mais bonito que cabelo liso comportadinho.
Falando sobre insegurança, tem algumas músicas que eu gostaria de recomendar:
https://www.youtube.com/watch?v=wz1X-3vMpB8
https://www.youtube.com/watch?v=6d-hw65NNIM
https://www.youtube.com/watch?v=53sRxsBSUTA
20:14, as pessoas se atraem pelo o que elas consideram belo. Olhe o exemplo do 17:50, denota uma pessoa que não é espetacular, deve ser até mediana, mas almeja claramente uma Mena Suvari da vida. Provavelmente, foi preterido por uma que preferiu o "alfa" e hoje nutre ódio via Internet, mas ainda esperando pela princesa loira que nunca virá.
ResponderExcluirNa adolescência e até na fase adulta, pessoas que não amadureceram ainda procuram pares unica e exclusivamente pela aparência e pelo dinheiro. Pessoas normais procuram por outras pessoas normais, procuram por caráter, interesses em comum (tem gente que procura até pelo lattes). Então se você está atrás de uma garota de ego inflado, atraente (pq tem centenas de bestas correndo atrás dela), mas mesquinha e interesseira, não se queixe se ela tiver esse tipo de caráter.
Eu acredito que existe gente feia e gente bonita, ninguém escolhe como nasce. Mas pelo menos para os que nascem feio ls tem coisas que podem ser feitas para melhorar a beleza, como malhar e cuidar bem do corpo e pele.
ResponderExcluirEu por exemplo prefiro mil vezes uma mulher gostosa e bem cuidada mesmo que feia de rosto, do uma que seja bonita de rosto e com aspecto de largada. Ah e sobre o cabelo acho que o natural em negras e pardas quase sempre fica melhor do que alisado, sei la quando passa chapinha o cabelo fica esquisito, cacheado é bem mais bonito.
Ah, os homens da esquerda... caralho, nem fala. E não pense que com isso quero dizer que os da direita são minimamente melhorzinhos, ou que a ideologia de esquerda por si só seria misógina... Não. Mas antes de "homens da esquerda" ou "homens da direita", são homens. E como bem já foi dito - e isso é muito verdadeiro, se tem uma coisa que une os homens da direita e da esquerda é o machismo.
ResponderExcluirP. sempre fui branca e magra, com nariz afilado e boca de boneca, mas eu também ganhei o título de mais feia da turma. A questão não é a sua aparência, na verdade isso é o que menos importa pra essa turma; o objetivo é machucar e humilhar você pra que você. E como sabem que nós somos adestradas desde pequenas pra valorizar a aparência acima de tudo, dar mais valor ao que as outras pessoas pensam do que ao que nós mesmas pensamos, a querer aceitação dos outros desesperadamente eles vão exatamente aí. Eu sofri bullying porque era quietinha, preferia ler um livro a fazer algazarra, queria fazer os exercícios e trabalhos enquanto eles queriam bater papo, e porque não era "feminina" o suficiente praqueles babacas: não usava brincos, maquiagem nem perfume, não me interessava por fofocas, bijuterias e papel de carta (as coisas "de menina" da minha época escolar), não queria namorar aqueles babacas e nem pensava em mudar meu jeito de ser pra agradá-los. Enfim, eu sofri bullying simplesmente porque eu não era como eles queriam que eu fosse. Dá pra acreditar nisso?
ResponderExcluirEu aconselho que você comece a aprender a se amar. A valorizar sua opinião e o que você pensa mais do que valoriza os pensamentos e as opiniões dos outros. Leia vários blogs feministas, aprenda como funcionam o machismo e o racismo. E um conselho que eu desejei que tivessem me dado: se alguém falar mal de você, te ofender, te xingar ou vier com essas conversinhas racistas mande logo ir se foder. Acredite, aprovação de gente racista e machista, ou de gente que te humilha só por você ser diferente, é coisa de que ninguém precisa. Ninguém. Falando por experiência própria, nenhum daqueles filhos dum puto que faziam bullying comigo e cuja aprovação eu tanto queria era alguém que valesse a pena. Duvido que algum desses merdinhas que te perseguem seja alguém que vale a pena. Não perca seu tempo com eles. Ame-se e seja feliz. Essa é a melhor opção.
Une mesmo, Kittsu. Quantas vezes presenciei a confraternização feliz entre adversários intransigentes da direita e da esquerda quando o alvo era uma mulher de esquerda? Nossa, muitas vezes. A direita, ao menos, não esconde o machismo. Da esquerda, sempre sobra uma punhalada pelas costas.
ResponderExcluirEu me identifico como esquerda, mas não fecho os olhos para a hipocrisia e a incoerência, especialmente no quesito "questão feminina".
Eu nunca comento aqui, mas dessa vez...não posso conter.
ResponderExcluirEu não sou negra, mas sofri e sofro igual a você...
Eu tenho problemas de ansiedade,bipolaridade, panico e depressão.
Sou introvertida, mal consigo fazer amigos e a ultima vez que fiz amigos ouvia os piores comentários sobre minha aparência.
Eu tenho cabelo cacheado mas eu uso tanto liso como cacheado.
E eu sofri tanto por usar cabelo cacheadinho, hoje eu já nem ligo mais.
Mas tem algo que me incomoda, não consigo engordar, estou muito magra considerando que já tive anorexia. Eu vejo as garotas da minha idade (tenho 16), com corpo todo definido, peitão, bundão e cabelo comprido. E pelo que eu tenho percebido (na minha escola), quem é branco, tem uma renda ($$$) maior é mais conhecido como inteligente, bonito e educado. É triste mas eu vejo isso acontecendo. Mesmo eu sendo branca, já teve gente que olhou pra minha cara e falou que eu tinha cara de pobre, empregada doméstica e de burra.
E por incrível que pareça, sempre tive as maiores notas mas por eu não sei considerada bonita e ser introvertida, eu nunca sou reconhecida como uma aluna boa. É sempre como aluna que esta ali. Mesmo eu tirando 10 em todas as redações, ngm se dirige á mim.
Se a autora do post quiser conversar comigo, pode me chamar no google +
Anônimo se o garoto que foi babaca com a menina era branco ou negro não importa, e se era bonito isso tb não é relevante vide o fato que homens horrorosos, gordos, magrelos, barrigudos, narigudos e fedorentos se acham melhor que qualquer mulher não-perfeita que apareça pela frente.
ResponderExcluirAnônimo das 18:22
ResponderExcluirGente babaca e acéfala como vc é mais revoltada ainda.
P.
ResponderExcluirvocê ja viu que cada vez mais mulheres estão fazendo intervenção para aumentar os lábios?
nunca se teve noticia de alguém que quis diminuir!
você ja viu que a maioria das mulheres é maluca por bronzeamento?
é incrível que as características das mulheres negras e pardas são lindas... se não forem vistas nas mulheres negras e pardas.
é preciso entender que essas características são lindas nas mulheres negras e pardas!
tenha orgulho da sua raça! as pessoas dessa raça são muito guerreiras! sei que não existem raças na biologia, no entanto, ela existe na interação social, não podemos fingir que não existe. e nem queremos!
recomendo muita leitura, leitura boa que você vai curtir e ficar super atenta!
tem a chimamanda ngozi, escritora nigeriana que a Beyonce se referiu durante um show.
tem um livro de um nobel da literatura, le clezio, que chama peixe dourado que conta uma historia linda linda de uma menina sequestrada na infancia num país africano que viaja o mundo em busca de sua origem e identidade.
os condenados da terra, do frantz fanon é um livro seminal que inspirou milhões de pessoas ao redor do mundo.
angela davis é uma ativista negra que tem uma história de luta e uma produção academica de tirar o fôlego!
escute nina simone! musica e ativista, poderosa!
tem também a mc soffia: https://www.youtube.com/watch?v=cbOG2HS1WKo
ela é uma criança que um dia chegou em casa reclamando com a mãe do cabelo e a mãe que é uma ativista tratou de reverter essa auto estima através do rap. ela é uma referencia hoje no brasil todo!
quer saber como dar um up no cabelo?
a rayza nicácio ensina uns penteados super lindos e super fáceis de fazer!
adolescencia é um período muito cruel, a propria gisele bundchen conta que era ridicularizada na escola. mas passa! e você vai passar esse periodo muito melhor se procurar se conscientizar tanto sobre a questão das mulheres, quanto sobre a questão dos negros. se amar é isso, um aprendizado, acho que poucas são as mulheres que nascem se amando já!
boa sorte, cabeça erguida e bola pra frente!
Tenho 15 anos tbm e por esse motivo Nunca comento mas adoro esses tipos de post, enfim! Sempre fui muito extrovertida (era muiiiiito feia e tinha vários aos meus pés) era feia me vestia mal ridícula mesmo, mas muito extrovertida falante conquistava todo mundo, aos 11 anos melhorei ao meu ver, passei a me arrumar soltar o cabelo me vestir melhor... Ate alisei o cabelo, enfim, mudei de escola e fui mto zoada, até a sexta serie, ai mudei de estilo de novo (aparência não mto) mas lembro que na sétima serie (com uns 13 anos) era muito bonita, muito tímida tbm, não era dentro dos padrões mas muito bonita pra mim (na verdade achi isso hoje, na época me achava feia) enfimmm, estou no primeiro ano do ensino médio, aos que me zoavam, caguei, esse ano vivem em cima de mim, porque dou moral de falar oi pelo menos, acho que é isso q eles querem... Eu tenho "nariz de batata" e me zoo muiiiiiiito, e nunca fui zoada por isso, estranho né? O que quero dizer é que as pessoas gostam de QM da moral, seja bonita ou não, por isso você vê esses garotos pagando pau ora essas "louquinhas" que ficam com todo mundo, eles as acham mais extrovertidas e fácil de chegar, enfim!!! Meu sonho era nunca ter alisado o cabelo, pq agora queria não tem mais jeito, ta horrível. Se parar de alisar já viu, quem sabe daqui uns anos? Quando sair dessa prisão (escola)? Queria muito bater papo com você... Minha auto estima hoje é ótima comparada com antes, sou louca por crianças negras... Não pardas mulatas mestiças como eu (sou filha de indígena com negro e branco) e sim negros de verdade, puros... Antigamente só achava bonito os brancos e mestiços como eu, hoje vejo a beleza em todos! Inclusive em mim, beijos, tudo vai melhorar quando você se ver melhor e passar a se valorizar, olhe no espelho olhe suas fotos e diga LINDA, sim você é!! E ainda diga "eu acordei assim" (Beyoncé) aos poucos sua auto estima sobe!
ResponderExcluirE pior, sofri racismo da "melhor amiga" q se achava branca por pele clara e cabelo liso enquanto os outros traços todos de negro, gente isso detonou minha auto estima!!! Fo... Mas recupero e deixo ela mais larga e comprida a todos os dias... Me afastei dessa gente, e mais. Passei a acompanhar mulheres negras pardas etc famosas ricas e lindas, tudo q quero ser exceto famosa, e me inspiro todos os dias nelas, isso me deixa cada vez mais forte...
ExcluirTriste, muito triste ver uma menina dessa idade com tanta auto rejeição. Eu também me sentia péssima nessa idade, mesmo não tendo ninguém me zoando. Sobre a pessoa que falou das meninas bonitas que se achavam na escola, uma vez fiz amizade com um punhado delas. E olha, somos todas iguais. Era um tal de "meu cabelo só presta assim", "meu nariz é feio", "meu ficante acha a fulana mais bonita"... As que realmente tem uma auto estima boa são raridade, e não está relacionado a beleza. E quem fala mal da outra, o faz pra se sentir melhor.
ResponderExcluirEnfim, queria muito abrir os olhos da autora do post, mas os meus próprios estão fechados. O ser humano não sabe o que é beleza, nossa definição de belo é deturpada, deformada.
E rapaz que prefere uma gostosa feia de rosto a uma bonita largada, vc errou de post. Ninguém quer saber como vc avalia suas parceiras, se toca.
Dan
Esses relatos são de partir o coração. Tão menina e já ensinaram a ela se auto-odiar. É triste.. Triste ver que muitas outras mulheres se identificaram nos comentários, eu também me identifiquei. Não sou negra como a menina do post, então não posso imaginar a dor que é ser vítima de racismo. Mas eu sou lésbica e bullying fazia parte do meu cotidiano desde muito novinha.
ResponderExcluirForam humilhações horrorosas na infância, garotos queriam entrar comigo no banheiro para verificar se eu era, de fato, menina. Outro acontecimento deprimente foi a mãe de uma das minhas colegas de sala falar para as crianças não brincarem comigo, porque eu poderia influenciá-las a virar "sapatão". Eu sobrevivi a essas primeiras fases da escola. Mas as cobranças sobre a aparência permaneceram.
Eu sou depressiva, antes de começar o tratamento, eu era muito magra, óbvio que todos comentavam a minha magreza. Depois de começar o tratamento, engordei e todos comentam minha gordura.
Parece que todos estão esperando uma oportunidade para criticar, seja lá o que for.. Só pra fazer as mulheres se odiarem mais um pouquinho.
O trabalho de refazer a autoestima é árduo, mas o feminismo ajuda.
Ainda bem que você encontrou esse blog, ele e vários outros textos feministas me ajudaram a me odiar menos, a me aceitar mais.. Espero que te ajude também, menina P., e que você se ame, se ame muito, apesar de todo ódio que te ensinaram a sentir.
Sinta-se abraçada, porque foi a vontade que senti ao ler seu relato. :*
negra sim -Ryane Leão
ResponderExcluirme disseram
desde o início
te manca
você não é negra
é morena ou branca
escurinha
bonitinha
exótica
diferente
você é gente
como a gente
mas eu não era considerada
gente pra essa gente
era a única sempre sozinha
escrevendo num canto
histórias só minhas
engolindo relacionamentos abusivos
com garotas brancas
escutando
que queriam um filho sem meus traços
que trepavam com os caras
e me deixavam pra depois
eu não sabia
se eu valia
alguma coisa
qualquer coisa
fiz progressiva
não progredi
sonhava com plástica na boca, no nariz
foi por um triz
me armei
enquanto eles discutiam
querendo negar minha raiz
querendo debater se eu era
santa ou puta
eu fui pra luta
encontrei mulheres negras
que me abraçaram
e pela primeira vez
senti acolhimento
desconhecia esse sentimento
de pertencer
e minhas irmãs pretas
pra mim se tornaram
estrada e viés
finalmente tive ao meu lado
pessoas fiéis
e por elas
resisto
persisto
insisto
ninguém me avisou
que a autodescoberta
era um caminho sem volta
um caminho só de ida:
saber que sou negra
salvou minha vida.
Com quinze anos eu estava na mesma situação dessa menina. Sempre fui a mais feia/preta/pobre do colégio. A única coisa que me mantinha um pouco feliz era minha arrogância de ser ligeiramente mais inteligente que a média. Mas a cada apelido, brincadeirinha, caricatura desenhada no quadro, risada e olhar de desdém era a morte pra mim. Eu fiquei bem deprimida por conta disso e só me libertei quando entrei na faculdade, um local que eu podia ser eu mesma e invisível (sim, eu estava feliz de não ser notada em toda minha feiura, uhul!).
ResponderExcluirA aparência só melhorou mesmo há pouco tempo, mas aí comecei a engordar e fiquei com paranoia. Agora que eu estava aceitável, não poderia ganhar peso, tinha alcançado o auge, precisava manter. Vi minhas amigas pensando em botox aos 30 anos de idade aí me veio o estalo: não! Chega de viver querendo me mudar pra ser feliz! Eu vou ser feliz, minha aparência seja como for!!
Estou me libertando, e levando todas que eu puder comigo! Incluindo essa garotinha que ainda tem tanto a viver e conhecer, mas sofre por conta de um monte de merdas que são impostas a ela.
Força, garota, tenho certeza que você é linda, acredite ou não. Se precisar conversar, pode chamar!
Nessa idade realmente é complicado, porque além das pessoas parecerem gostar de ser crueis, de humilhar os outros, temos um necessidade urgente de nos encaixarmos no padrão de tudo. Mas não se iluda...Sempre há motivo para bullying...Sempre fui magra, tenho cabelo bem liso, branca, e considerada bonita pela maioria das pessoas...Já até ganhei concurso de beleza! Mas tenho nariz grande e por isso a galerinha da sala falava do q???? Do nariz claro! Fui vítima de bullying por anos por isso!!!Pra piorar era a "CDF", a nerd e isso gerava muita zoação. Fiquei deprimida por um bom tempo por isso e até hoje guardo mágoas daquela época, onde ir pra escola era um tormento. Hoje em dia sou muita mais bem-sucedida do que as pessoas que me zoavam na época! Então, não se preocupe porque a vida se encarrega de dar o troco e vc ainda se perguntará porque sofreu com opiniões de pessoas totalmente insignificantes!
ResponderExcluirBem. Quem me chamou de feia uma vez foi uma pessoa com muito poder sobre mim. Fiquei calada. Outra pessoa, igualmente poderosa, me comparou ao ET O Extraterrestre e eu não pude nem mandá-lo "se f..." senão eu ia apanhar. Aí, é F...Ser xingada por coleguinha de feia foi fichinha , eu podia mandá-los se f.... na boa
ResponderExcluirÓtimo post.
ResponderExcluirA mídia destrói o bom senso das pessoas, faz com que estejamos sempre incomodados com algo para que uns canalhas possam vender mais e mais produtos idiotas.
As crianças pobres, por virem de famílias com menos escolaridade, não aprendem a se defender da tv maldita.
Um recado para a autora: fique firme; estude bastante; lute, pois nenhum babaca pode te machucar.
Força.
Macho Guerreiro Cavalheiro
Que relato tocante.
ResponderExcluirvou te contar um segredo sobre meninos na sua faixa etária: A maioria é tão inseguro, mas tão inseguro que assim que tem a chance de ficar com uma garota, ele a rejeita e busca qualquer motivo para isso.
No futuro, esse que te rejeitou irá se arrepender.
Boa sorte na vida.
Lola, vc é maravilhosa! <3 Que trabalho lindo pras nossas meninas! <3 Me emocionei!
ResponderExcluirInfelizmente a beleza é vista como um troféu, tanto homens como mulheres querem exibir suas conquistas. Uma espécie de exibicionismo bizarro.
ResponderExcluirAté as travestis criam hierarquias baseadas na beleza delas próprias, no tamanho dos peitos e no número de machos sarados e bonitos que elas conseguem pegar na balada.
Nossa sociedade vive baseada na imagem, então toda hora somos bombardeados com essa meleca.
É hora de valorizarmos mais outras qualidades também.
Pergunta para Lola: tem alguma conta corrente para poder enviar ajuda? Não tenho cartão de crédito para usar PayPal.
ResponderExcluirA Socialista Morena tem uma conta para receber ajuda.
Sou branca e tenho olhos claros, mas também nunca me encaixei no padrão. Sempre fui muito pequena, só menstruei aos 16 anos e tudo meu demorou a se desenvolver. Aos 14, 15, as meninas já tinham corpos considerados bonitos, e eu ainda não tinha nem necessidade de usar sutiã - ou seja, aparentava ser uns 5 anos mais nova e isso era motivo de muita humilhação. Nunca tive muita noção de moda, nunca fui exposta a esse mundo porque minha família nunca ligou pra isso e porque só usava roupa da seção infantil (hoje em dia é moda usar coisas de personagem de desenho e super herói, mas naquela época não era). Meu cabelo é liso e fino - qualquer gota de umidade o deixa muito oleoso, e eu sempre escutava piadinhas sobre ter cabelo sujo. Nunca fui "a mais inteligente" nem "a mais burra" da sala, mas certamente estava entre "as mais feias". Uma diferença para a P é que eu nunca percebi o que me tornava "feia", ou indesejável às outras crianças/adolescentes. Eu me achava normal, não conseguia perceber o que os afastava de mim e não sabia o que fazer para ser aceita. Hoje tenho quase 30 anos e me tornei professora. Ainda não sou uma pessoa segura e bem resolvida, ainda sofro por não me encaixar, mas faço do meu trabalho como professora uma luta de conscientização sobre as diferenças, para que outras crianças e adolescentes não passem por isso. Ainda me sinto inferior, principalmente ao olhar o Facebook das pessoas que tanto me machucaram na infância e adolescência (não sei porque faço isso se é algo que me machuca). Estudei em uma escola particular boa, e a maioria dessas pessoas hoje são engenheiros, médicos, pessoas viajadas, muitos enchem a timeline de fotos de projetos e trabalhos voluntários, muitos são militantes hoje em dia. Isso me deixa arrasada, essas pessoas que foram capazes de fazer tanto mal a outras pessoas hoje levam vidas ótimas e felizes, e ainda são reconhecidos pelos outros colegas e ex-professores como profissionais de sucesso, como pessoas que fazem o bem com tantos projetos maravilhosos estampados em fotos com seus corpos lindos e roupas estilosas cercados de criancinhas africanas ou pacientes com câncer. E eu? Minha profissão é considerada medíocre por muita gente, mal ganho o suficiente para me sustentar, imagina para ir pra África fazer projetos. Às vezes me acho uma pessoa amargurada, por pensar que isso tudo é tão injusto!
ResponderExcluirMaria Isabel,
ResponderExcluirEsse pensamento mágico de que quem faz bulling vai se dar mal na vida é ilusório, li alguns aqui, a vida tem muitos caminhos e as pessoas crescem, evoluem, podem mudar,não existe nenhuma "justiça divina" que vai punir agressores adolescentes quando se tornarem adultos,e bem menos garantia que eles serão fracassados na vida, alias quem costuma fracassar é justamente o coitado vítima do assédio, de tanto massacre que sofre.
Rafael, discordo viu. Acreditando ou não na justiça do homem ou na divina, o carma existe e mesmo que demore decadas, a gente colhe o que planta. Quem costuma praticar bullying termina sim a vida pagando de alguma forma.
ExcluirAcreditando ou não, é um fato que tudo que vc faz na vida tem volta. Se vc luta por algo ou desiste de algo, isso vai determinar como sua vida vai ser.
Maria Isabel, não seja amargurada. As pessoas assim apenas atraem energias piores ainda. Ficar perto de quem fica reclamando da própria vida e de como é injustiçado é um saco.
ResponderExcluirMaria Isabel sua profissão não é medíocre, pelo contrário, é provavelmente a mais importante porque sem professores não teríamos nem médicos. No Japão, o professor é a única pessoa pra quem o próprio imperador tem que se curvar. O problema é que no Brasil burrice é cultura e tem muita gente por aqui que vive de explorar a ignorância alheia (políticos e religiosos picaretas na maioria); um professor motivado é um risco pra essa gente, e por isso eles vão tentar esmagar a educação e seus profissionais pra não perder a mamata. Olha, sofrimento vicia, causa dependência, por isso você fica voltando no facebook dessas pessoas. Aconselho que, se puder, procure terapia pra te ajudar a lidar com os traumas. Funcionou muito bem pra mim.
ResponderExcluirOlá P.
ResponderExcluirTenho uma miopia cavalar desde os 4 anos, qdo foi descoberto que eu enxergava mal, eu já estava com 2-3 graus de miopia, na época da escola zombavam de mim por conta dos óculos, lógico que me afetou, tento que quanto entrei na adolescência comecei a usar lentes de contato (nessa época estava com uns 12 graus), isso me ajudou bastante. Mas não pararam de tirar sarro de minha aparência, já que minhas pálpebras são caídas e isso ficava mais evidente sem os óculos, muito bem, passaram a me chamar de drogada, ou maconhada ou chapada, mesmo eu sendo "careta", o fato é que o que me ajudou mesmo foi minha auto estima, o fato de eu estar bem comigo mesma, e desenvolvi um humor um tanto qto ácido, um jeito de me defender (acho). Meu conselho é, ache um ponto que vc se ame. Se seus óculos te incomodam use lentes, se suas roupas te incomodam mude seu look, se concentre nas suas qualidades, desenvolva-as. Não se envergonhe por ser negra, ou ter o cabelo volumoso. Troque somente seus acessórios, nunca sua essência.
Essa sua fase da vida é a mais difícil, mas seja firme com você mesma. Força P.
Eu sempre passei por essas coisas na escola, e eu sou branca de olhos verdes.
ResponderExcluirQuando tinha tb por volta de 12 anos eu gostava muito de um menino na escola, e eu escutei um vc é muito feia pra mim. Acabou comigo? durante alguns dias, depois não liguei mais.
Meu apelido na escola era bagaço. Hoje, quem me chamava assim tá pior que bagaço.
Temos os nossos dias de luta, nossos dias de glorias, nossos dias bons, otimos, pessimos...Só não desanime por conta disso. É muito dificil, mas vc com certeza vai dar a volta por cima.
E tenha orgulho de vc sempre.
Moça, seu relato partiu meu coração.
ResponderExcluirSe quiser uma amiga, que seja para conversar um pouco e passar o tempo, me manda um e-mail:
kadiorio22@gmail.com .
Beijos
Viviane, que comentou me citando: não, não vou te amaldiçoar nem à quinta geração rsrsr, tirando mascus, não odeio ninguém dos comentários, mesmo os discordantes. Sim, eu concordo que crianças etc estão em formação, mas eu citava ADOLESCENTES no meu comentário, adolescente não é mais inocente, sabe muito bem o que faz e sabe ser cruel.
ResponderExcluirAlguém que falou aí que é provável que a vítima de bullying leva sequelas, é verdade, enquanto os bullies ficam no bem bom, ok, concordo, mas existe o toma lá dá cá. Eu sofro sequelas, fiz anos de terapia, até hoje tenho crises de ansiedade, mas mal ou bem fiz faculdade, trabalho num bom local, ajudo financeiramente minha família. Os idiotas do passado são pessoas que não evoluíram, nem fizeram faculdade (acham perda de tempo), as gurias caçaram marido rico pra viver na mamata, tão se esborrachando, os guris são uns fracassados em vários sentidos, e confesso que bem feito, sabe?
os idiotas ficam postando fotinho com criança africana? Hipócrita! Se fosse eu já abria a boca e falava os podres rsrsr. Esse pessoal do nosso passado amava ser burro (!!) e fazia questão de ir mal nas provas, quem ia bem era tachado, hoje em dia estão na dificuldade (alguns) pq cultivaram a burrice tanto que nem sabem mais como pensar.
Eu admiro quem sofreu bullying no colégio e hoje é professor. Admiro, pq tenho crise até de falta de ar se passo perto de uma escola, lugar do DEMO.
(Viviane)
ExcluirB., fico feliz que você tenha levado em conta meu comentário, embora eu ainda ache que, para esse ponto, adolescentes não diferem muito de crianças - e a responsabilidade dos adultos é a mesma.
Quanto a admirar quem trabalha em escola, vou contar a você e a todxs: eu também sou uma ex-vítima de bullying que trabalha em escola! E sim, tem momentos em que meu sofrimento é grande, mas com o que os professores (os adultos da história) fazem com os alunos. Costumo dizer que, quando eu estudava, achava que havia professores sem caráter... hoje eu tenho certeza!
Enfim, a gente sempre dá um jeito de lidar... ainda que à custa de sofrimento.
Li um ou mais comentarios que falava que as pessoas que praticaram bullying nao foram bem sucedidas na vida, posteriormente.
ResponderExcluirNao vi isso na minha pratica nao. Sofri bullying, e acho que exceto por uma pessoa, todas as outras foram muito, mas muito bem sucedidas.
A vida vai dar o troco, é no que acredito. Eu quero que essas pessoas se FODAM, mesmo.
ResponderExcluirPois eu sou o padrão que ela diz que consideram o da beleza: branca, loira e olhos azuis. Isso não me impediu de ser zoada, chamada de feia, branquela, entre outros maravilhosos adjetivos por outras garotas brancas. Minha melhor amiga na escola era negra. Eramos xingadas constantemente. Hoje, ela é lindissima (e não, não fez plástica, nao alisou o cabelo), é super estudada e dá de mil a zero nas babacas que foram nossas colegas. Ela sofreu muito mais que eu na época, até que a Naomi Campbell começou a estourar nas passarelas. Foi quando ela percebeu que negras também são lindas.
ResponderExcluirAlguém inventou um padrão de ´isso é bonito´, mas é tudo besteira. primeiro passo é se amar e estar feliz com suas escolhas. Tem negras que gostam de alisar o cabelo, tudo bem. Outras amam seus cachos (eu queria aliás, ter nascido com cabelo cacheado, acho maravilhoso). Procure seus pontos fortes e invista neles.
E no mais, quanto mais você demonstrar que se importa com o que falam de você, pior fica.
ah, sobre o menino que te chamou de feia... vários imbecis nessa idade costumam fazer isso. É da idade do ser, meninos tendem a encarar meninas como rivais (ai que nojo, sua chata, besta, jamais te beijaria) até uma certa idade. O irmão de uma amiga, que é 15 anos mais novo que a gente, quando pré-adolescente, beijou uma vez uma menina e depois lavou a boca com sabão de coco dizendo que tava com nojo.
Rafael, discordo viu. Acreditando ou não na justiça do homem ou na divina, o carma existe e mesmo que demore decadas, a gente colhe o que planta. Quem costuma praticar bullying termina sim a vida pagando de alguma forma.
ResponderExcluirAcreditando ou não, é um fato que tudo que vc faz na vida tem volta. Se vc luta por algo ou desiste de algo, isso vai determinar como sua vida vai ser.
31 de março de 2016 14:23
Isso é uma crença religiosa. Mas os indicativos da vida vão no sentido inverso.Vejo gente boa pagando e gente que cometeu atos horríveis se dando bem. Essa sua crença é reconfortante, mas é só uma crença.
No bulling é a mesma coisa, alguns foram bem sucedidos, outros não, teve uma moça ai que disse que quem fez com ela está mal, realidade dela, mas o fato é que é a vítima que tem sua alto estima detonada, as sequelas ficam, e o risco de ser ela a fracassada é bem maior.Lembrando que sucesso e realização não se resumem a um diploma universitário.
Boa noite!
ResponderExcluirMuito obrigado pelo texto Lola!!!! Vim indicado pela Prof. Rita De Cassia da Uninove e seu texto serviu de inspirações para alguns projetos que estavam estacionados a alguns tempos em meus pensamentos fossem colocados no papel e já iniciados na escola onde leciono. Em breve entro em contato para conta-los em detalhes!!!!
Bem, eu sou considerada "linda" por esses padrões aí e nem por isso deixei de ter problemas de autoestima por acreditar nas bobagens que os outros me falavam. E por outros entenda-se pessoas em geral como amigos, familiares, revistas, livros, filmes... Porque o grande problema não é ter nascido com um nariz pequeno e certinho ou ter um nariz de batata e sim ter nascido do sexo feminino. No momento em que uma menina nasce, o mundo se acha no direito de dar pitaco sobre o corpo, a roupa, o comportamento e tudo mais que possa existir. E chamam isso de "universo feminino", uma ficção tão grande quanto a tal da feminilidade, tudo criação de homens para controlar mulheres.
ResponderExcluirEntão se eu sou "linda", não posso namorar um qualquer, tem que ser um homem tão bonito quanto (detalhe: sou lésbica). Uma mulher bonita não serve pra fazer Engenharia, garotas bonitas não precisam se preocupar com essas coisas difíceis como cálculo e física, é só arrumar um marido rico e pronto, tudo resolvido na vida. Essa nota aí que você tirou? Claro que você deu pro professor. Esse peito é seu mesmo? Esses olhos são seus mesmo ou é lente? Você é loira lá embaixo também? Nossa, mas magrinha desse jeito você vai comer isso aí? Vai engordar heim. Não saia no sol, vai estragar essa sua linda pele! Vai sozinha pra casa? Tem certeza, você é tão bonita, pode te acontecer alguma coisa. E essa roupa? Cobre mais esse peito, tá chamando muito a atenção, coloca uma blusinha em cima. E esse bumbum? Amarra uma camiseta aí pra tapar. É seu Fulano, se eu tivesse uma filha como a sua teria muitas armas em casa para espantar os pilantras, he he he. Não cai bem pra uma mulher bonita como você ser tão assertiva no trabalho, ninguém vai te respeitar. Conquistou promoção? Tá de caso com o chefe. E como uma mulher linda como você não gosta de homem? Isso é falta de rola pra aprender, deixa eu te ensinar aqui sua linda.
E se eu não fosse "tão linda" (ironia), ouviria outras bostas só por ser mulher. Porque a estratégia é sempre deixar a gente infeliz consigo, se sentindo menos, pedindo perdão por ter nascido. Mulher não pode se destacar, nem pela beleza, nem pela "feiura" (lembrando que tais padrões mudaram e mudam um bocado nas muitas sociedades do mundo).
Levei anos e anos e mais anos para aprender a gostar de mim, como toda boa mulher que desperta aliás. Tive que ficar adulta, ler, estudar e fazer terapia pra sumir com o lixo que me enfiaram esses anos todos. Espero que você tenha mais sorte que eu e comece a acordar antes que o mundo te pegue de vez. E sim, o feminismo vai te ajudar um bocado.
Querida P.,
ResponderExcluirSempre me achei pavorosa mas já vi muita moça bonita, que eu julgava super respeitada (justamente por ser bonita) ser tratada de um modo tão horrível quanto eu. Foi um choque, e aí eu entendi que o problema não era exatamente a minha "feiúra", mas as outras pessoas, que são ensinadas a farejar por algo ruim pra dizer. Se são fora dos padrões, são feias ou ridículas. Se são bonitas, são fúteis ou putas. Como disse a Lola, rebele-se e entenda que você não nasceu pra satisfazer gente babaca com a sua aparência.
P.,
ResponderExcluirHoje tenho 26 anos. Na minha época da escola, passei por muita coisa parecida com o que você tem passado. Na sua idade, eu também era magrinha, e todos me colocavam vários apelidos. Eu sempre estudei em escola pública, mas mesmo lá eu era uma das garotas mais pobres, que além de ser considerada feia de acordo com os padrões, ainda era a que repetia a mesma farda por três anos, e não usava roupas nem calçados novos como as outras meninas.
Eu tinha uma melhor amiga que na aparência era tudo que eu não era. Um dia, quando eu tinha mais ou menos a sua idade, ela e uns "amigos" na escola resolveram fazer uma brincadeira, e montar uma mulher bonita, citando as partes do meu corpo e as do dela. Eles escolheram: cabelo, dela, pernas, dela, olhos, dela, enfim...todas as partes acabaram sendo escolhidas do corpo dela, e ela ria e apreciava tudo. Hoje, essa lembrança não me incomodam de forma alguma, mas é claro que me magoou naquela época. Não tenho saudades da minha época de escola. Eu era tímida e tinha baixa autoestima, mas hoje vejo que nada disso justifica o que fazem conosco.
É estranho como a gente pensa que se pudesse voltar no tempo daria vários conselhos para o nosso eu antigo, do tipo: ignora esses meninos e essas meninas, nada disso vai te acrescentar nada. E não acrescenta mesmo. Mas marca, e se você continuar internalizando o que recebe, vai continuar se inferiorizando e vai levar isso pra sua vida inteira. Isso tudo vai influenciar a forma como você se vê, e consequentemente como você se relaciona com outras pessoas, em todos os tipos de relacionamento.
Então, se eu puder te ajudar um pouquinho, eu diria pra você tentar conhecer outras coisas, outras pessoas, outros modos de ver o mundo. Não fique presa a uma única história, a uma única versão de cada coisa. Tente conhecer pessoas que não se guiam a esses padrões. Não passe muito tempo naquilo que não lhe faz bem (não lembro de quem é a frase). Tente ler livros sobre outras histórias, livros cujos protagonistas você pode se identificar. Eu tenho lido bastante a autora Chimamanda Nigozi Adichie, ela é Nigeriana e bastante famosa inclusive na defesa do Feminismo, acho os livros dela lindos. Já li Americanah e Hibisco Roxo (tem na internet em pdf). Acredito que você pode gostar.
Espero que você consiga melhorar um pouquinho a cada dia... eu sei que não é fácil, mas espero que você aos poucos consiga transformar a forma como se vê e a forma como vê as outras pessoas. Vão ter dias ruins, em que você vai se sentir totalmente diferente do resto do mundo, mas terão dias em que você vai se sentir feliz por não ser igual a todo mundo. Espero que esses últimos se tornem cada vez mais comuns... Boa sorte :)
Off Topic: Recomendo seriamente a todos lerem o tal SCUM manifesto... é o maior texto de humor que já li!
ResponderExcluirBLH
O preconceito existe a muitos anos e o patrão de beleza visto pela sociedade estimula as crianças a serem o que não é, para ser aceita na sociedade... importante a base da família e da sociedade passarem seus valores e ser valorizada sua raça, crença ... e ter a valorização...que essas experiências possamos ver com outros olhos... e não permitirem os mesmo erros...a sociedade esta tentando corrigir ...os erros ..valorizando a beleza negra, aceitação de ser mais gordinho(a) valorizar seus padrões de beleza, dizer que houve uma grande mudança ! não.. mas já é um começo..
ResponderExcluirO preconceito estar inserido em todos os círculos de interação humana, sendo assim um artificio usado o convívio e nos momentos em que nos defrontamos com o não familiar, o desconhecido ou o diferente. Ele nos ajuda a situar em determinadas situações sem que o estranho, ao apresentar uma nova ou outra característica familiar ou associável a experiência passada ou herdada por nosso convívio primário, passa a ser considerado compreensível dentro do nosso entendimento individual . O combate a esse tipo de preconceito deve servir como parâmetros de compreensão do mundo, e das diferenças tendo sempre como objetivo afirmação da igualdade de direitos e deveres que todos temos uns com outros.
ResponderExcluirÉ impossível um ambiente de paz e união na sala de aula quando existe o preconceito, pois este ocasiona a discriminação, o tratamento desigual e desfavorável a respeito de um indivíduo ou de um grupo.
ResponderExcluirUma criança se sente discriminada pela cor da pele, pelo cabelo, pelas roupas que usa ou pelo brinquedo que gosta, simplesmente porque alguém riu ou fez brincadeiras maldosas a respeito de seus gostos pessoais.
Por este motivo, o preconceito deve ser trabalhado desde os primeiros anos da criança.
É importante que a família e a sociedade ensinem seus valores, valorizando sua raça, crença e que possam ver com outros olhos e não permitam os mesmo erros.
A sociedade esta tentando corrigir os erros, valorizando a beleza negra, aceitação de ser mais gordinho (a) valorizar seus padrões de beleza. Dizer que houve uma grande mudança não podemos dizer, mas já é um bom começo para que essas crianças se sintam lindas.
Querida P,
ResponderExcluirSenti isso tudo na pele durante a minha infância e adolescência. Já escutei muitos "você é feia!"
Uma vez, estava em um parque de diversões e um menino que eu nunca vi na minha vida virou pra mim e falou: "Nossa, você é muito feia"
Eu chorava durante muitas noites e pedia a Deus pra ele me levar com ele, sofria demais e cheguei a fazer terapia na infância.
Agora estou prestes a completar 27 anos e quer saber de uma coisa? Eu imagino a criança que fui e me acho LINDA. Tudo que eu queria era falar para o meu eu daquela época o quão linda eu era (sou).
As pessoas que estudam com vc são cruéis, crianças são cruéis, adultos são cruéis. Eles enxergam uma pessoa tímida, introvertida e fragilizada e vão querer te derrubar mais ainda.
Já tive que lidar com MUITA gente FDP na minha vida e digo: NÃO DEIXEM ESSAS PESSOAS DIZEREM QUEM VOCÊ É.
Boa noite!!! bom essa postagem me fez pensar por algum tempo!!!!! essa pessoa "P" define a adolescência de muitas pessoas acredito eu. O ser feia é muito relativo, é muito difícil quando se quer viver os padrões da sociedade e não de pode, principalmente por questões financeiras (que foi o meu caso). Vivi isso e de certa forma ainda vivo mesmo estando com 30 anos, a diferença é que hoje não me importo mais. Chorava porque não tinha aquela roupa da moda, aquele cabelo lindo etc etc etc. Hoje me casei com uma pessoa que gostou de mim pela minha essência e não pela aparência, me formei e hoje tenho um trabalho razoável. Aprendi a gostar de mim....foi fácil? nunca.....e nunca será, mais vamos contornando e vivendo. Depois de algum tempo a opinião das pessoas não importa mais. Não me acho "linda", mais gosto do que vejo, e gosto principalmente da minha essência que aprendia a enxergar.
ResponderExcluirUm abraço para "P" pela coragem!!! seja forte viu?
E um apreço pela responsável pelo blog. Adorei a iniciativa, o blog está ótimo!!!!!
Tambem acontece isso comigo. As vezes eu penso minha colegas sao lindas. Porque eu nao sou eu ke sinto excluida nao tenho muito amigas. Minha familia as vezes me chama de feia. Tirando a parte de negra...😥😢
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