Hoje é Dia da Consciência Negra, uma data que marca a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, uma data de luta importante de ser lembrada, ainda mais nesta linda semana que marcou a primeira Marcha das Mulheres Negras.
Minha humilde contribuição para hoje é recomendar um vídeo maravilhoso, com legendas em português, que muitxs de vocês já devem conhecer: a palestra "O perigo da história única", da feminista nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.
A grande Chimamanda, provavelmente a escritora africana mais celebrada atualmente, e uma feminista inclusiva, interseccional, que defende que todas e todos sejamos feministas, conta que, quando começou a escrever, com 7 anos, era influenciada pelos livros ingleses e americanos que lia. Todos os personagens que ela criava quando criança eram brancos de olhos azuis, brincavam na neve, comiam maçãs: “Eu não sabia que pessoas como eu podiam existir na literatura”.
Os livros africanos a salvaram de ter uma única história da literatura. Chimamanda diz que, quando tinha 8 anos, sua família de classe média recebeu um novo servente, um menino (houseboy, uma figura que tem papel de destaque em Meio Sol Amarelo, belo romance de Chimamanda de 2006), e a mãe de Chimamanda estava sempre dizendo como a família do menino não tinha nada.
Quando Chimamanda visitou a aldeia do menino, viu que eles faziam lindas cestas de vime. Ela não imaginava que pessoas tão pobres podiam criar algo, qualquer coisa. Ela não podia vê-los como mais nada, só pobres: “Sua pobreza era a história única que eu tinha deles”.
Quando ela foi estudar nos EUA, aos 19 anos, sua colega de quarto, americana, conhecia apenas uma história única sobre a África. Chimamanda passou a se identificar como africana ao estar fora da África, apesar d'ela saber tão pouco da Namíbia, por exemplo, e ainda se incomodar quando se referem à África como um país.
Ela diz que, se não soubesse nada sobre a África, também a veria como um continente lindo com lindos animais selvagens e pessoas lutando guerras e morrendo de Aids enquanto aguardam ser salvas por um homem branco bondoso. Quando ela escreveu um romance, um professor americano disse que suas personagens não eram “autenticamente africanas”, porque eram parecidas demais com ele (dirigiam carros, não eram famintas).
Ela conta que também teve uma visão preconceituosa ao ir pro México. Acreditava na versão do “imigrante abjeto” que a mídia americana narrava, e se surpreendeu ao ver pessoas felizes indo trabalhar. “Mostre um povo como uma coisa única, e só como essa coisa única, e repita, e será o que eles se tornarão”. Como, quem, e quantas vezes as histórias são contadas depende do poder. “Poder é a habilidade de não só contar a história de uma outra pessoa, mas de fazê-la a história definitiva daquela pessoa”.
Chimamanda sugere começar a história dos nativos americanos com suas flechas, e não com a chegada dos ingleses.
E, talvez um dos meus trechos favoritos neste curto vídeo: Chimamanda diz que um estudante americano em uma de suas palestras falou que leu um romance seu e que era uma pena que os homens nigerianos agrediam as esposas.
Ela respondeu que leu Psicopata Americano e que era uma pena que jovens americanos fossem serial killers. Ha ha, excelente resposta!
Chimamanda conclui: “A história única cria estereótipos, e o problema com estereótipos não é que eles sejam mentira, mas que eles são incompletos. Eles fazem uma história tornar-se a única história".
Países que caberiam dentro do gigantesco continente africano |
Apesar do Brasil ser o país não africano mais negro do mundo, creio que ainda incorremos no erro da "única história" quando pensamos na África. É preciso mudar isso. E o Dia da Consciência Negra é um bom momento pra começarmos.
O dia da Consciência Negra na minha escola foi bem interessante, mas óbvio, infelizmente falaram muitos clichés, mas houveram pérolas para se colher:
ResponderExcluirUma mulher adulta, alguma autoridade do culto Nagô, usando turbante e vestimentas nos explicou um pouco sobre o preconceito que sofria e para esclarecer que a as religiões de matrizes africanas não se resumem a umbanda e o candomblé.
Inclusive citou alguns eventos da cidade que ensinavam a usar turbantes, onde ficavam alguém terreiros que aceitam visitas e falou sobre sacrifício animal.
Um aluno negro da escola que era adepto do candomblé, veio com vestimentas cerimônias e apresentou uam dança. E uma mulher negra que pintou o cabelo afro de roxo e era recusada em empregos por isso. (E por ser gorda)
Achei isso ótimo, evita colocar alguém branco na frente para acabar soltando impropérios.
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Sério, essa de homens homens nigerianos me soou tão "not all men", a maioria dos casais heteros do mundo não são feministas, de uma forma ou outra são abusivos, então, por que negar que a grande maioria dos homens islâmicos/brasileiros/sul-africanos SÃO machistas pra carai, por exemplo?
Nós, feministas brasileiras, admitimos que o homem médio brasileiro é muito machista. Admitimos que vivemos num país com um número enorme de Feminicidios e violência doméstica.Comparar homens que comentem violência doméstica com o número de sociopatas não faz nenhum sentido.
É seguir a velha receita de que 99% dos homens são de bem e os outros 1% é que estão cometendo todos os estupros do mundo e se envolvendo com prostitutas, batendo nas esposas e tá tá tá. ¬_¬
De modo geral, sinto que conhecemos muito da história europeia e pouco da nossa própria história.
ResponderExcluirQuando eu era menor, sentia muita curiosidade em saber como era a América pré-europeus. Quantos de nós sabemos da história do Brasil antes dos portugueses? Parece que o Brasil não existia, aí em 1500, poof! Pronto, agora o Brasil existe.
Mesma coisa com a história da África. O que mais aprendemos na escola é sobre o Egito antigo com livros ilustrando egípcios como sujeitos brancos de olhos claros.
Ainda temos um problema enorme de identificação. Ok, estudar história da África. Mas dentro da África há vários povos distintos entre si. Para os negros, o processo de colonização e escravidão dos nossos ancestrais é ainda mais nebuloso, não sabemos as origens das nossas raízes negras, de qual povo (ou povos) somos descendentes.
Quem quiser estudar a História da Africa, eu recomendo essa coleção da Unesco:
ResponderExcluirhttp://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese-1/#.Vk9BGlDd9xA
São oito/8 volumes em pdf para baixar ou ler online, cada um com quase mil/1.000 paginas, é a coleção mais atualizada. Além desses tem muitos outros, basta procurar no Google, por exemplo esse site:
http://lelivros.blue/book/baixar-livro-historia-do-mundo-em-6-copos-tom-standage-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/
Esse livro em particular, no capitulo sobre os destilados fala bastante sobre a escravidão dos negros e suas motivações.
Esse site tem uma coleção gigante de livros que podem ser baixados ou lidos online sobre os mais variados assuntos:
http://issuu.com/lucianaferreira4/docs/livro_ra__a
São todos muito bons!
A ONU foi criada pelos americanos como forma de enquadrar paises que não agem de acordo com os interesses americanos. Estudar a história de acordo com visão americana não é lá uma boa ideia.28 paises africanos tem a pratica de cortar o clitóris das meninas.A ONU vê isto como crime...tá certo.Mas os judeus praticam a circuncisão onde um bebê menino é mutilado e o rabino chupa o sangue colocando a boca no pênis do bebê.. Algo lá perto da pedofilia mas que ninguém fala porque judeus são metade dos bilionários dos est Unidos. H.
ExcluirQuerida Lola, sigo teu blog e quase sempre estou por aqui para me situar melhor no mundo com minhas opiniões, aqui é um bom laboratório...sou negro e sou esclarecido, lendo teu post percebo o quanto eu me identifico, pois na busca de uma identidade precisei rever, reler, reentender a história de nosso país, principalmente com relação aos negros, no colégio aprendi que eram pretos e vieram escravos e foram libertos por uma princesa branca ( não foi totalmente assim), mas é muito mais que isso...como não postei nada, digo tem um negro lá no meu blog, Lupicínio Rodrigues, preto e gaúcho como eu, mas não falo da questão negra, mesmo porque acredito ter escrito já muitos artigos para jornais locais há muito tempo, sempre em 20 de novembro e até 13 de maio, que para nós negros esclarecidos é uma data inventada, como nos livros de história deste país. Adorei conhecer esta escritora, adorei mais este post, lavei minha alma negra, obrigado Lola ...não tenho postado comentários, pois como aqui é frequentado por bastante gente e tem muito conflito de opiniões, prefiro não me indispor, já vivi e estou vivendo um pouco ainda um problema de opinião indesejável e desagradável no meu blog. Eu só quero viver em paz, assim como o mundo precisa de paz.
ResponderExcluirps. Carinho respeito e abraço
Kal da Casa de El,
ResponderExcluirEsse da UNESCO é o que foi escrito por historiadores africanos?
Se for, são muito bons. Foram bibliografia básica de uma disciplina que eu peguei sobre relações internacionais da África.
Mia, o saudoso Ariano Suassuna começava muitas de suas palestras justamente relatando a raiva dele quando dava aulas de História da Arte no Brasil e todos os livros do tema diziam que a arte no Brasil tinha início com a chegada dos portugueses. Aí ele dava vários exemplos pra desmontar essa tese descabida.
ResponderExcluir
ResponderExcluirMila eu tinha essa curiosidade também, achei um livro na biblioteca municipal chamado a enxada e a lança, escrito por um embaixador brasileiro, fiquei fascinado, li o calhamaço todo de uma história muito rica, mas só tinha esse e nenhum outro, até o surgimento da internet foi uma tortura pesquisar o assunto.
Tá rolando um meme no face que não precisamos de consciência negra, precisamos é de consciência humana, as pessoas colocam essa frase de efeito e nem percebem que desqualificam séculos de luta e afirmação dos negros na sociedade brasileira,em outras palavras, desmerecem o que não entendem e por tabela escondem o próprio racismo.
Cherem, esse meme do "consciência humana" já rola há anos por redes sociais, é a velha:
ResponderExcluirVocê fala de feminicidio, o cara fala que muito mais homens morrem e que mulhetes são acomodadas; então você diz que maior parte desses homens assassinados são negros jovens e homens gay, aí ele muda de asunto e fala que somos iguais todOs iguais "branco ou preto, homem ou mulher, hetero ou sapatão" e aí começa a merda.
Quando querem, minorias são "o outro sexo/a outra cor", quando acusamos de racista, nós é que estamos querendo segregar o mundo, como se vivemos num mundo arco íris onde não rola nenhum preconceito. E como se homens brancos tivessem assinado a abolição por que queriam ser bonzinhos.
"Precisamos de consciência humana"
ResponderExcluir---> Que raios de consciência seria essa? A consciência do comodismo, da ignorância, de achar que o mundo já é um lugar encantado em que todos tem as mesmas oportunidades e os mesmos problemas, independente de qualquer fator discriminatório?
Muita perda de fé na humanidade ao ver conhecidos e pessoas consideradas minimamente esclarecidas compartilhando essa aberração em redes sociais a cada 20 de novembro como se tivessem acabado de inventar a roda. Por essas e outras detesto redes sociais atualmente. É ter que aturar overdose de ignorância, não tenho paciência pra isso...
J.M
ResponderExcluirMinha timeline hoje está lotada, hora de melhorar a qualidade das pessoas que convivo.
Rafael Cherem, pois é, quem sabe possa resolver. Às vezes, sugere-se que se deve procurar esclarecer pessoas com esse tipo tacanho de pensamento, mas, poxa, tem todo um gigante Google aí pra isso, basta uma busca bem rápida para se esclarecer os motivos pelos quais o Dia da Consciência Negra é mais do que necessário...
ResponderExcluirVerdade, mas a frase de efeito está ali tão fácil, é melhor ir passando para a frente.
ResponderExcluirNão podemos nos esquecer q (segundo as teorias evolutivas) nós Homo sapiens sapiens viemos da África, somos todos tecnicamente afro-descendentes.
ResponderExcluirViva a Mãe África.
Ah, e história africana se aprende de uma certa maneira sim nas escolas, quando se fala do Antigo Egito, temos q parar com o costume de desassociar o Egito da África
LOLAAA !
ResponderExcluirAdooroooo teu blog ! Acompanho diariamente ! Conheci há pouco tempo por ótimas indicações ....
É MT rico ... Rápido direto .... Não precisa ler páginas e mais páginas de livros feministas para entender e atuar em prol do feminismo !
As vantagens de teu blog :
Manual da prática feminista diaria
Conscientização em extirpar preconceitos e assédios ....
Abraços
Continuando .... Comentário da 17.14
ResponderExcluirGostaria de fazer um relato .... Mando pra ql e-mail ?
Lola, meu comentário foi apagado de novo, sendo que eu só estava falando do Meme do dia da "Consciência Humana".
ResponderExcluirMila
ResponderExcluirSim. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.
Achei esse aqui que trata da escravidão no Brasil especificamente:
http://issuu.com/grupodeestudosfernandodeogum/docs/uma_historia_do_negro_no_brasil_8630e386bb51b4
"O Brasil antes dos brasileiros" Conhece? http://issuu.com/marcioalvesdelima/docs/o_brasil_antes_dos_brasileiros_-_an
Vicky, foi bom vc avisar, já restituí. Mas desta vez não fui eu! Seu comentário foi direto pra caixa de spam, acredita?
ResponderExcluirObrigada pelo carinho, Jair Machado!
A África tem muitas coisas a nos ensinar. Por exemplo, Uganda nos ensinou como combater a AIDS e outras DSTs. Temos a Somália, que depois que derrubou a brutal ditadura de Siad Barre, apresentou um progresso econômico e social significativo.
ResponderExcluirAfricanos também nos ensinam como combater terroristas muçulmanos:
ResponderExcluirCivis matam 200 militantes do Boko Haram em confronto
H, caro... que porra você andou fumando, filho?
ResponderExcluirDa próxima vez não fuja do pessoal de branco com a injeção e a camisa de força ok? Eles só querem te ajudar.
Viram a entrevista que o Mc Catra deu para o canal 8 minutos, do Rafael Bastos, no Youtube?
ResponderExcluirVárias pérolas, mas eu destaco duas:
- Mulher só ama uma pessoa, o homem é que pode amar várias mulheres.
- Se existissem lésbicas de verdade a indústria de vibradores iria a falência.
Sorte que é o Mc Catra, por que se fosse um branco de classe média que falasse essas besteiras...
~ Off-Topic ~
ResponderExcluirOdeio qualquer coisa vinculada a esse homem, o pior é que tem gente de esquerda que não deixa que a gente mostre a porcaria que o cara é, por que no fim ele "mostra a liberdade sexual na favela", pois zé, já li essas no Facebook.
Dizer que a Valesca é feminista é problemático, mas defender o Catra já é ser uma completa contradição.
A última pérola-merda que li dele era onde ele falava que sexo anal (com mulher, óbvio) não se faz, se conquista, ou seja, mulher é fresca, mas ao mesmo tempo não pode ser dar logo com o cara.
O velho "manipule sua peguete para que ela aceite sexo anal".
Vi gente liberal defendendo essa frase dele no post do BuzzFeed, dizendo que ele só estava falando de fletar com mulher, gostaria de ter deslido aquilo.
Certa vez vi uma pergunta: seria a rainha Cleopatra moura como toda a população do norte da África? Descobri que Alexandre o Grande conquistou o Egito, com sua morte o general Ptolomeu assumiu o controle do Egito. Cleopatra, filha de Ptolomeu, não era africana e sim uma legítima macedônia.
ResponderExcluirCleopatra representou o fim da cultura egípcia antiga, a dominação cultura helenica, o declínio do império egípcio que por fim sucumbiu aos romanos e nunca mais conseguiu se levantar como uma cultura.
Eu nunca entendi porque a Europa saiu da organização tribal para essa complexa civilização obcecada com o espaço sideral e o bem estar social em poucos séculos, enquanto todo o resto do mundo apenas copiou os passos europeu. E hoje, mesmo após séculos, milhões de pessoas vivem em regime tribal sob regras desumanas.
De um lado do Mediterrâneo surge a democracia, a filosofia, a ciência. Do outro lado do Mediterrâneo psicopatas sequestram crianças dentro de escolas e as converte em escravas sexuais.
Eu nunca acreditei na tese da dominação e exploração. A poderosa e temida União Soviética faliu de uma forma vergonhosa. Muitos culparam os Estados Unidos. Só que a União Soviética era maior em território, em reservas de minerais e petróleo, maior em exército. A falência foi o resultados de más escolhas e opções.
A minha visão é que um país só pode ser dominado quando o conjunto das pessoas que nele moram não tem competência para organizar e estruturar uma civilização. A mais longeva cultura do mundo, os egípcios, que resistiram por quase 3 séculos, um dia desapareceu. Desapareceu porque já estava fragmentado, fraco e não conseguiram acompanhar o desenvolvimento europeu. O maior símbolo do Egito antigo é Cleopatra, uma mulher loira da Macedônia.
Eu concordo com você, Lolinha. A história não apenas deve ser conhecida, como interpretada, analisada e compreendida.
Beijos querida.
"Sério, essa de homens homens nigerianos me soou tão "not all men", a maioria dos casais heteros do mundo não são feministas, de uma forma ou outra são abusivos, então, por que negar que a grande maioria dos homens islâmicos/brasileiros/sul-africanos SÃO machistas pra carai, por exemplo?
ResponderExcluir...Comparar homens que comentem violência doméstica com o número de sociopatas não faz nenhum sentido."
Faz todo o sentido pq o estudante colocou a questão da violência domestica de forma generalizada como se todos os homens daquele país batessem em suas esposas com base unicamente em um personagem de um livro, Chimamanda fez a mesma generalização para mostrar o ridículo da coisa.
Fora disso vejo que um dos mais lunáticos leitores do blog continua por aqui. Incrível como esse blog consegue juntar os piores tipos de pessoa como esse liberalóide do Leandro.Mas o que assinou como H tbm não fica muito atrás...
E como sempre aparecem tbm os que não tem noção alguma de como foram construidas as relações entre europeus e africanos.Dizer que não acredita em relações de dominação x exploração é muita desonestidade se vc diz de relações entre povos tão diferentes pode dizer sem medo que não entende como existem relações abusivas entre homens e mulheres ou que se existem poucas mulheres com destaque nas artes, nas ciências e na política é pq elas não tiveram capacidade nem interesse em se aprimorar.
Em resposta ao primeiro comentário.
ResponderExcluirHomem machista e que bate em mulher existe até no país mais desenvolvido do mundo. Assim como os psicopatas. Sem dúvida que a América Latina e a África tem países machistas.
O problema é que ao estereotipar coloca-se todos num mesmo barco por serem do mesmo país.
No texto me pareceu que a moça não viu atos de violência contra mulher na família dela, uma coisa que uma européia ou qualquer outra pessoa de outro país pode presenciar.
Entendeu agora? Assumir que pessoas do continente africanos são mais em alguma coisa, e menos em outra, por seu país de origem, ou que todos agem da mesma maneira porque você ouviu muitos exemplos lhe dizendo que era dessa forma é uma atitude preconceituosa.
Sei que é racista um homem de país "desenvolvido" falar que é um poço de tolerância enquanto chama homens de países de terceiro mundo de brutamontes(caso do texto) sem nunca ter visitado o país, mas vamos combinar que a resposta dela foi muito "not all men" sim.
ResponderExcluirBem, eu me foquei só no lado preconceituoso que ela quis expor, não considero esse "not all men" relevante para o que ela quis dizer. Mas você pode estar certa. Só não sei que diferença faria saber disso, pois não creio que era intenção dela defender o "nem todos os homens", apenas denunciar a vista grossa que as pessoas de origem distintas à origem dela fazem de seu país. Seria o mesmo que alguém do Japão falar para você "que pena que as mulheres do Brasil são fanáticas religiosas". Aí é que tá, nem todas. Se o assunto do texto fosse sobre a violência contra a mulher em países africanos, creio que pensaria da mesma forma que você.
ExcluirVendo esse mapa da África que ilustrou o post, então é verdade que o continente africano é bem maior do que aparece nos mapas oficiais?
ResponderExcluirYeap, o continente Africano é gigante, inclusive, nosso próprio país é maior do que mostrado nos mapas eurocentristas dos livros de geografia, fazem a Dinamarca parecer enorme, por exemplo, mas se trata de uma distorção nada justa.
ExcluirFabiana, duvido que alguém do Japão falaria isso, sem perceber, você está de mostrando um desconhecimento da cultura nipônica, o que é comum, a maioria dos aponeses não são agnósticos ou ateístas como boa parte da população pensa, mas sim xintoístas, ele enxergam o cristianismo de modo semelhante a como muitas pessoas brasileiras vêem as religiões de matrizes africanas, como algo muito "mitológico".
ResponderExcluirNão vejo por que nos chamariam de muito religiosas, esse conceito de "Pessoa muito religiosa" não há nessa cultura.
Além do mais, o Japão é bastante machista, feministas que assistem animes(e há de todos os tipos, dá pra conhecer várias coisas da cultura de lá) como a ShoujoFan sabem do que estou falando. Em certos pontos é semelhante ao machismo das cidades grandes, em outros, o machismo de cidades de interiorzinho.
Veja, eu nunca li/assisti Psicopata Americano, só li a resenha da Lola, e sério, achei ofensivo ela comparar com psicopatas, pode não estar muito explícito, mas soou exagerado/sem coerência.
Vicky, não era a minha intenção essa, e sim ilustrar o que moça do post queria dizer. De fato nem pensei na cultura do Japão quando tentei dar um exemplo.
ResponderExcluirTroquemos um japonês por um americano, então, como foi no caso da Chimamanda, o que eu devia ter feito desde o início.
Quanto a Psicopata Americano, bem, eu li o livro e vi muitas cenas do filme. O Patrick Bateman tem pensamentos violentos e misóginos e é superficial. Essas são algumas das características comuns em psicopatas.
Só não acho que o livro/filme deve ser levado a sério devido à quantidade de humor involuntário e o final ambíguo. Não as considero obras feitas para estudar o comportamento humano.
Vicky, você é tão jovem e tem tanta cultura. Você acrescenta muito comentando aqui.
ResponderExcluirObrigada pelos esclarecimentos
Quanto a esse mapa, fiquei muito curiosa. Será que existe essa mapa "real" rolando na internet?
Anon, esses mapas sobre o tamanho real da África realmente são fascinantes. Dê uma olhada neste meu post (linkado no texto) que fala mais nisso. Vale a pena pra gente entender que mapas também são ideológicos, e não retratos neutros e objetivos do que pensamos ser a realidade.
ResponderExcluirLola, veja só que absurdo:
ResponderExcluirhttp://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/11/22/brasil-e-penultimo-em-ranking-de-diferenca-de-salarios-entre-homem-e-mulher.htm
Anon, na verdade, esses mapas são até que bem conhecidos pela Internet, eu mesma não sei tanto sobre o assunto, mas muito obrigado. :) Pesquise sobre "Mapa de Peters" e "Problemas do Mapa de Mercator", irá entender.
ResponderExcluirVeja o link da Lola.
Se parassem de tratar "A ÁFRICA" como uma coisa só já ajudaria praaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa kct
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