sábado, 24 de outubro de 2015

GUEST POST: A VIOLÊNCIA NO PLANO TEÓRICO E O QUE SOFRI

A T. me escreveu: 

Não sei exatamente o motivo, mas hoje finalmente me conscientizei da violência que sofri. Hoje, enquanto estava no ônibus vindo do trabalho para casa, finalmente percebi que sofri violência física e psicológica por uma das pessoas que mais tinha em consideração.
No final de 2012, fiz uma amizade que achei ser perfeita -- colega de faculdade, cursava diversas disciplinas comigo e pensávamos de uma maneira semelhante. 
Era atencioso, carinhoso, apesar de ter um jeito muito estranho (não tinha a mínima noção de espaço pessoal, não sabia que certas coisas não se falavam). A princípio achei que era mero jeito de ser e que, com o tempo, ele saberia aprender determinados limites e não falaria coisas tão grosseiras à medida que eu fosse conversando com ele. Me enganei.
Sabe, Lola, sempre fui muito sozinha, com poucos amigos -- os poucos que fiz, sempre tentei preservar, até com um certo quê de desespero.
Mesmo quando esse meu amigo fazia diversas coisas, me xingava e, em momentos de raiva, dava apertões no meu braço ou me tratava de forma mais agressiva, eu justificava, tentava entender, falava que a culpa era minha. Quando não respondia as mensagens no exato momento em que as recebia, era acusada de estar o abandonando, pois teria achado pessoas melhores. Ele costumava falar que "não prestava" e que "com o tempo, eu iria abandoná-lo como todas as outras pessoas".  Eu, ingênua, falava que não, que todos prestavam, mas relações interpessoais são complicadas e era necessário esforço de ambas as partes. E, com isso, ele afirmava que estava tentando melhorar e que não queria me perder.
Quando estávamos na mesma sala e eu tentava sentar longe dele e mais próximo de outros amigos, me puxava pelo braço, me arrastando para onde ele estava. E ali eu era obrigada a sentar, sob pena de arranjar uma confusão em plena sala de aula. Um dia, quando finalmente cansei de todo o tratamento degradante recebido, levantei da carteira para sentar onde queria: ele agarrou meu braço e não soltava. Ficou roxo, eu reclamei que ele estava me machucando, mas ele não soltou. Deixei a situação ficar dessa forma -- esquecida, como se aquilo não fosse uma agressão. 
Até que no início de 2014, não só encontrei esse blog como comecei a participar mais ativamente de um trabalho referente à violência doméstica. Percebi, com certo desespero e profundo desprezo próprio, que estava sofrendo violência semelhante. Os jogos psicológicos, as ameaças, as agressões, as promessas de que ele iria mudar. E me odiei, Lola. 
Me odiei porque sempre fui muito auto-suficiente, nunca deixei que ninguém me machucasse e me perguntava como as mulheres podiam se submeter a esse papel de submissa e vítima (friso, isso é pura idiotice, proveniente de uma cultura machista que culpa a vítima pelo ato do agressor). Mas eu era reprodutora dessa cultura machista -- eu era vítima e, ao mesmo tempo, perpetuava esse machismo. Eu era machista. Foi aí que entendi todas as dificuldades de sair dessa relação doentia (que, no meu caso, era só amizade).
Mas, no início, eu me odiei. Quando fui falar com amigos, eles me diziam: "Como você deixou ele fazer isso com você?", "Por que você não impôs limites?". Admito que muitas vezes me pergunto isso. MAS A CULPA NÃO É MINHA! Não pedi para ser agredida verbal e fisicamente.
Até que, enfim, finalmente me desliguei dele. Comecei a cortar determinados comportamentos e ele me xingava, dizia que eu estava ficando chata, que estava reclamando de tudo. Parei de responder as mensagens. Parei de encontrar na faculdade. E comecei a me libertar.
Comecei a conversar mais com outras pessoas e não me corroía mais por dentro: era possível, sim, sofrer violência de alguém que considerava um amigo. 
E eu não precisava me martirizar por isso, eu não era a boçal e idiota -- infelizmente, acontece.
Até aí final feliz, né? Só que não.
Comecei a namorar e não escondi esse fato do mundo. Esse meu ex-melhor amigo, ao ficar sabendo disso e perceber que eu não estava mais falando com ele, me mandava mensagens me xingando, dizendo que não passava de uma puta. 
Um dia, quando conversava com meus amigos do lado de fora da sala de aula, nos corredores movimentados, em  plena faculdade, ele me empurrou. Me empurrou de tal forma que torci o pé e não consegui me locomover direito por uma semana. Me empurrou e meus amigos ficaram atônitos com a situação. Mas eu deixei quieto. Por medo. Por pena. Por achar que não era nada de mais. Aquilo não era realmente agressão.
É difícil conciliar tudo aquilo que reconheço como violência no plano teórico com aquilo que sofri.
Depois desse fato, ele me mandou mais mensagens, dizendo que não ia querer minha amizade de volta, pois "demandava muito tempo e eu não valia isso". Ignorei, sequer respondi.
Semanas depois, quando me encontrou sozinha, ficou me esperando do lado de fora do banheiro feminino. Fiquei lá dentro uns 20 minutos, torcendo que ele saísse e me deixasse em paz. Quando saí, ele ainda estava lá. Tentou puxar assunto, agarrou minha mão. Me desvencilhei e fui embora.
Toda vez que ele me encontra é a mesma coisa. Felizmente, já tem um tempo que não nos encontramos. Mas continuo com medo. Não fico sozinha na faculdade e, se fico, tenho medo.
Meu namorado diz que tenho que tomar as devidas providências. Meus amigos dizem que é desnecessário, pois nada do que ele fez foi grave. Minha família acha que eu estou sendo patética e exagerada.
E eu sei que, na faculdade, ele é bem mais influente que eu. É político, é amigo de pessoas importantes e é bem mais sociável do que eu, conhece muita gente (entre alunos e professores). E eu? Se realmente fizer algo, temo que a versão dele terá mais crédito do que a minha.
E, pior de tudo, mesmo as pessoas da minha faculdade que estudam sobre violência de gênero e violência doméstica o adoram, porque a imagem que ele passa é de um ser culto, que luta pelas mulheres, quando, na realidade, as agride.
Nisso tudo, por mais que eu saiba que não tenho culpa, fico me perguntando: como fui tão estúpida? E o que faço agora? E existe isso mesmo de violência entre amigos? Ou, como muitos amigos meus dizem, vão falar que nós tínhamos algo e eu não quero é admitir.
Não quero ficar calada, mas não consigo me expor sem ter medo...
Desculpa pelo texto longo, mas acho que eu precisava ter voz -- em algum lugar, pelo menos. Precisava que alguém me ouvisse.

Meus comentários: Querida T., ponha a boca no trombone! Pra começar, converse com essas pessoas que estudam sobre violência de gênero e conte pra elas que você vem sendo ameaçada. Outras pessoas já viram você ser agredida. 
Entendo que você tenha medo. Afaste-se o máximo possível desse agressor e cerque-se de pessoas confiáveis.  

48 comentários:

  1. "com o tempo, eu iria abandoná-lo como todas as outras pessoas"

    Gente, é sério. TODA VEZ que alguém te falar isso, afaste-se dessa pessoa. É sério. A gente precisa PRESTAR ATENÇÃO no que os outros nos dizem e começar a acreditar neles.

    Se o cara fala horrores das ex-namoradas, chama-as de loucas, se fala isso de "ah você TAMBÉM vai me abandonar" (as palavras entregam as intenções), não precisa chegar na agressão física pra sumir da vista desse infeliz pra sempre, não esperem acontecer uma tragédia.

    ResponderExcluir
  2. peça para ver as cameras de segurançs

    ResponderExcluir
  3. estou chocada com esse relato.

    nunca vi nada parecido.

    ResponderExcluir
  4. Olá T

    E lamentável o que te aconteceu, espero que você supere esta faze volte a ter uma vida tranquila.

    Agora tem uma coisa aqui que requer uma observação?

    "E, pior de tudo, mesmo as pessoas da minha faculdade que estudam sobre violência de gênero e violência doméstica o adoram, porque a imagem que ele passa é de um ser culto, que luta pelas mulheres,"


    Essa cara esta fazendo uma das coisa mais escrotas que um homem pode fazer, que e se passar por um cara legal e confiável, para se aproveitar das mulheres, pois ele demonstra ter uma espécie de dupla personalidade, gente boa quando e conveniente, mas um monstro quando tem oportunidade de ser.

    E ainda sorte que você foi só amiga dele, pois se tivesse chegado a namorar com ele, nem quero imaginar o que poderia ter acontecido com você.

    Boa tarde

    ResponderExcluir
  5. Anon 12:44
    Colocando a culpa na vítima? De novo? Não vamos mudar nunca?

    ResponderExcluir
  6. Não entendi?O rapaz era só seu amigo e demonstrava toda essa possessão, vc tem o principal que são as testemunhas e não fez nenhuma denuncia.!
    "Os outros só fazem conosco,o que nós deixamos que nos façam"

    ResponderExcluir
  7. Querida T. Eu não sei o que seria melhor. Acho que mostrar para o máximo de pessoas que você puder quem esse cara realmente é seria o ideal. Uma atitude mais formal contra ele, acho perigoso para você. Como você diz, o sujeito é bem relacionado, a culpa sempre acaba caindo sobre a vítima.
    Por outro lado, não fazer nada também não te ajuda pessoalmente e nem ajuda as mulheres em geral. Acho que se fosse possível juntar essas pessoas que presenciaram as agressões e fazer algo em conjunto junto a esse grupo contra a violência contra as mulheres seria uma atitude prudente e talvez efetiva.
    Um abraço, fique bem. Você não tem porque se sentir culpada por ter sido excessivamente paciente com um escroto. Todas nós, mulheres, somos educadas para sermos pacientes e submissas, infelizmente. Vamos lutar para mudar isso.

    ResponderExcluir
  8. Esse cara não era amigo. Homens não são amigos de mulheres. Não sabem se relacionar com mulheres, só sabem tentar dominá-las (conquistar, como se diz). Ou agir friamente caso não queiram ser seus donos ou transar com ela.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você não fala por mim, Cup Noodles. Enfia essa misandria no seu... Cup Noodles!

      Excluir
  9. Homens não são amigos de mulheres. Eu demorei um tempo até me convencer disso, mas hoje tenho plena convicção. Homens têm, no máximo, relações sociais neutras ou cordiais com mulheres. Amizade? Nunca. Pois, como disse Leandro Karnal num café filosófico, falando sobre tiranos, a amizade floresce na igualdade. Da mesma forma como tiranos não têm amigos, homens não podem ser amigos de mulheres, pois se colocam acima delas. Minha venda caiu participando de fóruns políticos, quando me dei conta de que adversários ferrenhos se tratavam com mais respeito do que homens tratavam mulheres em geral, mesmo as aliadas. Percebi como adversários ferrenhos confraternizavam alegremente e se juntavam sem qualquer dificuldade para atacar mulheres esquerdistas que ousavam afirmar a voz feminina.

    Esse cara achava que tinha um relacionamento com a autora.

    Mas a questão interessante não é essa. O que me incomoda nesses relatos é essa história de "me odiei". Como assim? Na hora em que a autora finalmente se dá conta do relacionamento abusivo ela "se odeia"? É momento de festejar. Ver cair a venda que nos tapava a visão é um momento de alegria. É o momento de se sentir aliviada, leve, feliz e sair pra curtir a vida sem a presença tóxica que a empurrava para as trevas. A autora deveria ter se amado ao perceber, ao finalmente se dar conta de que era uma mantenedora do machismo e que agora se libertou dessa visão.

    Quando minha venda caiu eu senti um alívio imenso. Não me odiei por nenhum segundo.

    Sem a venda, a autora pode se posicionar de uma forma mais afirmativa e não continuar com medo. Libertar-se do medo. Quer coisa melhor? É motivo de júbilo.

    É por isso que a voz feminina precisa se afirmar positivamente.

    Chega de sentir ódio por si mesma!

    ResponderExcluir
  10. Eu detesto essa frase: "Os outros só fazem conosco,o que nós deixamos que nos façam" porque ela remove do agressor (seja verbal ou fisíco) toda a culpa. Essa frase permite que nos abusem porque "deixamos ", porque não fomos fortes o suficiente. As coisas acontecem porque o abusador fez, não porque nos aconteceu. Chega de frases prontas! Qual a próxima, dizer que estamos predestinados a isso, ou pagamos por algo que fizemos no passado? Não aceito e ninguém deveria aceitar. Quero que cada vez menos a violência seja normalizada. Quero que as pessoas melhorem, que não tentem agredir às outras.

    ResponderExcluir
  11. Força pra você T, e você não tem motivo nenhum pra se odiar. Não foi culpa sua, você simplesmente não sabe como vai reagir a algo assim até acontecer com você, e nós não somos máquinas cuja programação antiga pode ser deletada e instalada uma nova. Mantena distância desse babaca e seja feliz. Só vou lhe dar o conselho mais importante que já ganhei: não se confia em homem. Com homem você tem que desconfiar sempre, manter o pé atrás. Não importa se ele parece legal, desconfie sempre, porque se você achar que um cara é legal e ele não for, quem vai pagar o pato (e um pato sempre muito caro) é você.

    Claro, anon das 12:48, porque quando eu tinha 8 anos o meu pai só me surrava com cinto porque eu permitia. Não é porque ele simplesmente "podia" chegar metendo porrada nos filhos sem nem ao menos dizer o que estávamos fazendo de errado, foi só porque nós, com 8, 6 e 5 anos permitíamos que ele batesse na gente por qualquer coisa. Por que você não se joga de cabeça do alto do Empire State?

    ResponderExcluir
  12. Poxá, Lola . Não vai ter post sobre o masterchef não?

    ResponderExcluir
  13. Que cara bizarro. Ainda bem que vc se livrou dele, e que pena que ele seja tão popular. Não se sinta culpada, nós ainda somos, infelizmente, responsabilizadas por manter os relacionamentos, ainda que haja abuso. Vc certamente é uma pessoa maravilhosa, não mude seu jeito porque um babaca se aproveitou de vc, ou algum outro idiota (ou vários) dizem que a culpa é de "quem se deixou ser agredido". Pessoas muito boas geralmente são muito tolerantes, mas o problema tá em quem se aproveita disso.


    Dan

    ResponderExcluir
  14. Sabe pessoal esse anon 12:48 errou por causa da forma grosseira com que se expressou, mas em parte ele(a) tem razão, quando se criança não se pode fazer nada, mas quando você se torna adulto(a), muita coisa (só que nem tudo) do que nos acontece e por nossa culpa mesmo, a T naquele tempo não tinha maturada para isso, mas se ela tivesse já na primeira vez que viu que aquele maluco não era boa pessoa tivesse se afastado dele ou pelo menos deixado em claro que ele não tem o direito de tratar ela de forma agressiva nem de andar dizendo certas besteiras, ele tomaria jeito de primeira ou ja ia perder amiga para sempre.


    Detalhe, o fato de dizer que ela deixo o cara ser agressivo com ela não reduz em nada a culpa do sujeito, apenas esta se deixando claro que ela foi muito passiva sem necessidade e ai aconteceu que nossa amiga T relatou.

    Por fim aqui não vai nenhuma critica a T, isso e apenas uma analise dos fatos.

    ResponderExcluir
  15. Queeeeee CHORUME ESTE POTRO ! Denuncieeeeeee !

    Desmascare ! Este cara é psicopata !

    ainda bem q vc esta longe desse traste potro lixo !

    Sorte pra vc ! e não tenha medo ! Siga adiante !

    Marcella

    ResponderExcluir
  16. eu tenho umas 5 amigas íntimas meninas (se for contar amiga...consigo contar 12, mas de íntimas, e há mais de 7 anos...são 5), e tenho 2 amigos íntimos meninos (consigo contar uns 5, mas de íntimos mesmo e há um bom tempo, esses 2).

    Um é meu amigo há 15 anos (ou seja, desde que eramos praticamente crianças) e o outro é meu amigo há 8 anos.
    Eu confio neles pra tudo.
    Um deles já disse que teve vontade de ficar comigo e que se eu desse espaço ficaria...eu nao dei, e ele nunca ultrapassou essa barreira. E o outro nem se quer rola isso. São meus amigos. Pessoas ótimas, e tenho super orgulho deles.


    Meu namorado tem uma melhor amiga menina. Eu adoro ela. E faço questao de incentivar a amizade. É uma pessoa incrível.

    ResponderExcluir
  17. Os outros só fazem conosco,o que nós deixamos que nos façam

    Não tem absurdo nenhum nessa frase, no caso do autora, ela não tinha como adivinhar que o cara era louco, óbvio que ela não pediu para ser agredida, mas ele começou a agredir ela e ela só deu desculpas para o babaca, continuou com a amizade, num ponto ela permitiu que ele fizesse isso com ela.
    Quando n permitiu mais mandou ele se fuder.

    ResponderExcluir
  18. Querida T. A culpa não é sua amiga! Você é a vítima! Bota a boca no trombone, liga para a mãe dele, para o trabalho, para o pai, fala com a diretoria da faculdade, se passe por louca, mas se livre disso. Ele está te perseguindo, você pode até pedir uma ordem para que ele não se aproxime mais de você, faça BO, mas não se cale e não tenha medo! Se livra, sai dessa antes que ele te mate.

    ResponderExcluir
  19. Diva

    Moça denúncia esse cara!!
    Esse sujeito não é amigo, não é normal, é um psicopata misógino e covarde!!
    FODA-SE ele com a "posição" de político ou influência. Denúncia esse babaca.

    ResponderExcluir
  20. Tinha uma amiga de 15 anos, o pai dela ficava dizendo que eu era muito bonita, falando de sexo comigo que era pra usar camisinha pra não engravidar, quantos anos eu tinha beijado. Depois ele começou a me zoar, na frente de todo mundo, falar coisas pra me atingir, me ferir. E eu não entendia o pq. Só hoje percebi que o pai da minha amiga, casado, ficava dando em cima de mim e como eu não quis nada com ele (nem percebi que ele queria fazer sexo comigo, era muito nova e bobinha) ele começou a me ferir.

    ResponderExcluir
  21. Pois é T.,infelizmente nós mulheres sempre somos as culpadas, as vilãs e os homens os mocinhos indefesos.

    Dois trastes parentes frequentam a minha casa e quando o assunto é mulher, só o que se ouve são comentários machistas. Já disseram que a Rihanna gosta de apanhar, que mulher que apanha do marido é porque não liga para os "homens de bem" ou os tímidos que gostam dela, mas veja bem, quem diz isso sempre acha que quem deve chegar em mulher é homem, nunca o contrário. Vai entender.

    Um diz fiquei sozinha com um deles e ele aproveitou para perguntar porque eu não tinha namorado se eu era jovem e bonita... desconversei e dei fim ao assunto, afinal isso não é da conta dele. Sempre que ele pode, procura algum defeito em mim e isso já está me cansando. Não sei se foi porque não dei trela para ele no dia em que ficamos sozinhos, mas desde esse dia ele sempre aproveita a oportunidade para encher o saco e eu dou umas patadas.

    Um dia meu afilhado pequeno estava brincando com os joguinhos online, daqueles que cozinhar, vestir e fazer maquiagem e eles quiseram encher o saco do menino com isso e eu disse para eles deixarem ele em paz... sabe o que disseram? Que eu ESTAVA INCENTIVANDO meu afilhado ¬_¬'

    Estou cansada dos dois, mas sempre que falo que eles enchem o saco, meu pai diz que eles são gente boa, homens de bem. Infelizmente, nós mulheres sempre que dizemos algo estamos sendo exageradas, histéricas... até aparecermos mortas. E mesmo assim a culpa ainda cai sobre nós, por termos dado papo... Não dá para entender a humanidade, mas é por isso que tenho um certo medo de fazer amizades com homens.

    ResponderExcluir
  22. Denuncia não. Não que não seja o certo a fazer, você está certa, foi de fato agredida e não tem porquê se sentir culpada. Mas se o cara não te der um soco pra te deixar de olho roxo (não que eu queira que isso aconteça, Deus te livre), falar que ele tá te cercando quando está sozinha, que te empurrou, que apertou seu braço vai ser sempre "exagero", "você tá histérica", "deixa de ser mimada", "aiiin, essas feminazis". Tem alguém que você confie mais na faculdade, uma amigA de preferência, mais chegada? Peça pra ela não te deixar sozinha. Mostre pra esse pessoal que estuda violência de gênero as mensagens te chamando de puta, caso eles tentem falar de novo como ele é bonzinho e boa pinta. Segundo ele, você o "abandonaria, como todas as outras". Então tem mais mulher aí que viu quem ele realmente era, tente saber quem são. Publicamente, se ele tentar se aproximar de você, SE AFASTE. Deixe claro que você não quer ter nada com ele, pra caso acontecer uma agressão, não aparecer babaca tentando dizer que "ah, mas ela dava abertura". O safado é manipulador. Pode demorar alguns anos, mas a máscara de gente manipuladora SEMPRE cai. Provavelmente o pessoal que gosta dele não conhece parentes, amigos de outras épocas que ele ainda mantenha contato, né?

    ResponderExcluir
  23. Teve feminismo na prova do ENEM <3

    http://g1.globo.com/educacao/enem/2015/noticia/2015/10/1-dia-do-enem-tem-feminismo-usain-bolt-ziraldo.html

    ResponderExcluir
  24. T. estou com a Lola, bote a boca no trombone, fale mesmo! Procure ajuda! O que me deixa mais incrédula é o fato de várias pessoas terem presenciado a agressão e não terem feito nada, nem ao menos aconselhado vc...Não fique achando que é sua culpa, ou que vc esta exagerando. Muitas mulheres morrem assim, acreditando que são as culpadas pelas agressões.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. (Viviane)
      Pois pode acreditar, Sofia, é muito comum, em situações de abuso (seja em relacionamentos, trabalho, família etc.), as pessoas em volta assistirem a tudo sem fazer nada... E quando você finalmente toma coragem e reage (sozinha), aí todo mundo vem com a conversinha: "Que bom que você reagiu, eu ficava tão preocupadx com você" "Eu também fui vítima dessa pessoa, estava torcendo para você dar um basta". Sei porque passei por assédio moral no trabalho e foi exatamente essa a reação dos colegas... mas na hora em que você esta sofrendo ninguém move uma palha para te ajudar...

      Excluir
  25. Quando se fala em relacionamentos abusivos, a tendência é imaginar se tratar de relacionamentos afetivos ou sexuais. Ledo engano. Lamentável o que aconteceu, também sou a favor de colocar a boca no trombone. Deixar como está, certamente será pior até mesmo pela sua segurança. E, por favor, não sinta-se culpada. Psicopatas não vem com selo de identificação. Normalmente, quando se percebe, o estrago já foi feito.

    ResponderExcluir
  26. "Eu detesto essa frase: "Os outros só fazem conosco,o que nós deixamos que nos façam" porque ela remove do agressor (seja verbal ou fisíco) toda a culpa. Essa frase permite que nos abusem porque "deixamos ", porque não fomos fortes o suficiente. As coisas acontecem porque o abusador fez, não porque nos aconteceu. Chega de frases prontas! Qual a próxima, dizer que estamos predestinados a isso, ou pagamos por algo que fizemos no passado? Não aceito e ninguém deveria aceitar. Quero que cada vez menos a violência seja normalizada. Quero que as pessoas melhorem, que não tentem agredir às outras."

    Eu também não gosto desse jogo, contudo no relato da autora foi totalmente o que aconteceu. Ela foi deixando e deixando. Muilher é ensinada a fazer isso, a colocar a culpa em si, a achar que homem é assim mesmo e aí você vai dando direitos para as pessoas que não existem. É um assunto sério e que precisa ser abordado mais vezes.

    ResponderExcluir
  27. E isso porque eram amigos heim, povo acha que relacionamento abusivo é só entre casais.

    Mulher tem que aprender a dar um basta, a ler os sinais e a correr logo da cilada SIM, o abusador é um problema mas a vítima antes de tudo, antes de virar vítima, antes de ter que ficar se escondendo no banheiro, a decisão de encerrar o processo é totalmente e somente dela. Não é como vc ter um amigo e de repente tomar um tapa na cara, leia o relato, foi uma coisa construída ao longo do tempo.

    E mulher é adestrada pra aceitar tudo isso aí. Faz parte da socialização feminina.

    ResponderExcluir
  28. A cada relato fica mais que provado que a convivência com eles e intragável mas vcs insistem,depois não querem que a gente fale.

    ResponderExcluir
  29. T., você pode denunciar. Sabe como fazer? Eu recomendaria, primeiramente, ligar para o disque 180 e relatar todas as agressões. Isso serve como baliza para outras ações que você pode tomar na faculdade, na delegacia da mulher, num processo civil por perdas e danos, etc.

    Você sabia que o seu caso se enquadra na lei maria da penha? Que você pode pedir medida protetiva? Que a faculdade é obrigada a trocá-lo de sala de aula e de turma, para que vocês não sejam obrigados a conviver? Ligue para o 180, se informe.

    Conta como prova no seu caso: todas as mensagens abusivas enviadas por ele (faça ata notorial, leve o celular com as msn impressas a um cartório e peça registro, isso é prova documental de violência psicológica e física - se ele comentou que te empurrou, por exemplo), seus amigos que testemunharam as discussões e os empurrões, laudo médico ou psicológico atestando seu sofrimento.

    Meu conselho particular (sou formada em direito, trabalhei ouvindo vítimas, e como militância acompanho alguns casos de universitárias agredidas por colegas): reúna as mensagens enviadas por ele, chame as amigas e amigos que testemunharam sua agressão e converse: diga que reconhece todos esses atos como violência, e que gostaria do testemunho deles (não é pedido, por lei, eles são obrigados a contar a verdade sobre o que viram). Se for muito doloroso fazer isso sozinha, faça com alguém com quem você confia. Onde você está? Eu posso ajudar se você quiser. Peça o meu e-mail para Lola, estou à disposição.

    Na minha experiência, as universidades tem começado a responder bem a esse tipo de denúncia, o ciclo do silêncio sobre esse tipo de violência começa a ser rompido.

    Todavia, não vou esconder a verdade de você: é uma luta, não é das fáceis. Compensa? Para as vítimas que eu acompanhei, compensou. Julgamento sempre há, e cabe a você decidir com qual tipo quer lidar: com esse que já te acompanha - ela é 'estúpida' por ficar perto desse cara, o que é negativo para você e possivelmente terrível para outras mulheres, por que ele não vai parar de ser agressivo, exatamente por que não percebe o que faz como agressão.
    Ou o julgamento da denúncia (acompanha sempre todas as vítimas): 'que isso, não foi grave', ela está exagerando... Não tem como escapar do julgamento machista, mas você é dona da sua vida e deve escolher como quer vivê-la, como quer lidar com essa história terrível de agressão.

    Fique bem. Você é muito corajosa por enviar esse relato, saiba que seu imenso valor como mulher, como ser humano digno não muda qualquer que seja a sua decisão. Das suas dores T., sabe você melhor do que ninguém. Eu e demais feministas aqui estamos para lhe apoiar no que quer que você decida. Continue sendo corajosa, cuide-se. Você importa muito.
    Um abraço e dois beijos carinhosos.

    ResponderExcluir
  30. Poxa, bacana as dicas da Marcia. Documente mesmo as mensagens, peça pros seus amigos darem testemunho. Mas ainda acho que não deveria processar. Repito, não porque você não esteja certa - mas duvido que vai ter qualquer tipo de restrição ou punição pro cara. E ele ainda vai angariar simpatia pra ele (e antipatia por você) se fazendo de vítima "aiiiin, era brincadeira" "aiiin, ela tava exagerando" "aiiin, tanta gente sofrendo e essa feminazi reclamando disso" e principalmente "aiiiin, um moço tão bom com a vida manchada por essa histérica". E que vai deixar você como a megera da história. A não ser que você já esteja terminando a faculdade, por mais que o processo seja o nobre e o certo a fazer, vai te causar mais problemas que alívio.

    ResponderExcluir
  31. Tema da redação do enem!

    ResponderExcluir
  32. Lei Maria da Penha serve pra amigo ou amiga também? Digo só amigo(a) mesmo, sem envolvimento sexual zero zero mas uma amizade bem próxima. E como se prova amizade para a aplicação da lei Maria da Penha? Obrigada.

    ResponderExcluir
  33. "Pois pode acreditar, Sofia, é muito comum, em situações de abuso (seja em relacionamentos, trabalho, família etc.), as pessoas em volta assistirem a tudo sem fazer nada... E quando você finalmente toma coragem e reage (sozinha), aí todo mundo vem com a conversinha: "Que bom que você reagiu, eu ficava tão preocupadx com você" "Eu também fui vítima dessa pessoa, estava torcendo para você dar um basta". Sei porque passei por assédio moral no trabalho e foi exatamente essa a reação dos colegas... mas na hora em que você esta sofrendo ninguém move uma palha para te ajudar..."

    Geralmente a pessoa que tá se fudendo é orgulhosa e não aceita ajuda. Vai mudar, com ela vai ser diferente, não é bem assim, ele é um cara nervoso, ele é desse jeito porque gosta de mim, é culpa da mãe dele, é minha culpa, é culpa da igreja, é culpa de todo mundo mas A SUPER ELA VAI RESOLVER ESSA PICA.

    Precisa ficar na merda total fudida isolada pra daí falar ok, acho que eu devia fazer alguma coisa comigo. E aí começar a receber ajuda.

    Isso quando não se reconcilia com a pessoa umas 10 vezes no caminho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Poxa anônimo

      É fácil cagar regras e atitudes quando a situação não é com você!
      A moça já explicou, o cara é influente e amigo com políticos.
      Claro que ela tem que desmascarar ele, mas não é fácil como vc pensa.
      Além disso pelo relato dela, ninguém a ajudou!
      Espero anônimo que passe pela mesma situação da garota, que um valentão mal caráter lhe agrida e ninguém te ajude. Aí vc vai ver outro babaca machista escrever: "precisa ficar na merda total, fudido isolado pra daí falar ok".
      Que um dia experimente o mesmo veneno que cospe.

      Excluir
    2. (Viviane)
      Caraca, a pessoa teve coragem de copiar meu comentário para falar uma m***a dessas?!?!
      Não vou responder porque o anon 15h08 respondeu muito bem (obrigada!), mas só vou lembrar: muito fácil culpar a vítima, especialmente quando você não faz nada para ajudar...

      Excluir
  34. A reação a casos de agressão tem de ser o mais imediata possível. Num certo momento, você pode estar sozinha/o com o agressor e o jeito é desvencilhar. Porém, logo que encontrar segurança deve falar a todos.

    O que a autora do post fez foi deixar acontecer. Apesar de toda a possibilidade e todas as evidências a seu favor.

    Não falo nem da lei, pois nela também não acredito. Falo do simples fato de deixar todos saberem o que o cara faz e preparados para reagirem. Como a Lola disse, "cerque-se de confiáveis".

    O dia que o machão levar uma surra aí talvez ele pare.

    BLH

    ResponderExcluir
  35. Quase caí na roubada de entrar numa amizade desse tipo... O cara ficar com raivinha e jogar toda carga emocional nas suas costas pra você correr atrás... Não corro atrás mesmo.

    ResponderExcluir
  36. Anônimo, violência doméstica não se resume aquela que é praticada no interior da casa, em casos em que a convivência com o agressor é cotidiana (emprego, aula), se emprega analogamente (ou seja, de forma parecida) às medidas de proteção.

    A prova é que ambos convivem, no caso dela mera declaração da faculdade ou cópia da folha de chamada. Pouco importa para o sentido de proteção da lei maria da penha se há ou não envolvimento amoroso, emotivo ou que quer que seja entre vítima e agressor, o que importa é que vítima e agressor convivam entre si.
    É a aplicação mais extensiva que a secretaria das mulheres tem defendido e o judiciário aceitado nos últimos anos. Ainda há muitos núcleos conservadores na justiça, mas isso tem funcionado muito bem para universidades, pois a secretaria das mulheres não precisa da mediação do judiciário para acompanhar as ações da universidade ou faculdade.

    ResponderExcluir
  37. Tá lá na Lei Maria da Penha:

    Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher (...)

    destaco: violência DOMÉSTICA e FAMILIAR

    Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)

    I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

    II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

    III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.


    Amizade no caso entra como relação íntima ou essa intimidade presume sexo?

    Desculpe estar amolado mas é que essa aplicação entre amigos é bem inédita pra mim.

    ResponderExcluir
  38. Sem problemas. Entra no inciso III - em qualquer relação íntima de afeto, no qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. No juridiquês, coabitação também é sinônimo para sexo. Pouco importa se a relação é amorosa para fins sexuais, ou se é amorosa para fins de amizade. A questão é que temos duas pessoas que conviviam numa relação íntima, em que uma confia na outra, e alguém abusa dessa relação para manter a violência que pratica contra a mulher como defensável. Esse é um dos pontos da lei.

    Então em caso de 'amizade' abusiva, com compartilhamento de espaços de convivência, também cabe o uso da lei. Não é a aplicação mais comum, mas já acompanhei casos em que se deferiu medidas protetivas com base na lei maria da penha em São Paulo.

    ResponderExcluir
  39. Marcia muito obrigada pelos esclarecimentos.

    ResponderExcluir
  40. Não tem nem de longe a mesma gravidade do que a moça do post passou, mas foi impossível não fazer um paralelo.
    Na minha adolescência, até por volta dos 17, acho que até o começo da faculdade para falar a verdade.
    Eu permitia que amigas me tratassem de forma sutilmente humilhantes, me lembro de tantos episódios quando estava no ensino fundamental, no ensino médio.
    Eu olho para trás e só consigo ver baixa auto estima, só pode, como permiti aquilo?
    No momento não sei ser clara, contar como realmente as coisas aconteceram.
    Mas olha moça do posto, eu t entendo, a gente se culpa, se pergunta porque eu permiti que as coisas fossem assim?
    Mas é bola pra frente.
    E sim acredito que pode haver violência por parte de “amigos” quando se trata de gente sociopata, QUALQUER relação pode ser a próxima.
    Então, concluindo.
    Não se culpe.
    Eu no seu lugar, não sei se teria coragem de colocar a boca no trombone não, eu te entendo.

    Sandra

    ResponderExcluir
  41. Horrorizado com o relato, coisa de filme mesmo.

    Siga o conselho da LOla, sem querer te assustar mas teve uma estudante de medicina que foi morta por um sujeito desses, então bota a boca no trombone.

    Uma observação: O cara não se enquadra no esteriotipo mascu.

    ResponderExcluir
  42. OLHA FUI CASADO CINCO ANOS E NESSE TEMPO MINHA EX NUNCA LAVOU UMA LOUCA,FEZ UMA COMIDA ...MAS EU NUNCA ME PREOCUPEI SEMPRE FUI INDEPENDENTE DE MULHER PARA ESSAS COISAS...ELA SE SEPAROU DEMIM E FOI VIVER COM OUTROS HOMENS...FREQUENTAR BALADAS...BEBER....SE DROGAR....HOJE ESTAMORTA POR INFARTO CAUSADO POR OVERDOSE E EU CRIO A FILHA QUE ELA DEIXOU DE UM OUTRO MARIDO QUE A ESPANCAVA.DEPOIS DE MIM ELA FOI MORAR COM OUTROS SETE HOMENS E TODOS OS SETE BATIAM NELA.O ULTIMOTEVE CINCO BO S ABERTOS.FEMINISTAS QUEREMCRIAR UM MUNDO CERTINHO DO JEITO DELAS ONDE A SUPERIORIDADE DA MULHER SEJA RECONHECIDA, MAS ISTO NAO EXISTE...DESDE QUE O MUNDO É MUNDO SEMPRE HOUVE E HAVERÁ HOMENS E MULHERES DE TODOS OS TIPOS.NÃO É PORQUE ESTAMOS NO SECULO 21 QUE SERÁ DIFERENTE.O MUNDO MELHOROU PORQUE MEIA DUZIA DE HOMENS INVENTARAM MAQUINAS QUE O FEZ MELHORAR, MAS A MAIORIA DOS SERES HUMANOS NASCERAM PARA COMER E FAZER COCÕ

    ResponderExcluir
  43. Já disseram mas vim reforçar.

    Eu já passei por umas cagadas assim, a gente mesmo que deixa, vai testando nossa paciência, vai ficando, vai ficando, aí quando consegue se livrar nem entende pq não fez isso antes. Parece uma hipnose sei lá. Mas já foi, agora é bola pra frente e nunca mais deixa isso acontecer de novo, já fica atenta logo e qualquer coisa bota pra correr rapidinho. Força na luta amiga.

    ResponderExcluir
  44. Cara, isso não é coisa de "machista" (não que ele não fosse), mas mais do que machista, esse cara é psicopata!
    Já passei por um relacionamento bem semelhante, mas no caso, era meu namorado (o primeiro)!
    A evolução foi essa mesma que você falou: Comecei a namorar, ele era lindo, gente boa, romântico, me tratava super bem... Aos poucos ele foi se revelando ciumento, mas tudo se justificava pelo enorme "amor". Quando começaram as crises de ciúmes e eu dava algum sinal de romper, ele dizia que eu o abandonaria, que eu não amava ele tanto quanto ele me amava, e eu me sentia com uma culpa enorme só por pensar em terminar, logo ele, que era tão apaixonado por mim e que tinha uma dependência tão grande do meu amor...
    Namorei com ele por exatos três anos, e foi o suficiente pra me transformar em uma pessoa completamente irreconhecível. Eu não falava (nem "oi") com homem nenhum (e isso que fazia faculdade de engenharia, onde quase todos os colegas eram homens... Imagina!), se vinha algum homem, eu mudava de calçada, se algum homem sentava ao meu lado no ônibus, eu me levantava, me vestia com roupas masculinas MUITO folgadas, nem sonhava em colocar roupa de banho, não usava brincos, não podia depilar minhas pernas... As pessoas achavam, de verdade, que eu era louca! E eu fazia isso tudo porque ele dizia que tinha muito ciúme pq me amava demais, não queria que os outros me olhasse, e que era doente de amor, e que eu tinha que apoiá-lo.
    Finalmente consegui terminar o namoro com ele, depois da terceira vez que ele cuspiu na minha cara, no meio de todo mundo! Mas não foi fácil, e esse sentimento de "culpa" de trazer a infelicidade dele me perseguiu por um tempo.
    Durante um tempo eu morria de vergonha de ter passado por isso. Antes disso eu sempre fui uma garota (comecei a namorar com ele aos 16) muito independente e livre (graças a Deus minha mãe é feminista e me criou assim). Sentia muita vergonha por ter "caído" nessa situação. Mas isso pode acontecer com qualquer um! Psicopatas são pessoas altamente manipuladoras, e no início você não consegue perceber que está lidando com um. Ele te "envolve" com suas histórias e chantagens emocionais...
    Até hoje algumas amigas me perguntam como me deixei levar por esse canalha, como eu não percebia, mas acho que só quem é vítima de um psicopata consegue entender exatamente como é estar nessa situação... Mas não é motivo de vergonha nenhum!! Quem deveria ter vergonha é ele, de ser esse nojo de ser-humano!

    ResponderExcluir