Shaonny Takaiama é jornalista, já colaborou com este blog, e tem portfólio e página no FB. Recentemente ela saiu da loucura de SP e foi morar no interior de Goiás, "cheia de gente espiritualizada e gordofóbica". Aqui ela escreveu suas impressões:
Vir para Alto Paraíso fez com que eu repensasse muitos dos meus hábitos e estilo de vida. Por exemplo, aqui, eu parei de fazer escova no cabelo. Não que eu tenha deixado de ser vaidosa, mas é porque a voltagem da cidade é 220, e o meu antigo secador era 110, então, não fazia sentido trazê-lo pra cá e eu achei melhor vendê-lo.
Aqui eu também quase nunca uso maquiagem. Adoro me maquiar, mas aprendi a me sentir bonita sem usar deste artifício. Acho que a busca pela simplicidade é o que me move hoje em dia. Todo este ritual de se maquiar diariamente hoje me parece por demais complexo e sem sentido. Perder pelo menos 30 minutos diários pintando a cara já não combina mais comigo.
Mas, em São Paulo, se eu saísse na rua de cara limpa, me sentiria completamente esquisita. Ir trabalhar sem maquiagem então, nem pensar! Outra coisa com a qual eu relaxei é com a pintura do cabelo. Adoro ser ruiva, mas aqui eu tenho outras prioridades, pois ganhar dinheiro numa cidade pequena é muito mais difícil do que numa cidade grande.
Então, eu pinto o meu cabelo quando sobra alguma grana pra comprar a tinta e, quando não sobra, tudo bem ficar com raízes castanhas e o resto do cabelo vermelho desbotado... Não vou criar rugas de preocupação por causa disso! E se eu criar, aceitarei cada uma delas como eu aceito cada linha do meu corpo. Não vou me esconder atrás de um pancake, de um corretivo, de um BB Cream, de um milagroso creme anti-celulite ou anti-estrias, de um shake emagrecedor ou de um photoshop.
Eu quero mais é gostar de mim, me aceitar do jeito que eu sou. Não sou do tipo que esconde a idade porque cheguei nos temidos trinta anos –- na verdade, 33 -- nem pretendo esconder meus cabelos brancos quando eles começarem a aparecer. Amo ser ruiva de farmácia, mas acho os cabelos grisalhos lindos também. Espero um dia ter uma cabeleira toda grisalha e brilhante!
E com o meu corpo, estou vivendo este mesmo processo de aceitação. Aqui, uma cidade cheia de ladeiras com predomínio de pessoas magras que andam de bicicleta pra cima e pra baixo e adotam o estilo de vida vegano, eu sou uma gordinha solitária. Em São Paulo, onde há um fast food a cada esquina e onde o sedentarismo predomina, eu era uma gordinha que se sentia aceita, incluída.
Ainda mais porque em Sampa está crescendo um movimento de empoderamento das mulheres gordas, de valorização da autoestima feminina independentemente do tipo físico e do peso na balança. Lá existem lojas especializadas no público plus size. Já aqui, eu sou exceção, pois quase não há pessoas acima do peso, muito menos lojas atentas para a questão da diversidade.
Apesar de a cidade ser um reduto de pessoas místicas e altamente espiritualizadas -- que, em tese, deveriam se preocupar em conhecer a fundo o interior de cada um --, eu já recebi diversos olhares tortos e de desdém por não fazer parte do seleto grupo de pessoas esquálidas de Alto Paraíso. Estes olhares já me fizeram muito mal, já me entristeceram demais. Tenho sentido na pele a gordofobia muito mais do que eu sentia em São Paulo, essa é a grande ironia.
Mas hoje eu acho bem triste quem julga o outro pela sua aparência física. Qualquer preconceito é ruim, e quem julga um livro pela capa está perdendo a chance de conhecer uma história incrível. Assim, aos que já me julgaram por eu ser mais redonda do que o restante das pessoas, eu lamento esta atitude: vocês estão deixando de conhecer uma pessoa que tem muita história pra contar apenas porque a capa deste livro não agradou aos seus olhos.
Um conselho: aprenda a conviver com as diferenças, pois elas servem para enriquecer a sua vida. Eu já fui bem magra, já pesei cinquenta quilos há bem pouco tempo, sete anos, para ser exata. E nesta época em que eu era magra e estava dentro dos padrões estéticos aceitos pela sociedade, só eu sabia o quanto eu era infeliz.
Hoje estou acima do peso por uma série de problemas hormonais e emocionais pelos quais passei e ainda passo. É raro quem chega aos 33 anos incólume, sem ter vivido um processo doloroso mais difícil, sem ter tido uma história de perda, sem ter caído uma vez que seja. Minha vida é um eterno ciclo de cair e levantar, uma grande história de superação. Nestas situações, o corpo, que somatiza tudo o que acontece com nosso emocional, é quem mais sente a barra.
Meu corpo é o reflexo de tudo o que eu vivi –- coisas boas e ruins –- e eu sou grata a cada uma delas, pois elas me fizeram ser quem eu sou hoje. E também sou grata ao meu corpo, que tem segurado a onda bonito! Eu tenho emagrecido aos poucos, graças à minha melhor amiga, a Branquela, minha querida bicicleta do coração, e à mudança de hábitos alimentares.
Mas eu quero emagrecer não pela questão estética, que nunca foi de fato um problema para mim, mas para os outros. Quero emagrecer para ter mais disposição física para as longas caminhadas dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Eu consigo caminhar 5 km a pé numa boa, mas meu joelho sempre reclama no fim do dia.
Quero conseguir atravessar a nado a Cachoeira São Bento sem perder o fôlego. Quero conseguir subir de bike a avenida principal da cidade e me sentir vitoriosa depois de enfrentar esta ladeira vertiginosa. Para tudo isso, não restam dúvidas de que, sendo magra, tudo é mais fácil.
Mas, para as outras áreas da minha vida -- trabalho, amor, família, amigos, etc -– sinceramente, não faz a menor diferença se eu estou na falácia do “peso ideal” ou se eu ainda preciso perder 23 kg. E, como eu estava dizendo, em São Paulo, eu vivia me escondendo por meio da escova, da tintura e da maquiagem...
Apesar de ser feminista, nunca consegui me livrar destes ditames de beleza morando na cidade grande. Tive que mudar de estado para aprender a me aceitar do jeito que eu sou. Hoje eu aceito as ondas naturais do meu cabelo -– que hidrato usando babosa que eu encontro na rua --, aceito as curvas do meu corpo roliço -- a despeito dos olhares tortos das pessoas --, e aceito as linhas de expressão que têm aparecido no meu rosto a cada dia... porque, afinal de contas, ondas, curvas e linhas nada mais são do que figuras geométricas. Por que ainda odiamos tanto a geometria do nosso corpo? Fica aí a reflexão.
Aqui eu também quase nunca uso maquiagem. Adoro me maquiar, mas aprendi a me sentir bonita sem usar deste artifício. Acho que a busca pela simplicidade é o que me move hoje em dia. Todo este ritual de se maquiar diariamente hoje me parece por demais complexo e sem sentido. Perder pelo menos 30 minutos diários pintando a cara já não combina mais comigo.
Mas, em São Paulo, se eu saísse na rua de cara limpa, me sentiria completamente esquisita. Ir trabalhar sem maquiagem então, nem pensar! Outra coisa com a qual eu relaxei é com a pintura do cabelo. Adoro ser ruiva, mas aqui eu tenho outras prioridades, pois ganhar dinheiro numa cidade pequena é muito mais difícil do que numa cidade grande.
Então, eu pinto o meu cabelo quando sobra alguma grana pra comprar a tinta e, quando não sobra, tudo bem ficar com raízes castanhas e o resto do cabelo vermelho desbotado... Não vou criar rugas de preocupação por causa disso! E se eu criar, aceitarei cada uma delas como eu aceito cada linha do meu corpo. Não vou me esconder atrás de um pancake, de um corretivo, de um BB Cream, de um milagroso creme anti-celulite ou anti-estrias, de um shake emagrecedor ou de um photoshop.
Eu quero mais é gostar de mim, me aceitar do jeito que eu sou. Não sou do tipo que esconde a idade porque cheguei nos temidos trinta anos –- na verdade, 33 -- nem pretendo esconder meus cabelos brancos quando eles começarem a aparecer. Amo ser ruiva de farmácia, mas acho os cabelos grisalhos lindos também. Espero um dia ter uma cabeleira toda grisalha e brilhante!
E com o meu corpo, estou vivendo este mesmo processo de aceitação. Aqui, uma cidade cheia de ladeiras com predomínio de pessoas magras que andam de bicicleta pra cima e pra baixo e adotam o estilo de vida vegano, eu sou uma gordinha solitária. Em São Paulo, onde há um fast food a cada esquina e onde o sedentarismo predomina, eu era uma gordinha que se sentia aceita, incluída.
Ainda mais porque em Sampa está crescendo um movimento de empoderamento das mulheres gordas, de valorização da autoestima feminina independentemente do tipo físico e do peso na balança. Lá existem lojas especializadas no público plus size. Já aqui, eu sou exceção, pois quase não há pessoas acima do peso, muito menos lojas atentas para a questão da diversidade.
Apesar de a cidade ser um reduto de pessoas místicas e altamente espiritualizadas -- que, em tese, deveriam se preocupar em conhecer a fundo o interior de cada um --, eu já recebi diversos olhares tortos e de desdém por não fazer parte do seleto grupo de pessoas esquálidas de Alto Paraíso. Estes olhares já me fizeram muito mal, já me entristeceram demais. Tenho sentido na pele a gordofobia muito mais do que eu sentia em São Paulo, essa é a grande ironia.
Mas hoje eu acho bem triste quem julga o outro pela sua aparência física. Qualquer preconceito é ruim, e quem julga um livro pela capa está perdendo a chance de conhecer uma história incrível. Assim, aos que já me julgaram por eu ser mais redonda do que o restante das pessoas, eu lamento esta atitude: vocês estão deixando de conhecer uma pessoa que tem muita história pra contar apenas porque a capa deste livro não agradou aos seus olhos.
Um conselho: aprenda a conviver com as diferenças, pois elas servem para enriquecer a sua vida. Eu já fui bem magra, já pesei cinquenta quilos há bem pouco tempo, sete anos, para ser exata. E nesta época em que eu era magra e estava dentro dos padrões estéticos aceitos pela sociedade, só eu sabia o quanto eu era infeliz.
Hoje estou acima do peso por uma série de problemas hormonais e emocionais pelos quais passei e ainda passo. É raro quem chega aos 33 anos incólume, sem ter vivido um processo doloroso mais difícil, sem ter tido uma história de perda, sem ter caído uma vez que seja. Minha vida é um eterno ciclo de cair e levantar, uma grande história de superação. Nestas situações, o corpo, que somatiza tudo o que acontece com nosso emocional, é quem mais sente a barra.
Meu corpo é o reflexo de tudo o que eu vivi –- coisas boas e ruins –- e eu sou grata a cada uma delas, pois elas me fizeram ser quem eu sou hoje. E também sou grata ao meu corpo, que tem segurado a onda bonito! Eu tenho emagrecido aos poucos, graças à minha melhor amiga, a Branquela, minha querida bicicleta do coração, e à mudança de hábitos alimentares.
Mas eu quero emagrecer não pela questão estética, que nunca foi de fato um problema para mim, mas para os outros. Quero emagrecer para ter mais disposição física para as longas caminhadas dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Eu consigo caminhar 5 km a pé numa boa, mas meu joelho sempre reclama no fim do dia.
Quero conseguir atravessar a nado a Cachoeira São Bento sem perder o fôlego. Quero conseguir subir de bike a avenida principal da cidade e me sentir vitoriosa depois de enfrentar esta ladeira vertiginosa. Para tudo isso, não restam dúvidas de que, sendo magra, tudo é mais fácil.
Mas, para as outras áreas da minha vida -- trabalho, amor, família, amigos, etc -– sinceramente, não faz a menor diferença se eu estou na falácia do “peso ideal” ou se eu ainda preciso perder 23 kg. E, como eu estava dizendo, em São Paulo, eu vivia me escondendo por meio da escova, da tintura e da maquiagem...
Apesar de ser feminista, nunca consegui me livrar destes ditames de beleza morando na cidade grande. Tive que mudar de estado para aprender a me aceitar do jeito que eu sou. Hoje eu aceito as ondas naturais do meu cabelo -– que hidrato usando babosa que eu encontro na rua --, aceito as curvas do meu corpo roliço -- a despeito dos olhares tortos das pessoas --, e aceito as linhas de expressão que têm aparecido no meu rosto a cada dia... porque, afinal de contas, ondas, curvas e linhas nada mais são do que figuras geométricas. Por que ainda odiamos tanto a geometria do nosso corpo? Fica aí a reflexão.
Eu sofri um sequestro relâmpago e fiquei com estresse pós traumático, fiquei quase sem sair de casa por quase dois meses. Comecei a me alimentar muito mal, comia muito salgadinho, chocolates industrializados, biscoitos recheados entre outros lixos em excesso. E como vivia mais sentada e deitada do que em pé em casa, engordei pelo menos 5 kgs. Apesar de receber alguns elogios machistas sobre estar parecendo uma 'mulher-fruta' e estar no padrão da maioria das feministas, isso não estava me fazendo feliz, me escravizava e essa rotina foi devido a um trauma. Cada pessoa tem sua experiência de vida, estilo de vida e padrões que podem fazer algumas felizes e outras não.
ResponderExcluirEu achei bem interessante o seu texto Shaonny, realmente as cidades mais do interior elas tem este ponto de positivo, as pessoa s não são tanto de ficar reparando na estética umas das outras.
ResponderExcluirE pode ate parecer que não agora, mas depois que o seu peso estiver de acordo com adequado para a sua altura, você vai se sentir bem melhor mesmo, especialmente ser você começar fazer bastante atividade física, pois a atividade física faz o organismo produzir de forma natural, uma substancia que fazem a pessoa se sentir bem.
Bom dia
Shaonny, também sou gorda e percebei uma coisa interessante sobre as lojas de roupa: em São Paulo, compro em loja especializada. Em uma cidade de tamanho médio (nenhum pólo) no interior, acho roupas para mim em lojas comuns, grandes magazines locais, não pertencentes a redes nacionais. São lojas de roupas bem comuns que atendem do menor ao maior tamanho disponível. Creio que para as super plus seja mais difícil, não creio que atendam a um tamanho 80, por exemplo.
ResponderExcluirSobre o estilo de vida de onde você está: se as pessoas acolhessem em vez de julgar poderiam até "converter" (com muitas aspas nisso) você e outras pessoas a algumas práticas bacanas que eles tenham...
Só acho que você confundiu uma coisa: 'estilo de vida vegano' quer dizer não consumir produtos derivados de animais, como carne e roupas de couro, por considerar anti-etico explorá-los. Não quer dizer 'modinha saudável', ok? Favor não diminuir o significado de outros movimentos sociais. E veganos podem ser gordos. Açúcar e várias massas são veganas.
ResponderExcluirAcho impossível existir uma cidade em que a maioria das pessoas sejam realmente veganas.
quer dizer agora que pra ser bonita é só sentir?
ResponderExcluireu tb vou me sentir alto pra ver se funciona!
kkkk
Eu tenho visto muito pessoas e movimentos que se dizem mais conscientes e espiritualizados sendo intolerantes com o diferente!
ResponderExcluirUm exemplo bem próximo pra mim são as mães que buscam uma alimentação mais saudável para seus filhos (até aí super Ok ) mas que demonizam qualquer coisa que fuja dessa linha de forma exagerada e até mesmo grosseira.
Parece que a pessoa busca uma melhora no estilo de vida e acaba numa seita: cheia de radicalismo e intolerância :(
Yeeeees!
ExcluirIsso é relaxar com a aparência, no melhor sentido da expressão ♥
ResponderExcluirJá deu de sofrer com todas essas pressões estúpidas, que só servem pra nos tornar consumidoras mais interessantes pra esse mercado desprovido de ética.
Ótimo post. Já morei no interior por 5 anos e algumas pessoas olhavam diferente para quem não estava com boas roupas, não usava maquiagem, não pintava cabelo e passava maquiagem. De volta à querida capital ilha vejo várias pessoas que não pintam cabelo, não usam maquiagem e unhas e adoro isso. Sem pressão para estar dentro da estética padrão consumista.
ResponderExcluirEu cresci em Alto Paraíso, a maioria das pessoas lá não são veganas. É cheio de pasto com criação de gado para consumo e muitos açougues, muita gente cria galinhas e alguns até porcos em casa para comer, minha primeira vizinha criava um porco que abateu no Natal, a vizinha do outro lado criava galinhas e meu vizinho atual cria gansos, e duas casas acima da minha mora um rico criador de gado que fornece para os açougues. Eu mesma conheço alguns poucos vegetarianos, mas nenhum vegano. Muita gente de fora vai morar em Alto Paraíso por ser considerada uma cidade espiritualizada, mas o povo nativo que é a maioria vive uma vida típica de interior. O que acontece é que é uma cidade turística, que chega a dobrar a população da cidade em turistas durante alguns feriados, então tem uma variedade de restaurantes, inlcluindo vegetarianos e veganos. Muita gente planta até no quintal mesmo, lá em casa mesmo a gente planta, então é fácil obter vegetais orgânicos para quem quer.
ResponderExcluirE realmente esse lado do povo não se importar muito com roupa e maquiagem é muito bom. Eu atualmente moro em Brasília e sempre visito lá, e é muito mais confortável poder ser você mesma, sem ser julgada o tempo todo por coisas banais. Pessoalmente, acho que isso é comum no interior de uma forma geral, pois meu amigo mora no interior de São Paulo e diz que é igual. Só não acho que há mais gordofobia lá do que em cidade grande não, talvez seja esse povo "espiritualizado" que veio de outras cidades aí que seja mais preconceituoso. Ou talvez seja São Paulo que é menos preconceituoso. Também discordo sobre a maioria estar em forma, muitos amigos meus estão acima do peso, mais uma vez acho que isso vale para esse grupo específico de pessoas.
Não conheço Alto Paraíso, mas vc falou tudo. Desculpa, mas essa "gordofobia" de Alto Paraîso parece estar mais na cabeça da autora do que no povo da cidade. Desde quando SP é uma cidade tolerante? Pode até ter de tudo em SP, mas isso não a torna uma cidade tolerante. Gente louca tem em todo lugar. Nasci em SP e moro no interior de MG há 8 anos. Aqui há muito mais amizade e tolerância que em SP. Há gente boa e ruim em qq lugar.
ExcluirApesar de ter notado mais olhares diferentes no interior do que na capital, também acho que a discriminação pela aparência ocorre em todas as cidades seja no interior seja na área metropolitana. Creio que nas cidades maiores com mais pessoas existe um grupo maior que luta pelo respeito e educação, pois quanto mais se unirem para questionar o que está errado maior será o resultado positivo.
ResponderExcluirOdara,
ResponderExcluirEu concordo totalmente com você!
Tem um povo cagador de regra que é bem isso aí de seita radical e intolerante.
Já percebi isso também Odara. As pessoas costumam associar simbolicamente a pessoa gorda ao descontrole, à feiura, ao fast-food, à pressa em comer, à doença, à preguiça. Então, já notei uma certa discriminação do gordo em ambientes, digamos, mais naturais. O que é uma contradição, já que como a Anon A falou, existem veganos gordos.
ResponderExcluirA maioria das pessoas é vegana e está dentro do peso? Sério?
ResponderExcluirA sociedade limita as pessoas, reprime faz mal.
ResponderExcluirInfelizmente a tv é feita par nos alienar, nos machucar, pois assim fica mais fácil vender diversos lixos.
Até nossa sexualidade é reprimida pela sociedade e pela grande mídia, como se houvesse um padrão monogâmico romântico, certinho a seguir.
Temos de quebrar as amarras, romper os tabus, protestar contra as correntes.
Feliz é quem vive de acordo com os próprios desejos.
"temidos trinta anos"? WTF??????
ResponderExcluirEu nunca tinha parado pra pensar sobre isso de interior e capital.
ResponderExcluirMas eu fui uma criança um pouco gordinha (dentro do peso normal) e vivia numa cidade grande. Eu nem se quer tinha a percepção que eu era ligeiramente maior que meus coleguinhas.
Quando mudei pra um interior bem interior...no primeiro dia de aula fui recebida com um "olha a baleia chegando", e isso se repetiu com frequencia.
"Não sou do tipo que esconde a idade porque cheguei nos temidos trinta anos –- na verdade, 33 -"
ResponderExcluirParei de ler aqui. Tonta.
Pois é, Mila. E eu noto essa intolerância em relação a outras coisas que fujam do padrão do grupo , não só o peso.
ResponderExcluirEm um ambiente mais "natural", como você falou, eu já vi preconceito e discriminação em relação à uma mulher que se produzia mais. Tipo as de rasteirinha fazendo cara feia pra que estava de salto!
É irônico: na busca por quebrar padrões se cria um novo padrão que é seguido e cobrado cegamente!
E eu me pergunto: de que adianta? ??
Eu já passei por isso! No grupo de amigas alternativas eu resolvi pintar o cabelo e só faltaram me engolir. Um saco isso mesmo
ResponderExcluirCertos olhares costumam ser mais nocivos do que algumas palavras. Ainda que vindos de um desconhecido. Minha solidariedade à autora do post.
ResponderExcluirEnqto isso aqui no Rio, um grupo d meninos entre 15 e 16 anos do colegio PEDRO II, resolveu abusar sexualmente de uma menina de 12 anos e filmar tudo pra dividir com os amigos.
ResponderExcluirEu já morei no interior e em capitais, aqui no Brasil e fora também. Encontrei gordofobia nas duas situações. É que nas capitais a coisa costuma ser um pouquinho mais sutil só. No interior, talvez pelas pessoas viverem em grupos constituídos há muito, elas se sentem mais fortes para discriminar e cobrar na cara-dura mesmo. O grupo dá apoio.
ResponderExcluirQue lugar chato e lindo. Hahaha
ResponderExcluirEspero que vc supere essa fase (claro que vai), lindona. Adorei teu depoimento. ^^
Batata frita é vegana heim gente, não se esqueçam =)
ResponderExcluirA do mcdonalds tem uma porcentagem de lactose. Mas já vi veganos dizerem q a massa de esfiha do habibs é vegana
ExcluirA batata do McDonald's é frita com gordura de porco.
ResponderExcluir"Sejas uma retardada mental"
ResponderExcluir"Aprendas" a conjugar verbos na segunda pessoa, ou não tentes fazê-lo, para não te expores ao ridículo.
Se não fosse o link incluso no comentário, seria o primeiro comentário(em anos) que eu acharia de boa a Lola manter. rsrsrs
ResponderExcluirPior que depois ainda vai vir um maluco dizer que ele mesma posta comentários contra ela.
Moh comédia.
Lola, se alguém comentar sobre 4chan/ pissforequality mostra isso aqui pra eles
ResponderExcluirhttps://twitter.com/laurenonizzle/status/651161309912825856
As tais contas são fakes
"A batata do McDonald's é frita com gordura de porco."
ResponderExcluirgordura vegetal
em alguns lugares do mundo esse óleo é saborizado
Aqui no Brasil alguém no Twitter me avisou (anteontem, eu acho) que o 55Chan tentaria promover algo do tipo por aqui. Mas é tão estúpido que ninguém caiu. O máximo que eles podem fazer é criar fakes de feministas e dizer "Olha só o que essas feministas inventam", como fizeram com aquele negócio de mostrar sangue menstrual.
ResponderExcluirMas o que eles não têm em criatividade e inteligência eles têm em tempo de sobra, vamos admitir.
Gente, eu sou de Goiânia e já visitei alto paraiso durante as ferias, realmente o que não falta la é hippie e vegetariano. Desejo boa sorte para a autora na sua realização consigo mesma, a regiao é linda, otima para quem gosta de ecoturismo e natureza.
ResponderExcluirTirando mel, existe algum açucar que não seja vegano?
ResponderExcluirRIDÍCULO ESSA "MODA" padrão sei lá o que ... Plus. Size ! Ditadura da magreza é um veneno ! Mal que deve ser cortado !
ResponderExcluirSaúde é o que está demarcado nos seus exames médicos ... Gordinhx alta magra baixa ... Tds mulheres são belas ! Com tinta sem tinta ... A beleza vem de dentro !
Sejam livres e sem neuras ... A felicidade está aí ....
MArceLLA
Acho que isso de mais tolerância em cidade grandes é muito mais relacionado as pessoas serem distantes e não repararem muito nas outras. Nasci no interior de MG e há 4 anos moro em São Paulo,me lembro que no começo eu tentava puxar assunto em filas de banco, no metro, etc ou sorrir para as pessoas na rua e as pessoas quando não assustavam, ignoravam ou nem viam.
ResponderExcluirMas os julgamentos em pequenos grupos sempre vão continuar nas grandes cidades. O pessoal da rua nem sequer olha, mas no serviço já é outra história...
Eu particularmente prefiro o interior, até com a discriminação é mais facil de lidar já que você pode abrir o jogo na lata para a pessoal e dizer que se sente mal e etc, quando a coisa é velada é mais complicada.
Atualmente estou passando férias na minha cidade natal e, sinceramente, mal posso esperar para poder voltar a morar aqui. Cidades do interior são muito melhores que as grnades capitais
Já eu me sinto melhor quando visito uma cidade grande, vejo passar pessoas de todos os estilos, produzidas, sem produção, e ninguém parece prestar muita atenção.
ResponderExcluirAqui na cidade de interior que vivo, se uso uma bolsa todos os dias já sabem até onde estou indo(já aconteceu, a mulher do mercado disse que sabia quando eu ia viajar pela bolsa que eu passava na rua(??))
Fora que aqui todos se vestem mais ou menos igual, se tu usa uma saia comprida diferente, já ficam olhando como se fosse um et, ou melhor, cigana.
Eu como sou mais introvertida, detesto ter que estar encontrando conhecidos a cada esquina.
Minha cidade só é boa porque dá pra andar na rua a noite que não encontra uma alma viva.
Tanto faz o lugar, o físico, as roupas. Se a pessoa for altamente permeável à opinião alheia, ela sempre vai se afundar quando criticada (ou achar que está sendo criticada). Não é culpa da sociedade e sim da pessoa que tem duas latas de lixo no lugar dos ouvidos. Quem não ouve, e tá cheio de gente por aí que não ouve, se dá bem em qualquer lugar do mundo. Não é porque sou mulher, sou negra, sou gorda, sou isso ou aquilo que tenho que vestir a opressão no corpo, esse é um raciocínio de grupo muito prejudicial. Estar oprimido por dentro é OPCIONAL. Por fora não tem escolha mas por dentro, tem sim.
ResponderExcluirGente, mais um caso de abuso contra uma menina de 12 anos. Rapazes de 16 e 17 anos estupraram uma menina de 12 no colego pedro ii e seus atos estao sendo acobertados pela direcao da escola. Sequer serao punidos e continuam estudando junto a vitima. So serao expulsos da escola ano q vem. Os meninos estao sendo considerados vitimas de difamacao e protegidos pelos pais.
ResponderExcluirhttp://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-10-07/aluna-vitima-de-abuso-sexual-no-pedro-ii-ja-havia-sofrido-outros-dois-ataques.html
ResponderExcluirPor que esses pais não se uniram, mandaram a direção da escola à MERDA e não entraram de sola processando a instituição?
ResponderExcluirAh claro, foi uma garota a vítima. Desde cedo, mulher aprende que a palavra dela vale muito menos que a de um homem.
Esse caso do Pedro II é escabroso. Parece muito com o caso que postaram aqui há algumas semanas com o link de um relato no facebook da mãe da amiga da vítima. Mas acho que não é o mesmo, se não me engano o outro caso era num colégio público e esse é em colégio de riquinho. Não sei pq não sou do Rj, posso estar me confundido.
ResponderExcluirTomara que seja o mesmo caso.
Anon A,
ResponderExcluirPodem até existir veganos gordos sim... Mas não são maioria. Daí o preconceito é frequente até entre os próprios veganos.
Ha um tempo atrás eu entrei numas comunidades veganas no face, pra pegar dicas de mudanças de hábito, adaptação, porque ainda quero muito parar de consumir produtos de origem animal... A maioria das comunidades que eu entrei tem pelo menos um tópico sobre gordofobia, com algumas pessoas defendendo esse ponto de vista que vc falou, de que vegano pode sim ser gordo, e um batalhão de gente dizendo "sou gordofóbico sim! Esses gordos são tudo carnistas" e até uns força-barra que apelam pra argumentos do tipo "ta, o cara pode até ser vegano, mas é gordo! Se é gordo ele ta consumindo mais alimentos, recursos do que precisa e causando impacto ambiental".
Eu não acho que cidades "espiritualizadas" sejam menos apegadas aos padrões de beleza... Eles simplesmente tem padrões diferentes, aos quais se apegam. Numa cidade "espiritualizada" você não precisa de maquiagem, tinta e chapinha (na verdade essas coisas só provam o quanto você é fútil e "não espiritualizado")... Mas você é bem aceito se estiver com a "aparência certa": magreza, dreads, colarzinho de miçanga, roupas com estampas tie dye, sandalhinha rasteira de fabricação artesanal...
O "padrão de beleza" é mais homogêneo em cidade pequena, enquanto em cidade grande tem o grupo dos roqueiros, hippies, fitness, casual, playboy, etc.
Na cidade pequena todo mundo se conhece, o convívio é mais intenso, as pessoas se preocupam mais com a vida dos outros e patrulham de perto.
É o mesmo caso. O pedro ii é um colegio publico federal. A unica defesa q a vitima teve foi da mãe de uma coleguinha, q agora está sendo ameaçada
ResponderExcluirProvavelmente, a escola quer jogar a sujeira para debaixo do tapete "para não manchar o nome da instituição". Possível que não dê em nada, infelizmente, vão inventar mil e uma desculpas, dizer que essa garota já namorou/ficou com algum deles para justificar o abuso. Dependendo do nome ou do dinheiro da família desses misóginos teen, é possível que não dê em nada mesmo.
ResponderExcluirDesejo muita força à ela, Em vários casos, a gente prefere se fechar em si mesma, por medo, por vergonha. Às vezes, nos perguntando se até foi um abuso mesmo.
Adorei o comentário do anon 06:10
ResponderExcluirSe vc se importar muito com a opinião alheia, nenhum lugar vai ser bom.
"a "aparência certa": magreza, dreads, colarzinho de miçanga, roupas com estampas tie dye, sandalhinha rasteira de fabricação artesanal..."
ResponderExcluirHahhaha, bem assim mesmo, Rê Bordosa! Quando estudava na faculdade, via muito isso na galera dos coletivos de esquerda. Demonizavam quem era mais patricinha, chegavam até a demonizar quem usava roupa social (pq ia trabalhar depois). O bonito mesmo era usar rasteirinha, saião comprido, blusa de algodão orgânico e trabalhar numa profissão "amor", e nada de ficar trancafiado em escritório, pois isso é "servir ao capitalismo".
Sobre a diferença interior X capital: me sinto infinitamente melhor em capital ou cidade grande, as poucas vezes que visitei e fiquei em cidades pequenas me senti patrulhada, notava preconceito com muitas coisas, até com gente mais estudada ("ain, ela faz faculdade, quer se achar") etc.
Só de ler esse post o ar ficou mais limpo... Essa é minha meta, um dia deixar de ter nóia com minha aparência, não necessariamente parar de usar cosmético, porque eu amo, mas deixar de insegurança.
ResponderExcluir" Estar oprimido por dentro é OPCIONAL." Esse discurso até tem um fundo de verdade, mas pra se livrar das inseguranças é preciso passar por um processo, fora que esse pensamento facilmente leva á culpabilização da vítima, e não promove mudança nenhuma na atitude escrota dos outros.
Dan
B, o discurso não muda, o que muda é a estética... Tipo "olha lá aquela moça, que dó... Tão fútil com sua maquiagem e seu vestidinho decotado, escrava do julgamento dos outros. Ainda bem que eu sou superior a isso e me libertei", pensa a militante idealista com seu look pseudocasual minuciosamente montado para agradar a seus colegas militantes idealistas e fazer parte do grupo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"B, o discurso não muda, o que muda é a estética... Tipo "olha lá aquela moça, que dó... Tão fútil com sua maquiagem e seu vestidinho decotado, escrava do julgamento dos outros. Ainda bem que eu sou superior a isso e me libertei", pensa a militante idealista com seu look pseudocasual minuciosamente montado para agradar a seus colegas militantes idealistas e fazer parte do grupo."
ResponderExcluirBem assim mesmo.
Deem um Oscar para essa mulher!
:D
ResponderExcluirValeu, B, rsrs.
Tem algum vegano que pode me tirar uma dúvida? No outro post, alguém perguntou que mal faz comer os ovos não fecundados de galinhas criadas em quintal?
ResponderExcluirFico bem feliz quando uma mulher diz que aprendeu a se amar. Mas me irrita profundamente o efeito que esse discurso "me libertei da maquiagem" produz. Em muitos espaços feministas, salto e maquiagem são sinais de submissão. Ah, velho, dá um tempo! Nem tudo é uma resposta ao patriarcado. Você pode ter toda a estética "não ligo pra essas futilidades" e continuar reproduzindo machismo e, pior, dando o recado de que as outras mulheres estão se submetendo ao patriarcado com seus batons vermelhos. "Perder trinta minutos" fazendo isso ou aquilo, como se quem não se maquiasse utilizasse seu tempo para procurar a cura do câncer! Total impaciência pra isso! Por essas e outras tenho cada vez mais me identificado como uma péssima feminista, porque me maqueio pra mim SIM, uso salto SIM, rebolo dançando Anaconda - e não venham me dizer que amo ser oprimida! Amo ser livre, com ou sem meu batom vermelho da Mac! Beijos.
ResponderExcluirUse maquiagem,salto e outras coisas que você quiser, mas depois não reclame que ser mulher da trabalho demais , mulher tem que sofrer para ser bonita entre outras asneiras.
ResponderExcluirNão digo nem preciso dizer nada disso. Muito menos me sinto assim. Disse que uso quando eu quero, o que não me impede de sair sem nada disso quando quero também.
ExcluirGente! Entrem no grupo Ogros Veganos do face, muita gente feminista, gorda, que gosta mtoooo de comer e a maioria é tranquila.
ResponderExcluirNossa, eu passo exatos tres minutos me maquindo de manhã,e gosto!
ResponderExcluirUma vez fui numa festinha com os amigos do meu namorado, estudante de biologia. EU era a unica "sem rasteirinha e saião". Uma menina me perguntou se eu não me sentia mal usando rimel, porque isso era que eu queria esconder meu verdadeiro eu.... PUTZZZZZZZ
Qustionar a sociedade é sempre valido, mas condenar quem faz algo, seja de um lado ou de outro, é dose.
Yara
Cada um é cada um, mas tanta justificativa de porque ela vai emagrecer e tanta reclamação quanto a gordofobia me parceu contraditório com oo ' gosto de mim como sou'.Sei lá, se a pessoa se aceita e não se preocupa com a opinião alheia, não precisa justificar porque engorda ou porque emagrece, penso eu. E também umas coisas um pouco desproporcionais, falar em ruga, cabelo branco e mentir a idade aos 33 anos??? Como disse alguém ali em cima WTF! Sociedade criando paranóicos cada vez mais cedo....
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