Quatro anos atrás, Nanda escreveu um guest post polêmico no meu blog.
Era um texto de ativismo materno, em defesa do parto natural, contra a cultura da cesárea que impera no Brasil. 54% de todos os partos no país são cesáreas (84% para quem tem convênio médico; 40% no SUS), o que faz do Brasil o recordista mundial nessa prática que deveria ser uma exceção. A Organização Mundial da Saúde recomenda que as cirurgias não ultrapassem 15%.
Obviamente, isso é cultural. Não há nada de errado com as mulheres daqui que as impeça de ter um parto normal, cuja recuperação é muito mais rápida, que oferece menor risco. E cabe às ativistas discutir esses dados, rebater lendas, lutar por um atendimento decente nos hospitais, pelo direito a parir em casa, lutar pelo parto humanizado.
É isso que muitas ativistas maternas continuam fazendo hoje e o que Nanda fazia até um tempo atrás. Hoje ela não participa mais desse ativismo. Mas naquela época (lembrando que quatro anos é um tempo imenso em matéria de internet) era importante escrever textos mais radicais, que tirassem mesmo as pessoas da sua zona de conforto. Além do mais, o feminismo ainda não acolhia muito bem o ativismo materno, e vice versa. Eu nem sabia o que era violência obstétrica.
Essa ainda não era uma pauta também das feministas. Portanto, tenho orgulho de ter sido um dos primeiros blogs feministas a fazer essa ponte. Tenho orgulho de ter palestrado, em março, em Maceió, num seminário sobre parto e nascimento. Tenho orgulho de ter publicado o post da Nanda, que eu continuo achando excelente, apesar de alguns exageros.
Essa ainda não era uma pauta também das feministas. Portanto, tenho orgulho de ter sido um dos primeiros blogs feministas a fazer essa ponte. Tenho orgulho de ter palestrado, em março, em Maceió, num seminário sobre parto e nascimento. Tenho orgulho de ter publicado o post da Nanda, que eu continuo achando excelente, apesar de alguns exageros.
Na terça, porém, a Folha publicou uma matéria sobre comunidades pró-cesárea na internet. E descontextualizou a parte mais chocante do guest post da Nanda e a jogou na matéria, sem consultá-la, sem ver se ela mudou de opinião nesses últimos quatro anos.
Pessoalmente, eu continuo tendo a mesma visão: ninguém deve julgar mulher nenhuma se ela decidir fazer cesárea, ou parto domiciliar, ou não querer engravidar, ou se quiser fazer um aborto. Deveria ser uma escolha individual. Mas é importante falar sobre todos esses temas, porque as escolhas individuais que fazemos ou deixamos de fazer na maior parte das vezes não são tão escolhas assim (tente encontrar um médico particular que aceite fazer parto normal, por exemplo).
Por isso, criar páginas a favor da cesárea, no país recordista em cesáreas, me parece meio como pedir desfile de orgulho hétero, sabe?
Fica aqui o texto que Nanda escreveu anteontem.
Quando se fala de opressão em movimentos sociais, o indivíduo desaparece. Racismo, por exemplo, não é (só) aquele comentário preconceituoso direcionado àquela pessoa, mas um conjunto de opressões sustentadas pela superestrutura ideológica. É o racismo estrutural que faz surgir a necessidade de cotas universitárias, por exemplo. O racismo é histórico, é diário, midiático, e é por isso que não existe racismo reverso.
O mesmo acontece com o feminismo. A opressão sofrida pelo gênero feminino não é reproduzida por aquilo que chamam de misandria. Você já deve ter visto por aí algo nesse sentido. É o que os movimentos sociais costumam chamar de falsa simetria ou falsa equivalência: quando o indivíduo retira a opressão de seu contexto social para individualizá-la e fazer parecer que determinado movimento social também está oprimindo, seja a etnia majoritária (brancos) ou o gênero majoritário (homens).
Quando você aponta que uma pessoa está reproduzindo opressão, as respostas variam. Desde uma defesa passional até um ataque irracional, a maior parte das pessoas se recusa a entender que um comportamento racista, ou machista, não a torna necessariamente uma pessoa ruim, e quando você generaliza o comportamento de um gênero ou etnia, os brados de “nem todos os homens” ou “tenho amigos negros” surgem exaltados, como se a ofensa fosse pessoal, individual.
O mesmo acontece quando se critica a cultura da cesariana que impera no Brasil. De 2010 a 2013 eu escrevi para um blog chamado Mamíferas, um dos primeiros blogs a tratar sobre questões como parto humanizado, amamentação, criação com apego, dentre outros temas. Fundado em 2008, o Mamíferas era fonte de informação e acolhimento e foi um marco ter sido convidada a escrever para um blog que me acompanhou durante a gestação e os primeiros meses do meu filho.
Eu costumava brincar que era a Mamífera política, porque meus textos compactuavam com meu background do movimento estudantil: eram combativos, sociológicos e críticos, em contraste com as minhas companheiras de blog, que tinham uma visão mais positiva das coisas. Outra diferença importante entre as minhas companheiras e eu era que eu tinha tido meu filho através de uma cesariana indesejada, como muitas outras leitoras e como muitas brasileiras.
A dor dessa cesariana indesejada me incomodou por muito tempo e me deixou combativa. A militância materna, se assim pudermos chamar, foi se reunindo e nomeando problemas existentes, como a Violência Obstétrica, e movimentando mudanças muito necessárias em um país onde mais da metade dos partos são cirúrgicos (chegando a 90% na rede privada). Alguns médicos têm taxas de 100% de cesariana. E isso é um problema sério, um problema de saúde pública. E eu queria ajudar a mudar isso, a ferro e fogo. Hoje eu ainda quero mudar, mas por outras vias.
Assim como o racismo e o machismo, a questão da cesariana é estrutural. Existe, sim, um sistema que induz a mulher brasileira a optar pela cesariana: a falta de informações verdadeiras sobre os riscos da cirurgia, a falta de treinamento dos médicos para a realização de partos normais, a falta de estruturas nos hospitais, um sucateamento do sistema de saúde pública em prol do sistema de saúde privada complementar… eu poderia continuar por horas.
Por ser um problema estrutural, ele não deve ser tratado individualmente. Por isso, o Ministério da Saúde vem criando medidas para reduzir os alarmantes índices de cesariana, como a obrigação dos planos de saúde de revelarem as taxas de cesariana de seus obstetras e a obrigação da assinatura de um Termo de Consentimento Informado quando a mulher optar por uma cesariana. Com essa assinatura, o Ministério da Saúde espera que as mulheres estejam plenamente cientes dos riscos que a cirurgia envolve (como taxas maiores de morbimortalidade materno-infantil) e que, ainda assim, desejam passar por ela.
No fim das contas, nada mudou. Na verdade, agora os obstetras têm mais uma desculpa para falar mal do governo em suas consultas, quando entregarem, contrariados, aquele pedacinho de papel para a paciente. E esse contrariamento afeta as pacientes, que se sentem acuadas, invadidas. Individualizam a questão e, de repente, se sentem oprimidas.
Há algum tempo têm surgido páginas e grupos no Facebook de mulheres que se sentem diminuídas por textos como os que eu costumava escrever e pelas medidas tomadas pelo Ministério da Saúde. Assim como alguém reage a uma acusação de machismo, elas individualizam a questão social e a transformam em algo sobre elas.
As páginas representam o equivalente ao Orgulho de Ser Branco da maternidade: mulheres orgulhosas por terem tomado uma decisão absolutamente hegemônica, cujo maior empecilho foi ler alguma coisa que alguém postou na internet e elas não gostaram. A quantidade de pessoas curtindo essas páginas é sintomática: não apenas mostra o número absurdo de mulheres que realizam cesarianas, mas reforça a certeza de que o Termo de Consentimento Informado não serve lá de muita coisa.
As páginas representam o equivalente ao Orgulho de Ser Branco da maternidade: mulheres orgulhosas por terem tomado uma decisão absolutamente hegemônica, cujo maior empecilho foi ler alguma coisa que alguém postou na internet e elas não gostaram. A quantidade de pessoas curtindo essas páginas é sintomática: não apenas mostra o número absurdo de mulheres que realizam cesarianas, mas reforça a certeza de que o Termo de Consentimento Informado não serve lá de muita coisa.
Na verdade, ninguém está obrigando ninguém a um parto normal. Muito pelo contrário. A indução à cesariana é estrutural: envolve machismo (“pra não estragar o playground do marido”) envolve classismo (“parto normal é coisa de pobre”), envolve violência. Nós não estamos falando de indivíduos, mas se estivéssemos, esses indivíduos seriam mulheres adultas e, teoricamente, informadas. Responsáveis por seus corpos e suas decisões.
Mas para cada pessoa que fica magoada com um comentário de Facebook, tem uma mulher com hematomas na barriga por que um médico subiu em cima dela para realizar uma manobra de kristeller. Pra cada curtida em uma página dessas, tem alguém com um corte no períneo que talvez nunca se recupere. Pra cada mãe orgulhosa de sua cesariana, tem outra se questionando se aquela cirurgia foi necessária. Pra cada revirar de olhos durante a assinatura do Termo de Consentimento, tem um bebê na UTI com o “pulmão molhado” da prematuridade causada pela cesariana precoce.
Entenda: não é sobre você.
A ativista pelo parto normal fez.... cesariana?
ResponderExcluirAcho um saco essa cagação de regra que parto tem que ser normal, que quem não tem o bebe desta forma é menos mãe. Mãe é quem tem/cria filho, certo? Deixem a mulher escolher o tipo q ela quer em paz! Se quiser parir no meio do mato pendurada em galho de arvore q faça isso, quem quiser cesaria q faça....
Você não leu o texto, única explicação. Não é possível ser tão ignorante assim.
ResponderExcluirOFF, Acho que o feminismo vai ganhar mais espaço na sociedade quando suas ativistas começarem a escrever com mais objetividade. E eu sou feminista, antes que me critiquem. Por exemplo, esse texto leva uns 7 parágrafos até chegar na questão fundamental: ninguém tá obrigando ninguém a fazer parto normal. Daí eu pergunto, alguém com a mentalidade "orgulho cesárea" vai ler o texto até essa parte? Dificilmente, porque antes tem um textão falando de opressão, comparando com racismo e orgulho hétero, depois uma parte gigante falando de experiências pessoais, e só então é que a autora tenta rebater de fato o pensamento da pessoa (de que estão obrigando mulheres a fazer parto normal). Se tivesse deixado claro desde o começo o objetivo do texto, sem precisar de introdução da Lola, ele certamente atingiria mais pessoas. E não é o primeiro post em que vejo isso. Parece que muitos textos feministas são mais escritos para feministas (ou pró-feministas) do que objetivados para o público em geral, acredito que mudar isso seria algo muito positivo para o movimento.
ResponderExcluirQuando eu postei não tinha visto o primeiro comentário, mas agora que atualizei a página apareceu. E não é que caiu como uma luva pra minha explicação? As pessoas não leem o texto até o final porque ele não é o objetivo. Se colocasse desde o início que o texto é sobre a autonomia da mulher, e não mais cagação de regra, as pessoas leriam mais e consequentemente aprenderiam mais, algo totalmente positivo. Pagariam menos mico e espalhariam menos ignorância como esse primeiro comentarista fez.
ResponderExcluirEu não percebi em que momento do texto a ativista reconsidera as afirmações que fez. Sim, não é um questão individual, eu entendi, mesmo assim são afirmações agressivas e odiosas:
ResponderExcluir"Enxergo como uma questão bem simples: se não quer parir, aborte."
Eu não engravidei por acidente. Quero ter um filho. Escolhi a cesária, mesmo "não tendo esse direito". Sim, mas não é sobre mim, sei. Veja, eu posso explicar os motivos: Quando decidi engravidar, já comecei a procurar por parto natural e descobri duas coisas: Parto normal hospitalar = risco de violência obstétrica é 99% (ainda mais que sou negra); parto natural humanizado = custo aproximado de R$8 mil.
Não tenho 8 mil, não quero me submeter a violência, não vou abortar.
É preciso entender quem atacar, de quem é a culpa. É dos médicos? dos planos de saúde? Se for e você atacar as mães, é essa reação que vai gerar.
Infelizmente, argumentos agressivos e que colocam como uma questão individual (se não quer parir, aborte)tendem a gerar o mesmo tipo de reação, então não é estranho uma página congregar as mulheres que se sentiram atingidas. Todo tipo de argumento, todo tipo de discussão, por mais lamentáveis que sejam, têm espaço na rede.
ResponderExcluirNanda tem todo o direito de pensar diferente hoje, sem ser massacrada por algo escrito quatro anos antes. Infelizmente, a internet guarda tudo e as consequências acabam sendo a longo prazo.
Exatamente, comentários como esse ou como "parir é só pn" faz as pessoas que querem/fizeram césarea tentarem se defender. As "perseguidas" e julgadas são elas e não vcs ativistas do pn, que JULGAM o tempo todo.
ExcluirAnon 12:11, entendo seus motivos. Só lamento, lamento muito mesmo. Se eu tivesse o poder de mudar o sistema, mudaria já e você poderia ter o parto que deseja.
ResponderExcluirQue a experiência da maternidade seja muito boa para você e que seu bebê seja uma criança feliz e amada.
É realmente uma situação ridícula. As mulheres tem que lutar e, normalmente, pagar caro para ter um parto natural humanizado (no SUS é questão de sorte) e alguém resolve ter chiliquinho porque existe um grupo que milita que isso é direito de todas? Não condeno quem faz cesariana, cada um faz o que quiser consigo mesmo, mas atacar quem não quer ser operada sem motivo e quer melhorar o sistema de saúde para grávidas e bebês é a das coisas mais patéticas que já vi na vida.
ResponderExcluirO primeiro comentário é imbecil não só pela pessoa não ter lido o texto, mas porque a "cagação de regra" existe, e é que a maioria dos médicos dos planos de saúde só faz cesariana. Espero que os outros comentários sejam de gente menos egoísta e menos burra.
Eu lembro de uma vez ter entrado em algum blog de ativismo do parto natural (posso estar terrivelmente enganada - se estiver me perdoem - mas acho que era esse mamíferas), quando minha cunhada ficou grávida.
ResponderExcluirLembro de ter lido lá coisas como "filho de anestesia" se referindo a bebês nascidos de cesáreas E de partos vaginais com anestesia. No mesmo site também havia um texto que explicava como mulheres que não amamentam são preguiçosas e não tem força de vontade.
Agora tem essa também - não quer parir, aborte...
Se essas pessoas estão de fato tentando defender os interesses das gestantes e neonatos, por que se referem as mulheres e seus bebês dessa forma?? Me expliquem como não tomar isso como pessoal??
Eu já disse inúmeras vezes aqui, mas vou repetir - combater a violência obstétrica não é só uma causa feminista, é uma questão de direitos humanos básico de não ter sua integridade física, emocional e sua dignidade violadas.
Mas o ativismo do parto humanizado está se tornando a outra face do "cesarismo" compulsório...
Jane Doe
Não, não é a mesma coisa de página sobre orgulho hetero, quanta bobagem. Quem opta por césarea está mais é se defendendo da pressão e comentários a todo o tempo sobre oh como vc DEVIA fazer parto normal e oh como vc é menos mãe por não fazer o normal ( sim já cansei de ouvir coisas como "parto normal é parto com amor". A frase deveria ser NINGUÉM ESTÁ TE OBRIGANDO A FAZER PARTO CESAREO. Parem THE FUCK de julgar quem prefere não sentir dor. O corpo é da pessoa, vc NAO VAI sentir as dores no lugar dela. Não sei pq o parto alheio incomoda tanto. Pra mim falar essas coisas é que tá mais pra orgulho hetero isso sim.
ResponderExcluirNunca vi NINGUÉM falando que tem orgulho da césarea, pelamor. Já gente se achando mulher maravilha pq fez pn tem às pencas.
ResponderExcluirJuba, (sou a anon do 12:11) obrigada por se dispor a entender, por mostrar que é possível expressar amor na internet. Eu também queria mudar tudo. E queria ser mais forte.
ResponderExcluirIsso as meninas as outras anoms tem razão. Eu já entrei nesta página do face " não me obriguem ao parto normal" e realmente elas são muito baixas em relação a comparação, machismo e elitismo no parto cesariana. Porém em outras pages em prol do fim da violência obstetrica, em vez de apoio, mães que decidem a cesária e tem medo da violência são tratadas com um desdenho enorme. O que é prejudicial não só a mãe que não encontra abrigo, mas a todo o movimento que se recusa a abordar uma decisão. Eu mesmo, mesmo lendo todos os dados relativos ao beneficios do parto normal, tenho minhas dúvidas. Principalmente depois do parto de parentes próximos, que mesmo em casa e natural, resultou em uma laceração extremamente dolorosa na mãe. Porém eu gostaria, de que quando fosse a minha vez, se cogita-se a cesária, e fosse ao grupo, fosse tratada com o devido respeito. Não dizendo - " você não vai fazer um parto, sim uma expulsão cirurgica" ( sério, já li isso), " mãe que é mãe, opta pelo melhor para o filho" ( afinal ela mesma não importa)...e etc ..Porque a abordagem pode sim, fazer a grávida mudar de idéia, porém desta forma agressiva, jamais.
ResponderExcluirParece que existe uma guerrinha entre as mulheres que preferem o parto normal e as que preferem cesárea.....
ResponderExcluirDessa maneira, só o Malafaia, Bolsonaro e Eduardo Cunha se dão bem.....
O pior é ver que existem picuinhas bobas que somente prejudicam.....
ResponderExcluirEstou grávida e minha cesárea já está marcada. Foi minha opção e nem cogitei parto normal, por "n" motivos que são MEUS e de ninguém mais. Mas sinceramente não me senti ofendida pelo post, muito pelo contrário, acho que a moça tem toda razão: o direito à escolha ao parto normal é retirado das mulheres por médicos ambiciosos e inescrupulosos. Enquanto o direito à cesárea é garantido e comemorado, motivo pelo qual a Autora fez a comparação com o "orgulho hétero". Se alguém tivesse me impedido de escolher pela cesárea (o que não ocorreu, óbvio), certamente eu iria me cadastrar no movimento pelo direito à cesárea, mas né? Desnecessário.
ResponderExcluirDe qualquer forma, acho que as mulheres devem parar de se atacar e começar a lutar pelo direito de escolha, para que sejam tratadas com dignidade na rede pública e privada de saúde, independentemente do que optaram para si.
Fabi
Eu acho que a intolerância e o extremismo são muito perigosos nesse momento tão frágil para a mulher e o bebê.
ResponderExcluirSou da área da saúde e conheço as inegáveis vantagens do parto normal mas já presenciei duas situações de grande risco pela insistência irracional das mães em fazer um parto normal mesmo não sendo recomendo por médicos responsáveis e comprometidos (coisa rara mas existe!).
Em um dos casos o bebê ficou quase um mês na UTI por problemas decorrentes do trabalho de parto muito prolongado e no outro a mãe perdeu o útero (e quase a vida) pelo mesmo motivo.
Não estou defendendo o uso irracional de cirurgia como vem sendo feito no Brasil, apenas acho que a demonizaçâo do procedimento também pode ser prejudicial.
Alguns comentários suportam o que eu vou dizer: ou as pessoas estão com preguiça de ler e pensar (são tempos de 140 caracteres...) ou o rancor barato é palavra de ordem (como tem sido no mundo virtual...) ou as pessoas estão ficando malucas. Tudo isso junto? No mais, ótima reflexão, tudo muito bem desenhado: só não entende quem desmerece a razão. São tempos de termos como "saúde financeira", "vizinho solidário" e "parto humanizado"... conceitos redundantes, não? Tô loca, Lola?
ResponderExcluirA questão é realmente muito simples: as mulheres que querem fazer parto normal não tem o direito a isso. São coagidas a uma cesárea que não querem através da ignorância dos médicos, da violência obstétrica, do preço que é preciso pagar pra ter um parto normal humanizado, pela ganância de uns açougueiros. As mulheres que querem parto normal deviam ter o direito de fazer isso, e reagir como se um grupo defender seu direito de escolher um parto que não seja a cesárea significasse que elas querem obrigar todas a terem parto normal é que nem a bancada evangélica chorar que aceitar famílias homossexuais destruiria a família tradicional, ou que os gays ganharem direitos civis vai terminar em ditadura gay.
ResponderExcluirClaro que esses insultos às mães que fizeram cesárea é inadmissível. Quem diz que mulher que fez cesárea ou não conseguiu amamentar é folgada e menos mãe devia ter vergonha. Mãe é mãe independente se escolheu cesárea ou parto normal, se conseguiu amamentar ou não; se até mães que não tem nenhum laço de sangue com o filho são mães, por que as mulheres que fazem cesárea não seriam mães-ou melhor, por que seriam "menos mães" que uma que adotou? Essas senhoras que dizem essas atrocidades sinceramente precisam apontar suas balas pra outro alvo. As mães que fazem cesárea não são as inimigas. O sistema de saúde machista e retrógrado que nós temos é.
"Quem diz que mulher que fez cesárea ou não conseguiu amamentar é folgada e menos mãe devia ter vergonha."
ResponderExcluirA autora deste post disse algo nessa linha há quatro anos (ñ quer parir, aborte).
Interessante, a regra para as mulheres da perifa (SUS) é o parto normal, conheço algumas histórias de horror relacionadas ao parto normal no sistema público. O que deveria ser abordado, de fato, é a Violência Obstetrícia e não o tipo de parto (o que virou sim a maior bandeira do movimento)
ResponderExcluirO que vejo é mulheres da classe média defendendo e levantando uma bandeira que deveria ser mais ampla e inclusiva, e não a criação de um clube de "mulheres maravilha" por ter normal, haja vista que a regra para a maior parte da pop. é mesmo o normal, e por vezes cheio de violência.
Como nunca pari e nem tenho planos, não tenho nenhuma predileção por um ou outro tipo de parto, então defendo sempre a escolha da mãe.
ResponderExcluirE já que alguém levantou a questão, devo dizer que eu também acho os textos do blog em geral muito prolixos e, às vezes, não muito claros. Acho que se dessem uma enxugada, se os autores fossem mais objetivos, daria para atingir mais gente.
Zrs, eu estava pensando exatamente isso... De todos os partos de que tive notícia, de parentes ou conhecidas, as pobres sempre têm o normal - exceto em ocasiões muito específicas que exigem a cesárea. Na verdade, nem se cogita outra coisa, é normal no SUS e pronto.
ResponderExcluirJá as de classe média, nas clínicas particulares, optam mais pela cesárea (geralmente por causa da dor). Quem tem a opção de escolher é quem tem dinheiro para bancar, as outras dependem da natureza mesmo.
E fez totalmente errado, anon das 14:41. O fato de que as pessoas dizem algumas coisas certas não significa que estará certa em tudo.
ResponderExcluirFui ler o guest post mais antigo e achei que tem uma argumentação bem problemática. Tipo, BEEEEEM problemática. Se esse é o ponto de vista de quem defende com unhas e dentes o parto normal e demoniza a cesárea, acho que essas moças precisam repensar alguns conceitos. Tem coisa naquele texto que parece ter saído do discurso fanático de um "pró-vida".
ResponderExcluirQue ironia, normalmente eu vejo mais pessoas que se definem como "pro-vida" sendo a favor do parto cesario do que o normal.
ResponderExcluirLola disse:
ResponderExcluir"Se o governo do PT sair do poder, ... Aliás, eu sou apenas eleitora do PT. Não sou filiada. Se fosse, não seria crime algum, mas não sou..."
Meu Deus!!! E vc não se sente envergonhada por ter participação ATIVA na reeleição catastrófica da "mamãe" (va... do cerrado) que literalmente afundou na m3rd@ nosso país? Como vc tem coragem? Como vc ainda anda na rua e se orgulha do desastre que vc ajudou àqueles bandidos cometerem?
Vc é cúmplice desse acharque que estão fazendo com nosso País. como vc se sente em relação a isso? A fome e a calamidade pública, a volta da inflação, a elevação dos impostos nos níveis humanamente cruéis, o aumento da violência, etc... Todas as consequências que já sofremos e sofreremos ainda mais tiveram Vc como coobrigada, como responsável solidária. Como vc vai pagar pelo SEU erro? Vc não vai pelo menos se DESCULPAR publicamente pelo desastre que vc fez nas urnas?
Nós, Brasileirxs sofridxs trabalhadorxs, estamos todos esperando sua manifestação.
Jane Doe, também já li frases "filho de anestesia" e afins, mulheres ativistas que demonizam QUALQUER anestesia. É o mesmo grupo de feministas/ativistas natureba, que condena todos os remédios e acha que podemos curar todos os males com chá de ervas, que não devemos trabalhar pra não ser escrava do capitalismo, que devemos nos conectar ao sagrado feminino e tal.
ResponderExcluirNão estou falando da Nanda, e sim dessa corrente do feminismo.
Nós não podemos criar entre nós, mulheres, mães ou não, um clima de competição e inimizade. O alvo é um só: o sistema que nos obriga a parir do jeito mais confortável e rápido pros MÉDICOS, não pra nós e pra nossos bebês.
ResponderExcluirEssa troca de farpas, esses atritos desnecessários entre as mulheres nos afastam - quando deveriam nos aproximar.
Os médicos (principalmente esses que tem taxas elevadas ou totais de cirurgias em seus currículos) é que precisam perceber que temos, sim, cada vez mais acesso à informação e podemos, então, escolher com cada vez mais autonomia. São ELES os "inimigos"; planos de saúde, idem. Políticas públicas destinadas à maternidade, idem. E por aí vai.
Vamos entender melhor de que lado precisamos ficar, e o que precisamos combater, antes de nos gladiarmos umas às outras.
correção ao meu comentário das 16:34: quando deveríamos* nos aproximar.
ResponderExcluirB., sabe o que realmente me perturba no discurso do "sagrado feminino", das radfems e das ativistas do parto humanizado??
ResponderExcluirO paternalismo. O mesmo utilizado pelo machismo para nos negar... bem para nos negar qualquer coisa que nos promova a condição de seres humanos.
Tua menstruação te incomoda? Oh... pobrezinha, vítima inocente do patriarcado. Foi tão subjugada que é incapaz de decidir por si própria. Você não deve interromper sua menstruação. Fica quietinha e enfia esse coletor e entre em contato com a deusa...
Está com dor no trabalho de parto?? Oh... pobrezinha!!! Essa dor é imaginária, criada pela indústria farmacêutica capitalista e pelo patriarcado. Você foi tão subjugada que não pode decidir por si. Tem nada de anestesia não. Fica quietinha e entra aqui na banheira e faz o que eu mandar que é para o seu bem...
Se a luta é contra o brutal sistema obstétrico brasileiro (não se engane achando Europa não existe essas barbaridades, existe e muito) por que cargas da água essas mulheres que já estão com medo de uma mutilação, são tratadas com tanto desprezo e culpabilização???
Jane Doe
Isso é pauta do feminismo das ricas. Enquanto vocês discutem que parto é melhor, as pobres se preocupam se vão parir dentro do hospital ou na calçada tentando ser atendida.
ResponderExcluirSim anonima das 16:34, mas temo que somente quando a população do pais envelhecver que o governo e planos de saude vão colocar em pratica medidas de tornar o parto mais confortavel ,assim comomais creches, ajudar na conciliação do trabalho feminino enter outros.
ResponderExcluirUé, cesarea não causa menos dor? Qual o problema? Por que é apenas certo o 'parto normal'?
ResponderExcluirConcordo muito com a Jane Doe. Esse paternalismo é dificil de engolir, mesmo. Acho que é uma questão fundamental, mas tem se de respeitar as escolhas individuais. So que a autora do texto coloca bem claro: não é sobre você. É um sistema, e parto normal nao garante nada, infelizmente.
ResponderExcluirAgora, uma curiosidade, de onde é que tiram que cesárea não tem dor? Já acompanhou a recuperação dessa cirurgia?
Me pergunto se o discurso feminista não está sendo claro, se falta boa vontade das pessoas em sair do senso comum ou existe mau caratismo em nos transformar em vilãs chatas e caga regras.A maior parte dos nossos posicionamentos são encarados como imposição e toda hora temos de nos justificar com "ninguém está dizendo/está obrigando".
ResponderExcluir-Quando defendemos o aborto legalizado: "as feministas querem obrigar todo mundo a abortar"
- Que homens dividam as tarefas domésticas: "querem escravizar os homens"
- Que mulher não seja objeto sexual: "querem cortar o pinto dos homens"
- Escolha do parto: querem obrigar a gente a fazer parto normal
- Padrão de beleza: "querem obrigar a gente a namorar com gorda"
- Gordofobia: "fazem apologia à gordura"
E exemplos não faltam.
Bom... Eu tb acho que isso aí é feminismo burguês branco, como maquiagem e moda. Aqui em Curitiba, recentemente, uma moça e seu bebê morreram, literalmente na calçada da UPA, por falta de atendimento. Cago pro tipo de parto? Não. Só queria que ela tivesse sido atendida devidamente.
ResponderExcluirO que eu não entendo é porque essa briga toda? Fia, se tu tiver numa maternidade pública mais fácil te obrigarem a fazer o parto normal. Eu tive meu guri num hospital particular e foi normal. Quase morri. Fazer cesárea é fácil. Tem 5000 pra pagar? Fechou, não vai ser negado.
Ativismo idiota. Parece mesmo Orgulho de ser hetero, de ser branco, essas bestera aí.
Esqueceram de falar que parto humanizado também pode ser com césarea. Parto humanizado não é sinônimo de parto natural humanizado, parto humanizado é qualquer parto (seja normal ou não) que seja humanizado.
ResponderExcluirUAU, a Lola fez um BAITA estrago nas urnas mesmo. Super convenceu seus MILHARES de leitores de direita (que amam MUITO esse bloguinho e sua autora) a votarem na Dilma. Realmente, foi o fantástico poder da retórica da Lola que conseguiu convencer MILHARES de pessoas a MUDAREM DE VOTO no 2º turno. Essa Lola é foda mesmo hein, quase sobrenatural
ResponderExcluirOBS: não falei dos leitores de esquerda porque eles iam votar na Dilma de qualquer modo, no 2º turno. Então o que a Lola escreveu ou não, não fez diferença nenhuma no voto deles.
Amigo, e se tá revoltado com o suposto estrago da Lola nas urnas, cria um blog e faz o mesmo. Isso é inveja, bjos
ResponderExcluir"Humanizar" é tratar que nem gente, respeitando que pessoa seja uma criatura capaz de emoções e sensações, incluindo dor e medo. Como isso pode ser coisa de "burguesinha branca"?
ResponderExcluirSe elas têm dinheiro pra pagar uma equipe para garantir um atendimento que as respeite (o que é vergonhoso que seja necessário), como isso invalidaria o ativismo para que um atendimento ético e respeitoso seja um padrão de atendimento, e direito de todas?
O apelo ao parto natural se dá pelo fato de que é mais benéfico à mãe e à criança, e a insistência em divulgar essa idéia se dá pelo fato de que está absolutamente cercado por medos inflados artificialmente por uma industria que se apoia na ignorancia e "vantajoso" estado de fragilidade em que as pacientes se encontram. Que a paciente continue querendo cesárea, mas informação de qualidade nunca é prejudicial. Gosto muito da melania ( estudamelania.blospot.com.br )
18:46 e 18:49:
ResponderExcluirSinceramente, torço e muito pra que vcs percam os seus empregos (se é que trabalham, pq normalmente esse povo vive de bolsa ou são esquerdistas drogados sustentados pelos pais), percam suas moradias, tenham que ir pro olho da rua e tenham que mendigar resto e chafurdar o lixo pra comerem. Que essa maldita tire toda a (pouca) dignidade que vs ainda tem.
Vcs defendem bandidos. Essa é a verdade. E deveriam pagar mais caro pelas consequências catastróficas que as escolhas de m* de vcs causaram.
O problema é que SEMPRE NÓS, que não temos nada a ver com a mente imbecil de vcs, é quem pagamos o pato. Que o fogo maldito do inferno da mamãe caia sobre vcs, e só sobre vcs.
Minha esposa é func.pública, e, disfarçadamente sem ninguém perceber, procura saber em quem os indivíduos que ela atende votaram. Se descobre que votaram na mamãe, o processo/benefício deles nunca anda e ela faz questão de travar mesmo. E aí eles reclamam para ela e para mim também, e então eu respondo que o governo é muito ruim, e que não tem funcionário, e que não fazem concurso, que só roubam, etc... Nas últimas, já estou mandando ir reclamar para a Dilma. Pelo menos tentamos colocar a culpa nas costas de quem merece: o povo retardado que votou na mamãe. Foram bons pra votar. Agora aguentem!
Amo minha esposa! Uma das poucas inteligentes que existe.
Aécio é bandido do mesmo jeito. Faz diferença votar em um ou no outro? Não entendi porque está tão revoltadinho.
ResponderExcluirVejam a hipocrisia do cidadão, critica os bandidos na política mas ama a mulher que é tão bandida quanto. Sim, o que ela faz tem nome, corrupção.
ResponderExcluirJane e B, vocês viram a entrevista de Elisabeth Badinter? Um dos pontos da entrevista, ela aborda justamente essa questão, que tb está em voga entre as mulheres na França, do retorno da mulher (sempre ela) ao estado da "natureza": do sentir a dor, do abolir as pílulas, do voltar ao lar, etc. Ela fala com espanto desse movimento.
ResponderExcluirSegue: http://veja.abril.com.br/multimidia/video/o-culto-da-mae-perfeita-e-diabolico-com-as-mulheres-afirma-elisabeth-badinter/
ResponderExcluirE tb reendosso com vocês Jane, B e Raven, esse mov. pelo parto "normal" é sim um mov. classe média branca (o que não deixa de ser importante para esse nicho). A maioria das mulheres negras e de periferia continuam parindo "normal", mas de forma, por vezes, desumana. A bandeira que deveria aparecer seria mesmo a da humanização do parto, qler que seja ele, e não uma competição entre "mais" ou "menos" mãe, ou fiscalização de parto alheio, o que acabou virando, infelizmente.
ResponderExcluirAnon das 19:57, que grande cidadã que é a sua mulher, hein? DISCRIMINAR e não atender uma pessoa por causa de questões políticas. Que lindo, hein? E se eu fizesse isso em sala de aula? Se eu decidisse dar nota ruim a alunos que votaram no Aécio? Seria motivo de escândalo, não? E com justiça! Isso que vc se orgulha da sua mulher fazer é totalmente errado, e só não tendo nenhuma ética (como parece ser o seu caso) pra defender isso.
ResponderExcluirVou espalhar um pouco o seu comentário, porque é interessante ver o que os baluartes da moral e dos bons costumes (que acham que a corrupção no país começou em 2003, ou que em SP, estado governado pelo PSDB há mais tempo que o Brasil é governado pelo PT, não existe corrupção) fazem. Uma pessoa que é servidora pública deve SERVIR O PÚBLICO, independente da escolha eleitoral daquela pessoa. Vc e sua esposa são covardes e hipócritas.
Não, filha das 20:04:
ResponderExcluirCorrupção seria se ela estivesse RECEBENDO $$ para fazer ou deixar de fazer algo.
Isso é vingança mesmo. Sem cunho monetário nenhum. Apenas por justiça.
Lei 8429/1992- Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.
ExcluirArt. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
Lola, vc assumiu sua parte na CULPA? Ou acha que a mamãe está boa?
ResponderExcluirAntes de atacar, veja suas atitudes.
Gente, que absurdo! Como assim?!!! Não atende quem votou no candidato X e não no Y? Atitude gravíssima!
ResponderExcluirQue absurdo esse anon 19:57 e 20:15!
ResponderExcluirVem cá, se você acha que está tão certo e apoia tanto a sua esposa, coloque aqui o nome completo dela e o cargo pra fazer justiça!
Justiça é uma des-servidora pública como ela ser exonerada, isso sim!
Tem que denunciar esse bandido imundo. Não tem nada de anônimo aqui para quem quer realmente descobrir a identidade de alguma pessoa. A não ser que esteja escondido atrás de 7 proxys, mas dúvido que você estava antes de fazer esse comentário.
ResponderExcluirE se não for verdade? E se eles querem apenas trollar?
ResponderExcluirNão disse que não importa. É só que abrange uma quantidade pequena de mulheres.
ResponderExcluirQue importe pras vidas delas, ok.
Mas não importa pra vida da mulher de periferia que não tem nem aonde parir, que dirá como.
Prevaricação, artigo 319 do Código Penal, crime contra a administração pública. Aceita que tu é casado com uma BANDIDA, pela definição tão criminosa quanto os políticos que tu critica. E tu não passa de um cúmplice de bandido. Imbecil hipócrita.
ResponderExcluirÉ crime sim, mas não compara com os políticos, pois esses estão matando pessoas, tirando dinheiro da saúde, educação etc.... são duas coisas bem diferentes .
ExcluirTomara que você e sua mulher sejam presos, cadeia é o lugar de bandido como vocês.
ResponderExcluirAnon corrupto, é crime fazer o que vc e sua esposa estão fazendo. Apenas isso. Vc deveria ter vergonha. Já li sobre médicos que estariam fazendo a mesma coisa, se recusando a atender quem não votou no candidato deles... Vcs não deveriam estar no serviço público, simples assim.
ResponderExcluirE que culpa, cara? Culpa por ter votado no PT? Se a eleição fosse hoje e os candidatos os mesmos, Dilma e Aécio no 2o turno, nunca que eu votaria no PSDB! Trabalho numa universidade pública. Quem trabalha em universidade pública se lembra muito bem do governo FHC...
As universidades públicas estão sem dinheiro para se manter, o governo cortou verbas para as despesas das universidades.
ExcluirO governo cortou verbas da educação, sejamos sinceros, este governo foi um traidor.
"Antes de atacar, veja suas atitudes", agora vai lá entregar tua mulher pra polícia, babaca. "Apenas por justiça", ok?
ResponderExcluirAnon, tô abismada. Sério mesmo. Pense nessa situação hipotética: eu, como servidora pública, professora universitária, descubro disfarçadamente em quem cada aluno meu votou. E aí eu começo a faltar às aulas. Se os alunos reclamarem, eu culpo algum governo, qualquer um. No final, reprovo metade da turma -- aqueles que não votaram em quem eu queria que votassem. Vc não acha que uma pessoa que age assim mereceria ser exonerada? Como vc pode defender uma coisa dessas? VINGANÇA? Vá descontar sua vingança nas passeatas que vcs organizam pra posar ao lado de policial!
ResponderExcluirOutro debate desvirtuado porque um troll conta a lorota certa pra distrair as leitoras.
ResponderExcluirhttp://brasil.elpais.com/m/brasil/2015/05/15/politica/1431726549_628469.html
ResponderExcluirTai o que o governo fezona com as universidades
PARTE 1
ResponderExcluirAqui está um trecho do post que a Nanda escreveu em 27/10/2011 (O Parto que Não Pertence à Mulher - http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2011/10/guest-post-o-parto-que-nao-pertence.html):
"Enxergo como uma questão bem simples: se não quer parir, aborte. E quando eu falo parir, veja bem, eu estou falando do parto normal, vaginal, natural, o nome que você quiser dar (apesar de serem todos diferentes entre si)."
Eu me lembro bem porque foi um guest post revoltante pra mim, completamente incompatível com a tolerância e educação habituais dos textos do blog da Lola. À época deixei dois comentários, que reproduzo aqui:
1) "Lola, eu deveria comentar mais... Como feminista convicta, adoro praticamente todos os posts do seu blog, mas infelizmente tenho a mania de me manifestar somente quando discordo de algo. É o caso do texto de hoje, que aliás não é de sua autoria. Tentarei registrar com mais frequência os inúmeros elogios que vc merece e minhas impressões sobre tantos textos que me encantam... Quanto ao post de hoje, sinceramente, eu defendo com unhas e dentes o direito de uma mulher ter um parto vaginal, "humanizado", do jeito que ela quiser. Afinal, cada pessoa decide o que fazer com o próprio corpo. E, de fato, há uma tendência generalizada de desrespeito à mulher que deseja o parto vaginal, o que deve acabar urgentemente. No entanto, acho simplesmente desrespeitosa uma mulher que se acha no direito de decidir a maneira pela qual uma OUTRA deve parir. E se uma mulher, ciente de todos os prós e contras de todas as formas de parto, QUISER uma cesariana ELETIVA mesmo, pra "adiar a dor", pq acha que o procedimento do parto vaginal em hospitais horríveis, pq não gosta da ideia de lacerações ou quaisquer riscos na região genital, pq acredita em numerologia e quer escolher uma data específica pro nascimento do filho, enfim, por qualquer coisa que a autora do texto, eu ou vc consideramos uma bobagem? Ela deve ser proibida? Absurdo alguém que defende (com toda a razão) a descriminalização do aborto seja contrária a uma decisão da mulher sobre uma das questões mais íntimas da sua vida: a forma pela qual vai dar à luz uma criança. Asneiras como "se não quer parir pela vagina, aborte" são tão repulsivas quanto a patrulha "pró-vida", a meu ver. Equivale a um "não quer ter filho, não abra as pernas". Eu vou gestar se quiser e, neste caso, parir também da forma que melhor me convenha. Afinal, o feminismo não defende a autonomia da mulher para decidir sobre o próprio corpo?"
Isabella.
PARTE 2
ResponderExcluir2) "O autoritarismo de algumas "mamíferas" me lembra de importante lição de Simone de Beauvoir... Ao abordar o tema dos dados biológicos (tamanho, musculatura, funções de gestação e parto) que diferenciam a mulher do homem, frequentemente utilizados para defender a condenação fatal da fêmea humana a uma condição subordinada, afirma a filósofa:
"(...) sendo o corpo instrumento de nosso domínio do mundo, este se apresenta de modo inteiramente diferente segundo seja apreendido de uma maneira ou de outra. (...) Foi dito que a espécie humana era uma antiphisis. A expressão não é inteiramente exata, porquanto o homem não poderia contradizer o dado, mas é na maneira pela qual o assume que lhe constitui a verdade. A Natureza só tem realidade para ele na medida em que é retomada em sua ação: sua própria natureza não constitui exceção. Assim como não é possível medir sua posse do mundo, não é possível medir em abstrato a carga que constitui para a mulher a função geradora: a relação da maternidade com a vida individual é naturalmente regulada nos animais pelo ciclo do cio e das estações: ela é indefinida na mulher, só a sociedade pode decidir dela." (Simone de Beauvoir - O Segundo Sexo)
Isabella
PARTE 3
ResponderExcluirAo defender a conscientização e a possibilidade de escolha da mulher pelo parto normal, luta-se por uma autonomia hoje efetivamente negada à mulher. Por outro lado, a defesa da OBRIGATORIEDADE deste tipo de parto salvo em situações de risco desconsidera a vontade da mulher e sua autonomia sobre o próprio corpo. Como já disse, existe um sem número de motivos que podem levar a mulher a OPTAR pela cesárea, e ninguém tem o direito de substituir pela própria a vontade de uma mulher sobre seu próprio corpo e o momento tão íntimo do parto. O mesmo vale para a criminalização do aborto, a vedação de comportamentos à mulher durante a gravidez, a imposição a alguém da utilização do PRÓPRIO CORPO conforme a vontade de outrem. Presta-se um desserviço ao feminismo ao tentar empurrar goela abaixo das mulheres a velha concepção de maternidade-renúncia, de sacrifício e abdicação da mulher como ideais... A maternidade e a amamentação tornam-se fardos, obrigações, ao invés de escolhas livres. Perpetua-se socialmente a condição desprivilegiada da mulher em relação ao homem, com base em suas características biológicas. Se querem saber, eu lamentaria muito ter como mãe uma pessoa capaz de abdicar da própria autonomia, vivendo por intermédio da "cria", e que exige das outras fêmeas comportamentos semelhantes: como mulher, veria isso como uma desesperadora possibilidade de futuro próprio."
Os comentários foram intermediados por numerosas afirmações de pessoas reiterando as afirmações ofensivas. Uma moça, por exemplo, veio dizer que "se a opção for por ter filhos, acho que algumas coisas não são passíveis de escolha". A própria Nanda, nos comentários, não deixou dúvida e disse isso aqui:
"Quanto ao direito de escolha na hora do aborto x o direito de escolha na hora do parto, achei que tinha ficado claro no texto, mas explico novamente: se você aborta, é porque não está preparada ou simplesmente não quer aquela criança naquele momento. Se você vai levar a gestação até o final, essa criança vai nascer na hora em que estiver biologicamente preparada para isso, não é a mãe que escolhe (ou não deveria ser)."
Desculpe, mas ninguém tem o direito de atacar a escolha de alguém sobre o próprio corpo assim, independentemente no nível de informação, esclarecimento ou "iluminação" do outro (do seu ponto de vista, né, moça?), e depois se fazer de desentendida e falar que quem está deturpando e "individualizando" a questão. Que "não é sobre você". Nanda, há quatro anos, e numerosas fanáticas, ainda hoje, bradam por aí que não deveria existir sequer a possibilidade de escolha da cesariana. Se vc prega a extirpação de uma escolha, é pessoal para quem a deseja ou cogita, sim! Lute apenas pela validação da sua escolha, não pela eliminação da do outro. Ou trabalhe para que muitos desejem autonomamente o mesmo que vc, um dia. Hoje, o seu texto está despido das ofensas presentes no outro. Mas não vamos fingir que a reação das ofendidas, àquela época e hoje, não foi legítima e justa.
Abrs.,
Isabella.
(Viviane)
ExcluirOlha, Isabella, eu sei que não sou a Nanda e talvez não deveria estar respondendo a seu comentário, mas penso que você desconsiderou um viés fundamental da questão: essa discussão sobre "direito de escolha de vida de parto" só existe, praticamente, no Brasil! Ou alguém aqui por acaso imagina umx médicx americanx dando "opções" à paciente? Não, né, porque, em outros países, tal decisão obedece a critérios técnicos. Seria a mesma coisa, como disseram aí em cima, de pedir para tirar o apêndice antes de ter apendicite...
Apesar dessa ressalva, sou obrigada a concordar que o texto de 2011 foi agressivo, e seria mais efetivo centrar o ativismo na luta contra a violência obstétrica - a qual atinge a nós todas, independente de vida de parto ou de classe social.
Pois é Isabella, e nesse texto ela ianda disse que queria apertar uma chave inglesa na mão de uma mulher que alegasse não sentir dor no pós cirúrgico. Tão humana.
ResponderExcluirAnon das 17:05 dependendo da mulher a recuperação da cesárea costuma ser sofrida. No post linkado uma comentarista disse que não sentiu nada demais durante a recuperação da cesárea, foi tudo normal e tranquilo, nada insuportável ou incapacitante. Minha mãe fez três partos normais e uma cesárea e ela diz que doía tudo durante a recuperação da cesárea; sentar, se levantar, ir no banheiro, carregar os filhos, trocar de roupa, nem forrar a cama ela conseguia por causa da dor. E olha que ela pariu deitada, com ocitocina sintética e fez episiotomia (com anestesia, claro) e mesmo assim jura que quer parir mais três de parto normal mas não quer fazer cesárea de novo. Ah, e ela não sofreu violência obstétrica durante nenhum dos partos.
ResponderExcluirAnon das 20:52 sabe de onde vem os políticos? Do povo. Os políticos são pessoas que tiveram pais, irmãos, tios e primos salafrários como você e sua indigníssima esposa. Gente que ensinou a eles que é ok trapacear os outros se você discorda deles, que é ok desviar verba pública, que é ok usar seu cargo público pra benefícios pessoais, que eles "merecem" mais do que os outros. Ou acha que os políticos vem de uma dimensão paralela com todos os princípios de ética pré-instalados, seu idiota? Você e a sua mulher deviam é estar na cadeia com todos os bandidos do congresso.
para de falar merda as pobres sao as que mais tem filhos(porque sao burras) ou seja sao as que mais usam os hospitais publicos entao cade a merda de feminismo pra ricas? 17:02
ResponderExcluirComo os eleitores de direita são maus e pérfidos. Sempre suspeitei, e o lixinho da esposa lixinho veio confirmar nos comentários. Aposto que o Danilo Muller é de direita tb. Pessoas demoníacas.
ResponderExcluir21:27 falou a pessoa super civilizada
ResponderExcluirViviane, não acho que necessariamente deveríamos importar modelos externos. Se uma escolha não existe em outro lugar, eu acho é que deveria existir por lá, não deixar de existir por aqui. De todo modo, aqui no Brasil vem funcionando assim e as mulheres brasileiras, como quaisquer outras, têm direito à escolha no contexto em que vivem, com a educação e os valores que têm. Não acho absurda a escolha de uma cesariana em contraposição a um parto normal largada num canto de um hospital público e sofrendo episiotomia, por exemplo. E quem sou eu pra escolher por alguém, em qualquer situação... Ninguém é obrigado a ser bandeira da sua ou da minha causa.
ResponderExcluirVocê pode não ver com frequência alguém tirar o apêndice sem ter apendicite (já vi, acredite), mas ouve todos os dias sobre cirurgias estéticas sem qualquer "necessidade", de um ponto de vista puramente fisiológico. Lipoaspirações, rinoplastias, mamoplastias etc. E as cirurgias de mudança de sexo, também, tão discutidas na atualidade? Somos seres culturais, e nossas decisões podem envolver outros critérios para além de riscos de vida ou danos físicos. Podemos até não concordar com o contexto em que determinadas escolhas são tomadas, tornando-se sistemáticas e até induzidas, mas a adoção de discursos absolutos e proibitivos em relação à vida alheia me é intolerável.
Como vc reconhece, a adoção de uma postura respeitosa certamente contribuirá para angariar mais simpatizantes à luta pelo direito ao parto normal humanizado.
Isabella.
(Viviane)
ExcluirÉ, Isabella, essa discussão pode ir longe! Concordo com você quando diz que uma cirurgia pode ser escolhida por critérios socioculturais (me vem à mente as muitas pessoas que vêm fazendo cirurgia de redução de estômago como se fosse mais uma plástica!). Reconheço também que muito da minha opinião vem do meu pavor por médicos, hospitais e cirurgias em geral... mas essa sou eu, né? Tem quem encare internação, anestesia e outros numa boa... pra gente ver como a dor é subjetiva.
Mesmo assim, ainda acho que caberia (também) aos médicos essa reflexão: até que ponto vale atender ao desejo do paciente? E ainda me ocorre outro ponto: os mesmos médicos que fazem cesarianas sem indicação clínica resistem bravamente quando a mulher quer fazer uma laqueadura (mesmo pagando "por fora"). Então, o desejo é de quem?
Gostei de dialogar com você, qualquer coisa, estamos aí!
Posts como esse me fazem pensar se o discurso feminista realmente está sendo claro ou se essas ideias do senso comum vêm puramente de falta de boa vontade ou mau caratismo de interpretação. Sempre temos que nos justificar que defendemos liberdade de ESCOLHA. Não sei de onde tiram que nós estamos obrigando as pessoas a seguirem o que propomos. Exemplos:
ResponderExcluir- Aborto. O que as feministas querem? Legalização e direito de ESCOLHA. O que entendem: "querem obrigar todas as mulheres a abortar".
- Maternidade. Novamente, queremos ESCOLHA de livre e espontânea vontade. O que entendem: "abortistas que comem criancinhas no café da manhã e querem que ninguém seja mãe".
- Padrão de beleza. Queremos que as mulheres não sejam mais escravas de padrões e que se sintam livres para se expressar. O que entendem: "querem proibir as mulheres de se arrumar".
- Gordofobia. Queremos que tratem gordos como gente, só isso. O que entendem: "querem forçar todo mundo a namorar com gorda".
- Assédio. Queremos que as mulheres possam ter seu direito de ir e vir respeitado sem ser incomodada por estranhos. O que entendem: "Querem acabar com a paquera e que todos as mulheres virem lésbicas".
- Parto. Queremos liberdade de ESCOLHA. O que entendem: "querem obrigar todo mundo a ter parto normal".
Há muitos e muitos exemplos. Feministas não querem impor nada a ninguém, não queremos trocar opressões por outras. Mas pq cargas d'água insistem em nos colocar como as feminazis malvadas que cagam regras na vida alheia?
A emenda saiu pior que o soneto!!! A autora do post falou, falou e acabou falando nada. Ela mudou de opinião? Porque parece que apenas escreveu esse post, 4 anos depois do outro, para se justificar. E outra, menos julgamento. Demonizar mulheres que fazem cesárea pra que? Procure entender as razões delas. E se elas não tiveram/tem escolha, pra que detona-las? Detona o sistema, não elas. A culpa é sempre das mulheres, incrível.
ResponderExcluirMila, "se não quer parir que aborte", "se optou por ser mãe, não tem direito de escolher cesárea", "se disser que não sente dor no pós operatório, aperto sua mão com uma chave inglesa". As pessoas sabem ler sim, sinto muito.
ResponderExcluirPois é anon que postou link de notícia, pra vc ver o nível da época FHC. Se hoje tá ruim, e na época do FHC era pior ainda, imagina como era no governo do PSDB hein. Fora que é desonestidade intelectual vc simplesmente falar de 2015, ano de crise, e ignorar tudo o que esse governo fez pelas universidades federais nos anos anteriores.
ResponderExcluirEngraçado, vocês não são capazes de admitir os erros do governo, a justificativa é sempre a mesma, mas no governo tal roubaram , mas no governo tal era pior.
ExcluirInteressa é o governo de agora, que corta verbas da educação, sendo que disse que ia investir na educação. Corta verbas da saúde, mas disse que ia investir na saúde.
Se outro governo roubou , não dá o direito à esse governo de roubar, de ferrar o povo.
Quemais está sofrendo, são seus eleitores, morrendo no SUS, ficando sem trabalho. Não estamos numa disputa de que partido rouba mais, todos roubam. Mas se outro roubou, não dá legitimidade desse roubar.
A crise é sim culpa do nosso governo.
Só pra constar, voltei na Dilma e acreditei no que ela disse que faria. Sem falar que se curvou a bancada evangélica, pra mim , traidora.
ExcluirO primeiro texto da autora não foi exagerado, foi francamente equivocado. Basta de acusarem sempre as mulheres, as vítimas.
ResponderExcluirPor que será que muitas mulheres "escolhem" a cesária? Eu posso responder. Por que o sistema obstétrico brasileiro (assim como todo o sistema de saúde) é machista, racista, violento e ineficiente. Porque crescemos ouvindo histórias monstruosas de mulheres em sofrimento por horas e horas sem qualquer atitude para aliviá-las. Porque ouvimos sobre mortes de bebês e mães pois não foram acudidos a tempo. Porque ouvimos que as mulheres são insultadas, maltratadas, menosprezadas por enfermeiras, médicos, por toda equipe médica. Porque temos MEDO de passar por isso, temos medo por nós e por nossos bebês.
Então, façam o favor de respeitar as escolhas. Respeitar não é dizer "se não quer parir, aborte". Ou escrever um textinho anos depois dizendo ser "pelo direito de escolha". Peça desculpa às mulheres que você insultou. E aprenda a respeitar as mulheres, não apenas as que seguem a sua cartilha.
E escolha melhor a quem acusar.
O governo disse que ia investir na educação porque ele realmente ia investir na educação, não fosse a crise. O governo disse que ia investir na saúde porque ele realmente ia investir na saúde, não fosse a crise. É meio óbvio isso, não? Mas as pessoas ficam cobrando do governo que faça milagres em meio a crise. E não, o governo não provocou essa crise sozinho, favor pesquisar mais sobre conjuntura internacional, especulação financeira e manipulação da mídia. Quando saiu o resultado da eleição o dólar disparou, indicando que se fosse o Aécio não iria disparar. Porque?
ResponderExcluirEu também achei o primeiro texto da Nanda meio agressivo, voltado para as mulheres como individuo e não a sociedade. Talvez por isso muito do ativismo pelo parto normal seja atacado e desqualificado. Se o Brasil é recordista de cesária, não é por culpa das mulheres e sim dos médicos, dos planos de saúde, da sociedade cesarista. A grávida está num momento super frágil, insegura, com medo de algo dar errado no parto, e se vem um médico e diz que tem que fazer cesária pelo motivo x ou y, poucas são aquelas que vão ter condições de se empoderar.
ResponderExcluirEu moro na Austrália, e aqui o parto normal é a regra. Ninguém tem medo dele, da dor, porque contra dor há anestesia. Nenhuma mulher tem medo de ser desrespeitada pois não existe nem a ideia de “parto humanizado” (que aberração essa palavra!), todos os partos são dignos e respeitando a vontade da mulher. Até existe a possibilidade de se pagar pelo obstetra e optar por uma cesária eletiva (apesar da regra ser acompanhamento e parto pelo sistema público e com midwives, sem nem contato com médico algum de não houver nenhuma complicação na gravidez), mas mesmo as mulheres que tem condições financeiras para isso não o fazem pois, como eu disse, parto normal é a regra. No meu caso eu fiz o acompanhamento privado por conta do tratamento de fertilização em vitro que fiz e do medo de uma gravidez de risco. Mas sempre disse pro meu obstetra que não busquei ele porque queria uma cesária eletiva e fazia questão de parto normal, e ele nunca, em momento algum, tentou me convencer do contrário. Claro que aqui também não tem essa mentalidade de que o médico tem que ficar a disposição do paciente 24/7, meu médico sempre deixou claro que se o parto ocorresse num dia que ele não pudesse estar presente, um colega dele faria o parto, o que eu acho super natural. No fim, depois de 8 horas de trabalho de parto e várias complicações, acabei tendo que fazer uma cesária de emergência, mas tenho certeza absoluta que meu médico não fez porque era mais conveniente pra ele, mas sim porque haviam sérias razoes médicas para isso. Ainda assim me chateia saber que não consegui meu sonhado parto normal, e a recuperação da cesária foi muito pior que qualquer dor de parto: 2 semanas a base de analgésicos tão fortes quanto morfina pra aguentar a dor, e 6 semanas com dor sem conseguir segurar meu bb no colo direito, sem poder levantar da cama sem suar frio de dor, enfim, um horror que não desejo a ninguém.
Na verdade no Brasil a questão de gravidez/parto é um pouco mais complexa, na minha opinião, e envolve outras questões como: excesso de ultras (aqui são só 2 ou no máximo 3 a gravidez toda se não for gravidez de risco), a ideia de que obstetras (e pediatras) tem que ficar a disposição do paciente 24hrs (aqui se vc precisar de qualquer coisa fora do horário comercial vc liga pros médicos de plantão que vão em casa, ou pras enfermeiras de plantão que dão instruções por telefone, ou vai na emergência do hospital), ausência de doulas e midwives qualificadas para atuar na gravidez/parto, etc.
Pois escolha relativa ao aborto e ao tipo de parto me parecem muito parecidas, sim, Natália: ambas dizem respeito ao direito de a mulher dispor sobre seu próprio corpo, com autonomia. Esse argumento de que a opção pela cesárea não deveria existir por falta de informação é utilizado o tempo todo pelos "pró-vida" em favor da proibição do aborto também: "as pessoas precisam é de informação e educação sexual, blá, blá...", não dá pra descriminalizar pq "são todas ignorantes" e "banalizaria a prática". Impressionantes mesmo as semelhanças... Daí q, evidente o discurso de marginalizar a escolha do outro, esse título de " ninguém está te obrigando a um parto normal" é hipócrita. No mínimo, deveriam colocar "ninguém está te obrigando a um parto normal, desde que vc não engravidar ou aborte". Rs.
ResponderExcluirIsabella.
*escolhas relativas
ResponderExcluir*não engravide
Desculpem os errinhos de digitação. Teclado de celular. Rs.
Isabella
Oi, Nathalia...
ResponderExcluirEu não acho que a luta seja contra o sistema quando quem estão sendo atacadas e insultadas são as mulheres. Usar termos pejorativos para se referir a essas mães e seus bebês é sim um ataque pessoal, e não um ataque ao sistema... é isso que eu estou tentando dizer.
Esse é um momento de fragilidade? Caracas... nem consigo imaginar, mas isso não pode ser motivo para tirar a autonomia da paciente. E é isso que os médicos fazem e me parece que é isso que algumas ativistas estão tentando fazer.
Sobre a dor: aliviar as dores do parto não é algo moderno. Incontáveis parteiras foram queimadas pela inquisição por fazer infusões de ervas para ajudar as parturientes. Negar alivio da dor - que fique claro, quando a mulher pede por isso - assim como negar acesso a contracepção e ao aborto tem a ver com PUNIÇÃO a sexualidade feminina.
Não tenho fontes para afirmar isso, mas é minha impressão que, a obrigação de suportar a dor do parto, junto com a glorificação da mesma (afinal, é a "dor da vida") é um dos motivos por que a dor nas mulheres (aqui dor em geral) é tratada de forma menos eficiente.
Li há pouco tempo atrás estudo americano (desculpa, não estou conseguindo encontrar a reportagem) que mulheres recebem em média quantidades menores de medicamentos contra a dor crônica do que os homens com os mesmos problemas.
Mais uma vez - a parturiente é que deve decidir SE quer aliviar a sua dor (se a tiver, algumas mulheres de fato sentem muito pouco ou nenhuma) e o método - farmacológico ou não. SEM JULGAMENTOS.
Jane Doe
Raven, por favor nao fala que parto humanizado é bobagem, sabe, as mulheres que lutam por isso sao provavelmente as únicas que jogam luz sobre a situacao das mulheres que sofreram violência ao ter um bebê (inclusive as que nao tiveram atendimento nenhum). Elas estao lutando por todas, mas principalmente por aquelas que nao tem os 8 mil reais para pagar uma equipe de parto humanizado. Além do mais as próprias ativistas mais radicais tem se dado conta que o caminho nao é condenar cesariana eletiva muito menos as mulheres que a escolheram, mas sim lutar para que as mulheres tenham conhecimento para poderem de fato fazer um escolha informada (e isso inclui desmitificar o parto normal, dizer que o péssimo atendimento ao parto normal padrao do SUS e dos hospitais particulares nao é aceitável, gritar e espernear que RNs sao literalmente torturados ao nascer, jogar luz em todos os riscos que uma cesariana eletiva, as vezes muito antes do bebê estar pronto, significa e o obstetra fofinho mal fala).
ResponderExcluirDá uma olhada no blog dadadá e vê o que a autora Gabi Sallit e as outras ativistas de BH tem conseguido na cidade (muitas com alto poder aquisitivo foram ter o filho no SUS porque lá o atendimento tá bom).
Olha Raven, sinto muito que teu parto tenha sido uma experiência ruim, tive atendimento humanizado (onde moro isso é a regra) e gostei tanto de parir que por mim o marido engravidava do segundinho, mas faco questao absoluta de parir. Tenho várias amigas aqui e te digo que por mais que um parto tenha sido difícil, demorado e tal (ou até acabe em uma cesariana de emergência) a chance é muito maior da mulher sair satisfeita com o nascimento do filho quando ela teve um atendimento bom, quando foi tratada como gente. Vou cutucar o dedo na ferida, mas voce já pensou no que realmente te deixou insatisfeita com o parto do teu filho, será que foram as dores ou como te trataram?
Questao da anestesia. Nao tomei porque nao precisei. Doeu, mas nada horrível, talvez tenha sido porque foi um parto rapidinho, me mexi com quis, tomei água como quis, a obstetriz estava super me apoiando (a médica sei lá e preferi ignorar a presenca dela :P), encontrei os olhos amorosos e a mao do meu marido toda vez que procurei e sinceramente nunca fui de ter cólicas fortes (o que pode ou nao ter a ver).
ResponderExcluirEnfim, a anestesia ainda bem que existe, mas várias mulheres podem passar por um parto sem ela e sem muita dor. Isso depende de vários fatores internos (pré-disposicao para a dor daquele mulher naquela situacao, mecânica daquele parto específico) que tem que ser ajudados pelos externos (basicamente cuidar de verdade daquela mulher e ao mesmo tempo deixar ela livre para escutar as vontades do corpo - porque as dores do parto também servem para o corpo guiar a mulher a se ajeitar para aquele bebê nascer).
Mae nenhuma é pior ou melhor por isso ou aquilo específico (embora ter fibra para nao sucumbir no primeiro escorrego seja louvável), mas a experiência de parir bem é linda, assim como amamentar (que é difícil e ninguém fala sobre isso), e recomendo a todas. Imagino que seja uma satisfacao parecida que um escalador sente ao chegar no topo, sabendo que nao só a Vista (o cheirinho delícia do RN, o bebê ganhando peso e saudável), mas o caminho por vezes difícil (parto, amamentacao) teve a sua própria beleza.
Devo ser radfem e nem sei, justo eu que achei lindo casar de branco... ou será que sou india louvando a Deusa?! Achei que ser engenheira carnívora que coleciona maquiagens me desqualificassem para isso.
ResponderExcluirVejam só, tive parto natural sem anestesia (porque eu nao precisei como, aliás, boa parte das mulheres), parei de tomar pílula (nao quis amamentar tomando pílula e estou amando ficar sem hormônio, nao tomo nunca mais na vida), uso coletor menstrual (acho genial), optei mesmo abrindo mao de parte do salário por diminuir a carga horária do trabalho (aliás marido tb durante um tempo e ainda bem que pudemos fazer isso, coisa boa ver filho crescer).
Enfim, todas essas decisoes foram frutos de eu ir atrás de opcoes porque, apesar da sociedade buzinando que isso que é o certo, eu nunca achei cesariana normal, sempre achei que tomar pílula nao me fazia bem, queria que inventassem algo melhor que OB e absorvente e sempre senti que 2h de noitinha quando já estamos cansados do dia nao sao contato suficiente entre filhos e pais. Só gostaria de ter crescido sabendo que existem essas opcoes e me pego pensando em quanto mais coisas eu faco no automático por nem saber que há outro jeito de fazer.
Acho que eu descobri o que eu sou, provavelmente só uma feminista normalzinha desacomodada tentando descobrir o que se encaixa melhor na própria vida.
Natália,
ResponderExcluirnao chego a defender cesariana eletiva, mas depois de ter filho (parto natural humanizado e lindo :D) me vi pensando em três coisas nessa sequência:
1) querendo que todas as mulheres tivessem direito a ter uma experiência nesse porte - tanto ter atendimento como ter condicoes naturais para isso
2) me dando conta que um parto bom apesar de ser uma experiência única e transformadora na vida de uma mulher é só um dos vários caminhos (alguns tipo portal, outros longas pontes) para a maternidade. Existem maes que viram maes ao passar por um processo de adocao e, imagina que loucura, abrir o coracao para um filho que cresceu em outra mulher, outras após uma luta contra a infertilidade, outras ao tornar uma gravidez indesejada num filho desejado, ao passar por uma gravidez complicada, ao peitar o medos próprios e dos outros para parir onde e como se escolheu, ao aceitar de coracao ter os planos de parto mudados porque foi do jeito que deu, ao ver o filho nascer e se apaixonar a primeira vista (deve acontecer, mas me parece ser mais raro que a gente imagina), ao ver o filho lutando numa UTI neonatal, outras após vencer um início de amamentacao especialmente difícil, e, talvez a imensíssima maioria, no cuidado constante com aquela crianca. Só acho que mesmo com o caminho até a maternidade e paternidade percorrido virar mae e pai só acontece com um comprometimento real e profundo com aquele serzinho e uma revisao profunda de valores e normalmente é muito mais difícil que parir ou se recuperar de uma cesariana.
3) que a gravidez nos deixa exaustas, é difícil mesmo mudar qualquer coisa. Parto além de apoio exige uma entrega de controle para a natureza que pode ser extremamente difícil para nós mulheres modernas. Que existem mulheres que mesmo tendo a sorte de ter condicoes físicas e de apoio médico e familiar por motivos que para ela sao reais nao estao aptas psicologicamente a passar por um trabalho de parto. Daí sei lá, melhor aceitar que elas precisam de uma cesariana. Todo mundo tem seus limites e apesar de ser lindo supera-los alguns tem que ser simplesmente aceitos.
Conheci quando estava grávida uma mae super zelosa e ela me disse que nao quis amamentar, que jamais conseguiria viver a incerteza de saber quanto o bebê mamou nem se sentiria bem com o bebê no seio. Depois ainda me disse que talvez um segundo filho ela estivesse disposta a amamentar, mas iria comprar uma balanca de precisao e pesar a cada mamada. Me vi dias pensando nisso e cheguei a conclusao que existem mulheres que apesar de saber de todos os benefícios do leite materno tem um bloqueio com a amamentacao e que amamentar sem vontade nao deve fazer bem nem para o bebê. (Depois amamentando vi o quanto isso exige e quao delicado é o processo, acho que é impossível produzir leite se o racional ou mesmo irracional nao quiser realmente.)
Menina, que coisa isso de nao poder parir no hospital sem indicacao médica. Nao creio que um parto domiciliar contra a vontade da mulher funcione bem, acredito que qualquer obstetra de bom senso vai colocar alguma uma indicacao, nao?
No mais boa hora Natália! Cheira muito teu RN.
"Agora cesárea eletiva, desculpa, mas não da pra defender."
ResponderExcluirDesculpa, mas tenha seu parto normal no Brasil, (sem pagar a mais, pelo plano de saúde ou pelo SUS) depois você pode julgar quem opta pela cesária.
19:57
ResponderExcluirSua esposa é bem ética não? Sabia que isso é violar o princípio de impessoalidade da Administração Pública? A 8112/90 e o Código de Ética dizem que o servidor público não deve fazer nenhuma distinção pessoal (em razão de classe, origem étnica e escolha política).
Bonito é fazer isso e ir no domingo com camisa da CBF reclamar da corrupção.
Natália, não é bem por esse lado que minha opinião vai, mas talvez pareça. Porque sim, enquanto essas patricinhas estão "vc não pode faze cesárea sua monstra, tem que ser normal, porque é lindo, é transcedental", tem mulher morrendo porque sequer tem aonde parir.
ResponderExcluirAnon, favor voltar as aulas de interpretação da quarta série. Eu não disse que parto humanizado é bobagem. É ótimo, porém como alguém disse aí encima, humanizado não quer dizer "normal". Pode ser cesárea ou qualquer outro que se conheça. Eu disse que essa briga babaca é bobagem. E tb não disse que meu parto não foi humanizado. Disse que quase morri. Perdi sangue demais. Mas nas conheço nenhuma outra mãe que teve o acompanhamento que eu tive. Tive meu filho em três horas, o médico me acompanhou durante a madrugada e todo o pós parto, porque fiquei mal por mais uns 3 meses. Mas tudo isso foi azar e não mal atendimento.
Se for pra eu ter outro filho um dia? Será com o mesmo médico, o mesmo parto normal.
Anônimo de 21:07
ResponderExcluirNão me referi a esse guest post da Nanda. Me refiro que sempre no feminismo fala-se em DIREITO DE ESCOLHA. No meu entender, tudo o que é impositivo não é feminismo, pois não queremos trocar uma opressão por outra, só isso. E isso vale para os dois lados, tanto quem acha que é imperativo ter PARTO NORMAL, quanto quem quer obrigar os outros a ter cesárea. Os extremismos existem dos dois lados.
Raven e outras falaram uma coisa importante. Na realidade de mulheres negras e pobres, elas simplesmente querem parir dentro de um hospital, seja normal ou cesariana. Na maioria das vezes, adivinha quem são as maiores vítimas de violência obstetrícia? Negras e pobres. Coloque aí na equação se forem negras, pobres e adolescentes. Então, antes de condenar as mães que escolhem cesariana por medo de sofrer violência obstetrícia e que não tem grana pra fazer o parto humanizado com doulas e sei lá mais o que, é bom ter um pouco de empatia e se colocar no lugar do outro. O mesmo vale para o outro lado. Tem gente que quer ter um parto normal, humanizado e pelo SUS. Elas pagam seus impostos e tÊm esse direito.
Sério que tem gente aqui defendendo a dor?! Galerinha, várias culturas (e ao longo da história) têm usado inúmeras formas de diminuir as dores consideradas "normais", e isso inclui o processo do parto.
ResponderExcluirE se tem uma coisa que temos de avanço na nossa sociedade atual, é a diminuição de certas dores físicas, que o diga o processo mais que natural da morte, que as vezes inclui inúmeras dores (naturais, por certo), e que algumas medicações, felizmente, estão conseguindo minimizar.Menos mulherada, bem menos.
(Viviane)
ResponderExcluirPara mim, Raven tocou no ponto central dessa história toda: ainda temos de discutir "parto humanizado" no Brasil devido à conduta desumana de nossos profissionais de saúde. Infelizmente, atendimento digno neste país é para quem tem dinheiro (ou aparenta ter, pois negras são maltratadas com ou sem grana). Como eu também passei pela experiência de um parto normal no SUS, sei bem do que a Milla está falando: de fato, o trauma do mau atendimento é muito maior do que do parto em si. O problema, né, gente, é começamos a mexer nessa ferida e baixarem levas de médicos e estudantes de medicina aqui no blog dizendo: "ai, mas não é bem assim", "eu trato tão bem as pacientes do SUS" etc.
"Tua menstruação te incomoda? Oh... pobrezinha, vítima inocente do patriarcado. Foi tão subjugada que é incapaz de decidir por si própria. Você não deve interromper sua menstruação. Fica quietinha e enfia esse coletor e entre em contato com a deusa..."
ResponderExcluirBem assim mesmo, Jane Doe! Quem usa absorvente interno (OB) ou externo (eu, por exemplo), são demonizadas no movimento natureba...
Oi, Zrs, eu vi essa entrevista sim, você mesma que recomendou. Gostei muito, concordei bastante com ela.
ResponderExcluirPois é B,
ResponderExcluirÉ de um desconhecimento histórico e cultural tão grande essa galera natureba, que prega a dor, o retorno ao "natural"(What??), somos seres culturais e históricos, e , sorry, não temos como retornar a "natureza". O interessante, e vc pode observar, que o retorno a tal "natureza do corpo, da biologia" é sempre algo voltado para as mulheres, ninguém pede um retorno dos homens a um estado "natural", enfim, isso dá uma tese, rs.
Gente, fazendo um off topic. Vcs viram a maravilhosa da Fatou Duome cagando na cabeça dos entrevistadores num programa europeu? Hahaha a mulher é ótima.
ResponderExcluir*Diome
Excluir(...)que o retorno a tal "natureza do corpo, da biologia" é sempre algo voltado para as mulheres, ninguém pede um retorno dos homens a um estado "natural"(...)
ResponderExcluirFENOMENAL, Zrs!!!
Poderia fecha a caixa de comentários aqui, depois dessa...
Jane Doe
Viviane,
ResponderExcluirLembro do meu tio falando antes da minha tia parir que queria acompanhar o processo do parto também para se certificar que ela seria bem tratada. Apesar de ser classe média e estar pagando pela cesariana, ela é negra né. Ele tinha visto dados que as mulheres negras e/ou pobres costumam sofrer mais violência obstetrícia, quantidade menor de medicamentos e anestesias etc. Então se um dia eu for parir, gostaria de me cercar do máximo de segurança possível e diminuir as possibilidades de sofrer violência obstetrícia (que podem ocorrer em qualquer tipo de parto).
Ter o parto humanizado é a garantia que seja na cesariana, seja no parto normal, a mulher e o bebê serão assistidos e receberão a medicação necessária (acho desumano ver um ser humano sentindo dor e não fazer nada para amenizar). É comum confundir parto normal = parto humanizado, que são dois conceitos diferentes.
Outra coisa que tá rolando no feminismo de internet, e talvez tenha a ver com essa onda natureba, é de desacreditar a ciência e acreditar 100% nos chás e ervas e horóscopo. Ficou uma dicotomia ciência X saber popular, na qual ciência= masculino (!!) e saber popular = feminino.
ResponderExcluirTá na moda os grupos no face ficarem falando de horoscopo ou em passar alho na vagina e demonizar médicos. Na boa, um dos poucos espaços onde me sinto a vontade no feminismo é aqui no blog da Lola. Eu concordo com tudo que ela escreve? Não! Assim como o contrário, mas aqui considero um ambiente mais acolhedor...grupo feminista no Face tá dose, ou é horóscopo, ou usar azeite de oliva como desodorante, ou santificação de mulheres ("não existe mulher machista") ou essa moda chata de demonizar TODOS os homens, chamando-os de "pirocos" ou "porcos malditos". E por aí vai...
Zrs, não sei se daria uma tese, mas seria massa vc escrever um guest post sobre o assunto...se a Lola quiser, claro.
Gente, gostaria muito de um guest post sobre "feminismo no FB". Como estou no FB, é raro eu ficar sabendo de alguma coisa que acontece por lá. O que também tem seu lado, porque assim fico distante das tretas. Mas não sabia que o pessoal fala de horóscopo ou demoniza ciência. "Santificação de mulheres" sim, alguns desses comentários vem parar aqui. E no meu Twitter também. Mas o resto... parece um mundo à parte. Escrevam sim, please.
ResponderExcluirEsse assunto ficou estranho, pra variar, porque os comentaristas se preocupam mais com movimentos de extremistas que existem principalmente online do que com a vida real.
ResponderExcluirTem gente falando de movimentos naturebas, de gente demonizada porque usa absorvente...gente, vocês estudam, trabalham, saem na rua ou ficam o dia todo na internet? Existem sim esses movimentos, é um grupinho conhecido por bem pouca gente com influência nula na população de um modo geral. Se sentir discriminada ou sei lá o quê por essas pessoas não faz nem sentido. E mesmo se você se sentir por ser extremamente sensível e ter lido algo que vai contra o que você pensa, nem elas nem ninguém pode te obrigar a seguir o que elas estão falando. Muito pelo contrário, seguir o que elas dizem exige um grande esforço. Então podem sossegar o facho, não tenha medo.
Quanto ao assunto em si, é sim um assunto bem complexo porque pode ser dividido em duas realidades: 1 - Mulheres que tem plano de saúde e são coagidas a fazer cesariana (e são mesmo, as coisas só estão mudando um pouco agora) 2 - Mulheres que não tem plano de saúde e precisam de sorte no SUS, podem tanto ter um ótimo atendimento quanto um atendimento desumano.
Embora o movimento de humanização do parto seja mais evidente entre o pessoal do plano de saúde, é um movimento que prega a humanização de um modo geral (humanização é tratar a parturiente e o bebê com respeito, humanidade e escolher os melhores procedimentos para eles) e está sim influenciando todas as esperas desse atendimento, principalmente disseminando informações e através de novas leis contra a violência obstétrica. Aqui esse tema não é muito discutido, mas em outras esferas é bastante, e além das leis tem uma cultura hospitalar que precisa urgentemente ser mudada, não sei como.
Quanto à escolha de como o bebê vem ao mundo, eu não vejo sentido em oferecer uma operação desnecessária no sistema único de saúde. O que tem que mudar é ter sempre um anestesista de plantão (não entendo porque não tem, não são feitas outras operações no hospital? Não tem anestesista????) e o atendimento em si das parturientes. Tem que ser humano, tem que ter feedback do andamento, tem que ter liberdade para a mulher se movimentar e não se deve postergar uma cesariana necessária para salvar vidas. Quando ao pessoal do plano de saúde e particular, quem está obrigando alguém a ter parto normal? Por favor né? Aí cabe muito bem o orgulho hétero e o orgulho branco. Dá até vergonha alheia de ler o que essa gente escreve.
Por fim uma observação pessoal. Querer um parto normal sem intervenções não precisa ter nenhuma relação com "voltar às raízes", "viver na natureza ou algo assim". Vocês já pararam para pensar que tem gente que não gosta de intervenção cirúrgica? Que prefere não ficar baqueada de anestesia? Que tem um parto tranquilo e simplesmente não precisa ou não quer intervenções? É mais simples do que vocês estão pensando. os comentários parecem aquelas análises sociológicas dos rolezinhos, quando o pessoal do rolê só queria se divertir em paz. Tem gente que só não quer ser cortada, sem ideologias.
Carolina (não consegui logar)
B,
ResponderExcluirConcordo com vc, esse retorno a natureza é um saco. Vamos ser mães, ter 15 filhos e passar o dia tocando violão. Me poupem.
Por outro lado, vc deveria mesmo usar o coletor... ao menos tentar. Life changing. Juro por deus! :-)
Yara
Lola,
ResponderExcluirBacana escrever algo sobre o que se passa no face sim, mas esse debate tem extrapolado bastante esta esfera, e não é apenas um pequeno grupo disperso no meio da multidão das mulheres esclarecidas no mov., é algo crescente, não só aqui como na França também (vide últimos escritos de Elisabeth Badinter sobre o assunto). O retorno da mulher a tal da "natureza" e tudo que isso implica (em termos ideológicos, culturais, históricos, de opressão, etc, etc) merece sim ser debatido, não é fru-fru sociológico, mas algo que vem crescendo, criando, por vezes, ao invés de empoderamento, novas amarras para as mulheres.
Mas o discurso que a mulher pertence a esfera da "natureza" e o homem a esfera da "cultura" do social, não é novo, e é algo presente, ou que sempre retorna, principalmente qdo as mulheres ganham espaço.Enfim, vale, e muito, a reflexão e o debate.
@Zrs, @B. e outras.
ResponderExcluirAinda não me deparei com esse feminismo "natureba" graças a deusa. Mas é bom olhar isso mais de perto. Essa parada de retorno à natureza, sagrado feminino tá me parecendo um backlash.
"[...] e passar o dia tocando violão.
ResponderExcluirhauahaua, melhor blog, melhores comentaristas.
E se eu não quiser fazer parto normal pra não estragar a vagina, que figa-se de passagem não é playground de ninguém além de meu, qual o problema? O corpo não me pertence? Cago de medo de engravidar e ser forçada a fazer parto normal. Sou menos feminista por isso? Por além de medo da dor e dos demais desdobramentos de um parto normal, querer que a MINHA vagina fique do jeito que está?
ResponderExcluirhttp://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2015/09/09/escritora-que-nao-se-identifica-com-nenhum-genero-remove-os-seios-e-o-utero.htm
ResponderExcluirYara, cê não quer me mandar um email? Morro de medo de usar esse raio desse coletor.
ResponderExcluirA Lola tem meu endereço, só pedir pra ela.
E bora tocar violão.
Lana, aí é só você seguir a onda, não entendi sua reclamação. Não existe "forçar a fazer um parto normal", como o próprio texto mostra. Se você tiver plano de saúde e/ou dinheiro, os médicos vão dar graças aos céus quando você disser que não vai atrapalhar a rotina deles e vai marcar uma cesariana.
ResponderExcluirCaso o atendimento seja pelo SUS, nada foi mudando com nenhum movimento ou lei, continua igual, a única mudança é que se está exigindo cada vez mais um tratamento humanizado. Você está reclamando de algo que só existe na sua cabeça, tipo orgulho branco.
Carolina
Pelamor, a criatura acredita naquele negócio de que vagina "estraga". Se bobear é só um mascu nojentinho.
ExcluirNo mínimo, alguém incapaz de ler um texto completo.
Postei um link para um texto muito esclarecedor sobre cuidados com o perineo, sobretudo em situação de parto vaginal, mas a Lola apagou. Ainda assim, é legal pesquisar esse assunto, nada é tão simples na vida.
ExcluirPostei um link para um texto muito esclarecedor sobre cuidados com o perineo, sobretudo em situação de parto vaginal, mas a Lola apagou. Ainda assim, é legal pesquisar esse assunto, nada é tão simples na vida.
ExcluirLola, vi sua resposta pra mim lá no outro post. Entendi, tem que contextualizar o link. Então aqui vai:http://www.mamaminha.com/perineo.shtml
ResponderExcluirO períneo faz parte do corpo e como qualquer parte precisa de atenção.
É, realmente, bastante estranha essa ideia de que a dor do parto é "natural". Aliás, tem outras bizarrices que eu custo a entender. Minha cunhada é "feminista natureba", fez parto natural em casa, e eles, o casal e o filhote, hoje com 11 anos, são vegetarianos. O menino não tinha feito NENHUMA vacina até que os pais foram fazer um doutorado nos EUA, onde a comprovação das vacinas era condição para a permanência no país. Me pergunto onde está a relação entre "natureza" e vegetarianismo. Parto natural e a ausência de vacinas combina mais com uma boa caçada na selva, no meu modesto entendimento. De onde que o respeito e compaixão para com a dor dos animais combina com natureza? De onde que feminismo combina com natureza, minha gente?
ResponderExcluirLana, a vagina é elástica. Dizem que ela alarga e não volta ao normal, mas isso costuma acontecer quando (adivinha) o médico se mete a fazer manobra de Kristeller, subir na barriga da mulher e empurrar. Essa manobra causa a queda do assoalho pélvico, resultando inclusive em incontinência urinária. E parir deitada fazendo força contra a gravidade também não ajuda. Se o parto normal fosse do jeito que as parteiras fazem, com a mulher se mexendo pra ajudar o encaixe do bebê na pelve, sem agressões nem violência obstétrica, na posição que a parturiente quiser (que em geral é de cócoras ou sentada, as posições em que a gravidade FACILITA e agiliza o parto) a vagina poderia exercer sua elasticidade sem nenhum problema. Ela dilataria pra dar passagem ao bebê e depois voltaria ao normal. Pra variar, são os médicos folgados se lixando pras mulheres que ferram tudo. São os médicos que "estragam" a vagina, Lana. Se você não quer isso, fique bem longe dos médicos. Ah, a vagina é composta de músculos, e músculos podem ser exercitados.
ResponderExcluirLana, é a gravidez (e idade chegando) que "detona" o assoalho pélvico, o que afeta a vagina, mas para isso ainda bem existem os exercícios de Kegel (que aliás toda mulher adulta tem benefícios fazendo e eu recomendo)!
ResponderExcluirUm parto que tem a sua fisiologia respeitada nao estraga a vagina nem se houver laceracao (que é costurada e depois normalmente nem cicatriz sobra). Já episiotomia, posicoes desfavoráveis e etc. etc. nao ajudam em nada. Episiotomia mal feita (aliás episiotomia ao meu ver é mutilacao e já está provado que nao deve nunca ser feita de rotina) é que é a principal queixa de insatisfacao.
Ah, nao quer ter nada alterado (mesmo temporariamente), nem engravida.