Sempre me perguntam se o Nordeste é uma região mais machista que as outras.
Eu não sinto essa diferença. Já vivi no Sul e Sudeste, e na Argentina e nos EUA, e vi machismo por todos os cantos.
Mas o relato da J., que tem 40 anos e é professora e sindicalista, mostra uma realidade muito distante da minha:
Eu não sinto essa diferença. Já vivi no Sul e Sudeste, e na Argentina e nos EUA, e vi machismo por todos os cantos.
Mas o relato da J., que tem 40 anos e é professora e sindicalista, mostra uma realidade muito distante da minha:
Venho de uma família com mais três irmãos. Hoje posso analisar com tranquilidade como é ser mulher entre homens. Meu pai veio de família muito pobre, sem estudos, a vida na roça afastava da escola. Encontrou no exército o caminho para mudar de vida.
Minha mãe nos criou em meio a animais de todos os tipos; galinhas, porcas, cabras, patos, e até vacas para vender o leite. Plantava capim para os animais, milho, feijão. Por aí, já dá para perceber que somos do sertão do Seridó, RN. A seca nunca foi empecilho para continuar trabalhando. Meu pai sempre viajando, minha mãe sempre comandando tudo.
Fomos criados debaixo do chicote, tudo era motivo para apanhar. Foi a forma com que minha mãe foi educada. Meu avô era muito bruto. Foi assassinado pelo genro, e isso gerou na minha mãe uma revolta capaz de fazer com que ela passasse anos e anos seguindo os passos dele. Pelos relatos, ela sempre foi à frente de seu tempo. Vestia calça, sapato, chapéu, e montava cavalo.
Como foi o namoro dos meus pais, eu não sei. Mas ele diz que ela chegou um dia e perguntou: Quer casar? Se não, vá passando! Quando queria algo, não pedia, fazia. O que eu mais gostava era quando papai chegava depois de uma viagem longa. Era uma tranquilidade, só que ele levava meus três irmãos para passear, e eu ficava com mamãe, pilando pimenta para as buchadas que ela fazia, e que não conheço quem faça tão gostosa.
Igreja do Rosário hoje, em Caicó, região do Seridó, RN |
Fui crescendo e vendo que a situação para mim era mais difícil que para meus irmãos. Na escola, sempre gostei de conversar com homens, tenho até hoje amizades cativas. Não fui criada com vaidades, a forma dura que minha mãe nos ensinou talvez tenha ficado gravada para sempre.
Mas me revoltava quando queria sair e não podia. A verdade é que a escola era minha fuga. Nela, eu era dona de mim. Ficava impaciente quando via aquela turma de meninas de um lado e meninos do outro. Coisa mais chata. Não teria como ficar todos juntos, não? Ah, e eu fui. Na mesma hora, percebi como fui olhada por elas. E o que há de errado, pensei. Ali, me dei conta que somos diferentes, não podemos andar e conversar com homens se não for para namorar. Valha!
Escola em Caicó (sem relação com o texto) |
Lembro de um dia em que levei um namorado para casa. Quando entrei, recebi uma mãozada na cara. Essa bicha nasceu para ser puta! Não apanhei mais, pois meu pai tomou a frente. Primeira vez que fui para uma festa, minha mãe mandou meu pai ir para a porta do clube. O tempo foi passando, eu não notava que ela definitivamente não queria que eu namorasse. Eu deveria estudar e terminar o segundo grau e ficar em casa. Faculdade? Nem sonhar, era coisa para os meninos. E fui me anulando.
Mesmo assim, as coisas foram acontecendo. Perdi a virgindade. Nem lembro mais como mamãe soube. Acho que a família do rapaz começou a conversar. E já viu, né? Aqui, quando a moça perde a virgindade, é assunto de muitos anos. Poxa! Todo mundo comenta. Parece que é público.
Estava trabalhando numa escola particular, mesmo sem que meu pai aceitasse, pois filha dele, ele podia sustentar. Com 18 anos, meu então namorado, atual ex-marido, me convenceu a abortar. Foi o pior dia da minha vida. Parecia que estava sendo enterrada viva. Era como aqueles filmes de terror que nunca amanhece. Ele conseguiu tudo. Parecia o capeta dizendo que agora não. Enfim, fiz. Quase morri, e ele pulando carnaval. Passou. Continuamos juntos, e um tempo depois, outra gravidez.
Dessa vez ele disse: agora não tem como abortar, você pode morrer. Me senti como gado no pasto sendo levada para onde ele quisesse. O dia do casamento foi tão sem graça, precisava casar? Casei.
No sexo, nunca fui santa. Levava para a escola as revistas dos meus irmãos. Aprendi oral sem nem fazer. Não entendia porque toda vez que fazíamos meu ex-marido perguntava com quem aprendi. Isso me deixava sem jeito. Depois, ele disse que a filha não era dele, já que era loirinha. Só vivemos bem durante dois anos. Depois disso, comecei a acordar.
O jeito com que fui criada não batia com a criação que ele recebeu. A mãe não podia conversar com o vizinho que era chamada de rapariga pelo marido. Eu só podia sair de casa se fosse com alguém. Foram anos difíceis, tentei deixá-lo várias vezes. Queria estudar, ele dizia que mulher que queria estudar era pra passar chifre no marido. Se eu conversasse com um homem, estava chifrando.
Um dia, ele me disse que a certidão de casamento era a posse dele sobre mim. Comecei a me revoltar. Comecei a estudar para concursos. Tentei um de Oficial de Justiça, naquela época bastava segundo grau. Foi um inferno. No dia das provas, só o ouvia dizer: Você não passa! Fiz um para professora do Estado, passei e nunca fui chamada. Tentei para o município, e ele dizia que este era bom, pois eu não receberia mais que ele.
Fui chamada, fiz faculdade, e ele dizendo que não precisava. Tentei me separar três vezes. Ele dizia que eu queria ser rapariga. E cada dia foi ficando mais possessivo, me sufocando. Houve dias de ameaçar me bater. Reagi com o que tinha mais próximo das mãos, uma faca. Eu disse que se ele me batesse, que fosse para matar, pois se eu me levantasse, não teria médico neste mundo que o costurasse.
E a revolta fez com que eu tivesse a atitude de dar um basta. Meus pais se separaram depois de trinta anos de casados, e eu tinha que me sujeitar a ser chamada de rapariga dentro da minha própria casa? Enfrentei. Ele me perseguiu. Primeiro disse que não era para eu sair de casa no Carnaval, pois iam dizer que ele era corno. Ainda passei seis meses tendo paciência. No fim, mandei que ele saísse de casa. Quando minha filha pediu para ele sair, ele saiu.
Praça em Caicó hoje |
O fato de dormir em paz era um sonho realizado. Enfrentei o preconceito da família dele. Minha mãe e meu pai estavam mais preocupados em ele como policial não me matar. Eu, estava mais preocupada em ser livre, e levar comigo minhas duas filhas.
Ele tentou me deixar na rua, levar minhas filhas e minha reputação. Dane-se minha reputação! Uma de minhas filhas, com 18 anos hoje, foi minha maior cúmplice. Ela sabia que o salário que eu recebia como professora não nos sustentaria. Orientei que ela fosse comer na casa da avô materna. E eu me alimentava da merenda da escola.
Ele tentou me deixar na rua, levar minhas filhas e minha reputação. Dane-se minha reputação! Uma de minhas filhas, com 18 anos hoje, foi minha maior cúmplice. Ela sabia que o salário que eu recebia como professora não nos sustentaria. Orientei que ela fosse comer na casa da avô materna. E eu me alimentava da merenda da escola.
Sou uma sobrevivente de uma relação que poderia ter sido diferente, se não fosse o pensamento machista do meu ex-marido. Separei não por não gostar mais dele, mas por escolher respirar.
Tenho orgulho de educar minhas filhas para que não sofram e nem sejam objeto de perpetuação do machismo. Ser sindicalista é mais uma vitória nesse meio tão machista. Não preciso provar nada para ninguém. Não sinto que sou uma mulher, um ser diferente, no meio de muitos homens. Sinto que somos pessoas. Não há o que provar, e sim, o que fazer.
O mais curioso de ler isso é ter a sensação de ter aberto um livro centenário que poderia ter sido escrito pela bisavó ou tataravó de alguém. Não de um contemporâneo meu, viva é jovem. Que Bizarro. ..
ResponderExcluirEstou morando em Natal e por aqui, sempre ouvi falar que as mulheres do Serido são bravas (prefiro interpretar como fortes). Dizem que não aguentam muito desaforo dos homens não. :)
ResponderExcluirLola, minha família, tanto no lado paterno como no materno, é do Seridó. E o machismo, se ainda é forte, já foi absoluto. Nossa história de horror é a expulsão da família de minha mãe das terras onde meu avô trabalhava, porque ele não cedeu à exigência do proprietário de expulsar sua filha (minha tia) de casa porque havia engravidado sendo solteira (anos 1950).
ResponderExcluirQue linda. :3
ResponderExcluirE credo, Patrick! Oo
que história! também fiquei com a sensação de estar lendo uma história do passado... mas quem disse que o machismo é passado, né? só sei que queria ter metade da coragem dessa mulher!
ResponderExcluirBom, eu sou do sul, de uma cidadezinha pequena do interior de SC. Histórias muito semelhantes a essa são comuns ainda hoje por lá(em 2015 minha gente)!!!
ResponderExcluirQuando adolescente, não só saia pra ir pra escola. Na rua, só andava de cabeça baixa e não podia conversar com ninguém. Minha mãe me chamou de puta, piranha, biscate etc. em inúmeras ocasiões. Quase apanhei uma vez por que, estávamos na praia e perguntei para o MEU PRIMO se água de coco estava boa. Na cabeça doentia da minha mãe, eu estava "me esfregando" nele.
Ah... meu irmão? Bom, ele é homem, sempre fez o que quis sem muitas consequências...
Poderia passar horas escrevendo sobre isso, contando inúmeros "causos" que se passaram comigo, primas, amigas, colegas de escola...
Mas é como a Lola disse, tem machismo e escrotidão no mundo inteiro. Em alguns lugares mais e mais escancarado, em outros menos e mais sutil. Mas essa praga está sempre presente...
Jane Doe
Inicialmente eu ate pensei não fazer comentário nesse texto, mas vamos lá.
ResponderExcluirTenso o relato no texto, agora essa historia veio mais um vez a confirmar a minha tese, de que as mulheres de 40 anos para cima, são na media tão ou ate mais machistas quanto os homens, e mesmo hoje em dia ainda existe um numero bem considerável de jovens que são machistas, e desse tipo de mulheres eu procuro manter distancia, e as mulheres em sentido contrario e recomendável que façam o mesmo.
E ao movimento feminista fica mensagem deque, se querem acabar com machismo estrutural que existe na sociedade, primeiro façam as mulheres deixarem de ser machistas, ai vai fica mais fácil de fazer os homens no futuro, abandonarem essa mentalidade preconceituoso que se chama machismo.
Bom dia
E aquela conversa de que as mulheres já conquistaram todos os direitos, podem fazer o que quiser e que o feminismo não é mais necessário?
ResponderExcluirNossa, muito bizarro ler um post no blog da Lola sobre alguém da minha cidade e ainda com fotos da terrinha (que até chamo assim mas odeio esse lugar). Aqui é assim mesmo até hoje e o pior é que a imensa maioria das mulheres são tão ou mais machistas que os homens, por isso meu espanto ao ler sobre alguém daqui num blog feminista, as vezes eu sinto como se fosse a única feminista nessa cidade e desde logo sou a única que conheço. Claro que conheço algumas pseudo-feministas, mas o machismo esta sempre presente em todas as suas falas e atitudes, é desesperador.
ResponderExcluirAgora imaginem ser também ateia em uma cidade/região onde as pessoas são MUITO religiosas! Me sinto um E.T. de cabo a rabo. Não é fácil viu!
Off Topic
ResponderExcluirEsse vídeo mereceria um post:
https://www.youtube.com/watch?v=3ey0eCkZawY
(Desculpem de antemão. Não quero romantizar um assunto sério e grave, só quero elogiar a escrita da autora. Ai esse jeito nordestino de narrar as coisas <3 Quase consigo entrar na infância e escola dela <3)
ResponderExcluirLola, sou do Piauí e moro em São Paulo há 7 anos (hoje tenho 24). E sim, percebo mais machismo por lá. Minhas amigas de lá tem bem menos liberdade na hora de levar os namorados em casa, de viajar junto, de morar junto sem casar, do que as amigas daqui. Lá elas tem mais pressão dos pais para ter aquele casamento católico tradicional, para só depois aparecer em público com o marido viajando junto, morando junto, etc. E minha família, então, nem se fala. Minha mãe chorou quando soube que eu tinha dormido no mesmo quarto do meu namorado aqui em SP e, então, não seria mais virgem (sim, em pleno século XXI). Sendo que ela mesma nunca casou no papel, e, depois que descobriu a traição do meu pai, saiu da casa dele, voltou para o apartamento que ela já tinha, e me criou sozinha desde então (vai entender).
ResponderExcluirPercebo que, nas discussões entre meus amigos de lá, os que moraram em outras cidades do Brasil ou do exterior costumam ter opiniões mais progressistas. Os que nunca saíram de lá fazem slut shaming, fazem piadinhas homofóbicas e racistas, enquanto os que saíram tendem a se assumir feministas, são anti-homofobia, anti-racismo etc (claro que não se aplica a todos, foi uma tendência que eu percebi). Acontece também com pessoas da minha família: as que saíram de lá tendem a ser menos preconceituosas. É triste, porque eu também tinha essa cabeça fechada. Na verdade, quando ainda morava lá, eu achava que NÃO tinha preconceitos, só porque perto dos outros eu aceitava razoavelmente a diversidade. É também muito triste sair de lá e se dar conta que o ambiente em que você cresceu não é lá tão acolhedor como você pensava quando criança. Eu vejo primos que sempre amei falando que gays não são normais, que lésbica precisa de p**, que mulheres pedem para apanhar dos homens... Sua família até então era gente fina, daí você muda de cidade, faz intercâmbio, revê seus conceitos, perde preconceitos, e, quando olha pra trás, descobre que é parente de vários mini-Bolsonaros. Difícil de lidar. Mas enfim, concluindo, não sei se só eu percebo isso, mas vejo mais machismo no nordeste sim.
O Nordeste é muito grande, anon. Você morava em Teresina? A realidade nas capitais é menos pior do que no interior.
ExcluirEu nasci no nordeste e agora moro em SP (quase 3 anos), minha família inteirinha é bem machista. Aqui não encontrei outra realidade, a família do meu marido tb é 100% machista, e com mais preconceitos que a minha. Espero que eu e meu amado sejamos "sementes" de novas idéias, a coisa tá feia rs.
ResponderExcluirEle tem um primo jovem de quem gostamos (apesar de tudo), e já ouvi cada barbaridade dele.
Um dia saiu com um amigo e encontraram duas "gordas", eles dividiram a mesa de bar com as garotas e tentaram levar elas para o motel. As moças n aceitaram.
O moleque estava indignado pq foi rejeitado "por as gordas", mesmo ele sendo um escroto que estava morrendo de vergonha por estar no mesmo bar que algumas pessoas que ele conheceu no ensino médio, e mesmo ele dizendo que as meninas seriam "vadias" se fossem ao motel com ele.
Bom, eu torço que ele continue na punheta kkkk.
A família da minha mãe saiu do Nordeste quando ela era praticamente um bebê. Mamis ainda tem esperanças de conhecer lá.
ResponderExcluirContou-me bastante histórias escrotas da família, o que contribuiu para o enorme nojo que sinto até hoje do meu avô. Pra uma mulher de personalidade forte e dominadora, deve ser pura esquizofrenia ser criada em meio a um machismo tão cru. Quando mamis quis namorar, descartou muito possível pretendente tão logo soubesse que era nordestino. Pra vocês verem o que trauma de péssimos relacionamentos familiares causam.
Infelizmente, minha mãe nunca conseguiu se desvencilhar completamente da criação horrorosa que teve. Era uma mãe amorosa e razoável na maioria das vezes, mas ela não estava nos criando para nos tornarmos adultos independentes, e sim eternas crianças ineptas que deviam amadurecer por osmose. Fui muito mais infantilizada do que meu irmão mais novo e a última vez que ela tentou me bater e me defendi, eu estava com 20 anos.
O mais irônico é que ela desdenha do feminismo e vive se perguntando a quem eu "puxei" ( como se fosse tendência genética, rs), sendo que eu a vi questionando comportamentos machistas ( usando essa palavra mesmo, "machismo") boa parte de minha infância).
Patela
Lola, existe sim um machismo mais forte no nordeste do que em outras partes do país. mais que tudo, é um machismo bem característico em vários aspectos. um deles, é que ele precisa muito ser pronunciado. A masculinidade do homem está muito vinculada a deixar claro que ele é machista mesmo que, em seu íntimo, não o seja tanto.
ResponderExcluirPor exemplo, conheço famílias que tem muitos filhos, mesmo isso onerando, complicando o orçamento, pois é um símbolo de virilidade. Veja bem, trata-se de algo que pode complicar a vida de todo mundo mas o papel viril público tem que ser desempenhado.
Nunca passei muito tempo no interior mas conheço gente de lá. Gente de famílias de ambientes parecidos com o da autora do post. Um deles, um amigo muito querido. Pessoa culta e lúcida; fala 5 idiomas, é doutor em história. Na intimidade é uma pessoa politicamente consciente, respeitador e coerente. Em público, se transforma no momento em que se vê rodeado de homens, especiealmente se forem homens com os quais não tem muita intimidade. Fica chauvinista, faz cantadas, conta mentiras sobre experiências sexuais. Uma vez o confrontei sobre isso e ele, quase chorando, me deu uma explicação didática e quase acadêmica: ele vem de uma família do interior do Piauí. Sempre foi um cara sensível, que gostava de arte e literatura. Ao mesmo tempo, ele aprendeu que a coisa mais importante que um homem tem que ser é um "machão". Mais do que ter sucesso em qualquer coisa. Segundo ele, um machão em um modelo arcaico mesmo. Contou que esse foi seu maior conflito, ter que ser esse machão que ele não admirava mas entendia ser a única forma de ser alguém aos olhos da sociedade e da família e que os olhos da sociedade a da família tinham um valor, um peso muito mais importante de onde ele vinha do que em qualquer outra parte.
Ele acrescentou, e eu concordo, que em outras partes do país certas manifestações de machismo hoje já são vistas como insegurança, mesmo em um contexto machista. Ainda segundo ele, o "machão" do sudeste é aquele que "se garante", que a mulher venera e obedece por devoção. O machão do interior do Piauí é aquele que manifesta publicamente seu poder, sua agressividade.
Não havia sido a primeira vez que ele fora chamado a atenção por se comportar daquela maneira e ele disse que a cada vez morre de vergonha pois percebe que, mesmo em um contexto machista, aquela postura, fora de seu meio original, parecia uma medida desesperada de um homem inseguro.
Sei de uma série de outros casos. Coisas que acontecem em outras partes mas que em alguns cantos do noirdeste é totalmente aberto e OK. Outro caso é de uma amiga; ela é do rio mas tem família também no Piauí. Ela foi passar um tempo na terra da família e teve um relacionamento curto com um sujeito. Pouco depois ela teve outro casinho curto. Ela já tinha seus 19 ou 20 anos mas o rapaz ficou chateado pois ela não era virgem. Quando o relacionamento terminou, ela passou a ser abordada por rapazes como que querendo simplesmente "marcar" de transar; ela conta que sequer era algo agressivo, simplesmente é que enetndiam que se uma mulher fez sexo com dois homens em um período relativamente curto, ela VAI fazer com qualquer um. Não é diferente em outros cantos do Brasil mas naquele ambiente era algo completamente instituído, como se esse passasse a ser a função dela no meio.
Em resumo, não se trata exatamente de ser mais machista mas de ter o machismo mais pronunciado e ter um poder ainda maior sobre as pessoas. Ter o poder de definir ainda mais a vida de cada um. mesmo homens, ainda que isso seja um problema para eles mesmos. Além disso, não existe um contraponto, né muito menor a parcela da sociedade que não gosta disso, que combate isso.
Sou caicoense também, a autora descreveu o que realmente acontece, não só em Caicó, como em toda nossa região.O comentário "ela VAI fazer com qualquer um", e os demais. Refletem bem o machismo do RN. Tenho uma amiga que ao se separar me confessou que homens de todos os tipos começaram a se comportar diferente do tempo que era casada. Era como dizem com as mulheres quando sabem que elas são ativas sexualmente: está no cio.
ResponderExcluirExistem cidades que praticamente 80% das meninas são criadas para estudar até o 2º grau, e pronto. Estão prontas para casar. Ou, para ficar em casa, mesmo com um emprego. Mas, tem que ficar em casa e cuidar do resto da família. Aquelas que não casam são chamadas de moça velha. É típico encontrá-las nas famílias mais tradicionais. Elas tem a função de cuidar da casa, dos filhos dos irmãos ou irmãs, dos pais. É como se ela fosse a escrava da casa. E se alguma tiver um filho, pior. Levará o nome de rapariga o resto da vida. Mesmo que o pai seja um tio que a engravidou quando ela foi cuidar da sua esposa no resguardo. Conheço uma senhora com mais de 70 anos que é uma delas, quando jovem foi impedida de namorar com um rapaz por ele ser negro. Mesmo sendo parente da cunhada. Ah, Lola! Quando paramos para analisar nossa realidade. É como a autora tão bem explicou, e tenho certeza que nas entrelinhas tem muito mais sofrimento. Não, não é passado, é bem presente, no agora de nossas mulheres.
Adorei o guest post, bem interessante...
ResponderExcluirBom, como não sou do Nordeste, não vou dar pitaco de "nordeste é mais isso ou mais aquilo". Não diria que uma região do país seja mais ou menos machista e sim, de que o INTERIOR é mais machista do que as cidades grandes. É incrível que em muitas cidades do interior (Nordeste, Sul, Sudeste, etc) o machismo é sofrível, parece que voltamos no túnel do tempo.
Conheço algumas cidades interioranas aqui no Rio Grande do Sul e o machismo é triste, parece novela de época. O relato publicado aqui me lembrou Gabriela do Jorge Amado...vi o remake que fizeram e me indignava com aquele atraso, com aqueles preconceitos...esse relato é assustador, mostra que o machismo de época ainda está aí, galopante. Mas que, na minha visão, não é exclusividade de uma região em específico, e sim do interior, cidades mais pequenas...
PS: tenho que concordar com quem falou mais acima (mais de uma pessoa) que, no interior, existem mulheres mais machistas que homens, infelizmente.
Sei que várias correntes feministas vão falar "aiii, mas não existe mulher machista". Falam isso só pq nunca foram numa cidade do interior.
Falando exclusivamente da minha vivência familiar: Nunca observei esses comportamentos bizarros de "machão" nos homens da minha família, apesar de alguns deles demonstrarem machismo de outras maneiras.
ResponderExcluirEu tenho muita sorte com meu pai - nunca escutei dele sequer uma palavra machista, homofóbica ou preconceito de qualquer sorte.
Mas é como a B. disse aí em cima - cara, como as mulheres da minha família (e outras com quem convivi durante infância/adolescência) são machistas!!! Cada uma de sua maneira peculiar - algumas focam na aparência, outras são extremamente obcecadas pela figura da "moça de família", todas com verdadeiro horror da sexualidade feminina livre.
Elas aceitam e até acham desejável que mulheres podem estudar, ter sua carreira e sustento próprio. Porém a liberdade deve se limitar aqui. O resto é devoção e obediência ao marido e aos filhos. Sem isso, mulher não é gente.
Jane Doe
B. é isso ai! o interior é feio e bobo! só as pessoas que vivem nas capitais são legais!
ResponderExcluirHuashuahsuahsua isso de interior me lembra mais uma vez a minha família. Visto q em Curitiba nem saio de casa, quando vou pra Londrina (que apesar de ser interior, é uma cidade relativamente grande - e bem bonita-) eu sou a rapariga da Capital. Huashua q absurdo.
ResponderExcluir
ResponderExcluirLola querida sempre peço, quando puder volte a vender seu livro, quero ler.
a)Lola gostaria que vc escrevesse um texto, sobre os ataques que as mulheres islâmicas, estão sofrendo no Brasil, tem o assunto na página do ig.
b) Passei férias em Salvador, onde conversei e conheci mulheres, elas estudavam mas já enfrentavam preconceito, porque boa moça tem que procurar marido, mas seguiam em frente porque não desejavam o destino de suas mães
Pra quem fala que "tem mulher mais machista do que homem", vamos esclarecer o seguinte: mulher não é machista. Ela reproduz o machismo. Vamos fazer uma pequena analogia pra ver se fica fácil de entender.
ResponderExcluirNo tempo da escravidão aqui no Brasil existiam os capitães do mato. Pra quem não sabe, eram homens encarregados de capturar escravos que fugiam. Muitos desses capitães eram negros. Então podemos falar que eles eram escravocratas? Podiam ser acusados de oprimir e escravizar os negros?
Não. Eles, no fim das contas, continuavam sendo cidadãos de segunda classe. Não tinham os mesmos direitos e privilégios dos brancos, não se beneficiavam do sistema escravista. Eles só iam por esse caminho como uma forma de conseguir melhorar um pouco suas condições dentro de um sistema que os oprimia de todas as formas.
Digamos que com as mulheres se dá basicamente o mesmo. Nós vivemos e fomos educadas em uma sociedade machista. As feministas conseguiram se libertar um pouco mais dessa mentalidade (embora muitas ainda tenham resquícios de machismo), mas as outras mulheres não. Pensam que é fácil jogar fora condicionamentos de uma vida inteira?
Quando a mulher reproduz o machismo, ela faz como uma forma de se defender, pq acha que será mais respeitada e valorizada. Ela acredita que agir assim a colocará no hall das mulheres direitas. E cá entre nós, não é fácil uma mulher se libertar disso tudo porque vai ter que nadar contra a maré, bater de frente com pessoas machistas e muitas vezes sofrer hostilidade. A Lola está aí como prova viva.
Ela se libertou, prega idéias feministas e olhem os ataques que ela sofre. Pensam que é fácil aguentar isso? Alguém aí conseguiria suportar ao menos a metade do que ela suporta? Pois bem. É pra não enfrentar esse tipo de coisa que muita mulher por aí acaba se rendendo ao sistema e reproduzindo o discurso do patriarcado.
Mulheres não se beneficiam do machismo, não tem nenhum privilégio dele. Não importa se a mulher reproduz ou não o machismo. Ela está sujeita a ser estuprada/agredida/morta/assediada/whatever do mesmo jeito.
Só que elas não enxergam isso, pensam apenas que estão se defendendo.
O post ficou longo, mas espero que tenha dado pra entender bem a questão.
Essa questão Capital x Interior não é tão simples. Aqui mesmo no Rio Grande do Norte retratado no post, as mulheres parecem (*) ser bem mais independentes e senhoras do seu destino em Mossoró do que em Natal.
ResponderExcluir(*) --> como não tenho evidências científicas publicadas em periódico para amparar esta afirmação, evito fazer uma declaração peremptória.
Malagueta, eu entendo toda essa questão, mas, sei lá...não consigo engolir
ResponderExcluir"Ah, as mulheres fazem isso pq não sabe, estão se defendendo"
Concordo com a afirmação se for uma mulher falando besteira ou coisa do tipo, mas uma guria, que disse uma vez (fato real) que desejava que as feministas fossem estupradas, desculpa, isso não é "coitadinha do patriarcado" e sim uma mina escrota que quer que a outra se foda. Simples. Não vou passar a mão na cabeça de gente que me deseja estupro.
Outra coisa: falaram no post dessas mães que maltratam as filhas como se fosse no seculo XIX, batendo, dando surras chamando de vagabunda e biscate. Agora vai dizer pra guria com olho roxo da surra da mãe que a mãe é uma "cooptada" pelo patriarcado e que ela não oprime...será que a guria ia "perdoar" a mãe por isso? Na boa...(PS: não precisa ser mãe, pode ser qq mulher preconceituosa na vida de uma outra mulher)
Sou nordestina. Moro em SP desde os 6 anos de idade. E percebo alguns choques culturais.
ResponderExcluirPor exemplo, tenho uma prima que tem dificuldades em manter namorados por lá. Ela até gosta dos caras no começo, mas eles se mostram excessivamente ciumentos. As meninas não podem sair com as amigas, se estão namorando. É praticamente uma regra. E já os caras, podem. Isso não é nem discutido. Também é assumido que o homem tem seus "instintos" e vai trair. Tenho 2 tias que acham impossível que meu ex-sogro não traísse minha ex-sogra quando ele viajava pros EUA pra eventos acadêmicas e passava semanas por lá. Segundo elas, homem nenhum fica sem mulher por um mês.
Uma amiga de Teresina que tbm se mudou pra cá falou sobre as impressões de uma menina q morou com ela. Ela teria vindo descobrir "pq o homem paulista é fiel" e que aqui os casais parecem bem amis unidos. Veja, ngm acha q os paulistas são perfeitos (até pq convivemos com eles), mas eu tenho uma impressão que em geral esse comportamento de homem "pegador" a qualquer custo não é tão naturalizado.
Outro choque cultural muito forte qdo eu chegava lá era em relação a aparência. Não sei se eh uma coisa local, ou era pq juntava mtas mulheres pra me cobrar (ao invés de uma só, minha mãe).
ResponderExcluirTenho 5 tias por parte de mãe, 4 delas solterias. A patrulha com a minha aparência era absurda! Acho que se não fosse eu colocar limites hoje, continuaria a mesma coisa. Opinavam sobre tudo, desde meu guarda-roupas, passando pelas minhas unhas, sobrancelhas, etc. Tenho uma escoliose importante, e geralmente me visto e escolho minhas roupas sem nem me lembrar da existência dela, mas qdo eu chego lá, é impossível esquecer. Aparentemente todas as minhas roupas enfatizam o meu desvio na coluna que eu "deveria esconder".
Lembro de aos 13-14 anos uma amiga minha do Piauí me dando uma lista de regras de como eu deveria "me cuidar": ir ao salão fazer as unhas TODA SEMANA, se não fosse, NO MÍNIMO passar uma base, fazer escova sempre, hidratar sempre tbm... E eu lá me sentindo péssima por odiar fazer essas coisas. E por ser preterida pelos meninos por isso, claro. Era uma coisa perceptível! Ah, tbm já ouvi comentários sobre "usar um aparelho para abaixar" minhas costelas e sobre colocar silicone.
Meu cabelo foi um capítulo a parte, submetido a incontáveis escovas e chapinhas. E isso que ele eh só um ondulado 2C, não quero nem pensar o que as meninas negras devem passar. =( Tenho uma tia que SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE, até hoje, insistiu para eu pintá-lo de loiro, ou ao menos fazer umas luzes. Desenvolvi no início da adolescência repúdio por cabelo loiro, ao menos em mim. Tenho cabelo castanho, e no Piauí alguns me chamavam de "loirinha". E aí eu virava bicho e tinham que me ouvir até dizer chega.
Claro, em SP tbm rolava patrulha e até bullying por conta de aparência, mas não tenho dúvidas que eu sofria especialmente mais na temporada de férias.
Eu acho o machismo mais triste quando é reproduzido por gente jovem, com muitas oportunidades de aprender. Minha tia com 80 anos e meu avô de 75 ok... mas minha irmã de 26 anos falando que "mulher tem que se dar ao respeito"? Embora eu saiba que a gente é condicionado pra pensar assim desde pequeno, me dá uma dor no coração ouvir alguém tão jovem e que provavelmente já sofreu por conta de machismo pereptuar essas ideias idiotas.
ResponderExcluirB.
ResponderExcluirmas uma guria, que disse uma vez (fato real) que desejava que as feministas fossem estupradas
Ela pode ter falado isso pra ter aprovação dos homens. Além do mais, o feminismo é muito distorcido e as pessoas acabam tendo uma ideia errada dele, como se fosse uma conspiração pra dominar o mundo e exterminar os homens. Se é essa a ideia que ela tem do feminismo, então vai mostrar hostilidade com certeza.
Analisando mais profundamente, existem mulheres que se veem como inferiores. Uma mulher que se acha inferior tb vai pensar o mesmo das outras. E como o feminismo desafia essa forma de pensar, é lógico concluir que ela vai odiar o movimento feminista.
As mães relatadas nesse post foram educadas de forma machista. As pessoas tem certa tendência de educar os filhos da mesma forma como foram educadas (ou vão pra outro extremo, as vezes).
Se uma mulher foi educada na base da pancadaria, pra achar normal uma menina ser agredida só porque deu bom dia pro vizinho, então é de se esperar que ela reproduza esse padrão nos filhos.
Eu sei que isso não vai apagar a mágoa que a filha sentirá dessa mãe, é outro assunto. Acontece que essa mãe que reproduz o machismo não está sendo beneficiada por ele. Ela pode tb ser agredida, assediada, morta, estuprada, etc. Não há privilégio nenhum pra ela.
Mallagueta,
ResponderExcluirEu até concordo com a ideia de que a mulher não se beneficia do machismo. É até difícil defender o contrário.
O meu problema mesmo é com a recusa em chamar certas mulheres de machistas. Podem inventar que machista = aquele que se beneficia do machismo. Mas a minha vida toda eu entendi que machista = aquele que reproduz machismo.
Fazendo uma pesquisa rápida no dicionário:
Significado de Machista
adj. Característica de quem baseia seu comportamento, ações e/ou ideias no machismo.
Que se refere ao machismo.
s.m. e s.f. Pessoa cujos preceitos são baseados no machismo: indivíduo machista.
(Etm. macho + ista)
Então eu não vejo pq ressignificar o termo. Quando uma feminista diz "mulheres não podem ser machistas", as pessoas comuns normalmente entendem que ela disse "mulheres não podem ter atitudes machistas", o que obviamente é mentira. E daí surgem confusões e essa explicação sobre quem se beneficia da opressão ou não tem que entrar em cena toda vez. Chega a ser cansativo...
Será que não seria o caso de rever a semântica para facilitar o diálogo com pessoas que desconhecem o feminismo? Não é consenso entre feministas inclusive...
Sobre a garota que deseja que feministas sejam estupradas:
ResponderExcluirela pode muito bem acreditar profundamente que existem papéis de gênero rígidos e quem não os segue/os questiona deve ser punido.
Uma alienação braba e triste de ver, mas considero bastante possível.
Sou sulista e embora obviamente tenha percebido machismo na minha terra, nada que se compare ao Nordeste. Morei 3 anos em Aracaju (aconselho fortemente você a mudar de destino na sua próxima viagem) e sofri horrores! Lá as coisas são absolutamente fora de controle. Certa vez sugeri encontro só de mulheres com minhas amigas casadas e elas reagiram como se eu estivesse dizendo para irmos ali matar um bebê recém nascido. Outra conhecida brigou feio com a melhor amiga porque essa ousou dizer para seu namorado criar vergonha na cara e ajudá-la em casa (ela tinha dois empregos e cuidava da casa e do filho e do namorado folgado).
ResponderExcluirLá as mulheres são ainda mais machistas que os homens! Era impossível ir sozinha à praia porque sempre tinha um animal que chegava literalmente me passando a mão porque mulher sozinha está querendo dar, obviamente. No trabalho eu gerenciava uma equipe enorme e teve homem que tentei contratar que disse que não se sujeitava a mulher chefe. As mulheres só trabalham se o maridinho deixa, não dá pra sentar num bar sozinha senão alguém vai chegar perguntando quanto é o programa. Lá a mulher vale menos que uma cabra. Horrível, medonho, bizarro, escroto. Quando estive lá permaneci numa depressão horrível, minha vida voltou a melhorar quando voltei pra BH. Aqui tem machismo sim, mas parece até a Noruega se comparado com o Nordeste.
(Gil)
Aqui na região centro oeste onde eu moro tem muito mais homem machista do que mulher machista (pelo menos é a, inha opinião) Acho que como tem mais mulheres estudando, passando em universidades, no meu estado, contribuiu muito para uma visão menos machista-tradicional
ResponderExcluirComo é cansativa essa história de que mulher não pode ser machista. Somos todos criados em uma sociedade machista, todos podemos "reproduzir o machismo".
ResponderExcluirAfinal machismo não é exatamente isso: a ideia de que mulher é inferior ao homem? Tem maluca que acha que é inferior ou acha que ELA não é mas todas as piranhas ao lado dela são.
Parece que ter vagina te torna um ser supremo, maravilhoso, imune a erros. Peraí, gente! Então quem tem pênis é necessariamente opressor, nunca vai deixar de ser porque afinal de contas nasceu machista, né?
Enquanto que mulher pode fazer barbaridades mas coitadinha, ela é só vítima do patriarcado, blablabla.
Quero que se fodam mulheres machistas tanto quanto quero que se fodam homens machistas, pra mim é tudo farinha do mesmo saco e acho um tremendo corporativismo de gênero dizer que mulher não pode ser machista.
A "prática do machismo" ou o machismo resultam em uma mesma coisa: merda para as outras mulheres. Tanto faz se a tal "praticante do machismo" não se beneficia disso.
Acho inclusive extremamente ofensivo dizer que uma mulher é sempre a vítima do patriarcado. Tira-se dela a responsabilidade pelos seus atos, pensamentos e decisões quando diz que ela "pratica o machismo". Qualé, a fulana não tem acesso à informação, vive presa, nunca estudou, vive cercada de homens brutos que a dominam totalmente? Pra mim essa é a única explicação lógica para em pleno 2015 uma mulher "praticar o machismo" sem ter consciência.
No mais é ESCOLHA dela em se BENEFICIAR do tal do patriarcado. Porque obviamente existem benefícios para as ovelhinhas.Ela ESCOLHEU tirar proveito disso e pra mim não passa de uma traidora, fraca e burra. E detesto gente traidora, fraca e burra, não sou obrigada a ter paciência e muito menos "sororidade".
(Ana Banana)