Sobre piadas preconceituosas nos cursinhos (e o combate a elas), surgiram muitos comentários interessantíssimos:
"No ensino médio, eu tive um professor de história que era excelente. Engraçado, divertido, sabia prender nossa atenção e... pasmem! Não fazia piadas preconceituosas. Meldels, como pode alguém conseguir ser divertido e engraçado sem apelar pra piadinhas racistas/ homofóbicas/ machistas/ whatever? Ele conseguia. É uma questão de usar inteligência, criatividade, de saber inovar e pensar em formas diferentes de fazer humor. Tem que usar a cabeça, os neurônios, raciocinar. Quem não tem nada disso, apela pra essas piadinhas idiotas porque são mais fáceis.
Agora vai aparecer um monte de reacinha mimado falando que não pode fazer piada com mais nada, mimimi, estão acabando com o humor, mimimi, politicamente incorreto está estragando tudo, mimimi... porque na cabeça desse povo, a única forma de humor que existe é aquela que ofende as pessoas. Parece que seus cérebros minúsculos não podem pensar em nada diferente disso.
E na boa... desde quando fazer piada com grupos oprimidos é revolucionário e politicamente incorreto? Se não me engano, as pessoas vem fazendo isso há séculos, não tem nada de original nisso. Qualquer ameba consegue fazer esse tipo de humor e qualquer ameba é capaz de rir dele." (Mallagueta Pepper)
"Eu tive uma experiência bastante ruim no que se refere a preconceitos. Mas eu precisava tanto das aulas (só fazia porque tinha bolsa) que seguia em frente, um dia de cada vez.
Uma vez teve um professor que resolveu brigar com um aluno que o provocava. O sujeito o xingou de 'filho da puta' e disse 'sua mãe está dando'. Claro, porque pra ofender um homem é a sexualidade da mãe dele que vira alvo.
Acho que o mais grave que aconteceu comigo foi um professor (o mesmo que havia achado surpreendente eu responder algo certo por ser mulher) ter me coagido a dar um beijo num moleque aniversariante. Eu não queria; mas ele insistiu tanto, disse que era só um 'ósculo', e eu acabei beijando só pra aquele tormento acabar. Hoje percebo que isso foi um abuso." (Patty Kirsche)
"Quando eu fiz cursinho, na Fortaleza do ano 2000, um professor de literatura ao 'analisar' o conto 'Preciosidade', de Clarice Lispector, disse: 'se eu passasse em um beco de madrugada e encontrasse uma mulher, eu também dava pelo menos uma dedada... Quem não daria, se não tivesse ninguém olhando?'. Aquilo me causou profundo mal-estar de imediato, e me senti bem pior quando a maior parte da sala riu. Nunca esqueci. Obviamente, hoje, eu não me calaria como me calei (e baixei a cabeça) há 14 anos." (Anônimo)
"No Anglo Tamandaré, as piadas preconceituosas eram frequentes e até incentivadas pelos professores. Lembro como era humilhante ouvir a sala toda cantando a 'música da visita', destinada a garotas de outras salas que vinham assistir à aula de determinado professor. Era uma letra cheia de xingamentos e convites a situações de caráter sexual. Imagine ouvir vários garotos cantando isso enquanto batem nas carteiras e olham pra você com olhar de deboche. Eu tinha que abaixar a cabeça enquanto ouvia 'senta na ponto do meu pau' em coro. Para muitos era apenas uma brincadeira, uma piada. Para mim e para tantas outras garotas, era humilhante." (Lidia)
"Eu tive um professor de matemática que vivia fazendo piadas preconceituosas. Humilhava especialmente um aluno que tinha cabelos crespos dizendo que a mãe dele devia gastar dinheiro demais com fronhas novas já que o cabelo dele rasgava todas. O surpreendente é que a própria turma se rebelou contra o professor e formalizou uma reclamação na direção, e o cara parou de palhaçada. Foi a melhor turma em que estive, nenhum colega sofria bullying! Estudei nessa escola só um ano porque era cara demais, mas foi uma experiência legal. Mais do que conteúdo eu aprendi muito sobre respeito!" (Anônimo) [Eu: adorei este comentário porque ele mostra como alunos muitas vezes fazem bullying "inspirados" por professores].
"Em um cursinho pré-vestibular eu tive um professor que foi precursor do Marco Feliciano. Ele disse que quando Noé amaldiçoou Cam, a pele dele se tornou negra e os cabelos ficaram crespos (não sei de onde ele tirou isso), e que a religião Candomblé tem origem nisso, no filho amaldiçoado Cam, de Candomblé (muita ignorância e burrice juntas).
Um professor de geografia tão ignorante, que não sabe que uma palavra (Cham) tem origem no hebraico e nada tem com a palavra do continente africano de origem Bantu. Mas com certeza ele gostou dessa versão (por ser racista) e a adotou, sem procurar saber se era verídica.
Mas ensinar em um cursinho pré-vestibular, enquanto ensinava sobre etnias é brincadeira. Claro que ele usou o famoso: 'de acordo com a Bíblia (uma grande mentira)'. Como aquilo me magoou, ainda mais quando lembro da expressão de deboche racista dele ao contar isso!
Mas ensinar em um cursinho pré-vestibular, enquanto ensinava sobre etnias é brincadeira. Claro que ele usou o famoso: 'de acordo com a Bíblia (uma grande mentira)'. Como aquilo me magoou, ainda mais quando lembro da expressão de deboche racista dele ao contar isso!
Pena que eu não tinha conhecimento para debater com ele na época. Fiquei chocado, mas sem saber o que responder." (Eduardo Nobre)
"Eu tive um professor de Literatura no cursinho que dava a melhor aula de todas que eu já tive na vida. Nunca precisou fazer piada com quem já era pisado todo dia. Eu fechava o livro e viajava nas palavras dele. Sensacional.
Em compensação, o professor de matemática, no primeiro dia, antes de começar a aula, 'provou' que mulher = problema. Eu, no alto dos meus 18 anos, nunca tinha namorado, poucos amigos, fiquei sem entender o porquê de eu ser um problema." (Luiza Original)
"Olha, Lola, faço cursinho no Anglo da Sergipe e posso dizer que o preconceito continua firme e forte lá. Mostrei a matéria da Folha pra uns colegas e todos a acharam ridícula e desnecessária. Antes de começar o cursinho ouvi de diversos amigos que os professores eram brilhantes, e foi impossível não me decepcionar quando comecei a perceber os preconceitos.
A minha impressão é de que as aulas são ministradas por homens (brancos, heterossexuais, cis, de classe média-alta, o bonde da opressão todo) para garotos idem, durante as quais eles gostam de zoar aqueles seres não tão importantes: as mulheres, os homossexuais e os negros. Coisa mais comum é ouvir os profs falando coisas machistas e logo depois completar 'imagina, hein, não sou machista, é só brincadeira'. Já o racismo parte só dos alunos mesmo. Os que se incomodam com essas 'piadas' são minoria absoluta e, claro, sempre vistos como chatos estraga-prazeres." (Anônimo)
A minha impressão é de que as aulas são ministradas por homens (brancos, heterossexuais, cis, de classe média-alta, o bonde da opressão todo) para garotos idem, durante as quais eles gostam de zoar aqueles seres não tão importantes: as mulheres, os homossexuais e os negros. Coisa mais comum é ouvir os profs falando coisas machistas e logo depois completar 'imagina, hein, não sou machista, é só brincadeira'. Já o racismo parte só dos alunos mesmo. Os que se incomodam com essas 'piadas' são minoria absoluta e, claro, sempre vistos como chatos estraga-prazeres." (Anônimo)
"Eu adorei ler essa notícia, trabalhei como professora de línguas em cursinhos e era um ambiente horrível. A maioria dos professores é homem e, pelo menos na época, muito machistas mesmos, não todos, felizmente. Uma vez uma amiga foi me substituir e ficou horrorizada: 'como você aguenta?'. Eu não passava muito tempo na sala dos professores para não ouvir as gracinhas, sim, além das salas de aula tinha também a sala dos professores. Eu fico muito feliz com esses jovens que reagem, que não engolem o preconceito. É bom pra todos, até para o próprio professor aprender que isso não é legal, pensar duas vezes antes de soltar a bobagem. " (Leila)
Isso em qualquer ambiente estudantil.
ResponderExcluirEu mesma ouvi de uma professora que gay era gay porque ele queria ser mulher, eu levantei a mão pra falar que nem todo gay quer ser mulher tem gay que adora ser homem.
Mas ela não me deu a voz, aff, e também já ouvi piadinhas mas a gente fica calada pra evitar confusão desnecessária.
Não só isso como os professores também dão em cima das alunas, aliás elas também dão em cima deles, eu acho anti ético mas eu mesma já fiquei.
ResponderExcluirE as vezes queremos expor nossa opinião mas ficamos com vergonha.
ResponderExcluirNunca fiz cursinho, mas ambiente com muito homem não dá certo. E nem com muita mulher, PORQUE O MACHISMO EXPLICA
ResponderExcluirGeralmente quando tem homem assim só falam baixarias, e a gente tem que ouvir,
ResponderExcluire não fala nada porque não adianta...
Eu ouvi de uma professora que hoje em dia a mulher tá acima do homem, achei legal.
ResponderExcluirela falou brincando mas pelo menos as mulheres estão conquistando seu espaço.
tinha um professor bem nojento de matemática, ninguém gostava dele, preconceituoso e chato era gay enrustido.
ResponderExcluirele me chamou de desgraça um dia.
e não falei nada , só pra não perder matéria dele. Mas fiquei triste um pouco mas já ouvi tanta coisa ruim de mim a vida toda que quase nada me abala.
hoje ele trabalha num posto de gasolina
wow minha vingança chegou
E também as vezes nem pensamos na resposta na hora só vem depois.
ResponderExcluirIsso que é o mais phoda
"No jogo do patriarcado, as mulheres não são o time oposto. São a bola."
ResponderExcluirNada a ver com o post mas já viram isso?
ResponderExcluirhttp://www.mdig.com.br/index.php?itemid=32229
O sonho da mulher é parecer uma boneca inflável,deformou a cara toda e com o apoio do namorado que acha um máximo.
Devo ter tido professores assim bem preconceituosos, mas não percebi ninguém. Talvez por pura sorte de ter profs de cabeça boa ou azar de ser nova e ingênua demais pra perceber.
ResponderExcluirPorém me deparei com alguns profs preconceituosos na universidade que me dão mt nojo!
Uns ajudam meninas consideradas atraentes com bolsas e aprovação na pós, outros soltam piadas homofóbicas e oferecem vinho pra alunas que eles querem sexo, outros, já idosos, soltam comentários abusivos, assediam e esculacham quem não querem por perto...um horror!
Pra piorar, mts alunos machistas, racistas e homofóbicos se formam pra dar aula na escolas! Imagina só como agirão com a garotada?
Teve até um que pelo facebook postou que tava adorando ensinar a meninas de 13/14 anos pq elas são bonitas dando a entender que elas são sexys!
Mas o que me conforma é que nem todos são assim. Há professores éticos, alunos que respeitam os outros e etc.
Mas mesmo assim sinto nojo dos demais e pena de quem os tem ou os terá como professores.
Um mesmo dia estava na rua e tinha uma mulher de vestido, e um homem comentando com o outro falando dela e que não podia nem ver isso que não estava fazendo sexo.
ResponderExcluirachei tão desnecessário e nojento.
Eu nao me lembro de nenhuma piada especificamente machista, racista ou homofobica, mas lembro que professores que incentivavam, sim, o bullying entre os alunos.
ResponderExcluirMas tambem me lembro de professores que defendiam os alunos que estavam sofrendo bullying dos outros....esses eu achava o máximo !
Não presenciei piadinhas machistas, homofóbicas, transfóbicas, gordofóbicas ou racistas, mas uma vez um professor fez uma piada burra e infeliz a lá Danilo Bostili. A gente tava aprendendo sobre nazismo. O professor perguntou pra sala se alguém conhecia pessoas de origem judia e etc, e uma menina disse que sim. Ela contou um pouco sobre como o senhor do prédio dela era já de idade e sempre se encontrava com ele nas escadas do prédio dela.
ResponderExcluirA resposta de um PROFESSOR? Foi essa:
"Nas escadas? Ah, normal, ele deve pensar que o elevador é câmara de gás".
O professor foi despedido :D
E até hoje se formos perceber, grande parte dos que acham graça em piadas racistas e cia feitas pelo Bostili, são grandes "seguidores" dele e reproduzem tais piadas. Esse meu ex professor curte a página dele no facebook, por exemplo. De onde vocês acham que saiu aquela corja de pessoas defendendo a racista que xingou o Aranha de macaco?
Hoje, indo para uma festa,com um trânsito meio complicado, eis que minha irmã solta essa pérola: "Mulher devia ter três provas pra poder tirar carteira. Mulher dirige mal demais."
ResponderExcluirMe virei pra ela e na hora rebati "Ah, então você é um travesti operado?"
O que ela respondeu? Veio com o mesmo mimimi "Ain, mas eu não sou assim, tem exceções, mimimi" a lá mascu e machista. Ou seja, uma boa resposta é EXATAMENTE o que esses babacas precisam. Quer ver preconceituoso perder o rebolado? Jogue o preconceito de volta contra ele. Essa gente não tem como rebater qdo é confrontado com a própria babaquice. Ah, e antes que me joguem pedras, eu sei que travestis são mulheres e as trato como tal. Quem não considera travestis mulheres é a minha irmã, e eu usei isso apenas pra que ela provasse do próprio preconceito. Se ofendi alguém peço desculpas antecipadamente.
Mas reafirmo, uma boa resposta que jogue a babaquice desse povo contra eles mesmos ainda é a melhor arma contra essas piadinhas sem graça.
É, esse ambiente de cursinho é muito complicado, é machismo de todos os lados. Mas acho que o caso que mais me deixou chocada na época em que eu fiz cursinho foi quando um dos professores de matemática começou a contar uma história aleatória de que levou uma mulher pro apartamento dele, e que ela pediu enquanto eles estavam transando pra ele bater nela. (Só nisso já achei desnecessário, pq mesmo que ela curtisse, qual o motivo de expor uma pessoa dessa forma?) E que ela foi pedindo mais, até que ele acabou batendo com muita força "para calar a boca dessa biscate". Gente, eu nem sabia o que era feminismo naquela época, mas minha vontade foi de sair gritando daquela sala, tamanho o absurdo que eu ouvi. Como esse cara chegou ao julgamento que isso era adequado de se dizer numa sala de aula com mais de 200 pessoas ouvindo? E ainda teve quem deu risada. =(
ResponderExcluirtive minha cota de professores racistas/homofóbicos/machistas (todos homens, vale ressaltar), e o que é interessante é que um deles era professor de história, outro de biologia. imagina um professor de história racista, um professor de biologia racista/homofóbico!, imagina pessoas que tem toda a oportunidade de saber que não existe fundamento nas piadas que fazem, mas tão ali, reproduzindo ignorâncias pra pessoas pras quais eles deveriam ensinar fatos! eu ficava bem incomodada com as piadas dos professores, mas infelizmente eles eram autoridades e eu sempre fui muito preocupada com minhas notas pra arriscar pisar no calo deles. felizmente, nem todas as histórias eram de terror: um dos meus professores de biologia era tão nerd que fazia piadas com a matéria que ensinava, e até hoje não consigo imaginar como ele fazia a gente rir falando sobre mitocôndrias.
ResponderExcluiracho que devíamos discutir esses preconceitos no ambiente da universidade também, Lola. afinal, esses professores preconceituosos estão saindo de universidades, né? eu mesma sofro bastante na universidade, meus colegas de turma, principalmente, são extremamente homofóbicos/machistas/racistas. já discuti com eles, já virei a "chata do feminismo", etc etc (o que não é o suficiente pra me fazer parar, não aceito mais esse tipo de discurso), mas a ignorância persiste. é triste, já que a universidade deveria ser um meio onde essas ignorâncias fossem coisas absurdas, mas infelizmente, elas são naturalizadas.
Meu relato, que lindo!
ResponderExcluirAnônimo das 18:39, eu também não tinha nenhum contato com o feminismo, até que eu fui vendo tanta merda na internet, mas tanta coisa absurda dita sobre mulheres (que eu nem imaginava que ainda exisitia), que os machos praticamente me empurraram para o feminismo. E agora eu abro os olhos das mulheres à minha volta, também. Continuem, mascus. Tão fazendo direitinho.
Só de pensar que eu reproduzia a maioria dessas piadas... bate uma vergonha danada.
ResponderExcluirAcho que nunca tive um professor como esses aí, o mais próximo foi um professor de matemática que pegava pesado em suas brincadeiras. Também batia na tecla de insinuar que aluno x era homossexual, que um aluno estava tendo caso com outro, essas coisas. Mas contar piada eu creio que não. Ah, acho que cheguei a ter no meu antigo curso, ciência da computação, mas não chegava a ser algo constante. Seria algo como 2 piadas durante um período todo, geralmente falava sobre mulheres. O mais grave que eu presenciei foi uma professora tocar num assunto sobre um furto ocorrido num dos laboratórios d e informática, alguém abriu o gabinete e furtou as memórias ram, e dizer que isso não acontecia antes das cotas. Essa mesma professora uma vez, durante a chamada, dizia quantas vezes o aluno já tinha reprovado na matéria dela.
Legal aparecer meu depoimento aí! rs
ResponderExcluirMas sabe que eu estava lembrando... No ensino médio teve uma professora que fez o maior discurso contra a legalização da maconha numa aula. Em outra ocasião ela disse: "Claro que eu não acho normal uma pessoa ser lésbica, mas eu não vou discriminar". Ou seja...
Meu comentário publicado,obrigada.
ResponderExcluirAbraço
Leila
Faculdade de Tecnologia, tá ai um lugar para ver machismo e ignorância. Me arrependo de ter me calado por ser também ignorante na época que cursei, mas tem um fator de coação a todo aluno: Professores detém muito poder nas universidades públicas. Afronte-os corrigindo uma vírgula errada deles, e se o sujeito for rancoroso (vulgo, idiota) ele te reprovará, fará da sua vida estudantil um inferno.
ResponderExcluirUé Patty, desculpe. Mas qual seu posicionamento quanto a legalização da maconha?
ResponderExcluirQuero dizer, eu sou contra. Mas sou coerente. U.u sou contra qualquer tipo de entorpecente, inclusive álcool e fumo (pra mim, deveriam ser proibidos também). Alguém, a favor, podia ser lindo e escrever um post pra Lola, hein?!
Nossa nunca tive problemas com professores. Inclusive, tive um de História excelente que nos mostrou como a história brasileira foi escrita pelos vencedores e assim é. E ele era muito engraçado sem precisar ofender ninguém.
"qualquer tipo de entorpecente, inclusive álcool e fumo"
ResponderExcluirTabaco não é entorpecente.
E, curiosamente, se existe uma "droga" cujo uso tem sido combatido com sucesso, é o tabaco - que é legalizado.
Todas as que são ilegais, o consumo só cresce.
As piadas aparecem do ensino médio pra lá, mas os comentários maldosos de professores surgem já no Jardim de Infância.
ResponderExcluirDonadio, tens razão.
ResponderExcluirVí no youtube que a Fátima Bernardes fez uma "matéria" com alunos em torno de 6 anos. Ela primeiro fez os pais deles assistirem um vídeo onde um homem pede outro em namoro no meio da rua. E logicamente, depois do pedido eles se beijam. A reação dos pais foi desde "não acho certo... a mídia está "incentivando" isso" até o comentário de "eu não tenho preconceito, mas não acho certo fazerem isso no meio da rua". Tipo, tem preconceito ou não? Kkkkk... e as crianças assistindo o vídeo, a reação foi "QUE NOJO", "dois homens se beijando???", e um menino disse "ah, achei bonito o pedido de casamento, mesmo sendo dois homens, se eles são felizes assim...".
ResponderExcluirAs crianças tem menos preconceito do que os próprios pais. Tomara que isso continue nas próximas gerações ;)
Estudo no Anglo Sorocaba e já deixei de assistir algumas aulas por causa de piadinhas preconceituosas.
ResponderExcluirUm dia uma professora de gramática disse:
- ai acho tão chato o politicamente correto, nao dá pra brincar com nada. Eu toda hora ouço piadinhas machistas, mas acostumei e levo de boa....
Adorei Lola!
ResponderExcluirÉ ótimo saber que seu blog permite que jovens desenvolvam ainda mais um pensamento mais crítico em relação ao tipo de piada que riem e perpetuam. Quando estava no cursinho, não tinha idéia que me tornava preconceituosa e burra ao rir de piadas machistas, homofóbicas, sexistas e etc. E vendo agora, vejo como era conivente com aquele ambiente hostil e me orgulho de ver que as coisas estão mudando pra melhor!
Aff... meu cursinho era terrível. O professor de física inicia a parte de elétrica escolhendo uma aluna para contar uma história fictícia de quantos orgasmos dela seriam suficientes para ligar um fusca com a bateria descarregada... Era brutal e medonho... o sujeito simulando a menina tendo orgasmos em plena sala de aula, com 150 pessoas rindo. Isso mesmo, exercício da sexualidade feminina usado como piada. Afinal, se a moça ficasse brava, era só dizer que ela era frígida. Presenciei esse ritual macabro por duas vezes.
ResponderExcluirUma vez comigo, outra vez com outra menina. Me lembro de ter ficado absurdamente envergonhada e me sentir humilhada por não sei quantos dias...
Resultado: adquiri um trauma com física que eu não tinha, pois no colegial até para Olimpíada de Física eu fui, não conseguia mais estudar a matéria por que tinha 'nojo' de abrir a apostila e lembrar da cara do professor 'me imitando tendo orgasmos".
E lá se foram 6 meses de terapia, reprovação em vestibular, e um medo absurdo que não sabia identificar porquê, afinal era só uma brincadeira.
Mas isso passou. Passei na minha terceira prova do vestibular, nunca mais enfrentei esse machismo jocoso, mas encarei outras formas ainda mais violentas. Anos mais tarde, já na pós-graduação, entendi o tipo de violência verbal a que fui submetida. Hoje pouca paciência tenho com pessoas que acham 'legal' rir do desconforto de outras.
Tenho 40 anos, fiz cursinho aos 18. Faz tempo né? E lendo esses depoimentos de vocês vejo que dentro de sala, pouca coisa mudou. Fora, mudou bastante: quando experimentamos vivências sem o contraponto, sem saber que é perfeitamente ok discordar p.ex. da perpetuação desse humor bully, você acha aquilo normal. Hoje em dia se fala no assunto, as pessoas começaram a se posicionar contra determinadas práticas. No meu entender, é uma diferença bem importante.
ResponderExcluirSempre existirão os cretinos que batem no peito que são "politicamente incorretos" e, como bem diz naquele ótimo documentário "O Riso dos Outros", essa gente nada mais faz que perpetuar coisas velhas demais até para o padrão deles. Ser "politicamente incorreto" (uma variação é dizer que na verdade você tem um "humor ácido") é badge pra alguém ser escroto e passar impune, nada mais. Felizmente, eles não são mais os únicos que falam. É muito legal, esse questionamento não existia no meu tempo fora, talvez, de círculos acadêmicos. TALVEZ. O que não falta é idiota com diploma.
Às vezes é bom, sim, dar visibilidade à babaquice para daí existir a oportunidade de discutir sobre ela. Pra cada "Gentilice" que o """""""""""""""humorista""""""""""""""" faz, agora tem um sem-número de pessoas debatendo porque piada e piadistas não devem ter imunidade a julgamentos. Reparem que a gentinha nunca tem que justificar o porquê das suas gentinhices, é assim e pronto. Quem não concorda (os progressistas) é que precisam ter todo o trabalho de mostrar quão pouco se ganha com a tradição da loira e do português, da gorda e do preto. E quando algum fulano diz que o politicamente correto cerceou-lhe a criatividade, considero essa declaração um ato falho, uma confissão das próprias limitações. Exposição providencial essa, ótimo saber com quem lidamos. Continua falando, kiridu, anotando tudo aqui.
O mundo continua uma bosta, mas tá melhorando.
"eu não tenho preconceito, mas não acho certo fazerem isso no meio da rua"
ResponderExcluirHahahahahaha terrível....
Tecla SAP: [Eu não tenho preconceito, só quero tornar o mundo um lugar mais confortável para MIM.]
= Eu não tenho preconceito mas tenho muito preconceito.
"e um menino disse "ah, achei bonito o pedido de casamento, mesmo sendo dois homens, se eles são felizes assim...".
ResponderExcluirAs crianças tem menos preconceito do que os próprios pais. Tomara que isso continue nas próximas gerações ;)"
É por isso que precisa sim de um monte de gente falando inclusive e principalmente na ESCOLA sobre o que é preconceito, homofobia, respeito às diferenças etc. porque a verdade é que, em casa, quase ninguém tá ensinando isso.
No cursinho que eu frequentava havia um professor muito bacana, mas com "jeito" de gay, que era hostilizado de forma "amigável" o tempo todo... e, o pior, ele alimentava isso, fazendo piadinhas vez ou outra com ele mesmo. Até hoje não entendo se ele fazia isso por não ser gay e achar que por isso "podia" ou se ele (independente de ser ou não) se sentia tão mal que achava melhor se unir aos agressores pra se sentir menos hostilizado.
ResponderExcluirPelo menos isso esta vindo a tona. Alguem esta notando que os professores tambem formam jovens adultos com ideias a desenvolver, que eles proferem preconceitos ao inves de tentar descontruir isso e plantar a semente do questionamento na cabeca dessas criaturas!
ResponderExcluirEu fiz tres meses soh de cursinho (ufa!) a quase uma decada atras(:O)e honestamente, nao achei nada engracado/divertido.
Era sempre "fiu fiu" pras gurias, "mazah galo veio" pros guris, piadinhas racistas/machistas/misoginas/homofobicas.
E olha que eu era uma preconceituosazinha de merda, nao conhecia o feminismo ainda. No alto dos meus 18 anos eu tinha minhas teorias sobre "se dar ao respeito", era contra as cotas e essas porcarias todas que eu aprendi a repetir na coxinhisse nossa de cada dia.
Nada como viver e aprender a desconstruir seus proprios preconceitos :)
E era patetico assistir aquelas aulas, mas eu sou do sul e a sociedade gaucha AMA perpetuar um preconceitozinho aqui e ali, com sua suposta superioridade intelectual e branca.
Mesmo sendo uma coxinha junior, soh achei engracado quando um professor de historia explicou como se criou o lastro das moedas dos paises, ilutrando com um episodio do Chaves (aquele que ele vende churros pro Seu Madruga e acaba comendo tudo) como exemplo e fazendo uma imitacao dele.
Foi uma piada legal, que ilustrou bem a aula e nao proferiu preconceitos.
Fiz cursinho em uma certa instituição uma vez e senti que foi dinheiro jogado fora.
ResponderExcluirPra tentar driblar desinteresse por parte dos alunos, passar um conteúdo que não foi assimilado em anos durante poucos meses, professores apelavam pra tudo pra ficarem populares e não perderem o emprego.
Por sorte, não chegavam a apelar pra piadas preconceituosas do senso comum, mas o que se perdia de tempo tentando aparecer era demais. Tive um professor de biologia que lia e-mails no meio da aula de fulano interessado em beltrana e vice-versa (detalhe que muitas vezes a pessoa ficava constrangida de ter seu nome citado diante de cem, duzentas pessoas, mas acontecia com homens e mulheres). E o tempo correndo, o dinheiro sendo jogado fora, e vários alunos achando super legal, esquecendo o real motivo pelo qual estavam lá...
Acho que essa indústria de cursinhos pré-vestibulares, que tenta entreter alunos a qualquer custo, é um ambiente bem propício pros professores estilo "politicamente incorreto" fazerem suas gracinhas na tentativa de ficarem conhecidos e lucrar mais.
Lembro de um professor de matemática que questionou um menino a responder se ele visse uma menina de pernas grossas e outra de pernas finas quem ele iria preferir e antes do menino responder o professor disse, a de pernas grossas oras. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirAno passado tiveram problema com um prof de história do Acesso e do Expoente (dois cursinhos de Curitiba com várias unidades). Era um excelente professor, mas fazia constantemente piadas machistas e humilhava alunas, e os alunos iam junto na "zoeira". Acho que continua trabalhando nos dois, mas sei que teve até palestra do pessoal da Marcha das Vadias pra algumas turmas <3
ResponderExcluirO que eu mais ouvi durante os anos de colégio foram piadas classistas. Eu estudei em um colégio católico de classe média alta e os professores adoravam contar piada de "pobre" e também piadas racistas. Na faculdade foi pior, o curso de Ciências da Computação foi um martírio. As piadinhas do nível "não devia ter saído da cozinha" eram constantes. Ao longo do curso, as poucas mulheres foram abandonando e só sobrou eu no meio de 32 homens. Depois que descobriram que eu era feminista então, não ficou só na piada/brincadeira machista, virou perseguição. O pior era quando esse comportamento vinha dos próprios professores. Era um clima muito pesado.
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