quinta-feira, 13 de março de 2014

GUEST POST: NÃO SOU GAY, NEM HÉTERO

A C. é uma jovem que me escreve bastante há três anos, sempre com bom humor. Desta vez, ela fala de sua sexualidade.

Num belo seis de janeiro, às 11:40, minha mãe passou por um procedimento cirúrgico para me extrair de dentro dela. Nasci gorda, prontinha pra almoçar! "C" foi então apresentada a vários membros da família, que jamais poderiam imaginar no desfecho que teria minha existência.
Sempre fui um moleque. Sempre! Tive mais amigos meninos do que meninas na pré-escola. Gostava de carrinhos, meu primeiro amor foi um dinossauro! E eu ainda amo dinossauros. Bem cedo na vida comecei a detestar saias, vestidos e fru-frus.
Enquanto era criança, fui muitíssimo feliz. Meus amigos me achavam incrível, cresci fazendo muita atividade física: futebol, corrida, subir em muros e árvores, empinar pipa, andar de bicicleta... E aprendi a fazer coisas muito legais: usar um estilingue [Nota da Lola: estilingue é legal?!], jogar bolinha-de-gude, tive um arco-e-flecha! E sofri bastante quando ganhei uma cozinha ao invés do tão desejado carrinho de controle remoto.
Mesmo assim, por incrível que pareça, isso tudo jamais me fez questionar minha sexualidade. Meninas são meninas, não são? Eu sempre fui a "principessa" do meu pai, com um sotaque italiano bem forçado, a noivinha dos filhos das amigas chatas da minha mãe, a bonequinha, a coisinha linda... Fui sempre uma menina, oras! Os únicos que viam alguma masculinidade no meu futebol e nas minhas bermudas largas eram os adultos mais venenosos: tios e tias, parentes em geral, vizinhos, a corja toda. Lá pelos 12 anos, percebi. Ser como eu era causava algum incômodo: me rotulavam de alguma coisa que eu não era, e eu queria que aquilo parasse.
Comecei várias brigas com colegas que julgavam minha sexualidade, mas nunca parei pra pensar se tinham razão. Eu era uma menina que gostava de futebol, isso não tinha nada a ver com gostar ou não de garotos, certo? E eu gostava de garotos... Especialmente daqueles que obedeciam as regras no futebol! Mas a encheção de saco só aumentava com o tempo, e percebi também umas especulações na família. Até mesmo meus pais já se deixavam infectar, então parei de jogar bola.
As coisas ficaram mais fáceis, apesar dos constantes conselhos de moda e maquiagem que eu recebia, do alto índice de reprovação que meus jeans super-largos, minhas camisetonas maiores que eu e meus tênis encardidos causavam. "Você ia ficar tããão linda maquiada!" é um suspiro que ouvi inúmeras vezes, mas demorei muito mais tempo para perceber que o comentário ia além da aparência e atingia minha orientação sexual. Claro, porque faz todo sentido que uma garota que se veste como um garoto e gosta de coisas de garotos seja... gay! Lésbica! Sapatão! Ainda mais se isso passa pela cabeça de todas as pessoas ao redor dela, menos dela mesma, né?
Fui uma menina e tive meus meninos até os 17 anos, quando gostei de uma menina pela primeira vez. E toda a certeza que eu tinha? E todas as vezes que eu havia pensado que os especuladores não sabiam do que falavam? E quando parei de jogar futebol pra não preocupar meus pais? E quando desmenti aqueles que me rotulavam de lésbica? Eu tinha mentido pra mim mesma por tanto tempo? Tudo bem, eu gostava mesmo de uma garota, mas não gostava menos dos garotos. Não me arrependia nem tinha nenhuma frustração com nenhum garoto. Foi um ano longo...
Entrei de cabeça no universo LGBT, devorava blogs, li de tudo sobre sexualidade, orientação sexual, auto-conhecimento, traços de personalidade, a caralhada toda! Descobri e entendi que existem pessoas que se sentem atraídas por pessoas do sexo oposto, pessoas que se sentem atraídas por pessoas do mesmo sexo, pessoas que gostam de perceber o seu corpo como um gênero diferente daquele de nascimento. Descobri que essa percepção de gênero não tem nada a ver com sexualidade, com atração sexual. Descobri até que algumas pessoas não gostam de sexo! Descobri que existem pessoas que se relacionam com mais de uma pessoa ao mesmo tempo e entendi que pode ser um relacionamento sério e comprometido. Uau!
Descobri tudo isso e achei lindo! Tanta gente, tantas variedades e por trás de cada combinação de preferências, uma história de vida. Uma família que aceitou ou não, um parente que demorou a entender, um "eu" suicida que não resistiu à pressão. Me apaixonei pelas pessoas, aprendi a ter interesse nas vivências de cada uma. Comecei a gostar de dar atenção, de ler comentários enormes em blogs aleatórios, me sentia entusiasmada de responder e de receber uma outra resposta no dia seguinte. Interagi com mais pessoas online do que já conheci pessoalmente! Encontrei gente que me entendia, que me aceitava mesmo eu não sendo gay; nem hétero.
Eu sou bissexual. Nossa, e como demorou pra conseguir me deixar pensar assim. E como doeu a primeira vez que disse baixinho, chorando no chuveiro, em um cochicho pra só eu ouvir: "Eu sou bissexual". Que aberração! Parecia inaceitável, mas eu não me sentia diferente, eu ainda era a mesma C. que minha família tinha conhecido naquele 6 de janeiro. Chorei. Muito! Quis contar aos meus amigos, à minha família e então percebi que preferia a morte à rejeição. Me escondi, mudei de assunto, dei um jeito de nunca mostrar nenhum tipo de relacionamento com ninguém, homem ou mulher.
Afinal, falar de um namorado homem deixaria todos aliviados de pensar que as especulações sempre foram mentiras; enquanto falar de uma namorada mulher confirmaria todos os boatos já espalhados. Que droga! Mas nem um nem outro era verdade.
Como se faz pra explicar aquilo que você só entendeu sentindo?
Foi mais um ano longo. Raiva por não saber me explicar. Dor por não ser compreendida. Revolta por causa de uma cultura que dificulta as coisas. Auto-controle para não explodir. Resolvi deixar de lado e focar em outras coisas: estudos, trabalho, meus textos... Mas nada pode ser perfeito quando você mesmo não cabe em si. Quando sua voz sai calada, quando não te ouvem, quando dá medo de falar...
Já pensou se nascesse uma pinta no meio da sua testa de um dia para o outro? E de repente você se dá conta que o mundo detesta pintas na testa? Que a Sabrina Sato só pode ter a dela porque é famosa, mas você -- reles mortal -- não deveria ter? Que vão dizer que você está entrando na "modinha" de Sabrina e que não tem personalidade? Que vão dizer que é ridículo, que é nojento, que é errado? 
Já pensou que você vai passar em frente a consultórios de cirurgiões plásticos e eles estarão de plantão, tentando te convencer a remover aquela pinta nojenta? Dizendo que ela pode ser um câncer, que ela vai te mandar pro inferno? "É baratinho, em prestações eternas não dá nem 10% do seu salário!". Já pensou que se seus pais virem a pinta eles podem te odiar? Já pensou ser rejeitado pela sua família? Já pensou em sair de casa sem ter onde voltar no fim de semana? Nos feriados? No Natal? Eu já pensei.
E já pensei também em colocar um fim nisso tudo.
Não adianta, uma boa maquiagem vai esconder sua pinta, mas ela está no meio da sua testa e você sabe. Um dia você vai ser pego de surpresa pela chuva, ou simplesmente vai acordar com o saco cheio demais pra ficar camuflando pintas. Pô, não temos o direito de ser quem somos?
Às vezes não se escolhe ter uma pinta, mas isso não significa que se possa escolher não tê-la. Assim é nossa orientação sexual.
Leva um tempo X pra cada um saber como realmente é, e depois disso ainda é preciso se aceitar. E, cara, SE aceitar é um exercício diário. Você se levanta todo dia insatisfeitx por saber que pode vir a encontrar o amor em uma esquina e que não poderá manifestá-lo. Você pensa em mudar isso, mas corre o risco de perder todas as pessoas que ama. Você começa a se perguntar se as pessoas realmente te amam.
Não gostei de passar por nada disso, penso diariamente em "sair do armário", mas acho que ainda não é a hora.
Acredito e luto por um mundo onde ninguém mais nunca vai ter que passar por isso. Por enquanto faço minha parte escrevendo e opinando, posto muito sobre sexualidade e orientação sexual no facebook. Espero um dia chegar a fazer a diferença.

42 comentários:

  1. Nem um nem outro?

    MAIS OU MENOSSSSSSS MAIS OU MENOS!


    |o/
    Siga meu blog ae!!! :)
    http://www.todocantodomundo.blogspot.com.br/
    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. C. sofro algo como você. Só que para mim há um toque diferente, tenho um relacionamento de longa data com uma pessoa do sexo oposto. A pessoa sabe da minha orientação, mas fico pensando em todas as vezes que presumiram que eu era hétero por isso, e se eu contar agora que não sou, as milhões de perguntas que terei de responder, o tanto de gente que vai me questionar sobre a constituição do meu relacionamento (poliamor? suruba? traição? se vc fica na monogamia como tem certeza que é bi?)
    Isso me consome...

    ResponderExcluir
  3. Leio o blog todos os dias mas nunca havia comentado. Mas esse relato me tocou profundamente. Sei exatamente o que é esse sentimento de inadequação por não se definir, pq gostar das duas coisas te faz uma aberração maior ainda, te faz promíscua. No meu caso com o que talvez seja um agravante, namoro um homem, por amá-lo e por nesse momento da minha vida estar confortável com um relacionamento hétero, mas pra ele, o fato de eu tbm gostar de meninas é um problema e motivo de brigas diárias. Enfim, talvez um dia eu escreva minha história pra vc, Lola. E C., muita força nessa luta diária de ser o que somos.

    ResponderExcluir
  4. Me identifiquei com esse post, nunca comento, mas resolvi comentar pela similaridade com minha vida. Tenho 39 anos, sou arquiteta e demorei muito para compreender minha bissexualidade..., vivi toda a adolescência me relacionando com rapazes, me casei, tenho um marido ótimo. Em torno dos 25, mais ou menos, comecei a perceber de um modo mais sério que sentia atração por mulheres tb, e comecei a deixar esse sentimento entrar na minha vida pouco a pouco, fui compreendendo isso aos poucos, não sei se todos os bissexuais demoram um pouco para compreender que o que sentem pelas pessoas do mesmo sexo é atração e desejo, e não apenas admiração, não sei, mas comigo foi assim. Demorei muito para entender isso de verdade. E aliado ao fato de que gostava de homens, parece que esse entendimento fica mais difuso, por vivermos em uma sociedade tão heteronormativa. Foi tb no chuveiro pela primeira vez que disse a mim mesma: eu gosto de mulheres tb!! E agora?? E agora??? Muitas interrogações..., comecei a me recordar de coisas da adolescência e me lembrar que prestava muita atenção nas meninas tb, mas não ligava isso a alguma atração, achava que apenas meu interesse pelos rapazes era atração de fato. Bem, depois de um processo de compreensão e aceitação dessa realidade, deixei isso entrar na minha vida aos poucos, já me relacionei com algumas mulheres, inclusive com o conhecimento do meu marido, que compreendeu e aceitou essa realidade, não sem algum sofrimento e dificuldade. Não é simples, a bissexualidade é pouco discutida e pouco levada a sério, como se fosse um caso de indecisão. Hoje estou com quase 40 e me aceito completamente como sou, mas foi um longo processo, grande parte da minha família e amigos já sabem disso tudo, mas nem todos claro, não é algo que vc chega e conta para qualquer um e em qualquer mesa de bar, inclusive por não sentir essa necessidade. Sei do meu privilégio de viver um casamento com um homem e gostar de fato dele, sem precisar me esconder em algum casamento infeliz e viver uma vida paralela ou não ter essa opção "hétero" como escolha possível. E pelo contrário da moça do post, sempre gostei de bonecas, casinha, vestidos e frufrus e etcs "de garota", ninguém nunca colocou em dúvida minha sexualidade, nem eu mesma, talvez por isso tenha demorado tanto para compreender esse aspecto de minha vida. Acho que existem muitas histórias como a minha, de mulheres casadas com homens e que gostam tb de mulheres. Não sei se todas conseguem conviver bem com isso ou se abafam o fato de gostar de mulheres tb, mas acho que são muitas mesmo e algumas só descobrem isso depois de anos de casamento, as vezes perto dos 50! Já li sobre um caso assim em uma revista, uma mulher que se descobriu atraída por outra mulher perto dos 50, já com 3 filhos e décadas de casamento...! Lendo isso pensei "Bem, até que não demorei tanto para me dar conta". Será que essa consciência tardia é comum entre pessoas bissexuais?

    ResponderExcluir
  5. C., vc já tá fazendo a diferença! Dividir sua história de forma pública mostra pra muita gente que, olha só, ninguém está sozinho. E uma das coisas mais importantes quando estamos perdidos e achando que somos aberrações é perceber que há outras pessoas como nós, e que dá pra superar essas fases difíceis e angustiantes que fazem parte do processo de descoberta.
    Sair do armário é uma questão de tempo. E, quando acontecer, muito desse peso que fica nas costas vai embora.
    O mais importante, pra começar, é você se aceitar e ser feliz assim, porque só vc pode saber o que te completa e traz sua felicidade. E continue nesse caminho, porque vai chegar a hora que vc não vai mais precisar esconder nada.
    E o mundo, de forma geral, ainda faz questão de cuspir seus preconceitos na nossa cara, mas vc nunca estará sozinha para enfrentá-los!

    ResponderExcluir
  6. Esse texto foi no mínimo inspirador. Eu sinto atração por ambos os sexos e até hoje as pessoas pra quem eu consegui explicar ainda tentam entender (inclusive meu namorado). O problema é que o preconceito vem de todos os lados; eu queria poder explicar para essas pessoas que isso não ajuda em nada e o melhor mesmo seria um pouco de apoio ou um mínimo de compreensão. Mas já que não posso, o jeito é indicar ou torcer para que descubram esse blog maravilhoso algum dia...
    XD

    ResponderExcluir
  7. que lindo relato. que linda luta. muita força e que realmente um dia algo tão natural como a sexualidade individual não traga tantos sofrimentos.

    ResponderExcluir
  8. o post é sobre bissexualidade e o que a Lola coloca nas tags? "homossexuais"

    ta sabendo bem Lola

    ResponderExcluir
  9. Simplesmente amei o post, amamos aquilo com que nos identificamos, não é?
    Lembrou de um texto/carta que escrevi há algum tempo.

    https://asilusoesperdidas.wordpress.com/2012/10/30/meu-amor-e-feminino/

    "Espero utopicamente que chegue o momento em que os sentimentos serão mais importantes que a ditadura de uma sociedade hipócrita, eticamente fraca e sem argumentos. Desculpa, mas não posso mais apagar quem sou… resgato assim minha liberdade por tanto tempo reprimida."

    ResponderExcluir
  10. E aí Lola,Sara Winter aprontando novamente.Coitada dessa garota precisa se orientar,não sabe mais o que fazer pra aparecer.Não conseguiu entrar no BBB e já arrumou outro jeito de pagar mico.Esse Brasil tá muito mal de "ativistas".Até no Greenpeace .


    http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/ex-ativista-do-femen-protesta-nua-contra-o-machismo-no-rio,3c23fde885074410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

    ResponderExcluir
  11. Eu tenho outra coisa, não sinto atração por ninguém (nenhum sexo, mulher ou homem) ou qualquer outra coisa. Eu não sei o que sou.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vc provavelmente deve ser asexual e/ou arromanticx.
      Pesquisando sobre o LGBT descobri que sou asexual e arromanticx e sem gênero. Isso tudo eu descobri no tumblr, vale a pena procurar sobre isso e se entender melhor.
      Boa sorte e seja feliz sendo vc mesmx. Abraços!

      Baddiejoy.

      Excluir
    2. Também não sei o que se passa comigo. Nenhum gênero me agrada. Não me atraem, não me apaixono nem desejo ninguém e quando falei a alguém riram de mim. Para a sociedade gente normal tem que ter opção sexual por quê? Tentei ficar com alguém para evitar julgamentos, mas era tão insípido que terminei e hoje estou só. Psicopata? Sociopata? Maniaca depressiva? Não sou gente, sou mulher.

      Excluir
    3. Então provavelmente vc é asexual e ou arromantica

      Excluir
  12. Olá, leitoras:

    Como vocês viram dia 8, eu decidi montar o meu blog (Nerd Erudito) porque eu percebi que, apesar de os videogames hoje em dia terem um público específico (que é basicamente o mesmo dos quadrinhos, dos filmes de aventura...), nenhum crítico de games no Brasil (no exterior a quantidade é tão pequena que dá para contar nos dedos de uma mão) falava sobre o ponto de vista feminista ou até mesmo de esquerda. Então, eu gostaria que vocês apoiassem esse meu “projeto”.

    Eu queria agradecer vocês pelo apoio que vocês tiveram com o meu texto postado no dia 8 e terem me recomendado a ser guest post, apesar de não ter escrito o texto com a intenção de ser guest post. A questão é que a Lola é uma pessoa muito ocupada, com uma dupla jornada de trabalho como professora e também para escrever os posts, moderar os comentários e ler e-mails. É muita coisa para uma pessoa só, considerando que ela recebe várias ameaças de mascus diariamente.

    O ponto que eu quero chegar é a seguinte: o meu texto era apenas inteligente e introspectivo (apesar de eu achar não ser tão bem estruturado) em comparação com o que acontece com o cotidiano das leitoras. São histórias de abusos sexuais por conhecidos, relatos de dificuldade na vida devido a preconceitos, relações complicados com a estrutura patriarcal da família da leitora e relacionamentos abusivos com namorados e maridos machistas.

    Eu sou “apenas” um homem branco hétero morador do bairro mais nobre da cidade mais nobre do país fazendo o curso de graduação mais nobre da faculdade privada mais nobre da cidade. Seria insensível da minha parte insistir ou exigir atenção quando se tem tantas leitoras precisando de ajuda urgentemente.

    Eu não estou querendo dizer que eu me recuso a ser guest post: seria até uma honra. Estou disponível para ser guest post no presente e futuramente, assim como todas as outras leitoras. É só pedir que eu tentarei enviar um e-mail a Lola. Só estou querendo dizer que estou ciente dos problemas que as leitoras passam (e elas precisam disso mais do que eu) e de que eu, como homem, não posso ser um protagonista de um movimento feminista, apenas um coadjuvante.

    Então... da próxima vez que eu postar algo feminista no blog, vou colocar o link aqui nos comentários, ok? ;)

    http://nerderudito.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  13. OFF
    Gente, ajudem a denunciar essa página: https://www.facebook.com/Thaynasouzars

    Ela foi feita com o único intuito de expor e humilhar a menina, que aparentemente até já tentou se matar. Estão expondo vídeos e fotos dela (inclusive dela nua, que felizmente foi excluída).
    Não consigo não pensar na Amanda Todd :/

    ResponderExcluir
  14. "Não adianta, uma boa maquiagem vai esconder sua pinta, mas ela está no meio da sua testa e você sabe. Um dia você vai ser pego de surpresa pela chuva, ou simplesmente vai acordar com o saco cheio demais pra ficar camuflando pintas."

    Linda! Parabéns pelo texto. Muita força sempre.

    ResponderExcluir
  15. http://entretenimento.r7.com/blogs/jorge-bentes/gordo-entrevista-bruna-mais-uma-vitima-da-gordofobia-20140313/

    entrevista com a profa. recusada no concurso de prof do estado

    ResponderExcluir
  16. Haha, a história é muito semelhante à minha. Diferenças: Eu não jogava futebol e sim basquete e sou hétero.

    Até hoje muita gente acha que sou lésbica (mesmo namorando o mesmo cara há 4 anos e nunca ter ficado com uma garota).
    Ainda me visto largada, com roupas mais folgadas, tênis velhos, sem maquiagem nenhuma e cabelo bagunçado e até hoje dá o que falar. Aff.

    Posso não ser lésbica mas entendo um tiquinho (bem tiquinho, tipo 1 centésimo) do preconceito que elas passam.

    Força aí C.!

    ResponderExcluir
  17. Adorei o seu texto C.! É exatamente isso, você falou muito bem de uma coisa que muitxs de nós sentimos e gente! não tem explicação pra uma coisa que só aqui dentro a gente sabe o que passa.
    Ultimamente eu tenho vivido essa mesma situação, ainda mais agora que venho sendo cobrada mais do que nunca a encontrar "um homem sério que te ame muito" (oi?????) uma pressão incrivel para que eu namore alguém. Alguém não, um homem. E se for um homem, ufa! comprovam que você não é lésbica, mas se for uma mulher é desesperador, e sim, confirma-se o burburinho de sempre...
    E também como você não vejo o agora como um bom momento para conseguir me expor abertamente para as poucas pessoas que me interessam que saibam... Mas assim como vc, continuo na luta diária de leituras, diálogos, vivências sempre frequentes para de pouco em pouco transformar esse pensamento retrógrado e contaminado que tá inscrustado na nossa vida, na sociedade.
    Parabéns e força pra todx nós! :)

    ResponderExcluir
  18. Que texto legal! Muito bem escrito. Não me identifico totalmente porque sou bi e nunca tive problemas pra aceitar isso. Eu acho estranho mesmo é quem se interessa só por um sexo! Mas nunca comentei nada com meus pais. Sabe por quê? Porque eu sou maior, vacinada, pago minhas contas e minha família não tem nada a ver com a minha sexualidade. Acho que é isso que a moça do relato tem que perceber: vive a tua sexualidade sem culpa. Ela é só tua!

    ResponderExcluir
  19. Eu estava me identificando com o post, menos quando ela diz é bi. Isso me faz pensar... Nunca vi nenhuma garota que seja hétero e goste de coisas consideradas masculinas. Só eu mesma. Exatamente por não ser fácil de encontrar, todo mundo da família tenta botar na cabeça dos meus pais que eu sou lésbica, pois jogo futebol, eu uso saia mas nada dispensa meus shorts e calças e tudo que ela citou, menos o estilingue, acho que é cruel.

    E C, você não deve satisfação pra ninguém. Você é bissexual e os outros tem que aceitar isso. Eu sei bem o que é uma família ficar questionando a sua sexualidade, coisa que só deve respeito à você.

    ResponderExcluir
  20. Eu me identifiquei bastante com seu texto. Apesar de ter apenas 19 anos, e não ter muito conhecimento de vida (é claro que a idade não influencia)sinto o mesmo, penso o mesmo e as vezes fico perdida. Já destruí um relacionamento de 2 anos por tantas dúvidas. Fico pensando se não sou assexuada. Ou sei la, penso qualquer outra coisa. As vezes choro. Dói tanto. Porq pelo menos você sabe que é bissexual. E eu? Eu não sei o que eu sou, e sofro cada dia mais com isso. Num dia garotas me atraem e só quero ficar com elas. No outro, quero os garotos. É dificil.

    ResponderExcluir
  21. OFF TOPIC
    Desculpa o assunto nada a ver e até meio velho, mas vocês viram a versão feminista do Lepo Lepo - o sucesso machista do verão?

    Muito legal!
    http://m.youtube.com/watch?v=uivwtIQ97FQ

    ResponderExcluir
  22. Parabéns pelo seu texto! Muito bem escrito! E força pra conseguir superar td isso!

    ResponderExcluir
  23. "Você se levanta todo dia insatisfeitx por saber que pode vir a encontrar o amor em uma esquina e que não poderá manifestá-lo. Você pensa em mudar isso, mas corre o risco de perder todas as pessoas que ama. Você começa a se perguntar se as pessoas realmente te amam."

    Puxa que texto. Por que nós que temos uma orientação sexual diferente da maioria temos este tipo de dilema? Concordo em parte com a Caroles, também trabalho e pago minhas contas, mas às vezes é difícil não poder falar para os meus familiares sobre meu namorado, falar pra minha mãe que eu tenho uma pessoa legal que gosta de mim. Não poder trazer a pessoa que eu gosto na casa dos meus pais. Por mais que eu tente ignorar essas coisas no dia à dia, de vez em quando bate esses sentimentos. Hoje mesmo estava um pouco deprimido, estavam passando tantas coisas na minha cabeça... Belíssimo texto e que a autora do post saiba que ela não está sozinha, também compartilho dessas angústias. .

    ResponderExcluir
  24. Lola, fugindo do assunto do relato, assino o RSS do seu blog e às vezes aparecem posts no feed mas que não estão no blog. São sempre posts com uma pergunta de alguém e que terminam com "minha resposta:", mas quando clico para ver o resto, aparece a mensagem "A página que você está procurando neste blog não existe". É algum problema?

    ResponderExcluir
  25. Sei lá, eu não sei muito bem o que é ser gay ou hetero... as pessoas sentem o que? tipo uma aversão ao pensar em se relacionar com alguém do sexo que ela não se sente atraída?
    Ou no fim das contas todo mundo é bi e apenas escolhe um lado? Não entendo mesmo!

    ResponderExcluir
  26. Anna Milani

    Eu também gosto de 'coisas de menino' e sou hetero. Eu brigo com as pessoas dizendo que se eu gosto de algo e sou menina, então aquilo também é coisa de meninas, oras...

    O que eu mais ouvi na minha infância e adolescência foi: 'mas só vai menino, filha?'. haha
    Porque tudo que eu fazia só envolvia garotos. Mas nunca questionaram minha sexualidade. Acho que ficar questionando isso só coloca minhoca numa cabeça onde não tem...

    Enfim, acho que tem muitas meninas, como eu e você, perdidas por ai!

    ResponderExcluir
  27. Eu acho que vcs se importam MUITO com o que os outros falam.
    Eu tb me visto largadona, sem maquiagem, raramente vou no salão desenhar a sombrancelha (ela é clarinha e tenho medo de um dia ficar sem se ficar "arrumando" muito),. So me arrumo quando tenho que ver clientes (trabalho em casa via internet). Enfim, nao tenho namorado, moro sozinha e tenho 35 pra 36 anos.

    TODO MUNDO fala, que porque eu nao tenho namorado, filhos, nao me arrumo, etc. E sabem o que eu faço? As palavras entram por um ouvido e saem por outro. Sou feliz como sou, tenho AMIGOS de verdade que me aceitam como sou e se for pra namorar alguém tem que ser como esses amigos que me aceitam como sou.
    Acho que no Brasil a palavra amiga ta deturpada, todo mundo é "amigo" e as pessoas tem muito tempo livre e so sabem criticar os outros.

    ResponderExcluir
  28. Ai gente, nd a ver com o post mas alguém que é assinante da folha pode responder essa anta??Meu deu uma raaaaiva..

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2014/03/1425184-desafios-do-feminismo.shtml

    ResponderExcluir
  29. Anna Milani, vá até um curso de Exatas que você vai encontrar um monte de meninas que se comportam como meninos e são héteros.

    Eu e minhas amigas brincamos que se somar todas nós dá meia menina rsrsrs

    Em compensação conheço várias lésbicas que vão toda semana ao cabeleireiro, adoram se maquiar, são super "menininhas".

    Essa coisa de "comportamento" definir sexualidade é uma furada total.

    ResponderExcluir
  30. Sawl

    Nojo de países em que a misoginia é incentivada!
    Leiam sobre a situação dessa garota mexicana. Ela foi violentada, matou o FDP do estuprador e ela corre o risco de ir pra CADEIA!!
    Espero que o Brasil também não chegue a este ponto! Afinal os Direitos Humano apoiam tanto os criminosos que fica difícil saber se não iriam punir um cidadão(ã) que se defende, visto o caso da senhorinha do RS que matou o assaltante que invadiu sua residência e estava próximo do quarto dos netos dela(ela ia "pagar pra ver" e de repente ter um dos netos assassinado?!) e o imbecil do delegado a indiciou por homicídio, felizmente o MP colocou como "legítima defesa"(o que é).
    Aqui está o link pra ler e se revoltar com tanta misoginia, corrupção e falta de caráter das autoridades mexicanas contra a moça:

    http://www.vice.com/pt_br/read/yakiri-rubio-matou-seu-estuprador-agora-ela-pode-acabar-na-cadeia?utm_source=vicefacebr

    Sawl - Always the rebel

    ResponderExcluir
  31. Oi, pessoal.
    Estou meio sem tempo para traduzir, mas achei esse vídeo hoje (http://everydayfeminism.com/2014/03/human-sexuality-is-complicated/?upw), que toca exatamente nesse ponto da complexidade da sexualidade humana. É divertido e elucidativo ao mesmo tempo. Falei com uma amiga que vai tentar tirar os fotogramas com os gráficos que o autor apresenta para ilustrar o texto quando eu conseguir traduzi-lo e mandar para a Lola.
    Quem tiver tranquilidade em ler (tem a transcrição, com pequenos problemas) ou ouvir inglês, pode gostar.

    Abs

    ResponderExcluir
  32. Anna Milani, tem eu, tema a lica, tem a Aninha.. e mais um monte por aí!
    Sei que são poucas, mas, você não tá sozinha =]

    ResponderExcluir
  33. Pessoal que tá comentando que não se interesam por ninguém: procurem textos sobre assexualidade! Fica a dica =D
    Bjs

    ResponderExcluir
  34. Adorei o texto. Sou bissexual também, mas nunca me relacionei com pessoas de nenhum sexo. Falta de oportunidade :(
    Já fui apaixonada por muitas meninas

    ResponderExcluir
  35. Adorei a postagem. Também sempre fui mais meninino do que menininha, gostava de jogar futebol, ao invés de brincar de boneca.
    Tenho 23 anos e sou bissexual também, mas nunca namorei nem com homem, nem com mulher, por falta de oportunidade. Sempre fui muito discreta em relação ao amor, acho que por isso que não saio do armário de jeito nenhum. E não dou pinta que gosto de meninas também. Sinto que estou não sendo eu mesma, mas a sociedade é preconceituosa e prezo muito pela minha reputação.
    Várias vezes me apaixonei por uma mulher, mas nunca tive a coragem de me declarar, pois é chato ter que me esconder o tempo todo, disfarçando os sentimentos.
    Mas um dos meus sonhos é encontrar uma namorada que me compreenda e claro, quero ser feliz com ela.

    ResponderExcluir
  36. http://www.jornalpp.com.br/cidades/item/55876-gincana-da-ufscar-mostra-violencia-e-banalizacao-do-sexo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Esses paulistas fazendo merda de novo??
      Não duvido que tenham contratado garotas de programa pra essa palhaçada. Esses sujeitos cada dia descem a um nível mais baixo. Não que não descessem antes, mas agora podemos saber como agem, graças a internet.

      Excluir
  37. "Afinal os Direitos Humano apoiam tanto os criminosos"

    Por favor... se você estivesse na situação dessa moça, você não iria querer que os grupos de direitos humanos exigissem que você não fosse tratada como uma criminosa?

    De onde sai esse raciocínio torpe de que "direitos humanos defendem bandidos"? De onde sai essa idéia distorcida de que as pessoas vêm com uma marca na testa, tipo "sou bandido" ou "sou cidadão de bem", e que podem ser tratadas de forma diferente, independentemente do que fazem, do que dizem, de como se relacionam com os outros?

    Me diz uma coisa, quando vocês dizem "bandido" ou "criminoso", vocês estão querendo dizer "negros", não é?

    ResponderExcluir
  38. Não foi um processo muito traumático pra mim, pq minha bissexualidade era tão natural que eu acreditava piamente (criança e adolescente) que TODO MUNDO sentia atração pelos dois sexos, em níveis maiores e menores, mas se na média você se relacionava mais com o mesmo sexo você era homossexual e se você se relacionava mais com o outro você podia se considerar hétero :x. E que como a nossa sociedade é héteronormativa a tendência das pessoas era se relacionar com o sexo oposto (quando eu era criança eu entendi que era assim, pra gente poder fazer bebês, então mesmo gostando de homens e mulheres eu deveria casar com um homem pra fazer um bb). Só depois de um relacionamento mais próximos com meus amigos homossexuais que eu percebi que tinham uns que não tinha atração NENHUMA pelo sexo oposto (eu achava que os héteros mentiam e/ou estavam em negação). Foi aí que eu percebi que era Bi mesmo, pq o fato da pessoa ser homem ou mulher não faz diferença nenhuma pra mim em termos de atração.

    ResponderExcluir