Conheci Maria Isabel, a Bau, numa disciplina durante meu doutorado na UFSC. Fiquei instantaneamente encantada com ela, sempre animada, com aquele sorriso enorme. Uma pessoa que realmente faz bem pra alma de todo mundo que passa perto dela. Foi a primeira amiga lésbica que eu tive na vida.
Ao fundo, Bau na minha defesa, em 2009 |
Creio que seu relato mostra, apesar de todas as dificuldades, a importância de se assumir, até como forma de estratégia política. Calcule quantas pessoas homofóbicas a Bau transformou apenas por se assumir. Mas é preciso sempre respeitar o seu próprio tempo, o seu ritmo.
Lolinha do meu coração, conforme você me pediu, aqui vai minha história. Vou resumir, porque é longa...
Nasci em 1956, em São Paulo, filha de pais da classe média intelectual, recém-saídos da USP. Pobres como todos os professores, foram viver com as três filhas pequenas na cidade de São Carlos. Minha infância foi normal, brincava e estudava.
Quando entrei na adolescência, comecei a perceber que havia algo diferente em mim, e que não tinha muita afinidade com os assuntos das meninas. No entanto, aquilo para mim era um problema sem solução, pois meu mundo consistia de meninas que queriam namorar os meninos e meninos que queriam namorar as meninas.
Eu sempre tinha uma amiguinha com a qual me identificava e andava “grudada” com ela.
Mas namorava meninos, porque era a coisa certa a fazer. Nunca imaginei que eu gostasse de mulheres. Sentia isso, mas só consegui avaliar depois de ter assumido isso, de ter visto modelos exteriores. Eu não me questionava, apesar de saber que havia algo diferente. Eu não tinha ideia em que nível era essa diferença. Achava que era assim, e que a vida era estranha mesmo. Ia vivendo, estudando, fazendo esporte, mas sempre muito fechada em relação às minhas sensações. Então eu escrevia poemas, todos muito sofridos, amargos, apesar de eu exteriormente ser sempre uma pessoa positiva e bem humorada.
Mas namorava meninos, porque era a coisa certa a fazer. Nunca imaginei que eu gostasse de mulheres. Sentia isso, mas só consegui avaliar depois de ter assumido isso, de ter visto modelos exteriores. Eu não me questionava, apesar de saber que havia algo diferente. Eu não tinha ideia em que nível era essa diferença. Achava que era assim, e que a vida era estranha mesmo. Ia vivendo, estudando, fazendo esporte, mas sempre muito fechada em relação às minhas sensações. Então eu escrevia poemas, todos muito sofridos, amargos, apesar de eu exteriormente ser sempre uma pessoa positiva e bem humorada.
Com isso, acabei me casando aos 23 anos, e tive meu primeiro filho, Bruno, aos 25 anos. Depois tive Daniel aos 27 e depois engravidei de André aos 30 anos. Quando me casei, eu já conhecia lésbicas, e tive uma grande amiga, já falecida, lésbica assumida. Esse não era um modelo legal, era uma pessoa atormentada, uma artista, que vivia também em situações que para mim pareciam meio limites.
Mas quando nasceu meu filho Daniel, umas amigas me convidaram para jogar no gol do time de handball da UFSCar, onde eu já havia jogado anos antes. Voltei a jogar, e fiz amizade com muitas das moças do time. Um dia me convidaram para uma festa; fui e vi que algumas delas eram casais lésbicos, e casais bem convencionais, gente bem “certinha”, como eu era, como eu me sentia.
Fiquei encantada! Aquela foi uma grande revelação para mim, e foi ali que algo se rompeu, e liberou os sentimentos represados desde sempre. A partir daí comecei a pedir a separação. Eu tinha certeza de que queria uma mulher. Nem questionei, para mim ficou clara, claríssima, a origem de minha inquietude na adolescência. Houve idas e vindas de final de casamento, mas já estava encantada por uma mulher, também casada, que tinha me paquerado numa festa.
No entanto, aquela foi uma época terrível. Imagine final dos anos 80, sem internet ou celular -– aqueles celulares enormes estavam começando a aparecer, custavam uma fortuna! -- e eu pedindo a separação para poder viver minha vida, viver em paz minha sexualidade.
Eu não podia dizer a ninguém que eu queria me separar porque tinha descoberto ser lésbica, porque naquela época a homossexualidade era considerada doença. Meu ex-marido dizia às pessoas amigas que ia tirar os filhos de mim, enfim, houve uma agressão, houve muita pressão. Eu não retrocedi. Uma vez ou outra meti os pés pelas mãos, mas a situação era muito complicada, e eu fiquei confusa com toda essa mudança. Eu perdi todo meu referencial.
Depois da separação comecei a namorar, e a namorada veio morar comigo. Foi uma relação de oito anos. Por sorte, uma amiga me recomendou uma terapeuta, e ela me ajudou muito a compreender todas as mudanças. Meu pai foi muito legal, e nunca deixou de frequentar minha casa, de me apoiar. Minha mãe soube na rua, alguém contou para ela, e ela parou de falar comigo durante anos.
A turma do vôlei me deu um “fora” indiretamente, os amigos e amigas se afastaram por vários motivos. Mas outros ficaram, me entenderam, não me abandonaram. Eu cuidava dos filhos, trabalhava –- sempre fui professora --, e ainda tentava acertar minha vida afetiva. Apesar de não explicitar sobre a relação, não verbalizar, eu vivia a situação normalmente, como se ela fosse casada comigo. E ponto.
Devo dizer que agora tudo parece bem distante e leve, mas não foi. Muita gente me aceitou porque gostava de mim como pessoa. Mas muito pouca gente gostava da minha namorada. Sem contar umas poucas presenças em nossa vida, não recebíamos convite para ir a nenhuma parte, nem participar de coisa alguma, ficamos isoladas dentro de nosso mundo.
Meus filhos sofreram com as maldades de muitos colegas, vários pais de amigos de meus filhos faziam muita pressão contra minha presença, falavam coisas para meus filhos, e eles não me contavam para não me magoar. Eles sabiam que eu sofria. Felizmente há quase dez anos escancaramos as porteiras, meus filhos e eu. Eles são maravilhosos, as noras também, e as famílias das noras. Todos sabem. No meu trabalho também sabem. Não existem mais segredos, quebramos as portas do armário, e meus filhos me ajudaram muito nisso.
Acho que só não sofri mais porque trabalhava demais, não tinha muito tempo, tinha que pensar em tantas coisas. Hoje em dia, a gritante maioria das pessoas que se afastou está novamente perto de mim. O tempo, as conquistas sociais do movimento LGBT e a própria experiência de vida de cada um/a fizeram com que essas pessoas de minha infância, adolescência e mesmo da vida adulta compreendessem e se aproximassem. Minha mãe um dia voltou a falar comigo, e muitos amigos e amigas também, sem explicação, sem precisar dizer nada. A família está toda próxima e sem preconceito.
Mas a coisa mais linda que escutei sobre tudo isso foi o depoimento de uma amiga que fiz no início dos anos 90, cujos filhos eram meus alunos. Ela tinha ficado surpresa ao saber que eu era lésbica, e me disse: “Eu fiquei chocada. Eu era homofóbica. Mas então descobri que amava você, minha amiga. Como me afastar de uma amiga a quem a gente ama? E eu me rendi, e deixei a homofobia de lado, e me reaproximei de você.”
E foi assim que minha história se desenrolou.
lol,ela se descobriu adulta e com tres filhos,é para rir mesmo.
ResponderExcluirela se converteu ao homossexualismo,provando mais uma vez que homossexualismo é uma escolha consciente
Muito bom esse depoimento.
ResponderExcluirFoi toda uma dificuldade o processo de descobertas, mas que parece que encontrou um momento feliz, nao vou dizer final, pois a Beu ainda é jovem, tem muito o que viver.
Pois, sao essas historias que nos dao força e alegria de seguir em movimento, mesmo que sejam esses nos espaços mais intimos, pois ai também sao espaço de resistencias dos quais nao podemos nos afastar.
Foi interessante quando ela falou que soh teve sua primeira amiga lesbica depois de adulta e dai, eu fui me lembrando da minha situaçao, que a primeira lesbica que conheci foi uma prima, que hoje esta casada com uma linda mulher e ambas sao super queridas por toda familia, nao foi facil para ela, mas hoje também os preconceitos da familia foram superados.
Por isso que devemos continuar nas ruas na luta de um espaço publico para todas pessoas e dentro dos nossos mundos privados nao podemos deixar de fazer nossa parte.
Pois, somente em movimento que mudaremos o mundo.
E outra coisa que gostei muito de você, Lola, ter colocado uma foto onde esta minha grande amiga Rose para ilustrar seu post.
Abraços feministas,
Mari
O que tem de engraçado em alguém "descobrir" sua orientação sexual depois de adulto, ô mascutroll? Acho que vc pulou as partes em que minha amiga fala de como sempre se deu super bem com os filhos, que respeitaram totalmente sua mudança. E não há unanimidade sobre homossexualidade ser algo inerente. Pode ser que para algumas pessoas seja, para outras não. Pode ser que uma pessoa reprima sua homossexualidade por causa de uma sociedade homofóbica. A sexualidade humana é muito mais abrangente do que vc desconfia.
ResponderExcluirO que merece risos é o seu "provando mais uma vez"... Vc nunca leu relatos de homossexuais que notaram sua orientação sexual quando eram crianças? Mesmo?
lola querida,se existem homossexuais que já nasceram assim,então vc admite que homossexualismo é doença?
ResponderExcluir.... vc q esta doente!!
ExcluirDoente é o seu pensamento escroto.
ExcluirMas que raciocínio tosco esse seu, mascutroll. É o mesmo que perguntar: "se existem pessoas de olhos verdes que já nasceram de olhos verdes, então vc admite que olhos verdes é doença?"
ResponderExcluirFala coisa com coisa, ô bocó!
"Sem contar umas poucas presenças em nossa vida, não recebíamos convite para ir a nenhuma parte, nem participar de coisa alguma, ficamos isoladas dentro de nosso mundo. "
ResponderExcluirLola e Bau, esta realidade ainda se faz presente nos dias atuais. Há algumas semanas iniciei tal reflexão em nosso blog. Escrevi sobre pessoas que se dizem nossas amigas, mas jamais nos convidaram para irmos em suas casas, em festas de filhos, ou em suas festas etc, não falam a verdade sobre quem somos para os filhos, preferem deixar as crianças imaginarem que somos irmãs, primas, ou amigas que dividem uma casa. São pessoas que se encontram com a gente em lugares mais reservados, longe de amigos e familiares. Isso não parou no final dos anos 80. Ainda persiste, infelizmente! E notamos esse tipo de máscara quando saímos do armário. Percebemos isso no trabalho da minha companheira, quando souberam dela, através de nossa união estável ( hoje o clima melhorou. Eles perceberam que ela é um ser humano, e não uma animal no cio ). Mesmo as que se dizem politizadas, mais abertas ao diferente, e até as que se dizem feministas, nos esconde e, muitas vezes, nos citam apenas para se dizerem moderninhas, aceitas em determinados grupos. São pessoas covardes e cheias de preconceitos, presas em um status quo abominável. Não são livres. E, por isso mesmo, decidimos não conviver mais com elas. Não somos objetos para uso em determinadas situações. Mas essa consciência, só vem com o tempo. A gente não tinha ideia, até escancararmos nossas portas.
Fico super feliz que a Bau esteja feliz e realizada, assim como nós duas aqui!!!
Obrigada pelo guest post, Lola e Bau!!!
Beijos nossos!!!
Esse do mascutroll bocó ( adorei, Lola!), é um enrustidaço, coitado! Vai se realizar, vai gozar um pouco, vai sentir o que é pele, o que é química, o que é tesão, bocó, vai viver tua vida e deixa de ficar na internet fazendo papel de bocó, solitário. Anormal e doente és tu!
ResponderExcluirUnknown vá achar coisa melhor que fazer da sua vidinha, vá...
ResponderExcluirmeus pais disseram uma asneira incrível esses dias,segundo eles,héteros n podem ser amigos de homossexuais,pq se for significa que a pessoa tb é....
ResponderExcluire que ela só é amiga da minha prima lésbica pq é sobrinha dela,dai ninguém pode duvidar kkkkkk
meu deus...é ignorância demais,provavelmente por isso q os amigos da Bau se afastaram e nem convidavam para nada.
muito emocionante o relato.
ResponderExcluire pro toll: sou heterossexual, nasci assim, então estou admitindo que heterossexualidade é uma doença. hahaha super raciocínio!
Que bom q vc é feliz !!
ResponderExcluirMelissa, isso também aconteceu, de pessoas evitarem sair comigo, mesmo depois que terminei meu casamento homossexual, por medo dos comentários alheios. No entanto, percebi que, anos depois, algumas pessoas fazem questão de sair comigo exatamente pelo mesmo motivo. Atribuo isso ao próprio aprendizado da vida. Ao longo do tempo nós vamos tendo familiares ou amigos queridos que assumem gostar de uma pessoa do mesmo sexo. E aí? As pessoas têm que lidar com suas próprias sensações em relação à sexualidade alheia... Quanto ao tal troll mascutroll, minha resposta é: ninguém "vira" homossexual, eu não disse que "virei". Acho que você precisa aprender a ler. De volta aos bancos escolares, meu caro, que está fazendo falta uma boa professora de português e compreensão de texto para você. Beijos, e obrigada a tod@s, principalmente a Lola, que me deu este espaço para compartilhar uma história sofrida, mas feliz.
ResponderExcluirMuito bonito o relato, especialmente adorei ver a foto dela, mostrando que e uma mulher muito linda, e calando a boca das pessoas que acham que toda mulher homossexual e feia ,masculinizada, ou foi atras de mulher porque nenhum homem a considerou atraente o suficiente.!!!
ResponderExcluirUnknown ainda preocupado com essa baboseira de nature x nurture. Meu velho, preconceito é preconceito. Isso independe se algo é de nascença ou é fruto de uma escolha. O problema não está nos outros, mas nos olhos do preconceituoso. Eu diria que a verdadeira doença é o seu preconceitualismo.
ResponderExcluirGostei muito do post de hoje, Lola! Sua amiga, que é muito linda e charmosa, me fez chorar. Muito parecida com a minha história.
ResponderExcluirNo meu caso, não cheguei a casar, mas fiquei noiva. Duas semanas antes do casamento, terminei tudo, porque sabia que faria a pior coisa da minha vida, já que estava apaixonada por uma professora da faculdade. Eu nunca namorei esta professora. Ela é heterossexual.
Meus pais morreram de vergonha, me disseram para não contar para ninguém. Porto Alegre, cidade grande! Mas contei, inclusive para os familiares próximos. Eu já tinha 25 anos e levei uma surra dos dois que me deixou doente por dias. Em parte foi emocional. Eu nunca havia levado nem uma palmada. Sou filha única e fui muito mimada. No ano seguinte, me formei e vim tentar a vida aqui em SP. São 20 anos de São Paulo e de liberdade de ser quem eu sou!
Tive algumas namoradas e, atualmente, estou sozinha, mas feliz por saber quem sou. Meu último namoro durou 5 anos, e só terminou porque ela faleceu. Ainda vivo um luto forte. Nós trabalhávamos no mesmo hospital, tínhamos consultório juntas. Atualmente faço terapia para lidar com a minha perda. Também voltei a fazer academia e a correr todos os dias. Estas atividades ajudam-me a me sentir melhor, com mais alegria.
Estou só, mas bem, apesar do luto. O mais importante é ficar bem com a gente, viver sem hipocrisias.
Muito obrigada, Bau, por compartilhar sua história com a gente!
O cara do primeiro comentário parece tão excitado em mostrar que é uma escolha ser homo ou não, que só me vem à cabeça, e se for?
ResponderExcluirMascus, trolls,homofóbicos, racistas, sexistas... todos deveriam ser mudos (só poderiam voltar a falar quando o preconceito e a intolerância dissipassem), pq cagar regra, e incitar a violência aos que são diferentes de vc, isso sim é doença!
ResponderExcluirLindo depoimento!
ResponderExcluirFui criada por pais evangélicos e sempre convivi com o preconceito contra os homossexuais dentro da minha própria casa, mais por parte da minha mãe.
Namorei meninos e nunca desconfiei que poderia sentir atração por meninas. Hoje sou mãe e casada há quase três anos e só depois que passei a conviver com o meu marido é que fui descobrir que também tenho interesse por mulheres. Dentro de casa nunca tive nem liberdade de PENSAR uma coisa dessas! Enfim... não tem nada de anormal e feio em se conscientizar sobre si mesmo. Aliás, acredito ser um sinal de amadurecimento. Desconfio de quem tem sempre pedras nas mãos e não escutam ou enxergam que o ser humano é livre em sua essência para descobrir quantas vezes forem necessárias do que gostam, o que fazer para se sentir felizes e conhecer mais de tudo que não faz parte do seu mundo sem pré conceitos ou arrogância!
Que fofa a sua amiga, Lola! Adoro ler histórias assim, dão uma injeção de ânimo na gente!
ResponderExcluirMaria Isabel, seja muito feliz em sua vida! Vc merece. Adorei o seu relato!
Eu acho Lolinha que está errado a palavra "descobrir", ninguém se descobre, a gente" admiti", "aceita". Eu desde criança me senti diferente, mas só agora eu admiti quem sou de verdade.
ResponderExcluirPreconceito que é uma doença, creio eu que incurável... Parabéns pela coragem e por ter passado por tanta coisa (se hoje tem aos montes, não consigo nem imaginar nos anos 80, 90) e ser uma pessoal tão bacana.
ResponderExcluirMaria Isabel sua história é incrivelmente parecida com a de uma prima que sempre foi uma paixão para mim, em minha infância vivi na mesma casa com ela e mais algumas primas, pois minha mãe era viúva, e minha tia (a mãe dela era separada, como falavam antigamente).
ResponderExcluirPra mim ela era minha irmã mais velha e sempre admirei tudo o que ela representava.
Não sabia que ela era lésbica, ela se casou com um homem, tb teve três filhos como vc, fiquei muito surpresa com isso, mas desde o inicio eu a apoiei (nessa época eu era muito religiosa) mas meu amor por ela sempre foi incondicional.
Assim como vc ela tb foi rejeitada por muita gente da própria família, a começar pelo ex-marido e até mesmo pelos filhos, que optaram em viver ao lado do pai, nenhum ficou com ela.
Mas tb como vc relatou com o tempo a admiração pelo carácter maravilhoso e positivo dela, TODOS na família e entre os amigos a aceitam e respeitam.
Hje todos os filhos dela voltaram a viver com ela, a minha tia (mãe dela) que a principio estranhou essa situação, hje já bem idosa, é cuidada por ela, e diga-se de passagem com todo carinho desse mundo.
Minha prima é muito mais feliz agora, embora já esteja no segundo casamento (com mulheres).
Ganhou o respeito de todos, e continua sendo amada como sempre foi.
Sinceramente? A primeira coisa que eu pensei quando vi o título da postagem e a foto foi: A Lilia Cabral saiu do armário!
ResponderExcluirPronto, podem continuar.
Uma história muito bonita, das mais bonitas que já li aqui no blog. Me emocionei com a coragem e a vitalidade dela. Não entendo o que se passa na cabeça de pessoas homofóbicas pra terem tanto preconceito e ódio contra homossexuais, principalmente quando o discurso é transvestido de bem intencionado e amoroso. Até parece que faz alguma diferença se a pessoa faz sexo com homem ou mulher pra ter caráter, boas qualidades, ser gente boa, amiga.
ResponderExcluirFelicidades para a autora.
É tão evidente a quantidade de preconceito de uma pessoa que chama a homossexualidade de homossexualismo, que dá um frio na espinha.
ResponderExcluirAinda bem você, Lola, responde esses comentários. Agora, "mascutroll" vai entrar para o meu vocabulário.
É muito bom ler histórias assim, de pessoas que viraram a mesa, venceram a discriminação e mudaram a vida e as ideias de muitas pessoas para melhor.
Querid@s amig@s, estou chorando como uma bezerra desmamada aqui ao ler seus depoimentos também. É impressionante como a sociedade faz a gente pensar que a gente tem sentimentos errados. Minha primeira paixão foi pela dentista que morava ao lado da casa de minha avó em São Paulo - e eu nem tinha 5 anos, acho. Eu a adorava! Agora eu sei...lembrando-me disso eu sei. Mas durante 30 anos eu nem sabia que isso era uma parte de mim. Que eu gostava de mulheres de uma forma diferente. Mas sabe por que "descobrir"? porque a gente des-cobre mesmo...tira o véu do medo, da ignorância. Então, é "des-coberta". Porque, antes disso, a gente nem sabe o que aquilo significa. Eu não tinha como nomear o que era inexistente! Depois de meu casamento heterossexual, fui casada duas vezes – com mulheres. Minha segunda mulher e eu continuamos grandes amigas. Tenho uma nova companheira há dois anos. E estou muito feliz. E mais feliz ainda com seus comentários. Obrigada.
ResponderExcluirAi, que lindo o que vc acabou de dizer, Bauzinha! É verdade, é uma des-coberta!
ResponderExcluirMuitas saudades de vc!
Ótimos os comentários. Também estou me emocionando!
Nossa, também achei lindo o que você escreveu. É isso mesmo! É uma "des-coberta". Só quem vive tudo isso sabe o significado que desta palavra, a descoberta de si.
ResponderExcluirE tantos depoimentos tão lindos!! Emocionante!
ResponderExcluirAcho legal a Bau dizer que teve e tem todo o apoio dos filhos! Sinal que tiveram uma grande mãe (não sei o quanto o pai também contribuiu) e uma boa educação.
Conheci 2 casos que me causaram arrepios.
Um deles, o marido de uma amiga, depois de 15 anos de casado e um filho adolescente, conseguiu assumir sua homossexualidade, terminou o casamento e foi viver com o parceiro. Só teve um pequeno probleminha: criaram, em casa, um adolescente homofóbico de primeira!! Faltou pouco para matar o pai e o parceiro...
Bau, linda!
Grande beijo! da Aninha (UFSCar)
Não existe isso de se "converter ao homossexualismo". Primeiro que é homossexualidade e não homossexualismo. Segundo que ninguém se "converte", nesses casos as pessoas se sentem diferentes desde pequenas mas só depois de adultas ém que entendem o que realmente são e criam coragem para se aceitarem/admitirem o que são.
ResponderExcluirExemplo clássico o meu, que desde criança me sentia um homem num corpo de mulher e sempre senti atração por mulheres. Ok, isso não é exatamente homossexualidade mas também um caso de transexualidade.
O começo da minha adolescência foi um inferno, eu sempre me sentia excluída quando estava perto de outras meninas, sempre me sentia diferente delas, mas ao mesmo tempo procurava não me aproximar de meninos porque não queria que me vissem como "aquela menina que só anda com meninos, sapatona". Ou seja, até hoje os amigos que eu tive dá para contar nos dedos de uma mão só, porque eu não conseguia fazer amizade nem com meninas e nem com meninos.
Aí eu conheci um cara legal, comecei a me vestir de modo mais "feminino" na esperança que ele continuasse comigo. Enfim estou com ele há alguns anos, e eu gosto dele, gosto muito, ele me ouve e me entende, não se importa com meu jeito diferente. Mas o fato é que nunca deixei de sentir atração por mulheres, mesmo estando com ele. E nossa vida sexual é um desastre, mas ainda bem que ele não se importa tanto.
O sentimento de "homem em corpo de mulher" diminuiu consideravelmente depois que eu comecei a me vestir de modo mais "feminino" e a me relacionar com ele, mas ainda assim isso é algo que de vez em quando incomoda a minha mente, em certas situações. A atração por mulheres não diminuiu, e a inabilidade social de se aproximar das pessoas, vestígios da infância sem amigos que fossem meninos ou meninas, tampouco desapareceu.
Agora eu sei que a probabilidade de um dia eu terminar com esse relacionamento hetero e me admitir homossexual é muito alta. Não vai ser nesse momento porque ainda não tenho certeza das coisas e também não teria coragem. Mas um dia, daqui a muitos anos, quem sabe mesmo depois de casada e com filhos, não descarto que isso possa vir a ocorrer. Porque eu quero casar e ter filhos, e quero que meus filhos tenham um bom pai, um pai carinhoso e homem, mas eu também gosto de mulheres e vou continuar gostando para sempre. As vezes me pergunto se não sou egoísta por estar me relacionando com esse cara, prometendo casamento e filhos só para satisfazer um desejo meu, se depois provavelmente tudo vai terminar e ele vai sofrer... Mas eu gosto muito dele, de verdade. Só que as vezes eu penso que para mim ele é mais um amigo do que um amor, um amante. Se eu pudesse escolher, não queria sentir atração nenhuma por mulheres e esquecer que já me senti um homem e corpo de mulher, assim eu poderia casar e ficar com esse meu companheiro para sempre, e ninguém iria sofrer na história.
Tenho uma amiga homossexual que demorou quase 1 ano pra me contar sobre sua orientação sexual,
ResponderExcluirEla vivia dizendo que tinha um" ex- namorado" , com quem tinha vivido 15 anos,
Mais pra frente, ela me contou que era " ex- namorada" e que tinha vergonha do que eu iria pensar dela.
Eu respondi que se ela fosse feliz, nao me importava o que ela fazia e com quem fazia.
Ela arrumou outra companheira,de quem tambem fiquei amiga, e ambas sempre muito carinhosas comigo.Se eu fosse homofobica, teria perdido uma excelente oportunidade e uma boa amizade.
Beijos
que história legal,que bom q hj esta tudo bem com vc Bau!
ResponderExcluire n acredito que tem gente q ainda acha q isso é escolha,então o mascu muito inteligente,era gay mas escolheu ser hétero?
eu passo pelo que a melissa comentou,fui bastante infernizada pelos meus pais por ser amiga de uma lésbica,conheci a Ana no trabalho e fiquei amiga dela,ela é super gente boa e n tem motivo nenhum para n me dar bem com ela.
além dos meus pais,alguns idiotas onde trabalham não pensam o mesmo.
no trabalho os preconceituosos disfarçam seu preconceito nojento,olham torto,ficam de cochico,mas ainda bem q são poucos.
meus pais viram q adicionei ela no facebook e fizeram um escândalo,perguntaram o q estava acontecendo,se eu era sapatão,eu disse q n tinha nada a ver,eramos amigas e dai viram com essa baboseira de q hetero de verdade n tem amigo homossexual.
q se eu tivesse um amigo,homem e gay ,seria normal,mas mulher n...?????????
olha,eu fico puta com tanta ignorância e baboseira,as pessoas simplesmente engolem tudo q lhes dizem sem parar um segundo para pensarem por contra própria.
acho q de um modo geral,todos pensam q homossexuais são animais no cio q dão em cima de qualquer um q passe na frente deles, dai meus pais tem medo q ela dê em cima de mim e nós fiquemos juntas hahahahahah como se eu n tivesse cérebro,como se só de ficar perto de um homossexual, vc fosse tão influenciado q ia esquecer q é hétero e virar gay.
é inacreditável isso,eu já fico com muita raiva,nem dá para imaginar o que vcs tem que aguentar.
Descobri minha heterossexualidade na infância quando me apaixonei pelo vizinho. Faço terapia até hoje pra tentar me curar.
ResponderExcluirSó rindo mesmo... :-P
Anon das 10:54.
ResponderExcluirVc pode ser quem vc quiser (lésbica, trans) e ainda se casar, ter filhos, enfim! Não espere a vida passar para ser feliz...
Concordo que às vezes é difícil a gente aguentar a ignorância alheia. Tem uma teoria que diz que nós, mulheres, somos o sexo. Porque quando se fala em ser humano, todo o mundo já pensa imediatamente no "homem branco, heterossexual, ocidental, de classe média". Então, para definir o que é diferente disso é "negão" ou "gay", ou "japa" ou "pobre". Quando se pensa em mulher, ninguém pensa num ser humano com potencialidades, desejos e capacidades e incapacidades. Todo o mundo já pensa na bunda, nos peitos, na mãe ou na irmã linda, ou que tem peitões bem grandões para amamentar. Assim também é com os homossexuais. As pessoas olham como se você fosse máquina sexual 24 horas por dia. Tem mulheres que se acham no direito de "querer experimentar"!!! Fico muito chateada com isso. Assim como todo o mundo, tenho uma vida profissional, familiar, tenho amigas e amigos, tenho doenças, tenho saúde, tenho gosto por algumas coisas e não gosto de outras. E, uma das minhas características é que de vez em quando me excito e namoro. Faço amor - ou faço sexo - porque também tenho vontade. Então as pessoas são muito ignorantes quanto às sexualidades. Como é um assunto ainda muito "tabu", tem gente que chegar a ser burra mesmo. Confunde tudo e acha que todo homossexual só é homossexual porque transa com gente do mesmo sexo. E isso não é verdade; existem tantas sexualidades quanto existe gente nesse mundo. Mas vamos dando nossos passos de formiguinha. A gente chega lá, a gente consegue o respeito que merece.
ResponderExcluirQue lindo!
ResponderExcluirComo fazem falta depoimentos que contem histórias com final feliz :)
Fiquei com vontade de ser amigo da Maria Isabel! Sorriso lindo nas fotos, o jeito de contar a história foi bem legal, parece ser uma pessoa muito leve!
Desejo muita felicidade a ela e à família dela!
Obrigada, Lucas! Fiquei feliz com seu elogio...inchei igual a sapinha...rsrsrs...Beijo!
ResponderExcluirQue linda a Maria Isabel!!
ResponderExcluirEspero que a vida ainda dê muitos presentes a ela.
Obrigada por contar essa história inspiradora!!
Achei que deveria deixar meu depoimento, ainda que opte em ser sob pseudonimo. Então lá vai:
ResponderExcluirCreio que a discussão sobre a opção ou a genética da homossexualidade é constantemente mal utilizada
para o tema.
Na minha experiência pessoal, o que importou foi que me apaixonei por uma mulher aos 35 anos, separada, mãe
de dois filhos.
O fato de nos apegarmos a amigas de infância não vejo como indicador de tendência homossexual, mas algo natural,
uma vez que, em muitos casos, os pais não permitem amizades "chegadas" com meninos.
Ocorre que, nem sempre temos amigas por quem nos apaixonemos na infância, apesar do apego.
Para mim, as coisas correram de forma muito "sem opção" e, acredito, também sem origem genética.
Namorei, me apaixonei pelo pai de meus filhos e me separei por motivos alheios à questão sexual, pois nesse
aspecto era plenamente realizada. A questão é que era apenas nesse aspecto, tudo o mais - visão de mundo,
interesses, afinidades - eram opostas. Todos nossos conflitos se "resolviam" na cama. Eu queria mais que
isso.
segue
ResponderExcluirSeparada, namorei outros homens, me apaixonei novamente por um, que me via como uma mulher completa, não
apenas uma parceira sexual. Por motivos alheios à nossa vontade, o relacionamento não progrediu.
Quando passei a sentir, além de um grande carinho e amizade, desejo sexual por uma mulher, achei que estava
ficando louca, que estava confundindo a sensibilidade com a sexualidade.
Durante meses lutei contra o que sentia, não por preconceito, mas por não me sentir em condições de enfrentar
o da sociedade. Pois me conhecendo, sabia que não conseguiria ficar fechada em um armário, ainda que não precisasse
também expor minha vida pessoal, como de resto, não o fiz nem quanto à minha vida pessoal heterossexual.
Acho que isso, expor a vida pessoal, é que é uma opção particular.
Enquanto eu tentava fugir dessa paixão(detalhe: eu namorava um homem), minha amiga fez uma longa viagem, o que foi um suplício para mim, que a via
diariamente. E quando ela voltou, soube que foi também para ela, que me mostrou um poema que havia escrito e terminava
com "Amigas????".
Não houve como fugir. Não teria como fugir e começamos um relacionamento que durou 10 anos, porém nunca moramos juntas, ainda
que o estivéssemos sempre.
Os colegas, familiares, evidentemente percebiam, mas não questionavam, assim como não participavam de nossas vidas
pessoais. Acho que o que importava aos que gostavam de nós é que éramos muito felizes assim. Os que não gostavam preferiam
não demonstrar.
Tudo se complicou quando entramos em crise, como ocorre com todos os casais.
Como sempre, deixei transparecer toda minha tristeza e, em busca de apoio, declinei o que estava acontecendo para minha mãe
e meus filhos. Julguei que, tendo sido criados com valores de direitos humanos, informação, ausência de preconceitos, teria
solidariedade, porém não foi o que ocorreu. Acho que preferiam fingir que não sabiam.
Nos separamos e a seguir me apaixonei por apenas uma outra mulher, apesar de ter convivido no meio LGBT por vários anos.
Assim como me apaixonei por um outro homem.
Então, na minha história, o que ocorreu foi que me apaixonei por gente, independente de sexo.
Me apaixonei por pessoas que me viam e a quem eu via, como um ser integral, cabeça, tronco, membros e pensamentos e não
simplesmente por uma característica física feminina ou masculina.
Estou plenamente de acordo com a defesa dos direitos civis homossexuais em função de vivermos em uma sociedade fundada na
propriedade.
Mas a principal batalha é o direito de nos apaixonarmos, seja por que for.
Assim como foi mais difícil para heteros brancos se apaixonar por heteros negros, pobres por ricos, comunistas por capitalistas,
gordos por magros, altos por baixos, velhos por jovens.
Acho perigoso o caminho tanto de atribui o amor a qualquer pessoa a uma predisposição genética, tanto quanto a uma opção de cunho
sexual.
Que cada um lute por seu amor, seja qual for, da maneira que julgar melhor.
Isso eu consegui passar aos meus filhos, hoje um em uma relação hetero e outro, em uma relação homossexual.
Abraços
Oiii Lola! sou nova aqui, adorei seu blog, vou fazer uma conta pra poder acompanhar... Vamos ao comentário:
ResponderExcluirChorei horrores enquanto li o depoimento de sua amiga, eu tenho 20 anos e estou passando por uma situação difícil, acredito que a pior desses meus anos de vida, não tenho com quem desabafar então vou escrever aqui, talvez você ou alguém leia e me dê uma luz. Desde que "me entendo por gente" gosto de meninas, sempre gostei, lembro que quando era bem pequenininha via alguma mulher na tv que me encantava e pensava o quanto eu gostaria de ser homem pra poder casar com a mulher rs no inicio da adolescência eu odiava as conversas das minhas amigas, que só falavam em meninos, até que um dia uma delas perguntou se eu era "sapatão" porque nunca dizia que estava gostando de um menino... então a partir disso comecei a inventar que gostava de um ou outro menino, mas ao mesmo tempo eu fazia perfis fakes e ficava de paquerinha com outras meninas que tmbém se escondiam nesses perfis, era a única maneira que eu encontrava de ser eu mesma sem ninguém criticar. Comecei a "namorar" a distância com uma menina, ficamos um ano juntas mas não deu certo, virou amizade. Com 15 anos conheci um garoto e comecei a namorar com ele, não sentia atração mas gostava dele, nós terminamos depois de um ano e em seguida conheci meu atual namorado, que foi o mesmo esquema do anterior, não senti atração mas gostei da pessoa que ele é. Depois do segundo ano de namoro eu comecei a decair, entrei em depressão, já pensei até no pior, eu tô sofrendo tanto, porque ele me ama, e ele está sofrendo porque me distanciei, ele já me perguntou se sou lesbica por algumas atitudes minhas, mas eu não tenho coragem de falar.. eu sofro em ver ele sofrer. Conheci uma amiga há mais ou menos um ano, que é lesbica e é apaixonada por mim e eu acho que me apaixonei também, mas eu não quero aceitar isso. Meu namorado fala sempre em casamento e eu não sei o que fazer. Ultimamente eu só choro, fiquei doente, tô cheia de problemas de saúde e uma tristeza que não acaba mais e eu tenho medo de nunca passar. Alguém já passou por isso? eu não tenho tanta experiência de vida, eu não sei o que fazer, se alguém puder conversar comigo, por favor, eu iria agradecer demais. Eu não tenho coragem de falar isso pra ninguém.
Bjinhos, Nena.
Me descobri agora tbm, tenho três filhas lindas e um ex possessivo que ainda acha que temos algo.
ResponderExcluirNamoro uma menina e estou muito apaixonada. acho que nunca me senti tão feliz e liberta.
Obrigada a vcs que nos dão força cada dia mais.! Sz
Lindo! Lindo! Lindo!
ResponderExcluirFiquei reflexiva após estada de no fim de semana passado de um casal de amigas lindas. Apaixonadas, e hj tenho curiosidades... Sentimentos diferentes... Quero conhecer pessoas, apenas pra amizade que seja que me ajudem. Carollesbinha@gmail.com
ResponderExcluirGostaria de contar minha historia me descobri com 14 anos, bom muitas mulheres mais velhas se atraiam por mim! E eu já percebia que gostava disso, até que um dia me "Apaixonei" por uma amiga, ficamos umas vezes.. e eu gostei mais não poderia falar pra minha mãe que tinha feito isso ela nunca me aceitaria :(
ResponderExcluirEntão fiquei na minha fui me afastando dessa pessoa e não fiquei mais com ninguém por um tempo. Acabei esquecendo ela, mais nesse tempo conheci outra pessoa maravilhosa roubei um beijo dela e fomos nos vendo todos os dias escondido claro, pois minha mãe jamais poderia sonhar com isso.. Até que essa tal pessoa começou a frequentar minha casa como "amigas" claro e minha mãe começou a desconfiar, bom pra minha mãe foi o fim do mundo a sua unica filha beijando uma mulher. Até que meu pai também descobriu aos poucos.
E eu me apaixonei de verdade por essa menina, não sabia o que fazer e não sei por que hoje tenho 15 anos, e minha família não me aceita de modo algum, se vemos escondidas por que a gente se ama muito e é difícil mais não vou desistir desse amor por ninguém! E com tudo isso aprendi nunca desistam do seus sonhos. Beijos meus amores!
Olá,
ResponderExcluirEstou emocionada com esse depoimento. Desde criança, isso aos 10/11 anos de idade, me sentia diferente em relação as outras meninas. As vezes olhava para outra menina e sentia uma vontade de abraçar que era estranho pra mim. Aos 13 anos beijei uma colega de escola e aí não conseguia mais esquecer aquele momento. Mas tive medo de mim mesmo e passei a repudiar aquele desejo. Passei a beijar alguns meninos, mas, não era a mesma sensação. Aos desessete anos fui para a igreja evangelica por que ouvia minha dizer que filho gay ou filha "sapatão" ela matava. Vivi uma adolescencia isolada, tive depressão, todos diziam que eu era muito estranha, fechada, amargurada...Mas imaginem: eu só conseguia pensar em meninas! Como falar isso com alguém?! Na igreja nem me atrevia a abrir a boca. E quanto mais eu tentava esconder e fugir de mim mesma algo acontecia... Aos 24 anos me casei, por que acreditava que assim eu jamais assumiria esse sentimento, pois teria filhos e uma familia pra viver bem, mas nunca estava feliz por completo. Quantas vezes imaginava que estava tendo relações com uma mulher!!! Hoje tenho 34 anos e não tive filhos. A cerca de 2 anos comecei a trabalhar em uma nova empresa. Assim, que entrei vi uma colega e ela me chamou a atenção. Com tempo fui observando o comportamento dela e era muito parecido com o meu... como se escondesse alguma coisa. Fui me aproximando ganhando confiança, por que queria alguém pra conversar me abrir... mas com o tempo comecei a perceber que nos finais de semana eu sentia falta dela,pensava muito nela. Entrei em crise de novo, como assim sentir falta dela?!! Chorei algumas vezes, pedia perdão a Deus, me sentia muito mal. Pensei em pedir as contas... Um dia durante uma brincadeira nos abraçamos e naquele momento meu corpo estremeceu! Sabia que algo estava além de mim. Como nossa amizade ja tinha um grau de confiança perguntei se ela era lesbica e ela respondeu que não, mas ficou vermelha...mais uns dias passado perguntei novamente e ai ela se abriu comigo. Mas não falei sobre mim. Depois de um tempo me abri com ela...E aí aconteceu, ficamos juntas pela primeira vez! Nunca me senti tão livre, tão verdadeira comigo mesma! Nunca em minha vida experimentei uma sensação de liberdade e autenticidade, foi como romper cadeias, grilhões! Me senti a pessoa mais realizada do mundo. Mas logo voltei a realidade... casada! Entrei em crise, sentimento de culpa. Há um ano pedi o divorcio mas meu marido não aceitou. Tentei mais uma vez e aí falei a verdade sobre mim, mas não contei o que aconteceu. Ele disse que estou louca, que preciso voltar para a igreja. Mas estou decidida a ser feliz. Ela sabe toda minha situação, e não desistiu de mim! Nosso amor é muito forte. Agora estou a procura de um lugar pra ficar e viver minha vida. Sei que vou enfrentar situações dificieis, mas não vou mais me esconder. Quero ser feliz ao lado de quem amo. E isso é o que importa. Obrigada por esse depoimento, só forteleceu ainda mais minha decisão. bjs
Achei ela uma super mulher corajosa determinada no que ela queria pra ser feliz se muitas fizesse isso em vez de ta se deitando e ter que ser submissa ao que não gosta ter que ser tocada por homens sem querer isso é muito nojento eu nunca faria isso lutaria também até o fim.
ResponderExcluirOlá, amei a história. Eu sou uma mulher casada com duas filhas ainda pequenas, completarei 41 anos daqui dois meses e descobri que sou lésbica, tem pouco mais de um ano. Minha única experiência com uma mulher, foi intensa, porém decepcionante, ela me magoou muito. Eu, sofro, porém não tenho coragem de me assumir, pois tenho medo de meu marido tirar minhas filhas de mim. Não sei o que fazer. Só sei de uma coisa: É sofrimento, o fato de eu gostar de mulheres e não poder viver isso, por ter medo de assumir e perder minha família. E...é isto.
ResponderExcluirAqui vai também a minha história. Tenho 41 anos dois filhos e casada há 17 anos.Na minha infância/adolescência era, como se diz em Portugal, "maria rapaz". Nasci em França e vim viver para Portugal aos 14 anos, nessa altura tive de mudar o meu próprio estilo para ser aceite na sociedade. Comecei a namorar muito cedo com o meu atual marido (penso que foi o único que me aceitou de verdade).A vida foi fluindo muito rapidamente, tempo ocupado nos estudos (sou professora), a educação dos filhos, a profissão etc. Penso que ao longo destes anos nunca tive muito tempo para pensar em mim, e há uns meses para cá algo em mim mudou...Penso que foi desde que vi um filme "La vie d'Adele" que mexeu imenso comigo, não sei explicar despertou algo que nunca tinha sentido ou ponto de me tirar o sono...Este verão conheci uma rapariga lésbica que mexeu muito comigo. Nada aconteceu entre nós, mas sinto desejo por ela e por outras mulheres. Não é suposto acontecer isto com heterossexuais, certo? Estou muito confusa porque acredito que sou lésbica e só ter descoberto recentemente. Sempre tive uma boa relação com o meu marido, posso dizer um casamento feliz, mas provavelmente sempre me faltou algo, que só agora estou a descobrir. Decidi partilhar todos estas emoções com o meu marido, não foi fácil abordar este tema, atualmente não está a ser fácil porque estamos ambos a sofrer. Sou uma pessoa honesta e não seria justo não desabafar com a pessoa com quem tenho partilhado tudo. Tenciono consultar um psicólogo, em breve, para pedir ajuda, porque me sinto muito assustada com tudo isto. Tenho pensado muito na minha vida e vou me relembrando de alguns episódios que na altura não dei importância (como sentir uma forte atracão por uma colega com quem jogava tennis), provavelmente são indícios que deixei passar, por não estar informada ou simplesmente porque na época não havia outra via a não ser rapaz com rapariga e pronto. Não acredito que, pelo menos por enquanto, consiga assumir seja o que for, tenho filhos ainda pequenos e não quero expô-los a reações homofóbica, infelizmente ainda muito vincadas na nossa sociedade. Não tem sido nada fácil lidar com tudo isto, vou tentando assimilar devagarinho estas emoções e... Estou em sofrimento diário mas não quero fazer sofrer as pessoas mais próximas, veremos no que vai dar.O que mais me magoa atualmente é o facto de eu não me conhecer a mim mesma. Sinto uma enorme necessidade em partilhar tudo isto com pessoas que estão a viver algo semelhante, foi por isso que decidi partilhar a minha história neste blog e pelo que vejo há muitos relates que até a uns meses atrás desconhecia existir.
ResponderExcluirAté uma próxima
Quando você vê uma bela senhora na rua e você acha que ela tem debaixo de suas roupas, e então você está de lésbica --> vania.allon@t-online.de
ResponderExcluirSabe há uma coisa curiosa... existe o sagrado feminino, o sagrado masculino, mas também há o sagrado homossexual , que não é discutido devidamente porque é tabu. Inúmeras divindades de religiões munda afora tem esta imagem arquetípica representada. O que desmotiva o deabte sobre o assunto é o tabu presente na sociedade.A sexualidade, que quando exercida não causa sofrimento, coação ou sentimento de posse perante outro ser humano é sagrada, pois a sacralidade existe dentro do ser, mas para isso você necessita respeitar o direito do outro a vivenciar a sexualidade do jeito que bem entender. Vejo muito mais desrespeito ao sagrado dentro do universo heterossexual do qual faço parte, considerando o outro como extensão, uma coisa (MEU namorado/ MEU marido/ MINHA mulher ) do que no universo LGBT.
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