C., uma médica, me enviou este relato.
Tenho 34 anos, uma carreira profissional bem sucedida, sou professora universitária, mãe de dois filhos que eu amo. E mulher de um marido que eu também amo, apesar de todos os pesares. E é aqui que eu traço meu paralelo com a personagem Capitu, de Machado de Assis, que era feminina e feminista (pelo menos, tão feminista quanto a percepção de Machado de Assis permitia àquela época). Mas não é só isso: espero que meu relato mostre, de dentro, o que é um casamento disfuncional mantido por uma mulher que é esclarecida, mas que também se enreda no labirinto do ciúme doentio do parceiro, andando de mãos dadas com a agressividade e a violência.
Assim como Capitu, eu não me casei com "Bentinho" por imposição ou qualquer coisa parecida. Eu o amava, e fiz com ele todos os planos que se faz ao viver um amor romântico. Eu me mudei para outra cidade, justamente para fazer minhas especializações, e meu marido as dele. Já tínhamos um filho, e foi decidido de comum acordo que meu filho ficaria com minha família, enquanto nós nos estabilizássemos melhor. Até então, meu marido e eu éramos jovens, com pouco tempo de casados e apaixonados. Mas eu já conseguia ver o que me assombraria pelo resto de minha vida ao lado dele.
Tenho 34 anos, uma carreira profissional bem sucedida, sou professora universitária, mãe de dois filhos que eu amo. E mulher de um marido que eu também amo, apesar de todos os pesares. E é aqui que eu traço meu paralelo com a personagem Capitu, de Machado de Assis, que era feminina e feminista (pelo menos, tão feminista quanto a percepção de Machado de Assis permitia àquela época). Mas não é só isso: espero que meu relato mostre, de dentro, o que é um casamento disfuncional mantido por uma mulher que é esclarecida, mas que também se enreda no labirinto do ciúme doentio do parceiro, andando de mãos dadas com a agressividade e a violência.
Assim como Capitu, eu não me casei com "Bentinho" por imposição ou qualquer coisa parecida. Eu o amava, e fiz com ele todos os planos que se faz ao viver um amor romântico. Eu me mudei para outra cidade, justamente para fazer minhas especializações, e meu marido as dele. Já tínhamos um filho, e foi decidido de comum acordo que meu filho ficaria com minha família, enquanto nós nos estabilizássemos melhor. Até então, meu marido e eu éramos jovens, com pouco tempo de casados e apaixonados. Mas eu já conseguia ver o que me assombraria pelo resto de minha vida ao lado dele.
Conforme as responsabilidades profissionais foram pesando, meu marido foi ficando mais intolerante e agressivo comigo. Confesso que eu também não estava no meu melhor, já que a distância do meu filho não era fácil. E talvez por isso eu via os episódios de intolerância e agressividade desmedidas como "estresse". "Ah, mas o trabalho dele é estressante", e nessa toada eu fui assumindo, lenta e paulatinamente, a responsabilidade de zelar pela estabilidade emocional do meu marido.
Ao longo dos anos, suas explosões foram ficando mais agressivas, mas SEMPRE intercaladas por períodos onde ele parecia "voltar a si". E nesses períodos eu era feliz; e era nessa felicidade que eu buscava o sentimento que me levava a contornar seu temperamento. Na época, eu chamava isso de "temperamento", como muitas outras chamam, como o senso comum clama. "Ah, mas ele é esquentado", "tem um temperamento difícil".
Mas foi chegando o dia em que ele começou a me intimidar, cobrar que eu atendesse o telefone imediatamente, mesmo sabendo que eu estava trabalhando. Durante os episódios explosivos de agressão verbal e, algumas vezes, até mesmo física, ele chegava a jogar meus telefones na parede, pisá-los no chão, quebrá-los com um martelo. Numa das vezes eu até mesmo cheguei a fazer um BO por conta de uma agressão, e tentei pela primeira vez sair de casa pra valer. Não durou muito: Ele prometeu mudar, fazer terapia, e eu cedi.
Ao longo dos anos, suas explosões foram ficando mais agressivas, mas SEMPRE intercaladas por períodos onde ele parecia "voltar a si". E nesses períodos eu era feliz; e era nessa felicidade que eu buscava o sentimento que me levava a contornar seu temperamento. Na época, eu chamava isso de "temperamento", como muitas outras chamam, como o senso comum clama. "Ah, mas ele é esquentado", "tem um temperamento difícil".
Mas foi chegando o dia em que ele começou a me intimidar, cobrar que eu atendesse o telefone imediatamente, mesmo sabendo que eu estava trabalhando. Durante os episódios explosivos de agressão verbal e, algumas vezes, até mesmo física, ele chegava a jogar meus telefones na parede, pisá-los no chão, quebrá-los com um martelo. Numa das vezes eu até mesmo cheguei a fazer um BO por conta de uma agressão, e tentei pela primeira vez sair de casa pra valer. Não durou muito: Ele prometeu mudar, fazer terapia, e eu cedi.
Neste ponto, Lola, eu gostaria de fazer uma ressalva importante: eu tinha a opção de deixá-lo. Eu tinha o apoio da minha família para deixá-lo. Eu tinha -- e tenho -- como me sustentar. Mas eu não queria sair. Não porque ele me coagia, mas porque eu não queria perder aquele outro lado dele que eu amava com loucura. Hoje, olhando pra trás, é extremamente claro pra mim o quanto isso tudo era doença.
Não sei dizer hoje se isso era doença ou amor, ou mesmo a ideia incutida na cabeça das mulheres de que "o casamento é pra sempre" ou de que você "precisa de um relacionamento vitorioso para ser uma pessoa feliz na vida". O fato é que eu voltava. E a cada concessão, cada vez eu entendia que ele "não pedia muito" quando demandava que eu atendesse o celular imediatamente, ou que "não pedia muito" que eu não tivesse amigos fora do âmbito do trabalho e da vida conjugal.
Enfim, acabamos as especializações e voltamos, eu esperando que tudo melhorasse. E melhorou: os novos desafios foram ocupando as nossas vidas, e o casamento pareceu entrar em fase de bonança. Eu me sentia recompensada. Era como se tudo o que vivi antes tivesse surtido efeito com ele. Claro que havia brigas -- e as explosões ainda estavam lá, apesar de que bem menores do que antes -- mas tudo era contornável.
Não sei dizer hoje se isso era doença ou amor, ou mesmo a ideia incutida na cabeça das mulheres de que "o casamento é pra sempre" ou de que você "precisa de um relacionamento vitorioso para ser uma pessoa feliz na vida". O fato é que eu voltava. E a cada concessão, cada vez eu entendia que ele "não pedia muito" quando demandava que eu atendesse o celular imediatamente, ou que "não pedia muito" que eu não tivesse amigos fora do âmbito do trabalho e da vida conjugal.
Enfim, acabamos as especializações e voltamos, eu esperando que tudo melhorasse. E melhorou: os novos desafios foram ocupando as nossas vidas, e o casamento pareceu entrar em fase de bonança. Eu me sentia recompensada. Era como se tudo o que vivi antes tivesse surtido efeito com ele. Claro que havia brigas -- e as explosões ainda estavam lá, apesar de que bem menores do que antes -- mas tudo era contornável.
Só que, recentemente, o comportamento dele começou a recrudescer.
Veja bem, eu tenho meu próprio computador. Meu telefone, meus equipamentos eletrônicos -- eles também são ferramentas de trabalho. Por isso mesmo, são protegidos por senha, como todo notebook de uma pessoa que ande com ele por aí no porta-malas do seu carro deve fazer. É essa a recomendação dos sites especializados, não? Eu passo bastante tempo na internet, porque mesmo as amizades "de vida real" eram meio mal vistas por ele. E meus perfis (oficiais e não-oficiais) em redes sociais são protegidos por senha, como os de todo mundo.
Isso desencadeou um novo inferno.
Isso desencadeou um novo inferno.
Eu comecei a ser acusada de adultério. Coisa que nunca cometi, até porque essa relação toda tem um peso imenso na minha vida. Como eu iria trair um homem que eu amo ao ponto de fazer as coisas que fiz por ele? Não sei nem te dizer o quanto disso é amor, o quanto disso é doença; mas posso te garantir que, no meio de tudo isso, eu nunca tive condições psicológicas de ter uma relação extraconjugal. Até porque, caso eu me envolvesse e me apaixonasse por outra pessoa, eu poderia ter saído dessa relação, não?
Mas as acusações, antes veladas, começaram a ganhar voz e forma. Tive de dar para ele todas as senhas dos meus perfis em redes sociais e email, bem como a senha do meu celular. A cada prova de minha fidelidade, ele melhorava, mas apenas para vir depois com uma acusação nova, e ainda mais descabida.
Há pouco tempo, estávamos nós dois no carro, viajando para uma cidade a trabalho, e entre insinuações e indiretas eu finalmente o confrontei sobre suas acusações de adultério. Ele ficou transtornado: me acusou de ter tido um caso há sete anos (daí os telefones quebrados na parede) e outro mais recente. Os objetos do ciúme dele envolvem pessoas do meu círculo de trabalho. E não há nada que tire da cabeça dele que suas acusações não são reais.
E no fim de uma viagem tensa, onde eu passei a volta toda rezando dentro de um carro em alta velocidade, eu cheguei na cidade, fui trabalhar, peguei meus filhos e fui para a casa dos meus pais. Minha saída de casa é, para ele, uma confissão de culpa. As provas documentais de que eu não o traí (conversas de facebook, vídeos, pessoas que me conheciam daquela época e que dizem que isso é um absurdo descabido etc) são "montagens" feitas por mim para desacreditá-lo. Assim como Bentinho, ele criou uma realidade onde eu o traí, e está moldando sua vida em cima disso. E a minha, por tabela.
Hoje estou fora de minha casa, desalojada junto com meus filhos, e não saí para assumir culpa alguma -- saí porque tinha medo, porque se antes ele levantou a mão para mim por conta de coisa muito menos importante, o que ele poderia fazer no caso de uma acusação de adultério?
Sei que ele precisa de tratamento, e por isso tentei conversar com as pessoas da família dele para intervir e ajudá-lo a se convencer de que precisa se tratar. E aqui eu traço outro paralelo com a situação de uma Capitu que não traiu Bentinho: ela foi afastada do convívio de seu marido, da "sociedade"; não porque seu marido era um ciumento doentio, mas porque na sociedade patriarcal não era possível que um homem levantasse tais desconfianças sobre sua companheira de anos sem que houvesse algum embasamento real para isso.
Foi o que eu ouvi da família de meu marido. Eles não chegaram a afirmar que ele tem razão, mas todo o tipo de indireta eu escutei. "Pra quê ter senha no seu computador?" "Pra quê trabalhar nesse lugar onde ele tem tanto ciúme?" "Por que você não atende o celular assim que ele liga?" Eu, assim como toda mulher nessa situação, tenho que aguentar não só a violência psicológica de ser acusada de um adultério que não cometi, mas de uma família que justifica o comportamento doentio do filho como "ciúmes" de homem.
Lola, você sabe melhor do que eu quantos casos existem por aí onde mulheres são humilhadas, agredidas e mortas por conta de ciúme patológico.
E é gritante a diferença de tratamento disso em relação ao homem e à mulher. Se a mulher é ciumenta e persegue o marido (o que não deixa de ser grave, mas é patente a diferença numérica de mulheres que procuram tratamento, comparada com o número de homens, que é bem menor), ela logo recebe a chancela de neurótica, louca e perigosa. Ela é instada por toda a sociedade a procurar LOGO um tratamento, porque MESMO que o homem a tenha traído não se justifica a perseguição "descabida" a um homem que, em caso de traição, "só está exercendo seu direito de macho".
Mas as acusações, antes veladas, começaram a ganhar voz e forma. Tive de dar para ele todas as senhas dos meus perfis em redes sociais e email, bem como a senha do meu celular. A cada prova de minha fidelidade, ele melhorava, mas apenas para vir depois com uma acusação nova, e ainda mais descabida.
Há pouco tempo, estávamos nós dois no carro, viajando para uma cidade a trabalho, e entre insinuações e indiretas eu finalmente o confrontei sobre suas acusações de adultério. Ele ficou transtornado: me acusou de ter tido um caso há sete anos (daí os telefones quebrados na parede) e outro mais recente. Os objetos do ciúme dele envolvem pessoas do meu círculo de trabalho. E não há nada que tire da cabeça dele que suas acusações não são reais.
E no fim de uma viagem tensa, onde eu passei a volta toda rezando dentro de um carro em alta velocidade, eu cheguei na cidade, fui trabalhar, peguei meus filhos e fui para a casa dos meus pais. Minha saída de casa é, para ele, uma confissão de culpa. As provas documentais de que eu não o traí (conversas de facebook, vídeos, pessoas que me conheciam daquela época e que dizem que isso é um absurdo descabido etc) são "montagens" feitas por mim para desacreditá-lo. Assim como Bentinho, ele criou uma realidade onde eu o traí, e está moldando sua vida em cima disso. E a minha, por tabela.
Hoje estou fora de minha casa, desalojada junto com meus filhos, e não saí para assumir culpa alguma -- saí porque tinha medo, porque se antes ele levantou a mão para mim por conta de coisa muito menos importante, o que ele poderia fazer no caso de uma acusação de adultério?
Sei que ele precisa de tratamento, e por isso tentei conversar com as pessoas da família dele para intervir e ajudá-lo a se convencer de que precisa se tratar. E aqui eu traço outro paralelo com a situação de uma Capitu que não traiu Bentinho: ela foi afastada do convívio de seu marido, da "sociedade"; não porque seu marido era um ciumento doentio, mas porque na sociedade patriarcal não era possível que um homem levantasse tais desconfianças sobre sua companheira de anos sem que houvesse algum embasamento real para isso.
Foi o que eu ouvi da família de meu marido. Eles não chegaram a afirmar que ele tem razão, mas todo o tipo de indireta eu escutei. "Pra quê ter senha no seu computador?" "Pra quê trabalhar nesse lugar onde ele tem tanto ciúme?" "Por que você não atende o celular assim que ele liga?" Eu, assim como toda mulher nessa situação, tenho que aguentar não só a violência psicológica de ser acusada de um adultério que não cometi, mas de uma família que justifica o comportamento doentio do filho como "ciúmes" de homem.
Lola, você sabe melhor do que eu quantos casos existem por aí onde mulheres são humilhadas, agredidas e mortas por conta de ciúme patológico.
E é gritante a diferença de tratamento disso em relação ao homem e à mulher. Se a mulher é ciumenta e persegue o marido (o que não deixa de ser grave, mas é patente a diferença numérica de mulheres que procuram tratamento, comparada com o número de homens, que é bem menor), ela logo recebe a chancela de neurótica, louca e perigosa. Ela é instada por toda a sociedade a procurar LOGO um tratamento, porque MESMO que o homem a tenha traído não se justifica a perseguição "descabida" a um homem que, em caso de traição, "só está exercendo seu direito de macho".
Podemos falar o mesmo sobre os homens ciumentos? Não. No caso de Eloá Pimentel, assassinada pelo ex-namorado em delírio de ciúmes, TODOS passaram a mão na cabeça do rapaz mesmo ANTES de que tudo aquilo tivesse aquele desfecho trágico. "Ele é só um rapaz em crise amorosa", não era o que diziam? A "crise amorosa" em questão era a perseguição a uma menina que ousou terminar um relacionamento onde ele se via DONO dela. Talvez ela até terminou por conta do ciúme doentio dele. Ninguém sugeriu que ele precisasse de um psiquiatra, de que ele precisasse de tratamento porque aquilo não era normal. Não. A sociedade considera NORMAL que um homem se sinta no direito de ser DONO de uma mulher, pelo motivo que for. Só que isso custa vidas.
E por que eu escrevo isso? Uma parte é para que eu mesma elabore meu luto por ver meu casamento (mesmo que disfuncional) se esvanecer por conta de uma ilusão que eu não posso desfazer. Mas outra parte é para que você veja o relato de DENTRO de uma relação doentia, onde uma mulher "da sociedade", independente e esclarecida, também se vê dentro de algo assim por anos, sem se impor na direção de uma solução por todo esse tempo. Não acontece só na periferia, nem na favela, nem na zona rural. O ciúme doentio e a violência doméstica andam lado a lado, dentro de todos os segmentos da sociedade, e no caso das mulheres mais abastadas a própria posição social em si pode ser uma mordaça para mantê-la sob controle.
Não sei te dizer se, um dia, poderei me recuperar de tudo o que vivi. Não sei te dizer se eu odeio meu marido pelo que ele me fez, porque sei que ele está doente, e que dentro dele ainda está o homem por quem eu me apaixonei. Não sei quanto disso é amor, o quanto é ilusão, o quanto é a vontade cega de manter os padrões da sociedade. Eu tenho dias bons e ruins, hoje parece ser um dos bons; e estou animada a tentar superar, tanto por mim quanto pelas minhas crianças.
E por que eu escrevo isso? Uma parte é para que eu mesma elabore meu luto por ver meu casamento (mesmo que disfuncional) se esvanecer por conta de uma ilusão que eu não posso desfazer. Mas outra parte é para que você veja o relato de DENTRO de uma relação doentia, onde uma mulher "da sociedade", independente e esclarecida, também se vê dentro de algo assim por anos, sem se impor na direção de uma solução por todo esse tempo. Não acontece só na periferia, nem na favela, nem na zona rural. O ciúme doentio e a violência doméstica andam lado a lado, dentro de todos os segmentos da sociedade, e no caso das mulheres mais abastadas a própria posição social em si pode ser uma mordaça para mantê-la sob controle.
Não sei te dizer se, um dia, poderei me recuperar de tudo o que vivi. Não sei te dizer se eu odeio meu marido pelo que ele me fez, porque sei que ele está doente, e que dentro dele ainda está o homem por quem eu me apaixonei. Não sei quanto disso é amor, o quanto é ilusão, o quanto é a vontade cega de manter os padrões da sociedade. Eu tenho dias bons e ruins, hoje parece ser um dos bons; e estou animada a tentar superar, tanto por mim quanto pelas minhas crianças.
Eu, como homem, consigo apenas expressar minha indignação com a situação. É esdrúxulo esse relato. Não consegui terminar de ler. Sinto uma aversão tremenda às situações de coação e traumas psicológicos que essa mulher passa. Deplorável!
ResponderExcluirEu faço coro com o a. que postou o primeiro comentario,
ResponderExcluirNao consegui ler todo o post, porque tive nojo e porque me relembrou uma historia com um" ex" o qual nao agüentei três meses ( argghhh) , porque fazia as mesmas coisas que vc descrevia.
As únicas diferenças no meu caso foram
1- como o relacionamento durou pouco, nao deu tempo de ele fazer muita coisa,mas o pouco que fez ja me fez perder o interesse em menos de 3 meses, período no qual normalmente o casal esta em lua de mel.Chegou ao ponto de eu ter NOJO que ele me tocasse, ou chegasse perto, esse foi o sinal pra eu terminar
Quando terminei,me ameaçou, me difamou pela internet( meu pai nao me deixou processar, achou que seria pior encontrar o cara em audiência, etc), imagina o o que nao teria feito se eu continuasse com ele por mais tempo.
2- Tive sorte de nesse caso, nao ser apaixonada por ele.Eu estava solteira ha muito tempo, e resolvi " dar chance " pra um cara que gostava de mim fazia tempo, mas por quem eu nunca tinha sentido nada.Se fosse apaixonada, talvez estivesse com ele ate agora, suportando tudo calada(?)
3- Nao se iludam: Nunca ouvi falar de um caso de um homem assim que melhorou com terapia, alias, nunca ouvi falar de um que ao menos tenha começado a terapia, que tenha tido vontade , que admitisse o problema.Pra eles, o problema somos nos!!!No meu caso, nao foi diferente, arrumei psicóloga, dei cartaozinho dela, quem disse que ele foi?? Se alguem conhecer uma exceção a essa regra, por favor, publique, que estou curiosa em conhecer,
Boa sorte, amiga!! Conte conosco.Vc sai dessa, sim.
Beijos.
Eu sou filha de um casal assim. É doença, mas é doença dos dois lados. Ele piorou as cobranças porque ela ficou. E ainda é capaz de ficar, se achar que ele não é responsável pelos seus atos, que é tudo "culpa da doença". Na prática, para esse homem, o fato dela ter traído ou não não interessa, porque na cabeça dele ela traiu, então dá no mesmo. É triste, mas é isso, tomara que ele consiga se tratar e eles consigam se separar, porque isso aí é uma tragédia anunciada. As pessoas assumem papeis em uma relação, e só terapia para conseguir entender como as coisas foram ficar assim.
ResponderExcluirVivi por 5 anos em uma relacao onde acusacoes infundadas de traicao brotavam do nada intercaladas com períodos de lua-de-mel. Chegava a me sentir estranha por nao sentir nenhum ciúmes já que ele dizia (assim como infelizmente várias pessoas dizem) que "ciúmes é prova de amor" (?!). Ciúmes é doenca e mata, se nao for literalmente, pelo menos a auto-estima e a própria relacao-doente.
ResponderExcluirFui estudar longe em uma semana longe e eu sabia que nunca mais iria voltar para aquela relacao-prisao, foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida.
Desejo muita paz pra colega Capitu e que tudo se resolva da melhor forma.
Elisa
C. maravilhoso seu guest post, tb já passei por situação qse idêntica, e jamais vou esquecer tudo o q passei com o ciúmes de meu marido, que na época não tinha a menor justificativa.
ResponderExcluirEspero que vc se livre de tudo q esta e do q esteve te oprimindo por tanto tempo, e consiga ser feliz.
Continuo achando que ciúmes é um dos piores defeitos que um ser humano carrega, mas nos homens ele muitas vezes chega a ser mortal.
Por esse motivo mesmo hje sou contra relações monogâmicas.
Estou saindo de um relacionamento de 2 anos e meio, muito semelhante ao da Lola! Com a diferença de não termos filhos. É uma relação doentia, e mesmo lúcida, nós mulheres ficamos doentes juntos e passamos a viver uma realidade absurda de realmente nos afastarmos de todos, de não termos mais nenhuma privacidade, de abdicarmos da nossa vida para viver a fantasia do mundo que eles criam, justificando o tempo todo situações que não existem. A lição maior de tudo isso é que no amor, sofremos pela separação, pela morte, pelas fatalidades da vida, por não poder ajudar a quem amamos, e nunca por agressão física e psicológica, não há amor em uma relação onde uma das partes quer diminuir o outro, agredir, descontar suas frustrações e inseguranças. Não há justificativa, por mais que tentemos procurar. Estou curando minhas feridas e cuidando de mim, do corpo, da alma, me descobrindo. E mesmo com o sofrimento e a perseguição implacável dele para que eu volte, estou feliz por ter a chance de recomeçar. Passei perto da morte muitas vezes ao lado desse homem, que ainda jura me amar. Eu fiz a minha parte e tentei ajudar. Hoje eu preciso de ajuda e estou lutando por mim. O primeiro passo pra escolher a si mesmo em detrimento do outro é se amar, é fazer a viagem mais difícil de todas, conhecer a si mesmo, descobrir o que te faz feliz, é deixar a sua luz brilhar! Seus filhos, Lola, serão gratos e muito felizes por você ter escolhido a você e a felicidade deles em primeiro lugar, terá a chance de que sejam adultos felizes e que não repitam esse comportamento do pai, porque no caso do meu ex marido, ele repetiu o caminho que o pai dele trilhou. Amor é doação, é compaixão, é cuidado, carinho, proteção, apoio, amor faz bem! O fardo dessa doença ele tem que carregar, ninguem pode fazer isso por ele. Ele, e todos os outros, vão sempre procurar alguém pra culpar e seguir em frente, fingindo que nada aconteceu, e não se surpreenda se logo encontrar uma nova pessoa, com quem possa continuar esse ciclo. Procure a Deus, foque nos seus filhos e aproveite a liberdade de viver uma vida normal!
ResponderExcluirVocê vai pedir o divórcio? Consultou um advogado pra saber como proceder? Desculpe em ser desagradável e me corrijam os leitores advogados: a sua saída de casa pode ser considerada pela lei como "abandono de lar". Você precisa de um bom advogado pra te orientar, pois as acusações de adultério dele podem ser consideradas injúria e calúnia e te dar vantagem no divórcio. Arranje um bom advogado, se você já não o fez. E se seu marido te chamar pra conversar, não aceite ou diga que só conversa na presença dos seus advogados e em um lugar seguro, como um tribunal com detector de metais na entrada. Não o receba na casa dos seus pais e no trabalho.
ResponderExcluirBoa sorte pra você!
Curiosamente, saiu agora pouco uma nova cliente e conhecida minha e disse pra resolvermos rapidinho pra ela voltar logo, senão o marido ia achar que ela ta metendo o galho, resolveu sentar pra desabafar comigo e não foge do padrão de outros casos que conheço de acusações de traição que é parecido com esse.
ResponderExcluirEu vivi isso por 'tabela' vendo meu pai chegar bêbado/drogado de madrugada quebrando tudo, gritando, dizendo que minha mãe dava pra todo mundo no serviço (eu não entendi, pq minha mãe tem vaidade 0, é antisocial, não tem amigos, não sai de casa), batendo nela com pau de macarrão e eu em panico de medo de ele matar ela e eu ter que conviver com ele. E eu tenho raiva dela até hoje por aguentar isso sem precisar. Tenho insonias lazarentas e dores de cabeça do inferno por isso.
Fora que superdesenvolvi uma fobia imensa em relação a perseguição de homens, me irrito quando me questionam onde fui, que horas, com quem? Eu saio correndo projetando a imagem do pai e não quero mais contato com o cara.
Puxa C, adorei o seu relato. Bate com o que eu sempre digo para as pessoas sobre o ciume: todo mundo acho coitadinho o cara ciumento, ninguém vê como sofre a mulher alvo do ciúme. E vc coloca muito bem a desigualdade no tratamento da sociedade para os homens ciumentos e as mulheres ciumentas. Eles são uns coitados que amam demais e merecem mais compreensão da mulher amada. Elas são loucas insanas não veem que o cara é apenas homem, oras? Triste e real.
ResponderExcluireu já tive que terminar dois relacionamentos por causa disso. Eu sofri muito das duas vezes pois eu amava de verdade e tive que terminar por que não aguentava mais o ciúme enlouquecido. Foram duas vezes. Ninguem me apoiou. todos acharam que eu fui muito precipitada, devia ter dado mais chance para os caras, devia ter feito o que eles pediam (muito parecido com você). Veja bem, eu nem era casada com esses dois namorados, mas eles queriam controlar a minha vida, saber com quem eu tinha falado, fuxicavam celular e computador. E, ambos, tinham certeza de que eu tinha casos.
Bom, eu espero que você supere isso. Não é fácil. Não foi fácil para mim que nem era casada e nem tinha filho. Imagino que para você está sendo muito doloroso.
Sei que minha história é diferente em vários pontos mas contei porque acho que isso pode ajudar você a compreender que o problema é ELE. Acontece com outras mulheres, do mesmo jeito, todo dia. Só que a gente não pode reclamar, sem ouvir um "como assim, tá reclamando do cara te amar demais?"
Ciume não é amor, ciume é egoismo, possessividade, agressividade. Quem ama confia e liberta!
C. Muito boa toda sua reflexão! Você está no caminho certo! Força aí, fique firme que tudo vai melhorar!
ResponderExcluirAo ler seu relato, lembro do meu relacionamento. Ele tem 33 e eu 21. Três anos de idas e vindas que não duram mais que 24 horas.
ResponderExcluirTodas as brigas ele diz que estou traindo ele e que ele nunca pode acreditar em mim. Uma vez tive a ideia louca de dar a senha do facebook para ele para provar que não estava o traindo. Claro que depois mudei, mas me arrependo muito pq depois ele jogou cada frase que conversei com outras pessoas contra mim. E juro que não disse nada demais a ninguém. Conversas bobas mesmo!
Acho que no seu casamento você também passou por isso, não sei. Mas meu namorado sempre faz jogos psicológicos. Ele só fica satisfeito e a briga acaba quando arrumo que estou errada ou que fiz algo de errado.
Uma vez ele falou outras horríveis para mim, dias depois, quando avisei que estava muito chateada por conta disso, ele disse que não lembrava de ter dito nada. Quando lembrei a ele o que aconteceu, ele simplesmente disse "desculpa amor".
É tão cansativo uma relação assim. As vezes acho que não sinto amor, mais obsessão por ele. Já pensei em procurar a Associação de Mulheres que Amam Demais, mas não tive coragem de ir.
Sinto medo de onde essa relação vai dar. Pq o meu namorado também fica muito alterado, nunca chegou a me agredir fisicamente, mas ele fica muito transtornado.
Eu o amo muito, quero minha vida com ele, mas sei que será muito difícil.
Parabéns pela decisão de sair de casa. Força!
Desvencilhar-se de relações assim depende única e exclusivamente da pessoa. Acredito que seja ela a primeira a querer que todo esse sofrimento pare. Que bom que a autora do texto está nesse processo de "despertar", mas muitas ainda estão longe disso.
ResponderExcluirA título de curiosidade, essa biblioteca feminista é mt interessante, recomendo!
http://www.bibliotecafeminista.org.br/
Lola, você não sabem o quanto eu chorei lendo meu guest aqui. Logo hoje! Timing PERFEITO!
ResponderExcluirPois é, sou eu, C. ou Capitu; como queiram.
Queria dizer, aqui, meu muito obrigada pelas mensagens de apoio. E dizer como estou. O caminho para a libertação de uma história como essa é longo, mas hoje eu quero dizer que eu estou me libertando. Em pouco tempo estarei LIVRE, e BEM!
Todos que dizem que a doença está nos dois lados tem razão, porque eu também tenho minha doença, como muitas mulheres que ficam em relacionamentos doentios e violentos: A dependência emocional (ou codependência). Essa dependência muitas vezes está lá, latente, mas ela piora MUITO com o abuso psicológico de um relacionamento doentio.
A mulher dependente racionaliza o abuso. Racionaliza porque é assim que ela mantém o "pensamento mágico" de que aquele relacionamento é verdadeiro, e existe. "Ele está nervoso" ou "ele é temperamental" são apenas ferramentas para lidar com a dor do abuso, e que são cruelmente usadas por quem abusa. E, infelizmente, chanceladas pela sociedade, onde o abusador "é um homem nervoso" que "de vez em quanto perde o controle".
O que me leva ao segundo ponto: Isso é MENTIRA.
O abusador não abusa porque "perde o controle", é exatamente o contrário! Ele abusa para CONTROLAR seu objeto! É um comportamento DELIBERADO que serve para minar as defesas da vítima e deixá-la ainda mais dependente! E, por isso mesmo, pouco tem a ver com o comportamento da vítima: Ele vem da insegurança do abusador e de seu sentimento de posse sobre a vítima. Por isso, não adianta capitular com o abuso, pois ele sempre vai ficar pior. Acreditem, eu estive lá.
Terceiro: Pro mundo patriarcal, só agressão física é abuso. Mentira! Abuso e violência doméstica inclui abuso físico, psicológico (manipulação, violência verbal, coação, ameaça, acusações falsas, calúnia, difamação...), patrimonial ou financeira (subtração ou destruição de objetos pessoais ou de trabalho, retirada de apoio financeiro, bloqueio de acesso a contas e bens, etc), sexual (estupro, atentado ao pudor, entre outros); segundo a própria lei maria da penha. E TUDO ISSO É ABUSO, o que dá o direito de pedir proteção legal contra seu agressor.
Quarto: Não basta só sair do relacionamento com o homem ciumento doentio, ou com o abusador. Também tem que procurar ajuda pra você. Qualquer mulher pode ser vítima de abuso em um relacionamento esporádico; mas ACEITAR o abuso apenas dá para o abusador a mensagem de que você aceitará MAIS abuso. Não, ele não vai mudar porque você está tendo paciência. Não, ele não vai "ver a luz" e te pedir desculpas pelo jeito horrível como tem te tratado. Acreditem: Eu estive nesse barco por muito tempo, tentando conter o naufrágio com uma canequinha. NÓS temos a obrigação de zelarmos pelos nossos limites pessoais e não tolerar o que não merecemos. Muitxs não sabem dessa lição, e aprendê-la é muito difícil e meu coração está com todos que ainda não aprenderam, mas precisamos tentar; é verdadeiramente um caso de vida ou morte! E NÃO TENHAM MEDO DE APELAR À LEI PARA SE SENTIREM SEGURAS! Viver uma vida feliz e sem medo da loucura alheia é direito de todxs!
Acho que é uma patologia controlar o comportamento feminino, sejam esposas, namoradas, ficantes, conhecidas.
ResponderExcluirSai com um cara pra tomar cerveja apenas e já no outro dia (sábado), eu disse que não ia sair (na vdd não queria sair com ele) e ele começou a perguntar pq, o que eu tinha feito no dia, onde tinha ido, que horas, com quem. Eu perguntei pra que esse interrogatório? Ele se desculpou e parou.
Mas não perde a oportunidade de tentar saber o que faço com meus dias, sutilmente, como naquele post da Lola do Gavin de Becker. Diz que eu daria uma ótima namorada, fica me elogiando, se convidando pra eu convidar ele pra sair, me convidando pra ir na casa dele e eu me mantenho neutra, ignorando, e ele finge não perceber, digo que não quero namorar. Ele fica no facebook online o dia todo e a noite tbm só pra ver o que eu posto, o horario que to online, demoro pra responder no bate papo e ele não desiste. Deixei ele bloqueado no face por 2 semanas e quando desbloqueei, a primeira pergunta foi se eu tava namorando, se tinha conhecido outro, mimimi, ja tava imaginando que tinha algo comigo.
Agora ta tentando me convencer a largar o feminismo, como é advogado, usa toda aquela linguagem, diz que mulher manipula homem pra tirar dinheiro, que mulher que apanha e não larga é pq gosta, mimimi.
Na vdd, foi burrice minha ignorar os sinais. Primeiro me chamou no badoo umas 300 vezes até eu responder. Um homem normal se toca que a mulher não quer na segunda chamada. Segundo, ele me falou que não desiste fácil do que quer.
Queria ter a coragem que os homens tem pra dispensar a mulheres. Queria dizer, SE TOCA CARA, NÃO QUERO NADA COM VC, PARA DE ME SEGUIR PSICOPATA.
As mulheres ficam se enganando com essa historia de amor para continuar aturando os homens.
ResponderExcluirRelações assim n tem um pingo de amor,é doença,to vendo isso com meus pais ,fica um infernizando o outro,meu pai bebe e fica parecendo um bicho,ja deu um tapa na cara da minha mãe,ela fica com raiva mas n faz nada,fica esperando meu pai decidir embora e ele fica esperando ela mandar ele embora,pra poder dizer q n tem culpa de nada.
Um inferno,dá raiva de ver isso,ela diz q apesar de tudo gosta dele! Porra ! Ela n consegue ver q ele n gosta dela? Ta bom ela acha q ainda gosta dele mas e dai? Qual é a vantagem de viver nessa merda,sendo maltratada?
Meu pai tb se diz arrependido de ter voltado pra casa pq estavam separados,então pq n se manda?
ResponderExcluirA questão da "Capitu" poderia ser atravessada por uma outra perspectiva: a acusação de adultério poderia estar camuflando o adultério do parceiro.
"Tu és aquilo que odeias"
C., que história horrível...
ResponderExcluirNão sou ninguém para conhecer onde seus calos doem, mas tenho um caso bem parecido em minha família (com a diferença de que desde o começo a mulher se deixou dobrar) e digo: a tendência é piorar E MUITO. Aproveite de ter tido a coragem de sair e não volte mais.
Sei que o ama, sei que não quer a separação, mas pense em você mesma, nos danos que pode sofrer (psicológicos e físicos), nos danos que seus filhos podem sofrer (tanto no que o pai pode fazer com eles quanto o que vão crescer assistindo) e até mesmo nele - pode ser o empurrão para se tornar uma pessoa melhor, ainda que não mais seu marido.
Quanto ao abandono de lar, não é assim, não é exigível que uma mulher fique em casa sofrendo violência para não perder direitos (além de ser uma figura bem retrógrada).
Você fala que tua insistência foi/é doença. Ele É doente, demente, mau caráter. Te reduziu à doença DELE, como forma de maquiar a própria psicopatia. Psicopatas enxergam o mundo próprio, onde eles são as vítimas e o centro de tudo. Ele te colocar numa situação em que você “assume a traição” por ter saído de casa indica isso bem: ele é incapaz de enxergar o mundo real. E ninguém consegue convencer alguém assim de que uma cadeira não é um livro, por exemplo. Ah, e no fundo ele sabe que você não o traiu, mas ele nunca vai assumir. Acho que a grande maioria de nós já conviveu com caras assim. Eu mesma. O cara me humilhava de todas as formas e hoje sei que ele fala para as pessoas que eu fui a mulher mais maravilhosa que ele já conheceu. Isso faz algum sentido? Não né. Vou te dizer uma coisa, assim que você descobre que tem um mundo novo lá fora, um mundo de ideias brilhantes, um mundo de lutas, um mundo de problemas também, mas longe desse mundo limitado que ele te coagiu a viver, você vai se descobrir, se conhecer e ser feliz.
ResponderExcluirO relacionamento dos meus pais é igualzinho a esse. São mais de 20 anos com acusações de traição da parte dele contra minha mãe, que simplesmente foi morar com ele quando ainda era uma adolescente e que praticamente viveu pra ele todo esse tempo, convivendo com ele quase que 24h por dia, já que meu pai era comerciante e ela ficava ajudando-o o tempo inteiro, e ainda ficavam juntos dentro de casa. A vida da minha mãe se resumia quase que exclusivamente a ele, a mim e minha irmã mais nova. Ela nunca saía sozinha, somente com a gente, e pra lugares comuns como cinema, parque ou shopping. Meu pai implicava até com as idas dela à casa da minha vó, e estabelecia horários pra ela (e só ela) voltar, eu e minha irmã podíamos ficar tanto quanto quiséssemos. Ele já falou pra mim inclusive, que ela era a maior puta, que ela não prestava e que teve casos com todos os caras da vizinhança e etc. Tudo isso acabou resultando em um episódio de violência doméstica, em várias ameaças (inclusive para mim) e ainda hoje eles estão juntos. Acho um absurdo, já me revoltei muito contra isso, mas minha mãe sente pena do meu pai, toda vez que ele aparecia na frente dela com a roupa suja e dizendo que comeu comida estragada por não sabe se virar sozinho. Então eles voltaram a morar juntos e eu já não me meto mais, pois agora tenho o meu próprio relacionamento para cuidar e tomando os meus pais como exemplo, deixo bem claro para o meu namorado que eu não sou nem um pouco boazinha e paciente, como a minha mãe..e que se um dia ele relar um dedo em mim, que a casa vai cair pro lado dele e reforço essa ideia toda vez que acho necessário. Com isso, eu tenho um relacionamento bem liberal, meu namorado sai com os amigos dele, vai tomar a cerveja dele e ir para as baladas que quiser e eu faço o mesmo. Desculpem se o comentário ficou incoerente, mas fui escrevendo à medida que os fatos vieram à minha mente.
ResponderExcluirPara a autora do guest post: que vc e seus filhos sejam felizes e torço para que vc consiga sair dessa situação e viver sua vida em paz. Um grande beijo!
Larga esse psicopata. E corte relações com a família dele, vc não precisa disso.
ResponderExcluirRmfs
ResponderExcluir"Desvencilhar-se de relações assim depende única e exclusivamente da pessoa "
Não concordo com essa frase, saiba que existem milhares de mulheres que gostariam muito de terminar relacionamentos desastrosos como esses mostrado no post mas não conseguem, no dia em que os homens pararem de tratar suas mulheres como propriedade talvez o q vc disse faça sentido para todas as mulheres, por enquanto NÃO.
É importante tb saber que existem relações diferentes! Acho que ajuda a sair do pensamento de que sua vida vai ser sempre assim, com ele ou com outro. Não vai! Conheço muitas relações excelentes! E tb tem a possibilidade de abandonar a monogamia, né? :)
ResponderExcluirMas foca em casais bacanas q vc conhece pra lembrar que vc não precisa volta para o inferno.
Sara
ResponderExcluirSe vc é contra a monogamia e o casamento como já vi vc dizendo aqui inúmeras x, pq continua casada?
Oi Lola, leio seu blog diariamente embora não comente quase nunca, haha.
ResponderExcluirSinto pela moça do Guest Post e espero que ela se livre totalmente desse marido e posso viver sua vida em paz com seus filhos.
Enfim, o motivo do meu comentário foi pra mostrar isso aqui:
http://www.buzzfeed.com/copyranter/camp-gyno-ad-is-an-amazing-breakthrough-in-tampon-advertisin
Achei incrível esse comercial de absorventes, totalmente diferente daquela porcaria de líquido azul, sair de branco dando piruetas, atrair olhares indiscretos de homens na rua, "tudo que uma mulher quer" quando está menstruada haha
Um olhar bastante divertido sobre um fato mais que comum na vida de uma mulher - na visão de uma garotinha que acabou de passar pela menarca. Achei interessante os comentários que o vídeo recebeu no youtube também, falando que ele incita o sexo (onde isso?) e achando um absurdo que usaram uma garotinha pra propaganda (demonstra a enorme falta de conhecimento sobre o assunto - já que algumas meninas com 9 anos já menstruam, sendo a idade média 12 - e a inexistente naturalidade com o qual ele é tratado - assim como tudo acerca do universo feminino: anatomia da vagina, masturbação feminina, entre muitos outros).
Acho que xs leitores do blog (e talvez você!) vão achar interessante!
Um abraço (e obrigada por existir! Hehe)
Fizeste muito bem em sair. Parabéns pela atitude corajosa. Com certeza, você logo construirá uma relação mais satisfatória. Evite, contudo, os médicos. São ricos, cínicos, podres, autoritários, falta-lhes qualquer senso de humanidade.
ResponderExcluirNão concordo com o finalzinho do texto, pois não é verdade que a maior parte das pessoas "passou a mão" na cabeça do assassino da Eloah. O povão achava que o cara deveria ter sido castrado e morto. Somente um que outro mascuzinho elogiou o assassino.
Bem, parabéns, e felicidades.
Nunca passei por isso, mas consigo ter empatia por aquelxs que se veem presos num relacionamento doentio.
ResponderExcluirQue bom que vc, C., esta conseguindo se desvencilhar disso e ver os abusos com tanta lucidez!
C.
ResponderExcluirEspero de coração que consiga passar por esse luto e sei o quanto está sozinha (mesmo com o apoio da família, a decisão é apenas sua, a coragem é unicamente sua). Mas seja forte, siga sua cabeça e escreva para desabafar... continue escrevendo que logo o tempo passa, as feridas melhoram e a vida fica menos ruim.
Sara, com aquela frase eu quis dizer que o primeiro passo precisa ser da pessoa que está sofrendo a violência. Por mais que a família e os amigos aconselhem e tentem interferir, é ela que precisa tomar a decisão inicial. Digo inicial pois aí sim será necessário a ajuda das pessoas próximas a ela.
ResponderExcluirExistem inúmeras mulheres que não conseguem terminar relacionamentos assim, por N motivos, mas eu acredito que TODAS sejam capazes disso. Tudo depende de conseguir dar o 1º passo.
boa sorte pra C.!
ResponderExcluirachei o texto instrutivo especialmente para as pessoas que estão começando um relacionamento nessa linha, em que a pessoa começa a dar esses sinais (e geralmente dão os sinais bem cedo, é fácil distinguir entre o ciúme bobinho, que todos temos, da perseguição, cobrança excessiva, etc). fujam e se afastem NO COMEÇO, pensem que esse defeito simplesmente anula todas as virtudes que a pessoa venha a ter. porque com os anos realmente cria-se um ciclo de dependência em que a vítima além de vítima torna-se cúmplice. falo porque já passei pela mesma situação e levei 5 anos só pra conseguir me separar. minha autoestima começou a ser minada porque eu comecei a me odiar em estar naquela situação, em me expor aquilo. e deixou marcas. então, meninas, especialmente as mais novas, não achem ciúme doentio coisa normal, bonitinho, "olha como ele me ama" etc. você tá sendo infantilizada e coisificada. além do mais, o cara tá dando provas de ser um bundão inseguro. não tem nada mais sexy que uma pessoa que se garante!
Oi, Lola e pessoal! Lendo os comentários, fiquei incomodada com uma coisa e gostaria muito de saber a opinião de vcs. Agradeceria se alguém me respondesse :)
ResponderExcluirPor favor, não pensem de jeito nenhum que estou defendendo agressores, ok? Mas eu sempre me incomodo nessas discussões com o modo como eles são desumanizados... Não acho que todos os homens violentos com mulheres são psicopatas ou monstros. Por favor, não estou dizendo que o que eles fazem não é horrível!!!! Não me interpretem mal. Mas não gosto de desumanizar ninguém, nem os piores criminosos, porque vejo isso como um mecanismo de defesa nosso para evitarmos enxergar que, na verdade, há um tanto da "maldade" (ou qualquer outro conceito menos moralista) dessas pessoas em todos nós e naqueles que a gente ama. Enfim, o que eu queria dizer é: esses homens controladores e que produzem relações abusivas foram criados em uma sociedade patriarcal, e com muita frequência vem de uma família que segue esses moldes, tendo como modelo justamente esse tipo de relação. Acho que em muitos casos são pessoas que sofrem muito e precisam de ajuda... Também não acho que eles são incapazes de mudar. Digo isso por experiência própria. Meu pai era um homem muito violento. Ele e minha mãe já se atacaram fisicamente muitas vezes no passado, ele bebia muito e agredia a todos verbalmente, dizia coisas horríveis. Usava o fato dele nos sustentar como desculpa para controlar nossas vidas. Ao mesmo tempo, era um pai distante e omisso. Com o tempo, ele foi melhorando. Não digo que ele se tornou um homem modelo, mas hoje ele é capaz de ser doce, de nos tratar como família e não como cachorros que ele comanda, procura se aproximar e nos conhecer, demonstrar amor, enfim... Pode parecer pouco, mas ele mudou muito e eu vejo que essas aproximações são muito difíceis pra ele, que veio de um lar extremamente patriarcal, machista e abusivo.
Não sei se consegui passar o que queria dizer. Só queria reiterar, mais uma vez, que não estou defendendo agressores (a criação que alguém teve não tira a responsabilidade por seus atos), nem querendo dar uma de mascu perguntando "e uzomi? uzomi tbm sofre", hahaha. Queria saber o que vcs acham, se pra vcs parece ilusão minha, se estou sendo "conivente" com a violência de alguma forma, enfim...
Beijos :)
Esse post indiretamente narra a vida dos meus pais ... cuide dps seus filhos, pois a tendencia é reproduzir o modelo ou fugir de qq relacionamento com envolvimento emocional ...
ResponderExcluirForça pra superar esse sentimento é o que desejo pra essa Capitu.
ResponderExcluirTem sido pesado pra mim é ver minha irmã se manter num relacionamento que envereda por esse caminho, embora ainda não tenha acontecido violência física, percebo que é iminente.
Aqui entra, também, a tristeza e impotência da família numa situação como essa.
Todo esse sofrimento tem coadjuvantes e expectadores, desde família a amigos.
São muitos os fatores que levam a mulher a se manter numa relação assim, por isso não cabe julgamentos. É daí que surge mais uma faísca que acende pela necessidade de mudança.
Alguém falou em abandono de lar... isso não existe mais. Antigamente a mulher não podia sair de casa senão perdia os direitos na separação, mas hoje isso já caiu. Mulherada pode sair de casa sem medo. Ex de uma amiga minha até ameaçou ela com isso recentemente, mas foi só pra deixar ela com medo, mesmo, mas como ela sabia que isso não existe mais, ele não conseguiu intimida-la.
ResponderExcluirAdorei o comercial do absorvente que postaram aí nos comentários!
Relações de poder têm um jogo complexo e não são (ou não deveriam ser) unilaterais – o grande problema, aqui, é que muitas pessoas não enxergam nem mesmo a existência dessas relações de poder, ignoram a existência do machismo que torna seus corpos objetos externos a elas mesmas. O processo de sujeição tem historicidade e caráter temporal, está situado em um tempo e reflete um mundo em que a nossa liberdade se acha colocada. Diante desse passado que condiciona nossos atos, podemos nos colocar à distância para reassumi-lo ou recusá-lo.
ResponderExcluirEu, pessoalmente, acho reducionista entender as relações de poder como imposição pura e simples, que recaem sob um oprimido passivo – a escolha de querer reconhecê-las e, a partir disso, compactuar com elas ou não, é individual.
Para mim, esse assunto não deve ser tratado apenas como uma batalha entre opressores e oprimidos: isso seria cair na armadilha de nos colocar como seres passivos, sem nenhum livre arbítrio. Se eu acreditasse na inexistência de escolhas, estaria na Jornada Mundial da Juventude, batendo palmas para uma instituição medieval que retira nossa capacidade de decidir sobre nossos corpos, que nega nosso livre arbítrio.
Relacionamentos envolvem mais de uma pessoa – não há apenas mocinhos e bandidos, esse maniqueísmo todo. Somos responsáveis sim pelas nossas ações ou inações, pelas nossas escolhas. Ou isso ou jogo tudo na mão de deus e seguiria dogmas.
Em todo relacionamento existem, no mínimo, 3 versões dos fatos: a sua, a do outro envolvido, e uma terceira. A sua, C. (ou Capitu) é essa – entendi e sou solidária. Eu mesma já passei por coisas nada agradáveis com ex e com desconhecidos. Se vale te dar algum conselho, seria que você procurasse uma terapia para entender quais as suas responsabilidades para a situação ter chegado ao que chegou, para entender que somente sobre suas ações você pode ter controle, para entender o porquê se deixou envolver nessa co-dependência. Se auto conhecer melhor pode evitar que você caia em outra situação como essa novamente ou mesmo que volte para ela. Pode também, ajudá-la (e MUITO!) a retirar de cima dos seus ombros responsabilidades que não são suas, entender que as culpas alheias são alheias, não suas. Pode ajudar a te devolver a segurança e a auto-estima perdidas. (experiência própria isso tudo do conselho).
Já sobre ele... os problemas dele, ele que os resolva. Preocupe-se em resolver os seus, seja egoísta mesmo nesse caso e cuide de si mesma.
Estou triste ao ler esse post, e conforme fui clicando nos links da Eloá fiquei mais angustiada.
ResponderExcluirTenho uma relação assim aqui em casa. Meu pai nunca proibiu minha mãe de nada, e nem é ciumento mas é extremamente agressivo. E ela por não ter família que possa apoia-lá (pai e mãe), não se separa dele. Muitas pessoas me criticam por eu dizer abertamente - pra quem quiser ouvir, inclusive pra eles - que minha vontade é que eles se separem! Sim! Essa é minha maior vontade, desde sempre.
Creio que minha mãe tmb, mas não consegue, ainda mais por esses momentos de "lua de mel" dos dois.
Meu pai é um ignorante, burro e idiota. Briga porque a meinha dele não ta limpa, pq tem um prato na pia, pq não tem gelatina. Eu me odeio por viver nessa casa e ter uma mãe que compartilha das mesmas ideias feministas, mas se submete a tudo isso. Ficamos muito sosinhas, e então nessa semana tiveram a brilhante ideia de ter uma arma em casa (?). Fui contra, briguei e questionei.
Sei que a maior prejudicada nisso tudo serei eu, pois quem mais sofre com as agressões estúpidas sou eu, fisicamente acima de td. Ele não bate na minha mãe pq ela não permite e é "errado", mas bate em mim que sou filha. E vcs sabem, né, aquela velha ignorancia de que filho tem que educar, ai pode bater.
Estou com medo, medo dos acessos de raiva desse homem, por tudo que ele já fez cmg quando criança e agora (ele já me deu soco, bateu com minha cabeça, chutou). Espero que essa arma não mate a mim e a minha mãe.
Desculpem o comentário grande e espero que alguém leia essa forma de desabafo, não sei o que fazer.
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/956164-28-das-mulheres-assassinadas-no-pais-morrem-em-casa.shtml
ResponderExcluirhttp://expressaomulher.blogspot.com.br/2010/08/doze-mulheres-morrem-por-dia-no-brasil.html
Será que alguém realmente acredita que essas mulheres QUERIAM continuar nesses relacionamentos que a levaram a morte????
Muitas mulheres não tem opção, se deixam seus companheiros o risco de morte é grande demais para ser ignorado...
Gente aqui da Lola precisamos pedir a presidente Dilma (espero q dessa vez ela não nos deixe na mão)
ResponderExcluirpara q sancione integralmente o PLC 03 de 2013.
Que trata do atendimento de vitimas de estupro, que a bancada religiosa sempre atenta a nos privilegiar com medidas que nos FERREM AINDA MAIS, estão querendo barrar.
aqui tem o link para mandar as mensagens para a DILMA.
https://sistema.planalto.gov.br/falepr2/index.php
mais estatísticas da violência domestica aqui no Brasil 2000 mulheres POR DIA AGREDIDAS, metade delas por tentativa de HOMICIDIO.
ResponderExcluirhttp://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-hoje/v/violencia-domestica-faz-mais-de-duas-mil-vitimas-por-dia-em-todo-o-pais/2367318/
Olha, vou te dizer...Força irmã. Vc vai ser olhada de lado, AINDA, pela familia, pelos vizinhos, por sei lá quem...pelo amigo que acha que vc não fez de tudo ainda...Quer saber? Manda todo mundo catar coquinho. Não desista da sua liberdade, nunca. Não somos princesas da disney, somos guerreiras. Tamo juntx. Bjo!
ResponderExcluirEsse é um caso clássico de dependência afetiva. Pesquise um pouco sobre o assunto. Fiz na faculdade um trabalho em grupo sobre isso e descobri que todos estamos sujeitos a passar por um relacionamento assim, eu inclusive já passei. Não adianta os apoios de fora se quem esta dentro não quiser sair.Aliás não basta somente querer tem que procurar ajuda, pois os dois estão doentes.O maior passo você já deu: já reconheceu que esse relacionamento não faz bem. Vai na fé e use a força que recebe de sua família para seguir em frente.
ResponderExcluirToda minha compreensão Ana Julita, a maior parte das mulheres que passa por esses revezes com os homens, sempre pensa que de um homem que apoie o feminismo não se poderia esperar tudo o q vc esta passando, sem contar que muitassssss vezes somos acusadas de escolher mal nossos parceiros, e além da violência que sofremos ainda levamos de lambuja essa culpa.
ResponderExcluirAgora no seu caso quero ver o q dirão aqueles que sempre tem um dedinho acusador contra a mulher.
De qualquer forma desejo que vc se recupere da passagem desse homem dissimulado e tão machista como são muitos outros.
Espero tb que ele, pelo menos te deixe em paz, que é tudo que boa parte de mulheres que sofrem com homens machistas e violentos desejam.
Ana Julita, já passei por isso e é horrível. Espero que vc se recupere e eu tb (ainda estou em processo de)
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu penso que dar suas senhas de acesso a qualquer coisa pessoal é passar uma mensagem de que vc não tem mais individualidade. Isso não pode dar certo.
ResponderExcluirAnon das 17:51, espero que vc mude de ideia sobre querer sua vida com ele. Já pensou se vcs tem filhos e eles tenham uma vida como a da anon das 03:48?
Extremamente triste ler uma história dessas , dum caso de péssima auto-estima onde a mulher continua a amar o homem e a se sentir dependente dele mesmo quando ele a agride sistematicamente e faz o maior terror psicológico na vida dela.
ResponderExcluir------
E seu marido não é doente... ele é MUITO DOENTE.
Você já deveria ter saído correndo e nunca mais atendê-lo ou ter falado com ele no dia em que ele quebrou seu celular com um martelo
Isso além duma demonstração de poder, podeira ser encarado até como desejo do que ele tem vontade de fazer com você,ou pelo menos é capaz de te fazer caso você o desafie.
Eu não aceitaria jamais que alguém quebrasse deliberadamente algum objeto caro meu,pelo qual tenho enorme apreço,ainda mais se eu precisasse desse objeto pra trabalhar.
Sei que falar é fácil, mas você precisa se divorciar, pelo bem dos seus filhos que não merecem ver a mãe querida sofrer violência ou tamanho desrespeito,e principalemnte pelo seu próprio bem estar, visto que essa é uma relação MUITO abusiva.
Eu sinto muito, mas seu marido não vai mudar, ele já te prometeu isso há muito tempo e continua o mesmo,justamente porque são apenas palavras, promessas vazias pra te ter debaixo das garras dele, como se faz uma criança de boba.
Ele próprio esquece tudo rapidinho, porque pra ele o natural é te julgar e fazer da sua vida o maior inferno possível somente pra te ''manter na linha'', ele pensa que você é um objeto, um ser inferior que deve submissão a ele, por ele ser homem.
É isso que homens machistas, controladores,possessivos e violentos como ele pensam, que você está a serviço dele.
Se ele fosse mudar mesmo, ele já teria mudado logo após o primeiro ou segundo conflito, verdadeiramente arrependido e isso nunca mais teria tornado a acontecer, as brigas nunca mais iriam ficar tão sérias,quentes e agressivas, colocando inclusive a sua vida em risco.
Acontece que o problema não é você, nem o relacionamento, nem mesmo o temperamento dele, mas sim a tenebrosa educação machista que ele recebeu onde as mulheres são seres que devem ser controladas pelos homens, atender prontamente a eles, e nunca contrariá-los,ele te ve como uma posse que ele não pode perder e que tem que estar sob o controle constante dele.
E essa visão de mundo, das mulheres como seres submissos NÃO mudará só porque você quer ou porque ele diz que te ama; antes de pensar no amor em que sente por ele, pense que ele não merece esse relacionamento com você, pois ele não te respeita e não te trata de maneira saudável.
O povo vai me massacrar por esse segundo comentário,mas não podia ficar calada.
ResponderExcluirQuero saber onde estão todas aquelas defensoras fervorosas da igreja católica nesses momentos.
Pois eu consigo ver claramente a influência da religião nessa cultura patriarcal e principalmente na vida dessa coitada que está sendo abusada há anos.
Uma mulher de 34 anos,que poderia estar pensando em se casar agora, que tem independência finânceira e poderia ter consolidado melhor a carreira, já está casada há anos e com filhos, porque a igreja insiste que a mulher só estará realizada e feliz se for casada e com filhos,senão não vale nada.
A dificuldade em propor o divórcio, porque o casamento supostamente é o maior sucesso da mulher, a dificuldade de se ver como um ser inteiro, livre e que não precisa desse homem pra estar contente e feliz.
A eva pecadora que mordeu a maçã e logo desencadeou toda a desgraça do mundo (e o ciúme do marido da esposa 'pecadora' que não é pecadora)
A submissão da mulher ( e as senhas entregues ao marido,que sente-se no direito de violar a privacidade e vasculhar tudo, como se ela fosse uma subordinada a ele)
A vontade de continuar casada a todo preço, pois o que Deus uniu o homem não separa.
Isso pra não mencionar o tratamento de ''fracassadas'' que as divorciadas recebem, de mulheres que deixaram simplesmente a família desabar.
Pois quando um casamento acaba as pessoas dizem que o ''casamento fracassou'' e ainda atribuem essa culpa a mulher.
Mas que obrigação a mulher tem de ser casada ou de manter o casamento? de ser o que as pessoas chama de uma ''mulher de família''?
E o homem, não tem que manter o casamento também? não tem que evitar que ele fracasse?
Isso é papel da mulher?
E o interesse dos homens em estar casado, onde fica?
É essa a contribuição da cultura religiosa em nossa vida.
Eu sou mulher e sofro de ciúme patológico. Verônica, muito obrigada pelo seu comentário, valeu mais do que muitas sessões de terapia. Demais comentaristas: concordo com vocês que a melhor solução é interromper definitivamente a relação abusiva. Primeiro porque, sem ajuda médica e acompanhamento psicológico, o terror cotidiano tende a continuar. E também porque sabemos que os desfechos de muitas dessas relações são fatais. Mas eu queria dizer pra vocês que sofro e já sofri muito com o meu ciúme obsessivo. Mais uma vez estou em tratamento psicológico e medicamentoso mas tenho muitas recaídas e algumas vezes ainda não consigo me controlar e transformo a vida do meu marido e dos meus filhos num inferno. Não costumo agredir fisicamente - a não ser puxões em sua camisa e empurrões pelas costas, que não são frequentes - mas agrido verbalmente, me faço de vítima, faço cobranças etc. Já cheguei a ficar uma noite inteira sem dormir pesquisando o seu nome no Gooogle, tenho ciúme das mulheres de seu ambiente de trabalho, acho que ele é gentil demais com as minhas amigas. Racionalmente eu sei que ele não é um objeto meu e não me diz respeito o jeito de ele se relacionar com as pessoas, sejam homens e mulheres, e que eu tenho que respeitar a sua privacidade. Mas o fato é que algumas vezes a necessidade de controle é maior do que eu e sofro tremendamente quando uma crise mais forte vem. Antes ou depois de iniciar um tratamento em busca por saúde mental - muitos deles não funcionam e eu tenho que recomeçar do zero - eu vivo refém de pensamentos intrusivos que invadem a minha mente e me consomem por horas a fio, minando a minha produtividade acadêmica e comprometendo a minha vida pessoal. O detonador da crise é um gesto, uma cena de novela, alguma comentário feito por um amig@ ou conhecid@ - há 8 anos ouvi de uma colega do trabalho dele que "ele é muito bonito para ela, não combinam" e até hoje essa frase vem à minha mente, do nada, aliás, a insegurança do ciumento patológico é bem conhecida. Mas, então, qualquer uma dessas situações podem causar um turbilhão de pensamentos dolorosos que me torturam até eu ficar exausta de tanto pensar e criar cenários na minha mente. Tenho consciência de que eu não deveria me importar com o que os outros comentam e que eu deveria me ocupar com as minhas coisas e parar de pensar se meu marido me traiu ou não, se vai me abandonar ou não e quando isso vai acontecer. Mas só gostaria de dizer que o ciumento obsessivo precisa de tratamento médico porque está doente emocionalmente. Sabendo como eu sou capaz de agir em uma crise mais forte, não recomendo que nenhuma mulher continue vivendo ao lado de um homem que já demonstrou ser muito agressivo. Mas tentem ajudar um filh@, um amig@, um conhecid@ que sofram dessa síndrome do ciúme patológico. A gente causa muita dor e nossos comportamentos não devem ser relevados, sob hipótese de acabar mal, mas não interpretem a todos nós como psicopatas frios e egoístas que não têm solução. Eu estou confiante que esse meu tratamento atual finalmente vai dar certo. Obrigada de novo, Verônica, por me dar o benefício da dúvida.
ResponderExcluirEu posso entender um pouco do que a autora escreve.
ResponderExcluirVivi um namoro de 4 anos com um menino extremamente ciumento. Imagine um casamento, com filhos e tudo.
Quanto mais você tenta dar demonstrações de fidelidade, mais fundo a gente cava o poço. Praticamente só quem vive isso entende o quando é escravizante um relacionamento assim.
Você tem que pensar em todas as suas ações, todas as suas amizades, todas as suas conversas, para não dar 'margem' para o ciume do parceiro. E a gente custa a entender, que todo esse cuidado será em vão.
Hoje que vivo outro relacionamento,normal, leve, sem desconfiança, consigo a lucidez para ver o quanto aquilo tudo era insano.
Como se só homens fossem ciumentos e possessivos assim...
ResponderExcluirÉ incrível o nível de fantasia que vcs alcançaram.
Ah, mas é claro, a culpa das mulheres serem ciumentas e possessivas também é do machismo né?
Inclusive, a culpa da existência de ciúme patológico entre casais de homossexuais, tanto do sexo masculino quanto do sexo feminino, também é culpa do machismo...
Só que não.
Feminista capitalista, você disse tudo e mais um pouco.
ResponderExcluirA religião estraga nossa vida de uma maneira que as pessoas não tem noção. Mesmo as que não praticam a religião ou mesmo atéias e agnósticas podem ser influenciadas por ela. Eu mesmo não estou livre disso mesmo odiando tanto essas religiões todas.
Mas eu não entendo o que vcs
querem dizer com "ele é doente".
Que doença seria essa?
Ou machismo mudou de nome?
Tenho medo quando leio relatos destes,e não,como Veronica,eu sou o contrário e não consigo crer em mudanças...tenho pai autoritário,e sei que,externamente,ele hoje,velho,não grita mais conosco porque sabe que não teríamos mais como ouví-lo,mas tenho a certeza que,enquanto ainda estivessemos tendo que depender dele financeiramente,seríamos controlados pelo mesmo...são,sim,pessoas doentes de um mal cronico....se esta moça do relato conseguir se separa,melhor coisa ela faz....se minha mãe tivesse aconselhamento e maturidade para se separar de meu pai enquanto era jovem,não teríamos ficado por 23 anos sofrendo junto com ela os traumas de um casamento doente,não teríamos tido os traumas por quais passamos tbm,e ela,só depois de todo este tempo é que percebeu que ele não tinha redenção,e largou dele....sabe,a vida de mimha mãe mudou,psiquicamente para melhor,financeiramente,ainda se vira nos 30,mas já não tem que depender dele,e ouvir suas humilhações ,ameaças e gritos...!Pensa aí,moça!
ResponderExcluirJulia
ResponderExcluirNo meu caso é um pouco mais complicado,pois mesmo não acreditando em Deus não me considero 100% atéia, visto que ainda gosto de rezar, mesmo sabendo que Deus não existe,não consigo parar de rezar tamanha a força do hábito que mantive todos os dias dos quatro aos dezoito anos, época em que acreditava muito em Deus.
Ou seja o cristianismo sai de nossas vidas, mas a influência é forte o suficiente pra ficar.
Basta ver a quantidade de Ateus com valores machistas e homofóbicos, que apenas não acreditam em Deus, mas em todas outras esferas da vida repetem o discurso da igreja sem se dar conta.
Quanto a dizer que o marido está doente, acho que é verdade.
Penso que o ciúme é algo natural quando fica no nível da desconfiança, insegurança, a tal pulga atrás da orelha que todxs sentimos; só que no caso desse homem já foi muito além disso, passou pro nível da ameaça, intimidação,violência e até mesmo delírio.
A autora já provou pra ele que não houve traição alguma, já deu até todas as senhas dela,mostrando que quem não deve não teme (Será que ela tem acesso a todas as senhas dele?)
Mesmo assim ele tem certeza absoluta que foi traído,coisa que nunca aconteceu ou seja trata a fantasia como realidade absoluta.
Isso tudo pra mim é patológico, basta ver as coisas que ele diz pra ela ,chama ela de p*** que dá pra todos, ou seja ele faz questão absoluta de fantasiar que as mulheres são putas,quando ele olha pra mãe dos filhos é isso que ele enxerga uma safada não confiável, que ele como o 'santo' salvador da pátria tem que cercear,vigiar,maltratar até ela se transformar na santa submissa que ele controla e sem capacidade de contestar.
Isso tudo é doentio, e claro,eu concordo muito com você, o machismo alimenta,estimula e bastante essa loucura, essa doença,a misoginia tem a sua parcela de culpa nesse quadro eem muitos outros de ciúme patológico.
Ao meu ver, enquanto ela continuar com ele; ele nunca melhorará, pois mais 30 anos de doutrinação machista de controle e do ódio não mudarão da noite pro dia, muito menos com a compreensão dela e a disposição a lutar do lado dele.
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Iceman
Não se faça de bobo, é óbvio que o ciúme doentio não parte exclusivamente do homem pra mulher.
Mas os ideais de posse dessa cultura machista influenciam inclusive o ciúme doentio feminino, fora a imagem de que os homens são todos garanhões, tem que espalhar a sementinha,e os indíces altíssimos de infidelidade masculina,além do comportamento de objetificar as mulheres e ficar olhando pra elas na rua,mesmo acompanhado da companheira.
Coisas machistas, sustentadas por uma cultura misógina que alimentam e estimulam muito a insegurança feminina que pode resultar nesse tipo de comportamento.
Fora que é diferente né?
As mulheres ciumentas,possessivas não costumam por em risco a integridade física de seus companheiros,muito menos tirar o direito deles de viver.
O contrário já não passo dizer, pois só na última década foram dezenas e dezenas de milhares de mulheres assassinadas pelo conjugê ciumento,junte isso ao fato desse tipo de ciúme parecer mais comum nos homens.
Geralmente é a mulher correndo pra lá e pra cá com medo de que o marido ou namorado desconfie de qualquer coisa ou ache ruim algum comportamento dela e não o contrário.
Portanto a misoginia, e a visão da mulher enquanto propriedade tem sim um papel FUNDAMENTAL nisso tudo, não existisse o machismo, esses casos diminuiriam muito, e a violência contra a mulher então,nem se fale, ia praticamente desaparecer.
Há uma teoria na psicanálise que associa o ciúme delirante à homossexualidade. O ciumento se coloca no lugar da mulher "infiel".
ResponderExcluir"Sei também de um homem que sofria enormes ataques de ciúme e que, segundo seu próprio relato, sentia tormentos atrozes ao se pôr conscientemente no lugar da mulher infiel. A sensação de completo desamparo que então experimentava, as imagens com que descrevia seu estado – abandonado à sanha do abutre, como Prometeu, ou lançado a um ninho de cobras amarrado –, ele próprio ligava às impressões deixadas por alguns ataques homossexuais, quando era menino. (Freud, 1922/2011, p. 211)"