quinta-feira, 27 de junho de 2013

WENDY DAVIS, HEROÍNA

O sorriso da senadora

Este ano Roe vs. Wade, a decisão do Suprema Corte, um caso judicial histórico e clássico por reconhecer o direito ao aborto nos EUA, comemora 40 anos. Prometo que vou falar mais disso, porque é bom saber o que feministas de outros países tiveram que fazer para vencer todo um sistema. 
Mas a guerra que os reaças travam contra o aborto nos EUA desde que Roe vs. Wade foi aprovada está longe de acabar. Aliá, muito pelo contrário. Nos últimos dois anos, um número recorde de 135 exigências anti-aborto foram passadas em vários estados (por exemplo, consentimento dos pais para realizar o aborto, aconselhamento de gente que quer que a mulher mude de ideia, tempo de espera, forçar a mulher a fazer ultrassons etc). Apesar do aborto ser legal nos EUA, 87% de todos os condados americanos não têm clínicas que realizam abortos. E 35% das mulheres americanas vivem nesses condados. Calcule então como é difícil para uma americana fazer uma aborto seguro -- mesmo com a autorização da lei.
O número de abortos nos EUA está em declínio: de 1,6 milhões de interrupções de gravidez em 1990 para 1,2 milhão em 2005. Seria uma notícia a se comemorar, se esse declínio fosse causado por maior educação sexual da população e acesso a métodos anticoncepcionais. Mas não, o número de abortos não caiu porque o número de gravidezes indesejadas diminuiu. 
Foi porque muitas clínicas foram fechadas, devido a exigências cada vez mais descabidas, e a ataques terroristas. Pois é, não são poucos os "pró-vida" que matam médicos e bombardeiam clínicas que realizam abortos. Nos últimos dois anos, seis clínicas foram bombardeadas nos EUA por essa gente que vê um embrião como um ser muito mais valioso que uma pessoa que já nasceu.
Ano passado, durante as eleições americanas, vimos os republicanos travarem uma verdadeira guerra contra os direitos reprodutivos das mulheres. Felizmente, as mulheres deram o troco nas urnas e derrotaram o candidato Mitt Romney, reelegendo Obama. Os conservadores estão atordoados até agora: como farão para recuperar o poder, agora que mulheres e outros grupos historicamente oprimidos têm quórum suficiente para decidir uma eleição? Como acabar com os direitos desses grupos sem que eles percebam? Tem gente que tem a solução: retirar o direito das mulheres votarem, ué, conquistado a duras penas mais de 90 anos atrás.
Agora você já conhece o contexto. É neste cenário que entra uma personagem que você e eu nunca tínhamos ouvido falar antes de anteontem: Wendy Davis, uma americana de 50 anos, que teve uma infância pobre, que trabalha desde os 14. Filha de mãe solteira, ela mesma foi mãe solteira com 19 anos. Mais tarde, foi a primeira em sua família a fazer faculdade. Depois se graduou em Direito em Harvard. 
Foi eleita senadora pelo partido democrata em 2008, derrotando um republicano de longa data. Em seguida, republicanos tentaram fazer um novo arranjo eleitoral no Texas, para que candidatos democratas fossem mandados para distritos mais conservadores, onde não teriam chance. Ano passado, alguém jogou duas bombas no escritório de Davis. Ninguém ficou ferido (atentados são bem comuns nos EUA -- lembra de Gabrielle Giffords?).
A senadora Davis é entusiasta de corrida e ciclismo. Pra sua maratona de onze horas, ela calçou os tênis de ginástica que usa sempre. Esses aqui:
Um pouquinho mais de contexto, antes de continuar. 
Em Austin (a cidade mais progressista do Texas, segundo uma amiga minha que fez doutorado-sanduíche por lá; o slogan da cidade é "Keep Austin weird"), os senadores tinham até a meia noite de terça para votar um projeto de lei que aumentaria as restrições ao aborto (que, só pra lembrar, lá é legalizado). A proposta baniria qualquer aborto depois de 20 semanas e dificultaria as clínicas de conseguirem licença pra funcionar.
Se o projeto fosse aprovado, sobrariam talvez cinco clínicas em todo o estado do Texas (que, depois do Alasca, é o maior estado americano em território). O estado já tem poucas clínicas -- só 42 em toda sua extensão territorial. As mulheres de Oklahoma já tem que ir pro Texas pra poder abortar. Se a lei passasse, as do Texas iriam pra onde? Voltariam pro quintal pra realizar abortos do jeito que abortos clandestinos foram feitos durante décadas -- com cabides? Provocando hemorragia e a morte de milhares de mulheres?
Para barrar essa aberração, o único meio era impedir que o projeto fosse votado dentro do prazo. Portanto, Wendy Davis usou um procedimento legal pra lá de estranho, o filibuster, e uma multidão de feministas foi lá acompanhar. Um filibuster é um treco hiper esquisito. A pessoa pode falar por quanto tempo quiser, mas há regras. Ela não pode parar pra tomar água ou ir ao banheiro. Ela não pode se sentar nem se apoiar em algum lugar. Se ela se desviar do assunto mais de três vezes, seu direito de falar é encerrado. Imagina o suspense, a tensão. 
Davis começou a falar às 11 da manhã de terça. Ela tinha que ocupar a plenária até a meia noite, sem fugir do tema. Para tanto, ela discursou sobre o que essa lei representaria, e leu um punhado de depoimentos de mulheres que costumam ser ignoradas pelos homens que fazem as leis. Num certo momento, ela disse, para mostrar o quanto os senadores desconhecem o assunto: "Legisladores homens, larguem o negócio da vagina ou vão estudar medicina". 
De repente, as pessoas de todo o país passaram a prestar atenção naquele drama. 180 mil pessoas nos EUA acompanharam os acontecimentos online, incluindo o presidente Obama, que tuitou: "algo muito especial está acontecendo em Austin esta noite". Em poucas horas, o número de seguidores no Twitter de Davis foi de 1,200 para 57 mil (agora já passou dos cem mil).
Minutos antes da meia noite, um dos republicanos exigiu que o discurso de Davis fosse interrompido. Foi a hora de outra senadora tentar falar. Leticia Van de Putte, que estava voltando do funeral de seu pai, perguntou aos senadores, "Quando uma senadora precisa erguer sua voz para ser ouvida pelos seus colegas homens na sala?" Ouviam-se gritos e palmas de centenas de manifestantes, muitas das quais foram presas pela polícia texana. Os republicanos finalmente conseguiram aprovar a emenda, mas só à meia noite e dois minutos.
Três horas depois, os republicanos tiveram que aceitar que a votação não foi válida, porque tinha sido feita depois do prazo. Eles ficaram furiosos com a derrota. Afinal, os "pró-vida" tinham certeza que não haveria tanta resistência num estado como o Texas. De onde surgiram todas aquelxs feministas?!
Porque é o Texas, né? O estado de onde veio o Bush. Um estado ultraconservador. Aquele estado que a personagem de Susan Sarandon se recusa a pisar em Thelma e Louise
Alguns especialistas notam que o Texas está pouco a pouco se tornando mais liberal, e que talvez acompanhe a tendência do que ocorreu com a Califórnia nos anos 80, que de estado que sempre elegia republicanos passou a ser um estado que vota em candidatos democratas -- e define eleições presidenciais. 
A garra de Wendy Davis compõe o tipo de roteiro que os americanos adoram (e a gente também). É a tal história do herói solitário, individualista, derrotando os gigantes sozinho (que dizer, às vezes somos condicionadxs a torcer pelos gigantes). A diferença é que esse herói quase sempre é homem e caladão, com cara de poucos amigos. E Wendy é tudo menos silenciosa: ela falou durante onze horas. E teve o apoio de um monte de manifestantes, tão aguerridas quanto ela.
Guarde esse nome. Wendy é jovem e pode ser candidata a governadora do Texas nas próximas eleições. Dependendo do que acontecer, ela pode se tornar a primeira presidenta americana. Você leu essa previsão mirabolante aqui primeiro, tá? Wendy tem potencial pra isso. O único porém é que ela ficará sempre ligada a um tema tão polêmico quanto aborto. Mas sua trajetória de vida pode falar mais alto e atrair o voto de quem define eleições.
Referente ao projeto de fechar clínicas no Texas e em tantos outros estados, é óbvio ululante que os conservadores não desistirão. Mas, adivinhe? Davis e sua legião de apoiadoras feministas também não. 

Aqui no Brasil, a luta continua. 
Já temos uma das leis mais restritivas do mundo, e querem tirar mais direitos da gente. Amanhã às 18 h, na UFC, eu e um time de mulheres super competentes falaremos sobre o Estatuto do Nascituro. No sábado tem ato contra o Estatuto em Fortaleza.

38 comentários:

  1. Ah, como não se lembrar do maravilhoso filme "Mr. Smith goes to Washington"?

    Vida longa aos senadores idealistas!

    ResponderExcluir
  2. Adorei lola!
    muito obrigada por todas as informações e por fazer a conexão com o que acontece aqui no Brasil
    achei inspirador ver alguém se erguendo dessa forma, especialmente porque as vezes achamos "sou só uma pessoa, que posso eu". E há participações muito mais simples de fazer e que tem tanto peso quanto você levantar e falar por 11 horas

    vocês vem falando por 11 anos X 11.

    ass: anônima do "por favor por favor"

    ResponderExcluir
  3. Li sobre a Wendy Davis ontem no blog da Feminista Cansada e, realmente, ela é uma heroína.

    Gostaria muito de ver mais mulheres de fibra como ela na nossa política <3

    ResponderExcluir
  4. Que coisa mais bonita de se ver! Acontecimentos como esses devem servir de inspiração, e nós mulheres temos que unir nossas forças e aspirações pra lutar por um sociedade mais humana, livre de preconceitos e claro, do machismo!

    ResponderExcluir
  5. Desde que o aborto foi liberado nos EUA, 14 milhões de mulheres negras pobres realizaram o procedimento, um terço da população negra norte americana atual, nem a porcaria da klu klux klan teria tanto sucesso em algo tão perverso e higienista.
    Filho de branco rico ninguém quer abortar ne ?

    ResponderExcluir
  6. Davis vai precisar de muita força pra continuar na luta. Uma vez que, os ultraconservadores texanos não vão deixar barato. Ela provavelmente vai sofrer represálias e novas tentativas de atentado, mas, acredito que a senadora ganhou muita visibilidade e daqui pra frente outras pessoas vão se aliar a ela nessa batalha.

    PS: Lola, tive o mesmo insight que você sobre a questão da presidência.

    ResponderExcluir
  7. Me emocionei com a garra dela em defender o direito das americanas.
    Por outro lado me entristeci com a nossa situação aqui no Brasil.

    ResponderExcluir
  8. 11 horas de discurso? Sensacional. Já vi bancadas se organizarem para obstruir alguma pauta, mas não uma voz solitária.

    Parabéns a Wendy.

    Outros ataques o correrão e espero que ela possa estar lá para resistir.

    ResponderExcluir
  9. Sinceramente, não tenho palavras para expressar esse feito de Wendy. Sério, Lola, foi MAGNÍFICO!! Falar por 11 horas seguidas, por si só, já é tarefa íngreme, imagine falar 11 horas sob o manto das regras do tal Filibuster!!! Apenas: admirando Wendy de hoje até o fim dos meus dias de existência na Terra, com certeza! Essa é a típica história que vou contar sempre para toda e qualquer pessoa, fiquei extremamente emocionada com essa senadora!! Beijo, Lola linda!!

    ResponderExcluir
  10. Wendy Davis é a Leslie Knope da vida real.

    Sério, toda vez que eu leio o que ela fez fico emocionada. É muita fibra.

    ResponderExcluir
  11. Quando acordei quarta de manhã, minha timeline do Twitter estava dominada pela hashtag #standwithwendy. Não sabia quem ela era ou o que tinha feito, mas sabia que todo mundo a apoiava. Quando li a história, chorei.

    O mundo precisa de mais pessoas como ela. Devia se candidatar a presidência americana sim. Quem sabe muda alguma coisa!

    <3

    ResponderExcluir
  12. Realmente uma ótima história! Dessas de repetir por muito tempo mesmo. Só me dá uma pontinha de inveja de como o presidente dos EUA tem coragem (desde sempre) de opinar e dar a cara pra defender o que acredita. Aqui sou um pouco decepcionada com a Dilma, pois ela nunca se mete, parece que finge que não vê. Não a vi opinar nunca sobre o que está acontecendo aqui, nem sobre "cura gay" nem sobre nada. E quando o assunto é aborto, todo mundo se posiciona contra para não perder os votos dos conservadores. A verdade é que a sociedade brasileira é extremamente falso-moralista e nossos políticos também.
    Bjos, Su.

    ResponderExcluir
  13. Enquanto isso aqui no Brasil o aborto não só continua ilegal como querem restringir mais ainda a liberdade das mulheres com estatutos de nascituros e afins. Tem tempos que eu sinto que grupos de esquerda às vezes têm o objetivo de fazer as pessoas não ajudarem ou não tentarem mudar as coisas nunca.

    ResponderExcluir
  14. Impossível não comparar com o Brasil, que, como a foto de um cartaz nesse próprio blog dizia, mulheres morrem enquanto Dilma se finge de morta.

    É, minha gente, se nos EUA está assim, imaginem aqui, muito mais atrasado... triste. Mas eu ainda acredito na Wendy brasileira.

    ResponderExcluir
  15. Nessa luta estou com vc Lola, dia 10 de Julho terá o segundo Ato contra esse estatuto do nascituro, não esta definido o local ainda, mas estarei lá, lutando contra o machismo absurdo que querem impor ao corpo das mulheres.
    parabéns a essa politica norte americana, espero q a carreira dela seja prospera e que ela consiga chegar nos mais altos postos (e de preferência mantenha-se ao lado das feministas e da nossa luta).

    ResponderExcluir
  16. Chamam pró-vida de terroristas, que absurdo. Com certeza loucos como esses que bombardeiam clínicas existem, mas são uma minoria insignificante que não invalida o movimento. Até porque há abortistas que matam em nome de sua ideologia, mas esses casos são pouquíssimos divulgados. Por exemplo, em 2009, Jim Pouillon, ativista pró-vida de Michigan de 63 anos, foi assassinado com vários tiros enquanto segurava um cartaz anti-aborto. Quem o matou foi Harland James Drake, que afirmou para a polícia que ele tinha Pouillon como alvo por causa da atividade pró-vida dele.

    ResponderExcluir
  17. Chamar anti-escolhas anti-mulheres de "pró-vida" que parece um completo absurdo pra mim. Não são pró-vida coisa nenhuma, quem é a favor da vida não apoia a morte de milhares de mulheres já nascidas e com uma vida própria em favor dos "direitos" de fetos não nascidos que nem tem uma vida própria ainda, já que dependem integralmente dessas mesmas mulheres com quem vocês não se importam nem um pouco. Na verdade, "pró-vida" são pró-controle masculino dos corpos das mulheres através do Estado.

    ResponderExcluir
  18. Fiquei toda arrepiada com esse texto lindo e inspirador, Lola. Quero saber mais dessa Wendy linda. Vamos lutar.

    ResponderExcluir
  19. Lindo o que ela fez, mas quero ver se na segunda reunião vão permitir que ela faça essa pilantragem.

    ResponderExcluir
  20. Lola,
    No Tumblr ja está rolando aviso que o governador Pery está querendo dizer que o relogio da sessao está errado e que a votação foi legal.

    E a Wendy tinha que discursar 13 horas, se ela cometesse alguma violação (ir no banheiro, sentar-se, apoiar, sair do tema...) , ela podia receber 3 advertencias ... Alem disso acabaria. Eles consideraram que ela saiu do tema ao falar dos ultrassons que estao sendo exigidos e qdo falou do orçamento para parentalidade planejada (forçando bem a barra) e a 2a advertencia entre estas foi qdo um colega a ajudou com o suporte das suas costas..Ela nao conseguiu o tempo, entao a bancada começou a falar com o presidente da sessao...E senadoras brilhantes falaram, como voce citou, e como a senadora Thompson que usou um cabide durante tdo seu discurso contra a lei para lembrar como eram os antigos tempos sem o aborto legal (tempos que conhecemos muito bem). E depois ainda tinha 10 min para a meia noite e a votação ja tinha sido iniciado, e os manifestantes contra a lei que estavam nas galarias comçaram a gritar assim como estava fora para interromper a votação... E com tudo isso junto, a votação nao conseguiu ser terminada em tempo habil.

    E a figura da Wendy discursando por 11 horas foi linda. Inspiradora. E a internet está enloquecida com o exemplo dela. Certeza que ela é forte candidata para o governo estadual como federal.

    Como te falei no mail, Lola, muito emocionante esta historia.

    Sen mencionada pela Lola
    http://statusquoetc.tumblr.com/post/53973818000/feministacansada-esse-momento-me-deu

    Sen Thompson
    http://statusquoetc.tumblr.com/post/54016110171/magdolenelives-i-made-a-post-of-these-pictures

    ResponderExcluir
  21. incriveL!!!
    achei fantasticO o que a wendy fez e com certeza consoLidArá sua campanha Para presidente.
    verdAdeira heRoina quE ela foi.

    DEsisto de argumentar com pro-vida sem suCEsso. CaNSei, não dá.
    no brasil é horrivel. teriam que aprender a discURsar com a gARra da wendy!!
    :)

    ResponderExcluir
  22. Exemplo de fibra mesmo! Mas me assusta pensar que essa mesma manobra política pode ser usada em prol de medidas opressoras. Se os outros senadores ainda não tinham pensando nisso, certamente agora não perderão a oportunidade quando ela aparecer...

    ResponderExcluir
  23. Que mulher incrível, que relato maravilhoso Lola. Obrigada como sempre. Ragusa.

    ResponderExcluir
  24. Lola, só divulgando aqui. Na Universidade de Brasília, também haverá um evento na terça (2 de julho) para discutir o estatuto do nascituro. Criaram um evento no facebook. Segue a descrição do evento com os nomes das professoras que participarão: "O NEPeM e a Marcha das Vadias DF convida professorxs, estudantes, movimentos sociais, coletivos e o público em geral para participar do debate sobre o Projeto de Lei 478/2007, Estatuto do Nascituro(Bolsa Estupro). O Estatuto será abordado sob diversas perspectivas com foco no panorama feminista.
    Participam da mesa:
    Lia Zanotta Machado - NEPeM/ Rede Feminista de Saúde (DF);
    Débora Diniz - ANIS/ NEPeM;
    Júlia Zamboni - Marcha das Vadias (DF);
    Jolúzia Batista - CFEMEA;
    Mayra Cotta de Souza - Grupo B&D (Brasil e Desenvolvimento);
    Ana Liési Thurler - Fórum de Mulheres (DF).

    Mediação: Tânia Mara Campos de Almeida/Indira Barros."

    O evento será no CEAM (Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares) da UnB, no dia dois de julho às 16 h.

    ResponderExcluir
  25. "pró-vida" são pró-controle masculino dos corpos das mulheres através do Estado. [2]

    Isso é tão óbvio, não sei porque insistem no discurso de que estão defendendo a vida do embrião.

    ResponderExcluir
  26. Galera, só não digam que foi uma atitude da Wendy, dela e só dela, isolada e individual. Como disse AngieB, teve um grupo de pessoas do lado de fora que, com seus gritos, conseguiram atrasar a votação. Foi a voz da Wendy mais a voz da Thompson mais ainda todas as vozes gritando do lado de fora. Lindo de ver! Obrigada, Lola, por partilhar a história, por nos fazer pensar mais e mais com seus posts, pelo blog.

    ResponderExcluir
  27. Anon das 19:23, o rei da criptografia! Leu o Codigo da Vinci e achou que virou expert, foi? hen hein...

    ResponderExcluir
  28. Eu li sobre ela ontem de madrugada e achei incrível, achei ela incrível...
    Não tenho nem o que dizer...

    =)

    ResponderExcluir
  29. É realmente lamentável que uma senadora tenha que lançar mão desse subterfúgio - discursar durante 11 horas, em pé, sem pausa para beber água - na busca de ser ouvida. É mesmo um absurdo. Mas ela - e todas aquelas mulheres -foi vitoriosa, graças à sua garra, coragem, inteligência, sensibilidade e também astúcia, né? De ter essa ideia genial, contudo massacrante, pois não é qualquer um que aguentaria explanar um assunto durante hoooras, sem nem ao menos estar sentado. SÓ PODERIA SER MULHER MESMO!!! Parabéns, Wendy. Sua arretada!!!

    ResponderExcluir
  30. São acontecimentos assim que me fazem acreditar que o mundo tem jeito... :)

    ResponderExcluir
  31. Lola, que emocionante ler isso! Senadora competente, engajada e que derrotou um dos maiores abismos conservadores do Texas. Queremos mulheres fortes e determinadas e obstinadas assim. Inspirador. Muito obrigada por trazer mais essa informação, que obviamente não vai ser capa ou matéria de nenhuma grande mídia no Brasil, mas que está fazendo história pelos direitos das mulheres e acesso aos direitos humanos. Genial!

    ResponderExcluir
  32. E o governador depois de tudo ainda atacou a família dela.. No que a Wendy respondeu

    http://stfuconservatives.tumblr.com/post/54057238948


    ResponderExcluir
  33. Que historia inspiradora, emocionante. Digna de um bom filme.
    Avante, Wendy!

    ResponderExcluir
  34. O que essa senhora fez tem nome e chama-se desonestidade! Não confunda com heroísmo, por favor.

    ResponderExcluir

  35. Emocionante, Lola. A Wendy Davis foi incrível!!

    Fantástico que as mulheres estejam organizadas e com força, apesar de todos os golpes em direitos duramente conquistados.

    Precisamos de vozes fortes, corajosas e convictas assim na política aqui no brasil tb. Neste aspecto, estamos ainda engatinhando.

    Que ela seja uma inspiração!

    .
    .

    Desonestidade pq, anon 23:13? O procedimento parlamentar é perfeitamente legal. Ela foi, sim, uma heroína, juntamente com tds as mulheres q a apoiaram e a apóiam.

    .
    .

    A melhor forma de se atuar no sentido de diminuir o número de abortos é justamente descriminalizar o procedimento (para que se possa falar sobre ele sem medo, sem rodeios, sem julgamento), ampliar as campanhas pelo sexo seguro, ampliar os programas de educação sexual e planejamento familiar.

    A criminalização impede qq atuação sobre a sua ocorrência. Impede qualquer orientação ou suporte à mulher ou ao casal ou à família. Impede o esclarecimento de dúvidas. Impede a decisão refletida. Impede a decisão de fato consciente.

    Os anti-escolha não pensam em nada disso ao defenderem a criminalização da mulher e apenas da mulher. No fundo, fazem tudo, menos defender a vida como gostam de propagandear por aí.

    Se mulheres negras norte-americanas estão preferindo impedir o nascimento de seus filhos (como sugeriu alguém aí pra cima), deve-se investigar o motivo (não é difícil imaginar porque isso ocorre). Qualquer mulher sabe o quanto um aborto é, também ele, uma violência. Mais uma. Precisamos, enquanto sociedade, de uma autocrítica.

    Mas, comparar decisões pessoais de mulheres ou casais à ação de grupos de extermínio, como vez um anon, é de uma desonestidade e de uma insensibilidade impressionantes.

    ResponderExcluir
  36. Raquel P

    Nunca li o Código da Vinci e nem pretendo.

    Só é extremamente chato você escrever um texto para um blog e ele simplesmente não aparecer.

    Como algumas vezes escrevo muito fico pensando se o sistema do blogger, que não é tão claro as vezes em seu feedback, aceitou, deu tudo certo, depois de eu clicar em publicar comentário.

    Ai fiz um teste bobo elogiando o post para ver se era publicado. Brincando coloquei algumas letras maiúsculas e depois em negrito. E pasmem passou. Claro que minha afilhada de seis anos faria melhor.

    Ou seja se for um elogio passa. Uma critica não.

    Não venho neste espaço para debater mesmo tendo discussões interessantes por aqui.

    Mesmo nunca tendo ofendido ninguém e ter levado vários palavrões e ofensas de terceiro escalão (que estranhamente foram publicados, ainda bem que minha resposta sucinta também) é chato ser censurado. E não foi uma vez. E sim várias.

    Talvez por tocar em uma ferida ou expor a Verdade.

    ResponderExcluir
  37. Lola,
    Eu tenho lido em muitos lados que o projeto, mesmo derrubado nesta sessao, foi trazido na sessao posterior e conseguiu passar... Voce sabe se é verdade? Consegui poucas fontes se foi isso mesmo, se era o mesmo projeto...E nao entendo como conseguiu, e como passou... Depois de todo o apoio popular, ainda assim passou?

    E se passou, o que farao agora para esta realdade ser mudada? É terrivel pensar que mesmo legal, as mulheres no texas nao terao como abortar por leis menores, feitas exclusivamente para restringir o direito delas.

    Se vc souber de algo, quando possas, Lola, peço um update para esta historia :) PS: que podia mto bem virar filme! rs

    ResponderExcluir
  38. "A proposta baniria qualquer aborto depois de 20 semanas e dificultaria as clínicas de conseguirem licença pra funcionar."
    Realmente, uma heroína essa mulher que defende abortos depois de 20 semanas! Prova incontestável da desumanidade, do descarte de seres humanos, da ausência de discussão no meio feminista sobre a equidade entre o direito da mulher e os direitos básicos do feto.

    ResponderExcluir