Fiquei bem decepcionada com os comentários no post (e fora dele) sobre o Happy Hour da Empregada na Veterinária da USP.
Foi um festival de "ninguém força calouro a participar de trote ou de festa". Discussão sobre por que alunos de uma universidade (que deveria ser um lugar de transformação, não de perpetuação de preconceitos) acham ok serem machistas, racistas, classistas e homofóbicos? Não trabalhamos. E é exatamente essa a questão.
Semana passada chegou pra mim uma excelente entrevista com dois professores da USP que estudaram trotes. Suas conclusões:
“É no trote que se testa quem aceita submissão, que depois, no segundo ano, para pertencer ao grupo, você precisa dar trote. Então tem muitos alunos que passam por todos os trotes no primeiro ano e depois não conseguem dar o trote no segundo ano e são marginalizados pelos trotistas.”
Pois é, o trote é mais que um rito de passagem: é um teste pra ver quem será eternamente submissx. E mais, segundo os professores:
“A universidade quer o trote, aí é que está o problema. Há muitos professores e dirigentes que querem o trote. Primeiro para formar uma falange política dentro da universidade. Uma falange que apoie as propostas conservadoras e que apoie esses dirigentes conservadores. Portanto, uma das coisas que está presente no trote é a idolatria da instituição. […] O trote é fundamental para formar uma falange política coesa e obediente que vai fazer aquilo que as pessoas que estão no topo da hierarquia mandam.”
Com as mulheres, o trote faz a subjugação de quem já é subjugada pela sociedade.
Neste final de semana, enquanto eu estava em Volta Redonda, mais duas notícias me chegaram sobre machismo na USP.
Primeiro a K. me enviou este relato: "Desde o seu texto sobre o Miss Bixete em São Carlos eu fiquei abismada. Afinal, no meu campus, mesmo sendo de Engenharia, nunca senti o machismo com essa intensidade, tanto que cheguei a duvidar de que tal coisa poderia acontecer no meu mundinho da USP, mas aí eu encontrei isso".
E K. me envia um texto. O assunto foi matéria do G1 ontem, sempre com aquela construção linguística raramente vista quando se fala de outros crimes, mas tão comum em casos de estupro: "Aluna da USP diz ter sido estuprada por colegas em festa em Lorena".
"Sexta-feira 26/04, uma aluna da Escola de Engenharia de Lorena sofreu violação a dignidade sexual e estupro (como consta no Boletim de Ocorrência), em uma república da faculdade.
Ela foi chamada para ir a uma festa na república. Chegando lá, por volta das 20h30min, estava o garoto que a convidou, um amigo dele que não é da faculdade e uma garota da faculdade e moradora do prédio. A segunda garota teve que ir embora e ficaram apenas os três no apartamento. Alguns instantes depois, momento em que a vítima olhava a rua pela janela do apartamento, ambos chegaram por trás e começaram a passar as mãos pelo seu corpo, tentando, inclusive beijá-la. Repreendendo as atitudes de ambos, a vítima começou a chorar e saiu de perto, pedindo inclusive a chave apara ir embora, ato negado pelos caras.
Para se resguardar, a vítima foi para um quarto e por lá permaneceu por algum tempo. Com o forçar da porta, que estava trancada, os dois que já estavam no apartamento e outro morador, também da faculdade, entraram no quarto e começaram a conversar com a vítima. De repente todos partiram para cima da garota e arrancaram-lhe a roupa, deixando-a apenas de calcinha. Beijaram e agarraram a garota forçosa e grosseiramente. Um dos garotos deixou de prosseguir com o ato e ficou assistindo tudo, enquanto os outros dois continuaram. Só pararam quando ela começou a gritar e bater neles. E então permitiram que ela fosse embora, por volta das 23h.
Enquanto o abuso sexual contra mulheres não for encarado como crime pela maior parte da sociedade, casos como esse continuaram existindo. De forma nenhuma esta luta deve ser encarada como uma questão individual. Uma questão onde supostamente a subjetividade impera. A violência contra a mulher é um tema onde devemos sim meter a colher.
A violência contra as mulher é uma violação aos direitos humanos, considerada pela OEA como uma manifestação de relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres que conduziram à dominação e à discriminação contra as mulheres pelos homens e que impedem o pleno avanço das mulheres. Não podemos permitir que os violadores de direitos sigam impunes!
Para a gestão Juntos Pela EEL! do Diretório Acadêmico (D.A.) da EEL-USP e para a gestão Não vou me adaptar!, do DCE-Livre da USP, isso é inadmissível e vamos ajudar a aluna da Escola de Engenharia de Lorena no que precisar.
O D.A. e o DCE-Livre da USP ampliarão a campanha em toda Escola de Engenharia de Lorena contra o machismo, a violência e a opressão das mulheres. Por todas as vias possíveis: pela internet, nos cursos, salas de aula, centros acadêmicos e ruas. Devemos pintar a EEL-USP de roxo e jamais permitir que situações de violência e opressão tenham espaço entre os estudantes da nossa Universidade. Fazemos um chamado a todas as entidades e coletivos do movimento estudantil de dentro e fora da USP, bem como o conjunto do movimento social brasileiro, a rechaçar toda forma de machismo, violência e opressão contra as mulheres.
Machismo, violência e opressão contra as mulheres: Não passarão!"
Típico, não? Essa história me fez lembrar de dois casos que aconteceram comigo. Um deles foi a minha mais terrível história de horror, porque um carinha pensou que, se eu transei com ele, eu poderia transar também com seu primo. Felizmente eu me dei conta, saí de lá, e eles não tentaram me impedir, mas a humilhação de não ter minhas escolhas respeitadas é marcante.
No outro caso eu já não era mais adolescente. 23 anos atrás, quando eu estava trabalhando, de passagem por Fortaleza, peguei carona com um grupo de três rapazes que tinha conhecido num bar. Não havia absolutamente nenhuma conotação sexual na conversa que tivemos no bar, ninguém tinha bebido demais (eu não bebo). E, no entanto, os universitários pararam o carro na garagem de um deles e só queriam me levar até meu hotel (foi pra isso que eu aceitei a carona, ué) se eu subisse com eles até o apartamento. Se eu tivesse subido, não tenho dúvidas que os acontecimentos seriam bem parecidos com o da aluna de Lorena.
De alunos da Universidade Federal de Pelotas, abril 2013. |
Também recebi um outro email, sem muita relação com o estupro em Lorena.
A J. me enviou este email: "Sou da Frente Feminista de São Carlos, que organizou a intervenção contra o Miss Bixete no início do ano. A intervenção e a repercussão nos renderam bons frutos e colocaram o debate sobre a questão de gênero no campus. O GAP (Grupo de Apoio à Putaria) teve que responder a muitos questionamentos, e alguns integrantes foram punidos pelo CAASO, ou tiveram que fazer serviço comunitários.
Quando achamos que eles iriam ficar um pouco mais tranquilos, recebi essa foto com uma camiseta que eles estão vendendo, com um hino que eles cantam sobre as meninas da Biologia. Mais uma tradição machista universitária! [clique para ampliar].
Há relatos de meninas que estavam com o casaco da biologia e que, quando encontraram um grupo de meninos, eles cantavam esse hino pra elas na rua! Isso é muito ofensivo!
As meninas da Biologia tem muita vontade de fazer alguma coisa, mas existe o receio de provocar esse grupo. Algumas colocam que eles não vão mudar ou que eles não vão ouvir, mas acredito que fazer algo é necessário não para atingi-los, mas para atingir as próprias meninas que acabam naturalizando ou tentando ignorar esse absurdo.
Os posts do seu blog foram muito importantes para nós no Miss Bixete, pois além de serem escritos com um olhar atento às questões de gênero mais sutis, conseguiu ganhar uma maior magnitude e seriedade."
Que injusto, dirão alguns, que eu coloque esses dois casos no mesmo post. Um caso de um estupro junto a um relato de mais uma "brincadeirinha inocente" desses carinhas tão bacanas do GAP... Acontece que, como já mostrei aqui, essa mentalidade de ver mulheres como bonecas infláveis, como seres inferiores, sem autonomia, ou como animais "no cio" (como revela o hino -- aliás, por que diabos homem hétero reclama de mulheres que fazem muito sexo e gostam? Deveria estar comemorando!) muitas vezes leva à violência.
Uma leitora aqui do blog, muito antes desses escândalos referentes a São Carlos, contou o estupro que sofreu numa festa em 2008, quando era estudante da USP de lá. Depois ela revelou que o estuprador era do mesmo GAP.
Mês passado, também em São Carlos, um estudante de 22 anos denunciou à polícia que, enquanto estava no alojamento da USP, foi cercado por oito universitários que o obrigaram a tocar no pênis deles e queriam forçá-lo a fazer sexo oral.
Quantos casos serão necessários para que as pessoas vejam que há uma forte relação entre as "brincadeiras" dos trotes e festas machistas com o estupro? Ou pelo menos com a perpetuação dos preconceitos que não raro levam ao estupro?
Não são casos isolados. São comuns. Para falar sobre eles, o DCE Livre irá promover um ato-debate. Será esta quinta, às 18 horas, no Auditório de História da USP. Eu estarei lá. Espero que você também (e, se você não é da USP, organize eventos na sua universidade para refletir sobre essas práticas ultrapassadas disfarçadas de tradição).
O machismo não deveria ter espaço em lugar nenhum. Muito menos numa universidade pública.
Isso é forçar a barra. É feio chamar de criminosos as pessoas que fazem trote. claro que alguns trotistas são estupradores. Assim como alguns poetas, alguns músicos, alguns médicos, alguns membros de DCEs. Eu acho muitos trotes idiotas e pesados sim, mas relacionar isso com os casos de estupro é demais pra mim.
ResponderExcluirLola, destesto quando você vem com "fiquei decepcionada com os comentários do post...". Poxa, é a opinião dos leitores. Se você não concorda, convença-os com argumentos, e não com apelos sentimentais: ninguém aqui dá opinião pensando em não decepcionar quem discorda, ok?
Trotes de qualquer espécie são abomináveis.As universidades e qualquer instituição que permita isso dever receber punições severas.São responsáveis pelo que acontece.
ResponderExcluirAcho que nesse debate sobre trote um erro grande que acaba sendo cometido é querer análisar a instituição trote como se fosse homogênea em toas as universidades e todos os estados.
ResponderExcluirNão vejo a maioria dos trotes como necessariamente violenta ou criminosa. No entanto, o trote acaba abrindo as portas para todo tipo de abuso. Até pela condição de fragilidade que os calouros são expostos.
Em cursos que a maioria das pessoas é de fora da cidade e está morando em repúblicas, convivendo quase que só com pessoas da faculdade, acho que essa exposição aumenta.
É uma equação difícil de lidar, mas acho que a extinção dos trotes (por mais que tenham sido forma de integração para muitos e tal) é um caminho inexorável.
Ainda assim, achei a entrevista dos professores bem boba. Falar em "criação de falange política" através do trote me parece uma conclusão muito forte em relação às informações que eles apresentam na entrevista.
Tem uns 10 anos que eu sou professor universitário e nunca encontrei um colega que gostasse do trote. Muito menos por causa da formação de uma falange política conservadora. Pode ter um ou outro que lembre com carinho dos trotes da época deles, muito mais sadio e etc. Mas já que minha experiência pessoal não é importante, quem sabe algum professor universitário que tenha presenciado um troço desses possa nos contar.
ResponderExcluirA Mariana não gostou porque ela foi uma que comentou no outro post no estilo "sou foda, não aceitei participar do trote, você que aceitou é idiota".
ResponderExcluirEnfim, jogando a responsabilidade no colo dxs calourxs. Lamentável.
Os argumentos da Lola estão no post, se você discorda deles não venha você forçar a barra e dizer que ela faz apelos sentimentais. Ok?
Eu quero saber quando a USP vai punir esses caras do GAP para que eles sirvam de exemplo para os próximos fanfarrões. Porque servicinho comunitário não está surtindo efeito.
Julia,
ResponderExcluirEu achei os argumentos forcação de barra.
Não vejo relação entre os trotes e os casos de estupro nas universidades.
Claro que existem veteranos que praticam trote e estupram, mas também existem outros perfis de estupradores dentro da faculdade.
Também acho uma bobagem essa motivação obscura por parte do corpo docente. Gente, Terra chamando... aloww!
Eu acho que os trotes devem ter medida sim. Acho que é importante que existam grupos que deixem claro para o calouro que sua aceitação não está condicionada a sua participação no trote.
Mas o trote deve ser permitido, as ressalvas ao modelo atual são poucas na minha opinião.
E, no mais, repito o que disse: achei desnecessário a Lola ter falado que ficou decepcionada com os comentários.
Esse post é uma prova cabal de q o ambiente acadêmico não é tão privilegiado como muitos refutam aqui.
ResponderExcluirLa existe machismo, preconceitos de varios tipos, não entendo como tem uma parcelinha q se acha a dona da verdade, doida pra ditar normas do q é certo e errado (o famoso cagar regrinhas) só pq frequenta esse ambiente.
Qulquer um q não reze pela cartilha desse grupinho seleto já é esculachado e tem sua inteligência questionada.
Pois eu acho q lá como cá o machismo é o mesmo, e tem mais é que ser combatido onde quer q se apresente, to me lixando se é na USP, na favela, no ambiente de trabalho, em certas culturas, eu da minha parte , NUNCA vou respeitar gente machista, venha de onde vier.
Mariana, você deu a sua opinião e a Lola deu a dela, ela tem como o direito de se decepcionar com os comentários e expressar isso. O post inteiro é lotado de argumentos contra os trotes e os relacionando com os casos de estupro e você vem chiar porque ela foi emocional em uma frase?
ResponderExcluirNão entendo como depois de um post desses alguém ainda pode insistir que não há nenhuma relação entre trotes pesados e estupros, e isso que foi você que chamou outras pessoas, os calouros, de idiotas.
Aliás, os alunos que organizam ou que mais participam de trotes e festas são, em geral, os mais refratários a obedecerem normas e regras dentro da universidade. Os mais mansos e estudiosos são justamente os "fodões" que não participam de trotes e festas.
ResponderExcluirGente, esse negócio de "falange política" foi uma bobagem que não dá mais pra aguentar. O pessoal da USP está sempre se saindo com esse tipo de asneira. Onde ficou a complexidade desse povo?
ResponderExcluirEles estão esquecendo que parte dos estupradores, dos valentões, dos arrogantes, dos metidos à besta, enfim, parte dessa escória é de esquerda, filiada aos partidos político que esses professores defendem. Oras, vamos lá, vocês conseguem um pouco mais de densidade nessas ideias prontas.
Isso posto, todo trote violento deve ser severamente punido. Mas, talvez, pra punir severamente o trote, a gente precisaria baixar a maioridade penal, coisa que a "falange política" não permitiria, pois os estupradores são vítimas do sistema e já sofrem, coitados, com punições terríveis vindas das faltas sociais.
Ih Lola, te prepara. Os comentários desse post vão ser do mesmo nível dos do outro. É como eu disse lá: usam as mesmas justificativas dos "trotistas".
ResponderExcluirAbuso sexual tem tudo a ver com trote. Trote é BURRO. Mesmo as brincadeiras mais inofensivas, como pintar os calouros, muitas vezes acabam de jeitos ruins. Recepção aos calouros NÃO TEM QUE SER TROTE. Eu nunca vi um trote que não envolvesse "abuso de poder" dos veteranos pra cima dos bixos. Nunca! E é uma gente tão sádica que às vezes continuam aplicando o trote mesmo depois de formados. Trote é bullying naturalizado. Completamente desnecessário!
Lê Lola: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/estupro-uma-violencia-de-mil-faces/
ResponderExcluirgente,há toda uma cultura fora do academico que acompanhou aquele adolescente desde criança e essa cultura prega que pra vc ser foda é se curvar diante do machismo e outros preconceitos.É ser preonceituoso como seu bisavo era mas sendo ate com roupagem nova que oculta muitas vezes q aquilo é preonceituoso.É um pseudo rebelde repetindo as mesmas coisas do sistema quo.
ResponderExcluirPor isso muito importante esses grupos nas universidades pra conscientizar.
E tambem puniçao pra quem promove tais coisas.
Ainda digo que o feminismo urgetissimo no periodo escolar.urgetissimo
Mariana,
ResponderExcluirUm bom jeito de você contra argumentar seria colocar aqui nos comentários os fatores que fazem você achar que os trotes têm que ser permitidos? Qual é a importância desses eventos?
acho que trote deveria ser proibido,já que tem gente que aproveita isso para humilhar os outros.
ResponderExcluiro que eu realmente n entendo é que vcs vivem falando que eles devem ser punidos,mas quando alguém diz para os calouros denunciarem eles,tentar fazer alguma coisa,ai vem aquela balela de estar a culpando a vítima.
os veteranos não vão se denunciar,então,quem tem que fazer é quem ta sofrendo com isso.
só que complica um pouco,no outro post disseram q se a faculdade está se lixando para isso ,n tem pra quem fazer denuncia e é verdade.
parece q vcs querem que a gente se limite a dizer o que todo mundo já sabe e já diz ,que quem faz esses trotes são uns babacas fdp e que calouros sofrem com isso.
.."oida pra ditar normas do q é certo e errado (o famoso cagar regrinhas) só pq frequenta esse ambiente. "
ResponderExcluirMas pelo visto não são só eles que querem ditar as regras. Vcs também se acham donos da razão por aqui.
Eu sugeri que tenham grupos de veteranos dispostos a conscientizar os calouros de que eles não precisam participar dos trotes, que não serão excluídos por isso.
Isso é conviver com o diferente. O trote continua existindo, mas há uma opção clara de não participar.
Claro que trotes abusivos devem ser combatidos. O que eu entendo por trote abusivo? Isso varia muito de pessoa pra pessoa, eu não faria quase nada, tem gente que aceita mais brincadeiras. Mas há episódios claramente lamentáveis, como por exemplo o tal rodeio de gordas, que a lola já até escreveu um post sobre. Aquilo é realmente ridículo e deve ser proibido.
Mariana, te juro q meu comentário não foi dirigido a vc, desculpe se deu essa impressão, não sou contra a realização de trotes nas faculdades, desde q não sejam usados p humilhar quem quer q seja.
ResponderExcluirAcho q esse deveria ser um momento de confraternização e apresentação do ambiente acadêmico ao novato, não o festival de machismo grosseiro como se tem visto em muitos lugares.
Brincadeiras pra muita gente são bem vindas, eu tenho bom humor e gosto delas, mas entendo q ha muitos q não gostam e tem q ser respeitados.
O meu comentário foi pra um "seleto"grupinho q posta aqui e se acham acima do bem e do mal, e não perdem nenhuma oportunidade de demonstrar sua "superioridade" intelectual desclassificando tudo o q vai contra suas "normas" do que é certo e o que é errado segundo seus critérios toscos, atribuindo a ignorância todas as opiniões contrarias as suas.
Trotes com cunhs machistas e preconceituosos sejam leves ou pesados devem ser proibidos.acho q nao ha problema em trotes q nao carregam preconceito'sexismo
ResponderExcluirNo meu curso da época da graduação, na minha ex-universidade (também pública), o trote era organizar uma festa a fantasia (e mesmo assim, eu não quis participar - pq sou obrigada a organizar uma festa? só por ser caloura?). Esses outros trotes então... socorrooooo!!!
ResponderExcluirE pq estupro é sempre o único crime que, quando noticiado, é suposto? Estatisticamente sabe-se q entre 2% e 8% são denúncias falsas... a maior parte é verdade mesmo! E as pessoas continuam a falar disso como se fosse tudo invenção??? Não é o suposto estupro - é o estupro mesmo, e só, a palavra sozinha.
Existem trotes e trotes. Na minha faculdade, o povo fica muito sujo, pede dinheiro no sinal, e tanto as meninas como os meninos passam um chocolate de boca em boca (essa parte é nojenta). Além disso, o trote é "anunciado", e as pessoas são literalmente convidadas a participar. Só participa quem quiser. Inclusive a coordenadora da primeira turma sempre fica de olho em tudo que está acontecendo. Além disso tem os trotes solidários na semana de acolhimento ao calouro... para doação de roupas, estímulo pra doar sangue, etc. Até eu que detesto me sujar e fugi de trote em outra faculdade participei feliz desse, porque você não se sente "pior" que os veteranos, não tem humilhação, e sinceramente não vi machismo. Pra mim, é ume exemplo de que dá manter a tradição do trote sem precisar apelar pra preconceitos e humilhação.
ResponderExcluirMas não vejo sentido em coisas como trote surpresa (na UnB, por exemplo, pelo menos no curso que fiz, vc não sabe quando o trote vai acontecer, nunca é no início das aulas) ou qualquer brincadeira preconceituosa. E forçar a pessoa a fazer qq coisa que ela não queira pra mim também é absurdo. Enfim, só queria deixar minha opinião :)
Todo trote é abominável e burro? http://vestibular.uol.com.br/ultimas-noticias/2013/03/14/em-trote-solidario-alunos-da-unifesp-andam-vendados-e-reclamam-de-poste-em-faixa-tatil.jhtm
ResponderExcluirMenos, gente, menos. Trote pode ser brincadeira, pregar peça, sem escrotice, sem violência e sem forçar a barra. Pode ser também doação de sangue, prestação de serviço à comunidade, conscientização da vivência acadêmica, etc. Qual a importância? Eu acharia legal ter tido um trote decente para conhecer os veteranos, especialmente um que nos introduzisse às peculiaridades da vida acadêmica.
Eu também achei alguns dos argumentos sofríveis. Do post e dos pit bulls da Lola (como se ela precisasse...).
Lola, você tambem ficou indignada com alguns comentários do outro post....? Ufa, nao fui so eu....:p
ResponderExcluirAo contrario do que disseram no outro post , trote nao se evita dizendo " pronto , nao vou" .as vezes vc nao sabe que vai rolar nem aonde.onde eu sabia que tinha brincadeira barra pesada, como na fazenda onde davam banho de lama eu nao fui.Mas um veterano ja me deu carona e pra mais duas ou tres meninas, em vez de nos largarem no ponto,como prometido, levaram pra casa deles.era nossa primeira semana na cidade,a gente nao conhecia nada ali e estava perdida.chamaram a gente pra entrar e fizeram varias brincadeiras de mau gosto.uma menina se divertiu, achou engraçado, mas eu nao achei graca,Me deram um copo de pinga pura pra tomar e eu cuspi, porque nunca tinha bebido antes,
Nao tem pra quem se denunciar, nao tem reitoria nem diretoria comprometida,se for faculdade particular pior ainda, porque nao querem perder aluno$ ( mensalidade$) ...uma amiga minha professora universitária foi vitima de bullying de alunos e assedio moral , foi demitida meses depois.Se nem no caso dela que era professora e trabalhava ali nao fizeram nada , taparam o sol com a peneira e ainda jogaram a culpa nela, vao fazer pra aluno?? ...fala serio....
E por favor, que parem de desqualificar os relatos das vitimas,estupro eu nunca vi, mas acredito.se nao vi estupro, pelo menos vi um menino que passou em agronomia no mesmo ano que eu largar a faculdade porque nao agüentou os maus tratos no trote....os pais dele contaram aos meus pais,a gente viajou juntos algumas vezes e logo depois ele desistiu....ele tava mentido?? ....fala serio, ne,..
Enquanto nao houver um canal onde vc possa denunciar, vai continuar acontecendo.e um canal pra denunciar , acho que so mudando a lei.../:
Bjs
O trote da minha faculdade foi bem tranquilo e amigável. Em nenhum momento houve humilhação e nem distinção no tratamento dado aos calouros e calouras. Foi bem divertido e realmente promoveu integração entre calouros e veteranos. Acho que quanto maior a faculdade, mais escroto são os trotes, pois numa faculdade como a que estudei, com menos de 1000 alunos, não existe aquele comportamento coletivo (acho que existe um termo pra isso, mas nao me lembro).
ResponderExcluir"Também acho uma bobagem essa motivação obscura por parte do corpo docente. Gente, Terra chamando... aloww!" [2]
ResponderExcluir"Uma falange que apoie as propostas conservadoras e que apoie esses dirigentes conservadores." "O trote é fundamental para formar uma falange política coesa e obediente que vai fazer aquilo que as pessoas que estão no topo da hierarquia mandam." Oi? Falange política?
Lola, isso é teoria da conspiração? Quais são os indícios que os professores da USP apontam para essa acusação?
Se substituísse a palavra conservadores por "comunistas" eu juraria de pé junto que o trecho tinha sido escrito pelo Olavo de Carvalho.
Acho que o princípio do trote é humilhar, mesmo quando o calouro participa porque quer. Ele se submete a humilhação, muitas vezes sem nem notar que está sendo humilhado, naquela de "é assim mesmo", "é só uma brincadeirinha". Não consigo vem uma boa razão além da humilhação para sujar o outro de tinta e ver ele pedindo dinheiro no sinal. Seria diferente sujar todos, calouros e veteranos, de tinta e todos irem pedir dinheiro no sinal. Aí não há hierarquia, todos realmente interagem de igual para igual. Mas a partir do momento em que você coloca alguém na posição submissa onde você "dá o trote" e essa pessoa recebe, ainda que ela tenha aceitado receber, já se está insinuando violência.
ResponderExcluirLola, querida, se você não se informar melhor sobre o que escreve, fica feio. Prefiro pensar que você não foi pesquisar sobre o que está falando do que achar que você o fez e assim mesmo está passando informações erradas para quem confia no seu blog. Esse hino para a biologia tem quase 15 anos, nunca ouvi ninguém do GAP cantá-lo, aliás nenhum deles sabe essa letra de cor, porque tem coisa mais importante pra decorar haha E esse caso do estudante que alegou ter sido violado no alojamento foi apurado e o próprio confessou que nada disso ocorreu, o menino inclusive acusou pessoas que não estavam na suposta noite do ocorrido. Por favor, Lola, seu blog é bem legal, tente manter a credibilidade, fica feio mentir pra quem confia em você, não é?
ResponderExcluirSou caloura de Engenharia Civil na PUC -Campinas. Cheguei aqui com 17 anos pra morar sozinha numa kitnet. É claro que não aceitei participar do trote porque já havia sido informada da violência que rola. Além disso, o que uma caloura de 17 anos ia conseguir fazer contra uma dúzia de veteranos bêbados com dobro do meu tamanho? Okay, não participei do trote e saí pelo outro lado da Universidade.
ResponderExcluirAcontece que o trote não se restringe ao dia do trote. Fiquei marcada como uma das bixetes chatas, fresquinhas que não foram para o trote. Não parece um "efeito colateral" muito agressivo, mas essa marcação machuca sim e também é uma forma de preconceito.
Nem todo o trote é violento. O meu no IFCS-UFRJ foi bem tranquilo e divertido até. As brincadeiras eram para integrar, ninguém sofreu humilhação. Conheci meus melhores amigos - alguns amigos até hoje - entre os trotistas. Depois eu mesma estava entre os trotistas, dei trote duas vezes e minha consciência está tranquila, tenho entre meus melhores amigos até hoje alguns dos meus calouros também. Na UFRJ, ao menos na minha época, tinha o trote verde no qual os calouros eram convidados a ajudar a coletar lixo de alguma praia, tinha a aula-trote, depois os veteranos ensinavam os calouros a usar a intranet da universidade, mostrávamos a secretaria, a administração, ensinávamos a usar o sistema da biblioteca. Enfim, era um trote muito bacana.
ResponderExcluirÓbvio que trotes solidários não são burros. Quando eu entrei na UFRGS nós doamos alimentos e livros pra creches e escolas. ÓBVIO que isso é um trote legal. Mas é o que menos acontece.
ResponderExcluirLívia Pinheiro, o trote solidário surgiu justamente como uma forma de se contrapor ao trote tradicional, com a proposta de fazer algo de bom e útil para a sociedade.
ResponderExcluirNa unesp tinha trote solidário tambem,...um deles foi levar os bichos pra doar sangue,,,,eu nao fui porque na época, pra doar sangue tinha que ter peso mínimo de 55 kg....eu nao tinha, hoje tenho kgs de sobra....kkkkkkkk;)))
ResponderExcluirAchei essa parte legal.
Outra modalidade que achei legal, foi o pessoal da agronomia e engenharia florestal que fazia cada bicho plantar uma arvore....ia quem queria, eu nao fui, acho que tava chovendo....:p
Tem gente legal sim, apesar do pessoal violento...;))
A minha curiosidade é:que tipo de educação estes caras têm em casa??!!
ResponderExcluirSerá que as famílias têm conhecimento destes comportamentos criminosos??
Ou eles sairam de uma chocadeira???Não podem ter saído de um útero uns monstros misóginos destes!!!
Só eu interpretei falange política como da política INTERNA da faculdade? Vi muitos comments indo na direção da política geral.
ResponderExcluirDe qualquer jeito também não acho que seja. Acho que não se faz nada por falta de peito, porque pode ser mal visto.
Não sou a favor da proibição do trote, acho uma medida arbitrária, só acho que deva haver fiscalização, que seja fortalecida a idéia de que você pode não participar do trote e ter vida social, e que os que passam do limite sejam punidos.
Proibir tornaria algo ainda mais "underground". Corre o risco de que os que continuarem piorem, porque já que estão fazendo algo proibido (o que confere certo status a quem segue uma mentalidade como a do GAP), já que tudo está fora do limite o limite deixa de existir.
esses caras do GAP estão precisando de uma lição bem dada, hein?
ResponderExcluirLola, sobre essa coisa de combinar com os amigos de estuprarem a mulher me aconteceu algo parecido recentemente. Eu já conhecia seu blog e sei como é dificil pros estupradores serem condenados.
ResponderExcluirEra o final do ano retrasado, faltavam uns dias pro natal. Sempre que eu saia pra beber, encontrava um 'amigo' (que foi apresentado por um ex-namorado, porém meu ex sempre falou que ele não era confiável, mas eu nem liguei). Bebiamos e cada um pagava o seu, e ficamos batendo papo, sobre sexo inclusive, na maior naturalidade e ele contava que ia em zona e tal. Mas eu nunca fiquei com ele.
Enfim, nesse específico dia, passamos a tarde bebendo em um bar junto com outro amigo dele, velho tbm. Mais a noite queriamos ir pra um outro bar, mas o tal amigo não queria e ele pediu pra eu levar o amigo dele na casa dele, pq ele tava sem capacete e depois nos encontrariamos lá. Eu tava com o carro do meu pai. O tal amigo mora sozinho.
Eu levei e nem sai do carro, disse que ia voltar pro bar, e sem eu perceber, ele pegou a chave do carro e minha bolsa e entrou na casa e queria que eu entrasse de todo jeito pra tomar cerveja. E eu dizendo que não. E pensando se chamava a polícia ou ligaria pro meu pai e correria o risco de ouvir um monte de merda ainda.
Só que ele não tava agressivo, fazia o tipo simpáticão pra eu entrar lá de boa. Mas eu sabia que tinha alguma coisa errada. E ainda mais se eu entrasse na casa e fosse estuprada, a 'culpa' seria minha, né? Se eu chamasse a polícia, ele me devolveria e eu passaria por louca. Até que depois de 1 hora, ele 'desiste' e me devolve a bolsa e a chave. Só que eu fiquei com tanta raiva que nem voltei mais no bar. Vim pra casa.
E o colega do bar começou a me ligar pra eu ir lá, mas eu não atendi pq não queria mais sair. Até que eu resolvi atender e tinha chegado uma mensagem de voz e quando eu ouvi qual era a minha supresa do diálogo do meu colega:
" - A MonaLisa, vc pode comer o que quiser dela, o cú, a boceta, pode fazer o que vc quiser com ela!
- Como ela é? Loira, morena?
- Morena. Alta, mora ali no bairro tal, na rua tal."
É mole? O cara tava me 'oferecendo' como um pedaço de carne pra sei lá quem, como se fosse meu cafetão. Passando meu endereço. Imagina se é algum estuprador e invade a minha casa? Esse cara não tem noção disso? O cara falando essas coisas e algum idiota se acha no direito de me estuprar pq o fulano falou que ela é safada, gosta de pica de qualquer um?
E é tão cretino que nem percebeu que a conversa já tinha caído na
caixa postal. E depois dessa conversa, eu tive certeza que ele e aquele amigo dele tava armando pra me estuprar.
O meu sangue ferveu muito nessa hora. Eu respondi a mensagem de voz na hora, chamando ele de fdp estuprador, pra oferecer a mãe dele, o cú dele, que ele era um desgraçado, maldito, pra nunca mais se atrever a falar comigo, senão eu daria um tiro na cara dele.
Claro que ele tentou me ligar umas 5 mil vezes durante da madrugada, me mandou mensagem de voz, por SMS querendo falar comigo, se explicar, que não era nada disso que eu tava pensando. Que viria na minha casa pra conversar se eu não atendesse. Só que eu viajei no outro dia e ele ficou tentando ligar o fds inteiro. Até que desistiu. Eu nunca mais encontrei com ele por ai e nem quero. Mas se encontrar, e ele vier falar comigo, vou começar a gritar que ele é estuprador.
Pena que eu perdi o celular uma semana depois. Mas pelo menos minha madrasta tbm ouviu a apologia ao estupro. :(
Esses assuntos de trote já estão ficando repetitivos!
ResponderExcluirSou formada em Letras pela UERJ há 6 anos.
1- Só participa do trote quem quer!
Obviamente,não justifica machismo,estupro,violência e brincadeirinhas de mau gosto! Mas desde já,afirmo que ninguém é obrigado a participar disso!
2-Geralmente,os veteranos falam assim pros calouros: "Olha...se vocês não toparem participar do trote,serão excluídos da "vida social" da faculdade! Leia-se: não serão convidados para as festinhas,etc e tal!
Isso é coisa de gente que tem a mente fraca! Na minha época,em 2003(eu tinha 19 aninhos),falaram as mesmas coisas.Falaram que eu seria excluída e blá-blá-blá!
MAS EU NÃO FIZ QUESTÃO ALGUMA DE SER "INCLUÍDA" EM UM GRUPO QUE NÃO RESPEITA AS MINHAS VONTADES! PRA SER MEU AMIGO(A),TEM QUE GOSTAR DE MIM DO JEITO QUE EU SOU!
Infelizmente,os calouros,em sua maioria,são recém-saídos da "aborrecência" e aí,pra se enturmar,se juntar com a galera,topa participar das maiores atrocidades!
Temos aí os dois lados:
Violência em excesso,que deve ser combatida e punida!
Pós-adolescentes,que levam mais em conta a socialização do que o objetivo de aprender,de se formar!
Amizade é consequência! E mais uma vez,repito:
NOSSOS AMIGOS TÊM QUE GOSTAR DE NÓS DO JEITO QUE SOMOS!
Isso que os rapazes fizeram (de cantar o 'hino' na rua) enseja uma gorda indenização por danos morais! Meninas, tomem a frente, exijam seus direitos, entrem com um processo cível e criminal (injúria/difamação) e arranquem um dinheiro destes babacas (ou melhor, vai ser dos paizinhos deles). Quando mexe no bolso, a coisa muda de figura...
ResponderExcluirFalando sem medo de que me taxem de autoritária e pouco democrática acho que trotes deveriam ser proibidos. Os adolescentes (e para mim 18-22 anos AINDA é adolescente principalmente na sociedade classe media e alta brasileira) os adolescentes nao tem maturidade suficiente para distingir o certo do errado, o que machuca do que nao machuca. Essa juventude acha que é imortal e serão eternamentes jovens e saudáveis e podem fazer qualquer coisa. Afinal assim foram educados desde pequenos quando muitos desses que fazem trotes já em suas casas nunca foram ensinados a respeitar a sua empregada ou baba (porque a grande maioria desses tem), ao contrario muitos sao ensinados desde pequenos a rir e a humilhar essas pessoas que trabalham para eles, acreditam que existam sim uma classe inferior que pode ser humilhada, eles so transmitem estas idéias nos calouros com os trotes.
ResponderExcluirParticipa quem quer? Bom, eu escapei dos dois trotes das duas universidades que entrei. So que nao foi fácil nao. Ninguém veio com apelo emocional para cima de mim de que eu seria anti social, porque nunca consegui me integrar a nenhum grupo mas tampouco nunca em minha vida fiz a menor questão e menos de me integrar a um grupo de adolescentes que se acham os maiorais. Mas tentaram me levar a forca com agressão, puxando pelo braço quase me arrastando. So que nas duas vezes como tenho a pressão muito baixa eu passei mal nas duas vezes com o qual os veteranos (por sorte) se assustaram e me ajudaram a ir embora. Tive sorte, e se tivessem sido veteranos animalescos? Sei lá o que poderiam ter me feito se eu caísse desmaiada. (Apesar de tudo e apesar dos relatos constantes neste post de que existem mais veteranos animais que gente, eu acredito que aqueles sejam minoria).
Trote deveria ser proibido, tampouco sou a favor do chamado trote solidário, acho que deve partir da pessoa fazer uma boa ação e nao ser obrigada a ela, porque também se vc nao participa é chamado de pouco solidário, egoísta, etc. Tem gente que nao pode doar sangue so que nao esta afim de gritar pra todo mundo "ei eu nao posso porque tenho tão doença" (porque se aparentemente vc é saudavel sempre vem criticas de reprovação) ou entao simplesmente vc nao esta afim de catar lixo, ou cuidar de criancas... é um direito seu. Acho que vc pode orientar a doar sangue, cuidar, catar lixo, o que for, mas nao pode fazer disso um trote que fica obrigatório. Cada um que sabe da sua vida e o que é melhor pra ele,
E antes que me xinguem, eu estou generalizando a respeito dos adolescentes, claro que tem muita gente madura nessa faixa etária.
Como tem gente que se dói quando criticamos os trotes. Não entendo.
ResponderExcluirE também sempre tem quem acha que tem coisa melhor para discutir, "deixa disso" etc.
Na minha faculdade os trotes eram proibidos e havia apenas a versão solidária, com doação de alimentos e sangue.
As aulas dos calouros começavam alguns dias antes, acho que para haver uma assimilação da faculdade, aquelas aulinhas de apresentação do curso e também permitir uma integração entre os calouros. Só depois veteranos começavam e somente no primeiro ano teve o ~trote tradicional~, com pedágio, tinta etc.
Mas era proibido fazer no prédio da universidade, tinha que ser na rua. E da minha sala foram uns 3 rapazes, de umas 70 pessoas. Nem por isto deixo de ter empatia com quem não estuda num ambiente assim. O fato de eu ter escolhido não participar não me torna melhor nem "cabeça forte", que coisa estúpida. Sempre fui ~a chata~ e isto não me impede de criticar quem pratica violência.
Discurso que parece conivente com violência doméstica, de mulher que não se separa, etc.
Uma bobagem sem fim.
Mirella,
ResponderExcluirMe pareceu que quase todos estão criticando o trote. Mas alguns acham que um jovem de 17 ou 18 anos já tem algum poder de escolha, podem ser mais impulsivos e menos responsáveis mas não são crianças. Quando tiverem 21, 22 ou 23 anos vão atender pessoas, projetar construções, defender causas.
Acho que não está muito claro pra alguns comentaristas aqui qual a origem e a manutenção da cultura de estupro na nossa sociedade.
ResponderExcluirAssim como nossa sociedade fomenta a cultura do trote na universidade - "ah, tem que se enturmar, tem que participar, tem que estragar o cabelo pra todo mundo saber que você é fodão e passou na USP", o que ficou bem explicadinho no post, pois mostra como um grupo que é socialmente dominante naquele ambiente faz pra se manter dominante e pra perceber quem será dominado -, fomenta também o estupro - vide "gatinha assanhada você tá querendo o quê" e etc que, abominavelmente, minha filha de 3 anos já sabe cantar. Acho que a Lola já disse, ad nauseum, o quanto o estupro está visceralmente ligado às questões de poder.
No caso do trote como ferramenta, isso pode ser mais elaborado, mas só sendo cego pra não ver que grande parte dos membros de comissões do tipo GAP (e até nos CAs) tem seus posicionamentos políticos escancarados. Podemos aqui relembrar a maravilhosa Chapa Reação, pra última eleição do CA da Letras (confere, galera?), ganhando café da manhã do reitor e apoio escancarado daquele coolunista bacana, o Reinaldo Azevedo - colunista esse que recebeu uma cartinha indignada de uma professora nossa, lamentando não ter podido aplicar uma prova devido aos diversos protestos que movimentaram a letras em 2012.
Então, não acho que essa relação do trote com as frentes políticas é mera "teoria da conspiração".
Lola, excelente post como sempre! E que pena que eu saio do trabalho às 18h, senão eu ia te ver na quinta!
Gente, parece filme de terror a menina se trancar no quarto e os psicopatas forçando a maçaneta!!
ResponderExcluirSó que não é. Não é filme de terror e eles não são psicopatas. São filhinhos de papai e mamãe que se acham as picas douradas da galáxia e acham que a mulher tem que fazer o que eles quiserem. São apenas a massa de homens que a gente já conhece da rua, da família, do grupo de amigos.
A menina passa com a blusa do curso dela e é obrigada a ouvir baixarias. Igual a andar na rua e sofrer assédio verbal. Você não pediu opinião de nenhum homem sobre a sua pessoa, mas eles dão mesmo assim.
Eu parabenizo o grupo feminista de São Carlos por ser forte e bater de frente com os mimadecos, quando ninguém mais bate.
Larissa Ferraro,
ResponderExcluirOs DCEs são, geralmente, dominados pela esquerda. Uma ou outra chapa se declara de direita, e raramente vence. E os trotes, festas, bebedeiras, estupros sempre ocorreram. Por mais que doa (acho que a maioria aqui somos de esquerda) temos que aceitar nossa culpa.
Como alguém pode achar que uma pessoa de 18 anos não tem idéia do que é certo e do que é errado?
ResponderExcluirPor isso que no Brasil,jovem pode cometer o crime que for ,que vai ficar por isso mesmo,porque os pobres coitados são tão alienados que não sabem o que fazem...
Trotes violentos e estupros devem ser punidos,acho que isso devia ser proibido de vez,não dá pra prever o que esses fdp vão fazer e realmente parece filme de terror a história dessa garota.
Mas tirando isso,o que me irrita é a reclamação geral bastante fútil dos adolescentes.
Que se veem na obrigação de aceitar os trotes,senão vão sofrer severas consequências,como não ser adorado por todos,não ser convidado para festas e ser taxado de chato por alguns.
Não é demais,esperar que eles já tivessem percebido que o mundo não gira ao redor deles e que com trote ou sem trote,vai ter gente que não vai gostar de você,sempre vai ter alguém que vai te achar um mala,nem vão se lembrar da sua existência se derem uma festa.
Eu não tive oportunidade de fazer faculdade,com muito esforço dos meu pais terminei o 2ºgrau,agora vejo gente que tem,reclamando porque vai perder umas míseras festinhas e eu achando que o objetivo de ir a uma faculdade era o estudo.
Ah, André, concordo com você. Talvez nem seja a vertente política em si que esteja relacionada ao problema do trote, mas o enorme desejo de estar/se manter no poder. Por isso, apesar de eu ter um pensamento "de esquerda", duvido muito de certos tipos autoentitulados "de esquerda", que prezam mais o poder do que uma sociedade mais justa.
ResponderExcluirSabrina, acho que ninguém discorda que a pessoa que participa do trote como calouro (voluntariamente) ajuda a fomentar essa cultura, mas talvez sem ter noção de tudo que tá envolvido aí.
ResponderExcluirO que mais tem nesse país hoje é gente que quer estar inclusa - seja num grupo como o dos colegas de faculdade, ou do trabalho, etc. Fico com a impressão de que existe um vazio interno coletivo, que faz com que as pessoas queiram se sentir pertencentes a um grupo, seja qual for. É o que leva a pessoa a participar de uma torcida organizada violenta, ou de um grupo que aplica trote "tradicional" em faculdade, ou dos "recalcados" que falam mal de todo mundo no trabalho...
Não sei se tô viajando, mas acho que o mal do Ocidente é a falta de auto-estima. É a pessoa que necessita subjugar o outro pra se sentir melhor. Ou, como já disseram em outro post por aqui, esse é um tipo de personalidade com transtorno Borderline (gente, leiam na Wikipedia, vocês vão perceber que conhecem mais gente assim do que gostariam).
para o povo que acha q jovens n são capazes nem de somar 1+1 quanto mais saber o q é certo e errado,me esclareçam uma coisa.
ResponderExcluirpor que os calouros n tem maturidade nem para dizer q não querem participar de porra nenhuma,de dar as costas e voltar pra casa e veteranos que devem ser 1 ou 2 anos mais velhos tem plena consciência do que fazem?
se é assim mesmo,os caras que estupraram essa garota,nem tem idéia do que fizeram, coitados né marmanjos de 20 anos não sabem q é errado abusar de mulheres.
n estou dizendo q acho isso,só seguindo a lógica de vcs que jovens são babacas bitolados ou isso só serve para alguns?
como falaram ai,é por isso q jovem vagabundo mata e não acontece nada,ele n precisa pagar pelo que fez,pq nem tem ideia de que matar é crime,por isso que o brasil é essa merda.
Pode falar do excesso de bebida que rola nesses trotes ou é só sobre estupro?
ResponderExcluirJulio,
ResponderExcluirA mulheres são vítimas do estupro, porém ambos, homens e mulheres são vítimas da CULTURA do estupro.
Por isso todas as pessoas devem se informar a respeito e vitar reproduzir comportamentos que incentive essa cultura.
A questão é que tanto calouros quanto veteranos talvez não tenham noção de tudo o que está implícito nessa demonstração de poder x humilhação que é a maioria dos trotes.
E bom, mesmo que tenham noção, ser humano é chegado em subjulgar outros seres humanos, não. A diferença é que os calouros estão em posição de fragilidade e sob pressão. E sim, três anos pra uma pessoa que está na faculdade pode fazer mta diferença.
Faço cursinho pré-vestibular com pessoas que "acham ok serem machistas, racistas, classistas e homofóbicos", alguns são alunos e outros professores. As piadas machistas são as mais comuns, todo mundo ri e ninguém condena porque "é só uma brincadeira" e se você reclama, é o "viadinho" ou a "mal comida" da sala.Essas pessoas entram na faculdade e continuam perpetuando os mesmo preconceitos. Não quero generalizar, isso acontece no meu cursinho e nos cursinhos de alguns amigos, mesmo sendo empresas diferentes.
ResponderExcluirLarissa Ferraro
ResponderExcluirTalvez você esteja certa,se não for isso,eu não tenho idéia de onde vem a vontade de querer ser idolatrado por todo mundo.
Acho que o problema não é o trote. O problema é a sociedade! A sociedade é machista e os trotes (em sua grande maioria! claro que existem exceções) só reflete essa cultura. Claro que participa quem quer, mas pra mim isso não é desculpa pra repetir os mesmo atos machistas e homofóbicos anos após ano. Ninguém tem obrigação de mudar a sociedade, mas acredito que os universitários, que tanto se orgulham de serem "mais inteligentes" porque passaram numa prova de vestibular, têm sim capacidade para escolher que tipo de comportamento quer ratificar. E acho que essa desculpa de "participa quem quer" é mais uma forma de ratificar esse comportamento machista. Independente se você participa ou não do trote, você concorda que ele ocorra dentro da sua universidade e dentro do seu curso. Esses dias tenho visto coisas engraçadas. O globo publicou algumas reportagens sobre os trotes da medicina na UFRJ. Os alunos se sentiram pessoalmente agredidos e incomodados com as REPORTAGENS, e não com quem organiza e participa dos trotes e das outras muitas manifestações de machismo dentro da faculdade. É a globo que tá denegrindo a imagem dos estudantes? Ou somos nós que fazemos questão de repetir as mesmas brincadeiras idiotas e quando elas aparecem na mídia ficamos envergonhados? As pessoas preferem culpar quem denuncia a agressão do que o agressor. Dizem que as coisas foram tiradas do "contexto". Eu não entendo em que contexto chamar meninas de piranhas/vagabundas é aceitável! Antes de entrar na ufrj, fiz um período na UFC que me foi muito enriquecedor. Não fui recebida com brincadeiras idiotas e sexistas e sim por um grupo de veteranos dispostos a organizar uma semana de recepção de fato integradora. Acho que somos nós os responsáveis pelo que acontece dentro (e fora) da universidade. E mesmo quem diz que "não partipa" tem o dever de se manisfestar abertamente e estimular a reflexão ou está sim compactuando com o que acontece. Acredito que é assim que as coisas mudam e evoluem.
ResponderExcluirQuando eu entrei na psicologia da Usp, em 1969, o trote foi o seguinte: Os veteranos dividiram os calouros em grupos de 10 e saíram mostrando a faculdade para eles. Depois reuniram todos numa sala grande e fizeram explanações sobre o curso, suas propostas e vertentes.Os calouros que foram achando que teriam suas cabeças raspadas e as calouras que achavam que sofreriam algum tipo de abuso, voltaram para casa deslumbrados com o ambiente que iriam frequentar daí para diante. No ano seguinte esses ex-calouros repetiram o mesmo "trote". Não sei se continua assim, mas foi um exemplo de civilidade para mim.
ResponderExcluirA universidade ao contrário do que todos pensam também reproduz os mecanismos de poder e submissão da sociedade em geral, infelizmente.
ResponderExcluirPra não dizer que não teve momento machista durante o trote pelo qual passei, teve um veterano que ao pintar as mulheres, queria enfiar o pincel cheio de tinta no ouvido das meninas! Na 1a tentativa já reclamamos e o cara só não tomou um pau da gente, por que o colega dele o afastou, rs, rs, rs.
Dá pra ter integração sem humilhação. Mas, do jeito que tá, é melhor proibir mesmo.
Eu sei que é tecla batida, mas, eu não consigo entender como uma pessoa se deixa humilhar em nome da "integração". Teve muita gente que era contra o trote e não foi, e nem por isso deixou de ter amigos. Aliás, os amigos que eu tive ao longo do curso, nenhum deles foi ao trote. Nenhum. E nenhum deles deixou de ter colegar pra fazer trabalho em grupo.
André, não disse que adolescentes de 17, 18, 19 anos são crianças, que não podem refletir sobre suas ações, etc. Apenas apontei que, na minha opinião, algumas pessoas acham que tudo se resume ao jovem de 17 anos que é fraco, e dispensam atenção mínima ou nenhuma a quem comete violência.
ResponderExcluirNão falei que era maioria ou todos os comentarios que são assim. Apenas expressei minha opinião sobre o foco que algumas pessoas abordam em certas discussões. Como reclamar da moça que bebeu, num post sobre estupro. E, como finalizei, sempre fui do tipo "chata", que ia à faculdade para assistir aula, reclamava de gente falando, tirava gente à toa de grupo. Porém, isto não me impede de sentir empatia por quem sofre violência, seja esta pessoa quem for. Este é o meu ponto. Muitas pessoas, e digo isto para além da caixa de comentarios, se miram na conduta do "elo fraco" (que sofreu a dita violência e se expos por ser mente fraca, maria vai com as outras, imaturo etc) para criticar um comportamento violento e não conseguem sair um pouco do senso comum. "ninguém mandou fazer, então agüente as consequências" é um papo bem recorrente que prejudica demais.
Mas gente, é a idade do calouro que está em jogo? Não seria a situação social que se estabelece entre calouros e veteranos?
ResponderExcluirMulher que fica defendendo trote machista nos comentários é demais. Vou deixar um convite: podem vir aqui estudar Engenharia para ver que "legal" vai ser a vidinha delas, se elas forem inteligentes. Se bem que pode ser que elas entrem no grupinho que se submete; aí realmente elas vão ser muito "queridas" pelos seus coleguinhas e professores. Principalmente se levarem tudo na "brincadeirinha"; se contemporizarem e tornarem tudo menos grave. Eles vão dizer na sua frente que vc. é um doce de pessoa (diferente das "feministas encrenqueiras") e, nas suas costas, vão colocar seu nome indevidamente em listinhas pra avaliar a sua "qualidade física" no "mercado do sexo", que , geralmente, segundo eles, se relaciona a sua notas. Convido vcs. também para ouvirem de professores que seu lugar é na pia ou num curso de corte e costura ou ainda num hospital psiquiátrico para paranóicos (se ousar reclamar de discriminação de gênero em aula). Aí a gente volta a conversar sobre suas opiniões (ou não). Nas palavras dos meus professores, após uma aluna reclamar de ter sido assediada: "talvez seu agressor esteja com TPM". A faculdade pública de Engenharia está de portas abertas para essas meninas que acham que tudo isso é brincadeira; é só prestar seu lindo vestibular e vir experimentar (ou fazer uma breve visitinha, onde, provavelmente, no mínimo vão ignorá-la (já que uma mulher é sempre mais burra) ou, no máximo vão fazer um escândalo "peitão, peitão" enquanto vc. passa. Se vc. gostar, vão te tratar como amiga. Se vc. passar cola, também. Mas, depois não reclame se for assediada violentada lá dentro, inclusive por professores. Saudações aos óculos rosa.
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