Fiquei chocada quando, em novembro, milhares de pessoas saíram às ruas de Paris para protestar contra o casamento gay. Eu pensava que, mesmo que muitos franceses votassem na direita, em matéria de costumes eles fossem um pouquinho mais liberais.
De lá pra cá, houve várias outras manifestações, umas pró-direitos humanos (você sabia que ser a favor de direitos básicos para minorias é ser pró-direitos humanos, né?), outras contra. Até que, na semana passada, aconteceu uma aprovação importantíssima na Assembleia.
Pedi ao meu correspondente estrangeiro na França, José Tarcísio Costa, que escrevesse um guest post contando tudinho. O Zé, que já contribuiu com um outro post de enorme sucesso aqui no blog, tem quase 27 anos e está cursando doutorado em Física e Matemática Aplicada em Nice, sul da França. Ele fez um trabalho trés fantastique em explicar a situação até para quem não vem acompanhando os últimos acontecimentos.
E não preciso nem dizer como é fundamental para todxs nós que lutamos por direitos iguais (o que obviamente inclui direitos iguais para homossexuais) seguir de perto o que vem acontecendo na França. Há inúmeras semelhanças com nossas lutas aqui no Brasil.
Conta pra gente, Zé!
Antes de ir diretamente ao assunto, é importante contextualizar um pouco a situação francesa. O último presidente de esquerda do país foi François Miterrand, que deixou o poder em 1995. Desde então a França foi governada pelo UMP (União para um Movimento Popular, embora eu não veja onde está o popular do partido). Foram três mandatos, dois de Jacques Chirac e um de Nicolas Sarkozy que, no fim, foi flertar com a extrema direita xenofóbica no desespero pela reeleição (que, felizmente, não aconteceu). Ou seja, de 1995 a 2012, a França esteve nas mãos da direita. 17 anos de direita! Isso afeta muito um país.
Voltando ao presente, durante a campanha presidencial de 2012 (a mesma em que Sarkozy não fez nada mais que atacar os imigrantes, sobretudo os ciganos e o árabes), um dos pontos mais importantes da campanha de François Hollande era a luta pela causa social -– eu digo um dos porque é claro que o assunto maior era a crise econômica. Dentro do pacote de reformas previsto estava o "mariage pour tous", o casamento para todos, assunto que tinha sido muito bem ignorado durante os 17 anos de governo UMP.
Logo após a sua eleição, Hollande disse que ia cumprir a sua promessa, mas não imediatamente porque era preciso lidar com a crise antes. Ok, não se falou muito disso até mais ou menos setembro de 2012, quando o texto para a futura lei passou a ser discutido com a previsão de ser posto em votação na Assembleia Nacional no início de 2013, tendo como grande responsável a ministra da Justiça Christiane Taubira. Em 2001, esta revolucionária esteve por trás da lei que reconheceu a escravidão negra como um crime contra a humanidade.
Tão logo o assunto dos direitos gays surgiu, a polêmica surgiu junto. Primeiro devido ao "Sarkozysmo", termo que ficou conhecido em alguns meios por aqui na França.
Quando Sarkozy flertou com a extrema direita pra tentar a sua reeleição, ele acabou "radicalizando" o próprio UMP, assim como grande parte de seus eleitores que, até então, eram mais centro-direitistas, mas que logo passaram a propagar um discurso mais radical à la Front National (FN), o partido de extrema direita francês que atribui aos estrangeiros a culpa de todos os males da França, que quer a saída do país da União Europeia e o retorno à antiga moeda, o franco. Resumindo, UMP e seus eleitores se tornando cada vez mais radicais ao mesmo que uma lei sobre direitos civis de minorias está sendo discutida -- não poderia dar em outra coisa que não fosse muita polêmica.
Antes mesmo da lei começar a ser efetivamente discutida, ela já sofreu ataques de deputados UMP. Destaco, entre eles, Christine Boutin, que disse entre outras coisas que "o direito ao casamento é aberto a todo mundo e os homossexuais podem casar-se naturalmente, MAS com alguém do sexo oposto” e “é muito provável que se nós aceitarmos o casamento homossexual, nós seremos conduzidos no futuro a aceitar a poligamia". Eu, particularmente fiquei chocado com o nível do discurso, especialmente por sempre ter visto a França como o país dos direitos humanos. O nível chegou ao mesmo dos EUA e do Brasil, onde alguns insistem em comparar homossexualidade à pedofilia, zoofilia etc.
Vendo esses ataques, e para reforçar a luta pela igualdade, varias entidades LGBT da França programaram pequenas manifestações municipais ao redor do país. Como resposta, aqueles contra a igualdade de direitos também convocaram suas manifestações. Inclusive foi em uma delas, organizada por um grupo chamado Civitas (que diz lutar pela "proteção da família"), em Marselha, que duas jovens resolveram se beijar em frente ao grupo de pessoas como que para mostrar que aquilo era normal. A foto desse beijo rodou o mundo todo no mesmo dia.
Voltando ao presente, durante a campanha presidencial de 2012 (a mesma em que Sarkozy não fez nada mais que atacar os imigrantes, sobretudo os ciganos e o árabes), um dos pontos mais importantes da campanha de François Hollande era a luta pela causa social -– eu digo um dos porque é claro que o assunto maior era a crise econômica. Dentro do pacote de reformas previsto estava o "mariage pour tous", o casamento para todos, assunto que tinha sido muito bem ignorado durante os 17 anos de governo UMP.
Logo após a sua eleição, Hollande disse que ia cumprir a sua promessa, mas não imediatamente porque era preciso lidar com a crise antes. Ok, não se falou muito disso até mais ou menos setembro de 2012, quando o texto para a futura lei passou a ser discutido com a previsão de ser posto em votação na Assembleia Nacional no início de 2013, tendo como grande responsável a ministra da Justiça Christiane Taubira. Em 2001, esta revolucionária esteve por trás da lei que reconheceu a escravidão negra como um crime contra a humanidade.
Tão logo o assunto dos direitos gays surgiu, a polêmica surgiu junto. Primeiro devido ao "Sarkozysmo", termo que ficou conhecido em alguns meios por aqui na França.
Quando Sarkozy flertou com a extrema direita pra tentar a sua reeleição, ele acabou "radicalizando" o próprio UMP, assim como grande parte de seus eleitores que, até então, eram mais centro-direitistas, mas que logo passaram a propagar um discurso mais radical à la Front National (FN), o partido de extrema direita francês que atribui aos estrangeiros a culpa de todos os males da França, que quer a saída do país da União Europeia e o retorno à antiga moeda, o franco. Resumindo, UMP e seus eleitores se tornando cada vez mais radicais ao mesmo que uma lei sobre direitos civis de minorias está sendo discutida -- não poderia dar em outra coisa que não fosse muita polêmica.
Antes mesmo da lei começar a ser efetivamente discutida, ela já sofreu ataques de deputados UMP. Destaco, entre eles, Christine Boutin, que disse entre outras coisas que "o direito ao casamento é aberto a todo mundo e os homossexuais podem casar-se naturalmente, MAS com alguém do sexo oposto” e “é muito provável que se nós aceitarmos o casamento homossexual, nós seremos conduzidos no futuro a aceitar a poligamia". Eu, particularmente fiquei chocado com o nível do discurso, especialmente por sempre ter visto a França como o país dos direitos humanos. O nível chegou ao mesmo dos EUA e do Brasil, onde alguns insistem em comparar homossexualidade à pedofilia, zoofilia etc.
Vendo esses ataques, e para reforçar a luta pela igualdade, varias entidades LGBT da França programaram pequenas manifestações municipais ao redor do país. Como resposta, aqueles contra a igualdade de direitos também convocaram suas manifestações. Inclusive foi em uma delas, organizada por um grupo chamado Civitas (que diz lutar pela "proteção da família"), em Marselha, que duas jovens resolveram se beijar em frente ao grupo de pessoas como que para mostrar que aquilo era normal. A foto desse beijo rodou o mundo todo no mesmo dia.
A maior manifestação, até então, convocada pelo Civitas ocorreu em Paris no dia 18 de novembro.
Com faixas dizendo "Família=1 papai, 1 mamãe e filhos", eles desfilaram pelas ruas de Paris até se encontrarem com uma pequena contra-manifestação organizada pelo Femen, com a presença de alguns jornalistas. O resultado desse encontro foi tenebroso, com as ativistas do Femen e, inclusive alguns jornalistas, sendo agredidas pelos manifestantes na frente de padres, por exemplo, que nada fizeram pra conter a violência.
Até mesmo o presidente Hollande tropeçou no meio dessa história toda.
Ele disse em algum momento que os prefeitos teriam "liberdade de consciência", e caso não estivessem de acordo em casar um casal homossexual, não precisariam fazê-lo e poderiam chamar um substituto (é que na França o casamento civil é realizado na prefeitura, na "mairie"). Não preciso dizer que isso causou a ira de todos aqueles que lutam pela igualdade. O presidente da República estava ali, no seu discurso, legitimizando a homofobia!
Com faixas dizendo "Família=1 papai, 1 mamãe e filhos", eles desfilaram pelas ruas de Paris até se encontrarem com uma pequena contra-manifestação organizada pelo Femen, com a presença de alguns jornalistas. O resultado desse encontro foi tenebroso, com as ativistas do Femen e, inclusive alguns jornalistas, sendo agredidas pelos manifestantes na frente de padres, por exemplo, que nada fizeram pra conter a violência.
Até mesmo o presidente Hollande tropeçou no meio dessa história toda.
Ele disse em algum momento que os prefeitos teriam "liberdade de consciência", e caso não estivessem de acordo em casar um casal homossexual, não precisariam fazê-lo e poderiam chamar um substituto (é que na França o casamento civil é realizado na prefeitura, na "mairie"). Não preciso dizer que isso causou a ira de todos aqueles que lutam pela igualdade. O presidente da República estava ali, no seu discurso, legitimizando a homofobia!
Muitas reações surgiram e em algumas delas, pessoas perguntavam a Hollande se ele se sentiria da mesma maneira se um prefeito dissesse que chamaria um substituto pra casar um casal de negros. A polêmica foi grande e logo em seguida o presidente tentou se retratar, dizendo que a lei iria ser cumprida. Na minha opinião, ele fez um discurso um pouco enrolado e não conseguiu se explicar muito bem.
Enfim, como resposta à manifestação e às agressões em Paris, assim como ao discurso da "liberdade de consciência", as entidades LGBT convocaram pela primeira vez uma manifestação centralizada na capital para defender o projeto de lei. Várias associações organizaram trens e ônibus pra transportar todos que quisessem se manifestar em Paris no dia 16 de dezembro de 2012. A manifestação aconteceu e, segundo a polícia, 60 mil pessoas foram às ruas.
Enfim, como resposta à manifestação e às agressões em Paris, assim como ao discurso da "liberdade de consciência", as entidades LGBT convocaram pela primeira vez uma manifestação centralizada na capital para defender o projeto de lei. Várias associações organizaram trens e ônibus pra transportar todos que quisessem se manifestar em Paris no dia 16 de dezembro de 2012. A manifestação aconteceu e, segundo a polícia, 60 mil pessoas foram às ruas.
Claro que os conservadores não iriam deixar isso barato. Juntando-se ao coro dos que são contra a lei, surgiu uma mulher que se chama Virginie Tellene mas que é conhecida pelo apelido de Frigide Barjot (uma piada com Brigitte Bardot, pois ela cantou uma música uma vez que se chama "Faz amor comigo com dois dedos", imitando a voz de Brigitte Bardot), vinda de uma família rica e conservadora de Lyon.
Frigide, uma cantora e comediante não muito bem sucedida que diz ter encontrado Jesus numa viagem que fez a Lourdes, resolveu se empenhar na luta pra defender os "princípios da religião". Entretanto, seu próprio cunhado disse que ela não passa de uma oportunista que quer chamar a atenção. Em suma, ela se juntou ao Civitas e a outras associações conservadoras, e juntos criaram o que eles chamaram de "Manif pour tous" (manifestação para todos), alegando que todos que prezavam pelo valores tradicionais da família e da república seriam bem vindos a se manifestar.
Essa foi programada para o dia 13 de janeiro deste ano e levou 340 mil pessoas às ruas, causando um choque generalizado dentro do próprio país e nos países vizinhos. Digo choque porque aquela imagem da França libertária, com seu belíssimo slogan de Liberdade, IGUALDADE e Fraternidade, se manchou bastante. A gente pôde ver uma outra face da França. Pessoas de países como Espanha, Bélgica e Holanda, onde o casamento gay já foi aprovado há um bom tempinho, não conseguiam entender o porquê de tantas pessoas serem contra.
Para mim, o mais chocante dessa manifestação era ver o desfile de argumentos falaciosos propagados pelas pessoas: os mesmos argumentos que os conservadores despejam há pelo menos 150 anos. Basta trocar a palavra negros por gays, interracial por homossexual. Um manifestante chegou a comparar Hollande a Hitler, dizendo que o presidente queria forçar a lei garganta abaixo dos franceses e que o ideal seria convocar um referendo.
Para mim, o mais chocante dessa manifestação era ver o desfile de argumentos falaciosos propagados pelas pessoas: os mesmos argumentos que os conservadores despejam há pelo menos 150 anos. Basta trocar a palavra negros por gays, interracial por homossexual. Um manifestante chegou a comparar Hollande a Hitler, dizendo que o presidente queria forçar a lei garganta abaixo dos franceses e que o ideal seria convocar um referendo.
Claro, essa é a lógica conservadora: submeter os direitos das minorias aos votos da maioria. A própria constituição francesa proíbe um referendo nesses casos, uma vez que é obrigação do estado zelar por TODOS os seus cidadãos, não só os homens brancos, de classe média e católicos. Pensemos em quantas coisas teriam mudado na luta pela igualdade até hoje se o princípio fosse esse.
Outros diziam que alterar o Código Civil, como o governo do Partido Socialista estava querendo fazer, era contra a lei –- outra falácia das grandes, pois o Código Civil não é imutável e parado no tempo, ao contrário da Bíblia, por exemplo (que não serve como constituição num estado laico).
Pra finalizar o assunto das manifestações, no dia 27 de janeiro (um dia antes da votação sobre a lei começar na assembleia) ocorreu em Paris a última grande manifestação a favor do casamento, levando cerca de 200 mil pessoas.
O ponto mais polêmico dessa história toda nem é o casamento em si, mas a adoção e a reprodução assistida (sobretudo no caso de casais de lésbicas). O velho discurso de que sem uma figura feminina e uma masculina uma criança não pode crescer "normalmente" -- discursos que todxs nós já estamos cansados de escutar. Entretanto aqui, infelizmente, os conservadores tiveram sua vitória.
Depois de muita polêmica e discussão o governo retirou todos os artigos que se referiam a isso do projeto de lei e criou um projeto separado chamado "Lei da família", com a desculpa de que esse assunto realmente não fazia parte do escopo da lei do casamento e precisava ser discutido separadamente. Digo desculpa porque na verdade os socialistas se dobraram pra direita pra poder votar a lei do casamento em si mais rapidamente. A previsão é que a discussão sobre essa nova lei comece em abril.
Após esse estardalhaço todo, a votação na assembleia começou do mesmo jeito. O PS tem a maioria dentro da assembleia, o que já levava a crer que a lei seria aprovada. Claro que o UMP não iria deixar as coisas acontecerem assim tão facilmente. Como estratégia (muito baixa, diga-se de passagem) pra atrasar o processo, deputados da direita adicionaram mais 5000 artigos ao projeto de lei, sabendo que a Assembleia é obrigada a discutir um por um e decidir quais serão rejeitados, modificados ou aprovados.
A abertura da sessão foi feita por Taubira, com um discurso lindo de onde destaco um trecho (que na verdade é uma citação de um poeta da Guiana Francesa chamado Léon-Gontran Damas): "O ato que nós vamos cumprir hoje é belo como uma rosa a qual a Torre Eiffel, sob o alvorescer, vê abrir finalmente suas pétalas. Ele é grande como a necessidade de mudar de ares, forte como um acento agudo de uma chamada na noite longa" (minha tradução).
Nas últimas duas semanas, os deputados estiveram discutindo isso exaustivamente, com sessões que começavam às 8h da manhã e terminavam às 3h da madrugada do dia seguinte. Para a felicidade de muitos, eu incluso, no dia 2 de fevereiro o primeiro artigo (que diz: "O casamento é contraído por duas pessoas de sexo diferentes ou do mesmo sexo") foi aprovado por 249 votos contra 97, e no dia 12 de fevereiro todo projeto de lei foi aprovado por 329 votos contra 229 e 9 abstenções.
Para Thierry Mandon, porta-voz dos deputados socialistas: "foi o voto do orgulho, ogulho de permitir à República dar um passo gigante em direção à igualdade de direitos e de obter sucesso em um combate de 30 anos; orgulho de ter participado completamente do debate, de dia e de noite, sem ter utilizado nenhum 'artifício de procedimento'". Creio que o orgulho pela aprovação do projeto foi de todxs que acreditam em igualdade.
Agora a lei segue para a aprovação do senado. Eu fico feliz que mesmo sob o grito dos conservadores, que se recusam a ver o progresso da sociedade e só pensam em manter seus privilégios e "tradições", este passo em direção à igualdade tenha sido dado. Fico feliz pela França estar tentando recuperar esse tempo perdido na causa social, tempo perdido pelos longos governos de direita. Fico feliz por ver esse país que me acolheu tão bem se lembrar de seus princípios básicos de igualdade, liberdade e fraternidade.
UPDATE em 16 de abril: O Zé mandou uma atualização de como anda o "mariage pour tous" na França. O projeto foi aprovado pelo senado e agora voltou à Assembleia Nacional pra votação final, que será feita na semana que vem. Essas são as boa notícias.
Claro que a "manif pour tous" (grupos contra o casamento civil gay) não quer deixar isso barato e está se manifestando. Entretanto a coisa degringolou (como era de se esperar) e vários participantes passaram da manifestação (perfeitamente legal) à intimidação. Ameaçaram políticos e jornalistas a favor do projeto, enviaram excrementos por correio à casa de alguns deputados etc. E o pior de tudo, um casal gay foi espancado quando voltava pra casa em Paris, há uma semana.
Vários personagens políticos fizeram declarações agora dizendo que a Manif pour tous (incluindo Frigide Barjot) tem que ser responsabilizada pela radicalização do discurso e incitação ao ódio. Aí pra fechar com chave de ouro a hipocrisia dos conservadores, Frigide Barjot anunciou que ia doar dinheiro a uma associação que se chama Le Refuge, que acolhe e ajuda homossexuais que foram expulsos de casa devido à orientação sexual, que lindamente respondeu:
"Essa doação não será aceita[...] os discursos de Mme Barjot contribuíram, nas últimas semanas para o retorno de propósitos e atos homofóbicos. Vários adolescentes nos ligaram depois das manifestações contra a igualdade ao direito do casamento porque seus pais estavam do lado de Mme Barjot recusando esse direito aos seus próprios filhos e, frequentemente, negando-lhes o direito de serem eles mesmos, simplesmente. Sendo assim, não brincamos com doações, não brincamos com generosidade. [A associação] se recusa a ser instumentalizada. Cada doação conta porque o numero de jovens que buscam apoio psicológico e asilo na associação está aumentando cada vez mais. Entretanto, uma doação não permite a compra de uma consciência: nada apaga a violência dos slogans pelas ruas e das mensagens passadas [pela Manif pour tous e Frigide Barjot]. As consequências sobre os jovens são inestimáveis."
Bom, aguardemos até terça feira, pois ao que tudo indica o projeto será oficialmente aprovado.
UPDATE em 23 de abril: A França aprovou o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo! Vive la France! Viva a igualdade! O casamento gay é legalizado também na Nova Zelândia, Holanda, Bélgica, Canadá, África do Sul, Noruega, Dinamarca, Islândia, Suécia, Portugal, Espanha, Argentina e Uruguai. E esses países continuam de pé!
Update em 21 de maio: Após os maiores protestos conservadores dos últimos trinta anos, a França se tornou o nono país na Europa e o 14o no mundo a legalizar o casamento gay. Em repúdio à nova lei, um historiador francês de extrema direita se suicidou no altar da famosa Catedral de Notre Dame.
O ponto mais polêmico dessa história toda nem é o casamento em si, mas a adoção e a reprodução assistida (sobretudo no caso de casais de lésbicas). O velho discurso de que sem uma figura feminina e uma masculina uma criança não pode crescer "normalmente" -- discursos que todxs nós já estamos cansados de escutar. Entretanto aqui, infelizmente, os conservadores tiveram sua vitória.
Depois de muita polêmica e discussão o governo retirou todos os artigos que se referiam a isso do projeto de lei e criou um projeto separado chamado "Lei da família", com a desculpa de que esse assunto realmente não fazia parte do escopo da lei do casamento e precisava ser discutido separadamente. Digo desculpa porque na verdade os socialistas se dobraram pra direita pra poder votar a lei do casamento em si mais rapidamente. A previsão é que a discussão sobre essa nova lei comece em abril.
Após esse estardalhaço todo, a votação na assembleia começou do mesmo jeito. O PS tem a maioria dentro da assembleia, o que já levava a crer que a lei seria aprovada. Claro que o UMP não iria deixar as coisas acontecerem assim tão facilmente. Como estratégia (muito baixa, diga-se de passagem) pra atrasar o processo, deputados da direita adicionaram mais 5000 artigos ao projeto de lei, sabendo que a Assembleia é obrigada a discutir um por um e decidir quais serão rejeitados, modificados ou aprovados.
A abertura da sessão foi feita por Taubira, com um discurso lindo de onde destaco um trecho (que na verdade é uma citação de um poeta da Guiana Francesa chamado Léon-Gontran Damas): "O ato que nós vamos cumprir hoje é belo como uma rosa a qual a Torre Eiffel, sob o alvorescer, vê abrir finalmente suas pétalas. Ele é grande como a necessidade de mudar de ares, forte como um acento agudo de uma chamada na noite longa" (minha tradução).
Nas últimas duas semanas, os deputados estiveram discutindo isso exaustivamente, com sessões que começavam às 8h da manhã e terminavam às 3h da madrugada do dia seguinte. Para a felicidade de muitos, eu incluso, no dia 2 de fevereiro o primeiro artigo (que diz: "O casamento é contraído por duas pessoas de sexo diferentes ou do mesmo sexo") foi aprovado por 249 votos contra 97, e no dia 12 de fevereiro todo projeto de lei foi aprovado por 329 votos contra 229 e 9 abstenções.
Para Thierry Mandon, porta-voz dos deputados socialistas: "foi o voto do orgulho, ogulho de permitir à República dar um passo gigante em direção à igualdade de direitos e de obter sucesso em um combate de 30 anos; orgulho de ter participado completamente do debate, de dia e de noite, sem ter utilizado nenhum 'artifício de procedimento'". Creio que o orgulho pela aprovação do projeto foi de todxs que acreditam em igualdade.
Agora a lei segue para a aprovação do senado. Eu fico feliz que mesmo sob o grito dos conservadores, que se recusam a ver o progresso da sociedade e só pensam em manter seus privilégios e "tradições", este passo em direção à igualdade tenha sido dado. Fico feliz pela França estar tentando recuperar esse tempo perdido na causa social, tempo perdido pelos longos governos de direita. Fico feliz por ver esse país que me acolheu tão bem se lembrar de seus princípios básicos de igualdade, liberdade e fraternidade.
UPDATE em 16 de abril: O Zé mandou uma atualização de como anda o "mariage pour tous" na França. O projeto foi aprovado pelo senado e agora voltou à Assembleia Nacional pra votação final, que será feita na semana que vem. Essas são as boa notícias.
Claro que a "manif pour tous" (grupos contra o casamento civil gay) não quer deixar isso barato e está se manifestando. Entretanto a coisa degringolou (como era de se esperar) e vários participantes passaram da manifestação (perfeitamente legal) à intimidação. Ameaçaram políticos e jornalistas a favor do projeto, enviaram excrementos por correio à casa de alguns deputados etc. E o pior de tudo, um casal gay foi espancado quando voltava pra casa em Paris, há uma semana.
Vários personagens políticos fizeram declarações agora dizendo que a Manif pour tous (incluindo Frigide Barjot) tem que ser responsabilizada pela radicalização do discurso e incitação ao ódio. Aí pra fechar com chave de ouro a hipocrisia dos conservadores, Frigide Barjot anunciou que ia doar dinheiro a uma associação que se chama Le Refuge, que acolhe e ajuda homossexuais que foram expulsos de casa devido à orientação sexual, que lindamente respondeu:
"Essa doação não será aceita[...] os discursos de Mme Barjot contribuíram, nas últimas semanas para o retorno de propósitos e atos homofóbicos. Vários adolescentes nos ligaram depois das manifestações contra a igualdade ao direito do casamento porque seus pais estavam do lado de Mme Barjot recusando esse direito aos seus próprios filhos e, frequentemente, negando-lhes o direito de serem eles mesmos, simplesmente. Sendo assim, não brincamos com doações, não brincamos com generosidade. [A associação] se recusa a ser instumentalizada. Cada doação conta porque o numero de jovens que buscam apoio psicológico e asilo na associação está aumentando cada vez mais. Entretanto, uma doação não permite a compra de uma consciência: nada apaga a violência dos slogans pelas ruas e das mensagens passadas [pela Manif pour tous e Frigide Barjot]. As consequências sobre os jovens são inestimáveis."
Bom, aguardemos até terça feira, pois ao que tudo indica o projeto será oficialmente aprovado.
UPDATE em 23 de abril: A França aprovou o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo! Vive la France! Viva a igualdade! O casamento gay é legalizado também na Nova Zelândia, Holanda, Bélgica, Canadá, África do Sul, Noruega, Dinamarca, Islândia, Suécia, Portugal, Espanha, Argentina e Uruguai. E esses países continuam de pé!
Update em 21 de maio: Após os maiores protestos conservadores dos últimos trinta anos, a França se tornou o nono país na Europa e o 14o no mundo a legalizar o casamento gay. Em repúdio à nova lei, um historiador francês de extrema direita se suicidou no altar da famosa Catedral de Notre Dame.
"Desde então a França foi governada pelo UMP (União para um Movimento Popular, embora eu não veja onde está o popular do partido)"
ResponderExcluirConsiderando o tamanho das manifestações de direita na França, eu diria que esse partido é bem popular sim.
Todas as fotos das manifestações reacionárias mostram um monte de senhoras, e o autor do post me coloca um "só os homens brancos, de classe média e católicos".
ResponderExcluirÓtima contextualização, para não dizer "triste".
ResponderExcluirAcho estranho falar em "progresso". Mas, claro, a cidadania civil deve ser estendida.
ResponderExcluirAo contrário de muitos amigos da esquerda, penso que o aburguesamento de homossexuais, artistas, estudantes, mulheres, negros, de todos os que estavam fora da sociedade de mercado, tem potência emancipadora para toda a sociedade.
Contudo, esse aburguesamento pode ser catastrófico, tornando todas essas camadas conservadoras, nacionalistas, provincianas, mistificadoras. Se esses grupos forem para essa direção, onde estaria o progresso?
Enquanto isto nossa liberdade, esta sendo dilapidada pela maquina estatal.
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/02/yoani-diz-que-protestos-na-ba-sao-como-os-orquestrados-por-terroristas.html
Vergonha....
André não sei de que TODAS as fotos você fala porque eu vi inúmeras outras que mostram não só senhoras. Entretanto, quando digo só homens brancos, héteros e católicos me refiro à classe dominante de maneira geral na sociedade ocidental. Mulheres tiveram e ainda têm que lutar muito por direitos, assim como negros e homossexuais.
ResponderExcluirSe você voltar pra dentro do contexto de onde você tirou essa frase você vai ver que ela não se refere somente à discussão do casamento para todos, mas sim a um contexto mais geral de dominação.
"[...]uma vez que é obrigação do estado zelar por TODOS os seus cidadãos, não só os homens brancos, de classe média e católicos. Pensemos em quantas coisas teriam mudado na luta pela igualdade até hoje se o princípio fosse esse."
Muito bom o relato.
ResponderExcluirRealmente foi assustadora a demonstração de força dos conservadores. Felizmente não foram bem sucedidos e a lei foi aprovada.
Espero que nosso país possa seguir esse exemplo em breve.
Não estava por dentro de toda a situação na França (vi apenas algumas manifestações) e me emocionei com toda explicação. Espero pelo dia que iremos fazer o mesmo por aqui.
ResponderExcluirE anônimo do primeiro comentáriom digo que não sei onde está o popular do partido porque o nome leva a crer que ele vai governar para o povo de maneira geral. Entretanto, o que a França viu durante o tempo em qu o UMP esteve no poder foi um governo pras elites, nao muito preocupado com a causa social e que, inclusive, atacou muitas minorias sobretudo na era Sarkozy.
ResponderExcluirQuando ele estava tentando se reeleger, mal falou da crise, do desemprego e etc, sou foco foi atacar a imigraçao, como se ela fosse a causa de todos os males do país.
A imbecilidade dos conservadores franceses e brasileiros é a mesma. É incrível como mesmo não havendo argumentos lógicos contra o casamento homoafetivo (a quem ele prejudica, afinal?), até em países supostamente "modernos" as pessoas lutam contra a liberdade de uma minoria.
ResponderExcluirHá países em que o casamento homoafetivo já foi aprovado há mais de 10 anos (Holanda, por exemplo), e já se sabe que não muda exatamente NADA a não ser que os gays passam a ter direitos civis que os héteros já tem. Mesmo assim, aos conservadores parece lógico defender que o casamento gay vai causar um "apocalipse".
Ou ainda, eles pensam que os gays vão deixar de ser gays ou vão deixar de se relacionar se não puderem casar. O casamento não vai mudar NADA neste sentido, só vai dar direitos civis a quem já está junto por vontade própria.
Sou "militante online" e vejo os argumentos mais absurdos... há quem apele até para o ridículo de dizer que "daqui a pouco vamos ser obrigados a ser gays"... e as pessoas vibram, aplaudem, concordam. Como diz a personagem Mafalda, "havendo mundos mais evoluídos, eu tinha que nascer justo neste???"
Emocionante.
ResponderExcluirAndré, penso que o movimento conservador da França foi como o CAMDE brasileiro, no qual os homens conservadores estavam na política e as mulheres cuidavam dos protestos nas ruas.
ResponderExcluirEu ouvi falar que nessas manifestações conservadras na França havia muitos imigrantes e na sua maioria muçulmanos e estes foram os mais agressivos. Na boa, nao tem como defender muçulmanos em paises ocidentais a ao mesmo tempo uma sociedade mais aberta, sao duas coisas que definitivamente nao combinam.
ResponderExcluirAndré, comentário excelente!
ResponderExcluirOps, quer dizer...
http://1.bp.blogspot.com/-gZXjuvyE4hM/USFn4FPfMGI/AAAAAAAA1pc/URv5oS1FP64/s1600/1+a+1+a+a+a+a+a+a+fr+passeata+em+paris+anti+gay.jpg
http://1.bp.blogspot.com/-3g9fwGt6brY/USFnwxAChZI/AAAAAAAA1mc/oVD4gs7sXsY/s1600/1+a+1+a+a+a+a+a+a+fr+anti+gay+familia+eh+um+papai+e+uma+mamae+e+filhos.png
http://2.bp.blogspot.com/-F0ZBsm61PNA/USFqZQAoi-I/AAAAAAAA1qk/0cMzncBiS98/s1600/1+a+1+a+a+a+a+a+a+a+fr+conservadores+reacas.jpg
http://1.bp.blogspot.com/-xcMpx_BsmqA/USFn1vlDY5I/AAAAAAAA1oM/Ifwjy2ahez0/s1600/1+a+1+a+a+a+a+a+a+fr+manif+pour+tous+em+janeiro.jpg
Recomendo ir a um bom oftalmo.
Lola, sério mesmo que vc vai ignorar por completo a violência que estão cometendo por aqui contra Yoani Sánchez? Só por sua posição ideológica? isso também é violência contra mulher.
ResponderExcluirÉ interessante também ressaltar que quando Christine Boutin fez o comentário sobre a poligamia, ela não o fez "sem querer" ou só por ignorância.
ResponderExcluirEla aproveitou a chance pra atacar implicitamente o que os conservadores franceses têm chamado de a "contra-colonização árabe". Todos sabemos que em muitos países árabes a poligamia é legal. Ao fazer esse comentário, Mme. Boutin quis desviar um pouco o assunto e mistura-lo com outro, que é também bem polêmico por aqui, na esperança de atrair mais gente pro lado conservador. Deixando a entender que se a França aprovasse o casamento para todos, mais cedo ou mais tarde os imigrantes árabes iriam fazer pressão pra uma lei da poligamia.
Esse assunto então foi pego por alguns deputados do Front National (uma delas é a sobrinha de Marine le Pen, a presidente do partido) que aproveitaram a deixa pra atacar, uma vez mais, os imigrantes.
Enfim, foi uma festa de gente conservadora tentando tirar o foco da discussão pra evitar que a lei fosse aprovada.
Que bom que a outra parte da população reagiu e parou essa gente fiscal da vida alheia!
ResponderExcluirAh, se o casamento homossexual começasse o apocalipse ZUMBI, aí sim eu seria mais a favor ainda! #HEADSHOT
http://www.avaaz.org/po/petition/Fora_Yaoni_Sanchez/?cKOPieb
ResponderExcluirMeus Deus! É Sodoma e Gomorra do século XXI.
ResponderExcluirJosé Tarciso e Mirella,
ResponderExcluirDo jeito que eu escrevi ficou confuso. Não quis dizer que só tinha mulheres nas manifestações reacionárias, mas que tinham muitas mulheres também, não só homens.
Uma ideologia que é contra o divórcio e contra as mulheres trabalharem (menos as empregadas domésticas, mas essas não são gente) não beneficia apenas homens brancos.
Anônimo 12:47,
ResponderExcluirTirando um ou outro maluco, ninguém está criticando a Yoani por ser mulher, mas por suas ações políticas.
Zé (pegando intimidade, :p),
ResponderExcluirGostei muito do texto e realmente podemos traçar paralelos com o Brasil. Achei interessante também essa ligação entre poligamia e os imigrantes arabes.
Acho estranho (e talvez gostaria que desse sua opinião pessoal) que o governo que alcançou maior aceitação popular nas urnas, e que é a favor do casamento igualitário, não tenha essa aceitação refletida no contra protesto (200 mil vs 340 mil).
Talvez seja falta de ideologia somente. No Brasil há uma enorme aceitação popular ao governo por haver crescimento econômico e empregos, mas a mesma parcela que aprova um governo mais à esquerda também é extremamente conservadora quando o assunto é o direito à minorias. O que pensa, é parecido?
Talvez parte dessa reação violenta e autoritária dos conservadores seja resultado da influência do catolicismo, que chega à 85%.
http://ljhsrdube.pbworks.com/f/1286207231/Religion%20of%20France%20Graph.jpg
O aborto é legalizado na França desde 1975, será que foi resultado de uma época em que a igreja estava mais liberal??
Enfim, excelente texto, parabéns. O seu primeiro, aliás, foi um dos primeiros que li no bloguinho da Lola, super inspirador.
Abraços, Phillipe
André,
ResponderExcluirMais uma imagem para você:
http://2.bp.blogspot.com/-tyS6Ou0VzNM/USIvCm1dLwI/AAAAAAAAA7E/C_o3h6eNdoQ/s1600/mimimi01.JPG
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Enfim, gostei muito do guest post e achei bem esclarecedor quanto à política francesa em geral.
E, mesmo com o protesto dos conservadores, o casamento é para todos! Conto os segundos para que possa dizer o mesmo no Brasil.
Estava demorando para aparecer um evanjegue com "Sodoma e Gomorra". O engraçado é que, na maioria das vezes, os pobres coitados mal sabem o que significa. E quando sabem, custa-lhes entender que Bíblia não é Constituição.
ResponderExcluirNivaldo, guarde sua moral bíblica para si mesmo e para sua família. Se pra você "imoral" é dois homens fazerem sexo, pra mim imoral é usar sua religião para justificar a discriminação.
Mesmo sendo França, nem me surpreendo: É humano fazendo humanisse. Mais velho que andar para frente. Ainda bem que como disse um mascu:
ResponderExcluir"Nós temos certeza que iremos vencer, pois no final o Bem triunfará sobre o Mal". (mas com as atribuições invertidas no nosso caso 3:})
Olá Lola, meu namorado é francês, mais especificamente de Paris e questionei sobre essa ignorância que desconhecia, ele me disse que é uma minoria de famílias católicas e burguesas que infelizmente tem voz ativa no país. A repercussão foi impressionante, mas ainda bem que não é a opinião da todos os franceses.
ResponderExcluirGostaria de perguntar o que as feministas acham, a exemplo da França, de ter mantido a proibição dos exames de DNA para a confirmação da paternidade?
ResponderExcluirNão seria este um direito legítimo dos pais, de saber se a criança é realmente sua? Me parece que este tipo de coisa só alimenta mais os críticos do feminismo...
Em tempo: Na Suécia, país dito mais com maior igualdade de gênero, esses exames só foram aprovados em 2003, depois de 55 anos de proibição.
Mirella,
ResponderExcluirAgora que vi as fotos que você linkou. Tirando uma (com foco fechado) todas as demais mostram manifestações com homens e mulheres. A própria Lola já reclamou de minorias desprezam a luta de outras minorias. Qual é o seu ponto exatamente?
Parabéns ao José Tarcísio por esse excelente guest post.
ResponderExcluirTenho acompanhado o que se passa na França e gostaria de dar o meu pitaco.
Sou totalmente a favor do casamento gay.
Sou totalmente a favor da adoção de crianças por casais homossexuais.
O meu limite, o meu questionamento, é quando falamos de reprodução medicamente assistida. (É óbvio que eu sei que tanto os casais hetero quanto os homossexuais podem recorrer a ela)
Acompanhei uma amiga querida que teve um filho graças à fecundação in vitro, e o que vi foi que ela se submeteu a doses cavalares de hormônio até conseguir ficar grávida. Isso é sem risco para a saúde dela?
Outro bemol: as barrigas de aluguel. Assisti a um documentário sobre mulheres pobres, na Índia, que oferecem esse “serviço” para quem não pode ter filhos (no documentário, eram pessoas ricas de países ocidentais). Tem um artigo sobre isso aqui:
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2012/jun/05/india-surrogates-impoverished-die
Sou a favor da igualdade de direitos, é claro, desde que não sejam outras minorias que paguem com a própria saúde.
Nome: Yoani Sánchez
ResponderExcluirAtividade: Escreveu um blog
Veredito dos petistas: bandida
Nome: Cesare Battisti
Atividade: matou pessoas
Verdito dos petistas: herói
Fiquei arrepiada ao ler este texto e muito feliz com o resultado da aprovação da Lei.
ResponderExcluirPor outro lado fiquei triste ao lembrar o quanto o nosso país, que eu amo muito, mobiliza-se pouco sobre as questões que almeja. É hora de mudança, e isso começa por mim mesma.
"é uma minoria de famílias católicas e burguesas que infelizmente tem voz ativa no país"
ResponderExcluirCatólicos e "burgueses" não são uma minoria. Não na França.
Oi Philippe,
ResponderExcluirEntão, a verdade é que é difícil avaliar bem o que pensa toda a sociedade francesa com base nos números dos protestos. Grande parte das pessoas que protestaram deixaram bem claro que não são eleitores do PS, ou seja, são pessoas que não votaram pro Hollande.
A França tem 65 milhões de habitantes, pensando por esse lado 340 mil é mais ou menos 5% da população. Agora se pensamos na população homossexual do país, a mais preocupada e a quem mais concerne essa lei, o número é bem menor e logo 200 mil tem muito mais representatividade. Claro que não estou dizendo que só gays protestaram a favor, mas é interessante tentar olhar os números sob outra perspectiva.
Segundo uma pesquisa recente 64% dos franceses são a favor do casamento (o que representa uma queda em relação a uma pesquisa anterior). Entretanto, esse 64% não refletiu na manifestação, infelizmente.
Lola, não é nada relacionado ao tópico, mas encontrei um site chamado "Stormfront", conhece? É um site internacional que prega a superioridade do homem branco, a negação do holocausto e uma conspiração negra para arruinar a Europa. Há uma seção por lá feita por e para brasileiros: http://www.stormfront.org/forum/f173/
ResponderExcluirEu já tentei denunciar pela SaferNet, mas acho que por ter uma atuação puramente nacional, eles não podem fazer muita coisa. Não sei o que fazer, mas você, sendo bem influente na blogosfera brasileira e já tendo alguma experiência com isso (afinal, você participou da derrubada daqueles sites mascus) poderia fazer algo.
"Ou seja, de 1995 a 2012, a França esteve nas mãos da direita. E isso afeta muito um país."
ResponderExcluirSim - para melhor.
Lola, tem um pequeno erro no texto, que nem muito importante, maaaas.... :p Na parte que fala que foram dois mandatos, um de Chirac e um de Sarkozy, na verdade foram 3 mandatos. Dois de Chirac - o primeiro por 7 anos, antes de mudarem a lei que reduzia o tempo da presidência a 5 anos e o segundo por 5 anos - e um de Sarkozy, ou seja, total de 17 anos de UMP no poder.
ResponderExcluirAndré, você disse que as fotos mostram "um monte de senhoras", e não "um monte de pessoas".
ResponderExcluirAs fotos falam por si só. Qual foi o seu ponto, exatamente?
Sei que não dá para generalizar, mas não me espanta esse lado conservador dos franceses. Vi um relato interessante no documentário "100 filmes e um funeral". Um dos entrevistados contou que queria saber por que a filial francesa da produtora não investiu na divulgação do filme "Priscila, a Rainha do Deserto", que era um enorme sucesso em outros países. Ele recebeu como resposta "porque não existem gays na França".
ResponderExcluirlindo texto, muito claro e objetivo. A França deu um susto no mundo todo com aquela manifestação dos contra-igualdade, mas o susto passou com a aprovação.
ResponderExcluirAcho que o governo fez bem em separar as duas questões (casamento e reprodução). Ficou mais fácil para passar o casamento e a adoção e, agora, é lutar um pouco mais para passar as questões relacionadas a reprodução.
A inglaterra também aprovou, logo em seguida. Ou seja, em breve essa injustiça será história. (olha eu dando uma de poliana, hein lolinha).
Pronto, Zé, corrigido! (esse errão eu não tinha pescado, nem lembrava de dois mandatos do Chirac). Vê se tá certo agora.
ResponderExcluirMirellinha, tô querendo te perguntar isso faz tempo: vc é a Mirella que escreveu o guest post sobre princesas Disney? Que até hoje é um dos posts mais acessados aqui do blog? Ou é outra Mirella igualmente linda e espirituosa?
Sobre as fotos, eu fiquei chocada com o número de mulheres conservadoras nessas manifestações. Muitas mesmo. Nessa foto fantástica do beijo lésbico, só aparece mulher (e quase todas fazendo careta).
Mirella,
ResponderExcluirNo segundo comentário eu já esclareci que as fotos mostram TAMBÉM um monte de senhoras.
Gostei bastante do texto, soh gostaria de fazer um comentario de contexto:
ResponderExcluirO Mitterrand foi o PRIMEIRO presidente de esquerda da V Republica. O Hollande é o segundo. Mas quem governa mesmo é o parlamento pq o presidente não tem muitos poderes (o Sarkozy excedeu de MUITO o que um presidente poderia fazer em relação a mandar no pais). O Mitterrand teve maioria no primeiro mandato, mas não no segunndo, a partir de 88; e depois existiu uma maioria de esquerda entre 95 e 2002. E agora, de novo. Tecnicamente, três governos de esquerda desde 58. A França EH um pais de direita, gente. Pelamordedeus, parem com isso de "até na França que é igualitaria" (mais do que o Brasil em certo sentido mas enfim). O Sarkozy perdeu por uns 4% de votos justamente porque flertou demais com a extrema-direita, mas vale lembrar que a Le Pen teve 18% dos votos, isso é enorme. E pela primeira vez o FN esta na assembléia!
Ok não tem muito a ver com o assunto, mas é que a França esta longe de ser isso que as pessoas evocam com "pais dos direitos humanos" e "Liberté Egalité Fraternité".
E é importante também ressaltar (não sei se todos sabem) que a as meninas do famigerado beijo lésbico não são lésbicas.
ResponderExcluirElas deram uma entrevista e disseram que estavam passando em frente a manifestação e resolveram mostrar que, pra elas, um beijo entre pessoas do mesmo sexo, não tem nada de mais.
Lola, infelizmente não sou eu, não hehehehe.
ResponderExcluirNunca tive a honra de contribuir com um guest post, apesar de eu gostar deste das princesas Disney! Sou só uma comentarista simples, mesmo.
Mas comprei seu livro, heaheuehauheuae
Cheguei no blogger, vi que você atualizou uma postagem que não era a continuação da entrevista (very upsetting, dona Lola! rs)
ResponderExcluirmas aí fui ler e, pra variar, adorei a postagem.
Soube desse protesto por um amigo (evangélico, entusiasta da Marcha da Família e Marcha para Jesus). Logo me assustei. "Na França? Tem certeza?"
Pois é, achei que esse tipo de manifestação não combinassem com os ativistas revolucionários de lá. Minha família morou em Paris por muito tempo, xenofobia, machismo e elitismo eu sei que tem bastante, mas achei que homofobia tão radical não se encaixava.. sei lá. Inguenuidade minha, mesmo.
Conservadores estão por toda parte.
Conheço quem tenha usado esse protesto como prova de que AINDA há quem respeite "os valores" da família.
Pelo menos eles estão cientes de que liberais estão agora em maioria.
Ô José Tarcísio, desde quando 340 mil é 5% de 64 milhões?! É 0.5%! Cuidado aí na tese de pós graduação!!
ResponderExcluirBrincadeiras à parte, gostei muito do texto. Me informou de coisas sobre as quais não tinha a menor idéia.
Sonho com um mundo em que as pessoas parem de dar palpite na vida dos outros. Todos devemos ter direitos iguais e oportunidades iguais. As diferenças de sexualidade, cor, religião etc só veêm para enriquecer a sociedade.
Hhauhauahuahau Désolé. :p 0.5%, vou desistir do meu doutorado amanhã. :p
ResponderExcluirA gente fala das senhoras idosas na marcha e realmente isso choca bastante, mas é interessante ver até que ponto o discurso político influencia as pessoas.
Tenho um amigo de Paris que é gay e ele me disse que sua mãe (que vota UMP) nunca fez muito drama por isso e inclusive dizia que logo ele poderia se casar. Entretanto, logo que os deputados do UMP começaram a propagar o discurso contra o casamento, ela mudou completamente de opinião. Ele me disse que durante as festas de fim de ano quase não suportou ficar ao lado dela. Ela reproduzia o mesmo discurso dos conservadores contra a lei. Eu achei isso chocante e triste, mas imagino que seja até meio recorrente entre o "senhores" eleitores de um partido.
marthacom...
ResponderExcluirO Sarkozy foi justamente flertar lá ne extrema direita devido aos 18% da Marine le Pen. O discurso dele já era um pouco radical no primeiro turno, mas depois que ele viu os 18% da Le Pen ele radicalizou ainda mais.
A questão é que a crise econômica faz isso, se você olha a curva de desemprego e a curva de popularidade da extrema direita você vê que elas sobem ou descem juntas, quanto mais desemprego mas a extrema direita fica popular.
Esses dias li no jornal aqui que 48% dos franceses dizem que o Front National não é uma ameaça à democracia e não faz discurso de ódio. É assustador! Mas é o mesmo na Grécia, na Espanha e etc...a crise chegou e o povo foi correndo botar a direita e mesmo a extrema direita no poder.
Nossa Zé, chocado com a última reflexão tua.
ResponderExcluirNuma conversa informal no lab ontém a opinião consenso era a de que o Brasil precisa passar por um grande choque (como o econômico) para poder mudar alguma coisa.
Agora estou com medo de uma crise econômica aqui suscitar uma ascensão conservadora ainda maior.
Ainda sim, pergunto: Mas n foi justamente a crise a responsável pela vitória do PS? Quer dizer, foram 17 anos de direita!
Afinal, os chamados choques sociais servem a que lado?
Phillipe
Pois é, a vitória do PS aqui na verdade fugiu um pouco à regra dos vizinhos. Eu acho que foi a imagem do Sarkozy que se desgastou muito o que acabou levando à vitória de Hollande. Nos outros países foi o oposto, a crise econômica levou a direita ao poder em quase todos eles.
ResponderExcluirAinda assim, a classe média e alta até hoje aqui na França fazem questão de ficar criticando as ajudas socias, como que dizendo que o país está em crise e por isso não se deve "desperdiçar" dinheiro ajudando os menos afortunados. Enfim, a situação política francesa é bem complicada. Eu sempre tento conversar com os franceses aqui sobre isso e até ele se sentem perdidos na situação atual.
De qualquer maneira, é bom o PS ter maioria na assembleia para que possa continuar dando passos em direção à igualdade como foi a aprovação dessa lei agora. Se dependesse do UMP ou do FN essa lei nem seria discutida nesses 5 anos de governo.
Sarkozy é xenófobo? E aquele discurso sobre a miscigenação na França?
ResponderExcluir“Qual é o propósito? Este será dito, mais objetivamente, é o desafio de mestiçagem; o desafio da mestiçagem que nós dirigimos no século XXI. O desafio de mestiçagem, a França sempre o conheceu e de forma relevante, o desafio da mestiçagem; a França é fiel à sua história. Além disso, foi a consanguinidade que sempre acarretou o fim das civilizações e das sociedades – dizendo as coisas como elas são -, jamais a mestiçagem. A França sempre foi, ao longo dos séculos, mestiça. A França mestiçou culturas, idéias, histórias. O universalismo da França não é outra coisa que o fruto desta constante mestiçagem que não tem cessado de se enriquecer de novas contribuições e construir tantas diferenças misturadas umas com as outras num sentimento comum de associação e, basicamente, num património único de valores intelectuais e morais que estão abertos a todos os homens. Em sua história, houve homens tão diferentes que vieram constituir a França. A França que tem mestiçado suas culturas e histórias, tem construído, produzido um discurso universal porque ela mesma, a França, sente-se universal na diversidade das suas origens. Esta mestiçagem, ela conseguiu porque tem a oferecer a todos a promessa da promoção social.”
Putz, eu dei uma lida lá, esse stormfront é cheio de loucos mesmo. Mas é claro que a Lola não vai ajudar, rapaz - ela faz pose de liberal e anti-rascista, mas só luta mesmo por algo quando envolve "questões de gênero". Você está se iludindo se acha que ela vai se esforçar da mesma forma como fez contra os masculinistas, é provável que nem mova uma palha. Mulher é assim, totalmente egocêntrica.
ResponderExcluirMuita cara de pau de vcs mascuzinhos, né, Star? O Stormfront é formado por pessoas de extrema direita como vcs ou por gente de esquerda como a maior parte do pessoal que frequenta este blog? E não vale citar a Sarah do Femen. Porque, sabe, ela é a única feminista que existe que é ou já foi nazista. Opa, ela nunca se disse feminista. Ela se diz "pós-feminista". Boa parte dos mascus faz parte de grupos de extrema direita, então certamente não serão vcs que vão querer derrubar um site ou fórum racista, machista, homofóbico. A ideologia é a mesma.
ResponderExcluirE quem faz pose são vcs, chapinhas. Pose de que não são preconceituosos, quando é só passar dois minutos em algum fórum mascu pra ver que é só um grupo de ódio.
Por muito pouco eu não deletei o primeiro comentário sobre o Stormfront: porque divulgar um site de ódio nunca é bom. Denuncie sem divulgar. Por isso que eu nunca coloco link pra nenhum fórum mascu quando escrevo sobre eles pra ridicularizá-los.
Uma coisa nao entedo pq entao a esquerda nesses paises foram derrubados pela crise e assim entrou a direita e no Brasil com a esquerda conseguiu driblar a crise?
ResponderExcluirA historia de cada país?a eficiência do governo esquerdista?
"Por muito pouco eu não deletei o primeiro comentário sobre o Stormfront: porque divulgar um site de ódio nunca é bom. Denuncie sem divulgar. Por isso que eu nunca coloco link pra nenhum fórum mascu quando escrevo sobre eles pra ridicularizá-los."
ResponderExcluirDesculpe aí, Lola. Não pensei nisso.
http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2013/02/gillette-vai-parar-no-conar-por-suposto-preconceito-contra-peludos.html
ResponderExcluirÓtimo texto, obrigado por compartilhar estas informações e esta coragem.
ResponderExcluirVale sempre lebrar que dentro de pequenas ações existe m projeto político muito mais amplo, muitas vezes nos convecemos de argumentos "pontuais" e deixamos de pensar o reflexo deles dentro de algo maior. Este texto nos ajuda a debruçarmos na questão mais importante, igualdade de direitos, sem que esqueçamos também as causas pontuais, há uma via mão dupla muito significativa em sua dinâmica, gostei muito, muito!
"Uma coisa nao entedo pq entao a esquerda nesses paises foram derrubados pela crise e assim entrou a direita e no Brasil com a esquerda conseguiu driblar a crise?"
ResponderExcluirHoje em dia, "esquerda" tem mais a ver com políticas sociais do que com economia - muitos governos de esquerda adotam estratégias econômicas totalmente diferentes uns dos outros.
De qualquer forma, talvez a França tenha ficado mais vulnerável à crise por fazer parte da União Européia. Como é um bloco econômico muito coeso, quando um de seus membros vai mal todos os outros são afetados de alguma forma. É só ver o que a crise na Grécia fez aos outros países europeus.
Dona do sexo,
ResponderExcluirnão sei se foi intencional, mas o termo "esquerdistas" tem um tom altamente pejorativo. Seria fácil se as pessoas fossem 100% liberais ou 100% conservadoras (ou difícil se eles resolvessem se matar...) então é meio estúpido o rótulo a partir de um posicionamento político.
Considero-me de esquerda, mas não sei dizer exatamente em que lugar ou que partido, meu posicionamento vem da minha leitura filosófica e não de partido.
Sobre a crise assista a esse video
https://www.youtube.com/watch?v=5wts8rNbyfY
Nele é mostrado, num modo geral, porque não fomos afetados. Há um deslocamento geográfico das crises e ainda não foi a nossa vez!
Lola, o que vc pensa sobre essa teoria de perturbação e reação? Tiro pela culatra? Qual a característica que impediria um retroceso ideológico?
Abraços
Phillipe
òtimo, olha que lindo, a França vai se tornar um estado bichistico, vão todos vcs libertinos para la, e deixem nossas fámilias em paz.
ResponderExcluir( Ou alguém acredita que eles não querem doutrinar nossos filhos)
Sempre que vejo essa defesa da família tradicional, lembro de umx alunx de 5 anos que perguntou se "família = pai + mãe + filhos" tinha mesmo que ser com um homem, uma mulher e mais de uma criança e pronto, porque se fosse só assim, elx não tinha família. E de umx amigx, que se diz tão a favor da família que quer que cada umx tenha aquela que quiser para si.
ResponderExcluirnao sabia q era perjorativo,mas pq o é?desconfio agora o pq seja.
ResponderExcluirAte pq achei estranho paises que nao sao da direita foram justamente quebrar e outros...por exemplo,acho q a suecia nao é direita e deve tá na zona do euro, nao aconteceu de quebrar.
É so vejo a direita e esquerda como a do Brasil mesmo,neoliberal e o outro nao.
Ao Anônimo que falou em "estado bichístico":
ResponderExcluirOlha, a Holanda aprovou o casamento homoafetivo em 2001. De lá pra cá, o país entrou em vertiginoso declínio da população, porque os gays não se reproduzem e já doutrinaram todos para serem gays. Inclusive já existe uma lei que obriga as pessoas a casarem com alguém do mesmo sexo e proíbe a formação da família pai+mãe+filhos. Tanto é verdade que a Holanda já pediu ajuda internacional para repovoar o país, pois há cidades inteiras abandonadas por falta de gente. Também já contratou o Silas Malafaia e o Reinaldo Azevedo pra salvar o país e resgatar os valores morais perdidos. Depois de mais de 10 anos, pode-se ver claramente que os homossexuais tiveram êxito no seu plano diabólico de doutrinar todas as crianças e acabar com a espécie humana... não podemos deixar isso acontecer aqui no Brasil!
Ao terminar de ler meu coração acelerou e eu só queria saber como dizer, ARRASÔ! em francês.
ResponderExcluir"Submeter os direitos da minoria ao voto da maioria"
Nunca havia pensado nisso, muito obrigado pela 'não sei nomear', frase, sentença, conceito. Sei lá. Apenas, obrigado.
Apoiado Anônimo 08:13. A mais pura verdade. Isso vai contra a natureza. Por que é tão difícil compreender isso? É o início da extinção da raça humana. Será Silas Malafaia nosso salvador?
ResponderExcluirInacreditável o nível do senso crítico desse Nivaldo, que veio aqui pra representar brilhantemente o pensamento médio dos homofóbicos...
ResponderExcluirEu fiz uma ironia escrevendo as coisas mais absurdas sobre a Holanda, só pra tirar sarro dos argumentos usuais dos religiosos fanáticos, e o Nivaldo acreditou, bateu palmas.
Nivaldo, tem que checar as informações antes de acreditar, querido! A Holanda aprovou o casamento homoafetivo e não aconteceu NADA, além do fato dos gays terem garantidos alguns direitos civis (como pensão, herança, etc.).
Eis aí o perfil dos admiradores do Malafaia...kkkkkkkk... acreditam em qualquer absurdo que lêem, desde que esteja de acordo com a própria ignorância.
Será que foi ironia? Ou a verdade querendo aparecer? Admita.
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