quarta-feira, 17 de outubro de 2012

GUEST POST: MEU ESTUPRADOR NÃO SABE QUE ME ESTUPROU

A. me enviou este relato terrível, terrível.

Caí de paraquedas no seu blog há uns dias, e li dezenas de posts seguidos.
Eu sou o tipo de menina que teve a sua fase super feminista, mas que depois acabou deixando essas coisas de lado e aceitando o papo que ficam jogando na nossa cara de que já conseguimos igualdade e que somos exageradas e tal. Mas algumas coisas me fizeram cair nesse meio feminista de novo. A esposa de um amigo, que é antropóloga e que vive falando sobre isso, o pessoal da faculdade, a Marcha das Vadias... Tudo se juntou e voltei a pensar no feminismo.
E, entre os vários posts que eu li, alguns me tocaram de maneira muito profunda, principalmente os das "histórias de horror".
Ano passado aconteceu comigo uma coisa que ficou na minha cabeça por meses, mas que eu sempre espantava com aquela velha história do "você que provocou!", "ele é homem, e homens não aguentam mesmo", coisas do tipo... Bom, a história é a seguinte:
Conheci um rapaz no final do ano passado, fiquei interessada nele e comecei aquela paquera, ficava puxando assunto com ele, tentando estar por perto sempre, coisas do tipo. Até que um dia teve uma festa e um amigo dele, que sabia que eu estava interessada nele, me chamou pra ir, e disse "quem sabe não rola alguma coisa, né?". Fiquei empolgada, até porque esse amigo tinha "sondado o terreno" e me dito que ele me achava interessante.
Fui pra festa. Chegando lá encontrei o meu amigo, e depois o rapaz que eu estava interessada. Conversamos um pouco, percebi que tinha algum interesse da parte dele mesmo. Mas já era tarde, e pouco tempo depois eu disse que tinha que ir embora. Ele disse que me acompanharia até em casa, eu achei fofo e aceitei.
Ele também disse que era melhor ninguém ver a gente saindo junto porque era "proibido", já que ele era quase meu professor. Aceitei, não vi motivo pra não concordar.
Ele saiu na frente e eu fui atrás, guardando uma certa distância. Depois de um tempo, ele parou e eu o alcancei. Fomos conversando pelo caminho, falando pouco. Ele parecia do tipo mais quieto, eu era um pouco mais falante, mas depois de uns quarteirões fiquei até envergonhada por estar falando tanto, então comecei a reduzir também.
Quando chegamos em frente a minha casa ele me beijou. Ficamos um tempo ali em frente de casa nos beijando. Moro sozinha, e ele já tinha perguntado sobre isso no caminho, inclusive.
Aí ele ficou falando "Poxa, você não vai mesmo me convidar pra entrar? Não vai me oferecer nem uma água?" E eu respondia que não, meio rindo, mas certa de que não queria nada mais além naquele dia, e percebendo que o interesse dele era esse. Depois de um tempo ele pediu para usar apenas o banheiro então, já que tinha bebido muita cerveja.
Acabei permitindo. Entramos, ele foi ao banheiro e depois que saiu ficamos nos beijando um pouco, mas ele foi avançando e quando eu negava, eu pedia pra ele parar, ele dizia: "eu sei que você também quer".
Ficamos um tempo nessa, até que ele avançou com um certo grau de força. Eu não gritei. Não lutei fisicamente contra ele por muito tempo. Eu apenas resisti enquanto ele tentava tirar a minha calcinha. Pus força no braço, neguei. Disse que ele tinha que ir embora, que já era tarde, que eu queria dormir. Disse todo o tipo de coisas que vieram à mente.
Ele não parou e manteve o papo de "eu sei que você quer". Eu parei de lutar. Como algumas pessoas dizem, me afastei do meu corpo por um tempo. Era como se não fosse o meu corpo ali. Como se eu estivesse assistindo tudo de fora.
Depois de tudo ele ainda dormiu ali, na minha casa, como se fossemos um casal feliz. Eu não consegui fazer nada. Mal dormi.
Fui tomar um banho demorado e vesti a roupa para o dia seguinte. Fiquei ali parada.
Não conseguia visualizar aquilo como uma violência, por mais que de uma forma forte eu estivesse me sentindo violentada.
Tínhamos transado. Ele não me bateu. Não me xingou. E na minha cabeça bem inocente daquele momento, eu era sim culpada. Ele dizia o tempo todo esse "eu sei que você quer", e sinto como se a falta de luta tenha dito na cabeça maluca dele que eu de fato queria. Mas se eu quisesse realmente porque teria tentado me manter vestida enquanto ele tentava me despir? Por quê?
Não sei como julgar esse acontecimento até hoje. Sinto-o meio distante, ainda o sinto assim, como algo que eu não participei, como algo que vi de fora.
Hoje, depois de ler tantos posts do seu blog, sou capaz de ver que o que aconteceu foi muito errado. Mas ainda assim é difícil não me ver como absurdamente culpada pelo que aconteceu. Não sei... É como se a partir do momento que você beija o cara, troca abraços e carinhos, você estivesse dando permissão para o sexo. E não é isso! Muitas vezes estamos com um cara e não temos certeza de até onde queremos ir, mas é como se, no momento que você abraça e beija, você desse uma permissão para que ele faça o que bem entender.
É doloroso. É forte. É muito tenso.
Fico feliz de não ter ficado com trauma em relação a isso. O caso passou, e inacreditavelmente ele veio me procurar depois, querendo ficar como namoradinho comigo. Eu neguei. Neguei fortemente. Não. Uma vez basta. Não vou permitir que uma pessoa que fez isso comigo uma vez volte a minha vida.

Minha resposta: É terrível mesmo. O que vc sofreu é estupro. Vc sabe disso, só que o cara que te estuprou não sabe. Se vc tivesse dito pra ele depois, ele iria negar, ficar revoltado com a acusação, dizendo que vc queria... Há toda uma cultura muito forte de que o homem deve "insistir", "forçar a barra", de que quando a mulher diz não ela está dizendo sim. Esse cara provavelmente vai estuprar outras mulheres. Sua atitude é típica de um estuprador em série, um serial rapist. O fato d'ele não atacar mulheres desconhecidas na rua, na calada da noite, não faz dele menos estuprador. O fato de tantos homens acharem que forçar o sexo não é estupro é mais uma prova de que vivemos numa cultura de estupro.
Como perguntou a Feminista Cansada outro dia, qual a diferença entre um assaltante e um estuprador? É que ninguém defende o assaltante.
Que bom que vc não ficou traumatizada. O estupro que vc sofreu não precisa te definir. Cada pessoa tem um jeito de lidar com isso. Infelizmente, o que a maior parte das vítimas têm em comum é a culpa, a dúvida do "Será que ele me forçou?", e a tendência a ficar em silêncio, a não denunciar. Somos condicionadas a isso desde meninas. Somos educadas para ser passivas. Enquanto isso, os meninos são ensinados que a iniciativa tem que ser deles, e que sem um pouquinho de força a mulher não vai querer mesmo, que ela só está se fazendo de difícil. No fundo ela quer, como repetiu insistentemente seu estuprador.
Essa oposição forçada, essa história batida de "sexos opostos", esse exagero sobre a diferença entre os sexos, que é muito mais cultural que biológica, essa criação de que devemos educar meninos e meninas de formas distintas -- tudo isso só alimenta a cultura de estupro. E talvez seu estuprador jamais saiba.

224 comentários:

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Anônimo disse...

Que nem a moça do cartaz colocou: Pode ser qualquer uma de nós. A qualquer dia, qualquer hora. Nunca julguem casos desse jeito. Nunca é culpa da vítima. Nunca.

Anônimo disse...

"qual a diferença entre um assaltante e um estuprador? É que ninguém defende o assaltante"

Eu nunca li coisa mais imbecil na minha vida, seu vitimismo e patético dona, defendem tanto estuprador, que tem gente que cogita até pena de morte para eles !

Anônimo disse...

NÃO SE ENGANE estes textos e “contestações” não tem nada a ver com casos verdadeiros de estupros, ou como estupradores agem (até porque carece de estudos)bastaria ela ser mais contundente e afirmativa, e o rapaz iria embora !
As contestações feministas referentes a estupros é apenas um cavalo de tróia. Não tem nada relacionado com o estupro em si e sim que as feministas desejam legitimar socialmente a promiscuidade feminina. como nessas marchas idiotas não foram feitas para intimidar potenciais estupradores, elas foram feitas para intimidar potenciais conservadores. As feministas estão apenas usando casos como esse para poderem continuar com suas distorções retóricas e se vitimizando como sempre para poderem fazer seus ataques! Ataques a sociedades, ataques a mentalidade masculina. Querem simplesmente passar por cima da maneira que os homens pensam, mas precisam de aprovação para isso.

Gabriela disse...

Uma dúvida.A.disse q ele era quase seu professor eu não entendi isso.Quero dizer ele ainda o vê na faculdade?Ela ainda tem q conviver com ele?

Bruno S disse...

Assustadora pela forma como isso pode ser narrado como um evento corriqueiro. E pelo fato de que o estuprador não deve se sentir como tal. Felizmente a vítima conseguiu superar bem a história.

E faz parte da cultura de estupro nós homens aprendermos que "tem que insistir", não pode aceitar o primeiro não, que "elas dizem não querendo dizer sim" e outra bobagens do gênero.

Assim como moças são incentivadas a impor dificuldades. Mesmo que queira muito, não pode parecer fácil. Tem que fazer o cara insitir.

A mistura explosiva dessa má educação me parece um grande reforço a cultura do estupro.

Quando comecei a ler mais blogs feministas, pude rever que várias atitudes tidas como habituais por boa parte dos homens nao são muito diferentes do relatado.

Eu admito que hoje, depois de ler esse e outros blogs feministas, tenho consciência de que já agi de forma bastante errada com mulheres.

Luciana disse...

Interpretação de texto não é o forte do Anônimo (17 de outubro de 2012 11:07).


Ótima resposta, Lola!

Anônimo disse...

Tipico pensamento politico marxista, "ensinem os homens a não estuprarem" como se o individuo não tivesse personalidade própria, fosse um casulo apoderado pela " construção social" mas me diga loa, porque alguns homens estupram e outros não ? se e cultural deveria ser regra, e não exceção não e verdade ?
para mim não faz sentido !
Faz sentido fingir que adultos não sabem que não devem cometer crimes violentos por aí e que devem ser ensinados a isso?”
“Faz sentido assumir que todo mundo com quem você cruza na rua é um predador sexual pronto para atacar?”
“Não é um pouco odioso fazer uma afirmação que afirma que metade das pessoas do mundo são criminosas sub humanas?”
“Está me dizendo que se não falarem para eles não fazerem, um homem crescido, que trabalha, tem habilitação, cartão de crédito, formado, que se sustenta e vive sua vida normalmente, ou seja alguém responsável, que tais pessoas não sabem que não devem sair por aí cometendo estupros ou outros atos violentos dignos de predadores pré civilizados?”
Sinto muito mas não concordo com você lola ( sei que você fica fula com isso) mas alguém precisa dizer !estupros se combate e com penas duras, com politicas de incentivo a denuncias, e com comportamento adequado de prevenção de nossas cidadãs, e não com vitimismo Maniqueísta !

Sonado Alaikor disse...

Provavelmente ele nunca vai saber, assim como muitos moços e algumas moças que tem praticas similares também não. A educação deturpada e diferenciada que é dada é um problema, como bem colocou a Lola.

Lola, só um pedido, não coloque mais nada em vermelho quando for negrito, dói os olhos x_x

Anônimo disse...

Quanta coisa nós mulheres temos q enfrentar,nossos corpos não nos pertencem.Sempre temos que estar em guardar,nunca podemos ser apenas pessoas vivendo no mundo,se ficarmos a vontade acabamos sofendo uma violência e sendo desrespeitadas,por isso que devemos sempre ser feministas e nos unir,mostrando ao mundo que nós somos seres humanos com sentimentos e não bonequinhas.

Marcelly disse...

a não defendem não??
e a passeata praquela banda asquerosa do New Hit??

eh o quee??

defesa??

acorda!!!!

só vc não ve que só o fato de não falarmos do estuprador já eh defende-lo...
falar mal da vitima já eh tirar de cima dele a culpa!!

Pili disse...

e aí, a dúvida... avisar pro sujeito? explicar pra ele o nome do que ele fez e porque ele não tem ese direito?


...
assunto paralelo, hoje é dia do Ame Seu Corpo!
Dá pra começar uma revolução inteira com esse simples ato ;)


Anônimo disse...

As mulheres que protestam contra a agressividade masculina deveriam parar de acreditar que os homens bondosos são “inseguros” e que os opressores homens autoritários são “decididos e seguros de si”. Deveriam também parar de admirar os ditadores e deveriam, ainda, sentir atração sexual pelos homens doces e submissos.
Além disso, as mulheres que protestam contra a promiscuidade masculina deveriam parar de assediar os homens bem sucedidos, que mantém várias amantes, normalmente lindas.
É uma simples questão de honestidade: como elas podem protestar contra comportamentos que elas mesmas reforçam? De um ponto de vista lógico, não há saída: ou o protesto é fingido ou elas são desonestas.

Anônimo disse...

elas acham que vão combater o estupro por controlar o homem (mais leis controladoras, que vão tornar todo homem um criminoso em potencial -> ampliaçao do poder estatal, etc). Não vai combater o estupro de forma alguma, porém, o verdadeiro objetivo vai ser alcançado (na concepção feminista, a liberdade feminina passa pelo controle sexual masculino).

Sara disse...

O estupro é um crime dificil de se tipificar, mas analisando sobre o ângulo mostrado nesse post, deve subir a niveis altissimos o numero de mulheres que sofreram esse tipo de crime, pois infelizmente a cena descrita faz parte da vida, creio eu de grande numero de mulheres, e maior parte delas ainda pensa como a própria autora que fez o relato, que apesar de todo o desconforto e medo pela situação que passaram, não julgam que tenham sofrido desse crime, culpam-se pelo que passaram, muitas vezes nem falam pra ninguem por medo de serem recriminadas, enquanto o cara autor da "proeza" continua sua carreira de estuprador, se achando o máximo.

Andressa disse...

O que eu acho mais difícil de fazer é explicar para os moçoilos que estupram desse modo "forçar a barra", ou então quando a menina tá meio bêbada, que isso também é estupro. Porque pra eles, parece que não é. Aí parece que tem que martelar na cabeça mesmo. Talvez um caminho seria explicando pra eles o que o estupro não é: não é sexo, não é sexo consensual, etc.

Outra coisa que eu acho muito chata é essa cultura do "se vc saiu com ela e levou ela pra casa, você TEM QUE transar com ela". Já desisti de algumas possibilidades que poderiam ter sido legais porque não tava a fim de transar aquele dia, aí você dá o fora no cara pra não se estressar depois em ter que dizer milhões de nãos. É chato. Se os caras desistissem disso, eles iam conseguir fazer mais sexo. (e menos estupro haah).

Anônimo disse...

Para a lola a culpa de estupro não e do estuprador, mas sim da construção social "dazelite"

Anônimo disse...

bom, vou só comentar uma coisa porque daqui a pouco chega a mascuzada e eu não quero ler os comentários.

uma coisa me chamou muito a atenção. ela fala em ter sentido como se não fosse com ela, como se ela tivesse se distanciado do corpo. pois é. esse tipo de comentário é recorrente entre vítimas de estupro "oficial", desses que saem em jornal e incluem violência tbem "oficial". isso é como se fosse a cabeça tentando se preservar do que acontece no momento com o corpo. como se fosse tão absurdo que a cabeça desiste de entender.

ou seja, a violência sofrida por ela é igualzinha a qualquer estupro que para em capa de portal na internet. só que, neste caso aqui, duvido que as pessoas teriam a mesma empatia.

de qualquer forma, foi estupro, SIM, ela NÃO foi culpada e desejo que ela consiga se recuperar pra ter uma vida boa.

Anônimo disse...

11:07 Pena de morte não digo, mas cortar os testículos com uma foice e sem anestesia a la Femen, concordo plenamente.

Marussia de Andrade Guedes disse...

A.
Eu não considero que o que aconteceu foi um estupro. Acho até um ridículo exagero. Ele insistiu e vc acabou aceitando ( estou supondo que vc é maior de idade e nao uma criança que poderia ser manipulada) . É a minha opinião. Acho que o mais importante neste caso, já que não considero que foi estupro, é fazer alguns questionamentos. Por que vc não queria fazer sexo? Não estava com tesao no cara ? Se foi isso por qual motivo cedeu? Vc é daquelas que acha que é errado transar no primeiro encontro? Vc é daquelas que acha que a mulher deve se fazer de difícil? Vc é daquelas que dá um valor exagerado ao sexo ? Eu acho que o sexo é uma coisa normal, gostosa , simples como um beijo na boca que vc já havia dado no cara. A. Eu acho que muito mais produtivo e interessante para vc é responder a estes questionamentos. É melhor do ficar achando que foi estuprada. Vai dizer muito mais sobre vc mesma, sobre seus medos e inseguranças. E eu não estou lhe culpando! Vc é uma vítima, não do cara que insistiu em fazer sexo, vc é vítima desta sociedade machista que não permite que a mulher encare o sexo com naturalidade. Pense nisso.

Sapho disse...

Lola, fora a importância do blog e do seu trabalho, que já está mais do que evidente, repetir o discurso de que a culpa NUNCA é da vítima, é essencial. Em muitas conversas, muitas vezes entre amigas, há quem insista em culpar a vítima. Aos poucos, como um mantra, algumas pessoas vão entendendo que a culpa da ação é do agente. Meus parabéns novamente pelo blog! É minha leitura obrigatória. Eu gostaria que você pudesse postar 10, 30 textos por dia.

Unknown disse...

Lendo o texto ... tb fiquei a me perguntar: será mesmo q ela sofreu estupro?

Não conheço o rapz, mas será que se ela não fosse mais incisiva ele não teria parado? E talvez até ficasse constrangido da besteira que fez?

Claro que ele insistir é sim um abuso e falta de senso (sem contar que prática cultural masculina). Mas estupro é algo(ao menos na minha cabeça) muito mais forte.

Não estou colocando a culpa na menina, mas nem no cara ...
Os dois, ao meu ver, são vitimas de tradições culturais medonhas: ele, o homem, como autoritário e impositor e ela, a mulher, como passiva.

E analisando esse passado cultural nosso, e nossa tentativa de busca por um mundo mais justo, acho que temos que ser mais impositoras no que se quer transmitir, perder o medo de falar e se colocar, pois o abuso pode acontecer em outros sentidos também, não só nessa conotação.

Mas é só minha opinião, estou em constância mudança.

Sempre bom ler seus textos, Lola ... me da margem para refletir sobre muita coisa e aprender também.

Abraço

josemilson disse...

anonimo , cara vc e ridiculo. Vc tem transado somente com homens brutamontes ne, que percepcao sexual vc tem do estupro. que tal um homem amigo seu te agarrar depois de uma conversar tirar sua cueca borrada e comer seu cuzinho vc vai pedir bis ne?

Sapho disse...

Lola, repetir o discurso de que a culpa NUNCA é da vítima é muito importante. Eu tenho feito isso entre amigas, que por incrível que pareça, muitas vezes são mais solidárias ao agente do estupro. Seu trabalho aqui é fantástico! Não precisa se culpar por não produzir tanto academicamente. O que faz nesse blog é muito superior. Você está parindo gerações de feministas e diluindo a cultura de estupro. Parabéns!

Ana disse...

Ele não sabe que é estuprador pq ele NÃO É UM (pelo menos em relação a esse episódio).

Ele usou força física?
Ele fez alguma chantagem? (tipo: se não fizer sexo comigo eu vou contar pra todo mundo que vc é isso e aquilo).
Vc estava embriagada e ele se aproveitou do seu estado?
Ele te deu alguma substância?

Se for não para todas essas perguntas, então sorry colega, mas vc não foi estuprada. Não dá para classificar um cara chato e insistente como estuprador. Se for assim, vamos falar pros estupradores de verdade que abdiquem das armas, da força física, das chantagens e dos boa noite cinderela, afinal, é só dar uma insistida que consegue o que quer.

Ele foi chato, insistente, invasivo, mal educado, mas estuprador, não. E vamos encarar os fatos: vc deu pq quis. Se foi falta de paciência para as insistidas dele, se ficou cansada com ele ali no seu pé ou se ficou sem graça de ser "mal educada" com o rapaz, whatever, no final vc concordou em fazer sexo com ele.

Anônimo disse...

alguns homens cometaram estupro logo todos os homens são estupradores em potencial e tem que ter ser tratados como tal...ok
algumas feministas cometeram assassinatos logo todas as feministas são assassinas em potencial em tem que ser tratadas como tal... ainda ok esse racicinio?

Anônimo disse...

"Eu nunca li coisa mais imbecil na minha vida, seu vitimismo e patético dona, defendem tanto estuprador, que tem gente que cogita até pena de morte para eles !"

Engraçado que no caso do New Hit, por exemplo, massivamente culparam as vítimas.

Ou você acha que culpar a vítima não é uma forma de defender o meliante?

Mauricio disse...

Queria muito encontrar um jeito de fazer backup de todo o blog da Lola. Daqui há alguns anos, quero muito que minha filha possa ler tudo isso.

Anônimo disse...

Deve ter sido difícil para a A. admitir que o que aconteceu com ela foi estupro.
Assim como ela, muitas outras mulheres são estupradas todos os dias por seus ficantes, namorados e maridos, pois estupro é simplesmente sexo sem vontade de uma das partes. Não é porque não há resistência que o sexo é consensual. Aquele dito machista "relaxa e goza" define isso: a mulher, sem possibilidade de sair da situação, acaba cedendo o corpo e se alheando de si mesma para não perceber o que está acontecendo. Muitas esposas e namoradas fazem isso quase diariamente.
Um dia uns amigos começaram a comentar o caso em que um big brother foi acusado de estuprar uma participante que estava embriagada e dormindo. A própria participante disse que não tinha sido estuprada. Uma amiga minha atentou para isto: "Essa mulher já foi estuprada tantas vezes que nem sabe mais o que é ser estuprada."
Precisamos continuar divulgando histórias como a da A. para esclarecer as pessoas de que estupro é simplesmente sexo sem vontade. Não interessa se o cara foi legal, se ele não apertou seu braço nem te bateu e só ficou te provocando com palavrinhas "você quer, mas tá dizendo 'não' pra me excitar". Estupro é sexo sem vontade, embora possa haver consentimento. Vamos admitir de uma vez que nossa sociedade é permissiva com o estupro. Esse é o primeiro passo para que saibamos nos defender de relações abusivas, mesmo que elas durem apenas uma noite, porque o trauma dura muito mais que isso.

Nih disse...

Anonimo 11:07 - New Hit te manda lembrança!

Anônimo disse...

Passei por uma situação bem parecida com a dela... Não chegou a realmente ser um estupro, pois ele estava bêbado demais e eu sóbria, o que me deu a chance de escapar.

Ainda me sinto culpada por ter me colocado na situação... Por não ter sido mais esperta. Ao mesmo tempo, percebo como não tenho culpa alguma por simplesmente confiar em alguém que já fazia parte do meu círculo de amigos.

É mto dificil se livrar da culpa qdo tudo o que vc ouve desde criança é que "mulher tem que se dar o respeito", "homens não conseguem se controlar".

Anônimo (11:07), diferentemente de uma situação de assalto, num estupro a mulher é radicalmente culpabilizada pela situação (pq usava as roupas erradas, estava no lugar errado, se comportava da maneira errada...), vide o caso da Banda New Hit, que mesmo com o laudo pericial comprovando o estupro as pessoas seguem atacando as vítimas!
Será que vc consegue entender que quando vc coloca tanta culpa na vítima o que vc está fazendo é DEFENDER o agressor? Afinal, é ELA quem estava de roupa curta, é ela quem PEDIU! É mto complicado de entender isso??
Por favor, pense 2 vezes antes de falar tamanha bobagem!
Vitimismo? Pois eu digo que o que vc está fazendo é repetindo o que a "cultura do estupro" e da violência quer que façamos: CALAR AS VíTIMAS!

Pedro disse...

Como assim? Você está dizendo que a sociedade defende os estupradores enquanto condena os assaltantes? Ridículo. Se alguém assalta, ninguém sugere pena de morte, ou que lhe castrem, ou torcem para que seja estuprado na prisão.

O estupro é um dos crimes mais odiados que existem. Aquele jogo japonês, que você já comentou em outro post, é um bom exemplo. Um monte de gente condenou o produto por simular estupros. Enquanto isso, há inúmeros jogos e outros produtos de entreterimento que simulam assassinatos (considerado um crime mais grave pela maioria das constituições), e nem por isso tentam proibí-los.

Não estou com isso defendendo agressores sexuais, mas acho que dizer que vivemos em uma "cultura de estupro", em que essa prática é aceita socialmente e até defendida, é algo totalmente absurdo para mim.

Anônimo disse...

Medir homens por aquilo que estupradores fazem acaba autorizando que alguém meça mulheres por aquilo que a Elize Matsunaga fez. Vamos sair com cartazes com os dizeres “não ensinem homens a não serem mortos. Ensinem mulheres a não esquartejar”? Claro que não, até porque um mínimo de raciocínio põe em seu devido lugar a ideia de que todas as mulheres seriam assassinas frias. Porém, onde foi parar o mínimo de raciocínio daquelas que olham para todos os homens como estupradores em potencial? Talvez tenha ido para criar racionalizações que tornem a definição de estupro elástica o suficiente para que uma simples olhada para o corpo de uma mulher seja considerada como modalidade leve de tal atrocidade (como vemos em alguns dos cartazes).
E, claro, se alguém pusesse um cartaz dizendo que devemos ensinar mulheres a não esquartejar, obviamente que iriam dizer que estamos sendo monstros, machistas e todo aquele blablablá decorado que conhecemos bem. A diferença é que se perguntassem a nós sobre se faz sentido um cartaz desses, diríamos que não faz sentido nenhum, mas sim que estamos fazendo um protesto contra esse lance de “não ensine as mulheres a se vestirem, ensine homens a não estuprarem”.

Pipoca disse...

Anônimo 11:07

Não sei se você veio trollar, ou se realmente não está muito bem informado. Se for a segunda opção, eu queria dizer que você está 1% certo. Realmente no caso estupradores de criança ou de mulheres religiosas, virgens, num beco escuro, depois de bater muito nelas realmente tem muita gente querendo pena de morte.
Mas não são todos os estupros que são assim. Quando a vítima de estupro não se encaixa nos "padrões de mulher direita" (uma desculpa estúpida pra dizer que mulher deveria ficar em casa e só sair acompanhada de um homem), a sociedade não vê o agressor como agressor. Sexo forçado, muito infelizmente, não é visto como crime todas as vezes. E coisas do tipo "já teve vários parceiros", "estava bêbada", "estava usando um vestido curto", "não lutou até a morte pra não deixar" são usadas pra justificar o injustificável e tentar transformar estupro em sexo.

Marcelly disse...

gente o Bruno ai em cima tem namorada????

hehe..brincadeiras a parte. Ate pq já tenho meu namorado...maravilhoso..mas infelizmente com uma criação machista que estou revertendo beem aos poucos...mas estou...=)

Mulherada...bora valorizar esses homens que realmente nos valorizem..pq ai sim vai ter mascus querendo morrer...

vida longa aos "Manginas"..como os idiotas mascus os chamam..


pq são esses homens feministas que merecem todo o nosso respeito...



quanto ao caso...

não foi estupro. Mas foi estupro. Alguém já disse não pra um homem na cama??
ali quase na hora H ???Não da pra explicar..é horrivel..passa mil coisas pelas nossas cabeças..
mas a pior eh..a sociedade nos faz termos necessidade de sermos aceitas por esses homens...e acabar fazendo o que eles querem....talvez esse cara não seja um monstro..so um cara num dia ruim...quem realmente a violentou..e a violenta todos os dias..é essas sociedade machista...sexista...

Pipoca disse...

Acho "ótimo" a Marussia de Andrade Guedes dizer pra vítima que ela se enganou e que não foi estuprada não. E que é tudo falta de "liberação sexual".
Como se o fato da vítima se sentir violada não contasse. Que bom que tem esse questionário excelente da Marussia pra ajudar a descobrir quando é caso de estupro "de verdade".

Anônimo disse...

O caso New lixo Hit, se difere por eles serem famosos, e terem uma imagem padrão desejada pelas "fãs" não e exemplo de nada, muitas mulheres validam o que eles fizeram por eles serem destacados, alvos de fetiche,( muitas mulheres passam facilmente por cima de valores morais quando o homem tem destaque social, vide as mulheres de traficantes e corruptos, que sabem exatamente o que eles fazem mas não se importam por conveniencia) se fosse um trabalhador comum,a historia seria outra !

Anônimo disse...

O caso New Hit e uma otima oportunidade para combater o estupro, ele devem pegar anos, e anos e anos de cadeia, em regime totalmente fechado, não apenas para que paguem pela barbaridade que fizeram ,mas para também servirem de exemplo, para outros idiotas que pensem em cometer tal ato nojento !

Anônimo disse...

Jamais quero duvidar da autora, se ela se considera estuprada ela foi estuprada e ponto. Mas eu discordo totalmente da Isa. Estupro eh exatamente sexo sem consentimento. Eh exatamente isso.
Não eh sexo sem vontade, ou sem tesão. Isso não eh estupro se houver consentimento.

Alice

Anônimo disse...

Sua história é igual a de muitas mulheres. Com medo do que possa acontecer, a mulher 'cede'. Isso juridicamente é uma desgraça. Como provar na justiça que um cara te estuprou sendo que não há evidências físicas de violência? Seria a sua palavra contra a dele. Ainda assim, vi um cartaz de marcha das vadias que diz 'é estupro se você me faz sentir medo de dizer não'. Acho que é sim, mesmo que nõ possa ser provado - e seria bom se todos os homens ficassem sabendo disso. A postura sexualmente agressiva de muitos homens intimida muitas mulheres - elas são coagidas e isso é estupro. Eu nunca passei por esse tipo de coisa. Acho que por geralmente só beijar homens com quem eu virtualmente transaria e sempre transar na primeira noite (acho que se um cara some depois de uma primeira noite boa, ele é um machista babaca), além de buscar sexo pelo sexo. Mas já levei tapas que não pedi, fui chamada de vadia e safada; me passaram a mão e não gostei. Sempre reagi. Ninguém me chama de safada, nem de vadia. Eu sou uma mulher livre. Bater não é uma opção no meu caso (ok pra quem é, não pra mim). Se um cara me passa a mão enquanto nos beijamos e eu não me sinto bem, eu paro. Nunca continuo absolutamente nada do que eu não queira, porque sou dona do meu corpo e do meu desejo. Mesmo assim, já passei por muita coisa desagradável (que embora pudessem ser tipificadas como estupro, não poderiam ser provadas - que merda). O que aconteceu com vc foi horrível, mas também te ensinou uma coisa muito importante: mesmo correndo o risco de levar um tapa, ter a calcinha rasgada e ser estuprada com uso de violência física e não só por coação, é melhor revidar. Da próxima vez, pergunte: 'você é o quê? um estuprador?'. Um dos desafios do feminismo é ensinar às mulheres a serem donas de seus corpos.
Alice

Anônimo disse...

gente, pelamor. depois do "não" tudo é estupro. e agora (não tão agora) tá na LEI. não é uma mulher de mimimi, é a LEI. e existem MIL motivos pra alguém desistir no meio da coisa. ou nunca aconteceu de no meio de uma conversa ou um beijo mesmo vcs perceberem que não rola? e, se não rolar, não é pra rolar e pronto. não sou eu que tô falando, não é a lola, não é a autora. é A LEI.

Anônimo disse...

e se eu homem estiver bebado, transar com uma garota, e depois me arrepender, eu fui estuprado ?

Unknown disse...

Na minha opinião houve estupro. Houve resistência na prática do sexo, a moça não queria a relação sexual. Apenas ante a insistência do rapaz acabou deixando pra lá. Um mesmo crime pode passar por diversas nuances de gravidade. O estupro pode ser mais ou menos grave a depender da relação entre a resistência da vítima e a violência do agente. Não precisa ser como nas cenas revoltantes dos filmes, em que as vítimas levam a resistência ao máximo mas acabam subjugadas pela agressividade do agente, posta em prática numa intensidade em que muitos homens não seriam capazes de realizar (acho que, para muitxs, somente homens extremamente violentos seriam capazes de cometer estupro...). Por alguns comentários que li, muitxs só consideram estupro quando a violência masculina e a resistência feminina são levados ao extremo. Isso é tão errado quanto supor que alguém que matou outrem com tranquilizantes não cometeu homicídio.

Anônimo disse...

"não há evidências físicas de violência? Seria a sua palavra contra a dele".

o pessoal do iml consegue saber pelo trauma no canal vaginal se foi consentido ou não. existem tipos diferentes de lesão quando não se quer transar.

Anônimo disse...

"é melhor revidar"

muita gente não consegue revidar. na hora do terror, a gente nunca sabe qual vai ser a reação da pessoa. e a vítima não é obrigada a reagir.

nina disse...

Basta ver os comentários aqui, de gente que se diz cabeça aberta e contra a violência apontando o dedo pra moça dizendo 'será que foi estupro?' Ou pior, dizendo que não foi. Cara chato e insistente? Cara, ela fez sexo sem querer de verdade, mas não...a culpa só pode ser dela, como sempre. Vamos nos colocar no lugar do outro um pouquinho ou tá difícil?

Tô desejando secretamente que essas mulheres comentando que não foi estupro, que ela 'deu porque quis' sejam mascus disfarçados.


Foi estupro. Qualquer coisa depois do 'não' é errado e não devia acontecer. O que ela devia ter feito, sozinha, em casa, sem ter a quem pedir ajuda, sem saber se ele não seria mais violento caso ela fosse mais incisiva, como vocês dizem? É isso que a gente aprende a vida toda: a aceitar, a permitir, a se culpar. Ela sofreu algo que muita gente sofre, por medo do que pudesse acontecer. Não sei o que eu faria, não tenho condições de apontar e dizer o que ela devia ter feito. Ele não devia ter forçado a barra, simples assim.

A.:
Como as demais pessoas minimamente sensatas, eu desejo que sua vida seja muito mais do que esse acontecimento terrível. Que você nunca mais passe por nada do tipo. Que seja feliz e que fique segura.
É o que desejo pra mim e pra todas as pessoas.

Mirella disse...

ai pelamor, eu vou ter de comentar.
Foi demais essa de chegar para a moça e dizer "ah não foi estuprada, não".

Imagina a cena. Alguém roubou meu celular, vou contar para um amigo ou whatever. "Puxa eu tava falando no celular daí o cara falou 'passa o celular' eu hesitei um pouco, mas fiquei com medo de ele estar armado e entreguei".
A pessoa: "Ahh isso não é assalto. Você falou para o assaltante que não queria que ele te roubasse? Você tentou entrar numa luta corporal com o assaltante? Você tentou defender seu celular? Ele te ameaçou? Ele te machucou? Não, né. Seja honesta, você provavelmente queria que roubassem seu celular, senão não ia andar por aí falando nele. Vamos analisar o motivo de você não ter reagido da maneira que eu considero correta para isso ser um assalto..."


PQP humanidade, tá foda.


A., apesar do que lhe aconteceu, é muito bom que você tenha entendido e não deixado com que isso lhe atrapalhasse. E também entender como as coisas assumem um tom diferente do preto no branco e aprender a analisar o que nos faz bem e o que não faz. Parabéns pela coragem de contar seu relato que pode ajudar muitas pessoas.

Unknown disse...

Fui olhar o Código Penal (que não tenho lido há uns 500 anos...), na verdade, a Lei 12.015/2009, que alterou a redação original do crime de estupro, e depois da leitura fiquei com a impressão de que a descrição do texto se encaixa melhor no art. 215 do CP (violação sexual mediante fraude, emprego de meios que reduzam a livre manifestação de vontade da vítima). Pra que haja estupro a lei exige violência ou grave ameaça. Pode não ter havido estupro, mas com certeza houve violação sexual mediante fraude, que TAMBÉM É CRIME. Ou seja, toda vez que o homem faz sexo com a mulher, mas a mulher não faz sexo com o homem, há crime. Pra que não haja crime os dois têm que querer, não apenas um.

Vejam aí o Código Penal:

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

§ 2o Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.” (NR)

“Violação sexual mediante fraude

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.” (NR)

“Assédio sexual

Art. 216-A. ....................................................................

..............................................................................................

§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.” (NR)

Mirella disse...

Anônimo das 13:57

se o ato tiver acontecido sem o seu consentimento, é estupro. Mas arrependimento não é o mesmo que estupro. Às vezes na hora você achou que era uma boa e depois viu que não (acontece com todo mundo), não se sentiu bem ou algo do tipo. Mas se DURANTE você se sentiu mal, quis parar e a pessoa com quem você estava te intimidou de alguma forma, se a sua vontade de parar não foi respeitada, é estupro sim.
Compreende a diferença?

Adriana disse...

Acho que quem fala coisas do tipo: "Se você tivesse sido mais dura ele parava" nunca passou por uma situação assim. Sério, a coisa não funciona desse jeito. Tem homens que realmente pensam que o "não" é só mais um joguinho de sedução quando queremos dizer "sim", e chega uma hora que você não consegue mais negar. E que fique claro que não é a mesma coisa que ceder, porque a situação é tão surpreendente, que você fica lá, fazendo o básico, torcendo pra acabar logo e correr pro chuveiro. É uma situação de impotência, de não saber como agir mesmo. É fácil falar e julgar quando nunca passou por isso, e é difícil explicar com palavras porque ficamos tão impotentes.

Anônimo disse...

No caso da moça, pelo relato, não foi estupro, não. Se vamos falar de lei, a definição atual de estupro é "Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso".

Houve violência ou grave ameaça? Parece que nesse caso em específico, não. Dizem que todo sexo não consentido é estupro. Tá certo, mas como se define o consentimento? Parece que querem exigir um consentimento por escrito assinado e registrado em cartório para todo ato sexual.

Pili disse...

querid@as,

se você diz "não! pare! solte!" e a pessoa continua te agarrando apesar do que você diz, infelizmente o nome disso é estupro.

se a pessoa tira sua roupa apesar de você se agarrar a elas e empurrar, impedir, segurar as mãos da pessoa, infelizmente o nome disso é estupro.


É infeliz, é humilhante e justamente por isso as pessoas fogem desse nome.
Só que negar a palavra, não faz o ato sumir.

Vocês dizem que bastava ela ser contundente. Não bastava. Ela disse não várias vezes e isso não bastou. Ela foi ignorada cada vez que negou, cada vez que se afastou.

...

e quando vocês dizem que ela aceitou vocês continuam ignorando ela.
Neste exato instante.

PAREM!

Anônimo disse...

Isso não é estupro em hipótese nenhuma. É só arrependimento. O relato da menina mostra que foi tudo consensual. Fico imaginando a reação do cara, alguém chega pra ele e diz que ele tá sendo acusado de estupro. Ele "mas eu até dormi na casa dela, que isso?".

E já postaram aí o texto da lei mostrando que não houve o estupro. A autora do blog podia ao menos mudar o título, porque ele é no mínimo mentiroso e poderia render um processo.

Unknown disse...

PUTZ!
Eu não sei hoje estou como o Michael Douglas em Um Dia de Fúria ou se realmente a ignorância e preguiça de pensar tomaram conta dos comentários hoje!
Puta merda, qual é a dificuldade de se ter EMPATIA? Que mania podre de querer dar uma de "experrto" e dizer que: "não, não, você se enganou, minha cara, pq estupro não é isso, não importa o que vc sentiu" ou "deu porque quis, agora aguenta".

Percebam a lógica SUPREMA: mulher relata experiência de estupro. Diz que por muito tempo se sentiu culpada e que até hoje acha difícil admitir para si mesma que foi vítima de estupro.
O que os "jênios" vomitam nos comentários?
"mimimi pra mim isso não é estupro"
"mimimi sei mais do que você sobre algo que aconteceu com você mesma"
"mimimi deu porque quis, admita"
"mimimi coitados dos homens, feminazis querem nos castrar"
"mimimi sou homem e não quero saber que estupros existem"
"mimimi não teve violência então não é estupro pq eu sei o que é estupro e vc não"

PELAMOR!!

Em primeiro lugar: sexo sem consentimento É violência! É! Não é algo subjetivo, não é algo abstrato. É violência! É tão difícil entender algo tão ÓBVIO?!
Logo (preparem-se para a revelação óbvia) sexo com violência É estupro! O que é sexo com violência? Sexo sem consentimento!
PQP!

Em segundo lugar: não são as feministas que enxergam todos os homens como potenciais estupradores, caros mascutrolls mimimizentos do caramba, mas VOCÊS mesmos e toda a sociedade machista! Querem tirar a prova?
Taqui ó: toda vez que ensinam mulheres a como "evitar" estupros, estão dizendo que qualquer homem pode estuprar.
Toda vez que dizem que uma mulher "pediu" para ser estuprada, estão admitindo que os estupradores não conseguem se controlar, e que a culpa é da mulher descuidada que não considerou que aquele homem poderia estuprá-la.
Contra o que nós feministas lutamos mesmo? Para que as vítimas PAREM de ser culpadas pelos estupros que sofreram e para que o estupro não seja visto como um assunto exclusivamente feminino. NÃO é um problema somente feminino. Ver todos os homens como potenciais estupradores e viver em alerta é um ensinamento do machismo que nós combatemos diariamente. Aprendam a pensar, mascutrolls boçais.

Desculpem-me, pessoas queridas do blog, mas hoje eu tô por aqui com masquecus e com gente querendo dar uma de espertinha.

Bruno S disse...

Pessoal, vocês leram o texto??

"ele avançou com um certo grau de força."

"Eu apenas resisti enquanto ele tentava tirar a minha calcinha. Pus força no braço, neguei."

"Disse que ele tinha que ir embora, que já era tarde, que eu queria dormir. Disse todo o tipo de coisas que vieram à mente."

"Ele não parou e manteve o papo de "eu sei que você quer".

"Eu parei de lutar."

Essas frases copiadas abaixo parecem consentimento para vocês? Sério?

Marussia, o que levou A. a não querer transar com o rapaz faz diferença? Se ela não quis por "frescura" o estupro é menos grave?

Marilia, se A. resistiu menos do que poderia isso a torna menos vítima? Se ela cansou de resistir e cedeu ao agressor deixa de ser uma violência.

p.s. me divirto muito com a turma que vem aqui questionar o conteúdo dos posts, mas não tem coragem de assinar suas opiniões.

p.p.s. Mrcelly, já sou comprometico.

garotinha disse...

Eu só fico pensando numa coisa. Porque é que muitas de nós, em situações como esta não tomamos uma atitude mais drástica? Claro que concordo que isso foi estupro, mas somos educadas para ser "educadas" discretas, gentis e doces, porque é assim que uma boa mulher deve se comportar, mas não acho que temos que dizer não com jeitinho, nem pedir gentilmente para que por favor, tirem as mãos de nós.

Mila disse...

Meninas, vcs viram que coisa nojenta aconteceu em Sergipe:
http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2012/10/seguranca-de-shopping-e-suspeito-de-estuprar-adolescente-em-aracaju.html

@vbfri disse...

Pessoas (menos mascus idiotas),

É simples assim: se ela falou não e o cara insistiu... é estupro.
Se ela não queria e o cara forçou... é estupro.

Estupro é sexo sem consentimento. A mulher que transa sem querer transar é estuprada.

Vamos, pelamor, parar com essa ideia que pq ela não "foi mais incisiva" ou pq ela é "adulta" que não houve estupro.

Vamos parar com essa ideia, também, que pq o cara não a ameaçou ou usou de violência física (pra mim, houve violência física, já que ela falou que não queria tirar a roupa, logo, a roupa saiu sozinha? Não, né??).

Estupro é estupro. Não é não. Ele usou da força física dele para conseguir sexo. Simples assim.

Um pouco de empatia, minha gente!

Sonado Alaikor disse...

Qual a parte em que ela disse não que a galera que leu não entendeu?
Quando alguém diz não é não!

"Há mas tem quem gosta de (inclua o clixê aqui)"
Não é estuprando todo mundo que vamos saciar quem gosta de wyldsex oras, conversas sobre isso entre pessoas que confiam uma na outra é o que resolve essas situações.

No mais, sinceramente, fico com medo desse povo...

@vbfri disse...

Lembrando: esse tipo de situação é MUITO comum em estupros praticados dentro de casa. MUITO comum.

Típico do marido que estupra a mulher e JURA que nunca faria nada de mal a ela.

Cultura de estupro, sim.

Sério, gente... é TÃO difícil entender que quando a pessoa fala NÃO ela NÃO está se fazendo de difícil, ela NÃO quer dizer "sim", ela NÃO está fazendo doce???

VAMOS ENSINAR: NÃO É NÃO!!!

Unknown disse...

Anônimo 14:27

Vá ler o comentário da Mirella, das 14:19 e vê se pára de falar tanta asneira num comentário só, "experrrtinho".

Luciana B. disse...

Nada a ver com o assunto, mas se naum viram ainda, vejam!
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/10/comissao-da-camara-aprova-meta-de-investir-10-do-pib-na-educacao.html

@vbfri disse...

Caso igual:

http://projectunbreakable.tumblr.com/image/32408557993

Cultura de estupro, sim.

Karla disse...

Se alguém diz que não reagiu a um assalto, mesmo sem saber se o ladrão estava armado, por medo de acontecer algo pior, alguém diria que não foi assalto coisa nenhuma e a vítima entregou seus pertences porque quis?

Então por que essa atitude imbecil acontece quando se trata de um estupro? Por favor, gente, vamos ter um pouco mais de empatia e pensar um pouco antes de falar merda.

Elaine Cris disse...

Passei por uma situação um pouco parecida uma vez. Falei com o cara que queria parar, ele não ouviu ou fez que não ouviu. Tive alguns segundos de pânico e quando dei por mim estava batendo com a mão fechada na cabeça dele, ele levou um susto e parou.
Já fiquei sabendo de dois casos de garotas que perderam a virgindade mais ou menos assim, o namorado insistindo e em certo momento usando de força, "pegando de um jeito que não teve como ela sair", foi o que já escutei.
Já li um relato, acho que no Blogueiras Feministas, de uma moça que foi estuprada por um ficante, em um quarto em que outras pessoas dormiram, porque teve vergonha de gritar, tentar impedir e as outras pessoas acordarem. Acho que homens e mulheres recebem várias mensagens de que o normal é esse mesmo, o homem avançando e a mulher negando, precisando ser convencida do ato ou que se outras pessoas ficarem sabendo, no lugar de te ajudar vão é ficar contra você.
Isso é muito triste.

Anônimo disse...

É difícil. Como quase toda mulher, eu também passei por isso, sabe, Lola?
E até hoje eu fico com dificuldade de aceitar que foi um estupro, porque eu gostava tanto dele.

Ele não era forte, era todo alternativo, acreditava no amor livre. A gente não namorava, mas tínhamos um relacionamento aberto de 10 meses. Eu era louca por ele, aliás, se é que importa, foi com ele que eu perdi a virgindade.

Pois bem, chegou o fatídico dia em que ele queria e eu não. Foi numa festa na casa de um amigo dele. O lugar estava cheio de desconhecidos e a gente não tinha privacidade nenhuma. Eu simplesmente não tava no clima, Lola! Mas ele insistiu. Eu disse não, falei pra ele parar de encher o meu saco. Ele continuou insistindo, disse que eu era chata. Como eu disse, ele não era forte (era menor que eu), mas sabia que eu gostava dele e usava isso contra mim. Ficava me chamando de chata e de fresca.
Eu permiti que acontecesse, mas como a gente age nessa situação? Eu não fiz sexo naquele dia, ele fez sozinho. Eu não gemi nem fingi sentir prazer, dava pra perceber que eu não tinha gostado. Eu nem cheguei a lubrificar, fiquei seca, o que tornou tudo muito mais dolorido.
Eu fiquei brava com ele, o que o fez ser gentil comigo pelo resto da noite. Ele fez café pra mim, disse que me amava (pela primeira vez) e me convidou pra viajar com ele. E mesmo que ele tenha percebido que não foi uma experiência legal pra mim, acho que até hoje ele não sabe que foi um estupro. Acho que até hoje eu não sei que foi um estupro.

Anna disse...

Marussia, cada pessoa tem uma reação diante de uma agressão. uma vez, eu e uma amiga andavamos em uma rua deserta e dois homens saltaram de uma moto e nos atacaram para roubar nossas bolsas. a reação da minha amiga foi entregar a bolsa imediatamente, a minha foi me agarrar a bolsa e rodopiar em torno do proprio corpo enquanto o assaltante tentava arrancá-la de mim. até que eles desistiram e foram embrora. o que voce diria para a minha amiga: que ela não foi assaltada, que na verdade ela queria fazer uma doação para os necessitados mas tem dificuldade em ser generosa? que se ela realmente nao quisesse se desfazer de seus pertences ela teria feito como eu?

Anônimo disse...

a vítima não é obrigada a reagir, não mesmo. agora EU defendo a reação. defendo que criemos mulheres fortes de mente e corpo, donas de si e dispostas a reagir, sim. com violência, se for o caso. se uma vítima de estupro não reagir, ela será defendida da mesma forma e o estuprador acusado da mesma forma. mas vc percebe o PODER que as mulheres ganham ao ganharem seus corpos? percebe o PODER que as mulheres ganham ao ter o poder de reagir?
Alice

Luiza disse...

Vir aqui bater de frente com uma mulher fragilizada é fácil.
Mas na primeira blitz policial fica pianinho feito um Lord, só no "Sim, sinhô, sim, sinhô" pro policial.

Bando de cusão, covardes. Nem mostram a cara. Duvido vir com macheza de frente pro cano de uma arma.

BARATAS.

---
Pra quem está chegando agora no blog, gostaria de deixar um comentário em particular: se, no mundo todo, tem mulher reclamando, um grupo inteiro relatando coisas que antes ficavam escondidas, é porque alguma coisa errada tem. Pra pensar.

Sarah de Souza disse...

Quando um cara é preso por estupro (principalmente se ele estuprou alguma criancinha), é comum ver gente comentando que "ele vai virar moça na cadeia". Isso quer dizer que ele vai ser repetidamente estuprado enquanto estiver preso, isso se não castrarem e matarem o cidadão.
Isso já denuncia a cultura do estupro, cara. Você chama de "moça" uma pessoa que acha digna de ser estuprada. Você não chama de "estuprável" (o que também seria absurdo, anyway), você simplesmente chama de mulher, pior, de mulherzinha, porque a vontade de fazer sexo não importa, desde que satisfaça os desejos dos homens.

Ninguém percebe a gravidade do problema, cara. É como se estivéssemos com uma bomba relógio na mão e ninguém acreditasse no contador. Mulheres continuam morrendo, mulheres continuam perdendo o direito ao próprio corpo e ninguém leva a sério. Todo mundo acha que é piada!

Anônimo disse...

Isso aconteceu muitas vezes comigo, meu ex namorado me forçava com as mesmas palavras "eu sei que você quer"... e muitas vezes falava "você já transou com outros caras na vida, porque é tão difícil transar comigo?"... Agora consigo entender porque doía tanto, e porque eu não me sentia no corpo... :´(
Bia

Sonado Alaikor disse...

@Luiza

"Vir aqui bater de frente com uma mulher fragilizada é fácil.
Mas na primeira blitz policial fica pianinho feito um Lord, só no "Sim, sinhô, sim, sinhô" pro policial.

Bando de cusão, covardes. Nem mostram a cara. Duvido vir com macheza de frente pro cano de uma arma.

BARATAS."

Opa, pera, vai com calma...
A policia tende a ser um agressor tremendo para nós homens, do tipo "merece apanhar até provar que é inocente" muitas vezes.
Foi mal, mas eu não tenho como concordar com seu argumento da mesma forma como não concordo com o argumento dos mascus do tipo "tem de ser estuprada para aprender" pois eles defendem uma agressão para corrigir (o que eles julgam erroneamente ser) outra agressão e neste caso esta defendendo a mesma coisa.

roseanjos disse...

Tive que parar de ler os comentários. Não estou com paciência com esses caras falando merda.
Estupidez tem limites.

Aline Tomasuolo disse...

Que sociedade de merda é essa que vivemos?

A moça vem aqui , expõe a alma e a dor dela, de algo profundamente doloroso e intimo que aconteceu com ela, e as pessoas se sentem no direito de condenar, julgar, dizer que ela consentiu, que não foi estupro?? Por um acaso, vocês estavam lá para determinar se o que aconteceu foi ou não estupro?

Que mundo absurdo é esse que vivemos?

Vocês todos aí, que se sentem no direito de julgar e de dar a sua importante "opinião"? Quem vocês acham que são? Antes de apontar o dedo e condenar uma jovem que foi estuprada, dizendo que ela na verdade se "arrependeu", por que vocês não pegam um espelho e olhem para si mesmos antes de qualquer comentário inútil como este?

Olhe para si mesmo e se pergunte:
- quantas vez você já chamou de vadia (ou algo do tipo) alguma mulher na rua por estar usando uma roupa curta ou sexy?
- quantas vezes você já disse que só "merece respeito quem se dá ao respeito", como se você fosse um ser muito superior que pode determinar que merece ou não seu precioso "respeito"?
- quantas vezes você já viu um caso de estupro na tv, e questionou que roupa ela estava usando, ou o que ela estava fazendo a essa hora da noite na rua?
- quantas vezes você já falou para suas filhas, netas, sobrinhas, amigas, que elas não podem usar roupa curta, ou decotada, ou muita maquiagem?

Mas e quantos de vocês já ensinaram para seus filhos, sobrinhos, netos, amigos, que o corpo da mulher é dela e de mais ninguém, e que ela pode fazer o que quiser com ele, e que isso NÃO te dá o direito de desrespeita-la?
Isso nós não ensinamos né.

Ninguém têm o direito de questionar se o que ela sofreu é estupro ou não! Ninguém têm o direito de apontar o dedo e vomitar seus achismos e opiniões distorcidas!

Precisamos dar um basta nisso! Ninguém mais aguenta tanta hipocrisia, tanto machismo, tanto sexismo, tanto sofrimento!

A próxima vez que você ver uma notícia de uma mulher que foi estuprada, de uma mulher que foi morta pelo marido, de uma jovem que foi espancada e violentada pelo namorado, quando você ver esta notícia, tenha certeza apenas de uma coisa, você também é culpadx por aquela tragédia, o sangue destas mulheres esta nas suas mãos tanto quanto nas mãos do assassino. Você é tão culpadx quanto ele toda vez que você incentiva o sexismo, o machismo, "a moral e os bons costumes" e quando você diz que uma jovem não foi estuprada, que ela apenas se arrependeu, ou não soube se impor.

Suas mãos estão vermelhas e manchadas de sangue...





Anônimo disse...

Lola,

Lendo esse post, percebi que também fui vitima de estupro:

Um amigo que mora fora do país veio nos visitar e eu fui com ele do rio até buzios de carro pra mostrar a região dos lagos. Ele estava com meu carro mas na época eu não sabia dirigir.
No caminho de búzios tem um motel e ele simplesmente entrou com o carro e eu questionei e ele ficou com o papo mole de que não ia acontecer nada que eu não quisesse.
Não tinha muito o que fazer. Pular do carro? Ir a pé pra Buzios?
Enfim...

Chegando lá, começamos a nos beijar. Sim, eu estava meio apaixonada por ele. E ele fez exatamente o que a menina do post descreveu.
E eu comecei a chorar. Foi a única reação que consegui ter.

E sempre me senti culpada pois eu achava que "tinha dado mole" pra ele. Óbvio que a culpa foi minha e eu nunca contei pra ninguém o que aconteceu lá.
Depois de me estuprar (e eu era virgem!) ele veio me consolar. E eu simplesmente aceitei que ele não fez nada demais comigo. Eu chorava pois não imaginava que transaria a primeira vez assim.


Só que já passou por isso vai entender.
E até hoje eu nunca tinha visto o que aconteceu como estupro.

Agora eu entendo perfeitamente que a culpa não foi minha. Eu gostava dele, mas nunca quis ir pro motel e muito menos ter relação sexual.

E não é arrependimento pós sexo não!

Só eu sei como me senti com tudo.

Obrigada por compartilhar o relato!

Mulher disse...

Haha, se isso está sendo julgado aqui como qualquer coisa que não um estupro, imagino o que diriam do meu caso. Por anos tive um relacionamento em que o sexo era doloroso (assim como muitas mulheres que nem sabem do que se trata, acham que é "normal"). O cara sabia que doía, via que sangrava inclusive, mas mesmo assim havia uma pressão psicológica para que houvesse o ato.

Não é preciso que se tenha uma arma apontada pra sua cabeça pra se caracterizar um estupro. Digo no sentido de vivenciar, e não em termos do Direito. E não precisa mesmo ser um cara que te encontra na rua, pode ser até seu marido achando que existem obrigações a serem cumpridas, como por exemplo isso de se apossar do seu corpo.

Que se dane quem diz que não é estupro, e que bom que você não ficou traumatizada. Eu fiquei, tive que redescobrir minha sexualidade e prazer com tratamento psicológico especializado nisso. E me choco ao descobrir um milhão de casos iguais ao meu a cada vez que conto essa história. Estamos engatinhando em nossos direitos e conquistas sexuais.

Sonado Alaikor disse...

@Aline Tomasuolo

As pessoas esquecem que quando elas ignoram ou tratam levianamente são complacentes e tão culpadas quanto o agressor. Perfeito que você falou, resume muito do que eu sinto e tento explicar para as pessoas ao meu redor (normalmente em vão).

@Sarah de Souza

Estupro realmente não devia ser tratado como algo simplório. O problema é bem grande, ao ponto de ser um dos principais geradores de SerallKilers, inclusive nos poucos casos em que mulheres se tornam. Isso dá uma base para se pensar no tamanho do estrago psicológico que isso causa...

Luiza disse...

Huan

Eu sei que violência policial existe aos montes e eu não disse nenhum tipo de incentivo a isso.

Só que, mas, porém, contudo, todavia, eu duvido que esses mascus falem na delegacia a mesma coisa que eles vivem repetindo aqui. Já eu - nós todos - podemos repetir nossas ideologias feministas pra qualquer pessoa sem medo. Foi exatamente isso o que eu disse e foi bem claro. Atacar alguém mais fraco socialmente é fácil feito peidar, mas alguém mais forte... isso mostra quem a pessoa é de verdade.

Anônimo disse...

Ah vá, ela gostou que eu sei! Ocorre que as feminazis fizeram lavagem cérebral nela para ela acreditar que todo homem é estuprador.

Ela precisa de um tratamento psicológico para sair do feminismo e voltar à realidade, e principalmente, aceitar o prazer que teve.

O moço deve estar realmente chateado, te faz gozar, dorme abraçado contigo e no fim é jogado fora. O pobre menino deve estar se sentindo culpado.


Tu quem estupraste os sentimentos dele!

Anônimo disse...

"Vamos parar com essa ideia, também, que pq o cara não a ameaçou ou usou de violência física (pra mim, houve violência física, já que ela falou que não queria tirar a roupa, logo, a roupa saiu sozinha? Não, né??)."

Cara, desculpa, mas estupro é justamente "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,...". Se não houve violência ou grave ameaça, não houve estupro. Insistência NÃO É estupro. Dizer "não", o cara continuar (sem violência ou ameaça) e vc não oferecer nenhum tipo de resistência não é, tecnicamente, legalmente, estupro.

Não tô dizendo q não é deplorável, não tô dizendo q não é parte da cultura de estupro em q vivemos, mas não é estupro. Acho q, assim como as mulheres precisam entender q não é necessária conjunção carnal para q exista estupro, tbm precisam entender q o cara ser babaca e insistente não faz dele um estuprador. Estupro tem q ter, necessariamente, VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. Pela LEI.

Olha só, não tô querendo dizer pra moça se ela foi ou não estuprada, até pq ela contou q houve violência, mas insistência pura e simples não é estupro.

Lívia

Moema L disse...

O texto é tão simples e mesmo assim tem gente com problema para interpretar.
Analfabetismo funcional é foda.
Deus do céu, se a pessoa esta contando que disse não em vários momentos, tentou impedir que ele tirasse suas roupas e quando não soube mais o que fazer acabou cedendo e se mantendo “distante” mentalmente da situação (como muitas outras vítimas de estupro fazem) qual é a duvida?
Não pode estar tão difícil de entender. Não esta claro o suficiente?
A pessoa passa por um trauma desse e ainda tem que ouvir dos outros que não foi estuprada que cedeu porque quis.

Deus dai-me forças mesmo. porque se der paciência eu vou ser obrigada a dar aula de interpretação pra muita gente.

Anônimo disse...

O que é isso, porra? Daqui a pouco vai ter que ter que ter contrato pré-transa para poder transar senão é estupro? É isso?

lola aronovich disse...

Gente, fiquei abismada com alguns dos comentários por aqui. De mascus eu espero qualquer coisa, até culpar e chamar de vagabunda safada uma menina de 15 anos que se suicidou por bullying (como narrei ontem, e os comentários de ontem já me deixaram enojada). Mas falta de empatia de mulheres que frequentam um blog feminista?! A autora do guest post disse o que aconteceu. Ela lutou sim. Da sua forma, mas lutou. Não existe apenas uma forma de lutar. Cada pessoa é diferente. Mas copio o que está no post e o que o Bruno já destacou. Antes, A. deixou claro que não queria transar com o rapaz naquela noite, que não queria convidá-lo para entrar na sua casa (muito provavelmente ela percebeu no caminho que o cara era calado demais pro gosto dela). Depois: “Ficamos um tempo nessa [nos beijando, ele insistindo, ela negando, ele dizendo éu sei que vc quer'], até que ele avançou com um certo grau de força. Eu não gritei. Não lutei fisicamente contra ele por muito tempo. Eu apenas resisti enquanto ele tentava tirar a minha calcinha. Pus força no braço, neguei. Disse que ele tinha que ir embora, que já era tarde, que eu queria dormir. Disse todo o tipo de coisas que vieram à mente. Ele não parou e manteve o papo de 'eu sei que você quer'. Eu parei de lutar”.
Pra mim isso parece sim com uma mulher dizendo NÃO, resistindo, INSISTENTEMENTE. E o cara continou. Não parece estupro pra vcs? Sério mesmo? Estupro é só quando um sujeito põe uma arma na cabeça? Ah, seria ótimo se só houvesse estupro desse tipo! Os índices cairiam muito. Só que em mais de 70% dos casos de estupro a vítima conhece o estuprador. Não é um estranho numa rua escura. É um conhecido. É um amigo, um namorado, um marido, um pai, alguém da família, alguém de confiança. Em muitos desses casos não há arma na cabeça. E por isso deixa de ser estupro?
Eu não acho que transar sem ter vontade configure estupro. Acho que muitas mulheres (e homens também) transam algumas vezes sem estar com muita vontade. Assim como fazemos mil e uma coisas sem estar com vontade (trabalhar, se preparar prum teste, andar de salto alto, etc). Mas mesmo assim CONSENTIMOS transar com alguém sem estar com vontade. A palavra-chave é essa, consentimento. É assim: “Putz, hoje não tô com o menor tesão mesmo. Mas vc quer mesmo? Mesmo? Tem certeza? Então tudo bem, vamulá”. A pessoa aceita transar sem vontade. Nem precisa ser verbalizado.
Agora, quantas vezes a pessoa tem que dizer NÃO até que o cara pare? Quanto a pessoa tem que lutar pra que configure estupro pra vc? Incrível que mesmo em casos de violência explícita sempre, sempre, sempre aparece um bando pra dizer que ELA DEU PORQUE QUIS. A cada comentário, vcs simplesmente provam o que já sabíamos: que a cultura de estupro está firme e forte. Porque me digam que, se uma vítima narrasse um assalto, apareceria tanta gente pra dizer que “ela deu a bolsa porque quis”. Apareceria tanta gente pra defender o assaltante? Pra negar que existiu um assalto?

lola aronovich disse...

Obrigada por compartilhar seu relato, anônima das 15:43. Fico feliz que, mesmo depois de todo esse tempo, vc perceba que não foi sua culpa. Que vc foi estuprada. Muita força pra vc, viu?


Anônimo de algum horário que disse pra eu mudar a palavra ESTUPRO do guest post porque senão posso ser processada, dá uma olhadinha no post sobre a ameaça do Marcelo Tas pra ver quanto eu tenho medo de processo.

Unknown disse...

Anônimo 16:15

Não, caro bocó. É só prestar atenção na pessoa para saber se ela quer ou não. Se ela disser não, ou resistir, não há consentimento.
Se você tivesse um pouco de humanidade, saberia reconhecer o significado das palavras e da resistência física. Agora, se você não souber identificar isso, ou tem problemas sérios, ou é alienígena, ou é um robô em fase de testes.
Pensar não dói.

Sonado Alaikor disse...

@Luiza

Saquei, tem toda razão. Visto por esse angulo retiro o que eu disse antes.

Anônimo disse...

É íncrivel como homens ficam pra lá de butthurt quando o assunto é estupro né? E ainda tem aqueles que vem com aquela ladainha "mimimi sou um homem de benzzzzz,jamais faria isso" AHAM,SEI já ouvi falar desse papo de "homem de bem" e o que saí dessa gente é só hipocrisia e falso moralismo.

Sonado Alaikor disse...

"O que é isso, porra? Daqui a pouco vai ter que ter que ter contrato pré-transa para poder transar senão é estupro? É isso?"

É por isso que sou anarquista, um canivete nas bolas com certeza faria um desses entender mais efetivamente ejkhawklehkwlewa

Unknown disse...

Lívia

Você não sabe bulhufas de direito penal.
Positivismo tá aí mofando e vc se gabando por saber ler um artigo, vá estudar.
Grata.

Unknown disse...

Lívia

Uma prova da sua incoerência:

"Olha só, não tô querendo dizer pra moça se ela foi ou não estuprada, até pq ela contou q houve violência, mas insistência pura e simples não é estupro."

Ou seja, ela contou que houve violência, mas não é estupro pq não houve violência? Interessante...

Anônimo disse...

Na minha opinião não consigo ver esse caso como estupro. Ela foi vítima de um cara chato, mas acho que seria como por exemplo um operador de telemarketing muito insistente que consegue te convencer a comprar um produto que você não quer, ele não pode ser considerado um estelionátario caso o comprador se arrependa depois, pois faz parte do trabalho dele vender a qualquer custo.
No caso o cara tentou impor a vontade dele e você cedeu. Só porque voce se arrependeu do que fez não faz dele um estuprador.

Anna disse...

"Estupro tem q ter, necessariamente, VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. Pela LEI.

Olha só, não tô querendo dizer pra moça se ela foi ou não estuprada, até pq ela contou q houve violência, mas insistência pura e simples não é estupro.

Lívia"

Lívia, voce ja viu o artigo 157, sobre roubo? "Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:"

Usando o seu pensamento sobre estupro para roubos, podemos julgar que a minha amiga que entregou a bolsa a dois assaltantes, que surgiram do nada em uma rua escura e partiram para cima de nós exigindo as bolsas, não foi roubada. afinal não houve violencia, nao houve grave ameaça, quer dizer, eles nem eram assaltantes. ela pode ate ter se sentido roubada, mas, na verdade, pela lei, ela não foi roubada. é isso?



17 de outubro de 2012 16:05

Unknown disse...

Hmmmm....

Ela diz não, ele insiste.
Ela tenta usar a força para se livrar dele, ele "vence por ser mais forte".
Não sou uma dessas grandes advogadas, mas, na minha época isso era estupro. Qualquer jiujiteiro ou lutador de luta greco-romana pode explicar aqui que violência física não é apenas com golpes de impacto(soco, chute, etc).
De fato, não seria muito diferente de "um bandido ninja" te imobilizar para roubar teu celular. Houve roubo do mesmo jeito.

Por outro lado, acredito que também há forte culpa do alcool, e acredito que seria interessante e útil que crimes desse tipo(estupro, assassinatos, lesões corporais, etc) tivessem o agravante de se estar alcoolizado que levaria a penas maiores. Talvez assim as pessoas parassem um pouco de beber exageradamente e fazer merda.

Unknown disse...

Huan Icaro Piran

"É por isso que sou anarquista, um canivete nas bolas com certeza faria um desses entender mais efetivamente ejkhawklehkwlewa"

Um dos poucos que falou alguma coisa que presta auhwuhaw.
Alias, nem precisa ser anarquista, uma vez que isso é apenas legítima defesa. Claro, na legítima defesa temos algumas "brechas" que podem ser bem exploradas para uma punição DIY. 3:}

Aline Tomasuolo disse...

É isso que me assusta Lola. As pessoas acham que são superiores, ou sei lá o que. Acham que estão em posição de determinar o que a menina fez ou sentiu em um momento horrível e totalmente particular da vida dela. É uma falta de empatia imensa!!

A sociedade se acha no direito de nos ditar um monte de coisas, como nos vestir, o que fazer com nossos cabelos, o que comer, com que namorar, com quem transar, enfim tudo na nossa vida é minuciosamente avaliado, julgado e pré-determinado de acordo com as vontades de todo mundo, menos a nossa.

E o povo ao invés de se revoltar contra isso faz o quê? É conivente.

Eu não aguento mais ver tanto sofrimento das minorias, é negro sendo chamado de macaco por pseudo-humorista famosinho, é casal de namoradas morrendo a facadas pelo vizinho e o mesmo continua "foragido", é a banda de pagode estuprando duas menores e 80% dos comentários criticando as vítimas e nãos os estupradores, é a minha funcionária que apanha diariamente do marido e que tem medo de denunciar pois sabe que ele vai pagar uma fiança de R$200,00 e ele vai sair da cadeia, e ela ainda vai ter que ouvir que ela é mentirosa, que ela merece e etc.

Lágrimas de dor, lágrimas de revolta, lágrimas de vergonha...

Nossa luta só está começando, eu sei disso, mas veremos a vitória.

E sabe apenas o queremos? Sermos respeitas independente de nossas escolhas. Sermos tratadas como seres humanos! É pedir muito?

Aparentemente sim, pois basta você dizer que foi estuprada para virem 100 pessoas, 90 com pedras nas mãos. Mas as outras 10, com palavras de força, de carinho e de apoio, valem por 1000.

Me revolto por saber que temos montanhas gigantescas para remover, mas sorrio e me consolo ao me lembrar que unidos, com força, coragem e confiança, derrubaremos uma a uma.

Anônimo disse...

Carolina,
Onde eu disse q a autora post não foi estuprada? O Bruno destacou os trechos em q ela narra violência. Teve violência ou grave ameaça, é estupro.
Meu comentário foi pra ressaltar o trecho do comentário de outra pessoa q disse, expressamente, q não precisa de violência ou ameaça pra ser configurado o crime. Teve gente aqui q disse q acha q sexo sem vontade é estupro.
O q eu ressaltei é q não é a insistência q configura o crime de estupro ou não, mas o uso de violência ou de grave ameaça. Como houve violência no caso da autora do post, houve estupro, claro.
Aprende a ler antes de vir dar pedrada.
E positivismo? Vc é o q? Aluna de 1º ano de Direito encantada com as palavras bonitas do Kelsen?

Sonado Alaikor disse...

@Raziel von Sophia

A parte do anarquista foi um escrachamento a lógica de contratoXpunição legal do infeliz.

A verdade é que no geral foi uma sátira a falta de auto crítica, pois se faz preciso uma ação radical extremada para esses fulanos mascus entenderem que a moça esta dizendo não '-'

Unknown disse...

Anônimo 16:34 que claramente tem analfabetismo seletivo ou se faz de sonso para trolar.

Sua opinião não muda nada. Houve estupro. Ela cedeu porque não viu outra alternativa. Depois de resistir de vários maneiras, desistiu pelo cansaço.
Se isso não caracteriza estupro para você, sinto lhe informar, mas você é ignorante por opção.

Não houve arrependimento, porque ela já não queria ANTES, demonstrou sua resistência de várias maneiras.
O arrependimento só ocorre depois do ato sexual CONSENTIDO.
Se o ato sexual NÃO era CONSENTIDO, não há "arrependimento", há estupro.

Anônimo disse...

Putz, esqueci de assinar.
Sou a comentarista anônima das 16:48.
E, gente, não disse que o caso da moça do post não é de estupro.
Fiz a ressalva do último parágrafo justamente pra q deixar claro q não estava me referindo a esse caso em particular.

Lívia

Moema L disse...

@ Huan Icaro Piran

"É por isso que sou anarquista, um canivete nas bolas com certeza faria um desses entender mais efetivamente ejkhawklehkwlewa"

Eu sou contra a violência mas infelizmente em um caso como este eu não vejo outra saída. Se você não ferir a pessoa ela não entende que NÃO É NÃO.

OBS: realmente a falta de empatia de algumas de nós esta de matar mesmo. A vítima acaba de relatar que resistiu o quanto pode e ainda tem gente dizendo o contrario.


Sarah de Souza disse...

Menos sobre o post em si, mais sobre o estupro ser tratado como piada. Olhem os comentários dessa notícia (se tiverem estomago):

http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/10/apos-salvar-dona-de-estupro-cao-vai-ganhar-carne-e-roupa-de-heroi-no-df.html

I. disse...

É uma pena que toda vez que o post é sobre estupro os macus surtem nos comentários, em especial nos com nome de mulher.

Para a A., eu passei por isso, com um ficante. Eu demorei pra aceitar o que tinha acontecido. Pra mim estupro ainda era o 'serial killer no beco escuro demadrugada com uma faca na mão'. Mas não é. E o melhor é nos libertamos dessas feridas, porém, nunca esquecê-las, e continuar na luta por uma sociedade sem cultura de estupro.

Não é não!

Ps: seu post me ajudou a fazer algo que eu precisava há um bom tempo. A Lola vai saber quando ler meu email c:

Unknown disse...

Lívia

De acordo com a construção das suas frases, a interpretação era essa, de que você dizia que não houve estupro no caso da autora.
Citei positivismo sim, pois só citar a letra da lei não adianta, é preciso analisar o caso concreto, e você não pareceu fazer isso.
E não, minha "querida", não sou aluna do 1º semestre e muito menos deslumbrada, apenas não fico por aí vomitando artigos como se só eles formassem o direito.

Nina Levy disse...

Claro que foi estupro! Parece que, a menos que a mulher consiga pegar uma barra de ferro e bater na cabeça do infeliz, as pessoas acham que ela deixou. Parem com isso! Se a mulher diz NÃO, é não. Se ela diz não e ele não para, já é estupro. E ponto final.

Só para deixar claro, pois alguns comentários me pareceram ser de homens que tem a mesma conduta (criminosa) do estuprador em questão:

Quando a mulher diz não, é NÃO.
É PARA VCS PARAREM.
A partir do momento que ela fala não, se vcs não param estão a estuprando.
Não existe não que quer dizer sim. Não é não.
E nenhuma mulher é obrigada a saber lutar, basta ela dizer NÃO.

(E isso que fiz acima é ensinar um homem a não estuprar. É coisa que os pais deviam falar com os filhos.)

Anônimo disse...

Carolina,

De fato, eu não estava analisando o caso concreto (nem era minha intenção), apenas rebatendo outros comentários q entendi serem equivocados sobre as características do crime de estupro.
Analisando o caso concreto, acredito q houve violência e, portanto, estupro, como já ressaltei em 2 ocasiões.
Não quero discutir com outras feministas, pq estamos do mesmo lado. E peço desculpas por ter te ofendido, mas vc fez uma leitura equivocada do q eu escrevi (provavelmente por culpa minha) e me insultou.
Ok?

Lívia

Sonado Alaikor disse...

@Moema L

Também sou contra a violência (gratuita) mas tem momentos que não tem muito o que se fazer infelizmente...

@Nina Levy

Se qualquer um, independente do gênero falar a NÃO é não. Saber lutar realmente não deveria ser uma obrigação, mas como disse uma conhecida minha no twitter, "é uma necessidade por diversos fatores"
Não deveria ser neste caso, infelizmente é. Em outros onde não se fala de sexismo como assaltos também ajuda (latrocínio é tenso), mas dai já vai de cada um...

Anônimo disse...

Ela não queria que ele entrasse na casa dela, mas de tanto ele insistir ela acabou deixando. Isso faz dele um marginal invasor de propriedade privada também?

Unknown disse...

Lívia

Ok. Desculpe por ter te insultado. Esse assunto acaba mexendo muito com a gente. Não pensei muito antes de te responder, talvez se estivesse mais calma, teria sido mais educada.

Moema L disse...

Anonimo
17 de outubro de 2012 16:34

Você esta comparando um atendente de telemarketing insistente com uma caso de estupro?

É isso? Qual é a lógica?

Ela relata que disse NÃO, ela relata que RESISTIU...

ele não é só um cara chato.

Suponha que uma pessoa com o dobro do sua força insista para que você de 50 reais para ela e você diz não e a pessoa segura os 50 reais da sua mão e começa a puxar e você continua dizendo não e se agarrando a nota de 50. até que você não sabe mais o que fazer para que a pessoa solte e vá embora e ela acaba por tomar a nota de 50 de você.

Você não entregou a nota porque quis você foi coagido, estava com medo e não sabia o que fazer.

Você disse NÃO e resistiu da forma que pode. você é uma vitima, nesse caso de roubo.

é a mesma coisa que aconteceu com a moça. Só que no caso dela o crime é muito mais grave e alem disso a maior parte das pessoas a culpa e não a ve como vítima.

Gabriel disse...

Não consegui ler todos os comentários. Foi me dando um desconforto em ler certas coisas, em especial, porque as pessoas que escreveram pareciam tranquilas com a própria opinião. Mas vamos lá, contribuir do jeito que dá pra discussão:

1) Enquanto a maioria achar que estupro é coisa de psicopata continuaremos estagnados na questão. Eu pergunto: todo assassino é sádico e amoral? Não, muitos matam tendo todo uma vida "normal". Porque todo estuprador tem que ser um Jack Estripador para validarmos a sua conduta como estupro?! Do contrário é como (infelizmente) disse uma comentarista aqui: "não acho que a culpa seja dela, mas também não acho que a culpa seja dele". A culpa é da Carminha então!

2) Penas mais duras, mecanismos de denúncia e fiscalização e o que mais vier. Ainda tem gente que acha que as instituições são rodas gigantes movidas a energia solar, e não - em boa parte - um conjunto de práticas culturais feitas e controladas por indivíduos. Se eu acho que não existe estupro, pronto, não existe punição, não existe fiscalização, não existe crime! E fora que nos EUA as penas são duríssimas e os crimes sexuais continuam aparecendo, ano após ano, estupradores em série, assassinos de mulheres e homossexuais e pedófilos continuam existindo.

3) Essas pessoas que dizem que bastava ela dar uma forçada - já que ela não é criança - que o cara parava, são as mesmas que confiam no "próprio taco" para escapar de assaltos, de saidinhas de banco, de golpes da loteria, de traições, de gripes e de resfriados, mas que depois que acontecem ficam paralisadas, inertes, como a grande maioria, pois não esperamos a violência em cada esquina. Muito menos quando ela vem de pessoas que conhecemos como é o caso da maior parte dos estupros.

Mila disse...

Não acho justo ficar debatendo se foi ou não, afinal, ninguém estava lá para saber se a menina "deu por que quis". A questão, a meu ver, é sobre essa cultura de que a mulher está sempre disponível.

Eu sei que a gente tá cansadx de saber, mas parece que algumas pessoas não conseguem entender que em caso de violência sexual, sempre vai ter alguém culpando a vítima e tirando a do bandido da reta. Só alguns exemplos que eu retirei da seção de comentários do G1:

- Fico revoltada com esse tipo de matéria preconceituosa! Colocam essa bruxa muito, mas muito feia que não sabe pronunciar REX (seu cachorro) alegando que ia ser estuprada. Seu marido? Ninguém iria se submeter a isso. Deve de haver sido algum vizinho tentando matá-la (devido a sua feiura já que afinal, dói de ver) e ela resolveu alegar estupro pra prejudicá-lo!
-QUEM DEVIA GANHAR UM PRÊMIO ERA O LADRÃO! MUITO RAÇUDO!
-Será que ela queria ser salva, mesmo? Com essa estampa, sei não....


Só pra contextualizar: a matéria era de uma senhora de 43 anos que foi salva de um estupro pelo cachorro. Ela é negra, não tem mais 20 anos, é pobre... não uma bonitona. Logo deve agradecer por sofrer um estupro. É... Rafinha Bastos não é o único.

Maria disse...

Lola, já passei por uma situação semelhante a da A. Foi com um colega de trabalho... a 4 anos atrás. Estávamos em uma festa de fim de ano da empresa, fui dar um passeio com ele pelo local e paramos para conversar. Estávamos sóbrios, antes que alguém venha falar besteira. No meio da conversa, ele veio com um papo estranho, de que sempre me achou gostosa, que eu mexia com ele, e começou a tentar me agarrar. Falei não várias vezes, e ele continuou insistindo, tentando usar a força física. Lola, é a pior sensação do mundo. Consegui sair do estado de pânico e correr dele. Quando cheguei em casa, me senti suja, humilhada, culpada... Liguei para um amigo e contei tudo. Dia seguinte ele foi na delegacia da mulher comigo. Registrei a ocorrência e falei para o meu chefe. Fiquei isolada no trabalho, poucas pessoas acreditaram, ficavam insinuando que "dei mole", "dei abertura", entrei em uma crise depressiva horrorosa, tirei licença médica, quis me matar. Uns 3 meses depois de registrar a ocorrência, foi marcada a acariação. Acredita que o desgraçado negou tudo, chegou a chorar na frente do conciliador? Nojento. Ele foi considerado culpado, pagou uma multa que foi convertida para uma ONG. Me recuperei, voltei alguns meses depois ao mesmo trabalho, e com a ajuda do meu psiquiatra voltei de cabeça erguida, Lola. Hoje, lendo este relato (que me fez chorar), me sinto muito corajosa em ter denunciado, pq só quem passou por isso entende a humilhação. Hoje, passo pelo meu agressor e nem enxergo ele. A vítima tem que falar, tem que espalhar o que aconteceu. O agressor tem que ter a consciência do que fez. Espero qua a A. consiga superar esse momento terrível. Força, garota.

Gabriela disse...

Essa escória q alega q não houve estupro está apenas em advogando em causa própria.Porq eles se incomodam tanto quando deixamos claro q não é não?Porq aí eles teriam q olhar pro próprio umbigo e se verem como agressores.Sério esse acéfalo insistente aí que até disse ter pena do cara deve ter estuprado quantas moças?Essa defesa e essa negação trata-se apenas de pessoas se recusando a enxergarem as próprias deformidades.

Anônimo disse...

Anna,

Dois caras chegando em duas mulheres e falando de modo intimidador "anda, passa a bolsa, sua vadia!" (não sei se foi assim, tô só ilustrando), mesmo q não estivessem aparentemente armados, é grave ameaça.
Um cara chegando pra uma moça e dizendo "anda, dá logo pra mim, sua vadia!", mesmo q nem encoste nela, é grave ameaça.
Um cara tirando a roupa de uma mulher, mesmo com ela resistindo, mostrando, portanto, q é mais forte e poderá usar isso contra ela, é grave ameaça.
Um babaca insistente ("ah, vamos pra minha casa, vai", "dorme comigo hj, eu sei q vc quer"), sem q haja intimidação, não é grave ameaça.

A Lola já divulgou em algum post (acho q mais de um até) um vídeo do Louis CK em q ele fala de uma moça com quem ele tava dando uns malhos e o interrompeu 2 vezes, ele entendeu o recado e foi embora.
Se, depois da primeira interrupção, ele tivesse insistido e ela não o tivesse interrompido de novo, seria estupro?
Foi isso q eu quis dizer no meu primeiro comentário.

Lívia

Anônimo disse...

as mulheres vão derrubar o romney nos EUA (this is power): http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1170558-romney-cria-nova-polemica-ao-falar-sobre-arquivos-cheios-de-mulheres.shtml

mirela disse...

eu entendo completamente a sensação de estupro que a autora sente. eu acho que muita gente aqui tem uma ideia diferente do que é "estupro", conceitual mesmo. estupro não necessariamente é violento ou envolve armas, força física...
bem, a minha história é a seguinte (sempre volto a pensar nela, não sei bem como defini-la):
eu fui morar fora da minha cidade com 18 anos, aluguei quarto em uma casa em que moravam mais 2 pessoas, um deles era um cara de 23 anos por quem eu logo fiquei afim, tinha muita tesão por ele. uma noite eu estava deitada na minha cama e ele chegou em casa, bêbado. eu fui falar com ele na sala, estava dando em cima dele, queria ficar com ele, mas não tinha coragem de dar o primeiro passo. voltei pra minha cama, deixei a porta do quarto aberta. ele entrou no quarto e a gente transou, assim, fácil. eu não sei se eu queria TRANSAR com ele assim logo de cara, mas queria muito ficar com ele, então aceitei. ele transou comigo, levantou e foi deitar na cama dele, sem sentimento nenhum, me senti bem usada. bem, no dia seguinte foi como se nada tivesse acontecido (até pensei que ele poderia ter esquecido, já que estava bêbado no dia anterior). acontece que as semanas passavam e volta e mexe entrava ele no meu quarto querendo transar comigo. o pior é que era sempre assim, no meio da noite ele entrava no meu quarto, me acordava e começava a tirar minha roupa, me beijar, como se eu fosse uma boneca que ele pudesse ficar usando (e na maioria das vezes chegava sem camisinha!)... sempre que ele estava sem camisinha eu mandava ele embora, mas era sempre uma luta... eu falava pra ele sair, pra ele sair, pra ele sair e ele continuava me beijando, tentando. e no dia a dia da casa era aquela frieza. acho que eu fui deixando a situação correr por que gostava muito dele, mas lembro das minhas amigas me dizendo sempre o quão idiota ele estava sendo comigo, me usando e indo embora, sempre...
não sei bem o que pensar da situação, por que parece que ficou em mim essa "vontade" de transar com ele, mesmo que sempre que acontecia meu instinto fosse mandar ele sair... isso é algo meu? de me fazer de difícil? ou é algo a ver com estupro? o que eu queria dele era algo sentimental, e eu era só usada para sexo, e um sexo que eu não tinha prazer, por que era sempre precedido de uma luta...

Luiza disse...

Huan

Obrigada. E eu também entendi seu ponto, deixo claro que violência policial é assunto muito sério e não compactuo com ele :)

Unknown disse...

Depois de reler o guest post cheguei à conclusão de que realmente houve violência por parte do rapaz. Ele insistiu e impôs sua vontade à moça, valendo-se inclusive de força física. Não sei por que há tanta dificuldade pra perceber que houve um estupro. Acredito que seja porque a TV criou um estereótipo do estupro, aquelas cenas marcadas pelo máximo da resistência de um lado e pelo máximo da violência do outro, e acabamos colocando na cabeça que pra haver estupro tem que ser exatamente como nas cenas dos filmes e das novelas. Como disse a Lola, a palavra-chave nos crimes contra a liberdade sexual é consentimento. Quando não há consentimento e o sexo é feito com emprego de alguma forma de violência ou grave ameaça, há estupro. Quando não há consentimento e o sexo é feito mediante o emprego de artifícios outros que não a violência ou a grave ameaça, há violação sexual mediante fraude. Violação sexual mediante fraude também é crime. A ausência da violência ou da grave ameaça apenas descaracteriza o estupro, mas a conduta continua sendo criminosa. No texto da moça está bastante claro que ela não consentiu e que o rapaz usou de violência, apenas não foi a violência máxima de que um homem pode ser capaz.

Aninha disse...

Dois comentários:

1) Dizer "se ela fosse mais incisiva, o cara teria parado" é o mesmo que dizer "se tivesse reagido, não teria sido assaltado". Faz sentido?

2) Esse post cai como uma luva no que discutíamos ontem numa mesa com muitos caras (universitários) e eu de menina. A dúvida dos rapazes era: e quando a menina fica dizendo não para fazer charminho? Se fazer de difícil? Se a gente não insiste, é veado.

Bom, sim, isso acontece. Há garotas que fazem isso. Mas, nesses casos, minha sugestão é simples: se a garota disse não, pare. Ah, ela queria e ficou fazendo doce? Azar dela, da próxima vez aprende a não fazer charme e ser objetiva no que quer.

Afinal, o que é pior: não transar com uma garota que queria mas ficou dizendo não para fazer graça ou estuprar alguém?

O que acham? Já ouviram gente falando isso?

Marcella disse...

Vocês conhecem esse projeto: http://projectunbreakable.tumblr.com/?

Anônimo disse...

"2) Esse post cai como uma luva no que discutíamos ontem numa mesa com muitos caras (universitários) e eu de menina. A dúvida dos rapazes era: e quando a menina fica dizendo não para fazer charminho? Se fazer de difícil? Se a gente não insiste, é veado.

Bom, sim, isso acontece. Há garotas que fazem isso. Mas, nesses casos, minha sugestão é simples: se a garota disse não, pare. Ah, ela queria e ficou fazendo doce? Azar dela, da próxima vez aprende a não fazer charme e ser objetiva no que quer.

Afinal, o que é pior: não transar com uma garota que queria mas ficou dizendo não para fazer graça ou estuprar alguém?"


Vocẽ tem que entender que são mundos diferentes. Mulheres fazem sexo no mínimo uma vez por semana, pois tem filas de homens desejando-as.
Homens precisam se sacrificar muito para ter sexo e não podem deixar passar, pois nossa libido é muito alta.

carolina disse...

isso já aconteceu comigo mais de uma vez.

Anônimo disse...

Meus dois centavos na discussão. Em relação à lei, não houve estupro e ponto final. O Direito Penal lida, primordialmente, com questões objetivas e fatos concretos.

A meu ver, a moça deveria ter simplesmente dito: "não quero transar". Ademais, poderia, sim, ter sido mais incisiva. Caso ele avançasse, aí sim seria, de fato, um estupro. Mas o que a motivou a aceitar isso? A maioria aqui está apontando questões ,extremamente, subjetivas. Será que a lei conseguiria tutelar esses aspectos com eficiência sem incorrer em decisões injustas?

Letícia Rodrigues disse...

A mulher pode dizer não esperando que o cara continue insistindo. Continuar insistindo, ou seja, continuar tentando convencer a mulher, é diferente de obrigar a mulher a fazer sexo, ou forçar qualquer contato que ela não queira. É diferente de arrancar a calcinha de alguém a força, por exemplo.

Todo homem sabe a diferença entre insistir - ou seja, conversar, tentar convencer - e forçar a barra. Todo homem que força a barra sabe que está forçando a barra. Ele pode não chamar de estupro, mas sabe que está forçando a barra.

Discordo desse papo de que as mulheres tem que aprender a "não fazer charme e ser objetivas". Todo mundo tem o direito de escolher o momento em que vão transar com alguém. Não é crime nenhum a mulher querer ser seduzida, ouvir mais alguns elogios antes de topar a transa. E não é pq as mulheres "fazem charme" que elas acabam sendo estupradas. Os estupros acontecem pq muitos homens acham que forçar a barra e estuprar são coisas diferentes, quando são exatamente a mesma coisa.

Priscila Boltão disse...

Anônima das 15:43, eu passei por uma situação praticamente igual. E até "virar" feminista (a gente não vira, se descobre, eu acho) eu realmente não achava q oq tinha acontecido era estupro. A culpa tinha sido minha, por estar de minissaia, por estar na balada, por ter dado mole pro cara, por ter ido pra casa de alguém que tinha acabado de conhecer - mas principalmente por ter acreditado quando ele disse que não ia fazer nada que eu não quisesse, porque eu era virgem e estava em estado de choque (tive um surto depressivo naquela noite e só conseguia chorar no ombro do cara, mal conseguia dizer qualquer coisa). Aliás, eu tento lembrar a mim mesma que tal surto foi o motivo de eu não ter lutado muito, pq tem uma vozinha (acho q é o patriarcado entranhado na gente) q fica me dizendo "se não queria, podia ter lutado, dito que não queria mais vezes, tentado reagir. Se vc não lutou, não foi estupro."
Eu fico justificando o cara na minha mente e achando as falhas no MEU comportamento. E por isso não denunciei. Pq já sou a pior algoz pra mim mesma. Não preciso de um juiz me dizendo tudo q já disse a mim mesma.

Letícia Rodrigues disse...

Ontem eu vi a refilmagem de "Sob o domínio do medo", feita em 2011. Simplesmente se manteve aquilo da personagem principal gostar de ser estuprada pelo ex-namorado.
Décadas depois da primeira versão do filme ser lançada, as coisas mudaram menos do que gostaríamos.

Letícia Rodrigues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Fazer uma analogia entre estupro e assalto não faz sentido. As motivações de cada crime são totalmente diferentes. Faz menos sentido ainda se formos aplicar essa analogia ao caso explicitado na postagem.

Anônimo disse...

Eu se receber investida além do que estou a fim, atualmente, revido e paro na hora, vou embora,

Mas,nem sempre tive segurança pra agir assim.Essa segurança so veio com o tempo,..

O pior e que os homens que agem assim, forcando a barra pra amassos, sexo, etc, nao percebem o quanto são patéticos: " ahh deixa rolar?? Eu quero, eu quero, eu quero..."
Pqp.Fica parecendo criancinha pedindo doce,ou qualquer outra coisa, menos HOMEM de verdade

E nao vem dizer que homem tem que ser submisso,bobo, etc, pras mulheres gostarem, porque eu já conheci homem que nao e submisso, que age como homem, mas que nao precisa forcar a barra.

Sarah de Souza disse...

Acho que falta lembrar mais que "ELE NÃO SABE QUE FOI ESTUPRO". Pelo que a gente viu aqui, tem uma galera que também não sabe o que é estupro, mas é preciso ensinar o que é. Na boa, não quero bancar a boazinha, mas acho que muitos desses caras não são más pessoas, cara, você passa a vida inteira aprendendo que mulher é assim e assado e deve ser tratada de tal maneira... Ele estupra sem saber que está estuprando. Ele está cometendo um crime, sem saber que está!
Eles precisam entender. Aliás, não só eles. Tem muitas elas aqui que também não entendem o que é e o que não é estupro.

@Marcella

Tem algo semelhante com o project unbreakable ou com o the every day sexism project aqui no Brasil?

A gente tem que colocar a boca no trombone. A gente tem que falar, que mostrar que não é ok invadir o nosso espaço. A gente tem que mostrar que dói ser coagida, dói ter a liberdade cerceada.
Se já existe um projeto assim por aqui, vamos fazer crescer, mostrar ao mundo.
Não to falando só do estupro, to falando de cantadas, perseguições na rua, to falando de todos esses silêncios frustrantes.
Eu cansei de ter de aceitar a culpa quieta, por que a gente não faz uma coisa dessas?

Anônimo disse...

Letícia Rodrigues

"Todo homem sabe a diferença entre insistir - ou seja, conversar, tentar convencer - e forçar a barra. Todo homem que força a barra sabe que está forçando a barra. Ele pode não chamar de estupro, mas sabe que está forçando a barra."

Só se for com seus cafinhas destacados. A grande maioria dos homens nunca sequer fez sexo com civis, pois as mulheres só gostam de cafajestes alfas e playboys.

Kaah e Lipeeh disse...

Você vai me desculpar mais, no meu ponto de vista ele não é um estuprador , ele não a OBRIGOU a fazer sexo com ele , ele disse que ela queria , por que foi o que ele sentiu . Ela ja tinha percebido que ele queria entrar na casa dela pra transar e deixou ele entrar e ainda o beijou la dentro , quer dizer ela poderia até ter deixado ele entrar , mais ele saiu do banheiro , amigo tchau e boa noite , mais não rolou beijos abraços e como ele tirou toda a roupa dela ? pq ela não gritou ? disse que não queria e depois gritasse por socorro , ela não fez isso , ela deixou , ele não colocou uma arma na cabeça dela a obrigando a aquilo , isso na minha opinião não é estupro.

Anônimo disse...

Entendo perfeitamente o relato da moça em questão.
Namorei durante 5 anos um rapaz. Ele foi meu primeiro namorado e perdi a virgindade com ele.
Era um cavalheiro em todos os sentidos,um doce de pessoa MESMO. Menos na cama. Diversas vezes transei com ele chorando, porque não conseguia me desvencilhar. Sabia que não iria ser prazeroso pra mim, já que sexo oral era uma raridade da parte dele. O pior de tudo é que ele achava natural, não entendia minha revolva e porque eu ficava triste. Ele ignorava meus 'nãos', 'não quero', 'não quero MESMO' achando que era frescura e que ele iria conseguir me excitar com todo seu poder sexual. Nas poucas vezes que consegui fazer valer minha vontade, ele ficava bravo, ia embora e eu me sentia culpada. Ainda bem que já superei tudo isso e hoje entendo o que acontecia.

Anônimo disse...

Anônimo das 19:27

Na primeira vez em que li o post, pensei como você. Mas, lendo de novo, fica claro que ela verbalizou, sim, "não quero transar":

"mas ele foi avançando e quando eu negava, eu pedia pra ele parar, ele dizia: 'eu sei que você também quer'"

"Ficamos um tempo nessa, até que ele avançou com um certo grau de força. Eu não gritei. Não lutei fisicamente contra ele por muito tempo. Eu apenas resisti enquanto ele tentava tirar a minha calcinha. Pus força no braço, neguei. Disse que ele tinha que ir embora, que já era tarde, que eu queria dormir."

Ela diz que o cara tirou a calcinha dela sem o consentimento, enquanto ela negava e segurava o braço dela.

Em um processo, acho impossível fazer prova do estupro, mas encaixa na definição da lei.

Unknown disse...

Kaah e Lipeeh

Cada um reage de um jeito. Não existe um padrão único de como reagir a um estupro.
Houve violência por parte dele, pois ela resistiu da maneira que pode (muitas vezes a pessoa não consegue gritar, dependendo da reação, algumas podem ficar paralisadas de medo e pavor, reação humana muito comum).
Menos julgamento e mais empatia. Você só fala isso porque é fácil falar quando não é com você.

Moema L disse...

anonimo 17 de outubro de 2012 19:52

Não sei se foi ao meu comentário que você se referiu, de qualquer forma eu só tentei explicar ao anonimo anterior que se alguém toma de você algo nas circunstancias que eu narrei (sem arma "apenas" coagindo) não deixa de ser roubo. Da mesma forma que é estupro o que a altora do post narrou. Não é porque ela não teve uma atitude mais drástica que faz o ocorrido deixar de ser estupro.

Que a motivação para os crimes em questão são diferentes eu sei. só estava tentando da forma mais didática possível explicar a situação. já que parece difícil para muitos entender um texto tão simples.

Anônimo disse...

Pobres mulherzinhas carentes e confusas. Sem a Lógica de um HOMEM não são ninguém. Não sabem raciocinar logicamente, nem ao menos são capazes de fazer uma conta de multiplicação simples.

Isso é evidente por quase não haver mulheres em exatas. E percebi que entre as frequentadoras desse bloguinho, não é NENHUMA mulher que faça exatas. Apenas semicursos parasitas de artes e humanas.
São futuras desempregadas desesperadas porque não acham homem rico para sustenta-las.

Aline Tomasuolo disse...

Acho absurdo e revoltante a que ponto as pessoas vão para manter-se cegas.

O ser humano naturalmente morre de medo de mudanças, qualquer mudança, mesmo aquelas que vem para melhor, mas pelo que eu vejo aqui e na grande maioria da sociedade, esse medo já se tornou repulsa. Rejeita-se às mudanças, as melhorias, como se fosse uma coisa asquerosa e que deve ser evitada a todo custo.

Vamos abrir os olhos! Vamos fazer diferente, pensar diferente! Vamos fugir e descartar estes padrões que usamos à 2000 anos. Chega! É hora das pessoa verem à realidade como ela é.

A culpa nunca é da vítima. É preferível sair em defesa da vítima ou do acusado? Me parece que muitos preferem defender o acusado, principalmente se ele for homem, branco, de classe média e com uma vida "normal"? Coitado dele né, a vitima destruiu a vida dele, deve estar inventando, ou é uma vadia ou fez e se arrependeu.

A moça do guest post, falou que pediu diversas vezes para ele parar, que tentou impedi-lo de tirar a roupa dela, que mandou ele ir embora, mesmo assim ele continuou, usou e abusou dela como se ela fosse uma boneca, que estivesse ali para seu exclusivo prazer. Afinal mulher nem gosta de sexo né. E se ela tivesse denunciado ele, sabe o que provavelmente aconteceria? Ele seria inocentado, mas não por que ele é inocente, pelo relato ele cometeu estupro sim! Mas ele seria inocentado, pois a nossa cultura é machista, sexista e hipócrita. E o advogado de merda dele provavelmente usaria todos estes argumentos machistas que muitos usaram aqui nos comentários, para deixar livre mais um estuprador.

Nós mulheres sofremos diariamente com o abuso, com o sexismo.
Só quem é mulher para entender o quanto é assustador e humilhante caminhar até o ponto de ônibus, e ter que ficar ouvindo nojeiras absurdas, as famosas "cantadas".
Só quem é mulher para entender o quanto é doloroso, vergonhoso e traumatizante passar por uma situação de abuso, como quando eu tinha 12 anos, e estava voltando da casa de uma amiga, e um homem de bicicleta passou por mim e agarrou meus seios, como se eu fosse uma coisa, um objeto.
Só quem é mulher para entender o quanto é revoltante e horrível, sua irmã caçula de 14 anos chegar em casa da escola de inglês e contar que um cara abaixou a calça e tentou estrupa-la no meio de um estacionamento, e que ela só conseguiu fugir pois gritou por ajuda, e apareceu um guarda, que adivinha, falou que ela estava mentindo.
Só quem é mulher sabe a dor que se sente quando lemos ou vemos uma notícia de abuso sexual, de violência doméstica, de sexismo, de morte de mulheres causadas pelo machismo.

Temos sim que fazer algo, dar uma basta!
Não tenham vergonha de dizer que são feministas, tenham paciência para divulgar o feminismo e, principalmente, se assumam feministas!

Pois os machistas querem fazer com que tenhamos vergonha de lutar por direitos iguais pelas mulheres.

Não tenham vergonha, pelo contrário, tenha orgulho, pois no futuro, você poderá olhar nos olhos de uma criança e dizer: eu ajudei a fazer um mundo melhor para você.

Anônimo disse...

Kaah e Lipeeh,

Retorne 472472901 casas ou fique 6543 rodadas sem jogar. Caso contrário, o jogador que está vencendo vai apontar uma arma em sua cabeça e comer seu... ahá, pegadinha, ele vai apenas comer seu c*.

lola aronovich disse...

Para o anônimo das 20:57: Como disse a Gansoh, Ai minha santa virgem Hello Kitty dos Mil Lacinhos protetora das pessoinhas fófis inocentes, moradores do Reino da Fantasia onde as nuvens são de algodão doce e a terra é de chocolate! Mascutroll gramaticamente deficiente, aqui no bloguinho não só tá cheio de mulheres que cursam exatas, como também há várias mestras e doutoras que trabalham na área. Não que pessoas que cursem exatas sejam superiores às outras... E vc, cursa o quê? O que te faz tão lógico e superior? Quer jogar xadrez comigo? Dizem que xadrez envolve bastante lógica. Pergunta lá na UFSC se muitos rapazes conseguiam ganhar de mim, mesmo eu sendo de humanas e ainda por cima, argh, MULHER, esse ser desprovido de lógica!
Fora isso, acho que posso contar nos dedos de uma mão o número de leitoras deste blog que estão desempregadas. E quanto ao número de mulheres desesperadas querendo um homem rico para sustentá-las, aí eu não preciso de nenhuma mão. Mas se quiser eu te mostro meu dedo do meio, quer?

Anônimo disse...

Oi, Lola. Tudo bom?

Estava lendo o texto da menina que vc publicou como postagem e queria compartilhar contigo algumas coisas MUITO pessoais.

Eu sou casada, amo meu marido, temos uma vida sexual muito deliciosa. Só que o timming do meu desejo não bate muito com o dele durante a semana, já que qdo ele chega estou morrendo de vontade e ele cansado demais. Assim, quando ele está descansado (geralmente de madrugada) eu estou já dormindo. Nos finais de semana nossos relógios se acertam, já que ele teve tempo de descansar. Enfim.

Ocorre que já aconteceu de algumas vezes eu acordar com ele me tocando enquanto estou dormindo. Fico aborrecida por dois fatores: a) ele me acordar para fazer sexo, presumindo que eu quererei, b) ele já ter sido avisado que não gosto de ser acordada.

Geralmente quando isso ocorre, eu demonstro fisicamente não estar interessada, por entender que para bom entendedor, um pingo é letra. Infelizmente, porém, isso não parece ser suficiente, já que ele faz exatamente o que o professor da menina fez: continua achando que eu 'vou querer'ou que 'eu vou ficar a fim'.

Certa madrugada ocorreu isso e eu fui obrigada a falar com todas as letras que não quereria; daí ele ficou com a carra amarrada, começou a fazer aquela chantagenzinha emocional básica, sabe? Tipo: 'estou me sentindo rejeitado'(palavras dele). Quando eu respondi que não, que eu não estava a fim naquela hora, mas que ele sabia que em vários outros momentos, eu quero, e também o procuro com essa finalidade.

Essa postagem do 'meu estuprador náo sabe que me estuprou' me fez lembrar desse episódio, e o teu comentário '....Mas mesmo assim CONSENTIMOS transar com alguém sem estar com vontade...' me fez lembrar quantas e quantas vezes mulheres casadas sofrem pressão para dar o consentimento, ainda que elas NÃO queiram dar o consentimento.

Pois, no caso meu e de meu marido, ele SABE quando eu não quero. Ele é inteligente o suficiente para compreender os sinais, mas ainda assim, faz pressão. Esstava cá com os meus botões pensando até que ponto qualquer um tem o DIREITO de pressionar o outro para conseguir o que quer.

Sei que muita gente que lesse esse meu comentário pensaria: 'ah, mas a pessoa PODE dizer um não categórico'. Mas a pergunta continua válida: é certo fazer esse tipo de pressão? Porque uma coisa é uma criança fazer birra e chantagem porque quer um doce, outra coisa é um homem, aproveitando a cultura em torno da mulher (aquela que faz com que a mulher se sinta desconfortável em dizer não ao sexo com namorado/marido) exerça essa pressão com chantagem, sabendo que o sexo sem vontade é algo muito ruim.

O que vem à minha mente é o seguinte: 

a) homens acham que não tem nenhum problema em fazer essa pressão, já que: para a maioria deles, sexo é igual pizza, mesmo sendo ruim, ainda assim é bom. Em outras palavras: muito homem acha que fazer sexo sem vontade 'não é assim TÃOOO grave'. Afinal, sexo é bom, certo?

b) Esse pensamento, quando elevado à máxima potência, faz com que muitos homens acabem flexibilizando o conceito de estupro. 'Não é estupro se ela gosta de sexo', 'não é estupro se ela antes deu uns amassos (afinal, ela queria), 'não é estupro se a mulher não ficou toda roxa por ter sido espancada',  'não é estupro se ela não ofereceu MUITAAA resistência', 'não é estupro se ela já havia transado anteriormente com aquela pessoa (afinal, um consentimento ANTERIOR fica revalidade como se fosse a Medida Provisória do imposto sobre o cheque)'.

Isso me faz lembrar daquele juiz italiano que disse que não ocorre estupro se a mulher tava de calça jeans (afinal, ela teve de 'ajudar' a tirar).

Eu não fui estuprada pelo meu marido (quero deixar isso bem claro); estou aqui querendo sua opinião (e a das pessoas sensatas que aqui comentam - os trolls mascus eu ignoro pq não sou obrigada a engolir lixo) sobre a validade de consentimento obtido por meio de pressão psicológica/chantagem QUANDO a pessoa faz pressão SABENDO que a outra NÃO QUER CONSENTIR.

Aline Tomasuolo disse...

Engraçado como homem acredita que mulher depende dele para tudo.

Ainda mais engraçado mascus que acreditam que mulher só ta atrás de dinheiro, de camisinha usada no lixo e de "macho alfa", seja lá o que for isso.

Interessante que minha mãe, educou minhas duas irmãs e eu muito bem, e fez isso absolutamente sozinha, sem 1 centavo do meu "pai" que sempre se recusou a pagar pensão. Nos saímos muito bem, todas formadas, empregadas e muito realizadas. E meu pai? É motivo de piada aqui em casa.

Mascus devem viver em um universo paralelo, bem longínquo e desconectado da verdadeira realidade. Rapazes vêm ver o mundo aqui fora, ele é bem diferente do que vocês imaginam.

Dri alves disse...

Olá, primeiro queria manifestar minha vergonha alheia pelos comentários. Triste acreditar que existem pessoas que realmente acreditam que o que aconteceu não foi estupro.
Para a autora do guest post fica meu apoio e meu desejo de que ela siga a vida bem!

Unknown disse...

Vendo o comment da anã das 21:19, fiquei a pensar...

Até quando acordar alguém para fazer sexo é abuso ou romântico?
Sempre, com a maioria das namoradinhas que tive e que dormiam comigo,era comum eu acordá-la ou ela me acordar para fazer amorzinho.:3

Também era comum eu acordar namoradinha sem querer com carinhos, por acordar de madrugada e ficar admirando ela mimindo e não resistir em fazer leves carinhos inocentes(cafuné, passar pontinha do dedo nos contornos do rosto e no braço, etc) para ela se sentir bem enquanto dormia, e ai quando ela acordava(não era sempre) eu pedia desculpas e dizia que só estava admirando-a, e ela achava fofo, me beijava, ai começavam aqueles amassos. Ou ela mesma me acordava com carícias e beijos... Hmmm, pelo que eu lembro todas foram assim.

Mas enfim, para esse costume se formar, era necessário que ela me acordasse ou eu a acordasse, e isso dizem ser abuso.

lola aronovich disse...

Putz, anônima das 21:19, que situação ruim, hein? Acho que vc tem que chamar sua conversa pruma conversa séria, num horário em que ambos estão bem acordados, e explicar pra ele o quanto essa situação te incomoda. Ele provavelmente tem uns pré-conceitos machistas bem definidos. Deve acreditar que vc tem um desejo sexual menor que o dele (mesmo vc tendo tesão em horários diferentes), e que, por vc ser esposa, deve estar à disposição, mesmo quando não está a fim. Concordo que não é o caso nem de tocar na palavra estupro, se bem que eu passaria O Bebê de Rosemary pra ele, só pra ele se sentir um crápula.
Vcs precisam organizar melhor a sua vida sexual, porque os horários não estão combinando e ambos acabam frustrados. "Agendar" pra fazer sexo pode não ser a melhor coisa, mas às vezes é necessário. Tentem encontrar alguns horários que não sejam ruins pros dois. Acho que, num relacionamento, ambos têm que ceder um pouquinho. Mas pô, acordar pra fazer sexo, sabendo que vc não gosta de ser acordada, é um baita desrespeito (conheço algumas mulheres que adoram). Conversem sobre isso, numa boa. E chantagem emocional faz parte do relacionamento e é uma tática muito usada por homens e mulheres. Aqui em casa a gente faz chantagem de brincadeira, sabendo que está sendo ridículx. Nós, seres humanos, vivemos fazendo joguinhos. Outro dia li um livro de psicologia chamado Games People Play (esqueci o autor). E é incrível o quanto tem de role acting num relacionamento.
Mas nada disso limpa a barra do seu marido. Portanto, converse com ele. Não o acuse de ser escroto, insensível, desagradável, e todas as coisas que EU gostaria de dizer pra ele. Só diga pra ele como vc se sente.
Abração, querida, espero que tenha ajudado um tiquinho! Depois volte aqui pra dizer como foi o papo.

Aninha disse...

Cara anonimo das 20:57

Não vi se alguma outra respondeu, mas EU faço exatas sim. Física, já ouviu falar?

Sou bacharel, mestre e doutaranda.

Sim, eu tenho lógica (que por sinal não é prioridade de quem faz exatas). Quem não tem lógica são vocês (exatóides ou não). E nem conhecimentos em português.

Letícia Rodrigues disse...

"Ficamos um tempo nessa, até que ele avançou com um certo grau de força. Eu não gritei. Não lutei fisicamente contra ele por muito tempo. Eu apenas resisti enquanto ele tentava tirar a minha calcinha. Pus força no braço, neguei. Disse que ele tinha que ir embora, que já era tarde, que eu queria dormir. Disse todo o tipo de coisas que vieram à mente."

Kaah e Lipeeh, ele a OBRIGOU, sim, a fazer sexo com ela, usando de força como fica claro no relato. Ela não gritou nem lutou com ele pq estava com medo de um homem mais forte que ela, violento, que chegou ao ponto de arrancar a calcinha dela a força quando ela tentou reagir e se defender. Foi assim que ele tirou pelo menos parte da roupa dela - usando a força!

Então se um homem "sente" que a mulher quer transar com ele, ele pode usar a força para transar com ela? Qualquer um que "sentir" que vc quer transar com ele pode arrancar a sua calcinha a força e transar com vc, mesmo com vc dizendo não? Uma mulher precisa chegar ao ponto de gritar e lutar para o homem entender que ela não quer? É esse o mundo em que vc quer viver?

Anônimo disse...

Sabiam que, quanto mais sexualmente ativa for a mulher mais fica difícil para um médico legista comprovar que ela sofreu estupro?

Letícia Rodrigues disse...

"Ficamos um tempo nessa, até que ele avançou com um certo grau de força. Eu não gritei. Não lutei fisicamente contra ele por muito tempo. Eu apenas resisti enquanto ele tentava tirar a minha calcinha. Pus força no braço, neguei. Disse que ele tinha que ir embora, que já era tarde, que eu queria dormir. Disse todo o tipo de coisas que vieram à mente."

Kaah e Lipeeh, ele a OBRIGOU, sim, a fazer sexo com ela, usando de força como fica claro no relato. Ela não gritou nem lutou com ele pq estava com medo de um homem mais forte que ela, violento, que chegou ao ponto de arrancar a calcinha dela a força quando ela tentou reagir e se defender. Foi assim que ele tirou pelo menos parte da roupa dela - usando a força!

Então se um homem "sente" que a mulher quer transar com ele, ele pode usar a força para transar com ela? Qualquer um que "sentir" que vc quer transar com ele pode arrancar a sua calcinha a força e transar com vc, mesmo com vc dizendo não? Uma mulher precisa chegar ao ponto de gritar e lutar para o homem entender que ela não quer? É esse o mundo em que vc quer viver?

Unknown disse...

Outra coisa, qual é a GRANDE dificuldade de, se o homem ouvir um "não", parar o que está fazendo e perguntar pra mulher se ela realmente não quer fazer sexo? Assim se tira a dúvida se o não é não de verdade, ou se faz parte do "jogo".
Acreditem, não é difícil, basta tratar a parceira como gente, e não como boneca inflável.
Não é preciso nenhum "contrato de consentimento", como um boçal disse anteriormente.

Elaine Telles disse...

Anônimo das 20:57: sou graduanda em engenharia na USP, antes de concluir o curso já sou efetiva em uma empresa de renome, internacional. E você? Ah, nem deve ter passado perto de uma Universidade, senão teria noção do número de mulheres nos cursos de exatas e não falaria asneiras.

Unknown disse...

Bruno S.

acho que Grão da Noite expressou muito bem o que eu queria falar, e fez isso embasado na lei.

Que o cara cometeu um ABUSO é óbvio, um crime sim. Mas classificar o acontecimento como estupro é errôneo.

Mas como eu afirmei antes é só minha opinião e cada um tem a sua.

Obs: Só para ficar claro, só ter uma opinião diferente, NESTE PONTO, do geral que não sou feminista.




abobrino disse...

Complicado o relato, mas pessoalmente não acho que foi estupro. Pelo relato, parece que ele pensou que vc estava de charminho, mas aí ele te convenceu e tudo rolou numa boa.

E no texto fica difícil avaliar as particularidades do ato, como quando vc diz que forçou para a calcinha não sair. Como foi isso? Ele ficou puxando e vc segurando? Ou suas mão apenas acompanharam a calcinha enquanto ele tirava ela? Vc afastou ele, olhou nos olhos e disse "não quero transar" ou disse um "não" com a voz falhando enquanto espremia seus lábios no dele?

Sei que para muitas pessoas limitadas essas perguntas são irrelevantes, pq para elas sexo possui um manual de instruções onde existe um roteiro cuidadoso a ser seguido, caso contrário alguém vai se aproveitar de alguém, mas as pessoas que vivem no mundo real sabem que não é assim.

Na boa, acho que vc apenas estava na dúvida se deixava rolar ou não, deixou, se arrependeu e criou uma situação na sua mente onde ocorreu um estupro, justificando isso através da seleção cuidadosa de particularidades do ato sexual específico, ignorando todo o resto para não parecer consensual.

Acho que sua opinião equivocada sobre o que aconteceu está relacionada com outras histórias de abuso que vc ouviu e que te fizeram sentir parte delas, o que não é o caso.

O único crime nesse texto é a constatação equivocada de que o cara é estuprador, acusação essa muito séria e que não deveria ser feita à luz da raiva e do vitimismo só para entrar para o clube da luluzinha.

Andressa disse...

Raziel: ninguém tá falando que acordar o outro no meio da noite pra fazer sexo é errado. Errado é levar um "não quero" e ficar forçando.

E quando leio todas essas pessoas dizendo que não foi estupro, que ela só queria chamar a atenção, que ela se enganou, etc, lamento muito, porque penso que são essas as pessoas que não vão perceber quando estão sendo abusivas ou quando estão sendo abusadas.

Anônimo disse...

PARA Anônimo das 20:57

Pobres homenzinhos misóginos, carentes, confusos, desesperados e "revoltadinhos"(como vc).
Pensam que sabem "raciocinar logicamente" só porque tem um pedaço de carne entre as pernas,kkk. Pensam que sabem fazer uma simples conta de adição ou de subtração e ficam "trollando" que sabem fazer de multiplicação. kkk
É evidente que há menos mulheres em Exatas do que em Humanas. Tudo começa pela Educação machista e castradora que boa parte destas mulheres tiveram em comum.
Eu fiz Exatas, seu bosta! Sou arquiteta bem sucedida e ganho MAIS que meu marido que é professor de Matemática. Minha irmã fez Humanas, no caso Pedagogia, mas, fez Mestrado tb, e ganha DUAS vezes mais que o marido dela.
As frequentadoras deste dito "bloguinho"(como vc falou) NÃO precisam de marido rico porque sendo de: Exatas, Humanas, Biológicas, enfim, TODAS tem uma coisa em comum: são mulheres bem empregadas, bem sucedidas e que NÃO precisam de nenhum homem rico. Se a senhora tua mãe precisou de marido rico pra se dar bem e cagar no mundo um ser como vc, coitada dela, mas, saiba que as mulheres NÃO são iguais, assim como os homens tb não são iguais, um exemplo? Existem homens inteligentes, esclarecidos que amam e tratam as mulheres com respeito, tipo: HOMENS DE VERDADE(como meu marido) e existem homens no sentido biológico da palavra(como vc), moleques, misóginos, fracassados, que generalizam as mulheres, que enxergam mulher como objeto, pedaço de carne, recalcados que acham que "toda mulher só quer saber de homem rico", "mulher não quer trabalhar" etc. Enfim, "mimimi-nenhuma mulher gosta de mim", "homens são inteligentes, mulheres são burras, interesseiras, vadias, etc". Só por curiosidade, vc não tem vontade de sair do armário?
Todas minhas amigas que frequentam este BLOG são ricas, bem empregadas, bem sucedidas e todas tem namorados e maridos que ganham MENOS que elas!
Então ENGULA sua teoria de machistinha fracassado, mal amado, recalcado e vá se ferrar! Enfia a teoria no lugar onde vc adora que te enfiem!
Nós mulheres somos seres humanos. Mulheres de Artes, Humanas, Exatas, Biológicas, ajudamos a evoluir este país. Parasita é VOCÊ, um fracassado misógino que só espalha o ódio!
A tua raiva é que qualquer mulher com o mínimo de inteligência, alto estima, independência não vai querer um machista ridículo como vc.
Se um país dominado por homens, especialmente machistas, fosse de "Primeiro Mundo", então: Índia, China, Afeganistão, Congo estariam transbordando riqueza invés de miséria.
Sabe que eu acho que tá faltando pra vc ser feliz? TOMAR VERGONHA NA TUA CARA!
Vê se sai do armário, sue enrustido! Assim vc deixa de odiar as mulheres e aprende a ser um HOMEM DE VERDADE, coisa que vc NÃO É!
Mas, se vc acha que tá certo, um conselho: se mata e faça deste mundo um lugar melhor!







Sawl

Cássio Klen disse...

Eu não curto ouvir alguém dizer que é feminista, acho ultrajante as mulheres precisarem de atenção extra, apenas acho que todos devem ter os mesmos direitos. Mas, na situação em que vivemos, dizer isso é torcer para que a mulher saia ganhando, até que atinjamos um equilíbrio. Espero que o feminismo acabe, espero que um dia (logo) as mulheres tenham seus direitos e sua posição sem precisar reivindicar, e que sejam respeitadas como merecem, por serem mais frágeis e mais habilidosas.
Ver uma vítima dizer que não sabe se foi vítima me deixa profundamente revoltado. Isso é culpa da nossa sociedade, é culpa minha, é culpa tua, Lola, somos nós quem ficamos na dúvida se ele a violentou. Não é por que ela se calou que o fato deixa de ser violência, não houve consentimento, ela disse não e ponto! VAZA magrão!
Nossa cultura é podre, nossas avós acham que mulher que não obedecem as regras machistas (impostas pelos machões) devem apanhar dos maridos para aprender a se comportar, e elas nos ensinam isso, e é essa a nossa realidade, acabamos achando que homem é isso mesmo, vai lá e come, e esse é fodão...
Nem vou falar do papel da mídia nessa cena vergonhosa que a gente vive, ia faltar bites pra armazenar o que penso desses aproveitadores que degradam tudo que não seja um branco cabra macho.

Anônimo disse...

Na boa, é meio complicado falar de estupro nesse caso, cada um vê o que quer ver no relato de A. Ela chamou o cara pra dentro de casa, tirou a roupa, não disse Não! Chega! Acabou! Vá embora! Pra mim, essa é a questão. As mulheres aprendem que tem que agradar os homens? Se não é não, então digam não, porra!
Sexo ruim, sem sentimento ou romance não é estupro necessariamente.

Por falar nisso, cultura do estupro:

http://maggiemcneill.wordpress.com/2012/04/04/the-rape-question/

Anônimo disse...

Lola, acho que você presta um serviço enorme de conscientização com seu blog. Infelizmente muitas mulheres passam por isso todos os dias. Não encurraladas em becos escuros, mas sofrendo essa pressão de pessoas que elas até achavam legais. Esse é o maior perigo: quando nos sentimos culpadas (ah, eu já dei uns beijos nele, convidei pra entrar), cedemos mesmo sem querer, e depois descobrimos que fomos coniventes demais, e nos sentimos culpadas demais pra reclamar. Isso precisa ter um fim. Nós temos direito de dizer não, e se ainda assim o cara insistir tem que dizer um não mais alto! E não se deixar intimidar.

Tomara que um dia todas tenham essa segurança para não ceder a não ser que esteja a fim. E a transar com tranqüilidade se estiver a fim também, claro ;)

Bruno S disse...

Marilia,

seu comentário parece uma opinião bem diferente da dada por grão da noite.

Você colocou em dúvida a resistência da vítima. E utilizou isso para descaracterizar como estupro.

Grão da noite escreveu colocando em dúvida o crime que o autor teria incorrido.

Desculpe, mas me pareceram coisas bem diferentes.

Anônimo disse...

Não li todos os comentários, mas me chateia que ainda tem gente que duvida que isso é estupro.
O sujeito deu uma desculpa pra entrar no apartamento dela, coisa que aliás, já disseram pra mim.
Depois ela disse que não queria. Ele FORÇOU tirar a roupa dela, ou seja, usou a força. Ele a coagiu a entrar no apartamento, tirou a roupa dela a força, depois dela ter dito NÃO, e a coagiu a fazer sexo. ISSO É ESTUPRO, SIM!

Admiro a força da autora por ter superado a situação. Comigo foi diferente. Eu estava ficando com o indivíduo fazia quase um mês e ainda não tínhamos transado, e eu até queria, mas no dia que tivemos uma oportunidade, eu estava muito bêbada e com muito sono e disse a ele que não queria. Sem falar que estávamos na casa de um amigo dele e eu achei um tanto inapropriado transar no quarto de alguém que eu nem conhecia. Ele insistiu, justificando que ele também tava bêbado e com sono então não tinha problema.
Eu não consegui nem me defender fisicamente por causa do meu sono somado ao meu estado alcoolico. Fiquei me sentindo tão suja, tão usada, que continuei saindo com ele, apenas pra não precisar admitir que ele tinha me usado. Eu não sabia que era estupro, e achava que porque na semana anterior eu tinha dito que estava a fim, eu não tinha mais como mudar de ideia.
Eventualmente eu esqueci isso. Bloqueei completamente. Se alguém me perguntasse sobre a primeira vez em que transamos, eu pensaria em outra situação. Fiquei muito tempo com ele, anos, por achar que eu não merecia nada melhor - e foi ele que fez eu me sentir um lixo. Nem gostava dele, mas fiz planos de casamento. Enquanto isso ele me reprimia, me colocava pra baixo, me fez crer que eu era feia, que eu era burra e que eu não sabia conversar com as pessoas. Engordei, desenvolvi fobia social, me afastei de absolutamente todos os meus amigos, questionei a minha personalidade e quando comecei a me dar conta de que era ele que me fazia mal, me afastei. Comecei a sentir nojo dele e não deixava mais que ele me tocasse. Então um dia ele me deixou muito bêbada e eu desmaiei. Quando acordei ele estava em cima de mim. Ainda tentei me convencer de que ele era meu namorado então não tinha problema. Tentei terminar durante meses e ele fazia eu me sentir mal, fazia eu me sentir uma vagabunda barata por pensar em terminar com um cara "tão legal". Enfim me libertei dele. Passaram-se quatro anos, eu comecei a ler sobre feminismo, a procurar MESMO o assunto. Defendi a moça do Big Brother que foi estuprada cada vez que alguém aparecia com a desculpa de que ela tava ficando com o cara e tal, mas não ME defendia. Achei que quando o meu ex me embebedou e transou comigo enquanto eu estava inconsciente a culpa era minha porque eu é que não tava mais "comparecendo". Que se fosse estupro eu teria posto ele pra fora da minha casa naquele mesmo instante.
Um dia a imagem do que ele fez comigo da primeira vez me veio a mente. Do nada. Chorei porque entendi tudo, vi o quanto aquilo foi errado. Foi como a autora descreveu, era como se eu tivesse me ausentado do meu corpo. Me lembro que quando consegui recobrar um pouco das minhas forças, naquela primeira vez, eu mandei ele parar porque eu tava mesmo quase dormindo e ele tava me machucando. E ele parou. Não porque ele quis, mas porque estava passando mal de bêbado. Eu não quis acreditar. Procurei meus diários antigos e lá eu descrevia como tinha sido uma experiencia horrivel e como eu me senti mal com aquilo tudo, achando que o problema era comigo.
É a primeira vez que falo sobre isso. Ontem chorei muito vendo uma cena de estupro num filme e me senti muito ferrada com essa história.
Nunca compartilhei a história com ninguém porque ainda estou processando tudo o que aconteceu. Mas acho bom compartilhar esse tipo de história. Falar faz bem.

Anônimo disse...

sabe, nessas horas eu lembro daquela frase "nao ensine as mulheres a temer, mas os homens a nao estuprar". certamente nada disso teria acontecido se o estuprador tivesse sido educado. de maneira alguma culpo a vitima, jamais, a responsabilidade é 100% do estuprador.

porem, se um dia tiver uma filha, vou ensina-la a de certa forma temer sim. vou ensina-la a se defender. nao é oq eu queria, eu queria q ela fosse totalmente livre, mas nao posso contar com o bom senso das outras familias em educarem seus filhos para nao serem estupradores. vou educar minha filha pra ser agressiva com quem tentar subjuga-la, pra agir na defensiva, pra se impor e tratar os homens com desconfiança sempre. sei q isso nao vai protege-la totalmente, sei q nao é a soluçao, mas pelo menos esse tipo de estupro sera mais dificil de acontecer. se um babaca tentar força-la a algo q ela nao quer, ela vai saber reagir. mais importante: ela vai saber identificar se realmente quer ou nao quer, nao vai ser manipulada a ceder. nao vou criar uma filha pra ceder e fazer a vontade dos outros jamais. educar uma mulher pra "se comportar", "ser boazinha e colaborar sem contestar" é a pior coisa q se pode fazer. aquela velha discussao sobre consentimento: dá pra chamar de consentimento algo q é forçado via manipulaçao e exercicio de poder psicologico? pra mim, não dá. pra mim isso é estupro. se essa moça quisesse transar com o cara, ela teria gostado da experiencia, teria sido bom pra ela. se ela precisou fingir q nao estava ali para suportar a situaçao, ela nao estava gostando, ela nao estava a fim. qual a dificuldade de se entender isso?


oq me lembra a questao da prostituiçao: "ah mas elas estao fazendo oq querem". algumas podem até estar, mas a maioria foi conduzida àquele modo de vida. não é como se todas pudessem escolher entre ser advogada, bailarina ou puta. se a unica escolha de alguem é ter um trabalho de merda, insalubre, q paga uma miseria ou ser puta e ter uma grana razoavelmente boa, ser puta deixa de ser opçao, ne. se uma menina cresce achando q a unica coisa q ela tem de valor é a beleza, viver dessa beleza deixa de ser opçao, é induçao. enquanto escolha livre, ser puta é valido, merece respeito, amparo e tudo mais. mas toda uma geraçao de mulheres criadas para achar natural q o papel delas é ser puta (mesmo q de um homem só, vide casamentos com homens ricos puramente por interesse financeiro) nao é por acaso. as mulheres ainda sao criadas para achar q o valor delas se resume ao corpo. claro q a prostituta deve ser vista e tratada com a mesma dignidade q qq profissional, mas ao mesmo tempo as mulheres devem ser criadas para terem mais escolhas, para terem um pingo de autoestima que nao seja baseada exclusivamente em seus corpos. eu nao contra prostituiçao ou porno, mas me sinto mal de saber q ali pode estar alguem q foi praticamente forçada àquela situaçao. a questao nao é proibir, é apenas criar nossas meninas pra q no futuro elas tenham opçoes, pra q elas possam dizer nao, pra q sejam fortes.

Anônimo disse...

Não foi estupro.

Por que ela não resistiu fisicamente?

Ela mesma disse que estava confusa se queria ou não.

Sara disse...

Marussia sempre concordo com vc mas dessa vez não da.
Tb acho q nós mulheres devemos acabar com esse discurso machista de que mulher q da no primeiro encontro é puta, eu pelo menos tenho feito minha parte.
Mas acontece muito de vc gostar da estampa do cara, até aceitar sair com ele, mas depois de conversar um pouco perceber q o cara n tem nada a ver com vc, ou pior chegar a beijar o cara e ele ter mau halito ou simplesmente não te agradar, não rolar quimica, eu acredito q tenha sido isso que aconteceu com a moça do post, e acho que ela teria todo direito de não querer ir em frente PÔ!!!!
Eu acho que alem de ter estuprado essa moça esse cara até premeditou esse crime, quando pediu q ela o seguisse inventando uma desculpa para ter um alibe, e tb quando urdiu um meio de entrar na casa dela, com a desculpa de precisar ir ao banheiro.
É um absurdo total agora culpar a moça pelo q houve, será q não podemos mais fazer nenhum tipo de gentileza com um homem pois corremos o risco de ser estupradas??

Cristianx disse...

Outra coisa, peço desculpas se meu tom foi exaltado em alguns momentos da mensagem anterior. A intenção aqui não foi fazer nenhum ataque pessoal, mas sim criticar uma POSTURA (principalmente dos textos da Lola, mas de muita gente que comenta aqui também). Postura essa que parece querer monopolizar a razão dentro do feminismo, criando falsas dicotomias do tipo ou-você-está-comigo-ou-está-contra-mim.

Li S. Nascimento disse...

Bora corrigir uma alegação aí de cima: Estupro não é sexo sem vontade é sexo sem consentimento!

Não temos como adivinhar se a pessoa está com vontade ou não, a menos que ela diga. E tenho de concordar com um comentário de uma colega que aponta que ambos os comportamentos foram desencadeados por uma educação comportamental.

A maioria das moças que sentem vontade e querem transar, fazem uma encenaçãozinha primeiro. O famoso c* doce. Fazem porque aprenderam que tem que se fazer de dificil... Aí depois do cara bravamente insistir ela lhe "entrega" a sua 'preciosa'...

A maioria dos homens aprendem que o mais gostoso é "sair pra caçar" e quanto mais difícil a moça, mais saborosa a conquista...

Pronto. Kit estupro formulado. Porque haverá encontros em que a moça não estará "fazendo charme", não querendo passar apenas dos amassos... E aí? Como o cara vai saber o que é real e o que é charme enquanto continuarmos a alimentar essa porcaria de comportamento?

Precisamos ensinar as mulheres a serem mais objetivas, mais impositivas para demonstrar suas vontades, em qualquer campo da vida.

"Ah.. Mas, se ela for 'seca' e direta, não estará sendo feminina. Mulher precisa ser delicada, falar pelas entrelinhas, deixar o homem pensar que está sob o controle da situação..."

Vamos parar de ensinar as mulheres a manipular os homens para conseguirem o que quer? Mulheres não precisam mais ser submissas às vontades e decisões dos homens.

Anônimo disse...

Lola
Já aconteceu comigo também, e eu não sabia que era estupro, Lola.
Meu ultimo namorado, com quem fiquei quatro anos e meio, muitas vezes reclamava da minha falta de interesse. E ele forçava. Eu falava que não estava me sentindo bem, que tava cansada. E ele forçava. E como forçar não tinha o resultado prazeroso que ele queria que tivesse, muitas vezes brigamos por isso. Eu dizia que ele tinha que entender meu tempo, que eu queria mas que não daquele jeito.

O pior foi numa noite em que ele voltou de viagem - depois eu fiquei sabendo que ficou com várias nesta viagem - e ele veio querer transar comigo. Eu estava triste com ele, porque passou a viagem sem dar um sinal de vida nem nada. E como eu resisti demais, ele fungou, fez muxoxo... "Poxa, por que com você que é minha mulher isso não rola direito?" Eu saí do quarto chorando. Fiquei com vergonha, achei que o problema era eu, que eu era um ser errado, que tinha algo de errado comigo. Ele veio atrás e ficou me olhando com cara de pena.

Acho que nem ele entendia o que ele estava fazendo mesmo. Só hoje entendi.

(Loá)

Polly disse...

Comigo foi bem mais sutil. Era minha primeira vez e ele era o rapaz mais bonito da escola. Eu realmente queria transar com ele. No início estava até indo bem. Primeiro ele penetrou minha vagina, e eu nem senti dor. Depois ele me propôs fazer anal, e eu aceitei. Então começou a doer e eu falei que estava doendo. Ele disse: "Vai ter que aguentar". Eu tentei me levantar, mas ele era muito forte. Até hoje ainda me lembro do peito dele sobre minhas costas, de meu rosto pressionado no travesseiro e da sensação de sufocamento, da dor... Mas principalmente do quanto eu torci pra que ele gozasse logo e meu sofrimento acabasse.

Anônimo disse...

A impressão q me dá de uns comentários acima é q não é estupro se ela não saiu gritando, não esperneou, não tentou defender a preciosa dignidade (o termo ficou estranho, mas não me ocorre outro melhor, me desculpem) dela com todas as forças. Pq no imaginário da galera, estupro é necessariamente a pior coisa que pode acontecer a alguém, algo pior do que a morte e se não for assim, não é estupro.
Mas a reação a um tapa não será outro tapa, principalmente se ele vier amaciado com discursos do tipo "ah, eu sei que vc quer", se não for tão explicitamente invasivo assim. Cada umx reage diferente e digo que se ela tivesse tentado cair na porrada com o cara ali, xs mesmxs que dizem que não foi estupro diriam que a reação foi exagerada.


Uma última pergunta, pq tá demais, né? Estas feministas que falseiam e exageram fatos querem ganhar o quê? Como dizem por aí, a gente já não tem o voto, caralho? Que maquiavelismo é esse o nosso que parece ser bem explicado pelos meios, mas não possui um fim definido? Ou pelo menos um fim desconhecido pra mim?

Dri alves disse...

Gente por que é tão difícil entender que foi um estupro?
A culpa NUNCA é da vítima! NUNCA! Nãp importa se ela estava bêbada, se convidou o cara para entrar, se beijou ele, se tirou a roupa por vontade própria e nem se o sexo começou consentido, se em qualquer hora a mulher falar "Não quero mais" o que vier depois disso é ESTUPRO.
Uma mulher não deveria precisar gritar, nem bater para evitar um estupro, o certo é ela só falar NÃO, e não é não, e nem mesmo deveria precisar levantar a voz para ter o seu desejo respeitado. Um não e acabou, o homem para.
A resposta serve tbm para quem falou do contrato, não , não precisa bastar ouvir e respeitar quem esta com vc.É até mais fácil sabe?!
Mas daí chega aqueles que falam de mulheres que se fazem de difícil, que dizem não querendo disser sim, é claro que existem mulheres assim (culpa do machismo) mas se ao ouvir 0 primeiro não vc parar, esse tipo de mulher vai ficar confusa, perguntar por que parou, é simples diz que respeita ela e não quer fazer nada que ela não queira, nessa ou vc ganha uns pontos ou ela diz que gosta de pegada forte. Caso seja a segunda opção , vc tem duas escolhas ou fala pra ela que vc não precisa de pegada forte para fazer um sexo gostoso e mostra suas habilidades ou deixa o sexo pra lá, afinal uma mulher que não se importa que outras mulheres sejam estupradas só por que gostam de sexo um pouco mais forçado, convenhamos não deve ser uma pessoa muito consciente , né?
Já fiz isso, meu marido parou na hora , ele me respeita tanto que parei até mesmo de falar "Nâo pare.." por que se ele escutar só a palavra "não" ele....para. E isso já estragou alguns orgasmos, hehe. Isso só melhorou nosso sexo,confiar na pessoa com quem estamos nos solta de amarras, e o sexo fica bem mais livre.
Pro anonimo que diz não parar por que é difícil conseguir sexo e tem que aproveitar a oportunidade, cara , sério? Já pensou que as oportunidades são raras por que vc faz isso e não o contrário? Que se vc respeitasse um pouco mais a "companheira' em questão, as chances aumentariam drasticamente, aposto minha alma nisso.
Para a que falou que a autora é na verdade reprimida, não acha que devemos ser livres para transar na primeira noite, ou não, ou ainda transar com alguns na primeira noite e outros não, dependendo da nossa VONTADE? Isso é ser livre.
Para o que alegam que não foi estupro é só uma mulher que se arrependeu depois da transa, por que ela faria isso? Expor sua história assim,o que ela ganharia? A única intenção visível aqui é "ensinar" para certos rapazes que forçar a barra é estupro sim, o que isso vai mudar na vida dela? Nada, mas UM cara que entenda isso, pode ser uma mulher estuprada a menos no futuro, então para a autora parabéns e obrigado por compartilhar sua história.

Dri alves disse...

Correção :que não se importa que outras mulheres sejam estupradas só por que ela gosta de sexo um pouco mais forçado.

Letícia Rodrigues disse...

Lilian, fiquei bem perturbada com o seu comentário. Vc disse que:

"A maioria das moças que sentem vontade e querem transar, fazem uma encenaçãozinha primeiro. O famoso c* doce. Fazem porque aprenderam que tem que se fazer de dificil... Aí depois do cara bravamente insistir ela lhe "entrega" a sua 'preciosa'..."

Sim, existem situações em que a mulher diz não, pq faz parte do jogo. O cara continua tentando convence-la - sem ameaçar, sem "avançar com um certo grau de força", apenas continua tentando convence-la - e ela finalmente diz sim, e a transa rola. Isso se chama "jogo de sedução". Há quem goste, há quem ache uma perda de tempo, mas não tem nada a ver com estupro. E não, ESSA MULHER NÃO QUE SER FORÇADA/ESTUPRADA. Ela quer que o cara tenha mais trabalho para CONVENCE-LA.
CONVENCER e FORÇAR/ESTUPRAR são duas coisas completamente diferentes, extremos opostos.

"Pronto. Kit estupro formulado. Porque haverá encontros em que a moça não estará "fazendo charme", não querendo passar apenas dos amassos... E aí? Como o cara vai saber o que é real e o que é charme enquanto continuarmos a alimentar essa porcaria de comportamento?"

É muito fácil o cara saber a diferença entre uma coisa e outra.
Se chegar um momento em que a mulher disser "OK, vc me convenceu, agora eu quero", sem que ele tenha assumido nenhuma postura que possa te-la deixado com medo, essa é provavelmente uma situação em que ela estava "fazendo doce" desde o início. Se ela continuar dizendo "não, eu não quero" até o final, é pq ela de fato não quer. Ou vc acredita que existem mulheres que continuam dizendo não até o final pq querem ser forçadas, ou seja, estupradas?

"Precisamos ensinar as mulheres a serem mais objetivas, mais impositivas para demonstrar suas vontades, em qualquer campo da vida."

O que precisamos é dize para os homens que "não" SEMPRE quer dizer "não". Que tentar convencer é diferente de forçar o sexo. Que forçar sexo é sempre estupro, em qualquer situação. E que mulher nenhuma "faz doce" pq quer que o homem force o sexo, ou seja, pq quer ser estuprada. Que MULHER NENHUMA, NUNCA, QUER SER ESTUPRADA.

O problema não são as mulheres que "fazem doce". O problema são os homens que acreditam que algumas mulheres fazem doce pq querem ser estupradas, o que NUNCA é verdade.

Letícia Rodrigues disse...

"afinal uma mulher que não se importa que outras mulheres sejam estupradas só por que gostam de sexo um pouco mais forçado, convenhamos não deve ser uma pessoa muito consciente , né?"

Dri, o que é "sexo um pouco mais forçado"? Pra mim não existe sexo mais ou menos forçado. Pra mim, sexo forçado é sexo forçado, e é sempre estupro.

Vc acha mesmo que algumas mulheres dizem não pq querem ser forçadas, ou seja, estupradas? Vc acredita nisso?

Anônimo disse...

Anônimo das 20:17, sou engenheira e sempre leio esse blog, todos os dias, sem exceção. E mesmo assim, o que vc falou foi puro preconceito. Vc só pode ser idiota.

Anônimo disse...

"eu respondia que não, meio rindo". Sim, transmite total confiança e certeza.

Anônimo disse...

Anônimo das 16:17...

É muito simples a razão do "meio rindo"...

Mulheres são educadas para conseguir tudo com "jeitinho".
Se somos agressivas somos vistas como "não femininas"; isso se não formos tratadas com ainda mais agressividade.
Aprender a reagir à altura dos acontecimentos não é tarefa tão simples. Por isso mesmo estamos sempre aqui: para nos fortalecer no convívio.

Unknown disse...

Não sei quando começou exatamente uma "nova onda" falando que uma das principais fantasias das mulheres era a de estupro ou uso da força. Onde ela se debate, diz não, mas no fundo está adorando tudo. E que no fundo todas as mulheres são assim(sic).

E que se o homem não forçar será subjugado ou rotulado por outros homens e pelas mulheres como fraco.

Atualmente vivemos em uma cultura patriarcal que tenta ensinar que liberdade é escravidão e submissão é poder para mulheres. (Crepúsculo, 50 tons de cinza, entre outras porcarias)

E nesta cultura machista, as mulheres são socializadas para gostar de serem dominadas sexualmente.

Este gozo das mulheres é descrito por Dee Graham em seu livro Loving to Survive como Síndrome de Estocolmo Social.

http://books.google.com.br/books?id=5WkjNAd-r0AC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false


Quem tem mais vivência e vida sexual ativa(principalmente com parceiro fixo) sabe que fantasias sexuais são sempre bem vindas.

Mas a melhor fantasia sexual é a diversidade.

Pois não tem nada mais chato que um homem que é todo dia sempre o bruto, "pegador" ou conquistador e a mulher sempre a passiva e submissa.

Mas infelizmente é isso que nos ensinam a cultura patriarcal. E homens e mulheres tentam, erroneamente, erotizar esta atual corrente de pensamento.

Unknown disse...

Sempre querem vender a ideia que feminilidade é todo um conceito que uma mulher tem que ser submissa a um homem dominante. E isto, em nossa sociedade patriarcal, acaba por ser visto como natural e normal.

Como se fosse uma das virtudes femininas para preservar o relacionamento. Entre outras coisas é a perfeita passividade.

(Trecho do livro traduzido e adaptado)
Loving To Survive que citei acima.



Bruna B. disse...

"E percebi que entre as frequentadoras desse bloguinho, não é NENHUMA mulher que faça exatas.
17 de outubro de 2012 20:57"


Rá, rá, rá... meu diploma de engenharia civil tá mandando beijos, anônimo beócio.


Sobre o post, fico completamente enojada quando leio certos comentários culpando a vítima, mas né, eu não deveria estar surpresa com essa gente podre que mina o planeta, nada disso é novidade (infelizmente).

Marussia, Marília e mascuzada anônima, CRIEM VERGONHA EM VOSSAS CARAS.

Dri alves disse...

Não, nenhuma mulher quer ser forçada,NUNCA! sexo só é bom quando duas pessoas estão afim, aliás só assim é sexo, caso contrário é violência.

Me expressei mal e peço desculpas.Troque o forçado por selvagem(foi o melhor que achei),nesse caso é mais fácil ser objetiva e dizer do que gosta ou não.
Concordo com vc que o que precisamos é ensinar aos homens que não é não SEMPRE, e a melhor forma para isso é só dizer não quando a resposta ao sexo for mesmo não.Isso é tão importante quanto ficar repetindo isso na cabeça deles. Aliás,por que um jogo de sedução tem que ser baseado na mulher negar seu próprio desejo, já percebeu o quanto isso é machista?E por que o homem tem que convencer a mulher a fazer sexo, isso parece dizer que mulher não gosta de sexo e tem que ser convencida., sem contar que pra mim é muito chato um cara ficar me convencendo que fazer sexo com ele é uma boa.Aí que perco a vontade mesmo.
E os homens não acham que as mulheres fazem doce por que querem ser estupradas, a maioria acha que elas fazem doce por que querem ser valorizadas e o resultado disso é : estupro, mesmo quando a menina não esta fazendo doce,e realmente não queria.

Existem vários motivos para dizer não/sim, quando eu iniciei minha vida sexual, eu fazia esse joguinho para aumentar o tempo das preliminares já que o moço não investia muito.
E sim um dia o cara não percebeu a diferença e tentou me estuprar, lutei, corri e só me senti segura quando cheguei em casa.
A questão é para diversos caras não é fácil distinguir um NÃO de um não/sim, acho que até por isso o título do post é :Meu estuprador não sabe que me estuprou. Ele não viu a diferença.

Li S. Nascimento disse...

Sob o meu ponto de vista: se fazer de difícil quando QUER sexo e tentar forçar a barra, pq "mulher se faz de difícil mesmo" é um mesmo tipo de comportamento ensinado com base no machismo.

Letícia Rodrigues disse...

Jogo de sedução:

1-A mulher quer mas diz que não quer (Agora,não)

2-O homem insiste

3-A mulher finalmente diz sim

4-Eles fazem sexo consensualmente

Estupro:

1- A mulher não quer. (não,nunca)

2-O homem insiste

3-A mulher continua dizendo que não quer

4-O homem força a barra/estupra.

Ou, então:

1-A mulher quer mas diz que não quer (agora não)

2-O homem força a barra/estupra.

P.S: Tenho certeza que a mulher que queria, mas não naquela hora nem daquele jeito, vai se sentir tão estuprada e traumatizada quanto a que não queria de jeito nenhum.

Não acho que exista "NÃO" e "não/sim". Existe "não, nunca", "agora, não", e "sim".
E é fácil diferenciar jogo de sedução/insistência de forçar a barra/estuprar: no primeiro caso chega um momento em que a mulher consente, diz sim. No segundo, não.

Sim, isso de que a mulher tem que "se fazer de difícil" é machista, mas não acho que seja essa a causa de dateraps como o relatado no guest post.

Não sei se esses homens acham que a mulher quer ser forçada pq tem essa "fantasia", se acham que elas merecem ser forçadas mesmo não querendo pq são "piranhas", ou se eles acham que tem o direito de força-las pq pagaram a conta do restaurante. De qualquer forma, o problema está no fato deles acharem que, em algumas situações, é permitido forçar a barra - e não só insistir - com uma mulher que está "se fazendo de difícil".


Anônimo disse...

Ai, que preguiça! Faz tempo que não vejo tanto relativismo de "será?" como nos comentários desse post.Se ela se sentiu violada, acabou. Fim. É estupro. Violência não é só quando te dão um soco na cara. E para quem está com a tese "e se você negasse um pouco mais, ele não teria parado?", respondo: não, não teria. Isso já aconteceu comigo, com um namorado (ou seja: sabia suficientemente que quando eu falo NÃO é NÃO). Eu até chorei durante tudo. Quando ele terminou, virou para o lado e dormiu normalmente. E sim, tenho certeza que ele não considera o episódio um estupro. Nem eu considerava na época. Para mim, algo errado tinha acontecido, mas não soube "dar um nome" para aqueles sentimentos ruins que me rondaram. Certamente ele faz o mesmo hoje, esteja com quem for. E não sei como lidar com isso.

Anônimo disse...

O consentimento da mulher e quase sempre dado de forma nao- verbal :.sorrisos, olhares, reação do corpo da mulher, basta observar, puxa vida.

Se além da reação nao- verbal, vier a forma verbal " NAO" ... Ue??? O que eles acham que significa?!!!!!???

Nao sei por que tem homem com QI de ameba,que nao percebe quando ta agradando e quando nao ta; ou entao devem se fazer de idiotas, nao e possivel....

Ainda bem que sobram alguns inteligentes e bem resolvidos:p

Vanessa disse...

É incrível como há tanta contestação absurda em relação ao estupro. Falta de civilidade ao nível extremo. Não sendo suficiente, para muitos falta o bom senso, ao defender comportamentos abusivos só por que não estão explicitamente proibidos por leis!

Ramon Melo disse...

Não acredito que li isso, tive que vir comentar. Eu respeito as verdadeiras vítimas de estupro e é em respeito a elas que me sinto na obrigação de comentar.

Para início de conversa, a autora parece não entender nada de relacionamentos. Ela enviou um sinal falso ao deixar o cara entrar na casa dela. Em qualquer cultura, esse é o código para sexo. Mesmo entre gays, lésbicas, idosos, adolescentes, etc, convidar o parceiro para entrar em casa com vocês dois sozinhos é um convite para transar.

"Ah, então ela era obrigada a fazer sexo porque deixou o cara entrar?", perguntarão os precipitados e os desinterpretadores (aqueles que não conseguem criticar um argumento e apelam para a gramática).

A resposta é um sonoro "NÃO". Ela não é obrigada a nada. Mas, uma vez que ela deixou o cara entrar, ele acreditou que havia uma chance. Repito, isso vale para QUALQUER CULTURA, se fossem dois homens, duas mulheres, dois adolescentes, ou mesmo múltiplos parceiros, aconteceria o mesmo. É o código!

Ela ainda começou a se atracar com o cara novamente, em vez de despachá-lo. Durante os amassos, quando o cenário claramente aponta para o sexo, ela resolve ceder. Em nenhum momento ela o coloca para fora. Em nenhum momento ela indica interromper o clima. Nem alterar a voz ela fez. Não vou nem comentar o fato de terem dormido na mesma cama, não creio que venha ao caso.

Ou seja, o cara nem sequer ficou sabendo que ela não estava a fim de transar. Ela deixou ele entrar, agarrou ele, deu condição e não interrompeu o processo. A impressão que eu tive é que ela não estava com vontade, o que é legítimo mas não configura estupro.

Querem comparar com assalto, mas, desculpem-me, essa comparação é estapafúrdia. Você não convida um assaltante para a sua casa e se esfrega nele (nada contra) depois que ele manifesta a intenção de lhe subtrair. A situação aqui é muito mais próxima de um cenário bastante comum em relacionamentos: um dos parceiros quer algo e o outro não está muito à vontade, mas acaba cedendo para agradá-lo. Às vezes, é para visitar a casa da sogra; outras, para assistir a novela; outras ainda são para decidir quem vai buscar as crianças na escola. Nenhum dos casos é estupro, e nem poderia ser, já que, no final das contas, a decisão de ceder foi da própria pessoa.

Pili disse...

Ela nao acabou cedendo.
Ela nao aceitou.
Ela nao mudou de ideia.
Ela nao se convenceu.
Ela nao deixou.

Ela apenas era mais fraca que ele.
E ele escolheu usar de força justamente por causa disso.

Unknown disse...

Ramon Melo

Errado: ele insistiu para entrar na casa dela, dizendo que precisava ir ao banheiro. Não foi ela quem convidou.
Segundo: ele usou da força física para que ela se rendesse e parasse de resistir. Isso fica bem claro no guest post.
Terceiro: ela disse que negou de todas as formas que pode, mas que nada adiantou.
É estupro, pois houve violência.
E é por respeito a vítimas de estupro que vou me repetir nesse post mais uma vez, pois sempre aparece gente para questionar e duvidar da vítima, ou fazer pouco caso do que ela sofreu.
Por que você acha que as vítimas tem vergonha de denunciar os agressores? Justamente por esse tipo de questionamento ridículo de "será mesmo?", ""você não está exagerando não?".
Esse comportamento, apesar de não ser slut shaming propriamente dito, acaba minando a confiança das vítimas em denunciar.

O Homem Cinza disse...

A grande maioria de quem está dizendo que houve um estupro, o que está fazendo tratando o assunto como se fosse algo subjetivo.

"Ela se sentiu violada" não configura um estupro. Por mais repugnante, abjeto ou imoral que seja, um ato só é CRIME quando existem EVIDÊNCIAS que devem ser JULGADAS objetivamente. Por mais empatia que a gente possa ter com a suposta vítima, por mais desconfortável que tenha sido a situação (ainda que ela própria disse que não chegou a haver trauma), não há como dizer que "houve um estupro", "ele é um estuprador". Isso é irresponsabilidade. É reduzir o conceito de estupro a um mero entrave social. É deixar a seriedade jurídica de lado em troca de psicologismos superficiais.

Carolina, ela NÃO negou de todas as formas que pôde. O próprio relato confirma: "Eu não gritei. Não lutei fisicamente contra ele por muito tempo.", e por aí vai. A moça claramente estava (e ainda está) confusa sobre o aconteceu. Não significa que ela não deva ser levada a sério, claro que deve; mas também não se pode julgar a existência de um crime só por conta desse relato. Seria pura imprudência.

A Marussia, que segundo seu perfil no blogger é médica, fez observações pertinentes e foi muito criticada, como se estivesse defendendo o suposto estuprador só porque não o acusou. Sem maniqueísmos, por favor. ELa atentou claramente para o que parece ser um problema de recato da moça do post, o mesmo recato que a impediu de tomar uma atitude SÉRIA no momento (ela parou de trocar carícias para dizer resolutamente o "não"? ela gritou? pediu socorro de vizinhos? foi ameaçada ou obrigada a dormir com o rapaz depois?). O mesmo recato que, talvez, a faça se sentir "estuprada", "suja", quando na verdade apenas teve uma relação sexual conturbada mas sem violência ou ameaças concretas.

Menos emoção aqui, por favor. Não estou falando que esse comportamento emocional é "tipicamente feminino". Conheço muitas mulheres - amigas, familiares, professoras, colegas de trabalho, ficantes, ex-namoradas - que são pessoas fortemente racionais, algumas muito mais do que eu. Não acho que mulheres sejam "naturalmente" isso ou aquilo. Mas muitas dos comentários feitos aqui, a maioria por mulheres, parece querer simplesmente "empurrar" que tenha ocorrido uma vítima, como se "quem não está comigo está contra mim".

Anônimo disse...

Carolina Lucas Paiva, permita-lhe por favor apresentar algumas palavras, muito uteis nestas situações :

NÃO ( que e diferente de ,"ain nããão)
NÃO VAI ROLAR SEXO AQUI!
VAI EMBORA !

POCA IDEIA ZÉ RUELA !

SAI FORA !

NÃO QUERO !

TIRA A MÃO DE MIM !

EU PREFIRO DEPILAR A VIRILHA E O SUVACO COM UM FAÇÃO CEGO, DO QUE DAR PRA VOCÊ

RELA EM MIM DE NOVO EU COMEÇO GRITAR !

agora o que não da e que depois que eixou passar a "cabecinha", no meio do ato, com o infeliz exitado, depois de mão naquilo, aquilo na mão, MUDAR DE IDEIA, SEM DEIXAR ISTO DEVIDAMENTE CLARO, DE FORMA CONTUNDENTE, se arrepender, e chamar de estupro !

Bruna B. disse...

"Ela enviou um sinal falso ao deixar o cara entrar na casa dela. Em qualquer cultura, esse é o código para sexo."


Putz, esses tempos eu deixei o cara do Censo entrar na minha casa e ele nem tentou relar a mão em mim. Será que ele é muito burro e não entendeu que eu estava seguindo o 'código do sexo' e dando permissão pra ele me estuprar?

CARA, VAI TE TRATAR, porque isso aí não é mais desvio de caráter, é doença mesmo.

Sou atéia, mas acho que vou começar a rezar todos os dias pra NUNCA me relacionar com pessoas como o Ramon Melo.

Pili disse...

queridos homens, caso vcs nao tenham entendido esse post é pra voces.
É pra ensinar a vocês algo que a gente tem certeza de que vcs já sabem, mas a sociedade sempre permitiu que vcs finjam que não sabem.
Burros eu sei que voces nao são.
É simples.

Quando qualquer pessoa lhe diz não isso significa uma rejeiçao.
Sinto muito, a vida está cheia disso.

Quando você usa de força (ou de ameaça) para conseguir satisfaçao sexual de quem manifestou que não quer satisfazer sua expectativa, querido... O nome disso é estupro.

Quem comete esstupro, é um estuprador.
Não seja um.
Não estupre.
Não use de força, nem de ameaça, para conseguir prazer com quem te disse que não quer.
O mundo tá cheio de pessoas que querem.
Infelizmente o mundo não está cheio de pessoas que respeitam limites.

O seu prazer não é mais importante que o direito do outro. Nunca.

Unknown disse...

O Homem Cinza e oAnônimo

Não estou emocional, só estou pensando em diversas reações possíveis que uma vítima de estupro tem.
Não existe um padrão, nem todo mundo consegue gritar ou xingar seu agressor.
Dizer que não houve crime porque a vítima não reagiu como "uma vítima deveria agir" abre um precedente bem perigoso.
Nem todo mundo age da mesma maneira, e pessoas mais "castas" poderiam sim entrar em um estado de choque e não conseguir reagir de uma maneira mais agressiva. É uma reação humana perante o medo também. Não se pode cobrar que as pessoas tenham sempre as mesmas reações para tudo.
Se vocês acham que reagiriam de forma mais agressiva, bom pra vocês, mas não cobrem que todos tenham o mesmo comportamento para serem consideradas vítimas.
Estupros também ocorrem quando a vítima fica paralisada de medo.
E no relato ela disse que falou tudo o que veio a mente para deixar claro que não queria. Ela reagiu como pode na hora, conforme o estado em que se encontrava.
O que caracteriza um estupro, objetivamente falando, é uma pessoa forçar a outra a fazer sexo ou qualquer outro gesto libidinoso sem seu consentimento. O "forçar" pode ser feito de diversas maneiras, seja com ameaçadas, violência física ou violência psicológica.
E a vítima pode reagir de diversas formas diferentes quando se vê em uma situação dessas, conforme a sua personalidade e criação. Uns são mais agressivos, outros ficam paralisados, outros entram em estado de negação, etc.
Cada um reage de um jeito, aprendam isso.

Anônimo disse...

O que muita gente aqui não entende, é que o pânico nos deixa sem ação. O que parece é que ela ficou apavorada e algumas pessoas ficam sem ação o medo paralisa.

Anônimo disse...

Eu nunca cheguei a esse ponto, mas já passei por muitas situações que o cara confundia "forçar a barra" com "ter pegada"... é triste...

Anônimo disse...

Vamos supor a seguinte situação. Conheço um cara numa festa. Fico a fim dele. Fico com ele. Ele pede pra entrar em casa, deixo. Começam os amassos. Enfim, exatamente a mesma situação do início. Vamos supor que eu esteja a fim mesmo de transar com ele, mas, no começo, digo não, só pra fazer charme, seduzir. (aí antes que as cagadoras de regra digam "liberte-se das amarras opressoras que obrigam você a se fazer de difícil e seja clara e objetiva!" eu repito o raciocínio da Letícia Rodrigues: eu posso agir da maneira que eu quiser entre quatro paredes. Posso querer ser misteriosa, difícil e sedutora o quanto eu quiser. Isso só diz respeito a mim e a mais ninguém.) Aí começa o problema: e se o cara, com medo de ser taxado de estuprador, levar o meu "não" a sério e for embora? Aí eu digo "não, não, volta aqui, eu só tava brincando, tentando seduzir"? Óbvio que não. Deixo ele ir embora, mas fico em casa chupando o dedo, arrependida. Olha, o comentário da Marussia foi o mais lúcido entre todos aqui. Simplesmente não levam em conta a particularidade de cada caso, fazem reduções pobres, não se questionam. Querem vitimizar a pessoa a qualquer custo. E não só nesses casos: fazem as mulheres que gostam de serem cantadas na rua a se sentirem culpadas, pois estão consentindo com um "assédio" o que elas consideram um mero flerte; fazem as mulheres que gostam de ganhar rosas no dia da mulher se sentirem culpadas também. É a vitimização geral, uma geração de coitadinhos. Querem que a gente se envolva só com boca-abertas mortões que não tem atitude ou iniciativa, pois qualquer insistência implica em estupro. Por favor. Marussia, parabéns pela inteligência e lucidez. Muita gente que leu isso aqui concorda com você, pode ter certeza (ainda bem). E pra autora: siga o exemplo da Marussia. A reflexão da própria individualidade, da própria consciência, é melhor do que qualquer conselho burro.

Letícia Rodrigues disse...

Anônimo das 13:45, vc deturpou o que eu disse.
Numa situação como a que vc narrou o cara pode, sim, ir embora por não estar gostando do seu joguinho. E azar o seu se vc vai ficar frustrada, vc assumiu esse risco quando disse não.
Ou pode continuar só nos amassos que vcs já começaram até que vc finalmente concorde em transar, se ele estiver disposto a jogar esse jogo.
O que ele devia saber que não pode fazer de jeito nenhum, em hipótese alguma, é "avançar com certo grau de força" enquanto vc ainda estiver dizendo que não quer transar.

Amanda Tôrres disse...

Isso é mesmo horrível. A gente recebe tanta informação machista na cabeça que quando algo acontesse, sem pensar, colocamos a culpa em nós mesmas. Voce não pode mudar o que aconteceu, mas voce ficar mais esperta apartir de agora. E a história serve de aviso a todas aliás, não se deve deixar que fassam o que quizerem com a gentee.
passando sempre aqui
bbjs
www.naquelemomentoeujuro.blogspot.com

Unknown disse...

Anônimo 13:45

O que estamos fazendo é justamente analisar cada caso. Neste caso, a moça relata um estupro. Como sabemos disso? Ora, porque ela mesma disse que não estava fazendo joguinhos, que negou de todas as formas.
Nós não estamos vitimizando toda e qualquer pessoa. Foi a guest poster que relatou o abuso sofrido.
E quem é você para chegar na cara dela e dizer "isso não é estupro"? Ela disse que foi estuprada e relatou uma situação de abuso. Dizer que ela está mentindo porque "há situações em que as mulheres fazem doce" é bem genérico.

Anônimo disse...

Esse porcaria desse "Raziel" está querendo virar mulher mas continua sendo um belo de um mascu, hein? Só fala merda!

Ramon Melo disse...

Já disse tudo o que eu tinha a dizer neste assunto. Só vou dar uma dica a vocês, que não está relacionada ao sexo propriamente dito, embora se aplique neste caso.

"NÃO" é "NÃO". Ao contrário, "Ai não, rsrsrs, que isso, rsrsrs" não é "NÃO". Fim de papo.

O jogo da sedução é sutil, ele não é tão escancarado como algumas pessoas parecem pensar (o que me leva a pensar se elas já se deram a oportunidade de jogá-lo). As pessoas não assinam um contrato antes de transarem, elas apenas dão sinais e esperam serem correspondidas. Convidar alguém para entrar e beijá-lo(a) logo em seguida é um deles, e um dos mais óbvios, aliás.


Para a moça (Bruna B.) que visivelmente não sabe conviver num espaço democrático, já que ela acha que quem discorda dela precisa "ir se tratar": se você "agarrou" e "teve uns amassos" com o agente censitário após tê-lo convidado a sua casa, sinceramente, não é do meu interesse. Espero que tenha sido uma boa experiência e que você não precise acusá-lo injustamente de estupro depois.

O Homem Cinza disse...

Não vou entrar na discussão sobre a pretensão da Carolina, Pili e de outro(a)s comentaristas em "ensinar" o que é um estupro. Fosse o contrário, eu já estaria sendo acusado de "mansplanning". Mas não vou e nunca acusei nenhuma mulher de "femsplanning".

É o "lawsplanning" que ensina o que é um estupro.

E a lei é clara: estupro ocorre mediante violência ou GRAVE ameaça. Houve algum dos dois? Não. Insistir que "eu que você está gostando" com vozinha de galã de novela mexicana NÃO é violência. NÃO é grave ameaça. Só quem fica lendo muito livro da Segunda Onda pra enxergar violência patriarcal em qualquer gesto masculino impertinente.

Existe, sim, lógica quando uma feminista radical como a Robin Morgan reivindica que "toda vez que uma relação sexual não é iniciativa da mulher, sem afeto e desejo genuínos, há um estupro". Mas a lógica dessa afirmação sumária vai completamente além do conceito LEGAL do que é de fato estupro ou violação sexual. Pode servir de guia pessoal, moral, filosófico. Mas não é lei.

Por favor entendam: textos de teoria feminista, por mais "exigentes" que sejam (como a maior parte da Segunda Onda) NÃO SÃO LEIS.

O Fábio B, que parece ter ficado chocado com o "50 Tons de Cinza" (imagine se tivesse lido "História de O"...) vem falar em uma "nova onda" que seria supostamente conivente com o estupro. Em primeiro lugar, não é nenhuma "nova" onda, trata-se do feminismo pró-sexo que surgiu como resposta aos excessos proto-autoritários das radicais, desde os anos 70 e 80. Não é nada "novo". Não há nenhuma "onda" dizendo que há um fetiche de estupro intrinsecamente feminino, mas sim que HÁ MULHERES que têm esse fetiche. Deal with it.

A relação homem/mulher não é tão preto-no-branco como as FemRads a desenham.

Já tive desde namorada que só gostava de fazer "amorzinho" até quem chegou a me pedir, enquanto ainda nos relacionávamos, que eu a "estuprasse". Já me relacionei com feministas (sexualmente bem-resolvidas) até mulheres que me achavam "meio viado" por falar de feminismo pra elas. E em qualquer dos casos, nunca passei dos limites estabelecidos POR ELAS. Mas dentro desses limites, nunca tive nenhum recato ou culpa por expressar masculinidade. Isso se chama bom senso.

Infelizmente, nem todo mundo tem bom senso. Mas estabelecer uma linha finíssima onde logo após o bom senso começa um CRIME... Isso se chama vitimização. Nenhuma mulher é culpada quando HÁ um estupro. Quando há uma situação desconfortável, a culpa pode ser de ambos, de nenhum, mas DESCONFORTO NÃO É SINÔNIMO DE CRIME.

Me assusta, particularmente, certos argumentos da Carolina em seus últimos posts, não somente dela, mas foram os mais recentes aqui (não estou pegando no seu pé). São facas de dois gumes. Questionar "quem é você para chegar na cara dela e dizer 'isso não é estupro'?" abre um pressuposto inverso: quem é você pra dizer na cara de quem quer que seja: "isso é estupro"?.

Ou então: "ela disse que foi estuprada e relatou uma situação de abuso". Ela disse que foi estuprada. Isso é algo sério e merece atenção e respeito. Mas, e aí? É prova de qualquer coisa? NÃO!!! Houve mesmo uma situação de abuso? Como julgar isso SOMENTE pelo depoimento da vítima, sequer sem um laudo médico??????

Em todo esse julgamento sumário de um "grupo oprimido achando justo oprimir seu opressor em retorno", só consigo ver uma coisa, muito mais conveniente do que apenas a empatia pela suposta vítima. Vejo ideologia (já não estou nem falando de emoção) sendo colocada acima da razão.

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