domingo, 24 de junho de 2012

ERA PÉSSIMO SER MULHER NA ÉPOCA DE MAD MEN

Nunca fomos tão felizes

Uma amiga me insistiu pra ver Mad Men. Não foi a primeira a me recomendar a série. Na realidade eu já tinha assistido pedaços de alguns episódios quando morei nos EUA, pelo menos quando a gente via TV, que foi no segundo semestre de 2007. Mas a série não me impressionou o suficiente, apesar do assunto muito me interessar. Afinal, eu já fui publicitária em outra encarnação!
Estou agora indo pro final da segunda temporada e gostando, não adorando. Pretendo ver as outras cinco temporadas pra ver como os personagens mudam. A princípio, o que impressiona todo mundo é como o pessoal fumava adoidado! Mas o que fica na minha mente o tempo inteiro é: putz, que época péssima pra ser mulher! (Ok, os dias de hoje ainda estão longe do ideal, mas melhorou bastante, vai. E, claro: que época péssima pra ter sido negro e gay. Mas esse não parece ser o foco da série). Sim, estamos falando do final dos anos 50, início dos 60, pré-revolução sexual, pré-luta feminista.
Li que essa onda das séries retratarem o início dos anos 60 é uma tentativa sexista de mostrar como era bacana quando as mulheres conheciam o seu lugar na sociedade. De fato, há vários programas de TV falando dessa época -– além de Mad Men, PanAm (mostrando comissárias de bordo quando elas ainda eram aeromoças e tinham que se aposentar quando chegavam aos 30 anos, ou engordassem) e The Playboy Club. Eu só vi o piloto dessas duas e achei muito fraquinhos, e realmente me pareceu uma visão nostálgica dos “bons tempos” (pra quem, né?).
Mas Mad Men não. Não digo nem de longe que MM é feminista, porque seu protagonista, Don Draper, com o qual somos incentivados a nos identificar (e fiquei de cara quando o maridão, que não tem absolutamente nada [além da beleza física] a ver com Don, disse que simpatizava com ele), certamente não é feminista. E alguns episódios não oferecem crítica nenhuma ao sistema. Mas outros... Achei totalmente feminista um episódio da primeira temporada que fala de um produto que serve como vibrador.
A série comprova tudo que Betty Friedan apontou no clássico feminista A Mística Feminina, publicado em 1963. Que os anos 50 foram um tempo de backlash total, de fazer as mulheres (de classe média) voltarem do trabalho (porque tiveram que trabalhar durante a Segunda Guerra) para o ambiente doméstico. E que as mulheres não estavam nada felizes com seu papel de donas de casa.
Foi uma época em que o trabalho das mulheres não era levado a sério. Pela primeira e única vez no século 20, nos EUA, o número de mulheres na universidade (que vinha crescendo a cada década) diminuiu. Pra que estudar, se o correto a se fazer era casar e ter filhos? Então tinha universidade que oferecia curso de culinária e etiqueta. Trabalhar, só como secretária, e só até arranjar marido.
Mad Men mostra o que acontecia: a mulher no ambiente de trabalho era avaliada apenas por sua aparência. Casos como os de Peggy, secretária que vira redatora, eram raríssimos (e a gente vê como Peggy tem que batalhar pra provar seu valor).
A vida de Betty, mulher de Don, era o padrão: entediada, deprimida, exausta, quase sem contato com o mundo exterior, com dois filhos perfeitos e um marido lindo e rico que a trai a torto e a direito. Sua vida parece um conto de fadas pra todo mundo, menos pra ela.
Isso está muito bem representado em filmes como Foi Apenas um Sonho e Longe do Paraíso.
Voltarei a falar sobre a série, prometo. Mas gostaria de recomendá-la a todos e todas que vivem dizendo que o feminismo estragou as mulheres, que antes sim é que a vida era boa e as mulheres eram felizes, podendo ficar em casa fazendo tortas. Ahã. É, a mulherada de Mad Men parece felicíssima mesmo. E, pra ser franca, nem os homens sorriem muito.

83 comentários:

Paula disse...

Ainda me admira muito que algumas mulheres em pleno século XXI realmente optem por dedicar a vida inteira à família e ao lar. Como li alguém falando aqui alguma vez, espero que as que tomam essa decisão tenham muita sorte com o marido que escolheram.
Quanto a Mad Men, é minha série favorita entre as que estão no ar.

Marcelle Blackstar disse...

Adoro Mad Men pelo cuidado com os personagens, a reconstituição histórica, e também por esfregar na cara como os homens eram privilegiados e as mulheres, meros objetos. A Betty é exemplo claro de bonequinha de luxo, mas no fundo isso a entedia. A Peggy tem que se provar sempre, e não é tão valorizada. A Joan é a que aparentemente é machista e conformada com o mundo, mas... veja, Lola. Tem um ótimo epiódio focando Peggy, Joan e Betty na s4, terminando com um plano das 3 dividindo o elevador, um dos melhores da série.

Os homens da série geralmente tem momentos de fragilidade justamente porque o mundo deles está mudando. O Don é machista, sim, mas ao mesmo tempo tem nuances. É ele que apóia a Peggy subir na agência. Tal personagem começa a ficar infeliz, por mais que tenha tudo o que sempre quis...

Enfim, Mad Men retrata uma época machista, mas merece ser vista justamente por desmitificar a ideia de que antigamente era bom. E porque é extremamente bem feita.

Matheus disse...

Lola sua desonesta, tava loquinho pra ver você detonar com a cara do Lucas e seus argumentos sem fundamento. Acabou com meu dia.

Fábio disse...

bom e ser homem nos tempos de two and a half men, rsrsrsrs, claro ,se voce tiver dinheiro, casa na praia e uma mercedes na garagem( ai voce vai ser o nosso guru, charlie harper)

lola aronovich disse...

Matheus, não tenho tempo pra responder a cada maluco que fala mal de mim. E mesmo se tivesse todo o tempo do mundo, debater com mascus é totalmente infrutífero, porque vivem em universos paralelos. E outra coisa: não aceito ordens. Quer dizer, até aceito, mas só do meu gato.

UP! - UFRRJ disse...

Para quem acha que esta época não existe mais,eis aqui uma pérola:

"Homem é assim: prático, lógico, determinado, não gosta de frescuras, tem pêlo, pega com força, vive no cio, separa amor de sexo sempre, deseja todas ao mesmo tempo mesmo amando uma só. Quer uma mulher fiel, dedicada, tarada, sensata, qualidades dificílimas numa única mulher.

O desejo insano feminino criou o ideal de um homem que não tem nem no céu: rico, bonito, inteligente, culto, sábio, poderoso, amoroso, atlético, sensível, sem pêlos, que deseje sexo só uma vez no mês, que entenda todas as loucuras femininas, que seja carinhoso, compreensivo em meio às idiotices e TPMs femininas, que as entendam e as amem sempre, todos os dias."

Reparem como este troll finaliza o texto:

"Lamento informá-la, mas se você se enquadra neste perfil, você não gosta de homem, você gosta de cachorrinho, vá ao pet shop e compre um e seja feliz."

Exigir respeito para este imbecil é não gostar de homem,porque mulher mesmo gosta de ser maltratada...exigir que um homem compreensivo é "uma insanidade".E tudo isso num blog de uma mulher que se julga "sábia".E os comentários femininos lá assinam em baixo....

fonte:http://mulheresabias.blogspot.com.br/2011/07/sera-que-voce-gosta-mesmo-de-homem.html

Lola,com toda sinceridade,não está na hora do feminismo se organizar contra religiões evangélicas?É muita merda fundamentalista e isso tem gerado graves problemas no meu Estado(RJ)e acredito que no resto do Brasil.Vc conhece alguém por qui que poderia abraçar esta causa,combater esta "liberdade religiosa" que tem atropelado nossos direitos? É algo muito sério e não pode ser mais ignorado.

Alice disse...

Conheço mulheres que culpam as feministas por sua infelicidade. Que dizem que o feminismo as obrigou a trabalhar fora e dentro de casa. Acho sempre que é muita falta de olhas para o lado: os casamentos de nossos avós (e mesmo de muitos de nossos pais e ainda de muitos de hoje em dia) em que a mulher sem renda (ou a mulher que deposita toda sua 'fé' na família) é massacrada porque, enfim, os privilégios são masculinos. Na época de minha avó, praticamente todo ato sexual era um estupro, pois, já que as mulheres eram de seus maridos, não tinha essa de querer ou não querer. E é claro que não existia a ideia de 'ela também precisa sentir prazer' - pelo contrário, mulher tinha de ser ainda mais comportada na cama do que é hoje, não podia se mexer, não podia dar um pio, ou era considerada puta. As mulheres da época da minha avó tinham um monte de filhos, todos ficavam sob a alçada dela, mas quem era respeitado mesmo era o pai. Agora, o mais horrível disso tudo era não ter opção: as mulheres não podiam chegar e dizer 'eu não aguento mais'. Se ainda hoje mulheres apanham e/ou são mortas por pôr fim a uma relação, imagine o que era nem poder tentar sair de uma, por ter certeza de que seu fim só poderia mesmo ser a cova. Falta de liberdade - de ir e vir, trabalhar ou ser vagabundo, sexual, política - o homem branco heterossexual não conhece. Conhecesse e, talvez, tivessem empatia pelas lutas femininas. Ou bastaria reconhecer-nos como seres humanos?

UP! - UFRRJ disse...

"Conhecesse e, talvez, tivessem empatia pelas lutas femininas"

Creio que isso é em parte falha do próprio movimento feminista....este excesso de pacifismo que impede de homens cruéis serem punidos com severidade.Observo que muitas acham que machistas radicais são só idiotas mascus,par mim são apenas psicopatas exibicionistas;os verdadeiros machistas são os homens "liberais e simpáticos" que tentam nos convencer que igualdade já existe e nos empurram por guela abaixo todos os tipos de explorações possíveis,alegando que nós as "escolhemos"

Isabel SFF disse...

Eu vou confessar que tenho vontade de estapear quem fala que éramos felizes antes do feminismo acabar com a festa. Festa de quem, cara-pálida? Das mulheres é que não era (e não é).

as reclamações costumam girar em torno da pressão para que sejamos perfeitas em casa, na aparência e no trabalho (que, vejam só!, é filhote do machismo) ou do stress de trabalhar fora e ainda acumular trabalhos domésticos (ops, outro filho do machismo). Aí quem reclama disso não percebe que estamos sofrendo o stress de um mercado de trabalho extremamente desumano. Aí, ao invés de culparmos um sistema de produção explorador, algumas mulheres culpam o feminismo. Essa vilão que ousou dizer que nós, mulheres, somos seres humanos também.

Tenho paciência não.

Ah, vou passar a assistir Mad Men agora. Sua crítica é mais um incentivo (o outro é o ator principal, cujo nome eu esqueci como escreve, mas por quem eu me apaixonei assistindo 30 Rock e algumas de suas participações no Saturday Night Live)

Fábio disse...

Hayashi disse...;os verdadeiros machistas são os homens "liberais e simpáticos" que tentam nos convencer que igualdade já existe
-
e qual sua proposta ? fazer o que com estes homens voce consideraria justo?

Nadja Reis disse...

Poucas coisas são mais ingratas no mundo do que ser feminista.Mas ainda sim é um luta que tem todo meu apoio e simpatia.
Sou ateia,de direita e a favor do liberalismo,mas nada disso me impede de apoiar e reconhecer a importância do movimento feminista.

Isabel SFF disse...

Hayashi, essa crítica que você fez é muito séria. Estamos num período de sério retrocesso conservador vociferado principalmente por lideranças evangélicas. E ai de quem levanta a voz para isso - é ataque à liberdade religiosa. Considero este um dos aspectos mais tristes do Brasil atual. Principalmente porque essa massa evangélica obscurantista tem um peso gigantesco nas eleições - tanto que o governo de muitas cidades, vários estados e o próprio governo federal se dobra aos desmandos religiosos.

A gente não pode se calar diante disso. Mas acho que o mais importante seria tirar essa luta das mãos apenas de movimentos sociais organizados, como os movimentos feministas e LGBTTs, mas deixar claro que essa luta pertence ao povo brasileiro. Em São Gonçalo, município do RJ, a prefeita (evangélica) vem fechando vários terreiros de umbanda. Liberdade de credo diz respeito a todo mundo, inclusive ateus, porque esse é um direito básico. Quando a gente deixa um segmento da população se enxergar como "escolhido" e merecedor de privilégios, mesmo que seja o privilégio de adorar as divindades que escolhe (ou não adorar nenhuma), um precedente muito perigoso se abre para a violação de outros direitos individuais básicos.

Então, pra mim, esta não é uma luta só de dois ou três movimentos sociais. É a luta de um país inteiro e deve ser vista assim :)

Fábio disse...

o estado brasileiro deve ser laico, e a constituição garante liberdade de credo indiscriminada, qualquer interferencia religiosa no sistema politico, seja a favor ou contra uma doutrina de fé, e extremamente perigoso, vide o que acontece no egito, tibet, afeganistão etc..

Andréia Freire disse...

E Gabriela, gente? Alguém tá acompanhando? Também exemplifica perfeitamente o que era ser mulher no começo do século XXI.

O marido chega e senta na poltrona e lá vem a mulher se ajoelhar pra tirar as botas. A filha pede pro pai pra ir estudar em Salvador e ele diz que profissão de mulher é cuidar de marido. O outro casal tá jantando (cada um na extremidade de uma mesa enorme)e o homem diz "vá se aprontar, hoje eu quero lhe usar". Ela fica imóvel durante o ato, olhando pra santa. Outro dia ela disse que tava indisposta e o marido disse que ela tinha que obedecer mesmo assim. Já disseram duas vezes que mulher de família só faz sexo a noite. Beijo na boca era coisa de mulher "perdida", do bordel. Fora que, metade dos homens passa a noite no Bataclã (bordel)e as esposas sabem, mas não podem falar nada. A filha de uma delas insinuou pra mãe que o pai passava a noite lá e levou um tapa na cara da mãe. Outro menina lá tem que casar com quem o avô escolher. São milhares de exemplos. E ainda tem gente maldizendo o feminismo. Dá vontade de dar uma surra, na boa.

Ana & Jessica disse...

Oi,Lola, tudo bem? Faz algum tempo que acompanho teu blog, gosto muito dos teus posts. Bem, indo ao assunto, tu certamente conhece aquele seriado antigo I love Lucy, né? Nossa, aquilo é a prova maior de como ser mulher nos anos 50 era péssimo. Toda vez que Lucy, a personagem principal, tentava sair daquele ambiente "dona de casa" (o sonho dela era trabalhar no show business), o marido dela ia lá e passava uma lição de moral e no fim, ela mesma acabava admitindo que estava "errada". É difícil assistir essas séries com os olhos da época, rs.

Existe outro seriado que certamente vc deve conhecer, que não chegou a vir para cá: Maude. Para mim é surpreendente que a tv americana tenha posto um seriado assim no ar, sendo que Maude era uma mulher muito liberal, senão me engano, até mesmo a favor do aborto. Também tem outro seriado, As SuperGatas, que acho sensacional por mostrar 4 mulheres de meia idade vivendo juntas, namorando, sendo sexualmente super ativas e tudo mais. É claro que existem alguns clichês, mas de um modo geral, acho a série muito boa.

Enfim, ainda não vi Mad Men, mas sempre senti muita vontade.É uma pena que nem todos possam assistir esses seriados mais antigos para entenderem como as coisas chegaram ao que são hoje. De alguma maneira, isso lembra minha infância, em que eu assistia muito um seriado chamado A feiticeira, e como não me dava conta dos absurdos que existiam. A personagem é uma feiticeira e quer exercer seus poderes, mas o marido não deixa, pois pode causar muitos problemas. Ela se submete a ele e acaba renunciando a quem ela é de verdade. Enfim, são coisas que me parecem absurdas, mesmo olhando com os olhos da época. Por isso, que acho sensacional essa onda de seriados ambientados nesse período, pro pessoal ter uma noção do que se passava e não ficar e quem sabe, até fazer uma análise crítica.

Unknown disse...

Lola, você costuma avaliar filmes, séries e os livros (você comenta poucos livros, fico sempre torcendo para você comentar livros...) que comenta mais ou menos assim: é feminista então é bom ou não é feminista então merece reparos. Fico em dúvida a respeito da eficácia desse tipo de postura para o próprio feminismo. Como vivi nos EUA, por causa do meu pai, li bastante feministas e me considero feminista tanto quanto um homem possa se considerar. O que quero perguntar é: você acha possível haver obras de arte boas que não sejam feministas? Ou sendo boa a obra vai de algum modo ser feminista?

Sara disse...

É bem raro de eu ver qualquer coisa na TV, mas não precisa fazer muito exercício de imaginação pra saber que a vida para as mulheres era ainda bem pior do que hoje.
Mostram para as meninas de hoje um passado alegre, cheio de romance, homens muito cavalheiros, mulheres que não tinham nenhuma preocupação na vida a não ser qual torta fazer para o jantar.
Hoje em dia nunca mais ouvi falar de nenhuma mulher que se matasse ao se descobrir grávida e solteira, o que era corriqueiro no passado, no meu pelo menos, tive duas garotas do meu círculo de amizade que fizeram isso.
Assim como vc Lola tb desconfio dos propósitos de se fazerem tantos filmes, séries, novelas, até mesmo modas inspiradas no passado, e que mostram de uma maneira muito romanceada pra essas novas gerações, o que teria sido de fato viver nesses tempos.
Bom, eu pela idade q tenho, sou mais velha que vc, posso me candidatar a dizer que não tenho saudades nenhuma do passado, acho que se não fossem eventos como o aparecimento da AIDS , estariamos ainda mais evoluidos, infelizmente o backlasch tragou essa desgraça para exercer sua influência negativa contra a liberação das mulheres, contra homossexuais, e setores mais progressistas.
O que saiu mais fortalecido foi justamente o fundamentalismo religioso e os setores mais conservadores da sociedade.
Não me surpreenderia se soubesse que são justamente estes setores que financiam essas obras.

Bella disse...

Lola, que coincidência! Fiquei hoje procurando uma nova série para baixar, já que as que acompanho estão de recesso ou terminaram, e acabei resolvendo assistir ao episódio piloto de Mad Men. Ainda não vi, mas o que me interessou foi justamente a abordagem das questões de gênero nos anos 60. Um comentário em um blog de séries dizia que Mad Men retrata bem o vazio existencial das donas-de-casa, as dificuldades das mulheres na carreira, problemas como o abuso sexual etc. Tive medo, como vc colocou, de ser um retrato nostálgico da época, mas vou arriscar. Já que vc vai continuar a assistir, pelo menos não deve ser abertamente machista. Rs. Abraço.

UP! - UFRRJ disse...

"e qual sua proposta ? fazer o que com estes homens voce consideraria justo?"

Fábio,o mesmo que a luta contra o racismo faz: processos sem levar em consideração as "opiniões" dos sujeitos,nem a "educação" que tiveram.Ex: piadas racistas acabem em processo;piada de estupro é "liberdade de de expressão".Tudo isso porque o machismo não é "digno de punição" como o racismo..Todos os dias vemos episódios horrendos de violência contra mulheres que não dão em nada e caem no esquecimento.Tudo devido á esta alta tolerância aos comportamentos machistas masculinos.

Gabriel Nantes de Abreu disse...

Podia substituir o titulo por "Era péssimo não ser homem branco heterossexual na época de Mad Men."

UP! - UFRRJ disse...

"Em São Gonçalo, município do RJ, a prefeita (evangélica) vem fechando vários terreiros de umbanda. Liberdade de credo diz respeito a todo mundo, inclusive ateus, porque esse é um direito básico"

PUTZ!Mas já tem um movimento religioso,que faz campanha em Copacabana,é o EU TENHO FÉ(http://www.eutenhofe.org.br/),é a união de todas as crenças contra os evangélicos...mas não engloba o problema do machismo religioso,que pode vir de qualquer religião.é a isso que estava me referindo....porque todos querem nosso apóio,mas se "esquecem" da nossa causa assim que as coisas se resolvem....

lola aronovich disse...

Andréia, não vi Gabriela! Lembro muito pouco da Gabriela da “minha época”. Só lembro do elenco, e ainda vivo confundindo com Dona Flor e seus Dois Maridos. Eu vi um pedacinho de Gabriela agora, enquanto a gente não ligava o dvd pra ver Mad Men. Não sei se vi 3 minutos. Eu vi a Juliana Paes e a achei muito magra, mas o maridão explicou que ela tem que fazer uma retirante nordestina. Mas tudo isso que vc fala (é do início do século XX, certo?) parece muito interessante. Quer escrever um guest post pra mim? Eu fico pasma quando a galera diz que o mundo era melhor antigamente, que 50 anos atrás sim que as mulheres eram felizes, que a civilização se perdeu e está prestes a acabar. Lógico que esse discurso só é comum em pensamentos de conservadores e direitistas. Por exemplo, os mascus. Eles não põem a mão no fogo nem pelas mães deles (já vi thread em fórum mascu perguntando “Sua mãe é uma vagabunda?”, e boa parte concordando, dizendo que é, sim, afinal, segundo o guru Alita, não existe mulher exceção). Mas eles amam as avós. As avós sim é que eram mulheres honradas: casavam virgens, passavam a vida inteira obedecendo o marido (que as traía, mas tudo bem, homem pode, até precisa!), nem sonhavam em trabalhar fora, sabiam o seu lugar. E dane-se que elas não tinham orgasmo, né? Porque mulher nem gosta de sexo mesmo... Por isso que toda vez que eu ouço a ladainha de que “antigamente é que era bom”., eu imediatamente pergunto: ERA BOM PRA QUEM?

Fábio disse...

Hayashi disse...
"e qual sua proposta ? fazer o que com estes homens voce consideraria justo?"

Fábio,o mesmo que a luta contra o racismo faz: processos sem levar em consideração as "opiniões" dos sujeitos,nem a "educação" que tiveram.Ex: piadas racistas acabem em processo;piada de estupro é "liberdade de de expressão".Tudo isso porque o machismo não é "digno de punição" como o racismo..Todos os dias vemos episódios horrendos de violência contra mulheres que não dão em nada e caem no esquecimento.Tudo devido á esta alta tolerância aos comportamentos machistas masculinos.
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concordo plenamente, leis que combatam a intolerancia, como o nojo que e o racismo, são bem adequadas para garantir o respeito as pessoas, mas primeiro devemos insistir na educação, por todos na cadeia não vai ajudar muito, mas leis que garantam a liberdade das diferenças são sim importantes numa sociedadetao diversa como a nossa.
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o problema e como indetificar o limite entre a liberdade de pensamento e expressão, e o que e considerado ofensivo ao outro ?!! viver em sociedade e dificil, devemos ter empatia e bom senso, vale lembrar tambem que a criminalização da misoginia, tambem acarreta a criminalização da "misandria" a constituição não permite leis sexistas de genero, e não se pode passar por cima da cosntituição, bobagens como " lugar de mulher e na cozinha" terão o mesmo peso de outras como " homem nenhum presta e tudo cachorro"

Gabriele disse...

Gosto muito de Mad Men. As primeiras temporadas, na minha opinião, tem um ritmo um pouco mais arrastado, mas achei as seguintes muito boas. Acho que eles constróem muito bem os personagens, o crescimento de Peggy e a relação que ela vai construíndo com Don são muito legais. Como a Marcelle apontou bem, apesar de retratar uma sociedade machista, a série mostra muito da ambiguidade da época. Terminei de assistir a quinta temporada, que teve uns episódios que me deixaram sem fôlego, mas não vou dar spoilers hehehe

lola aronovich disse...

Jefferson, eu quero muito comentar mais livros e contos, só falta tempo. Estou sempre correndo. Este post de hoje foi escrito correndo, não dá pra ter muita análise mesmo. Mas quero pensar num próximo projeto de pesquisa em que eu possa fazer isso, e que eventualmente vire livro. Aí claro que vou colocar mais coisa no blog. Agora, discordo de que minha avaliação de filmes seja essa – se é feminista é bom, se não é, é ruim. Tanto que eu digo que estou gostando de Mad Men, embora não acha a série feminista (apenas alguns episódios, que foram os que eu gostei mais, por coincidência). Acho que tem muito pouca coisa feminista, pra falar a verdade. E tem muita coisa machista que eu gosto. Laranja Mecânica, por exemplo, é um dos meus filmes preferidos de todos os tempos, e creio que dá pra ver o filme como muito machista. Claro que eu fico feliz quando surgem obras que podem ser vistas como feministas e que proporcionam bons exemplos para meninas, caso de Jogos Vorazes e, talvez, o novo filme da Pixar, Valente. Meu blog é feminista, então dou mais ênfase pra essas obras. Mas a minha interpretação do que pode ser visto como um filme feminista é bem ampla.

Anônimo disse...

"E outra coisa: não aceito ordens. Quer dizer, até aceito, mas só do meu gato." 18:47

>>>adoro qdo ela me faz sorrir...

Sara disse...

Lola essa novela Gabriela eu assisti da primeira vez q passou, eu era muito nova mas me lembro muito bem, e se a estória não for muito alterada, vai ser mesmo um prato cheio para se falar sobre a "felicidade" que era para as mulheres que viveram naquela época.
O julgamento que sera mostrado na novela do crime que um Coronel cometeu contra sua esposa e seu amante, vai ser bem emblematico para mostrar como o homem possuia até bem pouco tempo o poder de vida e de morte sobre sua esposa e amantes tb, pq tb tera o caso de um outro coronel que ira tentar matar sua amante que o traia.

Allice disse...

Eu nunca vi Mad Man, mas fico impressionada com o número de mulheres na casa dos 20/30 que dizem "antigamente tudo era melhor."
O Zigmund Bauman, um sociólogo que eu simplesmente amo, fala sobre as impressões que um turista tem, que ele vive em sua bolha e que o exótico é super bem vindo, que o turista adora inventar sua identidade pelas breves impressões que tem sobre os lugares e pessoas que visita, e aí vem o Hartog levantar uma hipótese de que queremos preservar o passado pra nós mesmos, com a desculpa de que é pra nossos netos, de que queremos guardar tudo numa caixinha para termos alguma segurança.
Eu vejo assim o caso de amigas que usam o jargão de "homem de antigamente" pra denominar um bom marido ... Em minha bolha de classe média onde é normal uma mulher passar na Universidade, dirigir pra todo lado (tenho um trauma de acidente que ainda estou tentando superar aos poucos), trabalhar, viajar, ter orgasmos e tudo mais é muito normal achar que o mundo todo é igual ao meu mundinho tão pequeno e restrito, que as mulheres tem todas as mesmas prioridades que eu, que não sofrem nenhum tipo de violência (psicológica principalmente), que eu não ligo pra um monte de coisas e etc...mas a gente esquece que não era assim, que nós criamos uma impressão sobre outra época e que aquilo que era bom, porque hoje ainda não está do modo como quero e talvez nunca esteja, afinal o mundo não gira em torno de mim.

Somos às vezes o turista do Bauman, sabe? pegamos referências que nem são nossas, inventamos uma identidade fora da nossa realidade e dizemos que assim seria lindo. Tem gente feliz e infeliz em qualquer época mas ainda bem que os tempos mudam e conhecemos outras possibilidades de felicidade e infelicidade.
Personagens galantes da literatura e cinema, eles realmente são encantadores, mas eu? Prefiro a realidade, com o engarrafamento, com o ônibus lotado e infelizmente com a vizinha ao lado odiando as feministas por ter um emprego -e isso pra ela a deixa livre do 'público alvo' do feminismo, porque basta trabalhar pra ser plena e liberta- mas tendo que fazer tudo sozinha e cuidando sozinha dos filhos, preocupada com o que os outros pensam sobre o que ela vesta na hora livre, olha, ela tem um homem de antigamente, deve estar reclamando de barriga cheia!

Anônimo disse...

"Gabriela Cravo e Canela"... leiam o livro... saudoso Jorge Amado...

Allice disse...

veste*

lola aronovich disse...

Ana;Jessica, só vi alguns episódios de I Love Lucy. Até usei uns pedacinhos uma vez pra ensinar inglês... Apesar de tudo, eu acho a Lucy uma mulher bem poderosa. Mas era fogo, né? Lembro de Jeannie é um gênio e de Afeiticeira – mulheres cheias de poder que tinham que esconder ou diminuir esses poderes porque de jeito nenhum que uma mulher poderia superar de alguma forma seu amo e senhor. Esse Maude eu nunca vi! Nem conheço. E SuperGatas, sei lá, só pelo nome... Mas tem muita coisa interessante. Outro dia no curso de extensão, falando da representação dos homossexuais no cinema hollywoodiano, chegamos à conclusão que a TV americana tá muito mais avançada pra tratar de questões de gênero e orientação sexual que o cinema americano.


Gente, estou amando os comentários, mas preciso trabalhar. Ah, pra quem está começando a ver a série, tenha paciência. Eu e o maridão quase desistimos no terceiro episódio da 1a temporada. Esse 3o episódio (acho que é isso) foi o pior até agora, arrastado, pretensioso... Mas tenha fé que melhora. E vale a pena.


Allice, Cora, Drica, todas vcs, por favor, comentem sempre. Vcs fazem isso SUPER BEM!

Luna disse...

Adorei o post, mas nunca vi a série. Parece interessante.

Gabriela não estou assistindo, eu vi a primeira versão na reprise, quando era criança. Lembro pouco. Mas li o livro...

Luna disse...

Lembrei que o Nacib vai tentar a todo custo "mudar" a Gabriela. Vai querer transformá-la numa mulher "decente", de acordo com as senhoras da sociedade de Ilhéus. Isso acaba estragando o amor dos dois.

É como se fosse o filme "Uma linda mulher", só que em nenhum momento ele pergunta se Gabriela quer virar uma senhora de sociedade.

Allice disse...
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Allice disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Brisa disse...

Oi gente, não vejo Mad Men então infelizmente não tenho uma opinião a respeito. To passando pra deixar um link de um dos (péssimos) resultados da RIO+20, e mais um desserviço do Vaticano aos nossos direitos reprodutivos: http://www.boainformacao.com.br/2012/06/feministas-criticam-dilma-por-texto-da-rio20-ignorar-direitos-reprodutivos/

Abraços!

Fábio disse...

arnoldo sua besta quadrada que não deve saber nem se limpar, voce da a elas justamente o que elas querem, uma "caricatura imbecil do masculinismo" deixe de ser retardado e meta a real, seu imprestavel.

Allice disse...

Arnold manja dos sintomas.

Anônimo disse...

LoLa, o título original de "As Super Gatas" é "The Golden Girls" e das 4 atrizes somente uma está viva, 90 anos, e ativa num sitcom "Hot in Cleveland", tb com 4 mulheres, como The Golden Girls que até hoje reprise muito na TV americana. Uma delícia! MAUDE eu peguei algum reprise faz pouco tempo na PBS (TV Educativa EUA)... é dos anos 70... é com umas das 4 de As Super Gatas.

Do pouco que LoLa comentou sobre livro/s eu li a obra e daí uma coisa puxa outra li outros livros da mesma autoria. Curto muito qdo clico em algum link que ela dá durante um post e caio lá na crítica a algum filme... textos que ela escreveu há até 10 anos atrás, ou mais tempo até. Já acontece de eu estar lendo um post atual dela e pensar que o texto me leva a tal filme e não dá outra, logo depois leio outra linha ela citando o tal filme...

Allice disse...

Gente, quero abrir uma campanha pra ajudar o Arnold, ajude um troll com dislexia.

É A-L-L-I-C-E


Não é com um "L" só nem com "N"
É com "LL" "C"


=)

Allice disse...
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Josiane Caetano disse...

Gosto muito da série Mad Man, especialmente porque ela retrata, sem maquiagem nenhuma, a dura vida das mulheres ( se negra então, um pesadelo!) daquela época. Isto fica bem estampado em quase todos os episódios. A série deveria ser assistida por todos e só uma pessoa sem cultura ou senso crítico poderia dizer que as mulheres eram felizes daquele jeito!

Valéria Fernandes disse...

Bem, eu não vejo Mad Men. Não assisti nenhum episódio sequer. Mas estou vendo Gabriela e vi o compacto da primeira versão. Para quem se interessar, acho importante a forma como algumas questões foram tratadas na trama de 1975. Malvina é uma personagem feminista. Na primeira versão Elizabeth Savalla dava um show de interpretação. Muitas cenas estão no Youtube. Ela luta não pelo direito de amar o carinha que deseja (*deixem isso para a Jerusa*), mas pelo direito de ser uma cidadã plena: estudar, trabalhar, votar, ter direito à voz própria. Uma das coisas que eu torço muito mesmo é que preservem a personagem e não tentem amenizar as coisas. E a esposa "usada", D. Sinhazinha, é morta pelo marido. Mas uma das coisas importantes da trama é que o assassino termina sendo condenado. Está no livro e na novela de 1975 e vai estar nessa. alguns diriam que Jorge Amado estava delirando, afinal, em 1958, matar a esposa adúltera e seu amante dificilmente levaria alguém para a cadeia.

Eu escrevi um post sobre a primeira semana de novela (http://bit.ly/PYmFXn), mas não há lá muito material para alimentar discussões mais profundas. Estou de olho na Malvina.

Cora disse...

Hayashi,

As mulheres sábias não têm ideia do que seja o feminismo.

E o masculinista fez a festa. Todo o rosário de rótulos, generalizações e estereótipos preconceituosos e misóginos apareceu na caixa de comentários. Mas acho que pessoal não entendeu isso direito, não.

Como toda religiosa, ela (ELA, vejam bem) defende a submissão e a dependência feminina.

Ana disse...

@Isabel
"Eu vou confessar que tenho vontade de estapear quem fala que éramos felizes antes do feminismo acabar com a festa."

Kkkkk Isabel, não vou deixar você chegar perto da minha mãe. Ela vive dizendo isso, pq sabe que sou feminista e quer me irritar (a parte legal: funciona TODAS as vezes. Ainda que seja brincadeira, eu fico fula!).

@Andréia
"E Gabriela, gente? Alguém tá acompanhando?"

Minha mãe assiste, e eu acabei pegando uns pedaços.

Esses dias apareceram cenas da personagem Malvina (Vanessa Giácomo), que não se declara feminista, mas o é nitidamente.
Malvina quer estudar mesmo que o pai diga que a profissão da mulher é cuidar do marido. Quando uma amiga diz "a maior felicidade de uma mulher está no casamento", ela rebate: "Pra que? Pra ficar em casa esperando o marido voltar do Bataclã??".

E aí minha mãe olhou pra mim e caiu na risada, tipo 'já ouvi esse discurso antes'. Eu ri junto, joguei meus punhos pro ar e comecei: "Estamos juntas nessa luta, companheira Malvina!", só de zoação.

Foi engraçado XD

nice disse...

Lola
Assisti poucos episódios dessa série, e ficava só pensando isso que vc mencionou: cara, que droga era ser mulher naquela época. As mulheres bonitinhas, lavando, passando, cozinhando, telefonando pro marido no trabalho pra saber o que ele queria pro jantar, e sendo exibidas como troféus...putz. Tá ruim hoje, mas já teve pior.

E é bom também pra gente sempre lembrar que mudanças são difíceis, demoradas, mas possíveis.

Acho a série super bem construída mesmo. Talvez eu volte a ver, mas agora tenho acompanhado seriados demais, rs.

Cora disse...

Hayashi, Isabel,

Compartilho com vcs essa preocupação com o crescimento neopentecostal. Não avançamos praticamente nada no brasil, em termos de direitos femininos, e conseguimos retroceder!! Estamos pior q nos anos 80!! A marta suplicy falava abertamente de sexo numa perspectiva feminina na tv! Quando que isso seria possível hoje? Temos apenas programas que não abordam essa questão seriamente, mas d forma estereotipada, reforçando rótulos. Não posso falar muito, pois não acompanho, já q não vejo tv (é gente, eu tenho esse defeito). Mas do pouco q vi, não curti. Nem sei se ainda estão no ar.

Sobre religião, há movimentos sim, que precisam ser divulgados.

Aqui um link sobre o livro “mapa da intolerância religiosa”.

http://www.youtube.com/watch?v=sdUx_TVNhzw

Isabel SFF disse...

hahaha! Ah, gente! Não estava com vontade de ver Gabriela (até por causa do horário, afinal, eu acordo cedo). Mas agora terei que acompanhar a saga da ~companheira~ Malvina, ahahaha

Carlos disse...

Os neo-pentecostais eram minoria nas decadas passadas ...e não se pode falar mal das minorias segundo o politicamente correto(estremamente reforçado por ideologias de esquerda,incluindo o feminismo)...

Os movimentos que pregam o politicamente correto soltaram o touro neo-pentecostal na praça ,agora eu quero ver lidarem com ele hehe

Bel disse...

Que curioso, Lola! Eu acompanho Mad Men desde o começo. E agora, recentemente no final da 5a temporada, eu li um artigo em que o autor tenta prefer o final da série, o finalzão mesmo. Os autores já falaram que a série acaba quando os anos sessenta acabarem e já estão em 1967.

E pela análise dele, os anos sessenta vão acabar com o declínio do Don Draper e a ascenção da Peggy. Por que ele acha que o que a série mostra é que no fundo, ele é um conservador, que acha que está fazendo um favor para a Peggy e para todas as mulheres ao redor dele. Ele não é capaz de ver como ela é realmente brilhante e não está acompanhando a evolução da sociedade.

E assim, um dia, no final, ele vai acabar trabalhando para ela, hahahaha. Eu adoraria que fosse assim. Eu não vejo que Mad Men seja nostálgica não, acho que é bem ácida.

Julia disse...

Pra quem vai começar a acompanhar Mad Men, os primeiros episódios podem ser um pouco arrastados, mas não desistam! Esse erro será corrigido logo. E vale muito a pena, estou na 5° temporada já.
Essa 5° temporada está mais feminista, eu penso, o s05e02 foi bem feminista, na minha opinião.

Quanto a Gabriela, assisto muitas vezes de olho arregalado. É assustador! Mas é bom que se mostra como era uma merda a vida da mulher naquele tempo. Só a Malvina salva.

E gente, sem spoilers, por favor.

Julia disse...

Ah, LOLA, espero ver mais posts sobre Mad Men!
:D

Outra série que assisto chocada é Game of Thrones. As personagens femininas se dividem entre aquelas se são tratadas como lixo e aquelas que tem atitudes extremamente feministas. Muita gente considera essa uma série feminista, no entanto.

Jane Doe disse...

Nao conheco a série mas já tive a infelicidade de ler revistas femininas antigas, da década de 50 e o conteúdo me deixava mortificada!
Mais triste ainda é que se você pegar uma revista ou assistir um programa "feminino" de hoje, o repertório mudou muito pouco.
É certo que acumulamos funcoes. É certo que trabalhamos 3 vezes mais e ganhamos 3 vezes menos e que tenhamos reconhecimento próximo a zero - mas isso NUNCA foi culpa do feminismo - e nao sei como alguém pode ser tao cego a ponto de nao ver isso.
O feminismo nos trouxe muitas possibilidades de escolha - coisa que minhas avós nao tiveram, que minha mae teve, porém extremamente limitadas. Além disso, ele ainda se faz muito necessário pois, infelizmente, com as escolhas nao veio o respeito. E temos que conquistar esse também!!!

Jane Doe disse...

Oi, Ju!

(Esse comentários contém spoilers)
Eu assito Game of the Thrones e adoro. Lógico que a série ainda coloca muitas mulheres numa posicao horrível, como aquelas pobres prostitutas que sao espancadas e as "nobres" sendo trocadas por favores políticos.
Eu assito várias séries e filmes e pela primeira vez eu tenho visto personagens femininas fortes que nao ficam o tempo todo se lamuriando por nao terem marido/filhos, ou que correm o tempo todo atrás do "príncipe". Exemplos sao a guerreira Brienne the Tarth que deixa qualquer cavaleiro no chinelo. Arya Stark a "menina lobo" que ao invés de se preocupar com bordados e vestidos aprende a manejar espadas e arcos. Yara Grayjoy comanda uma frota com dezenas de navios e tem respeito dos seus subordinados. Daenerys Targaryen tenta reunir tropas para tomar Westeros.
Até mesmo a rainha Cersei Lannister já demosntrou em várias oportunidades que odiava aquela condicao de "dama da corte" e preferia enfrentar mil soldados armados.
De certa forma, eu acho Game of the Thrones uma "revolucao" nesse sentido. Até entao, personagens femininas marcantes eram bastante escassas e/ou deixadas em segundo plano.

May Pacheco disse...

Nossa, vou checar esta série, já havia ouvido falar, mas foi na mesma opinião que a sua, vi uns trailer e não cativou meu interesse. Ouvi semana passada essaa frase de que mulher era bem melhor antes, antes do feminismo... Acho que isto sempre vem de algum nonsense querendo dar uma de "macho". Pelo menos a minha experiência é dessas.

Carlos disse...

Jane Doe disse...

Nao conheco a série mas já tive a infelicidade de ler revistas femininas antigas, da década de 50 e o conteúdo me deixava mortificada!
Mais triste ainda é que se você pegar uma revista ou assistir um programa "feminino" de hoje, o repertório mudou muito pouco.
É certo que acumulamos funcoes. É certo que trabalhamos 3 vezes mais e ganhamos 3 vezes menos e que tenhamos reconhecimento próximo a zero - mas isso NUNCA foi culpa do feminismo

.................
O feminismo estimulou a mulher a querer trabalhar fora em qq situação.
Isso praticamente dobrou a oferta de mão de obra . seguindo a lei da oferta e demanda quando a oferta de mão de obra aumenta os salario reduzem pra todos.
Então sim o feminismo é o culpado.

Mévia disse...

"Isso praticamente dobrou a oferta de mão de obra . seguindo a lei da oferta e demanda quando a oferta de mão de obra aumenta os salario reduzem pra todos.
Então sim o feminismo é o culpado."

Nossa fica quieto. Se dobra a oferta de mão de obra, também dobra a produção e dobra a capacidade de consumo (pois agora todos têm salário).

Diz a maiortia dos historiadores que foi por isso que pressionaram o Brasil a abolir a escravidão - se começassem a receber, em vez de trabalhar de graça, haveria maior mercado consumidor para os produtos importados.

Não sei se te mando estudar mais história ou macroeconomia.

lola aronovich disse...

Ai, Rafael, meio sem informação vc, não? Não, não foi o feminismo o responsável pela redução de salários, que de fato diminuíram (daí que mesmo pra famílias de classe média, hoje em dia, a mulher TEM QUE trabalhar, não é uma opção, porque só o salário do marido não é suficiente pra manter o lar). Os salários começaram a diminuir no comecinho da década de 80, por conta de governos conservadores e anti-trabalhistas como o de Reagan nos EUA e o de Thatcher na Grã Bretanha. Então, sabe esses líderes conservadores que vcs gostam tanto? Eles têm MUITO mais responsabilidade pela diminuição dos salários do que o aumento de mulheres na força de trabalho. E aí, vc vai passar a votar em governos que sejam a favor dos trabalhadores agora em diante? Acho que não, né? Continue culpando as feministas, que é mais fácil!

Carlos disse...

Faltou citar a Dilma...

E o que disse foi ,aumento de disponibilidade de mão de obra numa área leva a redução de salario (pouco importando se o trabalhador faz xixi sentado ou de pé). A entrada da mulher no mercado de trabalho foi causa e consequencia da redução de renda apareceu com força a partir da crise de 30.
1-A renda diminui
2-ai a mulher sai pra trabalhar
3-o que por sua vez aumenta a oferta de mão de obra
4-que por sua vez reduz os salarios
5-que por sua vez fez as mulheres continuarem no mercado sob pena de ver a renda reduzir.

Sara Marinho disse...

Em relação a Pan am, eu não posso falar muita coisa, não acompanho a série, vejo um ou outro episodio na TV as vezes, mas não me pareceu ser uma série muito machista, não pode ser chamada de feminista creio, mas o seriado apresenta mulheres que tendem a quebrar padrões, as aeromoças ali não se enquadram como mulher objeto. Como disse, não vi tanto o seriado para falar, mas tem algumas coisas interessantes, uma aeromoça é politicamente informada e ativa neste sentido, outra acaba posando nua artisticamente. Uma, muitas vezes tida no seriado como a mais bonita, começa um relacionamento com um negro, e um episódio mostra o preconceito que ela enfrenta junto com ele. Acho que o seriado cumpre o papel de mostrar um mundo que está mudando, mostra os dramas pessoais dos personagens tendo como pano de fundo os acontecimentos políticos da epoca, a guerra fria(uma aeromoça inclusive, é espiã), o atentado contra Kennedy, ect.

aiaiai disse...

kkkkkkkkkkkkk, rindo muito da falta de perspectiva histórica do menino rafael...
querido, estamos vivendo mais um ciclo de redução da renda dos trabalhadores, vc ainda não percebeu?
Isso se chama capitalismo, não feminismo. A crise no capitalismo faz parte do ciclo (crescimento/quebra) e serve para ajudar os capitalistas a acumularem mais, reduzindo os ganhos que os trabalhadores tenham conseguido aferir no período de crescimento.
Feminismo não é luta por salários menores, o nome disso é capitalismo.
O feminismo luta apenas e somente para que as mulheres sejam consideradas seres humanos como os homens.
Se quiser um desenho peça a outra pessoa. Eu sou péssima desenhista.

Carol M disse...

Tb não assisto TV, mas Game of Thrones e Gabriela já estão na minha lista de livros. Até pq muita coisa muda do livro pra tv ou cinema, e eu prefiro o original do autor.

Mévia disse...

Rafael,

Kkkk, não. Já te expliquei, então continue falando asneiras, já que curte.

ps: leu o comentário da Lola?

Jane Doe disse...

Ah é... claro, onde eu estava com a cabeca!!!
Nao é o sistema econômico que é auto-destrutivo e altamente excludente, sao as feministas trabalhadoras que estao arruinando a sociedade - lógico, como nao percebi!!!
Rafael, por que você nao escreve imediatamente uma carta para o Banco Central Europeu e explica para aqueles nobres senhor@s que a causa da crise da UE é culpa dos cortes de salários que as feministas provocaram.
Mas faca isso logo, quem sabe o você ganha o próximo premio nobel de economia!!!

Mévia disse...

pronto rafale, exclui o meu também, não te chamo mais de burro. mas o que eu falei lá continua valendo... (a argumentacao)

Gêneros Textuais disse...

Lola, sou fã babona de MMen. E, tanto eu quanto meu amigo com quem discuto sempre os episódios, percebemos que a série meio que deixa de ser do Don Draper e passa a ser das mulheres que o rodeiam.

Tem um episódio específico na 5ª temporada que acredito que te deixará atônita. Aliás, a 5ª temporada está primorosa.

Como disse, estava aguardando ansiosamente seus comentários sobre a série.

=)

Carlos disse...

Jane Doe
Sobre a crise fiscal na europa não tem nada haver com isso .A solução era só eles terem feito o obvio gastar menos do que arrecada sempre (solução liberal) ou formar poupança durante os periodos de crescimento para ter reservas para injetar na economia durante as crises(solução de keynes).

mas sobre o mercado de trabalho
vou te dar um exemplo de como a entrada de trabalho das mulheres baixou os salarios.
Professores,quando as mulheres entraram nesse mercado o salario baixou por que a oferta aumentou da "noite pro dia".E tristemente o salario dos professores não voltou ao patamar antigo até hoje .

lola aronovich disse...

Então, Rafael, volta pro seu primeiro comentário. Lá vc diz pra culpar o feminismo pela redução de salários, devido ao aumento de mão de obra disponível. E nos comentários seguintes, quando vc não tá chamando as comentaristas de burras ou a autora do blog de ditadora nazista por deletar comentários em que vc chama comentaristas de burras, vc mesmo se encarrega de desconstruir seu argumento. Primeiro vc falou que os salários começaram a ser reduzidos nos anos 30. Isso é consequência do feminismo também? O Crash de 1929 foi responsabilidade das feministas? Havia sufragistas já no século 19, e as mulheres conseguiram o direito a voto em 1922, nos EUA, e dez anos depois, no Brasil. Mas isso não aumentou a entrada das mulheres no mercado de trabalho. Aí vc usa como exemplo a diminuição do salário dos professores quando as mulheres entraram na carreira. Ué, mas aí vc deve culpar o MACHISMO, não o feminismo. Porque o trabalho de professora passou a ser um dos únicos aceitáveis para mulheres de classe média. E, de fato, dizia-se que mulher não devia se preocupar com salário, já que teria um macho provedor, que mulher só deveria ser professora por vocação, que dinheiro era só um detalhe que até masculinizava a mulher. Daí essa visão de que salário não importa pra professoras sobrou também pros professores. Mas também porque a ideia de que professor é uma extensão do trabalho de cuidadora, que é visto (até hoje) como feminino. Ou seja, culpe o machismo. Aí vc ignora totalmente o que eu falei sobre os salários terem sido reduzidos DE VERDADE, impossibilitando que um homem de classe média sustentasse sua família sozinha, nos anos 1980, graças a políticas conservadoras -- políticas que foram e são CONTRA o feminismo, por isso o backlash tá tão associado com a década de 80... E aí, campeão, vc continua culpando o feminismo?

Anônimo disse...

tem gente que aprendeu economia lendo a veja...

Sara disse...

Rafael aplicando sua lógica, deduzo que o feminismo seja responsavel pelo Tsunami no Japão, o terremoto no Paquistão, a erupção do vulcão Nevado del Ruiz.
Incrível como o feminismo é devastador.

Vera B disse...

Lola,
Semana passada eu e meu marido estávamos num restaurante e tinha um quadro com uma foto antiga, de um casarão, com um calhambeque na frente, a rua de terra, essas coisas. Meu marido disse "Essa época devia ser boa, ein? Uma calma, uma tranquilidade." E a resposta que eu tive foi exatamente esta: "Boa pra quem? Para as mulheres certamente que não". Aí ele até concordou comigo.
Eu não consigo imaginar antigamente como uma época boa. Acho que hoje, com todos os defeitos que ainda existem, certamente é muito melhor.

Carlos disse...

Aí vc ignora totalmente o que eu falei sobre os salários terem sido reduzidos DE VERDADE, impossibilitando que um homem de classe média sustentasse sua família sozinha, nos anos 1980, graças a políticas conservadoras -- políticas que foram e são CONTRA o feminismo, por isso o backlash tá tão associado com a década de 80... E aí, campeão, vc continua culpando o feminismo?

Se a mulher não tivesse entrado em massa no mercado na decadas anteriores(em especial na anterior imediata) não haveria como impor essas politicas conservadoras na decada de 80 é preciso ter oferta de mão de obra superior a demanda para ser possivel impor reduções de salarios.se falei culpa me expressei mal a palavra mais apropriada é efeito colateral.

lola aronovich disse...

Pois é, Rafael, é o que eu falei antes: é mais fácil pra vc culpar o feminismo pela redução de salários do que culpar os políticos conservadores que reduziram o salário. Quem vc acha que votou em Reagan, Thatcher, e tantos outros que nunca tiveram o menor compromisso com os trabalhadores (de qualquer sexo)? As feministas ou os anti-feministas? Vc não vê nenhuma ligação com o conservadorismo de ordem moral e o conservadorismo econômico? E não, não é “SE FALEI CULPA ME EXPRESSEI MAL”, vc realmente falou em culpa! Vc respondeu a Jane, que disse: “É certo que acumulamos funcoes. É certo que trabalhamos 3 vezes mais e ganhamos 3 vezes menos e que tenhamos reconhecimento próximo a zero - mas isso NUNCA foi culpa do feminismo”. Sua resposta tá aqui, ó:
“O feminismo estimulou a mulher a querer trabalhar fora em qq situação. Isso praticamente dobrou a oferta de mão de obra . seguindo a lei da oferta e demanda quando a oferta de mão de obra aumenta os salario reduzem pra todos. Então sim o feminismo é o culpado.”
Agora vc continua culpando o feminismo... por PERMITIR que governos conservadores (opositores históricos de qualquer movimento por igualdade) tenham sido eleitos e imposto essas políticas de redução de salários. Vem cá, não seria mais fácil vc parar de votar na direita? Redução salarial não é um efeito colateral do feminismo. E não é nem um efeito colateral de políticos conservadores. É UM EFEITO DIRETO.

Carlos disse...

Votar na direita...o único partido que se assume direita "formalmente" é o democratas . E eu não voto neles.
A maioria dos outros se declara centro-esquerda e alguns poucos se muita influencia esquerda radical. Mas isso são só títulos porque a ideologia morreu faz tempo.
No Brasil não existe esquerda ou direita ,existe governo e oposição e olha lá.

Bruna B. disse...

Mascus, esses bichos estranhos que reclamam que a entrada da mulher no mercado de trabalho reduziu a renda dos machistelhos, renda que antes era usada, em parte, para sustentar essa mesma mulher, obrigada a ficar em casa cuidando dos afazeres domésticos.
Se ganhamos nosso próprio dinheiro estamos roubando seus salários, se não ganhamos somos vagabundas inúteis sustentadas por um homem.
Vai entender.

Sil Teixeira disse...

Nunca vi Mad Men e acho que não tenho estômago para ver Gabriela! Já fiquei indignada com o que falaram aqui, imagina o discurso que eu ia fazer caso visse a novela. Ninguém ia aguentar ver comigo. HAHA :(

Eu vejo I Love Lucy, estou na segunda temporada, assisto com a minha mãe, pois ela quando menor assistia com minha avó. Eu acho que, na verdade, I Love Lucy era um seriado contestador para época, que tinha que se enquadrar em alguns padrões para estar no ar. Primeiro que foi dificílimo poder ir ao ar devido a presença de um cubano casado com uma americana. E o Ricky não faz o papel de "marido padrão", a única questão que ele pega no pé seria da participação da Lucy no show, que não adianta nada, já que ela faz do mesmo jeito. HAHA O fato se deve mais porque ela canta MAL e quer fazer papel de cantora.
Teve um epi que eles trocaram de papel, os homens ficaram em casa e as mulheres foram trabalhar, foi bem interessante, pois ambos os lados se deram mal e admitiram que fazer serviços domésticos e trabalhar fora eram tarefas importantes. E a Lucy só não conseguiu um emprego por não ter habilidade nenhuma, mas as vazas eram todas para mulheres!
Ah, gostaria de compartilhar também que em um episódio estavam Lucy, Ricky e um casal de amigos que sempre aparecem na série, enfim, eles estavam contando piada e teve uma hora que a amiga de Lucy, Ethel, queria saber se a piada poderia ser contada em "companhia de damas". Lucy disse algo como "Ah, mas deve ser para as já casadas!". Achei isso bem engraçado.

Enfim, acho que irei começar assistir Mad Men depois dessa! :)

Anônimo disse...

Sou fã da série, que com certeza a melhor da televisão americana hoje. Don é machista em alguns momentos, por ser um homem do seu tempo, ao mesmo tempo em que as mulheres fortes exercem sobre ele um certo fascínio. A Betty para ele era um troféu, uma mulher para aparecer junto nas fotos. A série possui muitas mulheres fortes, e ela mostra como elas precisam lutar contra o moralismo da época, principalmente a Peggy, que engravida, dá a criança, constrói uma carreira na agência, tem seus momentos de porralouquice, ela é quase um Don de saias. A agência vai contratar uma negra na quinta temporada, pena que se dá pouco destaque a isso nos episódios seguintes.

Unknown disse...

Vejo Pan Am com uma certa frequência. E não acho machista. Aliás, em várias situações, percebo uma pegada feminista, porque expõe como as mulheres são tratadas de forma desigual na sociedade de um jeito que até choca. Mostra assédio dos passageiros com as aeromoças, mostra o quanto elas são pressionadas para manter o peso (e elas se rebelam contra isso). E mostra mulheres que resistem às pressões sociais. No episódio inicial, aliás, uma das personagens foge do altar, de tão angustiada com o peso da decisão que não era dela. Elas são liberadas sexualmente, se incomodam com o patriarcado. Em uma cena, quando uma delas fica na estrada cheia de malas e o comandante aparece todo gostosão num conversível oferecendo carona, ela só aceita ir se for dirigindo. E ele, contrariado, topa.

Milena disse...

Olá, Lola. Me chamo Milena e acompanho o blog já há alguns meses. Eu curto bastante seriados e acho Mad Men um seriado interessante, os diálogos são inteligentes, o roteiro é bem escrito, enfim, há diversos fatores que contribuem com o sucesso e a qualidade do programa(em minha humilde opinião um dos melhores atualmente no ar). Também curto bastante Pan Am, inclusive no quesito figurino, sou apaixonada por moda. Eu finalmente decidi expor minha opinião aqui no blog e tentar abrir um debate. Eu curso Letras numa faculdade do RJ e venho tido sérios problemas com algumas colegas de classe. Não apenas eu, mas algumas outras colegas também. O motivo é simples e bem fútil, gostamos de nos arrumar, eu compareço às aulas pela manhã com batom vermelho e salto alto, igual outras amigas, e isso incomoda certas alunas, que inclusive se consideram feministas, acredita? Elas chegaram a reclamar com um professor que saias e salto alto deveriam ser banidos do ambiente escolar, pois tira a atenção dos meninos, distraindo-os. Peraí, até onde sei, somos livres para usar saias, salto alto e afins onde e quando quisermos, não sei o porquê de tanto drama, me entende? Não importa as roupas, maquiagem, etc. o que importa é o compromisso com os estudos. Além disso, por que as nossas roupas atrapalham a concentração dos rapazes?Super machista esse argumento, para mim é como dizer que a mulher foi estuprada porque usava roupas curtas. Enfim, Lola. Para mim, o pior machismo é o que vem das mulheres, o homem machista é mais fácil de engolir, pois ele é homem, para ele é muito conveniente ser machista, mas uma mulher machista não faz sentido algum, concorda?

Julia disse...

A 5° temp. de Mad Men se passa na década de 60 ( a série começou em 50) por isso todas essas mudanças na série. O movimento feminista ganhou força na década de 60, né?

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E interesse a fala da Lola sobre a profissão de professora. Associei isso ao fato de até pouco tempo professoras serem chamadas de Tia pelos alunos.

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Milena, é realmente necessário ir a aula de manhã com batom vermelho e salto alto? Vc deve demorar pra se arrumar, não? Acorda mais cedo.. Acho estranho também.

Anônimo disse...

"até pouco tempo professoras serem chamadas de Tia pelos alunos. "


Elas não são mais.....


Estou ficando velho =(

Dri Alves disse...

Olá, o que tem de errado em ficar em casa fazendo tortas? Sou Dona de casa com muito orgulho, e isso não me desqualifica em nenhum momento. O que me deixa com raiva é essa imposição " tem que ficar em casa""tem que trabalhar" e o direito á escolha , onde fica? Ser dona de casa não quer dizer estacionar culturamente, estudo, faço cursos e futuramente farei faculdade, leio, pesquiso, e cuido da minha casa!
Não dependo do meu marido (+ ou -) Ele me paga um sálario , pelos serviços que faço, cuido do pai dele, da nossa filha e nossos cães. E se eu fosse trabalhar fora teria que dar meu sálario nas mãos de pelo menos 2 profissionais para fazer o que eu faço!Fico por que é o melhor, mais seguro pro meu sogro e filha ( vide notícias atuais)é só uma decisão racional!
Tenho meu dinheiro, gasto onde e como quero e meu marido me apoia muito, me valoriza muito, infelizmente isso é raro nos lares brasileiros ( leia-se em todo o planeta)
Não fico em casa por machismo, assim como a maioria das mulheres não trabalham fora por feminismo, e sim para complementar a renda!Acho que lutar por igualdade vai mais fundo que isso, é procurar o respeito entre todos, não obedeço meu marido mas respeito as opiniões dele, assim como ele não é menos homem quando chega do trabalho e me ajuda com alguma coisa na casa!
O segredo é não dividir o mundo em coisas de menina e de menino!E daí se quero ficar em casa e cuidar dos meus filhos e não dos filhos dos outros? Se minha condição permite, não sou vagabunda nem desocupada por isso, criar filhos, cuidar da casa e de um idoso, não são trabalho suficiente? É menos valioso só por que são da minha família e é meu dever? Esse negócio de dever é meio machista , não?
Deixa eu ver se me explico direito, Sou mulher e devo cuidar da minha família! MACHISTA. Tenho que trabalhar fora por que cuidar da minha família é meu dever e não uma ocupação séria! MACHISTA TAMBÈM!
Acho que o mais bonito do feminismo é o poder de escolha , escolher o que nos realiza, o que nos faz sentir bem, o que é o melhor para nós e nossa família, sem ligar para preconceitos bobos , seja ele qual for !

aiaiai disse...

Oi Lola,

Vc fez algum outro post sobre Mad Men? Comecei a ver agora e, sinceramente, se alguma pessoa vê a série e diz "poxa, como as mulheres eram felizes naquela época", só posso imaginar q a pessoa é louca!!!

E, os homens também era muito infelizes. Embora, na aparência, estivessem no comando, tb sofriam e muito com as demandas do verdadeiro comandante: o machismo.

To adorando a série.