Acabei de ler o relato Mais uma História de horror para sua coleção, e gostaria de por para fora o horror pelo qual também passei. Eu nunca tive coragem de contar pra ninguém, nunca verbalizei o horror de que fui vitima. Eu tentei apagar isso das minhas lembranças, mas é impossivel.
Eram meados da década de 70. Eu tinha 20 anos e estudava numa universidade no interior do Paraná. Morava numa república com mais algumas estudantes, minha família morava numa pequena cidade do interior, e naquela época a gente saía de casa para estudar.
Bem, eu costumava frequentar o Diretório Acadêmico que promovia uns bailinhos no final de semana. O dinheiro era curto, eu não pagava a escola, mas tinha que trabalhar pra pagar o aluguel, e esses bailinhos eram o único lazer de que dispunha.
Eu era bonita, e sempre tinha parceiro para dançar. Apesar de ter 20 anos, ainda era virgem e o máximo de carinhos que tinha recebido de um homem eram uns beijinhos.
Eu cursava Ciências Economicas e os estudantes não se misturavam. Os de Humanas andavam com os de Humanas, os de Exatas com os de Exatas, e assim por diante. Um dia, fui além dos domínios do corredor de humanas e conheci um rapaz, o Paulo, que estudava Engenharia. Conversamos e ele me convidou pra ir no baile no próximo sábado. Eu disse sim, que nos encontrrariamos lá. Só que nesse interim, um garoto pelo qual eu era apaixonada (vamos dizer que ela chama Jorge) veio falar comigo. Eu fiquei muito feliz, eu andava arrastando as asas pra ele desde o começo do ano, e agora ele percebia que eu existia. Pois bem, quando chegou o sábado, lá no Diretório eu falei para o Paulo que eu não podia ficar com ele, que eu iria ficar com o fulano, contei que era apaixonada, essas coisas. Ele foi super compreensivo, e o resto da noite foi tranquila. Dancei a noite toda com o Jorge e fui pedida em namoro por ele. Não cabia em mim de tanta felicidade...
Na segunda feira eu estava chegando na escola e encontrei o Paulo. Muito simpático, ele me cumprimentou, perguntou como estava, se estava feliz, dava mostras que compartilhava a minha felicidade. Contou que estava triste, que precisava de alguém pra conversar. Eu, que estava feliz, achei que não custava nada dar um pouco de atenção pra uma pessoa que estava precisando de conforto. E ele foi de tal forma me convencendo, que aceitei entrar no carro dele, uma caminhonete último modelo naquela época.
Foi só eu entrar no carro que a fisionomia dele mudou. Ele trancou a porta, arrancou com o veiculo e rumou pra um lugar deserto, no meio do mato. Começou a me bater, mordeu meu ombro, mordeu de quase tirar um pedaço, mandou eu tirar a roupa, me chamava de vadia, dizia que eu o havia humilhado, que eu era uma pobre e ele um cara rico, que nunca ninguém o tinha recusado. Eu implorava, dizia que era virgem. Parecia que minhas súplicas o deixavam mais excitado e nervoso. Eu me recusava e colaborar e ele me batia. Nem lembro quanto tempo durou, mas só de lembrar hoje, passados três décadas e meia, ainda sinto o cheiro dele, a dor no meu ombro, a minha vergonha.
Quando ele conseguiu o que queria, disse que não iria me matar, mas que eu aprendesse a lição. Me levou até o portão da minha casa, e eu entrei com a minha vergonha e minha dor.
Nunca falei disso pra ninguém, nem com minhas amigas, nem com meu marido (fui casada durante trinta anos), nem como a terapeuta quando fiz análise por conta de uma doença que tive.
E depois disso, eu ainda o via na faculdade. Tive vergonha de denunciá-lo. Se hoje em dia ainda culpam as mulheres, imagine naquela época?
Depois da faculdade mudei de cidade e nunca mais soube dele. Ainda lembro seu nome, mas nunca tive coragem de por o nome dele no Google pra saber por onde anda.
O que isso fez com a minha vida? Isso não me impediu de seguir em frente, mas o sexo pra mim esteve sempre associado a dor, vergonha, medo.
Contar isso talvez possa pesar menos... ou não. Só sei que vivo com essa lembrança de horror.
Escrevi isso de um jato só, não tenho coragem de reler ou de corrigir, pois se lê-lo talvez nem tenha coragem de enviar. [Eu fiz algumas correções mínimas].
Me deu até arrepio ler esse relato. É triste ver o quão recorrentes são esses casos de estupro.
ResponderExcluirÉ triste quando passamos por isso sim, e digo (passamos) devido ao fato de que ja passei por isso.
ResponderExcluirNão vou relatar detalhes de como isso se deu, mas uma coisa foi muito interessante nesse ano pra mim. Minha prima disse que eu não tinha amor pelos familires, em especial pelo nosso avô, que eu não sentia a mínima saudade dele, (e de fato nao sinto), mas ela nao sabe o que ele fez comigo quando eu tinha só 12 pra 13anos... Se não sinto saudade tenho meus motivos do qual minha familia nunca virá a saber...
Que horror!
ResponderExcluirMenina, será q não vale procurar um grupo... denunciar esse cara depois de tanto tempo? Vale a denúncia ainda? tem ong pra isso? Nossa, q ódio, queria poder fazer algo...
E eu fico sempre com os olhos cheios de lágrimas quando leio essas coisas. Não passei por algo assim (mas sim, também tenho as minhas pequenas histórias-passadas de mão na rua, palavras, medo. Que mulher não tem?) mas compartilho a dor de todas que passaram por isso. Porque a nossa realidade é triste: não estamos seguras. Qualquer uma de nós pode passar por algo desse tipo, a qualquer momento. Isso me entristece de tal maneira, e me deixa com raiva quando ainda dizem 'ah, mas ela deve ter provocado'.
ResponderExcluirQueria abraçar todas as mulheres que passaram por essas tragédias e poder dizer que apesar da dor, vai ficar tudo bem. Mesmo que não fique, mas só pra que vocês saibam que não estão sozinhas.
É tão corriqueiro saber desse tipo de pesadelo pelo qual tantas mulheres passam, que fica até dificil de acreditar que alguma de nós vá passar a vida inteira sem viver experiencias como essa.
ResponderExcluirEu quero seguir lutando Lola, pq acredito que isso um dia será parte do passado, sei que estamos longe desse dia ainda.
Mas temos que nos mobilizar contra isso de alguma maneira.
Dia 26.05.12 agora no sabado muitas mulheres vão se reunir aqui na Paulista em São Paulo as 13.hs.
Para protestar justamente contra esse horror que nos é impingido como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Eu espero que muitas que te leem aqui possam participar e expressar sua revolta contra essa rotina de estupros que apavoram a todas as mulheres, para exigir que a sociedade finalmente tome ações positivas no sentido de educar os homens a abandonar de vez essa cultura de estupro em que vivemos, e que tb nenhuma mulher seja acusada como culpada de um crime do qual apenas ela foi a vitima.
Nossa, que horror, que horror. E isso, passados 35 anos, continua acontecendo com uma frequência assustadora. A maioria das vítimas, como ela, não denuncia. Pelos mesmos motivos: medo, vergonha. E vai continuar assim enquanto as mulheres forem julgadas pelas violências sofridas. Enquanto continuarem duvidando das vítimas, linchando moralmente todas as que têm coragem de denunciar os estupros.
ResponderExcluirNesta semana mesmo teve aquele episódio da Xuxa. Ninguém precisa gostar da Xuxa, eu mesma nunca simpatizei muito. Mas ninguém tem o direito de duvidar da palavra dela de vítima. Muito menos de sair por aí fazendo o linchamento moral que fizeram para a desqualificar. Quem trabalha com crianças sabe o quão difícil é uma criança denunciar um abuso, agora imaginem uma criança vendo a reação das pessoas a denúncia da Xuxa. "Se duvidam da Xuxa, imagina de mim!"
Mas esse horror todo vivido pela autora do post é algo que ainda deve a machucar bastante. Que deve já ter tido um impacto terrível na vida dela. Eu acho que seria muito importante ela procurar um@ terapeuta. Contar, trabalhar isso. Porque é difícil cicatrizar sozinho. Eu também acho que faria muito bem a ela desabafar sobre isso ao menos com as pessoas mais próximas.
Parabéns a ela por ter conseguido dividir conosco a história. Eu sei o quanto foi difícil. E ela tem minha total solidariedade.
Como homem, não me imagino nunca fazendo algo assim, também não achava que existiam homens tão idiotas. Estupro não deve ser vergonha para a vítima, mas para o agressor.
ResponderExcluirNina Levy,
ResponderExcluirfaço minhas suas palavras. Não sou fã da Xuxa, mas não vejo como desmerecer o que ela passou ou fazer piada disso. Tenho vergonha de quem tem desprezado o depoimento dela, feito piadinha maldosa. Um cara do meu trabalho falou "imagina a filha dela vendo esse depoimento".
Caramba, acho que ela tinha mesmo que falar, que denunciar, e a filha dela - assim como todas nós - estamos aí, à mercê de encontrar caras assim em qualquer lugar. A gente tem que falar, quebrar essa idéia de que não se fala do sofrimento, da violência, de fingir que tudo bem. Temos que batalhar pra superar a vergonha, porque a culpa nunca é da vítima.
Me solidarizo com todas, independente da minha simpatia ou não pela pessoa em si. A violência nunca é motivo de piada.
Sua postagem foi feita de coragem! Repugnante o ocorrido.
ResponderExcluirSobre essa história da Xuxa, pior foi gente falando que ela queria "se promover". Aham, pq ser vítima de abuso é tirar onda né? Orgulhão.
ResponderExcluirAs pessoas falam muita bobagem sem pensar.
Eu acompanhei toda a exploração que a Xuxa fez com as crianças. Sinto muito mas não consigo sentir pena dela.
ResponderExcluirToda minha solidariedade com a autora do post! Fico surpreendida por ela ter guardado esse crime por mais de trintas anos! Que loucura. Quantas mulheres não morrem sem ter contado pra ninguém, fiquei imaginando.Fico pensando também que esse cara não deve ter feito isso só com você. Se ele claramente articulou o que fez com vc, não me assustaria que ele tenha repetido isso com outras pessoas ao longo da vida, mesmo se for com a esposa, ou uma eventual namorada. Mas viu, parabéns por ter tido a coragem de ter contado aqui! Como disse em outro post sobre traumas, apesar de só vc poder saber o quanto isso é doloroso, a partir do momento que sabemos o que aconteceu com vc, isso passa a ser não só problema seu, mas meu, e de todos nós. È a sociedade machista, e de pessoas poderosas (com $) que permitem tais atitudes. Por isso, não só seu, mas problema de TODOS! Apesar de só conseguir imaginar o quão difícil deva ser, gostaria de dizer que vc não está sozinha! Creio piamente que quanto mais verbalizamos melhor conseguimos lidar com os traumas que carregamos. Tenho a impressão que se vc conseguir contar alguém de confiança isso tb te ajudará, ou a um terapeuta mesmo. Acho que verbalizar e tentar entender que não é sua culpa é fundamental. O feminismo ajuda muito neste caminho viu. Mas, vc já começou, e a culpa nunca foi e nunca será sua. Muita força pra vc companheira ;)
ResponderExcluirQuando leio esse tipo de relato fico com tanta raiva desses homens que fazem isso que preciso dar uma voltinha para acalmar.
ResponderExcluirHá algum tempo comecei a ler esses relatos neste blog e no Cem Homens, e tem dias que fico perturbada.
Há não muito tempo estava chegando no trabalho e um homem deu uma pegada na minha bunda, foi a primeira vez que isso aconteceu. Acho que parte por causa da minha raiva guardada ao ler essas histórias, eu saí atrás dele enlouquecida, ameaçando de morte. Ele correu como se não houvesse amanhã e se jogou na rua no meio dos carros em movimento e fugiu (pelo jeito acreditou que eu conseguiria matá-lo).
Não saberia o que dizer para confortar a pessoa que escreveu o relato, só que esse tipo de informação é muito importante para outras mulheres estarem preparadas para enfrentar situações difíceis, para não se intimidarem e para que apoiem umas às outras.
Não costumo fazer propaganda do meu blog por aqui, mas quem se interessar leia no meu blog no dia 1 deste mês um post sobre estupros emocionais,
ResponderExcluirA história tem alguns pontos em comum( exceto que não sofri abuso físico, de fato) e acredito que só não teve desfecho semelhante porque meu pai era delegado de policia e o fdp sabia que eu tinha feito BO.
Morro de raiva ao ler essas coisas.
E verdade, se duvidam até da Xuxa, que dirá de nos, pobres mortais....
O mais revoltante é que as pessoas, no geral, continuam julgando a vítima. Dividem o crime entre o agressor e a vítima, diminuindo o horror e culpa dele. Talvez por isso esse tipo de crime seja um dos que mais cresce.
ResponderExcluirVerdade, rose. No mínimo terism perguntado: ' mas o que ela foi fazer sozinha com ele no carro dele,?'
ResponderExcluir.........
Ao ler relatos de estupro, sinto-me SORTUDA por nunca ter sofrido um. E esta é só mais uma das mil razões pelas quais ainda precisamos do Feminismo. Não ser violentada deveria ser um direito de toda e cada mulher!
ResponderExcluirTb me sinto assim Bruna. Nenhuma mulher deveria se sentir culpada por sofrer abuso ou deveria ter medo de denunciar, todas precisamos do feminismo.
ResponderExcluirE André, claro que ela fez toda essa exploração sozinha, sem um sistema completo que ajudou e lucrou com isso né. Outra coisa, dado que o abuso foi ANTES dela ser apresentadora, como isso vale de punição?
Um verdadeiro horror. Eu sinto muito, anônima!
ResponderExcluirSempre que leio esses relatos eu me pergunto quantas mulheres que conheço, familiares, amigas, que podem ter passado por isso e nunca contado nada por medo/vergonha.
ResponderExcluirAlem de todo o horror que é o estupro em si, nossa sociedade é tão doente que faz de tudo pra culpar a vitima e até desprezar oq ela sofreu.
As dúvidas sobre o depoimento da Xuxa me embrulharam o estômago. Acompanhei em tempo real a repercussão no twitter. Não podia acreditar no que lia.. comentários cretinos vindos de pessoas que eu admirava, seguia. E as piadinhas sendo repassadas no facebook? Não sei se tenho fé na humanidade mais, não.
ResponderExcluir"A maioria das vítimas, como ela, não denuncia. Pelos mesmos motivos: medo, vergonha. E vai continuar assim enquanto as mulheres forem julgadas pelas violências sofridas. Enquanto continuarem duvidando das vítimas, linchando moralmente todas as que têm coragem de denunciar os estupros."[2]
ResponderExcluirDá um nó na garganta ler o post de hoje. Fica um sentimento de impotência muito grande.
Quando eu tinha 15 anos, aceitei carona do professor de tênis, ele devia ter uns 18/20 anos, morava perto de casa e sempre foi vizinho, famílias se conheciam, etc. Obviamente, ele achou que poderia para num local ermo e me beijar. Saí correndo, horrorizada com o bbaquice daquele ser. (Sim, trolls, podem julgar, afinal assim vocês confirmam que homem é um ser tão desprezível que não se pode confiar neles, para nada, nem se pode estar a sós com um homem.) Já maior, na faculdade, morava no alojamento. Um dia estava tomando banho, os banheiro do alojamento da USP são estilo vestiário, sem portas, vários chuveiros. Ouvi um barulho na porta, e espiei. Estava entrando um sujeito com câmera na mão, abaixadinho. Fiquei tão revoltada e assustada, que me vesti rapidamente, peguei o rodo de metal e surgi, batendo nele. Ele ficou sem reação, de 4, no chão, e tentou fugir pela porta. Comecei a gritar e o povo que mora lá tratou de dar uma boa surra no safado. Obviamente que não aconteceu nada com ele, os vigias trataram como "brincadeirinha, afinal quem não quer ver menina bonita, né?".
ResponderExcluirLarissa
Lord Anderson,
ResponderExcluirtambém penso assim.
E também fica na minha cabeça quantas vezes estivemos perto de uma situação dessas e não fomos capazes de perceber e ajudar.
Em relação ao caso Xuxa, não vi a entrevista, mas acho que a falta de empatia não tem a ver só com o descrédito que a sociedade dá para quem se declara vítima de abuso.
ResponderExcluirAcho que o fato de a confissão ter sido feita numa entrevista onde ela falou também de outros assuntos e a própria imagem atual dela ajudam a falta de empatia.
Mas nada disso justifica acahar que alguém fala disso só para chamar atenção.
Carol M.
ResponderExcluirClaro que ela não fez nada sozinha, o fato de haver outros culpados não diminui a culpa dela.
Claro que um fato acontecido antes não pode ser punição por algo que aconteceu depois, mas não foi isso que eu disse.
Lembro que quando a Joana maranhão fez a denuncia, os jornais (e parte da sociedade) trataram o caso como mais uma espertinha tentando se promover. falaram também o famoso: por que não denunciou ante? por que só agora..ah ela ta querendo os holofotes ..vi pessoas xingando ela. pois bem, hoje existe uma lei chamada Joana.
ResponderExcluirTambém lembro o tratamento que deram, no primeiro momento, às vítimas do Dr Roger Abdelmassih, vi num portal "sério" a seguintes manchete: "Suposta vítima detalha o suposto abusos com detalhes que lembram filme pornô". Imagina o que isso quer dizer né?
Que horroro! E o pior é que há ainda tantas como estas que ainda estão escondidas debaixo de um pano pesadíssimo e escuro, que só a vítima carrega!
ResponderExcluirEm tempo: desconsidere os erros de concordância (é que estou trabalhando e escrevo rápido para não ser repreendida. rs)
ResponderExcluireu tb me sinto SORTUDA por nao passar por algo assim, algo que deveria ser um direito constitucional de toda mulher. já li várias vezes sobre direitos humanos e que um estupro se compara a uma tortura.
ResponderExcluira xuxa foi abusada ANOS até 13 anos, quando fugiu de casa. com 16 anos entrou na mídia e foi imediatamente assediada por um jogador velho e poderosíssimo. depois foi contratada para fazer um filme (que tinha um produtor, um diretor, um roteirista, patrocinadores, atores famosos como tarcisio meira, e recebeu autorização do governo pra ser feito!!!) com um garoto e por causa disso tentam desmerecer o abuso que ela sofreu. inclusive a leticia/nadia. eu parei de segui-la.
Sem querer dizer q ela tá certa ou errada, tb acho q as pessoas super dimensionam o famoso filme da Xuxa. Pra começar, não era um pornô, era uma pornochanchada, o q era praticamente o cinema da época, no Brasil. E muita gente, mas muita gente mesmo, fazia isso na época, gente famosa, inclusive.
ResponderExcluirAcho q foi um mega equívoco dela, ainda mais com o ator menor de idade. Mas nunca achei q a questão foi tratada com justiça, levando em conta o contexto do cinema da época e a forma q a sexualidade de adolescentes era retratada tb (a Lola já abordou isso num post q fez sobre o caso Polanski, e dada a repercussão q vi, acho q as pessoas então tiveram, e continuam tendo, dificuldade pra entender do q ela estava falando, mas a verdade é q é diferente mesmo).
Aí vejo as pessoas retomando o caso do abuso, falando q ela fez até filme pornô. Primeiro q se tivesse feito, e daí, isso não muda o abuso. Segundo q a diferença entre um pornô e uma pornochanchada é muito, mas MUITO grande.
O problema do q a Xuxa falou não foi o assunto em si, foi o fato de ter sido dito pela Xuxa... Acredito q a sinceridade dela esteja um pouco abalada perante as pessoas por td q ela já fez antigamente... O assunto da Xuxa é mto triste, mas fiquei na dúvida se é realmente verdade no caso dela sim. Ela conhece milhares de crianças q passaram por isso, pode estar apenas mentindo para "chamar atenção" sobre o assunto e a campanha q ela está fazendo...
ResponderExcluirÉ revoltante saber o quanto histórias de horror como essa são comuns, e, o que é pior, que a vítima sempre terá suas atitudes e escolhas devassadas e questionadas numa tentativa de justificar ou amenizar a culpa do agressor. Ás vezes tenho a impressão de que dentro da casca de liberal e moderninho do brasileiro vive um talibã no que diz respeito às relações de gênero.
ResponderExcluirSobre o filme, a Xuxa tb era menor de idade não era?
ResponderExcluire o filme dela não foi o unico a mostrar um menino semulando sexo com uma mulher adulta.
outras produções da epoca tb mostraram isso, enfocando a velha ideia machista de que "homem que é homem" ja é "pegador" desde cedo.
Mas ninguem lembra desses filmes, nem que estranho amor, tinha um diretor, um roterista (que foi quem decidio que ia filmar isso), outros atores, que o menino tinham pais que concordaram e que na epoca havia orgões politicos que deram aval a obra.
Focar no ele mais fraco , pq ela era a mais fraca na epoca, só pq ela é famosa hoje em dia é um pouco hipocrita na minha opinião.
Me desculpem por desvirtuar do assunto, mas por favor me expliquem uma coisa sobre essa afirmação:
ResponderExcluir"André disse...
Eu acompanhei toda a exploração que a Xuxa fez com as crianças. Sinto muito mas não consigo sentir pena dela."
Como assim exploração? De que tipo?
É só curiosidade, mesmo.
Jay
Sobre o caso da Xuxa, e outros casos tb de qndo aparece sobre abuso sexual eu fico triste com uma coisa.
ResponderExcluirPois para mim---não importa se vc gosta/não gosta da Xuxa, se a vítima é escrota, se a vítima em outros momentos da vida tenha escorregado, ou se escorregou a vida inteira, ou se a Xuxa fez filme com o menor de idade e errou etc etc..---
Para mim, o errado é TRAZER esse debate qndo o assunto é violência sexual”, porque daí, o assunto abuso sexual passa a ser amenizado. Dando assim margem para o argumento machista em culpabilizar a vítima se fortalecer. Muitos usam esse recurso intencionalmente, outros sem querer mesmo, mas o fato é que quando “adjetivamos” a vítima, julgando seu caráter, o foco passa a ser se ela “merece” nossa compaixão ou não. Desviando assim todo o assunto que é caro ao feminismo, e a questão seríssima que é o abuso sexual das mulheres para o “caráter” da vítima. Mesmo que não seja intencional. Isso eu acho grave. Se a Xuxa é isso ou aquilo, estas questões podem ser debatidas em outro momento, mas nunca qndo se discute abuso sexual ao meu ver. Por exemplo, qndo aconteceu aquele caso da Adriana Bombom e o marido dela sofrerem racismo no avião. Eu pessoalmente acho os dois uns chatos e não gosto deles. Mas eu NUNCA iria falar que a Bombom como mulher é assim ou assado qndo o assunto é “racismo”...Porque né, não é disso que estamos falando, no limite, não é nem da Xuxa, é sobre abuso sexual que estamos tratando. Então, “adjetivar” ou falar do histórico da Xuxa(dizendo o que ela fez ou não fez de sua vida) ou seja, falar da vítima é prejudicial para o feminismo para mim.
Bjos Lola!!! E Aguardo as fotos de São Paulo para saber como foi ;)
Sinto tanta raiva quando leio relatos sobre abuso. Fui abusada aos 10 anos, e hoje, com 25 anos, estou encarando meus traumas e me recuperando. Durante esses anos todos, minha mente bloqueou o que havia acontecido, e consegui viver como uma adolescente normal, que namorava, tinha amigos, estudava. Isso só voltou a tona quando eu tive meu filho, e o medo de que ele possa também ser vítima de abuso cresceu em mim muito rápido, e todas as minhas memórias daqueles dias de abusos voltaram.
ResponderExcluirEle era filho do casal amigo da família, um rapaz bonito de 16 anos. Meu pai adorava ele, era quase como o filho homem que ele não teve. Saía para pescar com ele e o pai dele, convidava-o para os churrascos na nossa casa. Então meu pais resolvem deixar ele cuidando de mim e da minha irmã mais nova, para que eles possam sair pra fazer não lembro o que. Ele primeiro me acostumou ao toque dele, vinha conversar comigo sobre a escola e segurava minha mão. Depois tentava me beijar, quando eu começava a recusar ele ficava mais nervoso. Ele esperava minha irmã ir para o banho e ele começava a me ameaçar, dizendo que ia aproveitar e "pegar" minha irmã no banho, e eu sedia e deixava ele fazer o que quisesse. Isso durou meses, o pior não era nem o abuso em si, era a possibilidade da minha irmã ser a próxima. Ele dizia que se eu contasse, minha irmã iria ser a próxima, com certeza. Meus pais não notaram o quanto eu estava calada, o quanto as minhas notas na escola baixaram. Até os professores chamaram a atenção deles, mas o máximo que fizeram foi me por de castigo pelas notas baixas. Isso tudo só acabou graças ao "tio do escolar", que me buscava e levava pra casa da escola. Um dia ele perguntou o que estava acontecendo comigo, e o que era a marca roxa no braço. Chorei muito mas contei, e ele me motivou a contar para os meus pais. Disse que se eu não contasse, ele iria contar. Naquele mesmo dia eu contei a minha mãe, que parecia não ter acreditado muito em mim. No dia seguinte, conversei de novo com o tio do escolar, com medo de que poderia acontecer alguma coisa com a minha irmã por ter contado. Ele me deu o número do telefone da casa dele e pediu para ligar a cobrar mesmo caso o "moleque safado" aparecesse na minha casa. Foi um alívio poder contar com alguém naquela hora, mas foi traumático saber que para a minha família, aquilo não passou de um "beijinho inocente" por parte do abusador. Parei várias vezes pra respirar fundo e continuar escrevendo, mas hoje eu consigo contar sobre isso, antes eu mau podia ouvir a palavra estupro. Não tenho vergonha do que vivi, e conto para quem quer saber, e para servir de alerta aos pais, para que não cometam o mesmo erro dos meus.
Grande bju, Lola! Sou sua leitora assídua, apesar de não comentar muito.
Sobre Xuxa... Se o que ela disse é verdade ou mentira, nunca iremos saber. Talvez esses homens que ela acusou de terem feito isso com ela nem estejam mais vivos e a própria família dela alegou não saber de nada disso. Mas independente de ser verdade ou não, já que ela não acusou ninguém nominalmente, me choca perceber o quanto a menção de uma violência sexual sofrida por uma celebridade pode ser levada no deboche por tanta gente. E os questionamentos sobre ela ter falado disso tantos anos depois do ocorrido também são infundados. Isso não invalida o sofrimento que esses abusos causam em suas vítimas.
ResponderExcluirSinceramente, não gosto de Xuxa mas não acho que ela inventaria uma coisa dessas só pra aparecer, com tantos anos na mídia ela sabe que uma declaração desse porte levaria a uma enxurrada julgamentos e questionamentos de todo tipo. Tantos anos como uma pessoa pública com certeza ela sabia o que viria após a declaração, afinal, ela já está habituada a esses linxamentos morais ao longo da carreira e mesmo assim resolveu falar. Então ela mentiria pra que, só pra ganhar mais um linxamento grátis?
23 de maio de 2012 14:27
Uma das historias mais chocantes q ja vi relatada aqui. Me arrepiei tambem.
ResponderExcluirAinda sobre a Xuxa, veja que o assunto “eu acredito” , “eu não acredito” na Xuxa é totalmente prejudicial para tratar o assunto abuso sexual. Porque veja que estamos julgando a Xuxa se ela foi, no passado assim ou assado para “nós” que estamos de fora dar o veredito que enfim acreditamos ou não na mulher? Putz, esse assunto de acredita ou não nela nem deveria ser abordado, porque no limite, não dá para saber. Como todos os casos de outras vítimas, que em muitos casos somente tem sua palavra ao seu favor. Então o quê, neste caso nós que iremos decidir se é crível ou não??? E pior, baseado no caráter e história de vida da vítima?? Creio que nós mulheres (e homens claro) não podemos ir para esse raciocínio não...é MUITO pra nos mesma isso! Porque tb abre margem para dividir as mulheres em as que “inventam” ou não, usando que critérios? Se é puta não é crível? Se a mulher for uma completa escrota tb não?? Assim complica gente.
ResponderExcluirFiquei muito emocionado com a história.
ResponderExcluirSabe aqueles escrachos q fazem com ex torturadores da ditadura? Acho q podia existir um grupo q fizesse com estupradores q não estão mais ao alcance da justiça, pq o crime prescreveu, sei lá. Ia ser muito lindo.
ResponderExcluirFácil desmerecer. Não lembro os nomes, mas lembro de várias atrizes do cinema pornô americano contando que foram abusadas quando pequenas.
ResponderExcluirSério: o que eu faço/fiz da minha vida, em qualquer momento, ratifica uma agressão sexual? Minimiza o valor dessa agressão? É muita estupidez para a minha pouca paciência.
Quanto à autora: eu realmente sinto muito. Sofri assédio, mas nunca aconteceu o horror supremo de ser violentada; só posso imaginar o que deve ser isso. Sinta-se querida, por favor.
Lola, todos os casos de estupro ou abuso me chocam e revoltam. Mas sinceramente não sei se a forma como você os divulga no blog contribui para alguma melhora na sociedade. Parece-me às vezes um noticiário sensacionalista. Não entenda mal, pois sou solidária às pessoas que sofreram os abusos e gosto dos seus posts que propõem algum debate. Apenas talvez não entenda exatamente o objetivo de posts como esse, com o puro relato de um caso muito triste.
ResponderExcluirLolinha, não sei se você já viu http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/05/22/homens-ainda-diferenciam-mulheres-para-se-divertir-e-para-casar-dizem-especialistas.htm além da matéria ser muito boa acho que os mascus entraram no facebook, dá uma olhada nos primeiros comentários!
ResponderExcluirNossa, deu vontade de chorar...
ResponderExcluirJay,
ResponderExcluirA Xuxa sempre teve uma vasta linha de produtos que eram fortemente e acintosamente anunciados nos programas dela e na Rede Globo de forma geral. Será que ela nunca pensou nas crianças que não podiam ter esses produtos?
Bem Andre, isso vale pra todos os programas infantis.
ResponderExcluirAliais vale pra qualquer propaganda.
Da mesma forma, essa critica vale pra todo mundo que se aproveitou comercialmente da fama dela.
Se a Angelica anuncia-se que sofreu algum abuso vc tb deixaria isso te empedir de ter empatia com ela.
O certo é calar não é Christina???
ResponderExcluiresquecer que isso acontece todos os dias um numero abominavel de vezes, ninguem deve falar nesse assunto nem a vitima nem aqui.
André, o que uma coisa tem a ver com a outra?
ResponderExcluirComo que coisas que simplesmente são o capitalismo funcionando invalidam o sofrimento por abuso sofrido?
Se uma executiva da mattel sofre abuso ela merece por vender e anunciar brinquedos que muitas crianças não podem ter? Não faz sentido.
Maicon
ResponderExcluirOs escrachos são criminosos? (nem to perguntando na maldade, é q é uma informação q eu não tenho mesmo)
Um escracho é uma denúncia pública. O denunciado é livre para processar qq um por calúnia ou difamação.
ResponderExcluirOi Lola
ResponderExcluirQue terrível essa história
Quantas vítimas que sequer imaginamos!
E sempre a sensação de culpa
Lana
Ai, o termo é esculacho, verdade, errei
ResponderExcluirAh, entendi Carol. Bem, realmente, esse tipo de coisa dá mais certo com provas sólidas né? É q acho muito tenso pq estupro é um crime q a gente sabe q a dificuldade em denunciar é grande no momento, e depois a pessoa fica meio sem ter o q fazer.
ResponderExcluirBeatriz, desculpe-me. Li na pressa e acabei lendo errado o que estava escrito. Irei apagar o meu comentário lá atrás.
ResponderExcluirImagina Maicon :)
ResponderExcluirLord Anderson,
ResponderExcluirComo eu já disse, vale para todo mundo que se aproveitou da fragilidade de um ser em formação para ficar rico. Agir como um canalha é um direito, mas é direito meu não sentir empatia por essa pessoa.
Carol M.
ResponderExcluirClaro, viva o funcionamento do capitalismo. Tráfico de mulheres e prostituição infantil também não passa disso, capitalismo funcionando.
Alguem sabe onde denunciar um site que incentiva a sonegação de impostos?
ResponderExcluirEu quero denunciar esse aqui:
mises.org.br
'Se a Angelica anuncia-se que sofreu algum abuso vc tb deixaria isso te empedir de ter empatia com ela.'
ResponderExcluiro google ainda não consegue traduzir jumentês
Anônimo 17:14
ResponderExcluirParabéns, champs! São atitudes como a tua que fazem com que as vítimas fiquem quietas, com medo de serem desacreditadas.
Continue aí contribuindo para a impunidade dos estupradores, a sociedade agradece.
Anônimo 17:14
ResponderExcluirSim, por mais bizarro que seja, já que todo mundo anda por aí exibindo marcas e hematomas de uma situação traumática, sobre a qual não se quer comentar, com orgulho (usar roupas q escondam para evitar perguntas, nem pensar).
André e Lord, permita-me entrar na conversa.
ResponderExcluirOlha, André, vc não sentir empatia pela Xuxa eu até posso pensar que “fazer o quê”, não posso controlar seus sentimentos. No entanto, se vc é solidário a causa do abuso sexual, comentário do seu tipo “dito em público” só atrapalha a causa. Por que digo isso. Porque vc concorda que 1) abuso sexual deve ser condenado? Ou vc concorda que 2) abuso sexual deve ser condenado “dependendo do caso”? Condenado aqui não só o agressor, mas de vivermos em uma sociedade que não se tolera isso, eu digo. Imagino (espero) que vc tenha 1) como resposta. Entretanto, quando “julgamos” a vítima pelo que ela é ou não como pessoa , por critérios que não são do caso abuso sexual, vc abre margem para uma sociedade em que não condenamos por completo o abuso sexual, vc abre margem para uma sociedade em que abuso sexual é condenado “dependendo” do caráter da pessoa. Será que vc compreende? Isso pode gerar consequências, porque assim, hierarquizamos as pessoas em “menos” ou “mais” passíveis de empatia, quando na verdade o problema está no ato do abuso, independente da pessoa. Ainda neste raciocínio onde adjetivamos em vítimas “mais” passíveis de dó, e outras nem tanto, podemos pensar, e por quais critérios a sociedade vai julgar isso, o caráter da pessoa? Este julgamento pode um dia se virar contra vc, contra eu. Se alguém de nossa família sofrer abuso, e se esta pessoa , pelo critério da sociedade não merecer o aval de “vítima” o suficiente? Será que isso não influencia nas investigações , no apoio psicológico oferecido a pessoa..etc etc...e só colabora em não acabar com o abuso sexual? Vc pode pensar o que quiser da Xuxa, mas ao julgar a vítima merecedora ou não de empatia, vc estará só prejudicando a causa. Se achar algo de Xuxa, guarde p vc. Quando não for o assunto sobre o abuso sofrido por ela, talvez possamos discutir os erros dela, o que acho muito pertinente por sinal!.
André
ResponderExcluirTambém não entendi a relação entre o capitalismo e a falta de empatia com vítimas de estupro.
Isso quer dizer que, se eu critico o capitalismo, seria incoerente sentir empatia por uma executiva estuprada?
Entendo suas críticas sobre a erotização infantil no programa da Xuxa, e também sobre a publicidade voltada para crianças, que geralmente é mais agressiva; mas não vi a relação dessas críticas com a falta de empatia por vítimas de estupro.
André, eu nunca disse que apoiava essas coisas. Mas alegar que por isso vc não sente empatia por algo que alguém sofreu ANTES de fazer isso tudo é muita crueldade.
ResponderExcluirSe vc não consegue ver a monstruosidade que afetou a pessoa adulta pense na criança que sofreu aquilo.
Vivi,
ResponderExcluirO que realmente prejudica a causa é a atuação recente do STJ, é o baixo investimento na formação da polícia, etc. Se o Maníaco do Parque for estuprado na prisão eu acho que o caso tem que ser investigado e os responsáveis punidos, mas o que eu vou pensar é impublicável.
Carolinapaiva,
ResponderExcluir"Isso quer dizer que, se eu critico o capitalismo, seria incoerente sentir empatia por uma executiva estuprada?"
Não. O problema não é ficar rico, é como se fica rico.
André
ResponderExcluirEntão, se eu critico o modo como a executiva tal fica rica, seria incoerente sentir empatia se a mesma for estuprada?
É uma história horrível. Eu posso imaginar como é dificil lidar com isso, sem ter coragem de compartilhar com as pessoas próximas.
ResponderExcluirAgora, pelo que eu entendi, o crime prescreveu, mas será que não valia a pena rastrear esse cara? As chances que ele tenha estuprado outras mulheres são grandes...
Eu fui abusada quando era pequena. Algumas vezes, por um amigo do meu avô. Eu contei pra minha mãe, que deve ter contado pro meu vô, e logo o cara sumiu.
Até hoje eu não sei o que aconteceu. Já tive pesadelos que meu avô o tinha matado. E perdi noites de sono pensando se ele não estava abusando de outras meninas. Infelizmente não me lembro o nome dele, e não tenho como localizá-lo. E eu não posso perguntar nada pra ninguém da família, porque todos agem como se nada tivesse acontecido.
Não sei que conselho te dar, nem me acho no direito, porque as minhas lembranças do abuso são mais vagas que as suas, considerando que eu era criança. Mas acho que vale, no minimo, dividir isso com um terapeuta... Ele pode te ajudar a perceber como esse trauma afeta a sua vida agora. Sei que essas coisas nunca superamos completamente, mas já é um primeiro passo.
Crítica ao capitalismo é uma coisa, postura em relação a abuso sexual é outra.
ResponderExcluirAcho o Mark Zuckerberg um escroto, mas se ele fosse estuprado, ia me indignar.
Um terapeuta vai fazer vc ficar remoendo e remoendo e revivendo mil vezes uma coisa que só te traz sofrimento e NAO TRAZ VANTAGEM NENHUMA, é só mais um mito sem evidência da psicanálise lixo.
ResponderExcluirAndré, concordo que “atuação recente do STJ, é o baixo investimento na formação da polícia,” seja um problema, mas NESTE CASO DA XUXA, comentários como o seu também prejudica a causa, (e digo não só pra vc, mas porque foram MUITOS deste tipo sobre o caso dela).Mesmo porque o STJ e a polícia são trabalhadores inseridos na sociedade, e se a sociedade é machista e classifica em vítimas passíveis de dó ou não, isso influencia inclusive na estrutura desses poderes, no direcionamento de verbas, na política destes etc. e o caso do Maníaco do Parque é um bom exemplo que vc deu, ao contrário d seu comentário da Xuxa . O que eu vou pensar do destino que ele “merece” ou não na prisão eu vou guardar pra mim, porque eu penso que não pode haver este tipo de violência contra as pessoas. Compreende? Somos humanos e imperfeitos, só que temos que pensar numa construção coletiva de sociedade, e qual tipo de sociedade queremos. Para isso, precisamos saber muito bem o que falar na hora certa. Abraço!!
ResponderExcluirCarolinapaiva,
ResponderExcluirDependendo da situação, seria incoerência sim, mas ser incoerente é um direito seu.
'Acho o Mark Zuckerberg um escroto...'
ResponderExcluirE os investidores do face já descobriram uma fraude e estão processando ele
E ainda tem gente que admira esse inseto
" Agora, pelo que eu entendi, o crime prescreveu, mas será que não valia a pena rastrear esse cara? As chances que ele tenha estuprado outras mulheres são grandes... "
ResponderExcluirPensie a mesma coisa. Fiquei horrorizada pensando q ele pode estar estuprando todas as mulheres q o rejeitam, sei lá.
E meu último comentário sobre o caso. Porque já não estamos falando mais da autora do post, nem do ABUSO sexual sofrido da Xuxa, e já estamos desviando na “qualidade” ou não da Xuxa. Mas André, se vc for contra o capitalismo, vc deve saber que o problema é muito maior que a Xuxa, que ela, apesar de inserida nisso tudo, apesar de aproveitar disso, está longe de ser o problema. Se quisermos atacar o capitalismo temos que atacar a estrutura (não me pergunte como, se soubesse já teria feito.ou já estaria morta . rs) que é capitalista, que é MUITO maior que ela. Digo isso na boa, André. Sou socialista e feminista. Condeno o capitalismo, mas tb o machismo que permite mulheres sofrerem tais abusos.
ResponderExcluirAndré
ResponderExcluirNo caso, eu continuo vendo incoerência na sua argumentação, pois ainda não expôs a relação entre crítica ao capitalismo e a falta de empatia.
O fato de eu criticar uma pessoa por comportamentos inadequados e nocivos não tem nada a ver com a impossibilidade de reconhecer que aquela pessoa é um ser humano como eu e que sofreu uma violência bárbara.
De acordo com o seu discurso, a gravidade de um crime de estupro é medido pelo caráter ou pelos atos da vítima? Se a vítima cometeu erros graves, o seu estupro será menos grave do que o cometido contra uma vítima "decente"?
Eu acho que esse Andre se faz de otário, não é possível...
ResponderExcluirQ cara mais babaca. Vc pode detestar a XUXA e isso não muda nada o fato de que ela é uma VÍTIMA de abuso sexual. E aí amigo, ou vc coaduna como crime ( acha válido, bem feito, mereceu) ou não.
Tosco demais. Nem sei oq vc faz aqui na boa. Devia procurar um blog mascu que é mais seu estilo.
Letícia.
Muitas vezes a criança não conta com confiança dos próprios pais. Não sei se isso mudou hj em dia, se hj por conta da divulgação na mídia, os pais estão mais espertos, mas lembro que na minha infância acabei sendo vítima da própria desconfiança de meus pais. NA época cansei de relatar pra minha mãe que vinha sofrendo assédio por conta de um homem que insistia em me seguir e gostava de falar baixarias pra mim. Moravamos num bairro pobre, eu tinha 9 anos e minha mãe tinha acabado de ter um novo bebê. Como ela estava sempre muito ocupada por conta do nenem, eu tinha de ir sozinha pra escola e frequentemente tinha de ir sozinha tb a padaria e ao supermercado pra ajudá-la. Sempre q o encontrava eu entrava em pânico, me escondia. Falei com meus pais, mas não acreditaram. Achavam q era mentira, uma desculpa q eu tinha inventado pra não ter de ir mais a padaria ou pra não ter de ir a escola. Até q um dia o tal homem ficou mais ousado e tentou me agarrar. Fiz um escandalo e chamei a atenção de duas senhoras que me ajudaram. Ele era visivelmente perturbado e fugiu. Elas me levaram até em casa e chamaram minha mãe atenção. Só assim ela acreditou em mim. Já adulta, aos vinte e poucos anos eu o encontrei uma vez no ônibus, e entrei e choque. Eu, graças a Deus, passei desapercebida pra ele, pois esse tipo só visa criança. Sei q até hj, mais de trinta anos depois não esqueço a fisionomia dele. Se quem passou porsomente uma tentativa de violencia não esquece, quem sofreu abuso então, fica mais marcada ainda. Imagino a dor que uma pessoa abusada ainda na infancia deva carregar para o resto da vida. Isso a gente nunca mais apaga.
ResponderExcluirExato carolina paiva! E logo estaremos falando q ela "pediu" o estupro pq estava de roupa curta, pq é aí onde esse raciocínio chega.
ResponderExcluirVivi,
ResponderExcluirEu não sou contra o capitalismo, mas não vou me estender porque o post não trata disso.
Beatriz
ResponderExcluir"E logo estaremos falando q ela "pediu" o estupro pq estava de roupa curta, pq é aí onde esse raciocínio chega."
E é isso que me assusta, o julgamento moral da vítima para avaliar se ela merece respeito e apoio ou não.
P q o Zuckerberg é escroto? P q é rico? P q é nerd? P q NÂO casou com uma mulher fruta?
ResponderExcluirCarolinapaiva,
ResponderExcluirAs instituições e seus funcionários não devem ser movidos por empatia pela vítima, mesmo porque em alguns casos a vítima só será identificada após a investigação. Estamos falando de sentimentos.
Pq sacaneou o próprio sócio na abertura do negócio. Nerd? Vc acha mesmo? Um cara q nem acabou a faculdade, podendo fazer isso? E fica ironizando o Google, por ser um centro tecnológico q valoriza a excelência e a pesquisa?
ResponderExcluirHahah, vc deve ser daqueles q acha o Steve Jobs gênio tb
ResponderExcluirSacaneou? Queria estar tão sacaneada qto o socio dele, montado em dinheiro num paraido fiscal...$$$$$$$$$. No mundo dos negócios, ou melhor, no mundo todo, não existem santos. E os donos da google tb não são. E pra ser nerd não precisa terminar faculdade. Bill Gates tb não terminou. Aliás, os maiores nerds não terminaram.
ResponderExcluirA questão não é terminar a faculdade ou não, e sim mostrar o desprezo de recalcado q ele demonstra por pesquisadores de tecnologia> Isso por ter criado um único site, vamos avaliar do ponto de vista do design de interface, bem limitado.
ResponderExcluirE o fato de o Saverin ter dinheiro atualmente não muda a sacanagem do Zuckerberg. Ele indiscutivelmente agiu de má fé, e isso ao meu ver o torna um escroto. Se alguém me desse um tapa e depois um milhão de dólares, eu ia continuar achando a pessoa escrota por ter me dado um tapa. Tem gente q coloca ética acima do dinheiro.
O Bill Gates por exemplo é um cara super engajado socialmente e legal. Warren Buffet idem. Um trader como o Taleb tb. Mundo de negócios não é sinônimo de esgoto. Nem todo mundo é baixo.
Que coisa horrível! Tenho muito respeito por quem sobrevive a algo assim. Honestamente não sei se eu seria tão forte.
ResponderExcluirQuanto a Xuxa me impressiona que alguns questionem a veracidade do relato.Apesar da crença popular, não existe vantagem em se dizer vítima de abuso sexual. E no caso especifico da Xuxa isso é mais claro ainda. Essa mulher não precisa de dinheiro (como se fosse possível enriquecer se dizendo vítima de estupro), não têm como ficar mais famosa e a polêmica não trouxe nada de bom para sua imagem.
Quando uma celebridade do porte da Xuxa fala sobre esse assunto, ajuda a colocar o assunto em pauta na sociedade.Depois do relato houveram dezenas de reportagens explicando como os pais podem reconhecer que o filho está sendo abusado. E isso é importante demais.
O mundo dos grandes negócios é de esgoto sim. Bill Gates é engajado, mas já fez coisa até pior q o Zuckerberg. Coisas nada legais. Pesquisa q vc descobre. Não existem bilionários santos. Se bobear, o Zuckerberg é o menos pior.
ResponderExcluirAh, o Steve Jobs é gênio sim. No mundo dos negócios ele era. Tanto q virou lenda.
Beatriz disse...
ResponderExcluirAnônimo 17:14
Sim, por mais bizarro que seja, já que todo mundo anda por aí exibindo marcas e hematomas de uma situação traumática, sobre a qual não se quer comentar, com orgulho (usar roupas q escondam para evitar perguntas, nem pensar).
23 de maio de 2012 17:29
Beatriz, defenda seu ponto de vista coerentemente. Analise o relato, compare com o comentário ao qual vc se referiu e...
Comente Coerência
Os comentários aqui são sobre estrupo ou sobre capitalismo? Vocês acham que estupro acontece somente em sociedades capitalistas? Vocês estão entre Ingenuidade e Ignorância.
ResponderExcluirEngenheiro Paulo
Paulo, vc que deve ser ingênuo ao interpretar que aqui se disse que só no capitalismo tem estupro..
ResponderExcluirQuem é ignorante em ler o que não há?
Quem quer desviar o assunto?
Desculpe a autora do post e a Lola por ter virado esta bagunça....
Enquanto isso, os abusos não acabam...
Acaba sendo esse o resultado da nossa cultura.
ResponderExcluirUma mulher sofre uma violência sexual de alguém que mais parece um psicopata e a vergonha, a culpa, o medo de não ser levada a sério e até culpada da situação, garantem que o agressor saia impune, cometendo outros crimes por aí e ela leve cicatrizes pro resto da vida.
Acredito que no caso dela a ajuda de um bom profissional de psicologia possa auxiliá-la.
Abraços, L. Tomara que esse seja o primeiro passo na melhora da sua vida e que o seu depoimento ajude outras pessoas por aí que passaram ou possam vir a passar pela mesma situação.
Christina,
ResponderExcluirSugiro conhecer meu blog (olha eu fazendo propaganda) sobrevivendoaviolencia.com.
Uma das coisas que falo lá é que a gente começa a se curar de um abuso quando falamos sobre ele.
Sabe Alcóolatras Anônimos? Narcóticos Anônimos? Essas coisas? Então... A primeira coisa que eles dizem é "Meu nome é fulano e eu sou alcóolatra/viciado".
O que é isso? É admitir que se tem um problema.
A partir do momento que a pessoa admite e exterioriza isso, começa o processo de cura.
Eu era outra pessoa antes de falar sobre meu abuso (levou uns 10 anos para falar).
A Lola abriu um espaço para se falar sobre isso, para a pessoa desabafar.
E isso incentiva que outras pessoas falem e outras tantas escutem.
Você já pensou que isso pode beneficiar outras leitoras do blog? Que isso pode ser uma terapia? Veja QUANTAS pessoas afirmaram aqui que sofreram violência sexual! Falar ajuda. Se não ajudasse, não existiria a psicanálise, as terapias, etc.
E é o primeiro passo para largar o fardo que se carrega sozinha até então.
Concordo com a @vbfri no comentário de cima.desabafar e sempre muito bom.
ResponderExcluirChegando tarde para ler o blog, comento só pra dizer: Vivi, quando crescer quero ser como você. Santa paciência (e clareza!)
ResponderExcluirQue triste relato! Quando me deparo com uma barbárie dessas prescrita, gosto de imaginar que uma dia a vítima vai conseguir se vingar! Pode não ser dos sentimentos mais nobres, mas quem não ama aquela cena que Liz Salander se vinga de seu algoz? É muito forte, mas libertador! Será que a vingança privada é a única solução para aliviar os corações das vítimas desses crimes impunes?
ResponderExcluirNão acompanhei a repercussão do relato da Xuxa, apenas o que li aqui.
ResponderExcluirO que eu não gostei, e achei leviano da parte dela, foi tratar de um assunto tão sério no meio de tanta futilidade. Acho muito importante uma pessoa conhecida ter a coragem de se expor e de colocar na roda uma discussão que é importante para toda a sociedade. Mas porque falar das frutas preferidas do Airton Sena, dos hormônios, e tantas outras abobrinhas? Acho que ela poderia ter prestado um imenso serviço a todas as mulheres vítimas de abuso, e perdeu a chance por ser tão egocêntrica e querer contar coisas que a ninguém interessa, ou deveria interessar.
O que não diminue, de forma alguma, a gravidade do que ela sofreu.
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,discussao-de-bar-deixa-universitaria-morta-e-angolanos-feridos-no-bras,876680,0.htm
ResponderExcluirAndré
ResponderExcluirNão digo que as instituições devem ter empatia, mas que seres humanos devem ter empatia por outros seres humanos.
Você começou dizendo que não tinha empatia pela Xuxa em relação ao abuso sofrido. Eu respondi em relação aos sentimentos humanos, não às instituições, nem ao Poder Judiciário.
Gente, a vida é hilária. O sujeito faz um comentário tipo "eu acho q não é possível pq ninguém viu as marcas", eu ironizo pq não dá pra responder analiticamente nada baseado em achismo e ele vem me pedir referências na ABNT. haha amigo, nessa vc não me pega, se tá difícil de entender o texto da moça pra vc, imagina comentário complexo.
ResponderExcluirAnônimo das 22:42
ResponderExcluirAbuso sexual não acontece de forma separada da vida nem acontece apenas a pessoas de moral ilibada e de pensamentos profundos . Horas depois de serem abusadas, muitas crianças vão a escola, fazem um lanche, assistem um filme, brigam com um coleguinha... Que a Xuxa tenha tratado do abuso sexual em meio a outros assuntos não diminuiu em nada o impacto do depoimento. O disque 100 teve recorde de denuncias e dezenas reportagens falando sobre abuso infantil foram publicadas.De qualquer outra maneira que ela tivesse escolhido contar o resultado seria o mesmo, tanto para o bem quanto para o mal.
a mocinha da história sou eu. no dia 17 de fevereiro desse ano, num dia particularmente triste para mim, essa história que andava guardada bem lá no fundo das minhas lembranças, veio à tona. num impulso eu escrevi o email e enviei pra Lola. recebi um email de resposta da Lola em 09.05 com um pedido de desculpas por ter demorado para responder.
ResponderExcluirfui no lançamento do livro da Lola na segunda feira, estava louca pra conhece-la, ver aquela mulher que havia despertado em mim, após 35 anos a confiança de contar-lhe o meu mais terrivel segredo. quando entreguei o livro para a Lola autografar, ela perguntou meu nome. eu disse e ela retrucou: vc não costuma comentar no blog não é? ? disse, não só leio.
realmente eu nunca comento no blog, l
hoje, bem cedinho deparei-me com a publicação do meu email. quando li, só lembro que as lágrimas escorriam. pela primeira vez aquilo saiu de dentro de mim e estava ali, uma sensação que não tem nome. que não sei o que é.
fechei o computador quase que como quem fecha a tampa de caixão funerário. fui trabalhar. passei o dia sem pensar. agora a noite, já madrugada esperei todos irem dormir pra abrir a tampa do caixão. lendo os comentários, agradeço as palavras carinhosas . alguns me aconselham a fazer terapia, outros a procurar o bandido.agradeço essas mnanifestações de solidariedade.
o que mudou agora que desabafei? não sei. o que me levou a enviar um email pra Lola? a vontade de receber justamente essas palavras de carinho... e como eu precisei delas, naquele dia frio, quando eu desci do carro machucada, com uma mordida no ombro, triste, infeliz, machucada por dentro e por fora, me sentindo suja e culpada, tão sozinha.
hoje eu tenho 55 anos, sou mãe,avó, uma profissional realizada, mas a menina que um dia eu fui precisava receber alguma palavra de conforto. ah como precisei....
agradeço a todos.
Saudações, Nobres Confrades,
ResponderExcluirSei que não tem muito a ver com o tópico, mas me deparei com um paradoxo interessante:
Diz-se que a ética pode ser sintetizada como dar um julgamento humanizado aos seres vivos. Por humanizado entende-se injetar valores holísticos de empatia pelo ser em questão.
Por outro lado, um médico que haja de forma demais humana, prezando por um bem "legítimo" do paciente acima de bens mais mundanos ou materiais, torna-se antiético. Definindo esse bem "legítimo" como um tratamento humano (a exemplo dos psiquiatras que preferem a psicoterapia à medicação), tem-se que um psiquiatra que nega arriscar a saúde tanto corporal quanto "espiritual" de seu paciente ao indicar medicamentos leves e cortar medicamentos necessários a sua profissão(estimulantes, por exemplo), apesar de evitar a "mecanização" do mesmo a longo prazo, o prejudica a médio prazo.
Neste caso, um tratamento humano passa a ser antiético segundo os anseios de nossa civilização industrializada.
Até quando ser humano é ético?
Pergunto isso aqui porque é o único lugar que eu conheço que tem pessoal de humanas. o_o
Querida autora do guest post, obrigada pelo seu post e pelo seu comentário. Não sabia que vc tinha ido ao lançamento! Puxa, se eu soubesse, teria te dado um abraço mais apertado ainda.
ResponderExcluirDesculpe publicar seu guest post HOJE (quer dizer, agora são quase 4 da manhã, então já é ontem), dia em que muita gente ainda está falando na revelação da Xuxa. Foi uma coincidência, nada planejado. Este post estava agendado, ilustrado, prontinho, desde quinta ou sexta (porque eu sabia que iria viajar na segunda cedo e que não teria tempo de olhar pro blog até... hum, mais ou menos agora, 4 da manhã de quarta pra quinta). E infelizmente essa proximidade com o caso da Xuxa fez com que muita gente falasse nisso. Mas espero que vc tenha recebido palavras de apoio importantes. Das pessoas que importam, que são aquelas que têm empatia, que se solidarizam, que não culpam a vítima, que lutam por um mundo mais justo, pode ter certeza que vc tem todo o nosso apoio.
Querida, fique bem. Espero que vc esteja mais aliviada depois de ter contado a sua história de horror.
estupro, e qualquer crime contra crianças, devia ser pena de morte.
ResponderExcluirRelatos como esse são o resultado dessa frescura de que 'o objetivo da punição tem que ser reabilitar'.
ResponderExcluirBullshit.Vcs que defendem isso se acham tão bonzinhos, a culpa é de vcs tb
Lola,
ResponderExcluirVeja esta notícia:
Machismo de homem que se recusou a decolar em avião pilotado por mulher revolta passageiros Homem em Confins se recusa a voar em jato comandado por mulher e é expulso do avião por agentes da Polícia Federal. Ato de discriminação revolta passageiros e colegas da piloto
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/05/23/interna_gerais,295900/machismo-de-homem-que-se-recusou-a-decolar-em-aviao-pilotado-por-mulher-revolta-passageiros.shtml
acho tão fácil julgar..falar da vida dos outros...decidir se a pessoa esta certa ou errada...para os que falam mal da Xuxa..ou do depoimento dela..digo uma coisa...não tem nada de bom pra dizer..por favor...não diga nada... ela fez um filme?...que fosse porno e não porno chanchada...me desculpe..mas ela tem todo o direito de ter uma sexualidade mas complicada e por conta disso ter cometido alguns erros... ela devia ser aplaudida pela sua coragem e por talvez ter ajudado várias meninas a contarem o que aconteceu com elas, afinal o pensamento "se a Xuxa foi abusada e contou eu também posso" pode ter um efeito muito positivo...e se ela falou de outros assuntos é por que a vida dela também não se resume só ao abuso, ela viveu outras coisas que também eram pertinentes à entrevista..e se pras pessoas eram futilidades talvez pra ela não fosse...
ResponderExcluirQuerida Anonima, autora do guest post.
ResponderExcluirGostaria que vc se sentisse acolhida, abraçada. Infelizmente entendo profundamente o que vc passou e ainda passa. Sofri uma agressão sexual quando era mais jovem, quando me mudei pra SP, e nunca contei para os meus pais ou amigos, simplesmente por vergonha, por não entender o que aconteceu e por achar que iriam pensar que o que sofri não foi nada, foi um mal entendido, que eu estou exagerando...
E infelizmente ouvi isso da unica pessoa para quem eu resolvi contar, a ferida não sarou e não sei se irá... mas se tem algo que ajuda mesmo é o apoio de pessoas, as vezes até desconhecidas, mas que estão envolvidas com a causa da libertação da mulher de alguma maneira. Recebi apoio de colegas da faculdade que pensam como eu, quando eu estava no fundo do poço, e isso foi fundamental...
Sei como é dificil se abrir sobre qualquer questão, opiniões, experiências... mas muitas vezes só de ler os comentários de pessoas tão interessantes aqui no blog eu já me sinto melhor, porque encontro solidariedade...
Enfim, posso estar chovendo no molhado, mas conversar funciona! pelo menos funcionou pra mim (depois que rompi essa barreira dos julgamentos que fazia de mim mesma)...
Abraços apertados!
Raq
Sobre crianças que sofrem abusos, tenho reparado que muitas vitimas dizem que seus pais não acreditaram quando elas resolveram contar ou que não deram muita importância quando ficaram sabendo. E é nessa parte das histórias que eu tenho vontade de morrer de desespero. Pq isso meu deus? Lembro que quando eu era criança nada do que falávamos valia só pela nossa palavra que era de criança. O que eu dizia não tinha nenhum valor, ou seja, se uma coisa dessas tivesse acontecido eu jamais contaria e o que me dói é pensar que se contasse ninguém daria importância. Desejo do fundo do coração que os pais de hoje não sejam assim, que ouçam suas crianças, que as vejam como pessoas, indivíduos e não como algo que não deve ser levado a sério.
ResponderExcluirE para a autora do post: imaginar que tantos anos depois ainda dói assim em você, me faz sentir uma dor muito grande também, mesmo que eu saiba que é impossível calcular o que você sentiu e o quanto isso te marcou. Queria te deixar uma mensagem de conforto, mas só consigo dizer que a sua história dói muito em todas nós. Espero que tenha deixado no seu texto parte do peso que isso significava e que você supere cada vez mais.
ResponderExcluir"André disse...
ResponderExcluirJay,
A Xuxa sempre teve uma vasta linha de produtos que eram fortemente e acintosamente anunciados nos programas dela e na Rede Globo de forma geral. Será que ela nunca pensou nas crianças que não podiam ter esses produtos?"
Bem, apesar de achar as tais propagandas direcionadas ao publico infantil - produtos realmente inatingíveis pela maioria do publico dela(classe C,D,E,F?) - uma coisa realmente abusiva, não vejo a razão de relacionar isso com os estupros que ela sofreu anos antes, varias vezes na infância, até os 13 anos na pré-adolescência.
Mas de qualquer forma você respondeu a minha pergunta, por isso, obrigada.
Jay
PQP....Sou homem e fico muito imputecido(desculpa) com um lance desse. As vezes sinto vergonha de ser homem...as vezes tenho vergonha de ser até humano.
ResponderExcluirLívio
É por esse tipo de coisa que não consigo entender como uma mulher é a favor do desarmamento.
ResponderExcluirNesses dias vi nesse mesmo blog um post onde uma filósofa (feminista, salvo engano) defende o acesso às armas por parte das mulheres, no que Lola retrucou se dizendo a favor da paz, um mundo melhor e blá blá blá. Ora, qualquer ser racional sabe que para mudar essa situação de submissão física da mulher custa algumas gerações. Nesse ínterim, como garantir a integridade da mulher?
Um vagabundo pratica uma bárbarie dessas com uma mulher porque consegue subjugá-la fisicamente.
Um sexo armado não é um sexo frágil. Me parece um raciocínio bastante elementar.
As feministas dizem que são contra as armas porque muitas são vítimas de violência de gênero mediante o uso de armas. Entendo que é uma questão cultural. As mulheres são condicionadas a se afastar de atividades "violentas", como artes marciais e tiro.
Penso que toda minoria ou grupo vítima de violência física (gays, negros e nordestinos em alguns centros, e mulheres) deve ter o direito de se defender, pois o Estado não é onipresente.
Leiam BARBÁRIE, por óbvio.
ResponderExcluirHomem é inocentado 10 anos após condenação por estupro e sequestro
ResponderExcluir24 de maio de 2012
Portal Terra
Um homem que havia sido condenado por sequestro e estupro há 10 anos foi inocentado nesta quinta-feira, depois de a suposta vítima admitir que não houve crime, em Long Beach, na Califórnia. Brian Banks, 26 anos, tinha 17 anos e era uma estrela de futebol americano em potencial quando outra estudante, Wanetta Gibson, fez as acusações contra ele. Banks chorou na audiência e emocionou a advogada de defesa Alissa Bjerkhoel quando o promotor reconheceu o caso e pediu sua anulação.
Em 2002, Brian Banks defendeu sua inocência e disse que o contato sexual com Wanetta Gibson havia sido consensual. Porém, o advogado que o defendeu na época instruiu o rapaz a confessar o crime e fazer um acordo para evitar o risco de ser condenado a uma pena que poderia ir de 41 anos de reclusão à prisão perpétua. Banks seguiu a instrução da defesa e ficou preso por seis anos.
O homem ganhou direito à liberdade condicional e passou os últimos anos sob monitoramento eletrônico, além de ter o nome incluído no registro nacional de criminosos sexuais. Quando ele já havia deixado a prisão, Wanetta Gibson adicionou Banks como amigo no Facebook - ela disse que queria "esquecer o passado".
Gibson disse ao homem que havia mentido, que não havia ocorrido sequestro ou estupro, e se ofereceu para ajudá-lo a limpar seu histórico policial. Mas em seguida a mulher desistiu de repetir a história aos promotores, já que temia ter que devolver US$ 1,5 milhão que havia ganhado em um processo movido pela mãe dela contra as escolas de Long Beach. "Eu quero continuar ajudando você, mas ao mesmo tempo todo aquele dinheiro que nos deram - quer dizer, me deram -, eu não quero ter que devolvê-lo", disse Wanetta Gibson a Brian Banks.
O advogado Justin Brooks, que lidera o California Innocence Project para anular condenações equivocadas, disse que Banks teve dificuldade para conseguir emprego após ter ficado seis anos preso por crimes que não cometeu. Segundo o advogado, Brian Banks continua treinando para se tornar jogador de futebol americano.
[http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5793377-EI8141,00-Homem+e+inocentado+anos+apos+condenacao+por+estupro+e+sequestro.html]
Pessoas inocentes são acusadas dos mais diversos crimes, mas eu só vejo reclamarem disso nos casos de estupro?
ResponderExcluirJura que isso não tem nenhuma relação com querer promover o silêncio entre as vítimas de abuso e fingir que esse crime não ocorre?
Errata: "mas por que eu só vejo reclamarem"
ResponderExcluirMark Zuckerberg in Love
ResponderExcluirhttp://www.yourtango.com/experts/dr-erica-goodstone/mark-zuckerberg-love
Anônima do guest post:
ResponderExcluirObrigada por compartilhar. Com certeza vai ajudar muita gente. Nunca sofri abuso, mas, para solidarizar com você, basta querer ser gente e querer viver num mundo decente.
Então te mando um graaande abraço e meus votos de muita felicidade! Boa sorte!