Continuando a seção de perguntas e respostas que quero ressuscitar (porque vocês mandam tantas perguntas por email, e tantas delas são interessantes, e eu não tenho tempo pra responder), respondo à pergunta de uma leitora muito simpática, a Letícia. Antes, o email dela:
Olá, Lola! Há algum tempo escrevi um e-mail que você publicou como "cafuné na Lolinha", e devo dizer o quão feliz fiquei com a oportunidade de ter minhas palavras no seu blog!
Devo dizer que apesar de não muito frequente nos comentários, continuo acompanhando seu blog fielmente, e, por esse motivo, queria te contar uma coisa: Por meio do Pró-Uni, consegui uma bolsa integral na PUC de Campinas, e adivinhe o curso que escolhi.... LETRAS!
Você deve estar se perguntando por que exatamente estou te contando isso, mas eu já explico: sempre gostei de inglês, e ver você, doutora em literatura inglesa, tão apaixonada pela língua, me inspirou bastante no processo de escolha. Além disso, gostaria de te pedir alguns conselhos, como o que esperar de uma universidade imensa (ainda mais eu, que sempre estudei em escola pública pequena), o que posso fazer para começar com o pé direito, enfim... O que você achar que me ajudará nesse momento de transição que eu considero tão difícil, apesar de essencial.
Obrigada mais uma vez, Lolinha...
Minha resposta, que de repente pode servir pra outr@s alun@s na mesma situação:
Que legal, querida! Parabéns por conseguir bolsa! E sinto-me muito honrada por vc ter escolhido Letras!
Olha, não sei bem que conselhos eu posso te dar. Quando eu era novinha e fazia faculdade (fiz metade de Propaganda quando eu tinha 19 anos e morava em SP e era redatora publicitária), eu fui péssima aluna. Acho que eu estava saturada de estudar no ensino médio, e levei a faculdade nas coxas, até largar. Por favor, faça o que quiser, mas NÃO siga meus passos! Faculdade é pra ir até o fim. Pode até mudar de curso (deve, se não gostar), mas agora que entrou, tem que sair com um diploma de qualquer jeito. E de preferência em 4 ou 5 anos, certo? A outra faculdade que eu fiz (Pedagogia, já em Joinville), depois dos 30, eu fiz só pra poder seguir pro mestrado. E não acho isso bom, fazer faculdade pelo diploma. Aproveite sua graduação!
Hoje em dia, tem cada vez mais gente terminando a graduação e indo direto pro mestrado, e depois pro doutorado. Isso é possível. E é uma realidade pra muitos jovens. Pra gente que é de Letras, e que vai provavelmente trabalhar no meio acadêmico, é algo pra se pensar mesmo. Olha só, vc pode se tornar doutora com 30 anos. E aí conseguir um bom emprego numa faculdade, ganhando um bom salário... É uma possibilidade.
Claro, um passo de cada vez. O importante é vc estudar. Quando vc tiver que ler algo pra uma aula, LEIA. Se tiver que escrever, escreva. Se tiver que preparar algo pra apresentar, prepare. Faça tudo que te pedem. E faça mais. Leia muito, por conta própria. Leia o que te interessar. Vá adquirindo uma bagagem. Participe das aulas, faça perguntas, dê seus comentários. Professor@s ADORAM alun@s participativos. Eu, pelo menos, amo. E questionadores também. Portanto, não tenha vergonha, não seja tímida, fale mesmo. Claro, sem ser cri-cri. Seja uma pessoa legal, bem humorada, articulada, que vc fará muito sucesso entre suas/seus colegas e entre o corpo docente.
Não se diminua. Não se sinta inferior. É bem comum entrar numa faculdade (e depois num mestrado, e depois num doutorado) achando que todo mundo é um gênio, menos vc. A maior parte é gente absolutamente na média, que tem esses mesmos pensamentos que vc. Mesmo o pessoal arrogante só está sendo arrogante pra disfarçar sua insegurança.
Lógico que haverá disciplinas que serão muito mais fáceis, e outras mais difíceis. Faça o possível pra superar as difíceis, e brilhe nas fáceis.
Em vez de competir, coopere. Tem lugar pra todo mundo.
Evite ao máximo faltar às aulas.
Seja idealista. Queira mudar o mundo. Se você não quiser isso quando é jovem e tá cheia de energia, vai querer quando?
Faça contato com alun@s de outras áreas também, e até de outras universidades. Enfim, seja acessível. Faça parte do seu Centro Acadêmico, participe da política, seja representante de turma. Se houver grupos feministas ou quaisquer outros que sejam do seu interesse, entre neles. Se não houver, comece um!
Não tenha medo. Lembre-se que, apesar do ensino superior ser um desafio, é também um privilégio. Ainda existem poucos brasileiros com nível superior. E poucos jovens que estão na universidade. As universidades desejam formar alunos. Ninguém quer que o aluno desista, o que infelizmente é muito comum. A maior parte dos professor@s quer ajudar.
Bom, acho que só falei o óbvio. Ou pelo menos descrevi o tipo de estudante com quem eu gosto de conviver, e o tipo de estudante que só consegui ser a partir do mestrado.E não seja uma besta capitalista como o Manolito, tadinho. Seja Mafalda!
"Mesmo o pessoal arrogante só está sendo arrogante pra disfarçar sua insegurança." Lola, por estas e outras, eu sou leitora de teu blog!
ResponderExcluirÉ assim mesmo. Senti isso na graduação, no mestrado, no grupo de pesquisa, nos congressos, enfim. E eu sempre tentei desconstruir toda este teatro. Quando me perguntava, ou me perguntam, eu respondo, espera, sou apenas uma aprendiz. E como não poderia deixar de ser, escolhi ( tive este privilégio) uma orientadora feminista e muuuuiiito simples, sem a carga pesada da academia, com pensamentos mais parecidos com os meus. Ah, e ela tem te lido. E gosta, mas não consegue escrever nos coments, humpt!
E parabéns a esta leitora, parabéns pela faculdade! Seja você em toda caminhada da vida e não esqueça (escutei esta frase este final de semana e tem sido minha máxima), a regra da vida é viver! Viva, viva e seja feliz com suas escolhas!
Que linda! Parabéns pela bolsa menina!! =)
ResponderExcluirAdorei sua resposta Lola. Das suas dicas só não fui tão boa aluna, serve? kkkkkkkkkk Ok, tbm não fui tão ruim, mas dava pra ter sido mais, sinto falta de um ritmo maior de estudo agora na fase pós-formatura. Agora na parte do contatos com outras áreas, projetos, centro acadêmico e não ser tímida... me encontro completamente! hahah
Sua postagem de hoje é brilhante. Sempre acompanho o blog, mas hoje resolvi comentar. Concordo em tudo com o que você diz e também ia fazer letras mas acabei optando por pedagogia e sou apaixonada pela educação. E interessada em assuntos relacionados ao feminismo, que você discorre tão bem aqui no blog.
ResponderExcluirEntendo que deve haver mesmo essa dedicação de um universitário verdadeiro. Ler por conta própria, fazer tudo e não "manguear". Parabéns a nova universitária e a você por disseminar textos tão lúcidos e coerentes com causas e ideais tão importantes.
Abraço!
Eu fui uma aluna de faculdade exemplar...na época não achava pq os meus amigos pareciam se divertir muito mais do que eu, já que não estudavam. Mas, hoje vejo como fui boa aluna e como a faculdade me fez bem.
ResponderExcluirComo eu queria muito terminar a faculdade para começar a trabalhar e ser independente, eu me dediquei total. Eu não deixava de namorar, ir a festas e shows, mas estudava muito. Acho que fiz isso porque sabia que aquela faculdade era um privilégio imenso. Meu pai tava pagando (com dificuldade, mas sem muito sacrifício) e na época menos de 2% da população brasileira chegava a faculdade. Então, eu estudei pacas.
E foi ótimo! Me formei, comecei a trabalhar e continuei estudando, porque é um processo que não termina nunca.
Então, de todos os conselhos que a lola deu (e eu concordo com todos) acho que o mais importante é: tenha senso da sua responsabilidade pelo privilégio que é estar na faculdade. Aproveite ao máximo e como aluna e depois como formada, lute para que mais pessoas possam ter o mesmo.
Imagino que na PUC vc vai ter que lidar com um monte de gente privilegiada que não tem noção disso. Serão arrogantes, são um bando de "rouba vagas" que só querem ter um diploma e ñ vão aproveitar a faculdade. Não dê mole pra essa gente! Boa sorte!
Letícia!
ResponderExcluirParabéns pela bolsa e seja muito feliz na graduação!
Todo mundo diz e pra mim é verdade: são os melhores anos da vida! É piegas falar isso, mas eu vivi muito, cresci muito, estudei muito, chorei muito, trabalhei muito... ufa! Tudo muito!
Um conselho que eu te dou, que eu li no livro da Isabel Allende, "Paula", em que ela relata que o tio dela, Tio Ramón, dando conselhos na primeira festa que ela foi sozinha. Ele disse "eles têm mais medo que você".
Assim, não se esqueça: faça acontecer!
Tudo seu, moça!
Acho que já disseram bastante por aí e reitero.
ResponderExcluirAproveite. Não só a parte do estudo, mas a oportunidade de conhecer um monte de gente. Faça amigos, tenha companheiros de estudo, companheiros de farra.
E lembro um conselhor que recebi de meu pai quando entrei na faculdade. Se você gostar(gostar mesmo, curtir o assunto e tal) de 30% das matérias do curso você já estará muito bem.
Vai ter muita cosa chata e aparentemente inútil também. Saber lidar com essa parte é um aprendizado para a vida, onde teremos muita coisa chata e inútil pela frente também.
Meus parabéns, Letícia. Da minha parte te animo a conseguir uma bolsa pra fazer mestrado nos EUA. O mestrado em Litertura Brasileira/Portuguesa é maravilhoso... nos EUA. Não que eu queira dizer menos do Brasil. Mas é que conheci uma moça de Minas Gerais fazendo mestrado em Literatura Brasileira nos EUA e ela estava simplesmente encantanda. Ela veio pra cá no programa au pair... uma beleza! Aporoveite a influência do significado do nome Letícia... palavra de significado cheio de positivismo, vc já sabe disso?
ResponderExcluirQuerida, com Faculdade de Letras vc poderá até mesmo ser uma jornalista de mão cheia, tomando as devidas aulas pra ser jornalista... e se for fluente em inglês, então minha nossa! Quem vai te segurar? E tento uma mentora (LoLa) doutorada na área que vc está escolhendo! Vaic om tudo e vença!
Só endosso o que a Lola escreveu e desejo boa sorte para Letícia!
ResponderExcluirParabéns Letícia!!!!
ResponderExcluirConselhos bastantes ricos que a lola deixou pra vc!!
Fui uma das primeiras da família cursando uma faculdade, dei muitas cabeçadas, então aí vai um conselho: Tenha um tutor(a), pode ser alguém da família que já passou pela experiência ou um professor (alguém que tenha essa trajetória e que vc confie), faz muita falta!!
Eu digo que penei para que as próximas gerações com quem eu conviva não passe por isso. Sou professora do Ensino Médio, sempre que posso converso sobre isso com meus alunos.
Felicidades na sua jornada universitária! Abraço,
Patrícia Araújo.
Só completando rsrsrs...
ResponderExcluirTer alguém perto para receber um abraço e a frase: "Eu sei, eu sei..." é de grande importância nessa fase (são muitos questionamentos).
Alguém escreveu sobre ter amigos eu diria até mais: PARCEIROS!!!! Fiz grandes parceiros na minha época e recomendo com louvor.
A lola eu sei que vc já pode contar!
Mais uma vez Parabéns!
Patrícia Araújo
A besta capitalista não entende nada é? Traduzindo, entender = engulir sem questionar as mil e uma mentiras esquerdistas.
ResponderExcluirAs 'bestas capitalistas' já entenderam há muito tempo que um país onde todo mundo quer viver pendurado no governo vai quebrar mais cedo ou mais tarde.
O tempo vai mostrar quem está certo.
Letícia, parabéns! Estou no 4º ano de Letras na USP e sou apaixonada pelo meu curso. Se aceita um conselho, aqui vai: se dedique o quanto possível e sempre, SEMPRE, reserve um tempo para ler o que você quer, não leia só as leituras obrigatórias, tem que sempre manter aceso o gosto pela leitura que te motivou a escolher esse curso. E pense grande, apesar de tanta gente achar que fazer Letras é inútil ou que equivale a um curso de idiomas (falo isso porque procurando emprego/estágio na área de Letras todos pressupõem que você quer dar aula de inglês, e nada mais), existem muitas possibilidades, procure os professores que te interessarem e demonstre seu interesse, sua vontade de fazer algo!
ResponderExcluirBoa sorte e bom curso!!
Letícia, você já leu a biografia da J.K.Rowling?
ResponderExcluirOi Lola,
ResponderExcluirEu fazia Contábeis, mas sempre gostei das letras. Sendo assim, quero reoptar meu curso, fazer Letras (Licenciatura, na falta do bacharelado aqui em Passo Fundo - RS)
Não é bem meu objetivo dar aulas, mas, enfim.
Achas válido?
Belo post, obrigada, bem na hora, tenho até o dia 03 agora pra decidir. Hehe.
Beso.
Corrigindo, "Achas válido fazer licenciatura mesmo querendo bacharelado?*"
ResponderExcluirParabéns, Letícia!
ResponderExcluirQue bom que você conseguiu a bolsa, a PUC (pelo menos aqui em MG) é uma faculdade bastante renomeada, de alta qualidade. Quase todos os meus colegas de emprego são formados na PUC daqui, todos excelentes profissionais, então acho que sua escolha foi acertadíssima!
Além dos conselhos que a Lola já deu, digo que algo mto importante pra mim foram os estágios. Se você puder, procure estágios dentro da faculdade, com professores que você goste, ainda que você não esteja totalmente certa do que pretende fazer após a graduação. Tudo é experiência, e toda a experiência vale a pena. Isso foi uma das lições mais importantes que eu aprendi com a Universidade. Tudo, tudo que você fizer, enquanto estudante, DENTRO da Universidade, vai contar muito quando você estiver de volta aqui fora. Aproveite os cursos gratuitos (se houver) e aqueles em que você tem desconto por ser estudante; faça cursos de outras línguas, vá a congressos, semanas acadêmicas, simpósios, participe de mini-cursos, aproveite bem enquanto você é estudante, porque terás mais tempo e porque, geralmente, tudo isso é mais barato pra quem é estudante.
No mais, siga os conselhos da Lola e do pessoal que já comentou aqui. E aproveite muito, porque não é mentira quando dizem que essa é a fase mais gostosa da nossa vida. Mas só quando ela é bem aproveitada. ;)
Em letras, se a faculdade for boa, a quantidade de leitura é grande.
ResponderExcluirEu procuraria formar um grupo de colegas para as tarefas de pesquisa. Principalmente para olhar palavras no dicionário e referências na Wikipédia. Não faz sentido que todo mundo faça isso individualmente a cada texto. O melhor seria que cada vez um do grupo olhasse as palavras desconhecidas (tendem a serem as mesmas para o grupo) no dicionário, relacionasse e mandasse aos demais por e-mail.
Essa é uma ideia simples, não entendo porque os professores não orientam seus alunos a fazer isso. O tempo dessa tarefa mecânica é roubado do tempo da leitura. Já vi aulas se perderem porque ninguém pesquisou as palavras desconhecidas e assim ninguém entendeu o conto.
Parabéns, Letícia! Aproveite bastante essa fase, que é muito boa.
ResponderExcluirUma coisa que eu não tinha muita noção enquanto estava cursando a faculdade e fui entender depois que saí é que as pessoas que estudam com você serão seus contatos no mercado de trabalho. São pessoas que vão eventualmente te convidar para trabalhar em algum lugar, formar parcerias, talvez até abrir uma empresa. Os professores também, muitos podem ser empregadores ou futuros colegas de trabalho.
Não é como no ensino médio, que a gente perde o contato com a maioria das pessoas. Parece óbvio, mas só me dei conta disso depois.
E o pessoal arrogante sempre tem mesmo. Não se deixe intimidar.
Lola, faço minhas suas palavras. Formada há mais de 30 anos, em plena época da ditadura militar, fiz tudo o que você recomenda à Letícia.
ResponderExcluirAlgo muito importante é também formar grupo de estudos, com um professor interessado e colegas que queriam aprofundar algum tema específico. De grupos assim saem os mais brilhantes TCCs, dissertações e teses... Na época da minha faculdade, como estudávamos à noite e a turma trabalhava, o professor se dispunha a vir aos sábados ao Centro Acadêmico para discutir com os alunos. Foi muito bom.
PS: para a LisAnaHD: para ser jornalista no Brasil atualmente há uma grande discussão sobre a necessidade de diploma específico. A obrigatoriedade, derrubada em 2009, foi revalidada pelo Senado em nov/2011 e deve voltar a vigorar. Infelizmente, as empresas de comunicação fazem campanha contra o diploma para poderem ter sempre nas redações pessoas que não aprenderam nada sobre a prática e a ética da profissão (não basta escrever corretamente para ser jornalista!)e que se submetem a salários aviltantes.
Marli,
ResponderExcluirnão serão aulas de ética na comunicação na faculdade que farão uma pessoa ser um jornalista ético ou não.
Assim como essa do salário aviltante é outra falácia. Já são baixos mesmo antes de cair a exigência de diploma. Diplmados em jornalismo não são os profissionais mais caros do mercado. Tanto que muitos que conheço foram trabalhar em outras áreas que pagam mais.
E mesmo que o diploma volte a ser necessário, no atual fluxo de informações do mundo será inócuo.
Letícia, eu me referi a ser jornalista fora do Brasil; nos EUA por exemplo pra er jornmalista precisa três requisitos fundamentrais: saber expressar-se bem na escrita, no falar, no entrevistar... pode até ter apenas o grau secundário, mas se preencher os requisitos que citei e ainda tiver uma cultura geral que pode concorrer com gente com doutorado e mestrado e isso e aquilo a pessoao pode ser jornalista e muito bem paga, se for fluente no inglês, claro... e se souber algum outro idioma, maravilha maravilhosa! Brasil não é o limite.
ResponderExcluirLetícia, na hora, qdo e se vc quiser eu te arrumo contato com professores universitários na Brown University. O Depto. de Língua Portuguesa é batante prestigiado... português de todos os países onde se fala a língua. Posso te adiantar agora dois livroso que são estudados pra interpretação: As Meninas, de Lygia Fagundes Telles; Clarice Lispector no livro da prostituta, algo que ver com estrela. -- E claro que há divisões literárias, por exemplo "Escritores Brasileiros Judeus" e daí vc estuda as obras e a vida desses escritores em particular. -- E se vc for aluna de destaque intelectual vc poderá ser escolhida pra ser entrevistada por 30 minutos na TV por um catedrático em português da universidade.
ResponderExcluirA Brown University está na mesma categoria da Hrvard University. Muitos estudantes qdo ganham bolsa de estudo pra ambas ou se o pai pode bancar qq uma das duas, muitos optam pela Brown. Assim foi John Kennedy Jr. (filho do Presidente), assim foi com o filho de George Harrison (Beatles) e tantos outros... o marido de uma amiga minha brasileira, ele escolheu fazer psicologia na Brown pq o pai dele era professor na Harvard e ele não queria estudar onde o pai lecionava. Agora tenho de ir... ax^pra vc!
Na hora de procurar um orientador, ache alguém com quem vc se identifique. Tá cheio de catedrático de ego inflado que vai achar que esta te fazendo um favor por te orientar, fuja desses caras.
ResponderExcluirMuito boa sorte, meta a cara nos livros e divirta-se!
Lola, adorei esse post. Tbm passei agora na faculdade, e adivinha... Estudo na UFC, pertinho de vc, na comunicação social! Qualquer dia desses eu vou te procurar... Amo seu blog, quase nunca comento, mas leio religiosamente todo dia!
ResponderExcluirEu tb sou formada em Letras e tb fui bolsista do Pro Uni. Hoje leciono na Rede Municipal de São Paulo, e como não tive um segundo idioma na minha graduação, começarei o curso de Inglês agora em Abril para poder fazer mestrado e dar aula em faculdade assim como a diva Lolinha rs.
ResponderExcluirÉ isso aí garota. Tive sorte de ter uma orientadora Maravilhosa chamada Cristina Torres (ela leciona na PUC, procure por ela, (a maior especialista em Clarice Lispector do Universo rs) e uma banca examinadora que me avaliou pelo conjunto da obra, pois minha monografia foi o resultado dos anos de curso. Não queira ser a melhor aluna da sala, pois isso causa empatia imediata (conhecimento de causa), mas seguindo as dicas da Lola, creio que vc se sairá muito bem. Bêj.
Não queira ser a melhor aluna da sala, pois isso causa empatia imediata (conhecimento de causa), mas seguindo as dicas da Lola, creio que vc se sairá muito bem. --Sueli Alves
ResponderExcluirVocê quis dizer antipatia? Empatia é qdo a gente se identifica com @ outro@... Empatia é um sentimento positivo.
on another subject... The Monkeys
ResponderExcluirthey say the guy had a heart attack... read on:
"He was a vegetarian, and there was not an ounce of fat on the guy," Jacobson said. "He lived on the beach in Florida and ran miles every morning. This is the last person I expected this to happen to. He couldn't have been in better shape." The diminutive vocalist and actor sang lead on the musical group's hits such as "Daydream Believer" and "A Little Bit Me, A Little Bit You."
http://www.cnn.com/2012/02/29/showbiz/obit-davy-jones/index.html?hpt=hp_t2
Ih Lola, eu só to me envolvendo com a política, estou no CA, num grupo de extensão, tenho certo envolvimento com o movimento estudantil, e vou fazer um curso de formação feminista, mas estudar que é bom, e estudar matérias do meu curso que seria melhor ainda, não to nem passando perto
ResponderExcluirEu gostaria de saber para quê serve estudar letras, literatura e essas coisas. Tipo assim, que tipo de coisa uma pessoa formada nisso vai produzir.
ResponderExcluirEu tenho a imagem que essas pessoas são totalmente dependentes do governo pois é algo para funcionário público, tipo professor ou pesquisador da área.
Por exemplo, o engenheiro civil faz casas, o arquiteto faz casas mais bonitas, o engenheiro eletrônico faz os celulares funcionar sem problema. Os médicos curam as pessoas, os cômicos contam piadas, os jornalistas escrevem jornais.
Mas o que produz uma pessoa formada em letras? O que produz uma especialista em literatura estrangeira?
Anônimo, vc deve ter ouvido falar que muitos profissionais das áreas que vc considera úteis também são professores, pesquisadores e funcionários públicos. Um médico que "cura pessoas", como vc diz, e trabalha no SUS, também é, pela sua lógica, "totalmente dependente do governo". Pessoas de todas as áreas possíveis e imagináveis trabalham pro Estado.
ResponderExcluirAgora, o que fazem as pessoas que fazem Letras, Filosofia, Sociologia e outras áreas que "não produzem nada"? A gente PENSA, pra que as pessoas que creem que conhecimento pode ser medido com uma régua não tenham que se preocupar em pensar.
Anônimo, vc gostaria de saber para quê serve estudar letras, literatura e essas coisas. Tipo assim, que tipo de coisa uma pessoa formada nisso vai produzir.
ResponderExcluirVamos lá pra te tirar dessa agonia intelectual, apenas um e outro exemplo. Todo cientista teve um professor ou uma professora que estudou Letras. Para o cientista comunicar o que ele pensa, ele precisa escrever de forma clara e objetiva e isso ele aprendeu com um professor/a que estudou Letras.
Aravés do estudo da Literatura um estadista vai entender melhor História e poderá melhor entender seu povo e outros povos; assim o estadista estará melhor preparado pra governar.
Sabe aquele promotor batuta que conseguiu convencer o jurado e o juiz a condenarem o cara que quebrou o braço de uma moça numa danceteria? O promotor e o juiz são funcionários públicos e tiveram bons professores da área das humanas, como Letras por exemplo. Sabe aquele político honesto trabalhor contra a corrupção pra quem vc votou e foi eleito? Ele é funcionário público e não teria chegado onde chegou sem bons professores formados em Letras.
Sabe como eu descobri o trabalho do avô e do tio de Charles Darwin? Qdo, lendo o romance "A Nascente", de Ayn Raynd (russa naturalizada americana), ela citou Spencer num nos capítulos do livro e eu fui pesquisar quem foi Spencer e descobri que ele foi influenciado por Darwin avô e uma coisa puxa outra eu estava embrenhada na área da Ciência Evolutiva... na vida de Darwin e nos equívocos sobre DArwin que pululam ideias de religiosos... isso porque quem se interessa por Letras gosta de ler e por aí vai. Ser escritor tem a ver com aprecias Letras. É o caso de Victor Hugo, Émile Zola, Tolstoy, Machado de Assis, Ruy Barbosa, Stephen King, Jean-Paul Sartre, Simone De Beauvoir, Trotsky, GG Márquez, Isabel Allende, Érico Veríssimo, Jorge Amado, Françoise Sagan, Jodie Foster (atriz americana formada em Letras, precisamente Literatura Freancesa) ... bem, citei uns mais conhecidos dos leitores brasileiros que apreciam LETRAS de uma ou outra forma.
O que um profissional na área de Letras vai produzir? Vai produzir gente melhor letrada... provavelmente vc faltou nas aulas relacionadas a Letras e conseguiu passar de ano por um milagre ou pela deficiência de um ensino que deu emprego a quem não levou a sério o curso de Letras e te aprovou.
Prossigo ou vc já se sente esclarecido/a pra quê serve estudar letras e o que quem estuda Letras produz?
Esqueceu do conselho principal: cuidado com as festas de faculdade.
ResponderExcluirConcordo com o alerta sobre festas de faculdades, um perigo para as calouras do primeiro ano. Aonde estudo tem grupos organizados para oferecer drogas aos calouros e para cada novo viciado eles ganham alguma coisa do traficante que atende o campus.
ResponderExcluirLetícia, Parabéns. Curta muito seu curso de Letras. Procure experimentar áreas diferentes. Letras tem duas grandes áreas, que são bastante distintas: Linguística e Literatura. E dentro de cada àrea dessa há muitas coisas. De algumas vc vai gostar muito, outras não vão ser boas. Procure dar uma chance a coisas diferentes para saber o que vc realmente gosta.
ResponderExcluirSe conseguir, procure fazer iniciação científica. É uma experiência excelente de trabalho e crescimento pessoal. Você experimenta o que é o mundo acadêmico e de pesquisa, que vai além das aulas.
Para o anônimo, e tanta gente que não sabe para que serve um profissional de Letras: a gente forma professores de português, língua, literatura. É uma das principais funções da universidade como um todo formar professores para o país. Formamos também tradutores, intérpretes, revisores, legendadores.
Mas além disso, há muitas coisas que um linguista (que é o que sou e sei explicar melhor) pode fazer. Muitos de nós trabalham com linguística computacional, fazendo programas de revisão, tradução, correção e resumo automático de textos. Há trabalhos com programas que fazem síntese de fala, para criar recursos que leiam automaticamente um texto que vc inserir. Há pessoas voltadas para a construção de dicionários (um trabalho enorme).
Há pessoas, como eu, que estudam problemas e patologias na linguagem e tentam explicar como a língua está relacionada ao cérebro e à funções mentais. Esse trabalho, além de ser de ciência de base, também ajuda a desenvolver recursos terapêuticos, diagnósticos e até pedagógicos para ajudar pessoas com afasias (perda na linguagem depois de um derrame ou acidente, por exemplo), crianças com déficit de atenção, com autismo e outras condições que afetam a linguagem.
Muitos linguistas trabalham junto a populações indígenas, preservando a língua dessas populações.
Há, enfim, um monte de atividades que um linguista pode fazer e que são muito importantes. Pena que é uma área tão desconhecida para muita gente.
Espero que apareça alguém aí da literatura para suprir a lacuna que eu deixei, já que eu não sou a pessoa mais indicada para falar.
Sei lá, mas eu sempre fico desconfortável com esse "pra que serve?", porque geralmente tem toda uma carga mercadológica por trás. Estudar língua, linguística e literatura é necessário para a manutenção e renovação da cultura, da sociedade. Uma sociedade não vive só de médicos, engenheiros, advogados, etc. Precisa de pessoas que pesquisem Machado de Assis, por exemplo. Porque faz parte da nossa cultura e nos ajuda, portanto, a entendê-la e transformá-la. Pra quem duvida, leia alguns textos do Antonio Candido, que explica bem melhor do que eu.
ResponderExcluirLola, estou em uma situação parecida com a da Letícia - acabei de entrar na faculdade, e estou adorando.
ResponderExcluirUma coisa que você me falou me chamou a atenção (e muito!) é esse negócio de grupos feministas. O que eles são? É comum ter isso nas faculdades? Como eu os acho?
É uma dúvida que tenho já há algum tempo e não encontro respostas. Como encontrar feministas? Existe algum tipo de QG? rs
Hoje mesmo vi uma pichação em um muro escrito "machismo mata" e algo envolvendo o termo "femicídio", pena que não me lembro mais de como era a frase exatamente... Fico imaginando quem são essas pessoas que se expressam de uma forma tão clara no meio urbano e, confesso, minha imaginação está adorando romantizar essas ideias! rs
Que delícia Letícia. Parabéns!
ResponderExcluirEu tbm sou caloura em Letras. Mas minha história é um pouquinho diferente.
Já passei por 3 cursos superiores, terminei 1. Tenho 33 anos e, só depois dos 30 descobri o que realmente gosto de fazer. Só depois de balzaquiana é que aceitei que amo de paixão ser professora.
Entro agora em um novo curso, toda insegura por estar em uma turma cheia de jovenzinh@s, chei@s de sonhos e energia. Mas mais madura, pronta para dessa vez fazer a coisa certa, da forma certa. Levando a sério e me dedicando.
Vamos nós garota. Bom curso pra nós duas.
Lola, você não tem ideia de como construí expectativas agora que passei na faculdade.
ResponderExcluirTambém passei no curso de letras, português e espanhol na federal aqui do Rio Grande do Sul.
Eu até tinha pensado se você poderia escrever alguma coisa sobre o curso, mas a vida tá bem corrida por aqui. E imagino como deve estar pra você...
Olha, eu passei por muita dificuldade no meu ensino médio, mas me considero um vencedor. Estou com muito medo do curso de letras, mas sei que é isso que quero fazer. Eu te admiro e (não vou puxar seu saco) quero escrever como você um dia. Já estou me esforçando pra isso.
Obrigado pelo apoio que dedica ao seus leitores, ele é muito importante a todos nós.
O Guri
Ah, e o dobro da sorte que eu tiver pra Letícia!!!!
ResponderExcluirO Guri
diquinhas praticas de quando eu era presidente do gremio:
ResponderExcluir1. pra ontem, leia o regimento interno da sua faculdade. e' pra entender as regras e descobrir coisas fantasticas do tipo como se matricular em eletivas e como conseguir creditos extras. e pra saber os prazos das coisas!
2. descubra onde e' seu colegiado e qual o metodo de comunicacao dele com os alunos - na UFMG, eles adoram um quadro de avisos. se for o caso, passe semanalmente nos quadros de aviso importantes (colegiado, secao de ensino, departamentos interessantes) e leia tudo. volta e meia tem anuncio legal de bolsa ou oportunidade, ou anuncios importantes.
3. se envolva. grupos de pesquisa, grupos de estudo, gremio (diretorio academico? so' engenharia que e' coisa de moleque que tem gremio : ), representacao estudantil. varias coisas voce vai descobrir que sao um saco e vai sair fora, mas pelo menos voce tem a chance de achar coisas legais!
4. nao tenha medo dos professores. se voce tiver professores que vc gosta, daquela materia que vc adora, bate um papo com o cara ou a cara. veja se tem alguma bolsa dando sopa. na UFMG e' razoavelmente comum o professor empregar o aluno muito interessado como voluntario, ate' que saiam mais bolsas.
5. a lola ja' falou mas eu falo de novo - compartilhe. sua nota nao depende das notas alheias, nao fica menor porque outras pessoas tiraram nota boa, e ensinar (e emprestar caderno, fazer trabalho junto) e' um otimo jeito de aprender. voce vai precisar dos seus colegas algum dia, mesmo que seja a melhor aluna da sala - e se nao precisar, melhor ainda, mas voce nao perde nada em ter ajudado.
ah! nao se esqueca de se divertir no caminho :)
Olá... Meu deus, cada dia mais apaixonado por Lola.
ResponderExcluirBom, o que dizer deste post. sou suspeito. Fiz Letras/PortuguÊs e as cadeiras que tmeos de Literatura Brasileira foi a grande responsável por minha paixão por todo tipo de literatura!!!
Amo Literatura mundial, nacional, inglesa... amo ler.
Bjs Lola
Conheço 2 pessoas que fazem na Faculdade na Insper http://www.insper.edu.br/
ResponderExcluirEles curtem bastante, eu também concordo contigo, começou faculdade, vai até o fim, no fim você acaba se ocupando com outras coisas e nunca acaba verdadeiramente um curso. Foco, isso é importante. Beijinhos!
Uhmm, que coincidência: também consegui bolsa integral pelo Pró-uni, também escolhi a Puc-Campinas, e também escolhi... Letras! Como é q nós ainda não nos encontramos? rsrs
ResponderExcluirImagina se os conselhos da Lola também não me serviram de inspiração...
Estou faz tantos anos na faculdade e ainda não consegui me formar. Perdi o foco, me droguei muito, fui às festas e não estabeleci alianças nem com os professores e nem com os colegas de turma (que aliás, já estão no mestrado). Fiquei uns aos fora da faculdade. Voltei. Entre tudo que disse também fiquei desempregada, mudei de casa várias vezes, não tive apoio familiar, tampouco foco e fibra para dar conta da faculdade e do trabalho e tarefas domésticas. Pelo menos, não engravidei no meio do caminho e agora estou em um bom emprego que me dá certa estabilidade para terminar a graduação. Acho que todos os conselhos da Lola devem ser seguidos a risca, não sou exemplo e nem pretendo ser, mas não está tarde para mim e acho que não está tarde para muita gente que não conseguiu, assim como eu, trilhar o caminho da excelência acadêmica.
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