Semana passada recebi convite para participar de um painel na II Semana Direito e Gênero da Universidade de Brasília. O painel será “Estupro não tem graça: Repensando o simbolismo no humor”. Fiquei super honrada com o convite e já o aceitei, e dia 28 de junho estarei em Brasília para uma palestra. Mas ainda não sei direito o que apresentar. Queria pedir dicas preciosas suas, minhas queridas leitoras e leitores. Por exemplo, tirando a piada absolutamente hilária do Rafinha Bastos (“Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço”), você conhece alguma outra piada de estupro? Se conhecer, por pior que seja — e não se acanhe, porque vai ser difícil competir com a do Sr. Bastos —, conte aqui nos comentários (ok, vai ser uma triste caixa de comentários, eu sei).
Claro, quanto à pergunta do título, a resposta chega com outra pergunta: “engraçadas pra quem?”. Rafinha nunca foi estuprado, nem nunca parou pra pensar que mulheres (e crianças, e homens) são estupradas cotidianamente. É provável que seu público-alvo tenha essa mesma mentalidade que já ouvi de um leitor aqui no blog: “O quê que tem ser estuprada? É só sexo! Eu gostaria de ser estuprado por um bando de gostosas!”. Talvez vivendo num mundo de fantasia desses, em que estupro é só sexo e alegria, sem nada de violência, dor, humilhação, subordinação, dê pra pensar que estupro é hilário. Em outras palavras, parece que estupro só pode ser engraçado se não for estupro.
Eu parto da hipótese que há certos temas que são terríveis demais para serem engraçados, e estupro é um deles. Mas e se de repente o alvo da crítica numa piada sobre estupro não fosse a vítima (no caso do Rafinha, a mulher feia que teve a oportunidade de fazer sexo), e sim o estuprador, ou o estupro em si?
Tipo: aqui tem um vídeo de stand-up do Louis CK, em que ele fala de quando tinha 20 anos e saiu com uma garçonete. Enquanto eles estavam se beijando, Louis tentou colocar a mão nos seios dela, e ela não deixou, e ele fez o que qualquer pessoa consciente faria, que é respeitar os desejos d@ parceira. Mas no dia seguinte, a moça diz pra ele que lamenta que eles não tenham transado e que gosta que um homem continue e force o sexo, apesar da sua negativa. A reação dele: “What are you, out of your f*cking mind?!”. Ele não vê estupro como algo aceitável. Em compensação, nessa outra routine Louis diz que, se tivesse uma máquina do tempo, voltaria ao passado não para matar, mas para estuprar Hitler. E faz piada em cima do trauma de vítimas de estupro.
Num show bem conhecido chamado “Sick and Tired”, Wanda Sykes fala de como seria ótimo se nós mulheres tivéssemos uma “vagina removível”. Assim, se a gente quisesse sair à noite, e se um maníaco nos atacasse, poderíamos dizer “Deixei em casa. Não tenho nada de valor aqui comigo”. Ela fala de toda a liberdade que teríamos: poderíamos até visitar ídolos do esporte às duas da manhã no seu quarto de hotel! (Quando a gente ativa a nossa schemata, o nosso conhecimento prévio, pra compreender que ela está falando de casos de estupro que aconteceram nessas circunstâncias, a piada fica bem menos engraçada).
Há também um vídeo famoso (e infame) do South Park em que George Lucas e Spielberg estupram Indiana Jones à maneira de Acusados e Amargo Pesadelo. Apesar de eu gostar pacas de South Park às vezes, o vídeo em questão eu achei horrível, quase impossível de assistir. Mas deve ter gente que considerou genial esse chiste de como os produtores estariam “explorando a franquia” do arqueólogo aventureiro.
Ontem fiquei deprimida ao entrar num fórum antigo, em inglês (foi o primeiro item a aparecer no Google quando eu digitei rape jokes), em que rapazes tentavam provar que sim, piadas de estupro podem ser divertidas. Na época em que o fórum estava ativo, um cara chegou lá e disse que não havia nada de engraçado num tema desses, já que sua namorada havia sido estuprada. A reação de todos os outros participantes do fórum não foi de empatia. Foi de zombar do cara e de dizer que a namorada adorou ser estuprada, e provavelmente mereceu. Isso, my friends, é a cultura de estupro de que nós feministas tanto falamos. Uma cultura em que estupro é visto como algo tão natural e inevitável que, se você pesquisar “menina estuprada pelo pai” numa busca da internet, vai encontrar um monte de vídeos pornôs com essa trama. E nenhum link pra um centro de apoio para uma menina que realmente tenha sofrido essa violência e esteja procurando ajuda.
Do fórum dos rapazes que riem de estupro peguei duas “piadas” (muitas, muitas aspas). Perceba como, nesta primeira, não basta ser misógino -- vamos aproveitar logo e fazer um combo de preconceitos (anota aí, Rafinha, pra usar no seu show):
"Como estuprar uma mulher negra?”
"Do mesmo jeito que se estupra qualquer outra mulher, mas pensando que ela é branca”.
E esta. A gente precisa acessar nosso conhecimento prévio pra entender o troço. O que acessamos pra rir?
Um homem e uma garotinha estão andando numa floresta à noite e a garotinha fala pra ele: “É assustador aqui”. O homem olha pra ela e responde: “Você está assustada? E eu, que vou ter que sair daqui sozinho?”
E aí que está. A gente tem esse conhecimento prévio de sobra. A gente vê notícias em que casos como um homem estuprando e matando uma garotinha são comuns. Dezenas de mulheres em todo o mundo são violentadas e mortas todos os dias, em geral por conhecidos e homens de confiança. Muitas de nós temos experiências de quando fomos estupradas, ou de quando conseguimos escapar por pouco de um estupro. E isso tira toda a graça.
Eu não sei. Talvez uma ou outra piada sobre estupro pudesse ser engraçada se o assunto fosse levado mais a sério pela sociedade. Se tanta gente não achasse que estupro é sexo e, assim, uma bela chance pra uma mulher feia tirar o atraso. Se tanta gente não achasse que a vítima quis. Ou que a vítima provocou. Ou que a vítima bebeu demais. Ou que só estranhos numa rua deserta à noite cometem estupro. Se tanta gente não visse essas idiotices como verdades absolutas, ou seja, se estupro não fosse algo tão corriqueiro na nossa sociedade, quem sabe a gente pudesse rir de piadas sobre o tema. Ou não.
E aí eu volto a achar que quem é capaz de fazer piada de estupro, ou de rir de piada de estupro, é só quem está lá num mundo distante, do alto do seu privilégio, em que estupro não faz parte da realidade. Em que estupro é só uma mera fantasia sexual.
Claro, quanto à pergunta do título, a resposta chega com outra pergunta: “engraçadas pra quem?”. Rafinha nunca foi estuprado, nem nunca parou pra pensar que mulheres (e crianças, e homens) são estupradas cotidianamente. É provável que seu público-alvo tenha essa mesma mentalidade que já ouvi de um leitor aqui no blog: “O quê que tem ser estuprada? É só sexo! Eu gostaria de ser estuprado por um bando de gostosas!”. Talvez vivendo num mundo de fantasia desses, em que estupro é só sexo e alegria, sem nada de violência, dor, humilhação, subordinação, dê pra pensar que estupro é hilário. Em outras palavras, parece que estupro só pode ser engraçado se não for estupro.
Eu parto da hipótese que há certos temas que são terríveis demais para serem engraçados, e estupro é um deles. Mas e se de repente o alvo da crítica numa piada sobre estupro não fosse a vítima (no caso do Rafinha, a mulher feia que teve a oportunidade de fazer sexo), e sim o estuprador, ou o estupro em si?
Tipo: aqui tem um vídeo de stand-up do Louis CK, em que ele fala de quando tinha 20 anos e saiu com uma garçonete. Enquanto eles estavam se beijando, Louis tentou colocar a mão nos seios dela, e ela não deixou, e ele fez o que qualquer pessoa consciente faria, que é respeitar os desejos d@ parceira. Mas no dia seguinte, a moça diz pra ele que lamenta que eles não tenham transado e que gosta que um homem continue e force o sexo, apesar da sua negativa. A reação dele: “What are you, out of your f*cking mind?!”. Ele não vê estupro como algo aceitável. Em compensação, nessa outra routine Louis diz que, se tivesse uma máquina do tempo, voltaria ao passado não para matar, mas para estuprar Hitler. E faz piada em cima do trauma de vítimas de estupro.
Num show bem conhecido chamado “Sick and Tired”, Wanda Sykes fala de como seria ótimo se nós mulheres tivéssemos uma “vagina removível”. Assim, se a gente quisesse sair à noite, e se um maníaco nos atacasse, poderíamos dizer “Deixei em casa. Não tenho nada de valor aqui comigo”. Ela fala de toda a liberdade que teríamos: poderíamos até visitar ídolos do esporte às duas da manhã no seu quarto de hotel! (Quando a gente ativa a nossa schemata, o nosso conhecimento prévio, pra compreender que ela está falando de casos de estupro que aconteceram nessas circunstâncias, a piada fica bem menos engraçada).
Há também um vídeo famoso (e infame) do South Park em que George Lucas e Spielberg estupram Indiana Jones à maneira de Acusados e Amargo Pesadelo. Apesar de eu gostar pacas de South Park às vezes, o vídeo em questão eu achei horrível, quase impossível de assistir. Mas deve ter gente que considerou genial esse chiste de como os produtores estariam “explorando a franquia” do arqueólogo aventureiro.
Ontem fiquei deprimida ao entrar num fórum antigo, em inglês (foi o primeiro item a aparecer no Google quando eu digitei rape jokes), em que rapazes tentavam provar que sim, piadas de estupro podem ser divertidas. Na época em que o fórum estava ativo, um cara chegou lá e disse que não havia nada de engraçado num tema desses, já que sua namorada havia sido estuprada. A reação de todos os outros participantes do fórum não foi de empatia. Foi de zombar do cara e de dizer que a namorada adorou ser estuprada, e provavelmente mereceu. Isso, my friends, é a cultura de estupro de que nós feministas tanto falamos. Uma cultura em que estupro é visto como algo tão natural e inevitável que, se você pesquisar “menina estuprada pelo pai” numa busca da internet, vai encontrar um monte de vídeos pornôs com essa trama. E nenhum link pra um centro de apoio para uma menina que realmente tenha sofrido essa violência e esteja procurando ajuda.
Do fórum dos rapazes que riem de estupro peguei duas “piadas” (muitas, muitas aspas). Perceba como, nesta primeira, não basta ser misógino -- vamos aproveitar logo e fazer um combo de preconceitos (anota aí, Rafinha, pra usar no seu show):
"Como estuprar uma mulher negra?”
"Do mesmo jeito que se estupra qualquer outra mulher, mas pensando que ela é branca”.
E esta. A gente precisa acessar nosso conhecimento prévio pra entender o troço. O que acessamos pra rir?
Um homem e uma garotinha estão andando numa floresta à noite e a garotinha fala pra ele: “É assustador aqui”. O homem olha pra ela e responde: “Você está assustada? E eu, que vou ter que sair daqui sozinho?”
E aí que está. A gente tem esse conhecimento prévio de sobra. A gente vê notícias em que casos como um homem estuprando e matando uma garotinha são comuns. Dezenas de mulheres em todo o mundo são violentadas e mortas todos os dias, em geral por conhecidos e homens de confiança. Muitas de nós temos experiências de quando fomos estupradas, ou de quando conseguimos escapar por pouco de um estupro. E isso tira toda a graça.
Eu não sei. Talvez uma ou outra piada sobre estupro pudesse ser engraçada se o assunto fosse levado mais a sério pela sociedade. Se tanta gente não achasse que estupro é sexo e, assim, uma bela chance pra uma mulher feia tirar o atraso. Se tanta gente não achasse que a vítima quis. Ou que a vítima provocou. Ou que a vítima bebeu demais. Ou que só estranhos numa rua deserta à noite cometem estupro. Se tanta gente não visse essas idiotices como verdades absolutas, ou seja, se estupro não fosse algo tão corriqueiro na nossa sociedade, quem sabe a gente pudesse rir de piadas sobre o tema. Ou não.
E aí eu volto a achar que quem é capaz de fazer piada de estupro, ou de rir de piada de estupro, é só quem está lá num mundo distante, do alto do seu privilégio, em que estupro não faz parte da realidade. Em que estupro é só uma mera fantasia sexual.
Por sorte, não conheço nenhuma piada de estupro, aliás, o Rafinha Bastos foi o primeiro babaca que ouvi fazer piada com esse tema hediondo no Brasil. Pura sorte, eu sei.
ResponderExcluirNessas horas dá vontade de pegar esse povo que acha que estupro é piada, que é sexo, que é legal, fantasia sexual etc e estuprá-los para terem empatia, mas meu humanismo é contra isso...
Olá, Lola. Meu nome é Marina e tenho lido seu blog todos os dias. Felizmente, não sei nenhuma piada com estupro e, infelizmente, não vou poder te ajudar. Mas hoje moro no Japão e aqui a questão do assédio sexual é bastante séria. Escrevi um pouco sobre isso no meu blog (http://coresamoreseafins.blogspot.com) e ficaria feliz se você desse uma olhada. Beijo e parabéns, seu blog é show!
ResponderExcluirLola, Nao tenho dúvidas que piadas sobre estupro não são engraçadas, só denotam a falta de respeito pela mulher e a apologia à violência. Assim, a mim, são sempre sem graça... Há um texto de Freud sobre os chistes... Os chistes e sua relação com o inconsciente, foi publicado em 1905. Nele Freud aborda os chistes, seus vários mecanismos, associando-os aos do sonho- condensação e deslocamento- e à própria neurose. Acho interessante para embasar o porquê não se trata apenas de falta de humor e sim excesso de preconceito... Sugiro ainda o filme Não se mova! palco para muita discussão sobre a complexidade do tema que vai abordar... Ah! Sou sua fã e admiradora de suas ideias, escritos, mentezinha fértil e criativa, militância exemplar...
ResponderExcluir: )
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirexperimenta esta de Jon La Joie, que faz PIADAS bastante machistas também, e que poderá servir-te para futuras referências quando falares de piadistas que odeias (eu pessoalmente gosto dele)
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/user/jonlajoie#p/a/u/0/-ME8owgVBWU
Te falar que eu custei a entender a "piada" sobre a menininha na floresta, que dirá achar graça disso.
ResponderExcluirEu conheço um monte de piadas de humor negro e as vezes faço algumas pesadas.
ResponderExcluirMas de estupro, nunca achar graça nenhuma...
E Lola, acho que as que vc apresentou no post ja dão base para muita discursão.
Os homens parecem que só vão entender que estupro não tem graça, não é divertido, não é coisa banal, quando as mulheres começarem a sair em grupos (porque, infelizmente, em geral, na força física nós perdemos. Se bem que uma arma de choque pode resolver o problema) e com vibradores nas mãos para atacar qualquer um que esteja bêbadO, não se vista adequadamente (calça listrada e camisa xadres?), esteja sozinhO e... o que mais? Ah, sim, e respire...
ResponderExcluirBeijos.
Lola,
ResponderExcluirEu cedo a sabedoria de George Carlin nessa questão. Ele nos lembra que a questão inteira é aonde está o exagero da piada. Se o contexto é um de justificação do estupro ou de culpar a vítima, é óbvio que não será engraçado. Mas em outros contextos é possível que seja.
Sugiro post do Suza sobre o tema http://www.suza.com.br/?p=2319 . Tem um vídeo da piada do Carlin no Youtube http://www.youtube.com/watch?v=VcFryjunIjw , procurarei uma tradução e trarei para cá.
Bom, eu pelo menos não conheço piadas de estupro, e se ouvisse alguém contando, ficaria muito enojada. Pra rir dessa piada, só nunca ter passado por isso, nem sofrer a ameaça desse horror. Ou seja, homens brancos héteros ou no mínimo, homens héteros. Uma mulher, uma travesti, um homossexual sempre tem a ameaça de sofrer o estupro, e esse medo é constante.
ResponderExcluirNão é a toa que muitas mulheres já estão aprendendo artes marciais e técnicas de auto-defesa, o que pelo menos pode aumentar as chances de defesa nesse caso. Camisinhas anti-estupro, spray de pimenta, stun guns são apenas alguns dos artigos que são parte de um nicho de mercado resultado do pânico constante de estupro.
Farei o possível para ir te conhcer, Lola. Afinal, moro em Brasília. Deve ser uma semana com muitos eventos, porque a II Jornada de Romances Gráficos é na mesma semana.
ResponderExcluirLola, conheci seu blog através da minha namorada, leitora assídua sua. Tornei-me eu mesmo frequentador habitual de suas páginas e aprendo muito com elas. Recomendo sempre.
ResponderExcluirE sim, eu tenho uma rape joke famosa, retirada do filme O Homem Invisível (Hollow Man, 2000), contada pelo personagem do Kevin Bacon minutos antes de se submeter a um experimento que o transformará no vilão do filme.
A piada pode ser assistida aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=qGBr-QEdjwE
O diálogo do filme, direto do IMDb:
http://www.imdb.com/title/tt0164052/quotes?qt=qt0191667
Para quem não saca inglês, uma versão dela em português.
http://www.piadasdodia.com.br/mostrapiada.asp?id_piada=313
Os respectivos comentários são prato cheio...
ERRATA:
ResponderExcluirO nome do filme em português é "O Homem Sem Sombra".
Lola,
ResponderExcluirNem sei se conheço piadda sobre estrupo, afinal a gente acaba deletando certas coisas, mas essa do Lobo Mau me parece que tem um sentido invertido...
" Se é para ser estrupada, que seja pelo Lobo Mau, ele te vê melhor, te escuta melhor, e ainda te come melhor!"
Bj
PAola
Lola vale a biblia?
ResponderExcluirDeuteronômio 22:23 Se houver moça virgem desposada e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, 24 trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis até que morram: a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo
Quem cala consente. Estupre uma muda e seja feliz.
ResponderExcluirAronovich:
ResponderExcluirDesculpe-me o fora do tópico mas eu me lembro que você fez uma grande torcida para a eleição da Dilma.
Por isso vale ressaltar a atitude maravilhosa atitude de respeito dela para com a obra do Fernando H. Cardoso, não importando se ele é da oposição ou não. É assim que eu achava que nós da esquerda seríamos. Diferentes, porém honrados e dignos a ponto de reconhecer que fizemos muito, mas pegamos várias coisas já feitas e que foi o que nos alavancou.
O Lula, pra minha decepção não teve essa atitude tão bonita que, em minha opinião, sujou um pouco sua biografia.
O que a Presidenta Dilma fez só a engrandece como líder do nosso País e me faz ter orgulho de pertencer uma esquerda digna.
Parabéns Presidenta!
Segue abaixo a carta da Dilma.
“Em seus oitenta anos há muitas características do Senhor Presidente Fernando Henrique a homenagear.
O acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica.
Mas quero aqui destacar também o democrata. O espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de hoje.
Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo como força motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira em seus oito anos de mandato.
Fernando Henrique foi primeiro presidente eleito desde Juscelino Kubitschek a dar posse a um sucessor oposicionista igualmente eleito.
Não escondo que nos últimos anos tivemos e mantemos opiniões diferentes, mas, justamente por isso, maior é minha admiração por sua abertura ao confronto franco e respeitoso de idéias.
Querido Presidente, meus parabéns e um afetuoso abraço!”
Lola;
ResponderExcluirA coluna "Page no found" do Globo tem um post que é uma beleza:
http://goo.gl/Da3ed
A garota recebeu uma bolada por conta de um processo de assédio sexual - e o colunista botou lá a foto da moça numa fantasia de maiô, asas e meia arrastão. Então. Deu sorte, a moça. Ganhou uma bolada porque o chefe ejaculou nela - mas então, com aquelas roupas? Ela queria o quê?
Já olhou este site?
ResponderExcluirhttp://www.piadalegal.com.br/piadas/?busca=estupro
Lamentável!
ADENDO:
ResponderExcluirNão me lembrava disso, mas procurando no YT achei cenas de abuso feminino e estupro por parte do personagem do Kevin Bacon no mesmo filme. Na certa o diretor explorou o imaginário popular acerca de um homem (e o gênero é importante aqui) invisível. Alguém que não pode ser visto consequentemente não pode ser punido. Como já sabemos muito bem que a impunidade é um incentivo para o crime, o monstro do filme ataca sua vítima. Revendo agora percebi como a cena é perturbadora.
Recomendo cautela ao assistir, sobretudo o segundo vídeo, que tem comentários do diretor Paul Verhoeven, que explica porque removeu a cena do filme na sua montagem final, e mostra o final assustador dela, que complementa o primeiro vídeo que foi cortado justamente na parte do ataque. Assistam por conta e risco.
Início e meio da cena:
http://www.youtube.com/watch?v=bIcgGEHzs90
Final da cena mais comentários:
http://www.youtube.com/watch?v=DB6LvJjbuwQ
Mais uma vez, comentários e estatísticas do site são uma boa fonte de dados e observações.
- - -
Desculpe, Lola. Minha primeira participação no seu blog e já cheguei com os dois pés na porta... ¬¬
Minha ex-namorada tornou-se cadeirante (atualmente anda com ajuda de uma muleta) após pular de uma janela de um prédio para fugir de um estupro. Ela tem pesadelos horríveis até hoje. Muitos a culpam... a história é longa. As pessoas enchiam de perguntas, não só sobre com caso – que ganhou projeção no Estado-, mas também como era fazer sexo com uma deficiente física.
ResponderExcluirEu não conheço nenhuma piada sobre estupro. Infelizmente não poderei ajudar com isso, mas concordo com o Lord Anderson que no quesito piadas as que tem nos texto já são suficientes. Devo dizer que bolei com a apssagem bíblica que a Niemi postou.
ResponderExcluirO que eu penso sobre o estupro é que tod@ machista se sente na obrigação de provar que este tipo de ser é o verdadeiro rei da selva e para eles, tudo que é ou se mostra de alguma forma feminino é condenável.
Alguém me explique melhor: piadas sobre a morte ou o tal humor negro pode ser rido; piadas sobre políticos e famosos pode ser rido; acidentes reais com pessoas a partirem os cornos que embora depois provoquem comoção primeiro provocam riso podem ser rido; piadas sobre gays só podem ser rido por gays e feito por gays; sobre os pretos, idem; sobre os judeus, a mesma coisa; sobre os portugueses, sim; sobre deus, pode; sobre Mohamed, não, para não explodirem a tua casa; mas piada sobre estupro, não, credo!, estupro é sagrado e de mau gosto. Pode-se rir de quem caia e parta os cornos, ou de pegadinhas que provocam ataque de coração, mas não de um conto irrisório para provocar riso?
ResponderExcluirO estupro é, por acaso, de mais mau gosto do que a morte?
E o que pensam fazer das piadas sobre o estupro?, criminaliza-las? Quer dizer, defendem a liberdade só quando é conveniente. 90% das piadas pode ofender a alguém, lembrem-se disso, e uma piada é uma ofensa só quando visa directamente a pessoa.
Uma piada de estupro: lembram-se do cartaz que chamava o bruno para violar a dilma?
O que eu peço, visto que a maioria não conhece, nunca ouviu, e nem conta piadas de estupro é que fizessem uma lista de piadas aconselháveis ou mesmo de piadas piadas proibidas, um dez mandamentos ou 99.
Olha, sendo bem honesto, como homem percebo o quanto o movimento "feminista" tem pouca expressão justamente por ser, em muitos aspectos, centrado na figura masculina, no comportamento masculino, na hipocrisia masculina.
ResponderExcluirTenho uma visão muito crítica do papel feminino na educação familiar, ainda muito pregnante e instituidor de valores.
Quando vejo muitas mulheres machistas, exigindo determinadas atitudes "masculinas", praticamente outorgando uma personagem "viril, provedora, gentil..." todos os cânones pós era puritana do conceito "masculino" me pergunto, antes de mais nada se "esses valores, que em grande medida receberam de suas mães" são os mesmos que ensinam ou ensinarão à seus filhos.
Se pensam em educá-los para agirem de forma respeitosa para com as outras mulheres ou se acham que seu dever de mãe e educadora se restringe ao "ser provedora de carinho". Ou seja, acho que a fraqueza da mulher reside NA PRÓPRIA mulher que não só nos confunde, como homem que digo, com suas demandas "feministas modernas" e exigências de antigos sistemas castrativos e machistas de comportamento masculino.
Vejo um perfeito exemplo em casa mesmo, vivo cercado por um mundo totalmente feminino, ao todo 7 mulheres e vejo determinadas imposições comportamentais e opiniões, isso ao longo de 3 gerações bem distintas, que remontam às mesmas visões, ligeiramente modernizadas, e conceitos de "masculinidade x feminilidade".
Nunca as ouvi dizer impropérios como "essa mulher mereceu isso ou aquilo", mas com constância vejo juízos de valores, críticas mordazes e desnecessárias à modelos de comportamento femininos "degradantes" assim considerados por elas, assim como em especial minha mãe, uma pessoa muito lúcida, brilhante, inteligente e extremamente moderna, apesar da idade que tem, comentários como "Se ela foi a um motel com o cara o que mais ela esperaria dele? beijinho e tchau?" ao meu ver evidenciam o caráter "julgatório" que muitas vezes não leva em conta "factos" mas sim suposições.
Sendo assim, sobre a questão do estupro, não vejo exemplos de machismo "do merecimento" por parte das mulheres da minha casa, mas vejo uma certa omissão e uma "escolha criteriosa" pelos "factos", atitude muito diferente da que vejo quando aparecem mulheres seminuas em atitudes eróticas na televisão, essas parecem maria madalena, só não são mais apedrejadas porque faltam pedras.
Sendo assim, vejo muito do universo machista de que tanto reclamam incutido no imaginário, no agir e no comentar feminino, diáriamente. Por ser um homem tenho uma visão bem diferente, acredito eu, não querendo ser sexista.
Vejo que ao longo da trajetória feminina em busca de seus direitos houveram conquistas graças à mudanças de pensamento de AlGUNS homens, o que na minha visão embaralha um pouco essa estúpida postura de "união feminina".
Quando dizem que o homem ainda comanda a sociedade, não é uma mentira, mas também é o homem educado civica e socialmente consciente que propicia a mudança e a garantia de direitos de outros grupos (não só o feminino, um dos mais prejudicados pelo machismo arcaico Brasileiro), sendo assim, é o que sempre peço para as mulheres que conheço ao longo da minha vida, eduquem seus filhos para serem pessoas, acima de tudo, compreensivas com a diferença, respeitosos para com a mulher e não julgatórias. Porque só assim vejo que é possível terminar com este ciclo e circo dos horrores que é o machismo feminino E masculino no nosso país.^^
lola, aqui no rio saiu uma matéria de capa da revista da tv dp jornal o globo, ontem, domingo. a sua história com o tas é mencionada logo no início e tal. bom, mas o que eu queria dizer é o seguinte: na capa da revista há fotos de humoristas fazendo caretas e tal. TODOS são homens e brancos. vendo a wanda sykes, brilhante no texto e na prosódia, sinto inveja dos estadunidenses. aquela sociedade é nojenta, mas conseguiu produzir as contra-vozes. aqui, simplesmente não temos. quando temos mulher, fazem humor vestidas de homem (como na propaganda da bombril, ou no cqc). pretos, são poucos, e mulheres pretas, não existem. aí é mole fazer piada de estupro e dizer que é engraçado.
ResponderExcluirlola, aqui no rio saiu uma matéria de capa da revista da tv dp jornal o globo, ontem, domingo. a sua história com o tas é mencionada logo no início e tal. bom, mas o que eu queria dizer é o seguinte: na capa da revista há fotos de humoristas fazendo caretas e tal. TODOS são homens e brancos. vendo a wanda sykes, brilhante no texto e na prosódia, sinto inveja dos estadunidenses. aquela sociedade é nojenta, mas conseguiu produzir as contra-vozes. aqui, simplesmente não temos. quando temos mulher, fazem humor vestidas de homem (como na propaganda da bombril, ou no cqc). pretos, são poucos, e mulheres pretas, não existem. aí é mole fazer piada de estupro e dizer que é engraçado.
ResponderExcluirHoje eu aprendi que todos os direitos das minorias foram conquistados pela bondade dos opressores. Os negros não se rebelaram contra a escravidão, os sinhozinhos que nos libertaram gentimlmente. As mulheres não se voltaram contra o machismo pra conquistar direitos, as conquistas feministas são concessões masculinas. E os homossexuais? Nem estão lutando pela PL122, os religiosos é que vão conceder esse favor. Ah vá!
ResponderExcluirPrepotência e megalomania macha rules.
Bom, eu conheço duas:
ResponderExcluir- Papai, papai, o Juquinha me estuprou!
- Meu Deus! Quando foi isso?
- Ontem, hoje e amanhã às duas!
e a outra:
O garotinho de seis anos foi acusado de estuprar a empregada. No julgamento, o juiz, ao ver a vítima, pergunta:
- Mas minha senhora, como um garotinho daqueles pode tê-la estuprado?
E a mulher, chorando:
- Ele me jogou no chão, subiu num balde, e aí... e aí...
Nisso, a advogada do réu, indignada, baixa as calças do moleque e pega o bilau e, balançando, diz:
- Isso é um absurdo, meretíssimo! Como uma coisinha dessas ia fazer mal a uma mulher desse tamanho?
E o moleque, sussurrando:
- Doutora, pára com isso se não a gente perde a causa!
Lamento, mas enviei a pedidos... Registro que, quando as ouvi, há vários anos, ri das mesmas. Só depois de conhecer este blog e repensar muitos dos meus conceitos e pré-conceitos é que já não me parecem dignas de apreciação...
Oi Lola
ResponderExcluirAcredito que, em tese, não há TEMA que não possa ser alvo de piada. Embora num tema delicado como esse, seja difícil imaginar alguma que tenha graça. A grande questão, acredito, é QUEM e COMO é objeto da piada. Basta lembrar comediantes negros como Wanda Skyes e Chris Rock, e suas piadas sobre raça que, na verdade, expõem o racismo ao ridículo. Por isso considero tanto limitador debater se determinado TEMA, em ABSTRATO, pode ou não ser tratado com humor. A sensibilidade ao contexto é essencial. Por isso acho seu esforço aqui válido - tentar encontrar exemplos concretos. Dos aqui apresentados, a da Wanda Skyes me parece apontar na direção - embora a violência que vem a mente - lembrada ATRAVÉS da piada - torne mais difícil rir, a não ser um riso meio sofrido. O que é bem diferente, contudo, de a "piada" ser em si ofensiva, como no infeliz caso do Gentilli. E se não é de todo necessário que o lugar de fala de quem profere a piada seja o da potencial vítima que reverte a situação (negros, gays, mulheres), isso ajuda a explicitar a reversão operada, e alguém que busque fazer o mesmo sem esse recurso deveria quadruplicar a cautela. De toda forma, acho que uma exploração bem feita do humor, que ridicularize a opressão e o opressor, sendo portanto politicamente subversiva, desafiando o status quo, pode ser uma ferramente importante, embora de difícil manejo, nas lutas por reconhecimento.
Abraço
Guilherme
PS: Espero te ver aqui na UnB!
Ai Lola acabo de chegar do salão de beleza, que costumava freqüentar, e obviamente não vou mais depois do que escutei La dentro, sem exagero n sei como não vomitei, uma senhora que inclusive tem dois filhos, era quem me atendia, quando disse a ela q havia participado da marcha das vadias , ela estranhou e disse que nem sabia do que se tratava, quando tentei explicar a ela, inclusive citando o policial canadense, ela não teve duvidas e disparou que mulher que anda com poucas roupas esta implorando pra ser estuprada mesmo, ainda ficava fazendo trejeitos horríveis, como se fosse um homem, e dizia,” eu estupro mesmo, vagabunda ta é pedindo, se eu fosse homem também estuprava mesmo” , se eu não estivesse com a cabeça encharcada de tinta teria saído correndo dali.
ResponderExcluirQuando tentei argumentar com ela, ela foi irredutível, disse que um homem não é capaz de se controlar mesmo, que nós mulheres é que temos mais que nos cuidar, to passada até agora.
É inacreditável como existe essa cultura como vc expressou tão bem, do estupro, parece que tudo é motivo para que ele seja praticado e com o beneplácito de boa parte da sociedade, se não qse de toda a sociedade, porque estou muito desconfiada que nos aqui que achamos isso abominável, somos meros gatos pingados, no meio dessa alcatéia de lobos.
To chocada e desiludida no ultimo grau te juro.
Quanto ao post e à piada, Lola, eu ía recomendar a do George Carlin, Rape can be funny, mas alguém foi mais rápido que eu.
ResponderExcluirErrata: merItissimo, não merEtissimo!
ResponderExcluir"Vejo que ao longo da trajetória feminina em busca de seus direitos houveram conquistas graças à mudanças de pensamento de AlGUNS homens"
ResponderExcluirNão querendo ser grossa, mas por que em mais de 6000 anos de civilização, não houveram ALGUNS homens que deram as mulheres igualdade de direitos e deveres, não houveram homens que nos "concederam" huamanidade, e não um lugar de inferioridade e subordinação? Por que apenas no século XX conseguimos, após lutas, greves, sufragistas feministas que largaram tudo pra nós mulheres termos o direito de sermos cidadãs?
Eu peço que você, e qualquer pessoas, homem e mulher, que leiam e conheçam o feminismo antes de falar. Não foi por bondade masculina que hoje eu posso estudar e escolher meu parceiro, não foi por vontade de homens que eu posso escolher o caminho que eu quero escolher na vida.
E sobre sua família e as mulheres que você conhece, digo que todos, independente de ser homem ou mulher, são doutrinados a aceitar e reforçar o status quo. Nós mulheres somos ensinadas a sempre competir umas com as outras, a seguirmos certo comportamento, e tentar atingir, a qualquer custo, o respeito que não nos é dado pq somos mulheres. Por nascer mulher, temos que automaticamente buscar o respeito, por meio de nossas roupas, comportamento, número de parceiros. Nunca ouviu fulan@ dizer "essa aí não se dá ao respeito". TODO O SER HUMANO MERECE RESPEITO, mas nós mulheres não. Precisamos sempre conquistá-lo, numa busca eterna de aprovação.
Sua família só repete o que aprendeu da tv, do círculo familiar, na escola, nas ruas, no trabalho. Somos sempre culpadas pelo estupro, alguma coisa fizemos pra merecer. É isso que aprendemos.
E se você se sente incomodado pelos julgamentos da sua família em relação a outras mulheres, pq não tentar desconstruir esse preconceito que é nocivo até pra elas? Até pq, no mundo machista e patriarcal, toda mulher é vadia, o que muda é a ocasião.
Um dos motivos que enxergo nos altos índices de violência urbana no Brasil é que estamos imersos numa cultura de violência, em que esta é vista como algo natural e aceitável - exceto quando causada por bandidos. Desde o prato em que se come até as referidas piadinhas de estupro.
ResponderExcluirE dá uma tentação de incluir games e desenhos violentos no pacote, mas há estudos sociológicos de menos pra comprovar se games e desenhos poderiam ajudar a construir uma sociedade violenta.
Adorei, pessoalmente (sei que nao te importa isso), o fato de voce re-abordar o tema. Demonstra coragem, de sobra, pra nao voltar atras, porque sei que voce mantem sua posicao de antes, mas pra refletir sobre um assunto que, quando os animos se levantaram, eu, pessoalmente, me senti censurado pelo que voce pedia. Nao censurando, discutindo o tema, nao so fica mais inteligente, mas abre as portas para discutir sobre coisas pertinentes que a pessoa sente vergonha de pensar por pressao social.
ResponderExcluirParabens pela postagem. Posso discordar de ti (nao acho que nos pensemos que sexo seja engracado, como sociedade brasileira, nem pensemos que mulher feia eh ok estuprar, nem acho que a norma da sociedade seja criminosa, como voce diz), mas aprecio muito o fato de voce trazer o assunto a tona.
Beijos
Roy
Oi Lola, já que estará na minha cidade, eu penso em prestigiá-la. Você sabe me informar qual o horário da palestra?
ResponderExcluirUma outra coisa, você conhece a série "Law and Order - Special Victims Unit"? Tá aí uma série que você vai gostar de ver. É sobre uma divisão que investiga crimes sexuais. Talvez seja uma boa idéia para um post, hein (aliás, nem sei se já existe por aqui...)? A série é um sucesso, já está na 12ª temporada. Passa no Universal.
"Pode-se rir de quem caia e parta os cornos"
ResponderExcluirPentacúspide:
Não sei se você já percebeu a diferença entre um tombo acidental e uma agressão voluntária, muitas vezes tolerada ou estimulada socialmente, e voltada contra grupos específicos que "coincidentemente" são os alvos das piadas. Ou a diferença entre acidente e crime.
Não sei se também já percebeu que quem não gosta de piada de estupro costuma ter noção de empatia e tampouco acha graça nos vídeos de tombos e batidas em que pessoas "arrebentam os cornos".
E se já percebeu que o discurso não é uma coisa inofensiva. No tempo da escravidão no Brasil, por exemplo, dizia-se que os negros não tinham alma e por isso não eram iguais aos brancos perante deus (vai saber o que é alma...). Graças a esse "conto irrisório", os negros "puderam" ser tratados como animais de carga, sem nenhum drama de consciência por parte da sociedade, por séculos.
O caso não é de proibir nem permitir piadas. É de refletir e chamar à atenção e à empatia, fundamentais para algum equilíbrio social, e não para o ego de meia dúzia de "melindrosos".
De chamar um programa pseudointelectual, veiculado na Tv, que é concessão pública, a oferecer conteúdo inteligente em vez de veicular e elogiar seus preconceitos - sim, é o que essas piadas fazem - para milhões de espectadores.
É o caso de não oferecer preconceito e apologia à violência em canais onde deve ser oferecido um mínimo de utilidade pública!
Judeus fazem piadas sobre judeus, mas desconheço que façam sobre o Holocausto. Os grupos que você afirmou que só aceitam piadas se partirem dos iguais são vítimas históricas da violência por serem quem são. E nunca vi mulher fazer piada sobre estupro.
Pode-se rir de tudo o que você disse (quem disse isso...)?
Bom, não dá pra impedir todo mundo de ser um completo boçal. Mas dá pra chamar pessoas de alguma boa vontade à reflexão. É imperativo não naturalizar discursos que são apenas a versão "engraçadinha" do ódio e da violência.
Você vê os engraçadíssimos politicamente incorretos contarem piadas sobre si mesmos? Sobre qualquer coisa que os afete? O Marcelo Tas tem uma filha lésbica e não o vejo cuspindo piadas de "sapatão" pra lá e pra cá...
"Conto irrisório" no dos outros é refresco. No das outras, então...
http://srtabia.com/2011/05/estupro-no-dos-outros-e-refresco/
ResponderExcluirnão sei se vc já leu, mas é ótimo.
@Pentacúspide:
ResponderExcluirTodo mundo um dia morre. Nem todo mundo um dia é estuprado. Por isso a primeira situação é engraçada, devido à inevitabilidade à qual estamos todos expostos. Já a segunda situação... É criada por um desvio grave de comportamento.
Todo comediante pelo menos beira o politicamente incorreto com frequência. O Chris Rock faz piadas racistas, sobre todas as raças. A Sarah Silverman faz piadas racistas e sexistas. Talvez seja a forma deles rirem das situações reais que já viveram (imagine só o caso da S.Silverman: mulher, de origem judaica e atéia. ninguém nunca deve ter pego no pé dela, né).
Entretanto eu acredito que o comediante deva pelo menos ter a capacidade de reconhecer que sim, às vezes ele passa dos limites. Pedir desculpas não custa nada.
"Life's a laugh and death's a joke, it's true."
- Eric Idle
Lola, você será muito bem-vinda à Brasília! :)
ResponderExcluirEsse evento será aberto ao público? Onde acontecerá?
Beijos,
Aline.
Ola Lola,
ResponderExcluirPor sorte, tb nao conheço nenhuma piada de estupro, mas lendo esse ultimo post lembrei daquela passagem do livro "O caçador de pipas" em que o "Hassan" é estuprado por outros meninos, acho q foi um dos momento mais revoltantes do livro, e eu nao parava de chorar...So de ler uma cena dessas a gente ja sente a afliçao do personagem, quem dira passar por um momento desses...esses idiotas realmente não sabem do que estão falando...
Há coisa bem pior do que piadas sobre estupro: a absolvição do estuprador:
ResponderExcluir"Policiais que despiram escrivã em delegacia de São Paulo serão absolvidos pela justiça": http://www.pannunzio.com.br/archives/9018#
Há um livro muito bom sobre a cultura do estupro. Se chama Refusing to be a man. Não sei se há tradução para o português. http://www.amazon.com/Refusing-Man-Essays-Sex-Justice/dp/1841420417
ResponderExcluirLola, obrigada pela visita.
ResponderExcluirSempre que quiser retornar e dar pitacos em minhas crônicas, será bem-vinda. Leio você já há algum tempo e admiro sua coragem e ousadia.
Felizmente não conheço piadas sobre estupro e confesso que fiquei meio zonza com as que vi aqui.
Não costumo gostar de piadas, justamente porque a maioria, não raro, deprecia alguém. Sinceramente, me custa achar graça neste tipo de humor. Aliás, sou chata quando o assunto é humor; sou bastante crítica a isso.
Grande abraço!
Que a piada seja necessariamente para ofender, eu discordo, não é assim não, hoje existe essa cultura da piada politicamente incorreta que nada mais faz que reforçar algum preconceito já existente, mas piada boa é justamente fugir disso, fazer rir sem ter que humilhar/agredir alguém/grupo, é ser vanguardista e não retrógrado.
ResponderExcluirA questão não é censurar, ninguém impede que imbecis vomitem o que pensam, mas nós vamos sim criticá-los, não vamos rir, e faremos tudo que tivermos direito de fazer também - como eles de falarem imbecilidades.
E incitar violência contra alguém/grupo não é piada, é crime.
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Fomos nós mulheres que tivemos que lutar pelos nossos direitos, não foi nenhum homem bonzinho que nos concedeu nada - e se fizessem, não fariam mais do que obrigação, somos iguais.
Além disso, todos sabemos que existem homens e mulheres machistas, afinal, a sociedade é machista, esses valores são repassados, e o feminismo também busca essa conscientização de homens e mulheres de que o machismo é nocivo.
Além disso, faço coro com a companheira que perguntou porque o fulaninho ao invés de vir aqui com esse discursinho de que machismo é culpa da mulher e que os homens é que são bonzinhos não tentou argumentar sobre as atitudes machistas dentro de casa?
Claro que não vai falar nada, pois não lhe convém, não lhe atinge, é até melhor ficar como está.
Não sei se tem a ver, mas talvez dê para relacionar com aquele outro post sobre educar os homens para não estuprarem.
ResponderExcluirNum ponto ermo da cidade, onde o pessoal ia para transar, um moleque de bicicleta viu um casal chegar num carro e travar o seguinte diálogo:
- Ou dá, ou desce.
- Eu não dou.
- Então desce do carro que você vai embora a pé.
Na noite seguinte, o moleque pega uma menina, põe na bicicleta e vai ao mesmo local, onde diz para ela:
- Ou dá, ou desce.
- Eu dou.
- Então fica com a bicicleta que eu vou embora a pé.
Há muitas piadinhas envolvendo a violência sexual que homens sofrem na prisão. Virou "boneca", "mocinha" ou "noivinha" da cela. Quando alguém que muitos não gostam sofre um processo ou vai pra cadeia muitos torcem pra que isto aconteça com ele, ou fazem brincadeiras à respeito. Há alguns dias li que Diogo Mainardi estava sendo processado e alguém comentava, torcendo para que ele usasse batom e lavasse as cuecas de outro preso na cadeia(na minha visão uma clara apologia ao estupro). Se piadas de estupro são de mau gosto, por mais que não gostemos de alg é justo desejar isto para a pessoa? Principalmente qdo envolve o nome específico de alguém?
ResponderExcluirOi Lola,
ResponderExcluirVi essa notícia e lembrei de vc, não sei se vc já leu: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/atentado-a-liberdade-das-mulheres
Lendo sua última postagem fiquei até arrepiada de horror, dos exemplos de piadas sobre estupro, não conhecia nenhuma também até o CQC começar a divulgar na grande mídia televisiva.
Grande abraço!
Sou contra estupro em prisão, pois é um local para correção e não humilhação, acho esse tipo de comentário horrível, e detesto quando falam que vão virar "mulherzinha do fulano na cadeia" e similares, pois apenas reforça que estupro é normal para mulher, como afazeres domésticos etc.
ResponderExcluirTb sou contra o estupro em cadeia msm que a a vitima desse estupro seja um estuprador.
ResponderExcluirÈ o msm que "pessoas de bem" quererem matar um assassino por linchamento.
pedido de post =)
ResponderExcluirlola não sei se vc já escreveu sobre o livro da naomi wolf-o mito da beleza, mas iria ser ótimo ;)
Se violência se resolvesse com violência, o Brasil seria um Estado bem pacífico, já que somos o país com o maior número de linchamentos do mundo, superando o Irã, em que essa prática é institucionalizada.
ResponderExcluirAdmito que já desejei o estupro pra pedófilo e estuprador, mas hoje reconheço que é um crime hediondo que não serve pra nada além de ensinar e reforçar ainda mais a violência. Pena de morte é outra coisa desnessária: o Estado se assemelhando ao punido, o velho "olho por olho, dente por dente", que já existia no Código de Hamurabi.
Lola,
ResponderExcluirtem uma tirinha na internet:
- Hoje eu impedi um estupro
- Uau! Como?
- Autocontrole!
Eu achei risível.
"Rafinha nunca foi estuprado, nem nunca parou pra pensar que mulheres (e crianças, e homens) são estupradas cotidianamente"
ResponderExcluirLola, quem sabe né? Para ser tão amargo assim...
Sábado estupraram uma jovem em um local nobre daqui de Brasília... terrível, não tem graça nenhum!
Seja bem vinda à Brasília!!! Espero que consiga te assistir e quem sabe até cumprimentar! ;)
Bjs, Lola!
pois eu quero que estuprador se lixe !!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirOi Lola!
ResponderExcluirOutro dia no twitter alguém postou um comentario legal sobre esse assunto das piadas ofensivas. Ele começava dizendo como o humor era vital para a democracia, e que o essencial estava no alvo da piada: o humor sobre os "superiores", que diminui a opressao, o humor sobre nosso grupo social, que relativiza a vida, e o humor sobre classes "inferiores" (ou minorias politicas), que oprime e segrega.
Acho que este é um ponto importante: o humor como uma ferramenta de questionamento da sociedade, de inversao das relaçoes de poder e/ou opressao. Nao consigo pensar como uma piada que faça graça com a violência sofrida por uma mulher pode ser engraçada.
Por outro lado, uma piada que ridicularize o opressor - no caso, o estuprador - pode sim ser engraçada ou interessante. Tipo, uma em que o agressor seja mostrado como um looser que se da mal, que broxa, ou que leva uma surra da mulher... Enfim, acho que esse pode ser um elemento a considerar.
Um beijo!
Lembrei de uma coisa:
ResponderExcluirEstava a conversar com amigos sobre fetiches, um dos quais foi debatido o "estupro consentido".Os rapazes na mesa insistiam que essa era uma forma válida de ober prazer, eu alegava que dificilmente conseguia ver isso como algo "saudável".
Perguntei para eles, o que caracteriza ai nesse fetiche o estupro? Se a pessoa teoricamente estará fazendo sexo com consentimento, não seria então a violência e a subjulgação dos atos? Não estaria na figura do estuprador que escolhe o que fazer e como fazer a figura opressora? Mesmo que esse "estupro consentido" seja uma prática combinada entre as partes, ali não reside uma ação de ódio?Já que alguém usa da força física para imobilizar e forçar o outro à fazer sexo.
Não vejo com naturilidade uma pessoa escolher ser vítima de um ataque tão horrendo contra o direito sobre seu corpo.
O estupro não tem nada haver com sexo mesmo que visto por uma otica de "fetiche".
Olá, Lola! Muito bom o texto. Bom, gostaria de contribuir com material para sua palestra. Eu lembro de duas piadas com estupro. Elas foram feitas pela comediante americana Sarah Silverman. A primeira é essa daqui: "I was raped by a doctor, which is a bittersweet experience for a Jewish girl." (Sarah é judia.)
ResponderExcluirA segunda foi no documentário The Aristocrats. Peço permissão para transcrever o que diz a Wikipedia sobre esse filme: "The Aristocrats" is a longstanding transgressive joke amongst comedians, in which the setup and punchline are almost always the same (or similar). It is the joke's midsection – which may be as long as the one telling it prefers and is often completely improvised – that makes or breaks a particular rendition.
The joke involves a person pitching an act to a talent agent. Typically the first line is, "A man walks into a talent agent's office." The man then describes the act. From this point, up to (but not including) the punchline, the teller of the joke is expected to ad-lib the most shocking act they can possibly imagine. This often involves elements of incest, group sex, graphic violence, defecation, coprophilia, necrophilia, bestiality, child sexual abuse and various other taboo behaviors.
The joke ends with the agent, shocked and often impressed, asking "And what do you call the act?" The punchline of the joke is then given: "The Aristocrats".
Pois Sarah Silverman contou a piada da seguinte maneira (mais uma vez, da Wikipedia): In the film, Sarah Silverman tells a version of the joke as if it were autobiographical and she had been one of the "Aristocrats" performers as a child. Silverman builds the story to include her family being booked on The Joe Franklin Show, and ends with her punch line: a deadpan allegation that Franklin had raped her during a phony rehearsal for the show. The New Yorker reported that Sarah Silverman's telling of the joke led veteran talk show host Joe Franklin, who is also featured in the film, to consider filing a defamation lawsuit against the comedian. O vídeo da piada pode ser visto aqui: http://www.youtube.com/watch?v=T_L3dhFgark
Eu entendi o stand up do Louis CK como uma eterna piada ironizando os "instintos masculinos". Não sei se você viu os demais, mas tem trechos que ele diz "e para nós sexo é só um alívio, uma coisa que nos impede de matar pessoas, sabe?". Fica parecendo que é uma piada com a "irracionalidade" que a cultura põe nos homens. Pode ser ouvido como uma crítica a essa cultura, ou uma afirmação. Ainda não sei.
ResponderExcluirO George Carlin é outro que me traz sentimentos ambíguos. Num stand up dele, ele fala que "motoqueiros de verdade eram sujos, bêbados, drogados, que destruíam coisas e estupravam garotinhas - e não esses babacas de fim de semana dos moto clubes". Eu adoro o Carlin falando de religião, drogas e paternidade, e as críticas dele à "modern life", mas não sei se devo considerar uma ironia quanto à essa piada (afinal, ser sujo, bêbado, drogado e vândalo são coisas que a sociedade deveria condenar, bem como o estupro, right?) ou como uma idéia de uma "masculinidade tradicional perdida". Fico confusa.
No fim, estupro não é engraçado. Humor negro tem aquele negócio que te faz rir porque é condenável, distante. Traz aquele riso irônico (canibalismo? assassinato? necrofilia? são coisas que são erradas, nos deixam nervosos, e por isso nos fazem rir - porque imaginamos que não deva acontecer. É errado, é ruim, é mentira, é improvável!), mas estupro tem um laço com o status quo que faz com que eu não consiga rir dele. Porque não é improvável. É real.
Se um dia o estupro fosse uma realidade distante, uma coisa socialmente condenável, uma coisa que sabemos que NÃO DEVE ACONTECER em hipótese alguma, iria parar na categoria do humor negro. E seria, remotamente, risível, com ironia. Hoje não. Absolutamente.
Oi Lola, ótimo post. Felizmente não conheço nenhuma piada do tipo e fiquei chocada com as que vi aqui.
ResponderExcluirComo uma mulher que já passou por algumas das situações terríveis que o machismo nos "presenteia", fico ainda mais sensibilizada e feliz com a realização de um evento desse tipo, na esperança de que algo mude para que outras mulheres não passem pelo que passei.
Quando criança (por volta de 10 anos) tive que "aguentar" calada vários abusos de um primo de 15 anos (não me penetrava mas passava a mão e o pênis em partes íntimas). E, mais tarde, quando eu tinha 16, sofri um estupro, dessa vez foi esse mesmo primo e mais outro... foi horrível...
Já cheguei a ouvir "dicas" para fingir estar sentindo prazer durante um estupro pois isso broxaria o estuprador já que sua tara é causar dor e sofrimento e não prazer... mas acho que isso é balela... no caso dos meus primos, não fingi prazer (não tenho sangue de barata) mas, chocada e traumatizada, não movi um músculo nem emiti qualquer som, e mesmo assim eles não pararam.
Piadas de estupro são horríveis e me fazem reviver todo esse trauma. Temos que dar um basta.
Um beijo e bom evento!
Eu acho que estupro tem muito menos a ver com sexo. O sexo é só a forma da violência, da submissão. É como na escravidão, impor sua vontade, como se o outro não tivesse a dele, como se a escolha do outro, a vontadade do outro fosse menos importante que a sua. A questão está na agressão: verbal, física ou sexual. A questão está mais em cercear a liberadade do outro. E não existe nada engraçado nisso.
ResponderExcluirOlá Lola. Tenho lido seu blog com frequencia e raramente comento. Confesso que muitas vezes, acho algumas manifestações das suas opiniões (não a opinião em si) um pouco fervorosas e exageradas. Mas entendo que muitas vezes esse exagero se torna necessário para fomentar discussões. Eu entendo e não condendo!
ResponderExcluirMas esses últimos posts que trouxeram a questão das piadas sobre estupro e o humor a qualquer preço, me fizeram escrever para você. Não pela questão feminista, mas pelo "humor custe o que custar".
A cada dia mais, tenho percebido - eu e todo mundo - que o humor no Brasil se resume a chacota de toda e qualquer minoria. Há todo um movimento de "vamos respeitar a orientação sexual de cada um e não vamos fazer piadas ofensivas com homossexais". Se eu concordo? Obviamente! Não tem nada de engraçado, ao contrário! Em uma sociedade preconceituosa como a nossa, já deve bastar ser homossexual e ainda ter que lidar com piadas não deve ser nada fácil.
Aí eu te pergunto... Pode fazer piada com anão? Com pobre? Com obeso? Porque essas piadas continuam sendo validadas pelas emissoras de TV e pelo público. Anões continuam sendo humilhados, tendo suas roupas arrancadas na TV. Obesos continuam sendo piada em todos os programas e pessoas humildes ainda são humilhadas em programas como Pânico na TV que se aproveitam de sua necessidade para lhes dar um qualquer e usar suas imagens para fazer os outros rirem. Mas rir de que? De um senhor pobre, sem condição de usar uma dentadura, que aparece na praia aleatoriamente e se encanta com a equipe da televisão? Com o dependente químico que aparece em uma comemoração de futebol e passa a integrar a equipe do programa, fazendo rir pela humilhação...
O que quero dizer é que vivemos em uma sociedade que combate a humilhação de certas "minorias" mas que valida e aprova a humilhação de outras. O ser humano é tão capaz de fazer piadas, fazer graça, com coisas tão mais interessantes, tão mais inteligentes, mas ainda continua usando das diferenças físicas, sociais, econômicas e sexuais para entreter.
Enfim, desculpe o desabafo e sei que nada tem a ver com o tema do seu blog. Mas lendo seu post e pensando se vale tudo pelo humor, essas coisas todas vieram a cabeça...
Oi Lola. Não sei piadas assim, mas acredito que não vá precisar de tantas pra gerar uma boa discussão sobre o assunto.
ResponderExcluirO pior de tudo, além das piadas, é como você disse.. eles tratam o assunto como uma coisa natural, inevitável. Agora, se alguns homens (e algumas mulheres também) acham que o estupro é normal, o que pensam das cantadas que não queremos ouvir nas ruas? O que acham quando alguém se aproveita das mulheres em ônibus e metrôs? Que isso não é mais do que a obrigação de um homem "macho" de verdade e que nós nos vestimos como alguém que está pedindo, implorando para ser agredida, violentada e insultada?
É triste.. e acredito que vá demorar muito até chegar o dia em que qualquer tipo de violência (física, sexual, verbal, contra a mulher ou não) vá ser tratada como violência de verdade, que merece punição.
Parabéns pelo blog Lola, nunca tinha comentado aqui, voltarei mais vezes.
Sabem, gente
ResponderExcluirEu li num post num blog escrito por uma mulher que a camareira que se negou a fazer sexo com o cara do FMI era "sexualmente reprimida" e que foi "um absurdo o cara do FMI ter sido preso porque uma camareira sexualmente reprimida e africana( palavra dela, a ultima) se recusou a receber o falo sagrado do suiço na boca". Ou seja, se a camareira não quis fazer sexo oral com o cara do FMI, é porque ela "é uma frigida que não gosta de sexo".
Vejam o post dela em http://avezdasmulheres.wordpress.com
e tambem http://avezdoshomens.blogspot.com( neste post, ela diz, mais ou menos, que a camareira era reprimidade sexualmente. Ou seja, se a mulher não quer fazer sexo com um homem, é porque ela tem repressão sexual, não quer receber o "falo sagrado", de um homem que ela não sente paixão.Eu sou hetero e gosto de sexo, não de estupro e violência)
è só procurar, na mesma pagina inicial, no finalzinho, vocês acham o post
Acho que se o tal Rafinha fosse estuprado, pensaria várias vezes antes de fazer esse tipo de piada. Ou será que faria, dizendo que foi sua roupa sensual que fez com que o marmanjo taludo o atacasse ? Ou que seu rebolado provocou o avantajado afrodescendente? Talvez seu olhar insinuante tenha despertado o ardor no musculoso Adonis?
ResponderExcluirAliás, ele nunca fez piadas contra si mesmo, ou fez?
Graças a Deus não conheço! Mas, infelizmente, conheci isto, na semana passada.
ResponderExcluirhttp://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/020730_bebemtc.shtml
Eu nem sei dizer, até agora, o que senti.
sabe o que é mais terrível nessa 'piada' do Rafinha Bastos sobre estupro? É que ele não teve a decência de pedir desculpas, admitir que 'pegou pesado' etc.
ResponderExcluirUm comediante dos EUA fez uma piada homofóbica, mas o público se levantou ou vaiou, no final do show stund up do cara, o dono da casa em que foi realizado o shwo pediu desculpas, e o comediante também pediu desculpas em público depois.
A 'piada' foi:
"Gays precisam parar de ser mariquinhas e não ficarem chorando sobre algo tão insignificante quanto bullying"
e
"é melhor ele falar comigo como um homem e não com uma voz gay ou eu tiro uma faca e esfaqueio aquele negro até a morte."
As desculpas:
"Eu quero pedir desculpas para os meus fãs e para a comunidade gay pela minha escolha de palavras no meu show de stand-up recente em Nashville. Por mais que eu seja um comediante, mesmo em uma apresentação isso obviamente foi longe demais e não foi engraçado em contexto nenhum."
E cadê as desculpas do Rafinha Bastos? E a plateia que riu da piada?
Lolets
ResponderExcluirNao consegui ler TODOS os comentarios, então não sei se alguem falou... mas eu me lembrei da famosa frase do Sr. Paulo Maluf comentando um crime bárbaro que havia acontecido naquela época. Ele disse em rede nacional: "quer estuprar, estupra, mas não mata!" Parece piada, não?
Angela e Bart (dá cumprimentos a Hommer), não, Angela primeiro, nunca ouviste uma mulher a contar piada sobre violação, mas provavelmente já ouviste mulher a rir dessa piada. Sim, eu sei, essa não é mulher, é uma machista estúpida que odeia o próprio género. Quem é que vai a um standup comedy para ir aprender alguma coisa? Quem é que vai a um stand up comedy para ir ouvir verdades sobre a vida? Pode-se usar a comédia para dizer verdades, mas essas verdades são consideradas a priori farsas, porque está no campo de farsas. Aqui ataca-se tudo o que fala de mulher em contexto negativo, como se apenas os homens fossem o responsável dos males do mundo. Se não querem rir de piadas de qualquer género, não se riam, mas não chamem a outros de insensíveis, nem de estúpidos ou criminosos porque riem-se de piadas que vocês, talvez riam em privado, mas público odeiam.
ResponderExcluirBart, lógico não?, toda a gente morre um dia morre, por isso é natural que se ria da morte, se calhar até era estupendo que laureássemos os assassinos porque tudo o que fazem é antecipar esse dia ou calibrá-lo. O Chris Rock é preto, por isso pode fazer piadas raciais porque preto não é racista… oh, meu deus!...
Piadas são piadas, um político a fazer piadas racistas é diferente de um comediante a fazer piadas racistas, e é diferente do mesmo comediante a ofender directamente alguém de uma raça.
E pelo amor de deus, aprendam a criar contexto, eu não entendi se esse post era para bater ainda no tal comediante do PQP, eu nem sequer vejo esse programa e não sei quem é, portanto não individualizem uma questão generalizada. Estão com raiva do homem, isso é problema vosso, mas vão tirar aos outros o direito de rir ou de contar as suas piadas, vão boicotar piadas? Isso sim é atentado à liberdade, e não estou sequer a falar da liberdade de expressão.
Mas será que ainda não sabem o óbvio: TODOS OS QUE SE RIEM DA PIADA DE PRETOS ODEIA PRETOS, TODOS OS QUE SE RIEM DA PIADA DE ESTRUPOS SÃO VIOLADORES, TODOS OS QUE SE RIEM DA PIADA DE ASSASSÍNIOS SÃO POTENCIAIS HOMICIDAS, E TODOS ELES SÃO UNS INSENSIVEIS SEM EMPATIA.
Oi Lola. Primeiro quero dizer que sou fanzaço do teu blog. Na realidade, como sou de Joinville, leio voce desde os tempos das suas colunas no jornal A Notícia :D.
ResponderExcluirNão conheço piada de estupro mas li hoje no jornal Valor Econômico algo próximo disso.
É uma entrevista com o bispo Bergonzini. É, esse mesmo, o dos panfletos convocando os católicos pra não votarem na Dilma.
Entre várias colocações típicas este "santo homem" fala sobre estupro e diz: "Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima...É muito dificil uma violência sem o consentimento da mulher, é dificil". E ainda complementa mostrando com a reporter como é dificil colocar a tampa em uma caneta quando não queremos.
Isso daí pode ao ser uma piada mas representa um pensamento (infelizmente comum a muitas pessoas) que legitima as piadas sobre estupro visto que, na opinião deste ilustre representante do clero as mulheres não são vítimas e até gostam.
Aí eu te pergunto. Porque um jornal destes dá espaço de página inteira para alguem falar este tipo de sandice?
Um abração
Antônio Garcia
eu já ouvi piada com estupro, mas fiz questão de esquecer...
ResponderExcluirVim aqui mais para recomendar que TOD@S leiam esse lindo texto da Cynara Menezes na carta capital: A mulher machista, sobre as colunistas dos jornalões brasileiros q passaram pelo feminismo mas não entenderam porra nenhuma!
http://migre.me/530XE
Mais vez foste admirável, Lola!Parabéns!
ResponderExcluirNão tenho nenhuma piada desse naipe para te ajudar, mas desejo-te boa inspiração para a palestra.
Abraço.
Alguém aí em cima mencionou o Jon Lajoie. Eu discordo que ele seja machista. Quando ele utiliza machismo pra fazer piada é sempre dentro de um personagem ridículo, como o M.C. Vagina, e assim ele tá mais é tirando sarro do estilo musical e de gente machista.
ResponderExcluirE tem os rapist glasses também, tirando sarro de criminosos sexuais em geral:
http://www.youtube.com/watch?v=EVcyNANK5cY
E, na sequência, as pedophile beards:
http://www.youtube.com/watch?v=15S0g8pG6HU
(É engraçado que usando a barba de pedófilo e os óculos de estuprador, o Jon la Joie fica a cara do Lobão)
Mas acho que o cara tem tato o bastante pra deixar bem claro que ele não está fazendo apologia a essas coisas, que é o que falta a maioria dos "comediantes" daqui.
Lola, hoje o Bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, deu uma entrevista ao Valor Econômico, "A fé do bispo contra os partidos", na qual afirma textualmente: "Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil". Chocante!
ResponderExcluirEu conheço uma dessas "piadas" com outros personagens aqui na Irlanda.
ResponderExcluirEssa da floresta tem como figuras um padre e um menino.
Graça zero.
Era a única de estupro que eu já havia ouvido na vida.
Vi que esse Rafael aí nunca levou um por trás. Não sem ter querido...
Acho que em nenhuma circunstância piadas de estupro podem ser engraçadas. Nenhuma.
ResponderExcluirAqui em Bsb? Estarei lá, Lola! Será na terça, né? Estarei lá!!
já vi gente brincar em cima de uma notícia de jornal ou do relato de um amigo q foi ameaçado de estupro (!!!!), mas ñ conheço nenhuma piada "estabelecida".
ResponderExcluirestou puxando da memória pq vi algum blogueiro, ao comentar do rafinha bastos, botar um comediante americano q ele julgava engraçado falando sb o msm assunto. dei um search e não achei. :/ quem sabe alguém aqui lembra...
mas este post http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/e-se-falarmos-de-%E2%80%9Ceticamente-correto%E2%80%9D.html é legal
Estava conversando com meu irmão, esses dias, sobre isso. Acho que não tem tema proibido em humor, mas há inúmeras maneiras de abordar esse tema. Pra mim, o humor negro funciona quando ridiculariza o algoz, não a vítima. E, quando se desenvolve o senso crítico, é algo automático, vc não precisa nem raciocinar. Como vc, tb adoro South Park, por exemplo. E Simpsons, Family Guy, Todo Mundo Odeia Chris, etc. O que essas séries tem em comum? Elas fazem uma caricatura dos preconceitos. Salvo pessoas com inteligência rebaixada ou sádicas, ninguém quer criar um filho como o Cartman, de South Park. Ninguém vê o Homer Simpson como modelo de sucesso na vida. Quando vc ri do Homer, está rindo do quão ridículo é alguém deixar de comprar leite pros filhos e gastar todo o salário em rosquinhas, não porque vc acha que isso é legal e essas crianças que pedem leite são umas frescas e tem mais é que passar fome, mesmo. Já no caso, por exemplo, do vídeo anti-amamentação do CQC, quem ria não ria porque achava que esses caras que se incomodam com peito de fora são uns babacas (no caso, Rafinha, Marco e Tas). Ria pq tb se incomodava com o peito. Ainda tô pra ver quem gargalhou com aquele vídeo e não vê nada de mais em mulher feia amamentar em público, pois ela é senhora do seu corpo. Concordo que o humor possa servir pra reflexão sobre temas espinhosos e, portanto, não deva ser censurado (eu sei, eu sei, ninguém tá falando em censura, só em bom senso). Mas há que se analisar a ideologia contida nele pra definir se realmente existe alguma subversão naquela piada ou se é apenas uma reprodução do preconceito. E, no caso do CQC, os ex-fãs que me desculpem, mas aquilo NUNCA foi revolucionário ou crítico. Eu vi um dos primeiros capítulos, a fase que todos apontam como "antes de desandar", e naquela época já era retrógrado. Não sei como pode piorar.
ResponderExcluirAliás, é interessante observar como todo e qualquer alvo de piada, pra eles, tem que ser rebaixado a minoria pra que a piada seja possível. Quando o pessoal de Higienópolis estava chiando por causa do metrô, eles podiam ter tirado sarro do bairrismo e elitismo dos moradores. Mas resolveram convertê-los em judeus. Aí o problema fica sendo o judaísmo, não o preconceito. E ainda tem gente que chama isso de humor inteligente... tsc tsc...
Até fiquei arrepiada quando li o Eticamente Correto do link que a Natália (minha xará) deu.
ResponderExcluirO post está maravilhoso Lola mas, puxa, tem q ter estômago para ler piadas de estupro. Uma vez assisti uns 10 minutos do "documentário" Os Aristocratas e fiquei uma semana me sentindo mal. XP
Há algumas semanas o Contardo Caligaris publicou um artigo na FSP realizando uma análise muito interessante sobre o caso Strauss-Kahn. Igualmente interessante é sua análise (e seu pedido de desculpas ao movimento feminista) sobre o caso Geise Arruda.
ResponderExcluirHamanndah:
ResponderExcluirDando uma rápida lida nos links que você indicou, fiquei com a fortíssima impressão de que são blogs fakes, dificilmente sem um homem por trás.
Quantas mulheres em sã consciência, por mais retrógradas, falariam em lei "VADIA da Penha"?
http://avezdasmulheres.wordpress.com/2010/11/13/apedrejamento-moral-de-juiz/
Apesar de às vezes defenderem o ateísmo, as "senhoritas" vomitam um estilo bem característico do backlash e do masculinismo.
Não é uma voz feminina, politizada ou não, bem informada ou não, que está por trás daqueles textos. Nenhuma mulher teria um repertório tão vasto, (mais ou menos) articulado e, principalmente, de uma agressividade tão cínica e vociferante CONTRA as mulheres. Mulheres com discurso machista não costumam sequer gostar de discussão política & afins. Nem gastam tanto tempo brigando com feministas. Vão logo fazer chapinha e caçar seus homens. De vez em quando soltam um "feminista é mal amada", "feminista tem perna peluda" e tchau.
As mulheres das fotos se dizem mãe e filha... Até cego vê que não são. Ponha os nomes delas na internet, e só verá aquelas fotos e outros posts "geniais".
E os nomes delas... Uma é "Imaculada Virgínia". Outra é a Abgail "Pereira Aranha". Leia Pereira Aranha rapidamente... Claro que esses nomes são tão verdadeiros quanto as fotos.
Tem gatO nessa tuba.
Bom, de qualquer forma, elas ou elE não tem nada de bom a acrescentar. Mais do mesmo metido a inteligente e contestador.
Aqui no sul tem um grupo de idiotas chamado "Cafezinho" (acho que antigamente se chamavam "Café Com Bobagem" ou algo assim). Uma das piadas que eles incluíram no CD é essa:
ResponderExcluir(dois tentando imitar voz de senhora idosa)
"- Fulana, você já foi violentada alguma vez?
- Não, nunca fui, mas ainda não perdi a esperança."
Ah, 90% do trabalho deles é interpretar piadas sem graça tiradas da internet, daquelas que todo mundo já leu em algum site ou recebeu de amigos por email. Mas como eles têm um programa de rádio, boa parte do público não usa internet, e acha que eles são engraçados e criativos...
Vi que alguém falou sobre piada de morte. Talvez elas tenham graça porque todos morrem, de um jeito ou de outro. E nem sempre é trágico, como um estupro SEMPRE é. Além disso, soma-se o fato de que da morte, ninguém sobra pra contar como foi a "experiência". De um estupro, quem fica pra contar, tem mais pra contar do que se pode supor.
ResponderExcluirNinguém acha que o Rafinha Bastos, de fato, seja a favor de estupro a mulheres feias. Mas esse tipo de piada reforça um pensamento preconceituoso e equivocado.
Quem não lembra do famoso "tá com desejo, tudo bem... estupra, mas não mata", do Maluf? E esse pensamento não é "privilégio" do mentecapto do Maluf, mas traduz uma visão ignorante de muitas pessoas, como se o crime estivesse no assassinato, e não no estupro. É como se "o desejo do homem" (ser do homem, e não da mulher é um ponto importante), anulasse a gravidade da agressão.
E Geisy Arruda? Ainda me impressiona que as pessoas sejam cegas o suficiente para enxergar o problema no tamanho da saia da garota, e não no bando de animais que a cercaram berrando "estupra!". E a faculdade não se retratou por esse comportamento selvagem dos alunos. Ao cotrário, expulsou a menina. Os diretores dessa instituição nem por um segundo notaram estavam apoiando ameaças de agressão grave. É mais fácil assim.
É dessa forma que se culpa a mulher pelo estupro sofrido. Se é por suas roupas, "ela estava pedindo" (se estivesse pedindo não seria estupro, ô imbecíl. Seria sexo). Se é porque é feia, é porque é um favor.
Pra mim, a questão desse tipo de piadas de estupro, não é "ter graça ou não". É o quanto inconscientemente esse tipo de piada reforça um comportamento machista e, pior, cultural da sociedade.
Ainda não podemos deixar nossas vaginas em casa para sair "com segurança". Mas existem pessoas trabalhando em "camisinhas anti-estupro", sabia? É triste...
Talvez alguns homens só entendam o que é um estupro, quando estuprarem uma mulher "munida" de camisinha anti-estupro. Ainda é capaz de prenderem a moça por agressão, não duvide...
http://ogrogrenga.com.br/blog/mulheres/a-camisinha-anti-estupro
Eu não acho que estuprador deveria ser estuprado. Deveria ser capado!!! Se eles não se controlam, os coitadinhos, então vamos ajudá-los! Ah, não, consigo ver nenhum direito humano nesse caso. Perdoem!
ResponderExcluirVocês viram isso:
http://www.pannunzio.com.br/archives/9018#
Esses sites desse Vez das mulheres, vez dos homens são lixos! Pura e simplesmente. Argh! Dá tanto nojo saber que respiro o mesmo ar dessas criaturas...
ResponderExcluir"Nessas horas dá vontade de pegar esse povo que acha que estupro é piada, que é sexo, que é legal, fantasia sexual etc e estuprá-los para terem empatia, mas meu humanismo é contra isso..."
ResponderExcluirPor Dani Montper
Eu acho que depois desse comentario, nao seria preciso dizer mais nada.
Um psiquiatra que muito amo dizia isso quando eu dizia que sentia muita dor e muita angustia e hiper-ventilava quando via filmes de terror com cenas de violencia muito forte (incluindo estupros e outras atrocidades). Dizia a ele que nesse sofrimento me privava ate as vezes de viver uma vida normal. Nao conseguia assistir noticiarios, novelas, series, porque as vezes acontecia uma cena de muita violencia e eu ficava mal por horas. Ele disse, seguindo a filosofia freudiana (em alguns pontos tracando paralelos com Melanie Klein, nesse caso especificamente), que a intensidade de meu nojo e sofrimento era proporcional ao desejo de cometer esses atos. Isso, na verdade, e Freud na lata. Voce sente culpa, extrema culpa, mesmo sem ter feito nada. Mesmo que "o ato anteceda a culpa", justamente nosso schemata, que voce menciona, concebe crimes que nos nao conceberiamos, talvez, em um mundo menos comunicativo. Ou seja, o tesao e a agressividade sao paralelos nesse quesito. A proporcao do repulso (ou da apatia) mostram o desejo enrustido de cometer o crime.
Em contraste, filosofos como Russell e o proprio Freud ja tracavam a ideia que, justamente, rir de um trauma e a unica prova fisica da transcendencia do ato em si (da nao vontade, ou seja, nao culpa, de cometer ou nao ter cometido ou ter medo de cometer determinado crime), do nao trauma pela propria coisa (como disse uma amiga, ela admira a mulher estuprada que ri dessas piadas; voce assume com muita certeza que o schemata da mulher estuprada nao permitiria isso, mas eu sei que voce esta enganada pelo menos em alguns casos), no caso do trauma. Ha outros casos. A nao apatia sempre eh importante, porque o ato em si sempre deve te incomodar, e se nao te incomodar, ai sim voce tem um problema mais grave. O humor, no entanto, mora no absurdo. Se voce realmente acredita que todo mundo que ri de piadas de estupro e misogino, voce chama de misogino pessoas que seria pragmaticamente serem misoginas. So que voce pegou a coisa pelo lado errado: Quem ri de estupro, sim, nao e misogino, e psicologicamente perverso. Quem pratica atos de abuso do limite de uma mulher (ou homem), nao e misogino, e psicologicamente perverso, e criminoso. Agora quem nunca cometeu esses atos, e prega a igualdade dos sexos, e pratica essa igualdade, e nunca sequer pensou em estuprar e nao sente o menor tesao nisso, segundo sua teoria nao acharia o estupro engracado em nenhum caso, nem mesmo no mais absurdo ato de Steven Spielberg e George Lucas estuprarem o Indiana Jones. (NO South Park vira e mexe o Cartman pede pra mae dele "estuprar a bunda dele" quando ela nao quer dar a ele um presente), o que, na minha opiniao, significa que voce enxergue as coisas de um modo um tanto quanto deturpado.
Como a raiva que a Dani sente, que faz ela sentir vontade de estuprar (ou seja, ela, como tantos aqui e acola que eu vi, quer fazer a mesma coisa que ela tem nojo de sequer ouvir falar, e ainda comunicou isso em um blog de 150 mil hits, o que ela acha errado alguem fazer em outro meio de comunicacao) e justamente o sintomatico que o Freud fala.
Nada contra. Esse sintomatico e normal. O patologico e nao entender como outras pessoas, diferentes de voce, riam daquilo que quiserem rir sem serem o que voce acusa elas com tanta certeza de serem.
Beijao
Roy
A todos esses manés "Não sei nada sobre feminismo, mas vou reclamar e dizer que o machismo é culpa das mulheres" todo o meu desprezo, coisinhas ignorantes.
ResponderExcluirEu acho engraçado como só homem cai nos textos de outros homens fazendo de conta que são mulheres. Talvez, assim entendem porque o estereótipo de 'mulher' é algo tão intrisecamente 'Masculino'.
Talvez seja interessante olhar o inverso. Como as pessoas acham divertido e engraçado uma mulher espancar um cara por ter negado sexo a ela num banheiro. Tem um video no youtube que é exatamente isso. Parece ser fake mas o que importa sao os comentarios. Todos achando graça e chamando o cara de frouxo, etc. http://www.youtube.com/watch?v=kyNxDfjq3XQ
ResponderExcluirMinha mãe me mandou esses dias uma piada que até o finalzinho parecia prometer uma barbaridade, mas que até que não foi, embora a situação da piada como um todo seja, por si só, uma tortura. Não consegui achar graça por causa disso. Aí vai uma versão bem resumida:
ResponderExcluirDuas freiras saíram do convento para vender biscoitos, e quando voltavam para lá, perceberam que havia um homem atrás delas. Começaram a andar mais rápido para ver se ele as estava seguindo, es o homem também o fez. Aí sacaram o que estava acontecendo e resolveram ir uma para cada lado, pq ele não poderia seguir as duas. A irmã Fulana chegou sã e salva no convento, e em seguida chegou a irmã Sicrana.
Fulana: Sicrana, o homem parou de me seguir, então ele foi atrás de vc, não foi?
Sicrana: Sim, e chegou uma hora que não consegui mais correr, ele me alcançou
Fulana: Meu deus! E o que aconteceu?
Sicrana: Já que não restava outra alternativa, parei e levantei o hábito
Fulana: E o homem?
Sicrana: Parou e abaixou as calças
Fulana, horrorizada: Oh! E depois?
Sicrana: Eu corri, porque uma freira de hábito levantado corre mais rápido que um homem de calças arriadas.
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ResponderExcluirTem uma mensagem em um post desse ano, tempos atrás, de uma de suas leitoras que foi estuprada no trabalho e relatou em detalhes o ato.
ResponderExcluirAquela mensagem deixou bem claro na minha cabeça que estupro e sexo são coisas muito, muito distantes.
Não que eu pensasse que fossem a mesma coisa, claro que não, mas o post dela distanciou ainda mais essas duas situações.
Não lembro o nome dela, mas valeria a pena fazer um post com essa mensagem (e outras), para "chocar" mesmo os desinformados.
Boa Noite Lola,
ResponderExcluirnão me lembro de piada.. mas queria indicar um filme: "Air Doll" ou "boneca inflável", de 2009, Japonês, de Hirokazu Koreeda. O filme conta a historia de uma boneca inflável, que ganha vida. Enfim, é otimo para refletirmos sobre "o uso" do corpo da mulher. Inclusive tem uma cena maravilhosa, em que ela tira a vagina e lava, após ser estuprada pelo patrão. No fim ela prefere voltar a ser só plástico! Fantástico, vale a pena dar uma olhada! A propósito, trabalho em uma ONG que atende adolescentes autores de violências sexuais, e é muito claro em nosso trabalho como o estupro / abuso sexual resulta da falta da idéia do prazer, do prazer do outro, das conversas sobre sexualidade, corpo, tempo, respeito. Somos bombardeados por piadas "inofensivas" e imaginários, ao mesmo tempo que falta espaços de conversas sobre minhas aflições de desejos e prazer, e o que fazer com isso...
Lola, não posso te ajudar com exemplos dessas piadas infames, mas eu vou na chave do que a L. Archilla falou: não é tanto a questão do tema da piada, mas a quem ela ataca. O humor agressivo que ataca o opressor é engraçado na medida em que é por isso subversivo ("ridendo castigat mores", rindo se castiga os costumes). Ao mesmo tempo, muitas vezes é a única "arma" que resta a quem é oprimido; e aí o humor vira ao mesmo tempo crítica e expressão de liberdade. Por outro lado, agredir com o humor quem já é agredido todos os dias pela própria realidade social é, no mínimo covardia. Claro que o humor não é necessariamente algo violento... mas para esse humor é necessário ter inteligência... mais fácil embarcar na onda milenar que espezinha os fracos e apostar no que "sempre deu certo"... essa é a "inovação" e "subversão" do CQC...
ResponderExcluirOlá Lola. Primeiramente, parabéns pelo convite. Desejo sucesso em sua palestra.
ResponderExcluirFelizmente não conheço piadas de estupro, a não ser aquele chavão estúido: "Se o estupro é inevitável, relaxa e goza"...
Pelo amor de Deus (se ele existe!)
ResponderExcluirÉ impensável que ainda existam pessoas lúcidas o suficiente para fazer apologia ou no mínimo defender o direito de se fazer piada de estupro!
Se você dizem isso nunca conviveram com uma pessoa que passou por tamanho trauma! Não há argumentos a favor. A violência sexual atinge todas as estruturas do indivíduo (seja homem ou mulher, pior se for criança, acredite).
Vi um comentário de alguém dizendo que pode-se fazer piada de tudo mas não de estupro? Não, amigo, não se pode fazer piada de tudo. Quem segue essa linha ridícula de pensamento é o CQC, e sua conversa chula de boteco travestida de pretensiosa inteligência a "des"erviço das massas.
Outro ai disse que as conquistas dos direitos civis (De mulheres e outras "minorias", termo completamente equivocado e muitos casos!) foram concessões do poder masculino que "Abrandou". Valha-me! Muita gente morreu por isso, não foi concessão nenhuma!
Estupro não tem graça.
Mas já que é por uma boa causa, vou a piada infame, não sei se já viram essa:
"Estava um casal em sua casa assistindo tv quando o noticiário informa a fuga de um bandido terrível. Acontece que a casa deles ficava perto do presídio e os dois ficam aterrorisados. De repente a porta é arrombada e o bandido em questão adentra o recinto, domina os dois e os amarra na cama. Então ele aproxima-se do ouvido da mulher e sussura alguma coisa antes de ir para o banheiro.
O marido desesperado vira-se para a esposa,que estava lívida de medo e diz:
"Amor! É uma situação de desespero! Por favor faça o que ele mandar sem reclamar e finja gostar pelo menos! Nossas vidas dependem disso!"
A mulher então olha enfurecida para o marido e retruca:
"Ótimo! Digo o mesmo para você. Ele disse que te achou uma gracinha! E perguntou se eu me importava de deixá-lo passar a noite contigo na nossa cama!"
Infame...
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ResponderExcluirLolinha, minha irmã tem um livro de piadas em pdf. Joguei lá 'estupr' e não é que apareceu uma?
ResponderExcluirLembra a do CQCista lá, como se fosse uma prazer uma mujer ser estuprada, veja:
"O mundo em guerra, e os soldados estupradores invadem o convento. Começam
a matança pelas freiras mais novas. ao passarem por uma freira velhinha, um diz
para o outro:
- Deixa estar esta pobre freira velhinha. Contentemo-nos com as mais novas.- A
freira idosa olha pros soldados, bota as mãos nas cadeiras e grita:
- Nada disto, meu filho. Guerra é guerra!"
Lola,
ResponderExcluirAntes de mais nada queria dizer que é a primeira vez que comento no seu blog. Admiro muito sua forma de ver o mundo e posso dizer que seu blog contribuiu muito para mudar a minha forma de ver o mundo também. Eu tinha vários pré-conceitos sobre feminismo antes de conhecer o Escreva Lola Escreva.
Quanto à piada conheço uma que um tio meu contou pra toda família certa vez e recebeu muita risada como resposta. É mais ou menos assim (não lembro bem):
"No meio de uma guerra, avó e neta tentavam fugir da cidade quando foram pegas por um soldado do exército inimigo, que ameaça estrupá-las. Diante disso, a neta diz:
- Não, por favor, faça comigo mas não com a minha avó!
E a avó dispara:
- Não, minha filha, pode deixar, guerra é guerra!"
Há versões diferentes para essa piada (acho que alguém postou uma uns posts atrás), mas a que eu ouvi era desse jeito.
Eu fui a única da família a não achar graça. O pior é que as pessoas me chamam de mal-humorada por não rir de piadas assim. Lamentável.
Hamanndah
ResponderExcluirJá caí em sites masculinistas em diversas ocasiões. E a única comoção que causavam em mim eram algumas gargalhadas.
Mas esse post sobre o caso do Dominique Strauss-Kahn me deixou enojada! Eles (não é mulher. Tenho certeza.) insinuando que ela não seria estuprada por que é "feia". No mesmo espírito da "piada" do Rafinha Bastos. Me revirou o estômago...
Lola
Desculpe comentar o comentário ao invés do post, mas esse não consegui deixar passar.
Mas, mudando de assunto, você vem pra Brasília. OMG! Dá mais detalhes! Não vou perder essa oportunidade.
@Pentacúspide
ResponderExcluirPara começar, você é um acéfalo. Meu nome de verdade é Bart. Ha ha. Piadas sobre os Simpsons, nunca ouvi antes. E o seu nome, qual é? Tenho experiência com anônimos da internet há bastante tempo para pré-desqualificar essas pessoas do meu foco de atenção. E agora você entrou nesta categoria.
Em segundo lugar, não tentei justificar nada com os exemplos do Chris Rock e da Sarah Silverman. Apenas exemplifiquei a realidade. Sabe, aquela que acontece no mundo de verdade, longe dos teclados? Sua retórica é falha, alarmista e mostra a real extensão da sua capacidade de discutir.
Abraços.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRape is Funny by George Carlin (RIP)
ResponderExcluirOhhh, some people don't like you to talk like that. Ohh, some people like to shut you up for saying those things.
You know that. Lots of people. Lots of groups in this country want to tell you how to talk.
Tell you what you can't talk about. Well, sometimes they'll say, well you can talk about something but you can't joke about it.
Say you can't joke about something because it's not funny. Comedians run into that shit all the time.
Like rape. They'll say, "you can't joke about rape. Rape's not funny."
I say, "fuck you, I think it's hilarious. How do you like that?"
I can prove to you that rape is funny. Picture Porky Pig raping Elmer Fudd.
See, hey why do you think they call him "Porky," eh? I know what you're going to say.
"Elmer was asking for it. Elmer was coming on to Porky.
Porky couldn't help himself, he got a hard- on, he got horney, he lost control, he went out of his mind."
A lot of men talk like that. A lot of men think that way. They think it's the woman's fault.
They like to blame the rape on the woman. Say, "she had it coming, she was wearing a short skirt."
These guys think women ought to go to prison for being cock teasers. Don't seem fair to me.
Don't seem right, but you can joke about it. I believe you can joke about anything.
It all depends on how you construct the joke. What the exaggeration is. What the exaggeration is.
Because every joke needs one exaggeration. Every joke needs one thing to be way out of proportion.
Give you an example. Did you ever see a news story like this in the paper?
Every now and then you run into a story, says, "some guy broke into a house, stole a lot of things, and while he was in there, he raped an 81 year old woman."
And I'm thinking to myself, "WHY??? What the fuck kind of a social life does this guy have?"
I want to say, "why did you do that?" "Well she was coming on to me. We were dancing and I got horney.
Hey, she was asking for it, she had on a tight bathrobe." I'll say, "Jesus Christ
tá aqui
ResponderExcluirhttp://www.myspace.com/video/michael/george-carlin-rape-can-be-funny/8512313
e pra quem quiser traduzir né..
http://translate.google.com.br/#
o resto....
ResponderExcluirNow, speakin' of rape, ya know what I wonder? I wonder if there is more rape at the Equator or the North Pole. These are the kinds of things I think about when I'm home alone and the power goes out. I wonder is there more rape in the north or the south. I mean per capita. I know the populations are different.
Most people think it's the Equator. I think it's the North Pole. People think it's the Equator because its hot down there, they don't wear a lot of clothing, guys can see girl's tits, and there's a lot of fucking. That's exactly why there's less rape, because there's a lot of fucking going on! Look at the population figures. Billions of people live near the Equator. How many Eskimos do we have, 30? 35?
No-one's getting laid in the North Pole, it's too fucking cold! Guys say to their wives, "Hey honey, tonight?"
"Are you crazy? The wind chill factor is 300 below!"
These guys are deprived, their pent-up, their horny. Every know and then, they bust out, they rape someone. Now, the biggest problem an Eskimo rapist has... trying to get wet leather leggings off a woman that's kicking.
Have you ever tried to take leather pants off someone who doesn't want to take them off? You'd lose your hard-on in the process! Up at the North Pole, your dick would shrivel up like a stack of dimes!
That's another thing I wonder. I wonder does a rapist have a hard-on when he leaves the house in the morning, or does he develop it during the day while he's looking walking around, looking for somebody. These are the kinds of thoughts that kept me out of the really good schools.
And thus ends my pointless ramble about how rape can be funny, aka, Kong's rant against people with no sense of humor.
Não é bem de estupro:
ResponderExcluirLÓGICA DAS FREIRAS
Duas freiras saíram do convento para vender biscoitos
Uma é Irmã Maria e a outra é a Irmã Léia.
Irmã Maria - Está ficando escuro e nós ainda estamos longe do convento !!!
Irmã Léia: - Você reparou que um homem está nos seguindo há uma meia hora?
Irmã Maria - Sim, o que será que ele quer?
Irmã Léia: - É lógico! Ele quer nos estuprar.
Irmã Maria - Oh, não! Se continuarmos neste ritmo ele vai nos alcançar, no máximo em 15 minutos. O que vamos fazer?
Irmã Léia: - A única coisa Lógica a fazer é andarmos mais rápido!!!
Irmã Maria - Não está funcionando.
Irmã Léia: - Claro que não! Ele fez a única coisa lógica a fazer, ele também começou andar mais rápido.
Irmã Maria - E agora, o que devemos fazer? Ele nos alcançará em 1 minuto!
Irmã Léia: - A única coisa lógica que nos resta fazer, é nos separar! Você vai para aquele lado e eu vou pelo outro. Ele não poderá seguir-nos as duas, ao mesmo tempo.
Então, o homem decidiu seguir Irmã Léia.
A Irmã Maria chegou ao convento, preocupada com o que poderia ter
acontecido à Irmã Léia.
Passado um bom tempo, eis que chega Irmã Léia.
Irmã Maria - Irmã Léia !!! Graças a Deus você chegou! Me conte o que aconteceu!!!
Irmã Léia: - Aconteceu o lógico. O homem não podia seguir-nos as duas, então ele optou por me seguir.
Irmã Maria - Então, o que aconteceu?
Irmã Léia: - O lógico, eu comecei a correr o mais rápido que podia e ele correu o mais rápido que ele podia, também...
Irmã Maria - E então?....
Irmã Léia: - Novamente aconteceu o lógico: ele me alcançou.
Irmã Maria - Oh, meu Deus! O que você fez?
Irmã Léia: - Eu fiz o lógico: levantei meu hábito.
Irmã Maria - Oh, Irmã Léia!!!! E o que o homem fez ?
Irmã Léia: - Ele, também, fez o lógico: abaixou as calças.
Irmã Maria - Oh, não!!!!! O que aconteceu depois?
Irmã Léia: - Aconteceu o óbvio, Irmã Maria
Uma freira com o hábito levantado consegue correr muito mais rápido do que um homem com as calças abaixadas !!!!
Excelente texto Lola. Como sempre!
ResponderExcluirDivulguei em meu blog.
Beijos
alguem perguntou sobre a plateia do rafinha, quando ouviu essa piada horrivel de estupro. fui uma unica vez no comedians, pra nunca mais voltar, justamente por causa dessa perola. varias outras piadas babacas do cara ja' tinham me feito fechar a cara, mas essa foi a gota d'agua. fiquei seriamente tentada a ir embora. na minha mesa, so' dois caras nao riram. o resto riu, meio porque estava todo mundo rindo, meio porque voce nao deixa de rir de uma piada do rafinha, ne'? depois do show ainda puxei conversa com as pessoas da minha mesa, se elas nao tinhm achado o cara um babaca, se nao tinham se sentido ofendidos por essa piada. e a resposta foi, ah, voce esta' fazendo tempestade em copo d'agua. :(
ResponderExcluirFazer piada sobre um tema não é concordar com um tema. É apenas abordar ele. Piada não é fato, assim como caricatura não é retrato. Elas utilizam do exagero para gerar comicidade.
ResponderExcluirMesmo assim respeito a sua opinião de não gostar da piada. E você poderia fazer o mesmo e respeitar a de quem entendeu que isso era só uma piada. Assim fica cada um consumindo o que acha graça e todo mundo feliz e se respeitando. Fazer uma piada de estupro pode ser desrespeitoso, mas escrever um post e participar de um painel para criticar uma piada não é o que se possa chamar de "total respeito perante a opinião dos outros".
Outra piada:
ResponderExcluirO caçador e o urso
Depois de vários dias à espreita, o caçador avistou um urso grande, mirou e abateu o animal.
Ele estava pulando de alegria, quando sentiu um Tapinha no ombro.
Era um urso maior ainda, sacudindo a cabeça em sinal de desaprovação.
- Você não deveria ter feito isso - disse o urso.
Você matou um dos meus semelhantes, e agora vai ter de pagar. Prefere morrer ou ser estuprado?
Diante das circunstâncias, o caçador escolheu segunda alternativa.
Abaixou as calças e entregou-se à lascívia do animal.
O caçador sobreviveu, mas jurou vingança.
Um ano depois, voltou ao Alasca disposto a matar o urso que o violentara.
Ele avistou o animal, mirou e o abateu com um único tiro.
Logo sentiu um tapinha nas costas.
Era outro urso, muito maior do que aquele em que havia atirado, e disse:
- Você matou um dos meus semelhantes e vai ter de pagar.
Você prefere morrer ou ser estuprado por mim?
O caçador não podia acreditar naquilo! A cena se repetia!
Abaixou as calças e, jurando novamente vingança, entregou-se ao vigor daquele animal monstruoso.
No ano seguinte, sedento por uma desforra, o caçador voltou ao Alasca.
Avistou o gigantesco urso que o comera, mirou e abateu o animal com tiro certeiro... e sentiu outro tapinha nas costas.
Era um urso descomunal, que disse:
- Fala a verdade São Paulino, você não vem aqui pra caçar, vem????
- Ei, gata, quer jogar o jogo do estupro?
ResponderExcluir- Não!
- Esse é o espírito.
lola, tem a historia da Geisy Arruda- que foi violentada verbalmente- nao foi estuprada, mas a violencia tem conotação de "piada", pelo comportamento da multidão.
ResponderExcluirSim, piadas de estupros podem ser engraçadas! Não é engraçado assumir isso. Assim como piadas de negritudes, de homossexualidades, de transgêneros, anões, religios@s, ceg@s, surd@s e mud@s, de impotentes, traíd@s, obes@s, prostitut@s, etc. Não saberia precisar se a graça está no absurdo do impossível, ou na possibilidade explícita. Nos ouvidos de quem ouve,ou na boca de quem conta. Mas muitas vezes há graça. Não acho graça no fato em si, na violência emanada, na fúria oral, na gesticulação reproduzida e caricaturada. A graça fica em um canto subjetivo da mente que funciona em uma e não funciona em outros, a graça fica em uma carga cultural inerente ao aprendizado do sujeito. Mas o que fazer? Eu, ao menos, decidi que piadas engraçadas são as que são guardadas para os ouvidos certos. Porque a reprodução das diferentes relações de poder com as quais trabalhamos nas situações erradas geram posts como esses. Portanto, calar não é censura, as vezes é bom senso. E desculpar-se deveria ser polidez...
ResponderExcluirEu não conheço nenhuma piada sobre estupro. Só conheço o sentimento de terror que tive quando quase fui estuprada aos 11 anos de idade.
ResponderExcluirSó isso.
Oi Lola. Eu também li a matéria da Revista do O Globo falando dos limites para o humor, onde a sua reação ao CQC e o chilique do Tas foram citados. Se você quiser, te mando por correio.
ResponderExcluirA reportagem pediu que o Rafinha e o Gentili se manifestassem e os dois se recusaram.
concordo com o rafael saldanha. lembro da polêmica gerada em torno do premiado livro do art spigelman, que tratava do holocausto a partir de cartoons, com tiras muitas vezes de conotação 'cômica'. Mas a complexa contrução dele, e a utilização deliberada desta combinação entre tema e mídia, pretendiam justamente permitir abordar um tema tão traumático e articular as informações entre passado e os idáis que acabam fazendo com que os regimes totalitarios e devastadores se repitam.
ResponderExcluirPiada sobre estupro conheço essa, muito antiga: um homem estava desbravando uma selva quando encontrou um gorila. O gorila o agarrou e o sodomizou. O homem voltou pra cidade e dias depois estava triste pelos cantos. Os amigos perguntaram o motivo e ele disse "Pois é, o gorila não me procurou mais, nem me telefonou, eu tou muito chateado".
ResponderExcluirNão é piada sobre estupro, mas achei... bizarro...
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=c1f6YCaKzl8&feature=aso
"Bruxo Chik Jeitoso faz previsão de morte de um integrante do CQC"
@Nando Viana e @Rafael Saldanha
ResponderExcluirVocês tocaram em um ponto nebuloso da discussão a respeito de temas espinhosos como o estupro ou o preconeceito racial/sexual. O direito de expresar sua opinião. O problema da liberdade de expressão é que no geral, as pessoas entendem liberdade apenas como direito e nunca como dever.
Ser livre é antes de mais nada conhecer os limites de sua propria liberdade, pois a partir do momento em que ela começa a ferir o próximo ela deixa de ser direito e passa a ser falta de educação.
Se vocês acham que piada de estupro é engraçada, bom, fazer o que, compartilhem esse gosto (desculpem, mórbido) com aqueles que pensam como vocês. E não se indignem quando as vozes dos que não toleram esse tipo de atitude se levantarem, pois eles estão exercendo seu direito de liberdade tanto quanto vocês.
É aquela velha máxima, que os brucutus do CQC não entenderam ou fingem não entender plenamente: "Quem fala o que não deve, escuta o que não quer."
Piada de estupro, de conotação racial, sexual, machista, religiosa ou xenofóbica só tem graça quando os ouvintes não fazem parte do grupo discriminado. Posso te assegurar que nenhum negro que tenha sofrido preconceito implícito ou explícito na vida vá dar sonoras gargalhadas com as sarcásticas tiradas do Chris Rock. Mesmo que sejam bem intencionadas, só o indivíduo sabe o que aquele preconceito doeu nele.
Para uma vítima de estupro, um judeu ou uma mulher que ao amamentar o filho em público recebeu olhares de reprovação a premissa é a mesma.
Abraham Lincoln disse certa vez: "Todas as vezes que vejo alguém defender a escravidão, sinto vontade de vê-la sendo aplicada nele."
Só quem apanha sabe onde dói.
Peço perdão a quem "de vez em quando" vê graça em piadas de estupro. Devo ser uma pessoa muito séria, mesmo. Acho horrível demais. Não importa da boca de quem a piada venha... não consigo rir.
ResponderExcluirDeve ter graça? Não pra mim.
Lola, voltei pra deixar uma sugestão. Quer dizer, não é um dos melhores filmes do mundo, mas é realista. Depois que eu assisti fiquei com uma sensação muito ruim.. acho que todo mundo que assiste fica com essa sensação mas eu acredito que por ser um filme forte, mudaria a opinião de muita gente que acha essas piadas engraçadas (é tipo o tapa na cara que essa gente precisa pra parar de rir dessas desgraças). Ele conta a história de uma vingança, pois a namorada do rapaz é estuprada e ele e um amigo vão atrás de quem cometeu esse crime.
ResponderExcluirhttp://www.adorocinema.com/filmes/irreversivel/
http://www.youtube.com/watch?v=6WP6sUroffc
Oi, Lola. Tenho lido seu blog com frequência, e pensado muito nas coisas que deixo de dizer diariamente, para manter a cordialidade em sociedade.
ResponderExcluirHoje, curiosamente, acordei pensando em uma "brincadeira" que era cantada por meus coleguinhas de escola, quando tínhamos por volta de 10 anos. Agora, lendo o seu blog, a lembrança fez sentido e me mostrou o quanto o tema me indigna.
Não sei se ainda é uma versão conhecida pelas crianças e adolescentes de hoje, mas me lembro de ter cantado isso em casa uma única vez, e levado uma imensa bronca do meu pai, dizendo que não havia graça nenhuma na tal musiquinha, e que devíamos ter vergonha de cantar isso.
Tratava-se de uma paródia de "Mania de você", da Rita Lee, que começava assim:
"Meu bem você me dá / ou vai na marra (...) / a gente faz amor / em cima da pia"
É óbvio que a brincadeira não tinha graça nenhuma, e quando minha mãe me explicou o que significavam os versos da paródia, eu passei a brigar com os amigos que a cantavam. Mas era fato - e esta é uma constatação feita 20 anos depois - que os meninos mais velhos da nossa rua sabiam o que cantavam, e direcionavam a canção para algumas meninas que eles, digamos assim, "paqueravam". E ridicularizavam quem censurava a brincadeira.
Não sei se este episódio pode ser classificado como piada, mas me faz pensar que este imaginário é cultivado desde muito cedo, abertamente, e ninguém se opõem. Os meninos com 14 anos achavam - e continuam achando, 20 anos depois - que tinham o direito de se dirigir às meninas dessa forma, e, mais, que elas deveriam sentir-se lisonjeadas - afinal de contas, haviam sido escolhidas. Quase um favor, conforme a lógica do CQC.
Admiro você.
http://www.oesquema.com.br/mauhumor/2011/06/13/talking-funny.htm#comments
ResponderExcluirarnaldo branco falando sobre humor e cqc
adorei, alex - "Tem muito piadista ruim botando culpa no politicamente correto."
ResponderExcluirCara Lola, que legal você vir à Brasília para um debate dos bons!Pena que, justo nesta data, estarei viajando de férias! Gostaria de conhecê-la pessoalmente, afinal, você está na minha lista de blogs para ler lá do meu blog.;)
ResponderExcluirEu acho o politicamente correto um pouco chato no que tem de excesso. Mas talvez o excesso, a patrulha, sejam necessários até que a humanidade encontre o equilíbrio, o caminho do meio. No caso de descer a lenhar nessas piadas grosseiras e estúpidas, podem contar comigo. O que a cultura tem a ganhar com essas pessoas que lucram com baixarias?
Piada sobre negro, mulher feia, judeu, gordos e deficientes físicos são mais velhas do que a fome. Existem desde que o mundo é mundo e, por isso mesmo, já deveriam ter sido aposentadas. Quando nada se cria, tudo se copia, perdemos a oportunidade de realmente ir além, transgredir, polemizar. Só assim a gente amadurece, saindo do confortinho "burguês". (Gostaram do toque marxista ultrapassado?;))
Essa galerinha que dá poder, sucesso e grana para gente que fala água - repetindo discriminação que meu avô já devia reproduzir sentado na cadeira de macarrão da varanda da casa dele -- essa galerinha não deve sacar nada de vanguarda.
Rafinha do CQC não é futuro, é passado azedado. Piada boa se faz sobre comportamentos e seus desvios. Características físicas, raciais e orientação sexual não podem ser o fim da história, mas apenas um meio. E não vale atacar de Maquiavel e dizer que um justifica o outro.
Claro que se pode rir de “estereótipos” como a mãe judia, por exemplo. Woody Allen (outro transgressor que muito bem contribui para o imaginário mundial) fez isso hilariamente em Contos de Nova Iorque. Aposto que nenhuma mamãe onipresente se ofendeu. Porque o risível na tela estava calcado no comportamento de quem, até do céu, continua controlando a vida do filho.
A juventude de hoje acha novidade o que pra gente já é velhice... Falta leitura, falta educação, falta bagagem, falta saber do passado para refletir o presente, falta ideologia de verdade para criar arte realmente nova.
Seria super vanguarda se os jovens de agora acreditassem que podem sacudir o mundo, derrubar ditaduras, acabar com a miséria, banir a discriminação racial e sexual... Acreditar no poder da solidariedade, da humanidade. Tai algo que sempre gerou muitas mudanças radicais.
O sucesso de pessoas sem nada a dizer está diretamente ligado a um público sem formação cultural/educacional capaz de acender nas cabecinhas o enferrujado senso crítico fundamental. Sem parâmetros para assimilar o que esses “artistas” fazem como pura repetição de padrões, imbuídos de rebeldias falsas e tolas, meninos e meninas alimentam "um museu de grandes novidades”. (Ave, Cazuza!)
Será que vou ter de reencarnar umas mil vezes para ver o Planeta Terra realmente antenado em outras ondas? Do jeito que a coisa anda, tirar o foco do próprio umbigo por dez minutos já pode ser considerada a maior transgressão da juventude sem calças, ops, causas.
http://plotploft.blogspot.com
ResponderExcluirBem, não é muito difícil encontrar piadas sobre estupros, sendo eu leitora assídua dos mais diferentes blogs de humor, algumas piadas chegam a ser horripilantes e eu chego a sentir vergonha alheia, abaixo algumas piadas devidamente linkadas:
""Em uma cidade do interior de Minas Gerais ouve um estupro e o único testemunho era Jonas entao o juiz disse:
Sr. Jonas fale tudo o que viu , só que nao fale palavras de baixo calao(palavrao) use sinonimos e metáforas entao Jonas disse:
-Bom eu vi quando aquele homen ali deitou a coitadinha no mato , pegou um sinonimo desse tamanho e enfiou na metáfora da coitada , tche""
""Durante a Segunda Guerra Mundial os alemães invadem um convento e estupram todas as freiras. Quando estão saindo, encontram uma freira idosa, toda enrugadinha. Um dos soldados já começa a tirar a roupa e partir para cima dela, quando o capitão intervem:
- Não faça isso! Deixe essa pobre mulher em paz! E ela:
- Nada disso, meu filho! Guerra é guerra!""
estas foram tiradas do site:http://www.piadalegal.com.br
Tem uma piada que um amigo meu postou, vou falar a verdade, eu ri litros... é o seguinte:
ResponderExcluirnuma favela, chega um cara arrastado pelos braços por dois traficantes, a mando do dono da boca e dizem pro cara que tá no barraco:
- Aí Tonhão, esse cara aqui tava ali mexendo com a mulher do dono da boca, e por isso ele mandou trazer ele aqui pra você comer o cu dele pra ele largar de ser otário e depois liberar.
aí o cara que iria ser estuprado pelo tonhão, começa desesperadamente:
- Não. Não faça isso comigo, por favor, eu tenho mulher, filhos.. não faça isso, o que será de mim? como eu poderei viver depois disso? por favor, pelo amor de deus, por tudo que é mais sagrado, libera aí... dá essa moral.. não faça isso.. - chorando copiosamente.
aí nisso, entra mais um cara no barraco sendo arrastado pelos braços, eos capangas dão a seguinte isntrução ao Tonhão.
- esse aqui foi pego roubando dinheiro da boca. O dono mandou cortar as duas mãos dele e liberar.
mal sairam, já voltaram com outro, na mesma situação, arrastado pelos braaços, eo jogaram lá dentro do barraco:
- esse daqui tá caguetando geral, entregando pros homi, maior x9.. o dono mandou furar os zóio, rancar, cortar a língua mandar ele embora pra servir de exemplo...
nisso veio mais outro.. e novamente outras instruções cada vez mais escabrosas..
no que o primeiro, todo sem jeito, levanta a mão e diz:
- Dr. Tonhão.. por favor, só um segundinho de sua atenção nobre cavalheiro.. errrr. só pra lembrar: O cara que vai dar o cu sou eu. Falou?
Faz um tempo meu blogueiro e crítico de cinema preferido Pablo Villaça fez um post sobre o assunto http://www.cinemaemcena.com.br/pv/BlogPablo/post/2011/05/14/Fazer-comedia-nao-e-facil.aspx
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA pior piada de estupro que eu já ouvi foi esta:
ResponderExcluir"Um cara estupra uma negra no banco de trás de um fusca, na frente de uma sinagoga. O que aconteceu? Nada, pois sinagoga não é igreja, fusca não é carro e negra não é gente."
Como é possível perceber, além de minimizar o estupro, incitando o interlocutor a acreditar que há pessoas que podem (ou merecem) ser estupradas (afinal, não são "gente"), ainda manifesta preconceito contra negros e judeus.
Internet é assim, um link aqui dos comentários me levou a outro link que me levou a esse: http://www.contraditorium.com/2011/04/18/o-estranho-caso-do-heri-estuprador-e-a-homofobia-do-bem/
ResponderExcluirlola,
ResponderExcluirhesito em dizer que há temas proibidos para o humor. me sinto mais inclinada a dizer que não. o que ocorre com o cqc é que não são bons - quando fazem rir, é por constranger quem é odiado por todos (os políticos, por exemplo) - é um riso de vingança, de catarse. por isso, quando fazem humor com temas do cotidiano, fica flagrante a grosseria e falta de graça das piadas: não são humoristas, são bullies. simples assim.
algumas pessoas falaram de wanda sykes. é realmente um excelente exemplo. olha só que maravilha ela consegue fazer com os temas delicadíssimos "gay" e "negro":
http://www.youtube.com/watch?v=EMMrd6D1vjA
enfim, acho que, mais do que de tema, a questão é de ponto de vista e de posicionamento - do humorista e do público.
Lola, com o perdão do off topic, você viu esse desfile?!
ResponderExcluirhttp://juliapetit.com.br/moda/samuel-cirnansck-4/#comments
Não sei nem o que comentar.
só complementando: embora esteja inclinada a achar que qualquer tema pode ser matéria para o humor, acredito também que o humor é uma forma de discurso como qualquer outra, e não deve ser protegida por uma redoma especial. Se alguém decide contar uma piada racista, está cometendo um crime e não pode se esconder atrás do argumento preguiçoso e estúpido do "é só uma piada".
ResponderExcluirLola, não conheço piada de estupro, mas queria dar um recado aos que acreditam ter direito de contar uma "piadinha inocente" e afirmar se o alvo dessa piada deve se sentir ofendido ou não:
ResponderExcluirOi, a questão não é de que apenas estupradores contem piadas sobre estupro e, sim, o porquê dessas piadas provocarem riso; e por que, no contexto de DOENÇA SOCIAL em que vivemos, o riso se torna ofensa! Rir de condições inerentes ao ser humano, como a morte, pode ser visto como natural; no entanto, a violência sexual é um PROBLEMA que pode e deve ser combatido, não banalizado pelo humor!
Pra mim, a única maneira de se legitimar esse tipo de piada seria a aceitação de todas as vítimas reais e potenciais de estupro. E aí: vc teria coragem de repassar a piada do Rafinha Bastos a uma amiga que foi estuprada? Não, né? Quer dizer que a empatia se limita às pessoas com quem temos contato direto?
*aceitação (das piadas) POR todas as vítimas
ResponderExcluirUma mulher chegou na delegacia da mulher e falou aos prantos:
ResponderExcluir- Delegada! Delegada! Eu fui estuprada! A delegada muito preocupada tentou acalma-la:
- Fique calma, fique calma, mas agora me diga como era esse homem que lhe estuprou.
- Ai delegada, ele era alto, forte, loiro,tinha olhos verdes e peito cabeludo, e ...
A delegada nao aguentando mais ouvir aquilo pediu :
- Ai mana, para, para porque eu ja estou toda arrepiada!
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Uma lição pra nem sempre reclamarmos da vida... sempre há alguém em pior situação. Na favela dois homens entram num barraco arrastando um cara pelos braços. Lá dentro, o Djalmão, um negão enorme limpa as unhas com um facão. Djalmão, o chefe mandou você estuprá esse cara que é para ele aprender a não se meter a valente com o nosso pessoal. Pode deixar ele aí no cantinho que eu cuido dele daqui a pouco. Quando o pessoal sai o rapaz diz:
Ô Djalmão, faz isso comigo não . Depois disso não vou nem consegiir me olhar no espelho, a vida va i acabar pra mim etc...
- Cala a boca e fica quieto aí! Disse o Djalmão Pouco depois mais dois homens arrastando outro cara:
Ô Djalmão:
- Esse aqui chefe mandou você cortar as duas mãos e furar os olhos é para ele aprender a não tocar no dinheiro da gang.
- Deixa ele aí que eu já resolvo. Daí a pouco chega outro pobre coitado:
- Djalmão, esse o chefe quer que você corte o bilau e a língua para ele não se meter com mais nenhuma mulher da favela!
- Já resolvo isso. Bota ele ali no cantinho junto com os outros. Nisso o primeiro rapaz diz em voz baixa:
- Seu Djalmão, com todo respeito, só pro senhor não se confundir:
eu sou o cara do estupro, ta?
não li todas, mas li várias piadas sugeridas e a melhor sem dúvida (talvez a única engraçada) é a do estupro q não houve graças à lógica da irmã Léia...Adorei!
ResponderExcluirEu quero ir te ver com certeza. A maioria das piadas que eu conhecia ja foram colocadas aqui.
ResponderExcluirBoa tarde, Lola.
ResponderExcluirConcordo com o Chico Venâncio, que postou o oitavo comentário. Eu mesma gosto de humor negro (eu sei, é de gosto MUITO duvidoso, para não falar coisa pior), e quenado paro para pensar, não sei explicar como eu posso achar graça.
Por incrível que pareça eu achei um pouco de graça nessa segunda piada, isso porque fui vítima de pedofilia por três homens diferentes, fora o assédio sexual (moléstia) vindo de meninos da minha idade quando tinha apenas 9 anos de idade. Estou falando isso apenas para você saber que às vezes a graça não é encontrada apenas por pessoas que vivem em outra realidade, mas concordo que seja a maioria dos casos.
eu achava que nunca ia rir de uma piada sobre estupro, mas depois dessa do caçador de ursos não aguentei, é hilaria demais, talvez tb pq a vitima no caso é um homem rrsssssssssssssssssss.
ResponderExcluirLola, não me recordo de nenhuma piada com esse tema, mas certamente já ouvi/li várias. Pra falar a verdade, eu tenho um tio que compra diversas revistinhas de piadas, obviamente machistas, que são, depois de lidas, devidamente emprestadas para o meu pai. Já folheei algumas e, claro, continha algumas fazendo graça com o estupro, mas já não me lembro mais.
ResponderExcluirEntão minha contribuição vai ser com um link contendo algumas asneiras ditas por um religioso. Talvez vc já tenha até visto, mas aqui vai:
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=44253
Eu acredito que o humor tem o poder da crítica. Se bem usada, uma piada sobre estupro pode repercutir positivamente. Mas para isso, é preciso parar de pensar que bullying = humor, porque não é! É preciso parar de sacrificar as vítimas, humilhá-las ainda mais, como fazem os imbecis do CQC.
ResponderExcluirEntretanto, eu ri da história de voltar no tempo e estuprar o Hitler. Eu ri porque é NON SENSE, porque é impossível, porque me faz refletir o que EU FARIA se voltasse no tempo e encontrasse hitler. O mataria? O estupraria? Qual seria a minha atitude? Sinceramente, isso é comédia, não é bullying.
Tem esse vídeo-piada da máscara do estuprador:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=_rp0OmRLgzc
Esse vídeo com a piada do mudinho:
http://www.youtube.com/watch?v=HbPhhO7zooc
Tem um slogan que é assim:
"Neste verão não morra estuprada, não use roupa apertada"
E todo ano, quando os presos recebem indultos de páscoa ou de dia das mães, ouvimos coisas do tipo:
"Mulheres, cuidem de suas xoxotas, tomem cuidado e não saiam de casa pois 9 mil presos estão há solta"
Lola, achei esse link de piadas com estupro. Pode ajudar na sua palestra.
ResponderExcluirhttp://www.oneangrygirl.net/wackyrape.html
Parabéns pelo blog incrivel!
Lola, o seu blog é excelente, parabéns! Não concordo com todas as suas posições, mas isso não vem ao caso agora: de modo geral, temos causas em comum, e eu a considero uma grande contribuição para a sociedade. Acima de tudo, Lola, obrigada pela coragem!
ResponderExcluirCom relação ao post, não conheço nenhuma piada sobre estupro. Mas, recentemente assisti a uma entrevista com o Angeli na Marilia Gabriela que toca nessa questão do humor, mais especificamente no argumento que já estamos cansados de ouvir: "mas é só uma piada!".
Na entrevista, quando a Marília pergunta pro Angeli (dispensa apresentações, né?) o que é o humor, ele diz: "É uma forma de ataque... ou de defesa". Genial em tempos em que os comediantes se esquivam de qualquer responsabilidade sobre o que dizem, não?
Não há nada de errado em usar o humor como forma de ataque, desde que esse ataque seja assumido e declarado, e desde que o ataque não seja feito a minorias com as quais a sociedade já está em dívida. A crítica no humor deve existir contra o que está errado e deve mudar, e não pra chutar cachorro morto! É tão difícil assim de entender isso?
Enfim, achei que essa declaração (que foi feita bem antes deste grande debate que veio à tona agora) contribui bastante para elucidar a questão.
Obs.: não encontrei o link da entrevista no youtube, talvez os seus leitores possam ajudar?
bjos!
Entendi. Fazer piada de estupro na qual o alvo de gozação é o estereótipo de um atleta tarado de madrugada aí pode, né? rs Ok.
ResponderExcluirPra mim existe uma linha que separa "piadas sobre estupro" e "piadas sobre VÍTIMAS de estupro." Essa segunda, é como eu chegar em um criancinha com cancer, apontar e gritar "HAHA, SE FODEU!". Ou seja, é ofensiva, sem graça e ridícula.
ResponderExcluirA piada do Rafinha foi sobre vítimas de estupro, e é isso que é inaceitável.
Lola, você soube das declarações de um bispo de Guarulhos sobre estupro? Saiu no Valor, li nesse blog: http://mariafro.com.br/wordpress/2011/06/14/bispo-de-guarulhos-responda-nos-que-fe-e-esta-que-prega-odio-desrespeito/
ResponderExcluirOi, Lola. Te leio sempre e nunca comentei, mas recomendo seu blog sempre que posso.
ResponderExcluirNo caso do vídeo da Wanda Sykes, o que eu achei interessante foi como as pessoas aplaudiram no final, quando ela, interpretando o homem que fica em casa só com a vagina da mulher e alarga ela toda, explica que ficou assim pq uns amigos dele foram pra casa.
Pq é "óbvio" que muitos homens com uma vagina só pode ter um fim: sexo grupal - querendo a dona da vagina ou não.
Eu gosto da Wanda Sykes e, no começo do vídeo, pensei que foi uma abordagem interessante, pelo humor, para mostrar como é perigoso ser mulher e como só deixando uma das suas peças biológicas em casa é que poderíamos nos sentir seguras em público. E pensei que está no absurdo o momento da reflexão - que é o que deve fazer o humor de verdade.
Mas é sempre a reação da plateia que me impressiona mais. No começo, só ouvia algumas mulheres rindo. Mas é quando ela sugere que vários homens "usaram" a "vagina" enquanto a mulher estava fora que a plateia explode.
Isso, pra mim, é o mais triste.
Lola, tens algum post no teu blog sobre os casos de Ciudad Juárez no México? Não consegui encontrar.Obrigada.
ResponderExcluirQuem diz "eu adoraria ser estuprado por um bando de gostosas" prova a confusão imensa sobre o assunto... Estupro implica obrigatoriamente a falta de consentimento, ou seja, nenhum desejo de viver o ato. Se ele adoraria isso, não é estupro, é sexo consentido. Ninguém adoraria ser estuprado, é tão antinômico quanto dizer "eu adoraria fazer algo que detestaria". Essa maneira generalizada de ver o estupro, principalmente de mulheres, como algo que exclui a violência inseparavel desse ato, me entristece profundamente, e me assusta muito.
ResponderExcluirNão sei se você já viu isso: Mas estava lendo sobre as versões originais de Chapeuzinho Vermelho e vi que em algumas versões se extendia a lista de partes do corpo que a menina fazia perguntas, acabva que além de exagerar no tom erótico, tb brincava com a ingenuidade da personagem e da esperteza do lobo que se estava se dando bem.
ResponderExcluirJá escutei uma piada de estupro infantil. Não desculpa, mas nem consigo escrever. Sei que tomei tamanho horror a figura disse tal coisa que eu nunca mais falei com o cara.
ResponderExcluirtive q fazer uma breve pausa na leitura dos comentários após a pergunta do pentacuspide: a diferença entre piada de estupro e piada de morte/enfarto/acidentes é que VIOLÊNCIA não é acidental.
ResponderExcluirviolência envolve a vontade de uma das partes em fazer o mal a outro. já morte/enfarto/acidentes, em regra, independem da vontade humana.
toda vez q alguem da a entender q estupro n é nada demais, eu sempre uso o mesmo argumento (de baixissimo nível, admito): "imagina q em vez de uma mulher, é o seu cu q está sendo violado"
ps. lola, acho q conheço uma, sim. n lembro direito como é contado, eu não sou engraçada, mas as circunstâncias seriam +- essas:
um casal é surpreendido por um sujeito armado, que arrombou a porta da casa. o sujeito bota o pinto pra fora, demonstrando suas intenções.
o homem (do casal) logo fala pra sua companheira : querida, isso vai doer mais em mim doq em vc, mas pense no nosso futuro juntos, nos nossos futuros filhos, nas nossas vidas! vai lá, temos que fazer esse esforço por amor!
a mulher, resignada, vai até o estuprador. não passa nem um minuto com ele e logo volta, dizendo:
- querido, vc tinha razão. temos q fazer esse esforço por amor. mas o sujeito me disse q deseja VOCÊ, então vai lá!
hilariante, né? NOT
Ahhhh, NÃO FERRA mulher... Deixa de ser mal-humorada, que á apenas HUMOR... Quer dizer então que não se pode mais fazer piada sobre assaltos, por exemplo, so porque existe gente com trauma de ter sido assaltado?...
ResponderExcluirDaqui a pouco não se poderá mais fazer piada de p*rra nenhuma, por causa desse pessoalzinho politicamente correto que teima em levar a sério o que não passa de piada e humor... Afinal, piada boa normalmente é zombando em cima de alguem ou alguma coisa.
Lola, em seu Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, André Comte-Sponville diferencia o humor da ironia:"a mesma brincadeira, pode mudar de natureza, segundo a disposição de quem a enuncia: o que será ironia em um, que se exclui dela, poderá ser humor em outro, que nela se inclui." E acrescenta adiante:"A ironia fere; o humor cura. A ironia pode matar; o humor ajuda a viver. A ironia quer dominar; o humor liberta. A ironia é implacável; o humor é misericordioso. A ironia é humilhante; o humor é humilde.". Ou seja, se Rafinha Bastos for estuprado e fizer uma piada sobre isso, pode ser engraçado.
ResponderExcluirNão sei se ajuda. Mas aqui tem uma boa lista de filmes que retratam o estupro. Nenhum de forma engraçada pois acho que isso não existe.
ResponderExcluirhttp://listasde10.blogspot.com/2010/02/10-filmes-com-estupros.html
A voltei aqui de novo. Veja capa do Meia hora de ontem.
ResponderExcluirhttp://twitpic.com/5cv9m2
Perfeito, Luan Urban, sobre a diferença entre "piadas sobre estupro" e "piadas sobre VÍTIMAS de estupro".
ResponderExcluirPor causa dos excessos estupidos do "Politicamente Correto", tem gente sem senso de Liberdade que fica vendo seriedade em tudo e, pior, PATRULHANDO o humor e exigindo censura.
NAO DEVE EXISTIR ASSUNTO SAGRADO para o humor. O humor tem que ser livre, se nao gosta, NÃO OUÇA, mas não venha querendo censurar o direito dos outros. Humor pode ser engraçado gozando sobre tudo, sejam piadas sobre anão, quatro olhos, órfãos, bebês trocados, gago, fanho, bicha, preto, branco, loura, sogra, judeu, nazista, bahiano, gaúcho, mineiro, carioca, turco, português, polaco, e um número interminável de grupos e pessoas.
Abaixo esse fascismo disfarçado de quem adora censurar e silenciar os outros quando não concorda com ele. Que bom se nosso país tivesse a Liberdade de Expressão que impera nos EUA. Aqui, estão querendo até criar uma casta especial, ao tentar empurrar uma Lei onde gay não poderá mais ser criticado. Por que gays poderiam ter mais direitos que os outros?
O argumento de que “quem ri de estupro não conhece a gravidade do assunto” assume, automaticamente, que quem conhece a gravidade do assunto não seria capaz de rir do mesmo, o que é também um preconceito.Pensar que o piadista é, por exemplo, misógino, é caracterizar alguém, nesse caso, desconhecido. Não sabemos exatamente qual são as óticas, paradigmas, “schemata” (cognição do ambiente ao seu redor), e certamente não sabemos o que pensam e sentem ou como se posicionam humoristas públicos perante os dilemas universais da vida. Mesmo que um fã ou espectador tenha razão caracterizando algum deles de misógino, não tem conhecimento empírico da pessoa. É uma opinião formada em relação ao caráter e integridade de outrém sem conhecimento íntegro desse outrém (preconceito).O humor negro só existe em consequência da existência de traumas e, segundo a psiquiatra, é produto dos traumas gerados pela opressão, ou seja, é uma das habilidades desenvolvidas por grupos oprimidos para lidar com seus conflitos.Nesse caso, existe o mesmo preconceito atribuído aos piadistas, mas dessa vez atribuído a quem ri de suas piadas.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão vou saber traduzir agora, mais ou menos assim:
ResponderExcluirGang rape: 9 out of 10 people enjoy it.
eu vi uns comentários no Facebook com isso.
Lembrei mais uma, mas de homens homossexuais, não sei se vale(zoando com pedofilia e querendo dizer que todo homem homossexual quer fazer sexo com qualquer homem)mais ou menos assim :
ResponderExcluir- Quando você teve a primeira relação com um homem?
- Ah, eu era adolescente/novinho/tinha x anos, e um homem me seguiu e me pegou...
- e por que você não correu?
- É que eu estava de salto alto...
Lembrei mais uma, mas de homens homossexuais, não sei se vale(zoando com pedofilia e querendo dizer que todo homem homossexual quer fazer sexo com qualquer homem)mais ou menos assim :
ResponderExcluir- Quando você teve a primeira relação com um homem?
- Ah, eu era adolescente/novinho/tinha x anos, e um homem me seguiu e me pegou...
- e por que você não correu?
- É que eu estava de salto alto...
Achei mais no Facebook (serve em inglês)?
ResponderExcluirI was rejected at a job interview because when i was asked to give an example of good team work
I replied "Gang-Rape"!!
Coloquei as piadas porque lembrei rápido. Li os comentários, e minha opinião é que não há assunto proibido em humor, o problema é quando a graça vem de diminuir o que a seriedade do assunto ou reforçar preconceitos ou esterótipos. Nos comentários sobre "gang rape" que eu coloquei o problema é a banalização do pior tipo de estupro. Mas a piada das freiras por exemplo é engraçada.
ResponderExcluirDenise Marques Leitao, QUAL o problema da piada reforçar esterótipos? Humor é humor e pronto. Quem ouve a piada pode gostar ou nao gostar, mas nao pode rotular que exista humor que "pode" e humor que "nao pode".
ResponderExcluirEu nao transfiro a ninguem mais o poder de censura, nem o meu direito de julgar as coisas por mim mesmo (sem censurar os demais so porque nao gostei).
denise, quando vc falou da freira eu aperte aqui control F pra acha-la nos comentários e havia 2 piadas:
ResponderExcluir1) uma freira que usa da astucia pra fugir do agressor, e consegue se salvar
sim, essa é engraçadinha. pq ninguem espera pela engenhosidade da feira na hora h. esse elemento surpresa é engraçado, muito graças ao final 'feliz'. eu, particularmente, não morri de rir. acho q ha assuntos muito mais interessantes pra se fazer piada. mas se é pra 'fazer piada de estupro' q seja algo assim)
2) uma piada em q vários homens pretendem estuprar todas as jovens de um local, mas "poupar" a freira idosa. entao a freira PEDE para ser incluída no 'jogo'.
não tem graça alguma. dá a entender q estupro é sexo, não violência. como se alguém fosse pedir pra ser violentado.
e como se preservar (???) uma idosa, mas abusar das jovens fosse ok, pelo codigo de conduta dos tais homens. numa tentativa de nao vilaniza-los, ne? 'olha como eles sao humanos, se importam com os sentimentos da velhinha'. por outro lado tb fica claro q perder tempo com aquela ali n vale a pena, pq ela é velha (= n é atraente).
é uma piada nojenta q usa da mesma logica da piada do rafinha bastos... mulher feia/velha AGRADECE qd tem um pouco de sexo, mesmo q seja a base de violencia.
agora imaginem um bando de meninos ouvindo isso... a visao de mundo q eles vao formando!!! obvio q isso é condenavel, ainda mais na tv aberta. ainda mais pq a classificação indicativa do programa permite menores de idade. isso n é algo a ser transmitido para alguem q ainda está em formação, ainda mais num país onde a educação é super falha. se nem homens adultos tem discernimento entre oq é machismo ou não, imagina adolescentes e crianças.
fora q reforça a ideia de que na guerra é moralmente permitido aos homens darem uma estupradinha, pq afinal são tempos difíceis, né? eles precisam de uma aliviada! ah, sim... pq imagina ficar meses, anos sem sexo... ué, mas masturbaçao existe pra quê???
ResponderExcluiros EUA, por ex, q vivem invadindo os outros paises. é lindo esses homens irem pra guerra com essa noçao de q podem violentar civis do local como forma de dominação (explodir casas, atirar em homens, e, principalmente, estuprar mulheres)
por esse logica, a policia quando invade o morro pode fazer o mesmo com os favelados. e os traficantes podem fazer o mesmo com as pessoas 'do asfalto'. afinal, qd eles estao em guerra, aqueles q n pediram pra ser envolvidos podem pagar o pato
Eu achei engraçada a freira que se salva por ser esperta. A da freira - ou velhinha, porque tem duas versões - é simplesmente deprimente.
ResponderExcluirE aí que está o problema, passar a idéia de que um estupro pode ser agradável para uma pessoa menos atraente, como a "piada" do Rafinha.
Primeiramente parabéns pelo texto, muito bom!
ResponderExcluirSó queria compartilhar uma matéria que me deixou sem palavras http://vidaemorbita.blogspot.com/2011/06/bispo-dz-que-estupro-so-e-possivel-com.html
Infelizmente não li todos os comentários, então não sei se alguém já postou essa noticia, mas eu vi isso no find e fiquei revoltada:
ResponderExcluirhttp://vidaemorbita.blogspot.com/2011/06/bispo-dz-que-estupro-so-e-possivel-com.html
Pesquisei e não vi a noticia em outros locais então não sei o quão confiável ela pode ser, mas só de pensar que muitas pessoas compartilham dessa idéia já dá raiva.
Estava lendo os comentários e lembrei dessa tirinha que vi há uns dias:
ResponderExcluirhttp://blog.drpepper.uol.com.br/?p=3879
A personagem Jurema é sempre retratada como loser por ser obesa e feia.
Aliás, a temática toda do Dr Pepper é politicamente incorreta. Tem coisa engraçada, sim, mas tem muita coisa pesada tbm.
Não li todos os comentários desse post, mas gostaria de fazer alguns comentários sobre o humor em estupro ou outros temas "politicamente incorretos"
ResponderExcluirAmanda Palmer faz uma música e um vídeo que eu acho que lida com estupro, aborto e cristãos de uma forma engraçada:
http://www.youtube.com/watch?v=8C17yfGyJjM
E tem um texto aqui sobre piadas de estupro:
http://jezebel.com/5094798/is-a-rape-joke-ever-funny
Ambas as autoras foram vítimas de estupro, apesar de Amanda Palmer dizer que não acha que isso dá a ela nenhuma credibilidade especial para falar do tema.
A impressão que eu tenho, quanto a alguns tipos de piada em situações como essa, é que o ataque não é sobre a vítima, mas sobre toda a sociedade e o absurdo de uma cultura que gera situações assim. Acho que ao relegar certos temas a um nível do qual não podemos fazer piadas, travamos o debate.
Eu posso ser um caso muito particular, mas ao rir ou fazer piadas de negros, gays, judeus, estupro, holocausto, eu não me vejo rindo das vítimas, mas da posição absurda do interlocutor da piada, inclusive quando sou vítima das tais piadas.
Não é um riso fácil, é incômodo, amargo. É um riso que escancara certas estruturas de coisas "sagradas demais". É o velho "rir para não chorar". Esse é um refinamento que o Rafinha Bastos não foi capaz de ter e que existe em outros espaços, como a Cleycianne ou o programa da Amanda.
Sim, claro, existem piadas que só reforçam posições existentes. Eu não vejo a mínima graça na maioria.
Existe uma linha, que muitas pessoas não enxergam, entre rir da vítima e rir do absurdo de uma situação que tem que ser mudada, discutida, trazida à tona e mesmo ridicularizada. Acho que estupro é uma delas. Nunca fui estuprado. Mas as duas autoras que postei pensam de forma semelhante. E já sofreram essa violência.
Obrigada, pessoas queridas! Vcs são maravilhosas! Li tudinho com atenção, e vou usar muito do que vcs falaram na minha palestra de amanhã.
ResponderExcluirE confesso que ri alto com a piada do urso e do caçador. Acho que foi a repetição, ou o uso do "são paulino", ou senão o fato de que ursos não falam, não dão tapinha nas costas, e, ah, sim, não estupram pessoas.
Pessoas de Brasília que poderão ir a UnB pro painel, até amanhã!
Recebi mais uma por e-mail hoje:
ResponderExcluirJuíza perguntando para a prostituta
" Quando você percebeu que havia sido estuprada? "
A prostituta, secando as lágrimas diz:
Quando o cheque voltou!!!
Esse vídeo é uma boa piada de estupro (em inglês):
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=qullWVe6gQg
O problema não é o tema, é a incapacidade de alguns humoristas (como o Rafinha Bastos, que todos gostam tanto de citar) de gerar conteúdo ao mesmo tempo de qualidade e não-ofensivo.
Piada nenhuma que fala mal de mulher é engraçada e de estupro então. Fui violentada várias vezes por um maníaco perto da minha casa ele me atacava quando eu tava na rua ou em casa sozinha,vizinho daqueles que dizem ser quase parentes. até que o infeliz foi preso. o tempo passou não superei nada tentei até seguir em frente. Um dia arrisquei um namoro com um rapaz e tava até indo bem,mas ele percebia que eu tremia quando me abraçava. até que ele perguntou: voce foi estuprada? porque treme? tem medo de que? fica comigo e geme como uma estuprada. Isso me enojou e me arrasou dum geito que cuspi nele e arranhei e tive vontade de matar. o infame sorriu e disse que foi uma piada. e eu nem confirmei que havia sido violentada. Que horror. como pode um homem fantasiar um estupro com a naorada?
ResponderExcluirAmietel,
ResponderExcluirMe desculpe, mas fantasia sexual, desde que consensual entre as partes na hora de coloca-la em pratica, NAO TEM REGRAS, limites, muito menos Censura... É uma grande tolice querer ficar regrando as fantasias e a vida sexual (entre 4 paredes) dos outros.
Isso não é religião, para voce querer julgar os outros ou impor aos demais aquilo que é apenas a sua preferencia e o seu limite pessoal. Voce nao gosta, isso tem que ser respeitado. Mas voce tem que respeitar os gostos alheios tambem.
uma freira conta pra outra:
ResponderExcluir"aí, irmã, eu estava andando de noite no parque quando ouvi passos atrás de mim. olhei por cima do ombro e vi um homem vindo pelo mesmo caminho. eu fiquei nervosa e apertei o passo."
"e aí irmã, o q aconteceu?"
"aconteceu, irmã, que ele também começou a andar mais rápido. eu andei mais rápido ainda, mas ele também."
"céus, irmã, e aí?"
"senti ele se aproximando cada vez mais, então finalmente eu cheguei ao auge do meu desespero."
"o que vc fez, irmã?"
"eu estava realmente desesperada, irmã. levantei meu hábito..."
"e ele, irmã?!"
"ele abaixou suas calças..."
"meu deus, irmã!!! e o q aconteceu?"
"ora, o óbvio, irmã...
uma freira com o hábito levantado corre mais rápido que um homem com as calças abaxiadas!"
Eu detesto piadas de estupros,não importa quem seja a vitima(homem,mulher ou criança).piadas de estupro só serve para banalizar a pervercidade do estupro.Nem mesmo o estuprador deve ser estuprado,porque ai estaríamos apoiando um estuprador de estupradores e quem estupra estuprador estupra qualquer um(homem,mulher,criança)o correto é que o estuprador apodreça na cadeia ou que receba pena de morte,mas nunca se deve apoiar o estupro de ninguém.
ResponderExcluirOutro dia vi o cqc fazendo piada de estupro de gays,dizendo que os gays iriam gostar de serem estuprados na cadeia. É o mesmo que dizer que os gays não tem dignidade,porque o estupro é uma violência contra adignidade humana, por mais que a pessoa goste de sexo,ninguém em sã consciência,gostaria de passar por um trauma destes,fora o risco de contrair doenças.E uma coisa boa que fiquei sabendo é que o crime organizado não permite que ninguém seja estuprado na cadeia.
ResponderExcluir> E uma coisa boa que fiquei sabendo é que
ResponderExcluir> o crime organizado não permite que ninguém
> seja estuprado na cadeia.
Ficou mais aliviado depois dessa, heim?... 8-DDD
Sim,porque eu imagino o sofrimento da vítima e o sofrimento da família das vítimas....E vc ficou decepcionado?!
ResponderExcluir"Curitiba tem um alto índice de estupro, vocês sabiam disso? Não é mentira isso que eu tô falando, tem alto índice de estupro! Mas depois eu fiquei pensando que faz sentido, né? Porque no inverno de Curitiba, pro sujeito conseguir comer a mulher dele, só estuprando!" - Diogo Portugal.
ResponderExcluirO NUPIG informou que a denúncia da "piada" pela FAM (Frente Ampla de Mulheres), ensejou a abertura da Notícia de Fato (NF) 0046.15.027523-1, enviada ao promotor de justiça coordenador das Promotorias de Investigações Criminais de Curitiba, Dr. Henrique Bolzani, com cópia para o Procurador da República, Dr. João Beraldo Romão, conforme ofícios 213/2015 e 214/2015. #EstuproNãoÉPiada https://www.facebook.com/groups/estupronaoepiada/
Putz, quanta babaquice da tal FAM (Frente Ampla de Mulheres) "denunciar" uma piada para uma Promotoria Criminal... Essas mulheres aí precisam é de ajuda, para deixarem de ser ridículas...
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