Oops, será a segunda vez consecutiva que nadarei contra a corrente, e juro que não é de propósito. Não quero ser rebelde sem causa sem nada, mas pelo jeito sou a única pessoa na Terra a ter gostado muito mais de Sex and the City 2 que do primeiro. Ok, deixe-me reformular: não gostei do primeiro (não que eu me lembre muito dele). E gostei do segundo. Ahn, não que eu me lembre muito dele tampouco, e olha que o vi faz três dias. Mas ele me agradou bem mais, por motivos difusos que tentarei expor nesta crônica.
Talvez o principal motivo seja que as expectativas estavam mais baixas. Muuuuuito mais baixas, rastejando. Quer dizer, eu, que nunca fui grande fã da série, não alimentava grandes expectativas em relação ao primeiro. Mas o resto do pessoal, sim. Era o primeiro filme, afinal, vários anos após o final da série. O que teria acontecido com as personagens? Elas casaram, tiveram filhos, progrediram no emprego, foram à falência por não repetirem jamais a roupa? E ficou toda aquela lenga lenga inútil de Carrie casar-se ou não com Big (não consigo escrever esse nome sem pensar em coisas fálicas). Desta vez, até as begônias magníficas que enfeitam meu novo jardim sabem que Sex 2 foi feito apenas pra render uma grana preta. O papo de “é uma homenagem à série e às fãs” não cola mais. (Ahn, antes que alguém me desminta, não sei se são begônias. Não faço a menor ideia. Mas são magníficas, e meu jardim é novinho em folha, so there).
Outro motivo é que eu me identifiquei muito mais com as personagens. Calma! Eu ainda tive vontade de arquitetar um atentado terrorista quando a Carrie, ao explicar que ela e o marido não ficaram com a cobertura em Manhattan mas mesmo assim têm um apê gigante com walk-in closet, usou palavras como “abrimos mão do paraíso mas guardamos um pedacinho do céu”. Vai te catá, muié! Os EUA seguem em crise! E o casalzinho yuppie não tem um apê em Manhattan, mas dois! No que deve ser o metro quadrado mais caro do mundo! E ela continua com aquela fixação patológica por sapatos! Opa, tô perdendo o fio da meada... Vou voltar ao "calma". Recuperando: apesar dessa ostentação toda que me faz passar mal, eu me identifiquei com a história de “será que vamos virar um casal chato que tem TV no quarto e come em casa?”. Ela e Big entram na rotina monótona de um casamento monogâmico após apenas dois anos. Tente vinte anos, darling. E eles também optam por não ter filhos, como eu e o maridão. Claro que eu e o maridão somos caseiros, e há poucas coisas melhores na vida que ver Aconteceu Naquela Noite abraçadinhos. E meu deus, meu sonho de consumo é poder pedir comida em casa toda noite, de restaurantes diferentes, sem me preocupar com o custo, e podendo dar gorjeta. Nisso eu fecho com o Big: quem quer sair pra farrear toda noite? Uma vez por ano já tá bom pra mim.
No entanto, é óbvio que minha vidinha não renderia uma versão pro cinema. Então as quatro amigas viajam pro Oriente Médio. E o tratamento que o filme dá a esse destino exótico é menos pior que deram ao México no último filme, ou talvez eu que tenha mais afinidades com nossos hermanos mexicanos. Num lugar fictício que não pode mais ser Dubai, porque Dubai faliu, as patricinhas de meia idade ficam deslumbradas com o luxo, e o maridão me perguntou, depois da sessão, como alguém que já é rico fica babando pra riqueza. Expliquei que, embora qualquer personagem de Sex seja riquíssima comparado com a gente, em NY elas são “apenas” classe média alta. Por exemplo, com elas não têm carro, surpreendem-se por receber uma limousine com chofer particular. E elas não são tão ricas a ponto de poder pagar 22 mil dólares por uma diária de hotel.
A mensagem que Sex passa do Oriente Médio é que o pessoal por lá é extremamente recatado sexualmente, mas que ao menos as mulheres gastam os petrodólares dos maridos para adquirir a última coleção primavera-verão das passarelas nova-iorquinas. Ninguém vai ver o que você usa por baixo da burka, mas o importante é que você gaste milhares de dólares naquela blusinha que te fará sentir bem. Só um minuto pra eu dar uma corridinha ao banheiro.
Apesar desse recado de merchandising e falta de respeito com outras culturas (eu temia o pior: que Sex reproduzisse Tailândia em Diário de Bridget Jones 2; felizmente não acontece), o filme tem um viés feminista que estava ausente do primeiro. Miranda e Charlotte batem um papo quase sincero sobre como ser mães não as completa. Outros temas dignos estão presentes: a mudança do corpo na menopausa, o costume patriarcal de adotar o sobrenome do marido, a falta de voz num mundo masculino, a importância da amizade entre mulheres. As quatro, e outras senhoras presentes, cantam “I am woman”, que fala da força feminina. E, graças a Samantha e ao público gay de Sex, que é enorme, temos um pouco de objetificação masculina. Pra cada close dos seios sem sutiã da babá, vemos um close de uma sunga bem preenchida. E Sam tem um ou outro momento divertido, como quando ela grita, no karaoke, que é uma mulher e que sua mesa está logo ali.
É pouco? É. Mas bem mais que no primeiro. Isso não impediu que os críticos americanos odiassem o filme. O Metacritic dá média 28 (em 100!), e o Rotten Tomatoes, 17. E a média do público não é muito mais alta: 4. Mas o importante, claro, é que a do contra aqui gostou.
Só que não caio nessa de Carrie ser uma mulher diferente. Todo mundo no filme fica dizendo como ela é incomum. Quero provas. Só porque ela não tem um anel de diamante mais tradicional, e sim um diamante negro? Isso ainda entra na categoria de “diamonds are a girl's best friend”, amiga.
Talvez o principal motivo seja que as expectativas estavam mais baixas. Muuuuuito mais baixas, rastejando. Quer dizer, eu, que nunca fui grande fã da série, não alimentava grandes expectativas em relação ao primeiro. Mas o resto do pessoal, sim. Era o primeiro filme, afinal, vários anos após o final da série. O que teria acontecido com as personagens? Elas casaram, tiveram filhos, progrediram no emprego, foram à falência por não repetirem jamais a roupa? E ficou toda aquela lenga lenga inútil de Carrie casar-se ou não com Big (não consigo escrever esse nome sem pensar em coisas fálicas). Desta vez, até as begônias magníficas que enfeitam meu novo jardim sabem que Sex 2 foi feito apenas pra render uma grana preta. O papo de “é uma homenagem à série e às fãs” não cola mais. (Ahn, antes que alguém me desminta, não sei se são begônias. Não faço a menor ideia. Mas são magníficas, e meu jardim é novinho em folha, so there).
Outro motivo é que eu me identifiquei muito mais com as personagens. Calma! Eu ainda tive vontade de arquitetar um atentado terrorista quando a Carrie, ao explicar que ela e o marido não ficaram com a cobertura em Manhattan mas mesmo assim têm um apê gigante com walk-in closet, usou palavras como “abrimos mão do paraíso mas guardamos um pedacinho do céu”. Vai te catá, muié! Os EUA seguem em crise! E o casalzinho yuppie não tem um apê em Manhattan, mas dois! No que deve ser o metro quadrado mais caro do mundo! E ela continua com aquela fixação patológica por sapatos! Opa, tô perdendo o fio da meada... Vou voltar ao "calma". Recuperando: apesar dessa ostentação toda que me faz passar mal, eu me identifiquei com a história de “será que vamos virar um casal chato que tem TV no quarto e come em casa?”. Ela e Big entram na rotina monótona de um casamento monogâmico após apenas dois anos. Tente vinte anos, darling. E eles também optam por não ter filhos, como eu e o maridão. Claro que eu e o maridão somos caseiros, e há poucas coisas melhores na vida que ver Aconteceu Naquela Noite abraçadinhos. E meu deus, meu sonho de consumo é poder pedir comida em casa toda noite, de restaurantes diferentes, sem me preocupar com o custo, e podendo dar gorjeta. Nisso eu fecho com o Big: quem quer sair pra farrear toda noite? Uma vez por ano já tá bom pra mim.
No entanto, é óbvio que minha vidinha não renderia uma versão pro cinema. Então as quatro amigas viajam pro Oriente Médio. E o tratamento que o filme dá a esse destino exótico é menos pior que deram ao México no último filme, ou talvez eu que tenha mais afinidades com nossos hermanos mexicanos. Num lugar fictício que não pode mais ser Dubai, porque Dubai faliu, as patricinhas de meia idade ficam deslumbradas com o luxo, e o maridão me perguntou, depois da sessão, como alguém que já é rico fica babando pra riqueza. Expliquei que, embora qualquer personagem de Sex seja riquíssima comparado com a gente, em NY elas são “apenas” classe média alta. Por exemplo, com elas não têm carro, surpreendem-se por receber uma limousine com chofer particular. E elas não são tão ricas a ponto de poder pagar 22 mil dólares por uma diária de hotel.
A mensagem que Sex passa do Oriente Médio é que o pessoal por lá é extremamente recatado sexualmente, mas que ao menos as mulheres gastam os petrodólares dos maridos para adquirir a última coleção primavera-verão das passarelas nova-iorquinas. Ninguém vai ver o que você usa por baixo da burka, mas o importante é que você gaste milhares de dólares naquela blusinha que te fará sentir bem. Só um minuto pra eu dar uma corridinha ao banheiro.
Apesar desse recado de merchandising e falta de respeito com outras culturas (eu temia o pior: que Sex reproduzisse Tailândia em Diário de Bridget Jones 2; felizmente não acontece), o filme tem um viés feminista que estava ausente do primeiro. Miranda e Charlotte batem um papo quase sincero sobre como ser mães não as completa. Outros temas dignos estão presentes: a mudança do corpo na menopausa, o costume patriarcal de adotar o sobrenome do marido, a falta de voz num mundo masculino, a importância da amizade entre mulheres. As quatro, e outras senhoras presentes, cantam “I am woman”, que fala da força feminina. E, graças a Samantha e ao público gay de Sex, que é enorme, temos um pouco de objetificação masculina. Pra cada close dos seios sem sutiã da babá, vemos um close de uma sunga bem preenchida. E Sam tem um ou outro momento divertido, como quando ela grita, no karaoke, que é uma mulher e que sua mesa está logo ali.
É pouco? É. Mas bem mais que no primeiro. Isso não impediu que os críticos americanos odiassem o filme. O Metacritic dá média 28 (em 100!), e o Rotten Tomatoes, 17. E a média do público não é muito mais alta: 4. Mas o importante, claro, é que a do contra aqui gostou.
Só que não caio nessa de Carrie ser uma mulher diferente. Todo mundo no filme fica dizendo como ela é incomum. Quero provas. Só porque ela não tem um anel de diamante mais tradicional, e sim um diamante negro? Isso ainda entra na categoria de “diamonds are a girl's best friend”, amiga.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu tive que ver esse filme numa sessão der meia noite(me rendeu vários pontos) e não dormi. Mas eu achei bastante arrastado para o cinema. Fiquei com a certeza que funcionaria muito melhor como uma minissérie de uns 4 capítulos.
ResponderExcluirAs referências a Abu Dhabi(Lola, eles sacaneiam a falência de Dubai no filme) nesse, assim como as ao México no anterior me parecem um exercício de como ver esse países pelos olhos de peruas de ny(no outro acho que quem paga o pato foi a que ficou com medinho da água local).
Sobre as personagens, a Carrie é uma mala careta, que a despeito de todo o discurso, acabou ficando com um cara que coloca ela na sombra.
Samantha serve para fazer um contraponto cômico, sempre baseado em exageros.
As outras duas, apesar de terem menos destaque na história, parecem ter dramas mais afeitos a realidade.
Também fiquei com a certeza de que é muito mais fácil analisar um filme em que eu não me identifique com qualquer uma das tramas ou dos personagens envolvidos.
Lola, to passada. Tu viu e gostou um pouquinho? Eu nao vi e nao gostei. Mas lendo seu texto agorinha deu uma coceira para ver 'isso'. Pelo menos ja vou sabendo que nao vou ouvir 'But, it's still Mexico' proferido pela personagem certinhachatapracaramba da Charlote.
ResponderExcluirEu gostava da serie por levantar temas interessantes apesar de saber que ali so' era retratado ricos, brancos, elite mesmo e tals mas o primeiro filme ainda me causa engulhos, por isso fico tao com o pe' atras para ver o segundo. Todos os dias, em forma de protesto, eu posto no Facebook frases, artigos, whatever que encontro nos sites feministas aqui nos EUA e a primeira leitura que alguem fez do filme com um pouco de entusiasmo foi aqui no seu blog.
beijinhos e vou me preparar para ver STC 2.
(não consigo escrever esse nome sem pensar em coisas fálicas)
ResponderExcluirhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuáhuá
Eu pensava que eu era o único com tanta maldade na cabeça, desde a primeira vez que eu vi essa personagem na série
parece que o "Big" é uma referência fálica mesmo.
ResponderExcluirminha especialista particular no seriado deu essa explicação.
Eu adorava a série, que era muito mais SEX e City do que Fashion. As personagens tinham atitudes feministas, femininas, libertárias - apesar do consumismo. No filme até a Miranda é consumista e fashion! Mas tô a fim de ver o filme. E Big é pra ser Big mesmo, ué!
ResponderExcluirLolaaaaaa!!! To impressionada, kkkkkkkkkk
ResponderExcluirEu tb gostei mais de Sex 2 do q do primeiro, achei a historia mais interessante pois tem varios momentos "iluminados" como a hora q Charllot diz q ficou com medo de perder a bab'a (que eh uma au pair, coisa de gente rica mesmo por aqui nos EUA).
O personagem da Samanta esta perfeito, cheio de boas sacadas. Carrie eh e sempre foi p mim a menos interessante de todas, e agora n foi diferente. Entretanto, gosto da sintonia delas juntas. Nao acho-a "diferente" tampouco.
Minhas amigas criticaram o tal guardaroupa de 10 milhoes de dolares, mas vi como uma passarela, que vc ver as tendencias, mas nao usa no dia a dia. Ou pelo menos eu entendi assim...
Sobre BIG: BIG 'e na verdade uma alusao ao $$$ e posicao social dele, nao no sentido falico da coisa. O personagem dele eh inspirado no Trump, pois BIG eh conhecido em NY, e do mundo do Real State, qd isso era negocio que prosperava.
Mas Lola, gostei de vc ter "admitido" q gostou do filme. Eh por isso q a gente respeita vc!
beijos
Gente, eu ri demais com a Samantha! Chorei de rir quando ela cantou no karaokê que estava "naquela mesa" hahaha.
ResponderExcluirSempre achei a Samantha a melhor personagem, ela sim é diferente das outras mulheres, não a Carrie. Essa sempre se fez de capacho do Big.
Uma coisa que fiquei pensando depois de ver a conversa da Charlot com a Miranda sobre deixar a filha chorando e berrando enquanto ela chora num outro quarto... é no quanto deve ter de mulher por aí que faz planos "sociais" pra sua vida, como: "vou casar com "x" anos, pra ter filhos com "y" anos"... mas não param pra pensar se elas realmente desejam isso. O pior é que muitas mulheres reforçam essa "obrigação" fazendo comentários de lamentação quando outra está em certa idade e não casou, ou não teve filhos.
...voltando ao filme, o q é aquele cara que sai com a Samantha, hein?? aquele mais velho que ela vê no almoço no deserto! PQP, que gato!! hahaha
Cara, quando começaram a sacanear a cultura alheia, naquele típico vai-lá-impõe-a-sua-cultura-faz-uma-zona e volta pra casa com cara de sou cool e inteligente (ok que essa eh a cara que elas fazem msm) me matou e eu fechei a cara pro filme!
ResponderExcluirhahaha
...e ainda ouvi: pára de ser carrancudo, Thiago, é só entretenimento!
Entretenimento tem limite, ahhhhh se tem!
Ainda mais quando o cinema tem um papel forte de reverberação de um pensamento político ou sei lea o q! hahahaha posso ter ido longe, mas... sei lá!
A personagem tinha atitudes libertárias até por ali... em vários episódios, pra mim, a Carrie estava sendo simplesmente homofóbica. Tem uma época, não sei em que temporada, em que a Samantha começa a namorar outra mulher e as amigas dela ficam ENOJADAS com isso. E tem outro episódio em que a Carrie dá um selinho em outra mulher e o artigo dela é sobre ela "não ter mais idade pra essas coisas" (como bissexualidade = diversão, brincadeirinha, indecisão, coisa de adolescente). Achei um desrespeito.
ResponderExcluirEu gosto um pouco da Miranda por valorizar a carreira dela. Mas sempre que fazem uma mulher assim ela é NEURÓTICA WORKAHOLIC. Homens sempre podem ser meio-termo, mulheres ou trabalham 70 horas por semana ou são como a Charlotte, que me irrita profundamente. A Carrie de original não tem nada. Ela é retrógada e caricaturamente consumista, that's pretty much it. Gosto da Samantha num geral.
Ainda não vi o filme. Mas gostei de algumas coisas no 1, sempre achei a amizade delas bem fofa (tirando o que falei de quanto a Samantha namorou outra mulher). Provavelmente não vou ver o 2. Quando quero ver roupas legais e sapatos conceituais da Vivenne Westwood, eu uso o Google e tá bom pra mim. hahahaha
:*
um dos relatos mais divertidos e sinceros sobre o filme. só que eu sou da turma do primeiro filme... achei meio os trapalhões esse... hehehe
ResponderExcluirAinda verei esse pra ter o que falar mal. E só uma correção: EM Bridget 2, o país é a Tailândia, e não a Cingapura.
ResponderExcluirPor coincidência, postei no meu blog ontem sobre o filme.
ResponderExcluirNão acho a fixação de sapatos de Carrie exagerada( muito bem explicada no episódio 6x09 "A Woman's Right To Shoes" da série) Ou se existe muito consumismo no filme. Eu só vejo mulheres vaidosas e independentes que fazem o que querem na vida. Escolhem quem e como amar, escolhem como gastar seus dinheiro, escolhem ter ou não ter filhos, assim que eu vejo. Entretanto essa visão é de uma fã assumida da série e pode ser que eu entenda as personagens pelo que eu vi antes, e não só no filme.
Um beijo!
Eu sou fã da série. Acho que a série é mil vezes melhor que os filmes, mas como você também preferi esse segundo ao primeiro... Também escrevi sobre o filme no meu blog, se quiser dá uma passada lá!
ResponderExcluirAbçs
Obrigada por corrigir, Vitor! Eu não me lembrava que país Bridget Jones 2 ofende. É um que a Bridget vai pra uma prisão de terceiro mundo, né? Eu pensava ter escrito sobre esse filme detestável, mas pelo jeito não escrevi, ou pelo menos não encontrei a crítica. Mas enquanto eu via Sex 2, eu pensava: será que elas vão para a cadeia, bem ao Expresso da Meia Noite? Graças aos céus, não. Aliás, há um referência a Expresso, que é um filme marcante, claro, mas muito, muito racista.
ResponderExcluirPrity, Carrie é obcecada por sapatos, e todas as personagens de Sex são consumistas ao extremo. Pode-se gostar da série e dos filmes, mas convem levar em consideração que é sobre pessoas extremamente privilegiadas que em nenhum momento refletem sobre seus privilégios. E não é bem assim, “cada um gasta seu dinheiro como quer”. Vivemos num mundo com recursos naturais limitados, em que um único país, os EUA, se encarrega de gastar por metade do planeta. Ninguém precisa de 50 pares de sapatos pra viver. Se a gente criticava Imelda Marcos (e ela merecia ser criticada), deve tb criticar a Carrie.
Lola,esse seriado é tão picolé de chuchu :(
ResponderExcluirecaaa
Eu era fã da série...acho que é uma visão pós feminista, mulheres com carreiras, e que querem ser amadas, e quem não quer? O consumismo exacerbado, claro,incomodava um pouc, porque, afinal, poucos poderiam gastar 500 dólares em "shoes".Mas, mesmo assim, acho que havia alguma reflexão. Tem um episódio que q Carrie esquece um par de sapatos Manolo na casa de uma amiga que agora tem filhos e não pode mais comprá-los...todo episódio decorre do impasse entre Valor do bem de consumo...é bem interessante.Não gostei muito do filme não, até pq não gosto do Big, prefiro a Carrie borboleteando.Talvez o 2 me agrade mais, vou conferir.Vc me deixu curiosa,Lola.
ResponderExcluirPS:Não vi o filme,não pretendo ver.
ResponderExcluirMas se for que nem vc tá falando aí parece picolé de chuchu tbm.Filmes e seriados que só passam a mensagem "Comprar,comprar"me irritam.
Sei lá,num momento em que o planeta esta sendo devastado para suprir o consumismo das pessoas mostrar um bando de peruas gastando com porcarias não é um pensamento muito inteligente por parte dos roteiristas.
Tive o azar de ver um pedacinho do primeiro filme (naquela de mudar de canal pra ver o que tá rolando). Detestei cada segundo dos poucos minutos que vi, detesto a série (tudo bem, nunca consegui ver um episódio inteiro) e não acho que objetificar o corpo masculino seja lá uma saída muito louvável. Ajuda em quê?
ResponderExcluirBjs,
Rita
Lola, você viu a paródia que um programa de TV israelense fez do Lula?
ResponderExcluirhttp://tvuol.uol.com.br/#view/id=programa-de-humor-de-israel-satiriza-lula-veja-legendado-0402993562D8A17386/user=66dwi1vns92s/date=2010-06-04&&list/type=editor/
Poxa, vcs falando em obrigação, casamento, filhos...e lembrei que acabei de ter uma discussão com meus pais porque tive a audácia de dizer que filhos não estão nos meus planos (não que eu fosse odiar se ficasse grávida, mas não tenho a menor vontade de ser mãe ou sequer me imagino com pimpolhos para cuidar).
ResponderExcluirMas foi só mencionar o assunto e o circo estava armado por aqui.
Barbara, Mirella: vi agora a paródia do programa de humor israelense ao Lula. Já tinha lido sobre isso em algum blog de direita, mas não cheguei a vê-lo.
ResponderExcluirE aí, o que vcs acham? Devemos declarar guerra a Israel porque um programa de humor deles foi indelicado com o Brasil e seu presidente? Faz tempo que não vejo programas humorísticos daqui, mas imagino que o Casseta e Planeta faça piadas com o Lula, Obama, Chavez, e sei lá quem mais. E duvido muito que os americanos coloquem esses vídeos no YouTube como se tivessem manchado a nação.
Não é por nada não, mas não dá pra comparar a imagem que o Brasil tem no mundo com a de Israel. O Brasil é um país querido em todo lugar, e, como não é um país imperialista que se envolve em guerras ou invasões territoriais, é bem cotado para mediar conflitos. Já Israel...
"...tive a audácia de dizer que filhos não estão nos meus planos..."
ResponderExcluirNossa, nisso sou sortuda, meus pais nunca fizeram a menor questão de serem avós ( têm duas filha e dois filhos e um neto e uma neta, que adoram!), aliás se fosse pelo meu pai eu nem teria nascido, huahuahauhaua... quando brinco dizendo q ficarei grávida, ele me fuzila com o olhar, huahuahuahua!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLola,
ResponderExcluirnão sei se tá passando em Fortaleza a animação 'Mary and Max'. Se estiver, não perca. Falei um pouquinho sobre ele lá no blog, uma lindeza de filme...
abraço
Mônica
Assisti o filme, e gostei muito. Achei que tem um cunho feminista, apesar de não ser escancarado.
ResponderExcluirEstou começando a estudar o feminismo, e agora percebo que sempre fui feminista... Decidi procurar na internet opiniões sobre essa relação entre o filme e o feminismo... comecei então a ler críticas sobre o filme, e a primeira vez que eu li algum comentário positivo foi aqui no seu blog...
Entendo e compactuo com todas as criticas sobre o consumismo, e imposição cultural. Mas acho que a questão do consumismo foi uma estratégia usada na serie para atrair atenções, e maior audiência. Claro que há um sentido por trás de tudo isso, um discurso perverso, mas acho que uma das opções que uma serie como sexy and the city tem, é a de tomar partido sim, e assumir que esta mostrando a vida de mulheres de classe media alta, mesmo sabendo que essa não é a realidade de quase ninguém nesse mundo.
Apesar disso, denominei o feminismo do filme como “feminismo popular”, e acho que ele aparece quando as mulheres saem do cinema com uma sensação boa, e os homens com uma sensação ruim sem saberem denominar o motivo.Pois o discurso feminista incomoda, por expor coisas que aceitamos sem nos questionar, como se as arbitráriedades da cultura fossem naturais.
Percebo uma inversão na lógica do discurso. No filme, as mulheres podem dizer o que pensam e sentem, e dizem. Fico me perguntando quando na atual conjuntura uma mulher como Charlotte poderia dizer que quando temeu que o marido a traísse com a babá, seu medo era o de ficar sem a baba e não sem o marido...
Acho que a cena da Samantha, dizendo em praça publica no oriente médio que “faz sexo mesmo”, é apenas uma forma exagerada de escancarar o que acontece no nosso cotidiano. Apesar de toda a liberdade sexual tão comentada, se hoje minha bolsa cair no centro de uma grande cidade Brasileira (moro em Belo Horizonte, e quando discuto isso uso como exemplo o Mercado Central aqui da cidade), e caírem 10 camisinhas, provavelmente não serei linchada, como elas foram no filme, mas haverá um estranhamento e um julgamento geral, e tenho certeza disso.
Li em muitos blogs aqui na internet, que o pseudo feminismo do filme é na realidade um anti-feminismo, pois as mulheres falam o tempo todo de homens, e aparentemente a felicidade delas é dependente deles. Não vejo isso como anti-feminismo, pois o feminismo no qual acredito não pretende sobrepor as mulheres sob os homens, e sim igualar as condições. E se disséssemos que em geral não queremos ser amadas, não discutimos isso, e não nos preocupamos com isso, seria uma mentira. Não estou falando de casos particulares, falo das minhas vivencias e observações, e de uma maneira geral, apesar de saber das perdas que a generalização traz.
Bem, resumindo, gostei muito do seu post. E muito do filme. Assistia a serie apenas qdo coincidia de estar passando na TV, mas assim que sai do cinema peguei o box da serie emprestada para ver se percebo esse mesmo viés nos episódios. Assisti o primeiro filme, e achei horrível, na verdade nem me lembro exatamente como era, mas me lembro de ter achado uma perda de tempo ter ido assistir. Dessa vez, apesar de não esperar qualidade no segundo filme, fui surpreendida com um filme que na, minha opinião, traz temas atuais e que precisam ser discutidos. E não escondidos, como acontece há anos. Peço desculpas pelo tamanho do comentário... mas acho que me empolguei!!! Parabéns pelo blog, a partir de hoje, serei uma leitora assídua!
Christianne, vi o filme agora à tarde com a namorada e cheguei a uma conclusão parecida com você. Tirando o excesso de consumismo que, bem, podemos entender porque, enfim, o filme tem finalidades comerciais, o resto eu gostei muito. Inclusive, acho que o tratamento dado ao Oriente Médio foi bem razoável. Respeitaram as diferenças, mostraram que há muita gente boa (o velhinho vendedor de sapatos, os funcionários do hotel), que há canalhas, que há machistas, que o sistema penal é bizarro (a história da prisão pra quem não paga dívida é verdadeira, várias reportagens isentas sobre Dubai já fizeram essa denúncia), que Dubai é uma piada de mal gosto falida (a propósito, Abu Dhabi não é um lugar fictício, é a capital dos Emirados, o lugar onde se concentra a produção de petróleo do país e onde está realmente a grana preta). Houve até uma crítica praticamente escancarada à exploração de imigrantes indianos que vivem em condições de semi-escravidão (quando o filme mostra as condições de trabalho do mordomo de Carrie e relata que ele só vê a esposa de três em três meses). E a cena em que Samantha detona o machismo no mercado central eu adorei! A solidariedade das mulheres dos Emirados, que não são meros objetos ocultos sob panos pretos, etc. Claro, tudo sob a ótica do consumismo desenfreado. Mas isso é Holywood, é indústria do entretenimento, tem que faturar. Mas "contrabandearam" muita coisa inteligente pra dentro do filme.
ResponderExcluirLola, gostei mto de ler uma crítica positiva sua sobre o filme, pois tenho que admitir que mesmo concordando em mta coisa com sua crítica ao 1º, sou fã da série e fã sempre "defende" o que é seu!hehe
ResponderExcluirSim, sou fã e é bem complicado ser feminista e fã de SATC. Fico divida: acho o seriado consumista e não consigo conceber tal "realidade"(como alguém paga, aluguel, contas e ainda consegue comprar sapatos de 500 dólares escrevendo uma coluna em um jornal??) e acho que no fim todas querem o que foram ensinadas a querer, um homem p/ chamar de seu, mas ao mesmo tempo acho que ele tem alguma relevância, por colocar mulheres independentes financeiramente(e as vezes também acho esse consumismo louco delas uma mostra disso, "o dinheiro é meu, eu trabalhei, eu ganhei e vou comprar o sapato de qtas centenas de dólares quiser", não que isso justifique) e sexualmente acima dos 30 anos como protagonistas de um seriado, já um começo. Sem contar o fato da real protagonista da história, a Carrie, ser "feia"!Ela pode tem qtos sapatos forem, qtas roupas forem, ela não é padrão Hollywood e gosto disso. Tento pensar que apesar de todas as "bolas foras" que SATC dá comigo, tem coisas bem bacanas tb, como um capítulo sobre a escolha de abortar ou não e de como essa decisão é da mulher. Mesmo como fã sei que nada é perfeito e tento apenas relaxar e me divertir um pouco qdo assito a série ou os filmes, até pq preciso delisgar um pouco p/ não ficar louca com tudo que vejo de errado por aí...
Olá, Lola.
ResponderExcluirPrimeiro quero dizer o que digo a todo mundo. Só entende o primeiro filme quem viu todos os episódios da série, do começo ao fim.
Sério, todas as perguntas,o porque dele a deixar no altar, o porque do casamento pequeno,da cobertura, etc, são explicadas, antes, durante os vários anos de série.
No segundo acontece a mesma coisa. O motivo de terem dois apartamentos,de não terem filhos, etc, também foi explicado anteriormente, só que, desta vez, é possível as pessoas se identificarem mais, pois o segundo filme, apesar de também ser parte de um todo, trata de um assunto específico, que podia ser tratado em qualquer filme, por qualquer casal, não necessariamente por Carrie e Big.
Sou suspeita, pois adoro a série, já vi cada box mil vezes e me identifico muito com a personagem. Se alguma história fosse baseada na minha vida, seria essa.
Ah, Lola, um erro só sobre sua crítica ao primeiro filme, que esqueci de comentar na época. A Charlote não passa mal por ter engoligo um tiquinho da água de chuveiro do resort, ao contrário: ela passa mal pq ficou comendo aqueles pudins que ela levou, com medo de pegar alguma doença com a comida mexicana. As outras ficaram super bem. Foi uma crítica a esse exagero e preconceito. Eu entendi assim e me surpreendi qndo li a sua crítica pq achei que tava óbvio.
ResponderExcluirOi, Lola. Só quero discordar do tratamento dado as mulheres árabes no mundo. Não acho desrespeito dizer que elas não oprimidas sexualmente e, no caso das milionárias, q torram o dinheiro do marido, seja uma grande mentira. Aliás, o reprimida sexualmente é uma meia verdade, já que o islã explicitamente fala que sexo é bom e o macho deve satisfazer a fêmea, claro que depois do casamento. Na teoria, vc não tem contato algum antes do casório, não é halal. A divisão dos papéis femininos e masculino é claro, como no cristianismo e no judaismo, homens devem sustentar as familias e as mulheres devem cuidar da casa. Logo, até as muculmanas mais pobrezinhas acham mais do que justo torrar o din din do marido. Pelo simples fato das mulheres do golfo usarem niqab e burka, acho que já fica claro o quanto não igualdade de gênero em nenhum sentido. Se fosse no levante, nas elites do cairo, tudo bem. Aliás, mulher emancipada no "mundo árabe" é elitizada, pobre não tem vez. Essa esquizofrenia em esconder o objeto de desejo e a obrigação em adorná-lo é algo que as próprias feministas árabes, tirando as muslimahs, questionam!
ResponderExcluirbjs
Lola, concordo!
ResponderExcluirNão sei se você lembra, mas odiei o primeiro filme. Dessa vez eu não esperava nada... e até que me diverti!
Agora, fui só eu que achei todas as piadas de gays no casamento bastante preconceituosas? Pra mim ficou meio que um ar do tipo: gay pode falar mal de gay...
E a Liza cantando Single Ladies foi tudo de bom!
Adooreiiii o Filme!
ResponderExcluirAcabei baixando pela internet!
http://www.fontededownloads.com/download-sex-and-the-city-2-rmvb-legendado/
Depois que li sua crônica fui ver o filme. Achei melhor que o primeiro. Mas o final sempre me decepciona, assim como foi no seriado. No Sex and the city 2, eu vi no anel de diamante negro a burca das mulheres de Dubai. Big deu o anel ou algema para que Carrie ficasse presa a ele.
ResponderExcluirMas antes disso foi até interessante, como vc muito bem escreveu.
sinceramente eu não conseguiria imaginar uma saída tão estilosa do Big em resposta ao beijo confessado de sua mulher. ao invés de chama-la de vagaba tascou-lhe um anel e uma declaração de amor que nenhum outro homem conseguiria fazer.
ResponderExcluirComo já disseram anteriormente, ser feminista e fã de SATC é complicado. As pessoas vivem dizendo que é machista, que elas só pensam em casar e tal... Essa é uma ideia bem superficial de quem viu poucos episódios. Eu amo SATC, e me vi em varias situações representada pelas personagens. A Charlotte é mesmo a mais conservadora, só pensa em casamento, e realmente das 4 ela é a que menos me identifico. Mas mulher que quer casar merece ser rechaçada? Me identifico muito com a Miranda e um pouco com a Samantha. A Carrie é um pouco enjoada. A futilidade e o consumismo me irritam bastante.. a futilidade principalmente. A imagem de NY, que eu não conheço, dizem ser totalmente irreal, muito glamour. Outro seriado que amo é FRIENDS, que também se passa em NY, olha a diferença.
ResponderExcluirMas tem mil coisas positivas, e várias atitudes que considero empoderadoras. Mostra a amizade fiel de 4 mulheres, tem mulheres fazendo sexo casual, aborto e mais uma série de coisas. É difícil manter 100% de acerto, mas acho que na conta SATC tem mais prós do que contras.
Alguém falou em homofobia, não concordo. Tem dois gays na série, não são personagens regulares, mas aparecem bastante. A questão da Samantha namorar outra mulher, e as amigas não entenderem muito a princípio, é por que é a Samantha... não dava pra entender assim de pronto mesmo. Ela é louca por homem, com certeza deve ter tido cem homens em um ano, hahahahahaha, só fala em sexo, dick, dick, dick... e de repente estava com uma mulher. Algo do tipo "ah tá, agora tu é lesbica... senta lá, cláudia". Mas zueira, quando elas vêem que é sério elas param de debochar e dão apoio total ao relacionamento.