quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PROFESSORA DEMITIDA POR DANÇAR MÚSICA BLERGH

Uma leitora pediu para eu comentar o caso da professora baiana que foi demitida da escola onde trabalhava por dançar uma música daquelas bem baixas. E aqui estou eu. Não tinha sequer ouvido falar da notícia, então fui atrás. Assisti ao vídeo (que deve ser retirado do ar logo, se o advogado da professora for bem-sucedido), e até a um programa de TV, Geraldo, eu acho, que entrevistou a moça. O que eu não faço pelas minhas leitoras!
Antes de mais nada, deixem-se dizer o que veio instantaneamente a minha cabeça quando ouvi falar no assunto. Primeiro, pensei que a professora tivesse executado tal coreografia numa sala de aula. Segundo, não sei porquê, assumi que a escola que demitiu a moça era pública. Em ambos os casos, eu estava errada. A mulher, que se chama Jaqueline, estava numa casa de shows, no seu horário de lazer. E a escola onde ela trabalhava como professora primária, e ganhava cerca de 950 reais por mês, era particular, o colégio Objetivo. Mas, fora isso, há mil e uma confusões em relação à matéria.
Como gastei quase uma hora da minha vida vendo esse programa da TV Record, Geraldo, preciso antes falar das altas hipocrisias que pude observar. O apresentador fala a todo momento que não está lá para julgar Jaque, mas, lógico, não faz outra coisa. Até parece que o programa é informativo... É entretenimento, que rende diversão a quem gosta de ver barracos, e a quem sente prazer em condenar os outros. E é um lixo que não representa, de maneira alguma, uma exclusividade brasileira. Imagino que esse tipo de TV exista em todo país onde haja televisão. Por viver de julgamentos, esse tipo de programa é extremamente moralista. Mas, ao mesmo tempo, precisa mostrar o que quer condenar. E, pra isso, não se cansa de passar o vídeo em que Jaque dança. Só que põe um “blur”, uma espécie de tarja, pra tapar o bumbum (com fio dental) da moça. E, enquanto pede explicações a Jaque, pede aplausos pro cantor que criou a tal música, “Todo Enfiado”, e que, inclusive, levantou o vestido da professora para expor sua calcinha.
Me causa ânsia ver um fofoqueiro como o Leão Lobo (é esse o nome?) pregando 1) que deveria haver regulamentação no YouTube (no YouTube! Não na TV aberta, essa se regulamenta sozinha e está sempre atenta à moral e aos bons costumes, claro!), e 2) que ele recusou convite pra posar nu porque é jornalista e tem respeito à profissão. É muita cara de pau pro meu gosto.
Mas Jaque é outro poço de contradições. Ela diz que se arrepende, depois diz que não está arrependida. Diz que não queria aparecer num palco, depois sinaliza interesse em posar nua para revistas masculinas. Diz que não vê nada de errado no que fez, depois afirma que todo mundo erra, e que as moças que estavam com ela no palco também mostraram a calcinha. Diz que não viu nenhum homem reclamando do que fez, só as mulheres, que devem estar com inveja. Diz que não deu autorização pra que o cantor levantasse seu vestido, depois se diz fã do sujeito. Diz que sabia que estava sendo filmada por câmeras de celular, depois diz que se espantou ao se ver no YouTube. Acha horrível que sua filha de sete anos tenha visto o vídeo e a imitado. Não discute o direito da escola em demiti-la (que não é tão claro assim: parece que, de comum acordo, a direção e Jaque acharam que não havia clima para que ela continuasse lá por ora). Mas é óbvio que só Jaque está sofrendo com o que aconteceu: ela é que teve que mudar de casa (porque os vizinhos não paravam de cantar o refrão da música quando a viam), ela que está desempregada, ela que está sendo julgada. Pro grupo de pagode que ganhou com a repercussão, tudo vai de vento em popa.
Nem preciso dizer como odeio esse tipo de música, né? Acho que presta um desserviço às mulheres. E acho também que diz muito sobre o mundo que vivemos que tantas mulheres são ensinadas a aceitar esse tratamento degradante, até a gostar. O esquema, narrado pelo próprio cantor do grupo Troco, é o de sempre: homens organizam shows, homens criam as músicas, homens ganham rios de dinheiro, homens selecionam quatro ou cinco moças por show para subirem ao palco e lá puxarem suas calcinhas. Uma ou outra coadjuvante talvez consiga fama suficiente para ser convidada a ter sua calcinha puxada pela Playboy. Então, sim, me dói a alma que Jaque, que tem 28 anos, que é pedagoga, que cursa pós-graduação, não veja nada de errado com esse tipo de música. Pelo contrário, ela gosta.
Por outro lado, ahn, eu cursei Pedagogia. Logo, não vou de jeito nenhum idealizar as pedagogas (e os pedagogos, mas uso o gênero da maioria: na minha sala, de 40 alunas, só havia 3 homens). Professoras são seres humanos como quaisquer outros. Não estão acima do bem e do mal. Têm preconceitos, são influenciadas pela mídia, apreciam péssimas músicas/programas/etc como todo mundo. Só alguém muito ingênuo pra achar que seu filhinho na escola (pública ou particular) estará sendo educado por um ser iluminado.
Mas logicamente que, se eu fosse mãe de um filhinho, e principalmente de uma filhinha, preferiria que ela tivesse uma professora com uma atitude crítica em relação ao “Todo Enfiado”. Tenho uma lista imensa das minhas ideias de Como uma Professora Deve Agir e Pensar, dentro e fora da sala de aula. Porém, vou resumir: ela deveria ser igualzinha a mim, defender os mesmos pensamentos, ser de esquerda, ser feminista, ser anti-preconceitos. Mas a verdade é que nem eu, nem ninguém, tem controle sobre o que uma criança vai aprender, na escola ou fora dela. E você pode apostar que a coreografia que cativou a professora chega à criançada também―mesmo sem a mestra participar da dança.
Leia mais aqui e aqui.

45 comentários:

Experiência Diluída disse...

Lola, eu concordo com tudo o que você disse, realmente a história toda é bem confusa e a Jaque se contradiz. Quando eu vi o vídeo fiquei horrorizada, por saber que mulheres se prestam a isso, se objetificam e relação aos homens, mas aí cai aquela fichinha na minha cabeça, êpa, vai com calma no julgamento, nem todas as mulheres são feministas e enxergam as coisas como elas de fato são.
Eu moro na Bahia, sou de Feira de Santana, uma cidade bem próxima de Salvador. Esse tipo de dança é extremamente comum, músicas como "rala a tcheca no chão, rala a xana no asfalto", fazem grande sucesso aqui, e essa música "todo enfiado" está no top das paradas. Ah Lola, é dificil viu...O caso pra mim ganhou destaque pela moça ser professora, por que? Porque ela também ensina meninas, e claro, as "santas" da classe média e alta não podem ser ensinadas por uma "piriguete", no nosso linguajar baiano...
Eu fiz um texto sobre o que penso, está no meu blog, dá uma olhadinha lá depois, se não vou acabar fazendo um texto aqui...
Mas sem dúvida esse caso foi realmente um dos maiores casos de machismo que vi na imprensa atual.
Abração querida!

www.inalisilva.blogspot.com

Juliana disse...

É isso!

"Tenho uma lista imensa das minhas ideias de Como uma Professora Deve Agir e Pensar, dentro e fora da sala de aula. Porém, vou resumir: ela deveria ser igualzinha a mim"

Acho que é exatamente isso que todo mundo pensa e quer, independente do que seja este "igualzinho a mim" para cada um.

Daniel disse...

Esses 'shows' são evidentes exemplos do poder machista sobre as mulheres.

No vídeo 'original' se vê q outra mulher (loira à esquerda no fundo) se arrepende de ter subido ao palco e quer sair. Outro homem tenta impedir e ela é ridicularizada pelo vocalista da banda e público.

Paloma Peruna disse...

Fui eu quem pediu! Obrigada, querida!!! Concordo em absoluto com o que você colocou. E o pior: parece que somos muito poucos os vimos o caso por este ângulo.
O tal vídeo é o assunto do momento em Salvador (pra você ter idéia, mesmo depois de exaustivamente divulgado, foi reportagem de capa de um dos jornais de maior circulação na cidade) e não ouço ninguém discutir o que importa! É só: "ela é uma p." ou "não tem nada demais". Será q ninguém percebeu o quão triste é ver uma mulher sendo humilhada daquela forma, mesmo que voluntariamente? Sinceramente qdo vi o vídeo não consegui pensar em classificar o comportamento em certo ou errado, mas sim em como temos trabalho pela frente, como precisamos conversar com todos e tentar divulgar o conhecimento o máximo possível; mesmo qdo dá preguiça de explicar "o que tem de ruim" em atitudes tidas como "normais". Mas daí tb fiquei pensando se tenho direito de dizer o q ela deve ou não fazer... Incrível como muitas mulheres, mesmo tendo educação formal, aceitem de bom grado determinados comportamentos e situações desde que bem remuneradas. E mais incrível é que o dinheiro ganho é geralmente utilizado para validar/reforçar a própria situação de domínio(como posar nua por dinheiro e gastar o dinheiro com plásticas e tratamentos para posar nua de novo!). Enfim, é tdo tão absurdo q fiquei sem palavras. Sabia q vc iria saber como traduzir didaticamente minha indignação. Acho fantástico o trabalho do blog como multiplicador de idéias e conhecimento. É louvável sua paciência e dedicação (seus alunos são sortudos!!). Parabéns!!
Bjo grande

Masegui disse...

O dia hoje está lindo... a primavera está chegando... acho que vou ali na esquina tomar umas e outras...

Bárbara Reis disse...
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Bárbara Reis disse...

Pra começar eu acho que essas reportagens, informações, sensacionalismo, nem deveria aparecer na mídia, porque é ridiculo. Acho que a professoa tem todo o direito de fazer o que ela bem entender fora da escola, ela está lá pra ensinar, não pra dar exemplos de vida, e palestras de motivação para as crianças. Quem tem de fazer isso são os pais, responsáveis. E está muito claro, que a professora está gostando da 'fama', porque caso o contrário, ela não iria se expor num programa ridiculo como esse. É por isso que eu não assisto mais televisão, tanta coisa ridicula e desnecessária. O ultimo caso que eu cheguei a ver, foi daquela filha da Gretchen, que virou gay... pra mim ela virou um homem, e tava precisando de fama e dinheiro, só isso, eu a vi numa balada, pessoalmente. Dá até desgosto de ser lésbica. hahaha... Eu não preciso ir numa emissora de TV, falar para o Brasil que eu sou lésbica. Desnecessário demais.
Enfim....

Lola, quantas e quais faculdades [curso] você já fez? Ô_O

hahahahaha... :O

:***

astrocat disse...

A professora não foi demitida porque dançou uma música machista. Ela foi demitida porque mostrou a bunda. Porque ela trepa. A dança é sexualizada. Ninguém tá nem aí que a dança é machista. Aí uma saída, pra ela, é posar pra Playboy. Aproveitar a fama e o rótulo do sexo que já está firmado em sua testa. O meu filho não pode aprender química de uma professora gostosa. Mas eu posso comprar a Playboy dessa professora gostosa. E eu posso assistir ao vídeo da professora gostosa dançando. Enfim. É muito bizarro como a gente lida com o sexo.

Raiza disse...

"A professora não foi demitida porque dançou uma música machista. Ela foi demitida porque mostrou a bunda. Porque ela trepa. A dança é sexualizada. Ninguém tá nem aí que a dança é machista. Aí uma saída, pra ela, é posar pra Playboy. Aproveitar a fama e o rótulo do sexo que já está firmado em sua testa. O meu filho não pode aprender química de uma professora gostosa. Mas eu posso comprar a Playboy dessa professora gostosa. E eu posso assistir ao vídeo da professora gostosa dançando. Enfim. É muito bizarro como a gente lida com o sexo."
Muito interessante esse comentário.Concordo quando a (o) astrocat diz que o problema não foi a música ser machista,e sim ser sexualizada.Eu tenho pra mim que a professora gosta de dançar essas "músicas" por que ela acha que essa é uma forma positiva de expressar a sexualidade.De mostrar que gosta de sexo.E isso é triste.Por que igual a ela,existem várias mulheres que só tem esse referencial de sexualidade.Essa idéia de que se a mulher não "Rala a tcheca no asfalto" é reprimida sexualmente.Acho que além de ser necessária uma conscientização a respeito do quão machistas são essas canções,é necessário também mostrar novas formas de expressar sexualidade para essas mulheres.Uma forma que não implique o aval de um homem.
Ficou confuso ou deu pra entender?
Obs:E não acho que isso tudo justifica ela ter sido demitida (se ela foi demitida)

Tina Lopes disse...

Eu não gostaria que ela fosse professora da minha filha. E nem o cara que puxa a calcinha dela. Não sou santa, mas não quero periguete nem pagodeiro na mesma sala de aula que minha filha, 6 horas por dia, quando eu não estou presente. Acredito sim que o magistério exija uma postura dentro e fora da sala de aula. Meu marido, minha mãe, minha irmã, minhas tias, enfim, minha família toda - eu sou uma das poucas exceções - é de professores e todos têm cuidado enorme em não se expor negativamente aos alunos. Eles acreditam que devem dar (bom) exemplo, sim.

Romanzeira disse...
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Romanzeira disse...
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Romanzeira disse...

O que mais me espanta é a moça não achar nada de mais, e inclusive, gostar de ir a shows de funk ou seja lá o que for e rebolar até o chão e mostrar a calcinha ao som de "vai cachorra" e congêneres. Pode-se rebolar até o chão ao som de uma bateria de escola de samba, mas ao som de "vai cachorra", é de doer o coração, principalmente quando a moça é professora e pedagoga. Senso crítico é zero e me desculpem mas professor tem de ter um mínimo de senso crítico sim!

* * * * *

O esquema de organização desse show me lembra muito uma boate muito popular aqui no Rio - Dito e Feito, no Arco do Teles. No Dito e Feito, a entrada é de graça para mulheres até as 20:00, até esse horário tem show de streaptease masculino, a bebida é liberada, ou a um preço irrisório. A partir da 20:00 entram os homens. Fui ao dito e feito uma duas vezes, antes de ser esse o esquema, quando a casa era apenas uma danceteria que concentrava o pessoal que trabalhava nos escritórios da cidade. Depois, nunca. Não sou um naco carne exposta numa banca de feira.

Anônimo disse...

Lola a palavra professora eu sempre associei com mulheres firmes, inteligentes, elegantes e com uma responsabilidade muito grande.
Por volta de 1940 quatro (4) irmãs de meu pai eram professoras primárias aqui no interior, sul de Santa Catarina e o pai delas, meu avô paterno, tambem era professor. Elas iam a cavalo para lecionar longe. Minha mãe tambem foi alfabetizadora e depois já com 5 filhos cursou a escola de normalistas, lecionando, e tornou-se diretora de escola pública onde se aposentou. Subia morros e mais morros para chegar a lugares sem condução.Sou a que seguiu a carreira e me aposentei na profissão. Fiz muita greve e tambem me pós graduei pela UFSC conhecendo muitos doutores sábios daquela instituição. Contei tudo isso para dizer que sempre achei uma honra ser professora porque isto significava apontar direções. Não concordo que uma professora vá em público fazer o que essa moça fez. A gente pode gostar de trepar, e é natural que gostemos, mas a farra precisa ser privativa. Tudo mudou, eu sei, sou antiga, mas este vídeo me deixou tão deprimida quanto o da Vanusa, cantando todo errado o hino nacional. Dançarina é dançarina e professora de educação infantil é professora de educação infantil.
A gente precisa separar o que é de adultos e o que é para crianças.
Fatima.

Luma Rosa disse...

Eu soube do ocorrido hoje por outro blogue e lógico, não faço o sacrifício de me colocar no lugar da professora. Me coloco no lugar de mãe à procura de um lugar coerente para educar meus filhos. Como mulher, ela teve a sua escolha! E não vem dizer que o tal puxou seu vestido, porque em uma segunda 'aparição' - a 'moça empolgada' mostrou sozinha o próprio rabo. Foi usada, a estúpida! O que mais me chocou, nem foi a 'dancinha' da professora e sim o comportamento do vocalista (acho que assisti o video que o Daniel assistiu); uma certa hora ele enfia o dedo grosseiramente na boca de uma outra moça que estava dançando. O video é todo nojento!

Anônimo disse...

Bem, para mim só há uma informação relevante, que deveria ser levada em conta quando formos pensar sobre o que a professora fez: isso ocorreu em sala de aula ou durante o horário de trabalho? Não. Então ponto final, é parte da vida privda. Não precisa nem entrar em pauta. Afinal, contraditórios somos todos nós.

Camila

Michelle disse...

Até tentaria me colocar no lugar da professora se fosse o caso de um ex babaca fazendo circular uma sex tape, por exemplo - algo que, infelizmente, está cada dia mais comum. Mas ela desempenha uma função pública, e o que fez não foi em um local privado. Sim, ela assumiu o risco de se expor, embora não soubesse (?) a dimensão que sua exposição teria. E, sinceramente, estou de pleno acordo com quem disse que não quer uma piriguete ou um pagodeiro obsceno passando tanto tempo educando os filhos. Como mãe, eu mudaria minha filha de escola. Se a escola é particular, ela vende um produto, que ou corresponde ao que eu quero ou eu não consumo. Talvez eu esteja sendo machista, moralista, hipócrita, elitista, intolerante, mas educação não se negocia. Não alimento a pretensão de que ela seja santa - ao contrário! -, mas não a quero ralando a tcheca no chão daqui a uns 5 anos. E professores são formadores de opinião por excelência. Ah, se eu tivesse um filho, a opinião não mudaria em nada. Esforço pra poupar os filhos de más referências e de mau gosto independe de gênero.

Danielle disse...

Gente que horror. Ok concordo a musica e machista e o video e todo escroto, mas de qualquer forma acho que ela não deveria ser demitida por isso. Quem educa os meus filhos sou eu e depois, a professora não dançou na escola. Ela estava em seu horario de laser e isso tem que ser respeitado. Se uma mulher decide ( porque querendo ou não, ela decidiu) se prestar a este papel este e um direito dela e acabou. Acho muito moralista condena-la porque ela e professora e porque deveria se comportar assim ou assado. ela e adulta tem seus desejos, não machucou nem agrediu ninguem. E se se estamos falando em uma educaçao na qual as mulheres devam ter mais consciencia sobre o papel que representam na sociedade, entao, mais ainda, nao acho justo pegar esta moça pra Cristo.
Nao acredito que ninguem tem que rezar pela cartilha de ninguem e se for fora da escola, deixo ela escolher

Um abraço a todas e todos e me perdoem pela falta de acentos.

Dani

L. Archilla disse...

A verdade é: você conhece profundamente a ideologia e os valores dos professores dos seus filhos? De todos eles? Vejo q a maioria se preocupa porque não quer q o filho seja influenciado por essa cultura de mulher-objeto, e eu até concordo em partes: tb adoraria q a professora do meu filho(a) fosse engajada e articulada como eu, a Lola ou a Denise Arcoverde. Se me garantissem que, mandando essa mulher embora, entrasse outra no lugar dela q fosse politizada e feminista, eu assinaria embaixo. Só q provavelmente vai entrar outra q dança a mesma música, mas não sobe no palco. Ou q odeia esse tipo de dança porque acha que toda referência a sexo é suja - o que pra mim dá na mesma. A famosa dicotomia santa X puta.

Anônimo disse...

Lola reli tudo, tudinho aqui e voltei para acrescentar mais alguma coisa ou, mais do mesmo eheheh. Ontem assisti um documentário sobre a vida da dançarina erótica Sheena De Janeiro. Acho que é interessante a gente analisar dos vários pontos de vista todas as questões. Pois a tal dançarina de nome SHEENA DE JANEIRO afirmou que não queria que nenhuma das duas filhas fossem dançarinas. Disse que ela ganhava muito dinheiro mas que pra ser dançarina precisava ser muito, muito, muito forte. Recentemente faleceu aos 75 anos a atriz ANILZA LEONI (trabalhou em várias novelas,peças teatrais, fez filmes ao lado de Ankito etc) Lamentamos sua partida, ela que estava ensaiando uma peça com textos do poeta Mario Quintana e não teve tempo de estrear lá no Rio onde residia. Pois essa mulher que foi muito, muito, muito linda era lagunense e foi embora daqui com a família e, sem contar nada em casa, tornou-se dançarina. Sua mãe quando soube,a tirou a tapa do palco num ensaio.
Então palmas para Anilza que sofreu, insistiu, persistiu,contrariou a mãe, teimou e mostrou o seu talento! Ela poderia ter ficado e se tornado professora mas preferiu lutar pela sua arte.Fez o que desejava, foi profissional e venceu. É essa a questão: a gente precisa optar. Então que não sou contrária a que as pessoas mostrem a bunda à vontade e façam das suas horas de lazer o que bem quiserem. Não sou nenhuma ingênua para saber que existem pais que não querem para seus filhos uma professora (que vai dançar inocentemente) cuja bunda vai parar no YouTube mas,eles comprariam a revista dela pelada, se pudessem. Cada um leva pra sua leitura o tipo de revista que acha mais conveniente. Volto a insistir, há profissões que não combinam com a bunda de fora.
Ser professora primária é outro lance.O salário é PÉSSIMO, o sacrifício é IMENSO e a gente nunca irá para o YouTube.
Fatima/Laguna/SC

Unknown disse...
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Laís de Almeida disse...

"não quero periguete nem pagodeiro na mesma sala de aula que minha filha" !!!?????

NUNCA VI NADA MAIS PRECONCEITUOSO! rs

Sou de Salvador e não aguento mais ouvir falar dessa história. mas precisava intervir dps desse comentário. nem sei o que é mais nojento, isso ou o vídeo. Ok. eu não vi o vídeo. mas pelo que vejo, imagino. e já basta. :P

pra quem falou de ter sido capa de um dos jornais de maior circulação em Salvador, significa dizer que Salvador só tem três "grandes"(e nem tanto!) jornais e que um deles é uma piada (e todo mundo sabe disso). a impressa séria não está se importando tanto. o que eu acho que todos nós deveríamos fazer.

Anônimo disse...

Acho que seria forçar a barra aplicar uma justa causa por incontinência de conduta - afinal, o feito o foi fora da ambiente escolar. Mas cabe, sim, demissão, devendo a escola arcar com as despesas rescisórias - aliás, pra isso, nem precisaria do show da professora, bastava a escola decidir que não a queria integrando o corpo docente da instituição. Não cabe discutir a legalidade de uma rescisão nesses termos.
É inegável que há um comprometimento da imagem da escola. E para a professora, há uma série de constrangimentos: estudantes acessando o youtube no laboratório de informática, colegas comentando, pais olhando torto,...
Como mãe, afirmo que escolher a escola onde o filho estuda é difícil. Envolve escolha de valores, avaliação de propostas pedagógicas, confiança. Se eu não me sinto à vontade, segura de uma boa formação, sinceramente, afirmo que mudaria de escola. Meu critério pra escolher o que é uma boa escola para os MEUS FILHOS são os MEUS valores - pelo menos enquanto essa escolha couber a mim.

Alba Almeida disse...

Minha pessoa querida,
você disse tudo,o maior ERRO dela é justamente, ser desvalorizada pelo cantor(ela permitiu isso) Nossa!!!, dá pra sentir vergonha de ser mulher.

Não acredito em "educadores perfeitos", até porque trabalho na área, agora!?!?!?!?!?!? espera-se ao menos que sejam esclarecidos.
Beijos...

Anônimo disse...

Dona Tina, a senhora não quer pagodeiro na mesma sala de aula de sua filha? Quanto preconceito de classe, em, minha senhora?
Rosangela Cavalcanti

flavia disse...

ola Lola
parabéns por ter passado em fortaleza. acompanho v a mais de 1 ano e te adoro.sobre o assunto: o que ela faz fora do trabalho é problema dela. se ela gosta de música deste tipo tb é problema dela.ela é boa professora?É o que deveria ter valor.agora a exploração que estão fazendo é um absurdo. importante mesmo é o que a triton esta fazendo com as fotos da nova campanha.estão no blog da sindrome, de uma olhada e comente tenho certeza que será bem pertinente.eu fiquei roxa de ver que os cartazes serão dados as pessoas para que coloquem em suas paredes do quarto.O que é o gosto pela violência .

Romanzeira disse...
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Romanzeira disse...

Algumas pessoas aqui estão falando em escola e valores. Penso que VALORES quem dá aos filhos são os PAIS!!!
A criança ou o adolescente vai a escola para tomar contato com realidades diferentes da que ele tem em casa, na sua rua, no clube, no seu círculo de amizades; adquirir e construir conhecimento; fazer novas amizades; namorar e etc... Mas valores morais, o certo e o errado, ou seja lá quais outros forem, ele tem de aprender é em casa, com o pai, com a mãe, pois do contrário acaba-se caindo no velho erro de pensar que a escola é responsável pela formação do caráter de alguem. Não ela não é!
Ou pior, estabelecer uma visão classista da escola: "quero meu filho numa escola frequentada por "gente de bem" e não por "periguetes" ou "pagodeiros". Quanta escrotice meu Deus!!!!!

Fui aluna de escola pública municipal (ensino fundamental) e estadual (ensino médio), e o que a escola me trouxe foi subsídios para formação de meu senso critico, mas meus valores aprendi com minha família, que não era milionária, nem classe media, mas soube muito bem me educar. Estudei com um bando de "perigues" e "pagodeiros" como disse a TINA LOPES, e posso garantir que eles não mordem, não têm doença contagiosa e não fazem lavagem cerebral no filho de ninguém, até porque gosto musical não é atestado de BOM CARATISMO.

O importante na escola é que ela ofereça subsídios para que o estudante possa pensar, refletir de forma critica sobre o mundo em que ele vive. Nesse ponto concordo com a ARQUILA. Quem garante que a substituda da professora será uma pessoa mais antenada e consciente? Duvido! Por outro lado, concordo com a FÁTIMA, sem falso moralismo, professor não é perfeito e faz tudo de bonito e de feio que todo mundo faz: toma porre, rebola até o chão, tem piriri, tira meleca do nariz, fala palavrão (as vezes dos mais cabeludos); mas há que se ter uma certa postura, porque o professor, por mais que a gente não goste de admitir é uma pessoa pública, um parâmetro, um modelo. Então tem de manerar nos excessos.

É isso!

hericky disse...

teu post clareou o caso todo pra mim, Lola. também pensei a primeira vista -- minha nossa, ela dançou no meio da sala de aula? mas não..

quem somos nós pra julgar a mulher, existe gosto pra tudo, mas ela não é professora 24 horas... até o mês passado no colégio eu tinha uma professora que tinha uma vida extremamente badalada e comentada, nova na cidade, aparecendo em lugares onde se cria um "falatório"... mas da porta pra dentro da sala de aula, ela era nossa professora mais séria, mais comprometida e mais responsável. é triste saber que se cria "um clima" cada vez que uma mulher em uma posição de autoridade vive sua vida fora do horário de trabalho..

Bárbara Araújo Machado. disse...

É, Lola, esse é um caso cheio de contradições mesmo. Mas independente de ter "uma periguete" dando aula pra crianças, como comentaram aí, acho que o problema maior tá em centrar o problema em uma pessoa, em um caso, do que explicitar que horror real é a situação coletiva, a degradação feminina no tal show, o desrespeito, a subserviência da qual ninguém reclama, enquanto não está dando aula pro seu filhinho. Porque, gente, os filhinhos sabem muito bem o que é que rola. Eles usam youtube, vêem TV, têm polegares opositores. Mas em vez de criticar a cena maior, eles pegam a tal da professora pra Cristo, e que se inicie o julgamento e a ridicularização. Daqui a pouco o caso passa, as músicas ficam e a criançada continua aprendendo o machismo.

Tina Lopes disse...

Pessoal quando quer distorcer uma afirmação vai fundo, hein. Repito: náo quero mesmo periguete nem pagodeiro obsceno DANDO AULA pra minha filha. Tive nojo da moça mostrando o rabo pra todo mundo, sim. Não pena. Agora toda mulher é vítima, pô? E sinto a mesma repulsa pelo cantor. Jamais aceitaria uma pessoa que se presta a esse papel, e portanto não tem nenhuma noção de respeito, dando aula pra uma criança ou adolescente. Não mesmo. Agora, quanto a conviver com periguetes e pagodeiros, isso é outra coisa, eles existem inclusive no nosso círculo de amigos e família. É outra relação. Bem, eu náo tenho que provar nada porque quem me chama de nojenta já me julgou, então ok, ache o que quiser, mas eu não vou ficar de discursinho bonito de "ah, como todos são hipócritas, a mulher pode sair pelada na revista mas não pode rebolar e dar aula". Sinto muito, realmente, mas pra mim não.

Giovanni Gouveia disse...

*A dança é humilhante,
*A música é horrível,
*O clima do inferninho dá calafrios.
*Educação vai além de ensinar bê a bá
*E tudo mais
Mas, essa dança, ou esse comportamento, eram ensinados, ou mesmo passados, na escola?
Se não foram acho que a demissão foi uma arbitrariedade, muito provavelmente exigida por ais e mães que fazem algo semelhante nas horas de lazer...

Caroline Maia disse...

Oi,Lola.Parabéns pelo concurso!Espero que dê tudo certo nessa nova etapa da vida de vocês.Quanto ao caso da Jaqueline,chegou aqui em Portugal.É tudo muito lamentável,inclusive a posição dela em se contradizer a toda hora,deixando claro que ela quer esse momento de fama.Pior que isso são os comentários machistas feitos por jornalistas,pais e etc.POstei no meu blogue uma transcrição do Datena(odeio!) absurdamente ridículo e amplamente machista enquanto discutia com outro "jornalista" o caso e fazia uma enquete com os telespectadores.
Beijo

Anônimo disse...

Todos nós recebemos valores ao longo da vida, das mais diversas fontes. Dizer que a família é a única fonte e achar que o que acontece no mundo lá fora não influi em nada na dinâmica educacional é ingenuidade.

L. Archilla disse...

Anônimo, a família não é a única fonte, mas é a principal. Ingenuidade é achar que tirando da escola a professora que dança "Todo enfiado" e colocando outra qualquer a criança vai estar muito menos exposta ao machismo (ou à imoralidade, dependendo da visão de cada um).

Somnia Carvalho disse...

Oi Lolina...

nao vi o video e nao vou la ver...

eu tenho dificuldades de me interessar pelos videos que estao na boca do povo, mesmo quando seja um video pra gente perceber o que ta rolando por ai...

ainda assim queria dizer que seu post ta como um fluido, super bonito e os comentarios de seus leitores sao otimos! todo mundo se insere nas discussoes, e o maximo!

fiquei so pensando como sera a lolinha de fortaleza! provavelemente voce tera muito material ja que sera tudo novo e a gente sempre tem muito mais ainda a falar, e pensei tambem como sera essa relacao: a lola professora podera por a boca no trombone no blog?... desculpe, e tarde e nao concateno direito as ideias, sao so fragmentos do dia... beijos

Andréia Freire disse...

Não consigo parar de pensar. E se fosse um homem? E se fosse um professor puxando a saia de uma mulher no palco de um baile funk. Será que ele seria despedido também? Ou é mais um caso em que o falso moralismo só olha pra mulher?

André disse...

"Não consigo parar de pensar. E se fosse um homem?"

Ótimo comentário. Duvido.

Pessoalmente, não consigo me resolver sobre esse caso - principalmente porque a professora não consegue se defender e se confunde toda a cada novo depoimento que dá.

Eu acredito, no final, que a escola não deveria ter mandado ela embora, mas não acho que a escola deva ser "proibida" de fazer isso. É uma coisa meio sem sentido. Afinal, a escola também tem direito a ter um critério para selecionar seus professores - e nós temos plenos direitos para discordar deles e colocar nossos filhos em outras escolas, por exemplo.

Agora, o Leão Lobo quer 'regulamentar' o youtube? Esse cara merece um vídeo bem, mas bem, mas bem zoado mesmo. Brasileiro não sabe lidar com liberdade de expressão do grupo com o qual não concorda.

André disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
mujique disse...

Não existe professor pagodeiro. Nem aluno pagodeiro. Pagodeiro é quem fugiu da escola

Laís de Almeida disse...

PARA TINA LOPES:
(dps a gente é que distorce o que é falado.. :/
1º - em momento algum falei que vc era nojenta (pelamordedeus nunca faria isso!) e sim que o comentário o foi, devido ao nível de purismo que me dá repulsa, sinceramente, odeio.
2º - a frase foi copiada e colada no comentário exatamente como disse, se não era o que queria dizer, tenha mais cuidado com as palavras.

ps: por favor, não confunda as coisas. nada pessoal.

Anônimo disse...

Eu achei ridículo ela se rebaixar dessa forma, e mesmo que pareça caretisse ou hipocrisia, não se precisa fazer isso para ser uma pessoa sexualmente resolvida, livre, e acho que uma pessoa sendo professora deveria ter discernimento, mesmo no lazer, já que era um local público e todos sabemos que tudo cai no youtube hoje em dia. Já acho que ela nem deveria beber até cair, isso é péssimo exemplo para os adolescentes, ainda mais quando eles já acham isso o máximo. Foi uma verdadeira vergonha alheia. Ainda mais porque ela já foi sondada por revistas masculinas e grupos xexelentos para ser dançarina e ela disse que pensaria a respeito.
Sei lá, eu despediria ela também.

Anônimo disse...

Saudade daqui, viu? Estou voltando!

Unknown disse...
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Rafa disse...

A Jaque decidiu seguir carreira como dançarina do grupo 'o troco' e apareceu um dia desses em um programa de tv na Bahia falando q o vocalista do grupo 'o troco' estava agredindo ela durante as turnês do grupo.